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15 Ortodontia com Braquetes Autoligáveis Weber Ursi Guilherme de Araújo Almeida

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Ortodontia com Braquetes Autoligáveis

Weber Ursi Guilherme de Araújo Almeida

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561Capítulo 15 Ortodontia com Braquetes AutoligáveisOrtodontia Clínica e Biomecânica

1. Introdução

Por definição, braquetes autoligáveis possuem

o fechamento completo do lúmen, dessa forma, o

fio ortodôntico fica contido por 4 superfícies, ao em

vez das tradicionais 3 que se encontram nos braque-

tes Edgewise. O pressuposto desse conceito é que o

controle adicional dado pelo fechamento do braquete

provoca um assentamento total do fio dentro do slot,

propiciando melhor controle tridimensional na posição

dos dentes. Braquetes convencionais necessitam de

ligaduras, metálicas ou elastômeros, que possuem

desvantagens quando comparadas a estes sistemas.

No atual estágio de desenvolvimento dos materiais or-

todônticos, com fios de nivelamento com propriedades

cada vez mais elaboradas e, biologicamente, compa-

tíveis com a movimentação ortodôntica, faz sentido o

aprimoramento da interface dada pelos braquetes com

relação aos elementos dentários. Quando se adicio-

nam nesse arranjo as várias prescrições do Sistema

Straight-wire, o resultado é que a plena eficiência do

sistema só é atingida quando se combinam: 1) fios

ortodônticos de calibre, forma e material ideais para

cada estágio do tratamento; 2) prescrições de braque-

tes adaptadas à anatomia e ao padrão facial individual

do paciente; 3) adequada interface entre o fio ortodôn-

tico e as superfícies dos slots. Nesse último quesito, os

braquetes autoligáveis demonstram uma superiorida-

de mecânica, pois, não ocorre degradação da força de

ativação dada pelo sistema de fechamento dos slots,

principalmente, nos braquetes passivos, quer por elas-

tômeros, quer por amarrios metálicos.

A história dos braquetes autoligáveis quase se so-

brepõe à do próprio sistema Edgewise, desde que, em

1935, Russel, propôs esse conceito. Somente na dé-

cada de 70, com a introdução do Edgelok (Ormco), nos

anos 80 com Mobil-lock (Forestadent) e Speed (Orec) e

Activa (A-Company), algumas das dificuldades iniciais

foram contornadas, embora nenhum desses sistemas,

com a exceção do Speed, tenham se mantido em evi-

dência até os dias de hoje2. Atualmente, quase todos

os fabricantes de braquetes ortodônticos desenvol-

veram ou estão desenvolvendo seus sistemas, como

Ormco, Unitek, GAC; Class One, Aditek; Forestadent,

Dentaurum, demonstrando que existe uma clara ten-

dência a esse tipo de acessório se manter em evidên-

cia nos próximos anos.

Figura 1 - Bracket Speed®, um dos pioneiros dos autoligáveis que ainda se mantêm em uso.

Figura 2 - Bracket DAMON® da ORMCO, um dos sistemas mais utilizados.

1

2. CArACtEríStICAS IdEAIS doS

BrAquEtES AutolIgÁVEIS

Os braquetes autoligáveis (Figs. 1 e 2), para se mos-

trarem eficientes, devem apresentar algumas caracterís-

ticas a fim de permitir o total aproveitamento do conceito

autoligável:

1) Resistência: qualquer que seja o mecanismo

de fechamento dos braquetes, deve resistir à

sua abertura e ao fechamento, durante todo o

2

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562 Capítulo 15 Ortodontia com Braquetes AutoligáveisOrtodontia Clínica e Biomecânica

tratamento. Sistemas com fechamento frágil le-

vam à perda da vantagem hipotética do sistema

e geram frustração no operador. Obviamente,

existe uma curva de aprendizado para a opera-

ção da abertura e fechamento de cada sistema,

mas não podem funcionar somente nas mãos

dos extremamente habilidosos, e sim, do clínico

com dexteridade média. Sistemas com fecha-

mentos ativos tendem a apresentar maiores pro-

blemas nesse aspecto, principalmente, após a

inserção de fios de calibre maior, como os retan-

gulares de dimensões acima de .017” x .025”.

