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BIBLIOTECA MUNICIPAL DO SEIXAL - SETEMBRO 2011 EXPOSIÇÃO

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BIBLIOTECA MUNICIPAL DO SEIXAL - SETEMBRO 2011

EXPOSIÇÃO

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ORIGEM e PRINCÍPIO? O que é?

ORIGEM e PRINCÍPIO é o nome da exposição que produzimos para lembrar o aniversário dos 900 anos do nascimento de Afonso Henriques, o homem que conduziu a criação de Portugal e que foi o primeiro rei dos Portugueses. Como esta data é importante para o país e para nós, fizemos esta exposição, acom-panhada por outras actividades, para nos lembrarmos desse rei, saber como é que as coisas acontece-ram e como era o passado, a vida das pessoas, há 900 anos.

Foi nessa altura que começou o caminho dos Portugueses e do nosso país, Portugal. A partir daí, o tempo foi passando, aconteceram muitas coisas que nos trouxeram até ao ponto em que hoje estamos, o pre-sente. Mas foi por isso que, hoje, somos um povo e uma nação (a mais antiga da Europa), e o que agora fazemos nos permite continuar a ser Portugueses e a procurar que o país e as pessoas continuem a ter um futuro.

Todos queremos que o futuro seja melhor do que o presente. Para isso, as pessoas têm de se esforçar e, sobretudo os mais novos, como tu, procurar saber mais e fazer as coisas melhor. É por isso que também se deve conhecer bem o passado, como e porque é que as coisas aconteceram. Para isso, é importante a História (a ciência social que estuda o passado, o que aconteceu ao longo do tempo e da vida das pes-soas). Assim, podemos compreender melhor como somos, porque é que hoje as coisas são como são na sociedade em que vivemos (sociedade é o que é formado pelo conjunto de pessoas que vive no mesmo espaço geográfico e que se organiza tendo por base as mesmas normas, princípios e leis) e procurar, com esse entendimento, que aquilo que fazemos e as decisões que tomamos sejam o melhor para agora e para os efeitos que vão ter no futuro.

«Origem» e «princípio» são palavras que querem dizer coisas parecidas. Escolhemos este nome para a exposição porque quisemos partilhar com quem nos visita o que foi o início do nosso passado. Neste sen-tido, podemos dizer que uma origem é o que faz com que uma coisa exista; um princípio, é como e por onde ela começa. É isso que aqui queremos fazer, para as pessoas saberem melhor como foi a origem e o princípio dos Portugueses e de Portugal, esperando assim que todos se interessem, ainda mais, pelo nosso futuro.

A exposição, com ilustrações, tem 9 temas. O que pretendemos com eles é que saibas mais sobre esses assuntos, que possas pensar sobre eles e fazer actividades. Vais ver depois, na visita e nas actividades, como a propósito destes temas irás descobrir e saber coisas curiosas sobre os acontecimentos e a vida daquela altura, a Idade Média, que era tão diferente daquela que temos hoje. Os temas são:

O nascimento de um rei – onde verás porque é que Afonso Henriques decidiu, com outros, fundar Por-tugal e as razões porque ele se tornou o primeiro rei dos Portugueses.

Conquistar um reino, fundar um país – onde compreenderás como é que foi possível a independência e criação de Portugal.

Primeiro, Portugueses – onde saberás, a partir do que ficou escrito daquele tempo (documentos históri-cos, que estão nos arquivos), que a palavra «Portugueses» existiu antes da palavra «Portugal». Ao não se chamarem Galegos (os habitantes da Galiza, o condado onde Portugal teve origem, e que era uma parte do reino de Leão, condado esse que pertencia aos pais de Afonso Henriques), nem se reconhecendo como Leoneses (o que seria Portugal, nesta altura, fazia parte do reino de Leão), isso quererá dizer que aquelas pessoas já sentiam que, mesmo não existindo um país que fosse seu, elas tinham a impressão de fazer parte de um grupo diferente. Pensamos que a noção de povo português e de uma pátria (o que dá às pessoas o sentido de pertencerem e estarem ligados à terra que fora sempre a dos seus pais) já existia antes de Portugal, pelo que terão lutado para ter o seu próprio país, o defenderem e tornarem maior.

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Identidades – onde terás noção de como, na sua origem, os portugueses do norte eram diferentes dos habitantes do sul; de como o território, que depois seria Portugal, não era igual nem na geografia, nem na cultura, nem na forma como as pessoas viviam e como, apesar disso, todos se tornaram um povo de um mesmo país.

