origens da revolução francesa

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE SANTA MARIA DA FEIRA Origens da Revolução Francesa No princípio do Verão de 1789, Paris está febril. Após vários meses, a situação é difícil. O Inverno de 1788 foi duro, e as colheitas foram desastrosas. Na Primavera, tempestades e chuvas sucederam-se, anunciando sombrias perspectivas para as futuras colheitas. O preço do pão passou de oito soldos para vinte, em poucos dias. Marceneiros e ensambladores do bairro de Saint- Antoine, sapateiros e estofadores do bairro de Saint-Marcel, peixeiras das Halles que não ganham mais de trinta soldos por dia, murmuram contra os governantes e os comerciantes de cereais. Pelo menos, espera-se que os deputados dos Estados Gerais trabalhem para um futuro melhor. Os movimentos de tropas à volta de Paris inquietam, porém, a população. A 12 de Julho, a demissão por Luís XVI do popular ministro Necker leva ao auge a exasperação. (...) Tumultos, incidentes e pilhagens de casas de armeiros multiplicam-se. Na manhã de 14 de Julho, uma multidão considerável, arvorando emblema vermelho e azul, as cores da cidade de Paris, invade o edifício dos Inválidos e distribui 40 000 espingardas e 12 canhões que aí se encontram. Mas a pólvora e as munições estão na Bastilha... A enorme fortaleza a leste de Paris, que Luís XVI já considerara mandar arrasar, torna-se o objectivo dos amotinados. Este símbolo do absolutismo cai nas mãos deles durante a tarde. Adaptado de A Era das Revoluções, col. "A História dos Homens", Lello & Irmão

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Page 1: Origens da revolução francesa

ESCOLA SECUNDÁRIA DE SANTA MARIA DA FEIRA

Origens da Revolução Francesa

No princípio do Verão de 1789, Paris está febril. Após vários meses, a situação

é difícil. O Inverno de 1788 foi duro, e as colheitas foram desastrosas. Na

Primavera, tempestades e chuvas sucederam-se, anunciando sombrias

perspectivas para as futuras colheitas. O preço do pão passou de oito soldos

para vinte, em poucos dias. Marceneiros e ensambladores do bairro de Saint-

Antoine, sapateiros e estofadores do bairro de Saint-Marcel, peixeiras das

Halles que não ganham mais de trinta soldos por dia, murmuram contra os

governantes e os comerciantes de cereais. Pelo menos, espera-se que os

deputados dos Estados Gerais trabalhem para um futuro melhor.

Os movimentos de tropas à volta de Paris inquietam, porém, a população. A 12

de Julho, a demissão por Luís XVI do popular ministro Necker leva ao auge a

exasperação. (...) Tumultos, incidentes e pilhagens de casas de armeiros

multiplicam-se. Na manhã de 14 de Julho, uma multidão considerável,

arvorando emblema vermelho e azul, as cores da cidade de Paris, invade o

edifício dos Inválidos e distribui 40 000 espingardas e 12 canhões que aí se

encontram. Mas a pólvora e as munições estão na Bastilha... A enorme

fortaleza a leste de Paris, que Luís XVI já considerara mandar arrasar, torna-se

o objectivo dos amotinados. Este símbolo do absolutismo cai nas mãos deles

durante a tarde.

Adaptado de A Era das Revoluções, col. "A História dos Homens", Lello & Irmão