2) Adequada Interface Slot/Fio: para se obter

uma interface com adequado controle tridi-

mensional, o ajuste do fio dentro do slot deve

se manter constante até a expressão total do

ajuste pretendido. Desde que permaneça ativa e

fechada, totalmente, a porta do braquete, esse

intento é atingido.

3) Facilidade na abertura e fechamento do siste-

ma: a abertura e o fechamento da tampa do slot

é uma preocupação antiga dos fabricantes, e o

julgamento dessa característica deve levar em

conta não somente estudos in vitro ou demons-

trações em manequins com fios de baixo calibre,

mas, avaliações clínicas durante os períodos lon-

gos de tratamento, com a utilização de fios mais

calibrosos. À medida que o tratamento progride

e os fios retangulares são inseridos, essa dificul-

dade aumenta, uma vez que é também agravada

pela formação de cálculos salivares.

4) Baixo atrito: A interface braquete/fio ortodônti-

co deve apresentar os menores níveis de atrito

possível, uma vez que o pressuposto da utiliza-

ção dos braquetes autoligáveis é, justamente, a

redução na quantidade de atrito gerado, tanto o

atrito estático quanto o dinâmico.

5) Aletas para amarrio: embora pareça um con-

trassenso a colocação de elastômeros num siste-

ma autoligável, existem situações em que é útil o

aumento do atrito em determinados dentes para

ancoragem diferencial, ou mesmo para a colo-

cação de correntes elastoméricas. Pode aconte-

cer ainda, a quebra da tampa de fechamento do

sistema, daí a necessidade de que os braquetes

tenham aletas para amarrio convencional.

6) Conforto: os braquetes autoligáveis, pela própria

característica de sua manufatura, apresentam, na

maioria dos sistemas, uma espessura vestíbulo-

-lingual maior que os convencionais. Apesar des-

se inconveniente, suas dimensões mesiodistais

tendem a ser menores, o que aumenta, signifi-

cantemente, a distância interbraquetes, diminuin-

do ainda mais as forças aplicadas aos dentes.

Como não necessitam de amarilhos metálicos ou

elastômeros, a higienização é facilitada, embora

na região dos incisivos inferiores ocorra um au-

mento da aderência de tártaro na região gengival

dos braquetes. Esse acúmulo de tártaro prejudi-

ca a abertura da maioria dos sistemas autoligá-

veis, devendo ser feita sua remoção periódica.

Obviamente, à medida que esses braquetes sofre-

rem implementações e modificações nos seus sistemas

de fechamento, alguns problemas, hoje presentes, se-

rão eliminados, e a tendência é que seu funcionamento

seja cada vez mais preciso e livre de falhas. A seguir,

discutir-se-ão alguns aspectos relevantes do uso roti-

neiro dessa mecânica, traçando paralelo com os siste-

mas convencionais, procurando ressaltar algumas de

suas vantagens.

3. EFICIÊnCIA noS AJuStES

O sistema Straight-wire pressupõe que a posição

final desejada dos dentes seja atingida pela adequada

interação do fio ortodôntico e os slots dos braquetes.

Sendo assim, muitas vezes, para que as características

construídas nos braquetes se expressem totalmente, é

necessário o preenchimento da sua luz do slot pelo fio,

principalmente, para o controle do torque. Em função

da rapidez de sua colocação, os elastômetros têm a

preferência dos profissionais e até dos pacientes mais

jovens, em função da possibilidade de escolha de suas

cores. Os elastômeros não imprimem força suficiente

para a adequada interação fio ortodôntico/fundo do

slot, e perdem grande parte da força (Figs. 3A e 3B)

inicial em função de sua rápida degradação, além de

aumentar o atrito estático e acumularem mais placa

bacteriana18,25. Obviamente, fica difícil estabelecer se

realmente os braquetes autoligáveis apresentam uma

vantagem em termos de tempo, comparado ao méto-

do elastomérico, uma vez que é, mecanicamente, mui-

to superior, não sendo possível um paralelo.

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563Capítulo 15 Ortodontia com Braquetes AutoligáveisOrtodontia Clínica e Biomecânica

O uso de ligaduras metálicas, por sua vez, propicia

uma maior eficiência em manter o fio adaptado ao slot

do braquete que os elastômeros, mas consomem tem-

po significante para serem instaladas e apresentam risco

de contaminação, por terem pontas e serem perfurantes,

aumentando a chance de lacerações tanto ao paciente

quanto para o operador. Outro problema é a variabilidade

intra e interoperador, uma vez que a força aplicada é va-

riável de dente para dente e entre profissionais. Um mes-

mo método de amarrio pode desenvolver forças distintas

e nos vários segmentos do arco.