Clero, nobreza, povo - onde saberás mais sobre a forma como as pessoas viviam, a sociedade se organi-zava e como a população estava dividida em ordens sociais muito rígidas e fechadas (sendo muito difícil as pessoas passarem de uma para outra) e o que se esperava que cada membro de cada ordem fizesse.

Diferença original – onde descobrirás como e porque é que Portugal era relativamente diferente dos outros países europeus, e porque é que aqui o povo tinha mais direitos e como, para isso, o papel dos concelhos foi importante.

Uma língua, uma cultura, um futuro – onde reflectirás sobre como estes acontecimentos, tão dis-tantes, influenciaram e contribuíram para termos uma cultura própria, para o nosso presente e para o que será o nosso futuro.

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O nascimento de um rei

A ilustração deste tema procura representar o momento em que o jovem príncipe decide unir-se às pes-soas para tornar o Condado Portucalense uma nação livre (uma nação é um colectivo de pessoas que partilham o mesmo passado histórico, o que faz com que tenham as mesmas tradições, costumes e falem a mesma língua) e, com elas, aumentar o território e fundar um país (país é um território indepen-dente, com autoridade e poder para ter um governo próprio).

Naquela altura, quem dirigia um país não era eleito. Era ideia aceite e transmitida que ser o rei corres-pondia à vontade de Deus. Todos os poderes (o de fazer leis, que hoje compete aos deputados que estão na Assembleia da República – o poder legislativo; o de aplicar e fazer cumprir as leis e governar o país, que é tarefa do governo – o poder executivo; o de administrar e fazer justiça nos tribunais, que agora cabe aos juízes – o poder judicial) estavam concentrados no rei. Ele podia organizar, comandar e dirigir o país da forma que queria pois essa era entendida como sendo a vontade de Deus.

Apesar disto, ou por perderem guerras com outros reis, ou por vontade de grupos importantes de dentro e de fora do seu país, muitos reis deixaram de o ser, ou parte do seu território foi ganho por outros e pas-sou a pertencer-lhes. Aconteceu isto com Portugal, pois o seu território de origem pertencia ao Reino de Leão (que, mais tarde, conquistando e unindo outros reinos vizinhos, deu origem à Espanha). Os nobres do Condado Portucalense uniram-se para terminarem com o predomínio que sobre eles tinham os no-bres do Condado da Galiza que pertencia a esse reino. Pensaram em conquistar a independência, tendo o seu próprio rei e reino. Como as pessoas do povo tinham de obedecer aos seus senhores, algumas tinham também vantagem com o seu sucesso e todas deviam sentir que pertenciam ao Condado Portu-calense, a sua terra, e não à Galiza, apoiaram muito Afonso Henriques na aventura que foi fazer Portugal.

Para pensar, procurar saber, conversar e fazer:

• Sabes o que era e o que fazia um rei. Mas, nesta altura, ele teria assim tanta independência e força para fazer, sozinho, tudo como queria?

• Achas que, naquele tempo, qualquer pessoa podia ser rei ou rainha?

• Porque achas que, na ilustração deste tema, está um castelo? Tens ideia de como era a vida num cas-telo?

• Porque pensas que as pessoas estão ajoelhadas?

• Se, naquela altura, fosses um rei, o que imaginas que as pessoas esperariam de ti? E o que é que tu pensavas que era mesmo importante fazer por elas e pelo teu reino?

• Se tivesses de ser tu a fazer a ilustração de um tema sobre o que um rei, ou uma rainha, mais gostaria de fazer, como seria essa ilustração? Mãos à obra. Faz a tua ilustração. Lembra-te que seria no passado, no tempo que chamamos Idade Média, a época dos reis e dos castelos, ainda que possas fazer a tua ilus-tração da forma como imaginas ter sido aquele tempo.

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Conquistar um reino, fundar um país

A ilustração deste tema mostra uma batalha. Para Portugal existir, os Portugueses tiveram de vencer muitas. Mesmo perdendo algumas, ganharam a maioria delas pois, caso contrário, não teria sido possí-vel a formação de um reino independente. Na juventude de Afonso Henriques, o Condado Portucalense pertencia ao rei de Leão e algumas dessas lutas eram contra esse reino. Outras eram contra os mouros, que ocupavam o território a sul de Coimbra. No início, o que mais tarde seria Portugal era uma terra pequena.