Mecanicamente, a situação mais comparável é o

uso de amarilhos metálicos em braquetes convencio-

nais contra braquetes autoligáveis. No que se refere ao

tempo despendido para as trocas dos fios ortodônticos,

normalmente, existe um ganho substancial de tempo nos

autoligáveis, particularmente, nos fios iniciais de menor

calibre12,24. À medida que o calibre do fio aumenta, parti-

cularmente, nos fios retangulares de maiores dimensões,

existe uma dificuldade e cuidado maiores para o fecha-

mento dos dispositivos, aumentando o tempo necessário

para a troca ou ajuste dos fios.

4. EFICIÊnCIA MECÂnICA

Os braquetes autoligáveis podem ser caracteriza-

dos em ativos, quando algum mecanismo pressiona o

fio dentro do slot, e passivos, em que o fechamento do

braquete funciona como uma “quarta” parede, como

se fosse um tubo de molares (Fig. 4). O termo passivo

não deve ser interpretado como se não houvesse for-

ças de atrito desenvolvidas na interação braquete/fio

de nivelamento, uma vez que isso só ocorrerá quando

o dente ou dentes estiverem posicionados de maneira

ideal, ao final do tratamento ortodôntico. Até que se

atinja essa fase do tratamento, mesmo se o braquete

for passivo, não significa, automaticamente, uma au-

sência de contatos em ângulo que, por sua natureza,

desenvolvem forças de atrito, por vezes, significantes.

Essa diferença conceitual na construção dos braque-

tes ainda deve gerar, por muitos anos, debates aca-

lorados, mantidos e alimentados pela falta de pesqui-

sas independentes que comprovem, realmente, qual

dessas duas opções é superior no maior número de

situações clínicas.

Se por um lado, os sistemas passivos demonstram

menores forças de atrito, existe também uma folga

Figura 3 - Elastômeros inibem o deslizamento da interface bracket-fio, e características mecânicas de uma alta força inicial e uma degradação acen-tuada com o passar do tempo.

Figura 4 - Brackets autoligáveis mantêm o fio com 4 pontos de contato, controlando adequadamente as características tridimensionais embutidas no desenho dos slots.

3A

3B

4

Dica clínica: Os braquetes autoligáveis demonstram uma superioridade mecânica, pois não ocorre degradação da força de ativação dada pelo sistema de fechamento dos slots, principalmente nos braquetes passivos.

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564 Capítulo 15 Ortodontia com Braquetes AutoligáveisOrtodontia Clínica e Biomecânica

maior na interface fio/slot, o que pode gerar deficiências

de posicionamento individual de dentes previamente

desalinhados. Um correto alinhamento dos pontos de

contato necessitaria de ajustes no fio, para compensar

essas folgas. Por outro lado, os sistemas ativos, por tra-

cionarem os fios em direção ao fundo do slot, geram

maiores forças de atrito, diminuindo a eficiência mecâ-

nica quando é necessário o deslizamento do fio pelo

braquete ou vice-versa. Isso já foi comprovado, sobe-

jamente, por Thorstenson e Kusy21,22,23 tendo concluído

que o sistema passivo gera menor resistência friccional,

quando comparado ao mecanismo ativo.

Deve-se ter em mente que vários outros fatores,

além do método de fixação do fio ao braquete, con-

vencional ou autoligado, influenciam o comportamento

mecânico de qualquer sistema de braquetes. A pro-

gressão do calibre dos fios, os materiais presentes nas

superfícies do fio e no slot dos braquetes, e o ângulo

formado entre o fio e o slot são fatores que podem au-

mentar as forças friccionais4-9,21,22,23.

A grande maioria das pesquisas que avaliaram atrito

verificaram menores valores na interface braquete/fio nos

sistemas autoligáveis3,17,19, mesmo com a incorporacão

de dobras de segunda ordem, em condições experimen-

tais com e sem saliva artificial21,22,23. Na presença de uma

folga entre o fio e o slot, o atrito é mínimo nos sistemas

passivos, mesmo em fios de calibre maiores, já nos sis-

temas ativos, isso só ocorrerá se o dispositivo de fecha-

mento do braquete não contatar o fio, o que só ocorre

nos fios redondos de menores calibres.

5. EFICIÊnCIA ClínICA

Miles et al.14, em um estudo prospectivo “in-vivo”,

comparam a efetividade do Damon® 2 e braquetes con-

vencionais no alinhamento inicial dos dentes anteriores

inferiores, utilizando o índice de irregularidade avaliado

antes do tratamento e a 10 e 12 semanas após o início.

O fio inicial foi .014” CuNITi® (Ormco) seguido de .016 x

.025”CuNiti® (Ormco). Os resultados demonstraram que

não houve diferenças significantes entre os dois grupos

de pacientes. Harradine6, em um estudo com casos tra-

tados consecutivamente, comparou a eficiência clínica

de braquetes convencionais e Damon SL, observou os

pacientes desses últimos tiveram seus casos terminados

4 meses antes e com 4 consultas a menos. Um resul-

tado semelhante foi verificado por Eberting et al.5, que

constataram uma redução no tempo de tratamento de 6

meses e 7 consultas a menos para o grupo Damon® SL.

Pandis et al.15, em um estudo comparativo com o sis-

tema Damon 2 e braquetes straight-wire convencionais,

não verificaram uma velocidade maior no alinhamento

dentário em nenhum dos dois grupos.

O grande problema é comparar esses estudos para

se chegar a uma opinião sólida e definitiva, uma vez

que algumas variáveis são difíceis ou até impossíveis

de serem controladas, como a experiência do operador,

grau de dificuldade inicial dos casos a serem tratados,

sequência de fios utilizada, intervalos das consultas,

“simpatia” do operador com relação a uma dada técni-

ca. Dada a diferença de opinião manifestada na literatu-

ra, uma boa dose de ceticismo é recomendada até que

mais informações estejam disponíveis para avaliação e

julgamento definitivo.

6. EVIdÊnCIAS FundAMEntAdAS

Segundo Harradine7, existem 4 vantagens já com-

provadas dos braquetes autoligáveis: a) ligação segura

e completa do fio ortodôntico no slot; b) menor atrito; c)

trocas rápidas de arcos; d) menor necessidade de ajuda

de auxiliares.

A primeira delas, ligação segura e permanente da in-

terface braquete/fio é, realmente, um grande atrativo do

sistema autoligável, particularmente, para os braquetes

passivos. Um dos problemas dos braquetes ativos ou in-

terativos, como são também denominados, é que o clip

de fechamento do slot deve, durante todo o tratamen-

to, ser capaz de tracionar e manter o fio dentro do slot.

Como a sequência de fios ortodônticos, normalmente,

aumenta o calibre e a rigidez dos arcos, ao final do tra-

tamento, após meses de “trabalho forçado”, esses clips

têm de manter, ativamente, um fio retangular, muitas ve-

zes, de aço inoxidável, de calibre .019” x .025” no fundo

do slot. Uma das queixas dos usuários deste sistema e

da experiência do autor, é que, muitas vezes, se faz ne-

cessário reforçar a ligação com amarrios metálicos, no

intento de se conseguir maior adaptação. Na experiência

dos autores desse capítulo, isso se verificou em braque-

tes de 3 fornecedores diferentes, portanto, o problema é

conceitual ou de design e não de fabricação.

Com relação ao atrito, como mencionado anterior-

mente, é uma dos grandes atributos positivos dos bra-

quetes autoligáveis passivos, principalmente, o atrito

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565Capítulo 15 Ortodontia com Braquetes AutoligáveisOrtodontia Clínica e Biomecânica

estático, também chamado de atrito de ligação. Como

era de se esperar, o atrito gerado entre as superfícies

dos braquetes e tubos e os fios ortodônticos reduzem

acentuadamente o deslizamento relativo entre um e

outro, dessa maneira, diminuem a velocidade da mo-

vimentação dentária, sendo necessária a utilização de

forças de maiores intensidades para se atingir o movi-

mento desejado. Por definição, existem dois tipos de

atrito, o Estático e o Dinâmico. O atrito estático é defi-

nido como a força que se opõe ao deslizamento entre

superfícies que entram em contato. Em Ortodontia, o

atrito estático é dado pela ligação entre o braquete e

o fio e é afetado pelo tipo de ligação (amarrio / elastô-

mero/ autoligável); pela natureza da superfície do bra-

quete e do fio e pelo seu calibre. De maneira geral,

a melhor situação se encontra numa combinação do

uso de um fio de aço inoxidável de calibre que tenha

uma “folga” (play) no slot do braquete, num braquete

autoligável metálico. Segundo HAIN et al.8, o braquete

Damon II produz, virtualmente, atrito estático (ligação),

próximo de zero nos fios iniciais de nivelamento, já um

amarrio do tipo elastômero produz uma força entre 50

a 150 gramas, dependendo do fabricante e do grau de

estiramento necessário para a ligação.