Afonso Henriques compensou as pessoas que o ajudaram a tornar Portugal maior e independente. Como se fazia na altura, aos nobres deu feudos (terra que era dada pelo rei a um senhor nobre. Parte desta podia ser dada pelo seu senhor a nobres de menor importância. Quem dava o bem chamava-se suserano; quem o recebia era o vassalo (servidor) e ficava dependente do suserano. Tinham de o apoiar, jurar-lhe obediência (fidelidade), prestar-lhe homenagem, assegurar-lhe serviços (como participar, com os seus homens, na guerra). Todas as pessoas que moravam nos feudos estavam submetidas à vontade do seu senhor e não o podiam deixar (tinham de combater, trabalhar para ele e dar-lhe quase tudo o que produziam).

A recompensa de Afonso Henriques a quem não era nobre, mas muito o apoiou, foi dada com a criação de concelhos e concessão de cartas de foral. Isto era muito importante, pois as pessoas desses sítios passavam a depender do rei e não de um outro suserano, o que lhes dava maior liberdade, direitos e melhores condições de vida. Os concelhos foram, desde o princípio, uma base da organização e do de-senvolvimento de Portugal. Em muitas batalhas, não tanto naquelas que eram contra o rei de Leão e os nobres galegos, mas nas que Afonso Henriques travou para conquistar território aos mouros e tornar o país maior e mais rico, aumentar e alimentar a sua população, estiveram poucos nobres de maior im-portância (a alta nobreza). Quem o ajudou mais foram alguns da chamada baixa nobreza e, sobretudo, as tropas dos municípios, as milícias dos concelhos. Um facto é que, no final do seu reinado, Portugal já tinha mais do dobro do tamanho daquilo que tinha sido o do Condado Portucalense.

Para pensar, procurar saber, conversar e fazer:

• Quem achas que é a figura central na ilustração? Porque pensas isso?

• A batalha da imagem seria contra as tropas mouras ou contra as do reino de Leão? O que é que vês que te leva a escolher ser esse o inimigo?

• Situações de combates e lutas estavam sempre a acontecer. Como achas que as pessoas eram prepa-radas? Seria nas escolas, na Educação Física?

• Porque será que, nesta batalha, umas pessoas combatem a pé e outras estão a cavalo?

• Achas que, naquele tempo, as pessoas «vestiam» os cavalos? Porque é que o animal está assim?

• Hoje, os Presidentes da República não combatem pessoalmente numa guerra. Naquele tempo os reis faziam-no. E rainhas, se governavam um país, acompanhavam o seu exército. Se fosses o rei, como gos-tarias que fosse a tua armadura de guerra? Se fosses uma rainha, como gostarias de estar vestida? Mãos à obra. Faz a tua armadura ou o fato que gostarias de usar. Lembra-te que seria no passado, e faz como mais gostares (e tanto te podes imaginar cristão como um mouro).

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Primeiro, Portugueses

A ilustração deste tema procura representar pessoas comuns, do povo, numa pequena aldeia ou rua de uma vila ou cidade. Todas elas teriam a noção de serem portuguesas, mesmo antes de ter existido o país Portugal. Por isso, é neles que está a origem da nação e é neles que o país começa. A sua maioria era po-bre, vivia nos campos, em casas isoladas ou aldeias, em vilas e numa ou outra cidade, os burgos. Havia, possivelmente, dez vezes menos pessoas do que agora, bem poucas cidades e muito mais pequenas, rodeadas de campos agrícolas e florestas.

Na Idade Média, a vida era dura e insegura para todos. A maioria das pessoas morria, em média, antes dos 40 anos. Tinham más condições de vida e alimentação (por isso, o seu corpo também se desenvolvia menos e eram bem mais baixas do que hoje somos); estavam sujeitas às destruições da guerra, aciden-tes e ferimentos de combates, a epidemias e doenças comuns. Tinham menor resistência às doenças e a medicina estava longe de ter os conhecimentos e meios dos nossos dias. Apesar disso, e ao contrário do que se possa pensar, ainda que a sua vida fosse muito difícil, ela não seria uma coisa completamente triste e cinzenta. Imagens que temos de pinturas nas paredes (frescos) e em livros (iluminuras), relatos de textos, poemas e teatro da época permitem-nos fazer uma ideia de como se divertiam em festas populares e religiosas e nos dias santos (feriados). Estes momentos, e modos de vida, alimentam uma tradição, ligam as pessoas de uma comunidade e contribuem também para as unir mais, dando-lhes o sentimento de serem um povo e um sentimento de pertencerem a uma nação.

Para pensar, procurar saber, conversar e fazer:

• Naquele tempo, havia profissões que, hoje, já não existem; assim como hoje temos muitas que, naque-la altura, não se podiam imaginar (relojoeiro, por exemplo). Sabes o nome de alguma delas?