Já o atrito dinâmico é a força que surge quando essas

superfícies apresentam um movimento relativo, uma em

relação à outra. Por exemplo, quando um dente é movi-

mentado, acompanhando o fio ou quando o fio desliza

por dentro dos braquetes. Depende também dos fatores

mencionados no atrito estático, mas também o ângulo

relativo entre o fio e o slot do braquete (binding). Quan-

to maior esse ângulo, maior o atrito dinâmico. Como os

dentes se movimentam de maneira pendular, é de se

esperar que, num primeiro momento, a proporção mo-

mento/força favoreça a inclinação do dente, provocando

um travamento deste contra o fio (binding); com o passar

dos dias, e a diminuição da ativação original, a proporção

momento/força favorece a verticalização, dessa forma, li-

berando o travamento entre o fio e o braquete, ocorrendo

a movimentação desejada.

Estima-se que entre 31 e 54% da força de atrito total

é gerada pelo atrito estático e o restante pelo atrito dinâ-

mico21,22. Essa variação depende das diversas situações

clínicas com que se depara num tratamento ortodôntico

e da própria fase em que se encontra o tratamento. No

início do alinhamento e nivelamento, o atrito dado pela

ligação braquete/fio é proporcionalmente maior que a

dada pelo atrito dinâmico, já quando se faz uma retração

dos dentes anteriores em massa por deslizamento, a si-

tuação se inverte.

7. o pACIEntE SEntE MEnoS dor CoM

AutolIgAção?

Essa é uma questão que ainda merece atenção em

função da dicotomia de opiniões que existe na literatura.

Por exemplo, Tagawa27 verificou menor relato de des-

conforto com os braquetes Damon SL e Pringle et al.28

relataram o mesmo para os braquetes Damon 3. Entre-

tanto, Miles et al.14 e Fleming et al.29 não constataram

alguma diferença no desconforto causado por braque-

tes convencionais e autoligáveis, pelo menos, na primei-

ra semana ou mesmo no primeiro mês de tratamento.

Pressupõe-se uma superioridade dos braquetes auto-

ligáveis comparados aos convencionais em função de

seu aparente menor nível de força, portanto, intuitiva-

mente, se conclui que o paciente deveria relatar menos

desconforto. Essa questão, provavelmente, merecerá

maior atenção em futuras pesquisas com metodologias

que a possam responder de maneira mais categórica.

8. EFICIÊnCIA dE ControlE dE torquE

Provavelmente, é possível o adequado controle de

torque em qualquer sistema, desde que haja um ajuste

adequado do fio dentro das paredes do slot do braquete

e que a ligação seja eficiente. Nesse aspecto, teorica-

mente, os braquetes autoligáveis ativos ou interativos

apresentam um controle de torque bastante eficiente,

inclusive quando comparados aos passivos. O fato é

que o controle de torque, advindo desse sistema, pode

ser contrabalançado por maior atrito em fases em que é

necessário deslizamento do fio em relação ao braquete,

como durante o fechamento de espaços. A disponibili-

dade de múltiplas prescrições de braquetes, calibres e

materiais de fios em um sistema autoligável passivo pode

propiciar um controle de torque adequado. Uma adapta-

ção, muitas vezes necessária em um sistema autoligável,

quando comparado a um convencional, é que a inserção

de um fio retangular com torque ativo torna mais dificul-

toso o fechamento do sistema. Muitas vezes, é necessá-

rio manter fios superelásticos retangulares por extensos

períodos de tempo antes que seja possível a inserção de

fios de aço inoxidável de calibre correspondente. Uma

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566 Capítulo 15 Ortodontia com Braquetes AutoligáveisOrtodontia Clínica e Biomecânica

solução é o uso de fios intermediários, ou mesmo de fina-

lização, de beta-titânio (TMA) que apresentam maior fa-

cilidade para inserção no slot e fechamento do braquete.

9. BrAquEtES AutolIgÁVEIS dIMInuEM A

nECESSIdAdE dE EXtrAçÕES?

Vale a pena ressaltar que, normalmente, requerem

extrações de dentes permanentes casos de acentuado

apinhamento, quando se deseja melhora no perfil facial

ou na melhora das relações intra-arcos, para a correção

da sobressaliência ou da sobremordida. Cada um desses

aspectos merece uma consideração mais aprofundada.

Apinhamento: não cabe aqui discutir diagnóstico

ortodôntico, no se refere às alternativas de tratamento

das discrepâncias dente/arco dentário, mas a resolu-

ção do apinhamento nas suas alternativas conhecidas

- aumento do comprimento do arco / desgastes inter-

proximais / extrações. Não se trata de se alterarem os

conceitos diagnósticos e prognóstico estabelecidos ao

longo de toda a história da Ortodontia, principalmente,

no que se refere à estabilidade da correção obtida. Os

conceitos biológicos da movimentação ortodôntica não

mudam com a mudança de braquetes, uma vez que as

reações histoquímicas são as mesmas, desde que o ní-

vel das forças aplicadas sejam semelhantes. Casos que

são “clear-cut” para extrações com braquetes conven-

cionais, provavelmente, também o serão com braquetes

autoligáveis, principalmente, se envolverem correções de

discrepâncias inter-arcos ou protrusões, isoladas de um

arco ou de ambos.

Casos de apinhamentos, que sejam limítrofes para

braquetes convencionais, muitas vezes, são corrigidos

com braquetes autoligáveis sem exodontias, principal-

mente, em pacientes adultos (caso clínico 1 e 2). Talvez

a maior superioridade para os braquetes autoligáveis

estejam nesses casos, em que pacientes adultos, de-

sejosos por um melhor alinhamento dentário e uma li-

nha de sorriso mais harmoniosa, são tratados, na sua

queixa principal, de maneira rápida e eficiente. Uma

questão sempre levantada, da estabilidade da correção

com os braquetes autoligáveis, obviamente, passa por

seus efeitos. Particularmente, nos braquetes autoligá-

veis passivos, normalmente, ocorre uma leve protrusão

dos dentes anteriores e um aumento transversal, par-

ticularmente, da região de pré-molares. Do ponto de

vista de estabilidade e da necessidade de contenção

permanente, é mais razoável essa abordagem em pa-

cientes adultos do que adolescentes, em função da ób-

via expectativa de vida ser menor, quanto mais velho o

paciente for tratado. É mais provável que um adulto use

uma contenção, principalmente se for fixa, por 10 ou até

15 anos que um jovem o restante de sua vida.

Para compensações dentoalveolares, quando se

trata da retração de incisivos superiores, não existe di-

ferença entre um braquete e outro no que se refere à

frequência de exodontias, uma vez que esse movimento

requer espaços distais aos caninos para ser realizado.

Por outro lado, má oclusões de Classe II, passíveis de

serem corrigidas com protrusão dos dentes inferiores

são beneficiadas pela combinação de forças leves e

baixo atrito, possibilitadas pelos autoligáveis passivos,

associado ao uso de propulsores mandibulares ou elás-

ticos intermaxilares. Obviamente, existem limitações

biológicas a esse movimento, particularmente, nos ca-

sos onde existam recessões gengivais prévias ao tra-

tamento ou quando a gengiva marginal for muito fina13.

O bom senso, por parte do profissional, assim como

a manutenção de uma biomecânica adequada à mo-

vimentação pretendida são condições “sine-qua-non”

nesses casos.

CASo ClínICo 1

Exemplo de compensação de Classe II, em paciente

adulto, com forte compensação dos incisivos inferiores.

Foram utilizados elásticos intermaxilares juntamente com

levantamento de mordida (bite-turbos) nos dentes ante-

riores desde o início do tratamento. Uma boa condição

periodontal pode ser notada ao final do tratamento.

Dica clínica: Existem 4 vantagens já comprovadas dos braquetes autoligáveis: A) Ligação segura e completa do fio ortodôntico no slot; B) Menor atrito; C) trocas rápidas de arcos; D) Menor necessidade de ajuda de auxiliares.

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567Capítulo 15 Ortodontia com Braquetes AutoligáveisOrtodontia Clínica e Biomecânica

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Figura 5 a 18 - Paciente adulto Classe II com apinhamento severo inferior e sobremordida profunda.

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Figura 19 a 23 - Fase de correção da sobremordida com bite-turbo colado na lingual dos incisivos superiores e da correção do overjet com elásticos de Classe II 5/16”.

Figura 24 a 27 - Fase de finalização e ajuste de torques. Observe o bom paralelismo radicular na radiografia panorâmica.

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569Capítulo 15 Ortodontia com Braquetes AutoligáveisOrtodontia Clínica e Biomecânica

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Figura 28 a 37 - Caso finalizado com uma boa intercuspidação e uma boa relação interarcos tanto no sentido vertical quanto no sagital.

Dica clínica: Talvez a maior superioridade para os braquetes autoligáveis estejam nos casos, onde pacientes adultos, desejosos por um melhor alinhamento dentário e um sorriso mais harmonioso, são tratados na sua queixa principal de maneira rápida, eficiente e com maior intervalo entre as consultas.

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570 Capítulo 15 Ortodontia com Braquetes AutoligáveisOrtodontia Clínica e Biomecânica

CASo ClínICo 2

O Caso clínico 2 ilustra a correção de acentuado apinhamento inferior e moderado superior em paciente adulto

utilizando braquetes autoligáveis.

Figura 38 a 46 - Paciente adulta com má oclusão de Classe I, sobremordida de 80%, apinhamento moderado superior e acentuado inferior. Perfil facial reto e exposição dos incisivos no sorriso de 100%.

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571Capítulo 15 Ortodontia com Braquetes AutoligáveisOrtodontia Clínica e Biomecânica

Figura 47 a 52 - Utilizou-se uma mecânica com braquetes autoligáveis estéticos canaleta .022” da Marca comercial GAC, In-ovation® C. Optou-se pelo nivelamento com arcos de NiTi termo-ativados .014” superior e .012” inferior. Note na figura 48 que o braquete do dente 31 foi invertido propositadamente 1800, pois a mordida profunda inviabilizava a colagem correta do mesmo, uma vez que a tampa da cana-leta de cromo-cobalto é mais espessa no sentido vertical e horizontal.

Figura 53 a 57 - Após 6 meses do início do nivelamento, verifica-se uma melhora na sobremordida e no alinhamento anterior. Os fios utilizados nesta fase foram o .016” x .022” de nitinol superior termoativado e .016” Black-ti superlástico inferior. Cabe ressaltar que os intervalos de consulta para esta paciente eram de 70 dias. Outro detalhe interessante é o acúmulo de tártaro sobre os braquetes dos incisivos inferiores, como ressaltado anteriormente no texto, que acaba dificultando a abertura da tampa.

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572 Capítulo 15 Ortodontia com Braquetes AutoligáveisOrtodontia Clínica e Biomecânica

Figura 58 a 62 - Nota-se nesta fase, o procedi-mento de fechamento de espaços no arco superior com alça M-loop® .017” x .025”. No arco inferior, observa-se um arco de aço .018” com dobras de primeira ordem.

Figura 53 a 60 - O tempo total de tratamento foi de 2 anos. Observa-se a boa estética facial, assim como a ótima oclusão obtida.

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573Capítulo 15 Ortodontia com Braquetes AutoligáveisOrtodontia Clínica e Biomecânica

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10. ConCluSão

Talvez a grande vantagem dos braquetes autoligáveis

seja a possibilidade do maior espaçamento das consul-

tas para ajustes. O custo adicional destes sistemas de

braquetes pode ser compensado pelo maior intervalo

dos ajustes, permitindo a diminuição dos custos fixos e

melhorando a lucratividade do consultório. Em vez de se

aumentar o ganho bruto, aumentado o espaço físico e

contratando mais pessoal, o que aumentaria o custo fixo,

talvez uma saída mais inteligente seja aumentar o custo

variável (material), atendendo mais pacientes, desde que

agendados em espaços maiores de tempo. Abraçar o

uso dos braquetes autoligáveis de maneira intempestiva

não parece ser a melhor conduta, não estar aberto às

suas possibilidades pode ser um anacronismo que mui-

tos pagarão caro por sua falta de visão.

Os autores do presente capitulo agradecem ao Dr.

Marcio Almeida pela cessão do caso clínico 2.

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