• Observa a ilustração e vê como estão as pessoas, o que elas fazem e os objectos representados. Que profissões existiriam neste povoado naquela época?

• As casas eram, por dentro e por fora, muito diferentes das nossas e, lá dentro, existiam muito poucas coisas. Como achas que eram as casas? O que é que lá haveria? Como é que as famílias lá viviam? Tinham cozinha, quartos, casas de banho? Usavam fósforos?

• As pessoas tinham pouco para vestir. O vestuário durava, durava e, quando alguém morria, fosse rico ou pobre, a roupa passava sempre para outra pessoa. Sabes que não existiam as peças de roupa que hoje usamos? Que o vestuário de crianças e jovens era igual ao dos adultos? Que tecidos e materiais seriam usados e como se fazia a roupa?

• Pessoas estão sentadas à mesa, num momento de descanso. Tens ideia de como, crianças e adultos, se divertiam? O que imaginas que comiam? Sabes que nunca tinham provado muitos alimentos que, hoje, são vulgares, nem tinham uma série de objectos que nós usamos à mesa? Repara, no alpendre, está um gato preto. Sabes porque é que as pessoas não gostavam de gatos?

• Hoje, vai-se a uma loja e já está tudo feito e, muitas coisas, até pesadas e com medidas. Naquele tempo não. Para terem roupa, compravam ou produziam o tecido e o vestuário era feito manualmente. Faz o desenho para uma roupa e calçado daquele tempo. E, se fores rapariga, lembra-te que as mulheres não andavam muito com a cabeça descoberta (na Biblioteca, podemos dizer-te porquê). Imagina um fato que gostes e que, naquele tempo, estivesse na «moda».

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Identidades

O mundo islâmico tinha conservado melhor a herança dos conhecimentos e da cultura dos gregos e dos romanos. Era, a vários níveis, mais letrado e culto e tecnologicamente mais evoluído do que o cristão. Com a reconquista de território, grande parte da população islâmica e judia permanecia nessas novas terras cristãs. Nas cidades, bastantes judeus e mouros dedicavam-se ao comércio e muitos eram artífi-ces (fabricantes de utensílios ou produtos que são feitos manualmente ou com máquinas rudimentares). Médicos, alquimistas, astrónomos e outras profissões ligadas ao conhecimento eram aqui em maior número. A organização da sociedade, actividades económicas, usos e costumes eram muito diferentes do Norte, há muito reocupado pelos cristãos. Nas terras islâmicas, a dependência das pessoas era me-nos rigorosa; a agricultura utilizava outras técnicas e, baseada em relações sociais mais livres, era mais produtiva; havia mais e maiores cidades; o comércio e a circulação de dinheiro eram mais desenvolvidos. Nas cidades e campos vizinhos, os seus habitantes eram mais ricos e tinham maior autonomia do que nas terras cristãs. As pessoas tinham mais direitos e organizavam-se de forma corporativa em grupos profissionais. Era uma cultura e sociedade diferente, o que terá, depois, influenciado positivamente a concessão de direitos aos concelhos.

Depois de reconquistados, os territórios mouros tinham de pagar elevados impostos e, para os conquis-tadores, era vantajoso que a população mantivesse as suas actividades e métodos de produção mais produtivos, que aceitasse a situação de submissão. Por isso, depois de ocupados os territórios e cidades, Afonso Henriques demonstrou tolerância com os mouros e judeus que aí viviam e permitiu-lhes que mantivessem a sua religião, usos e costumes. Ainda que fazendo parte de um novo país, de conviverem uns com os outros (e por vezes casarem-se), cada grupo (cristãos, mouros e judeus) conservava as suas características, usos e costumes (multiculturalidade). Esta convivência provocou uma natural influência de mentalidades, práticas e costumes entre os três grupos (interculturalidade). Até influências na língua e na música que duram até hoje. Mantendo sempre uma identidade (características próprias e distinti-vas), cada um destes grupos contribuiu para que surgisse uma nova cultura (o conjunto predominante de costumes, práticas e comportamentos transmitidos a uma sociedade e que duram no tempo) e men-talidade (forma como a maioria de um grupo pensa e naquilo em que acredita e considera importante, o que faz com que essas pessoas vivam de forma que esteja de acordo com esses princípios). A cultura portuguesa baseia-se, pois, naquilo que é uma unidade construída e obtida a partir destas diferentes identidades.

Para pensar, procurar saber, conversar e fazer:

• As pessoas da imagem parecem ser mouros cristãos. Serão estes só os que estão a cavalo? Porque pensas isso?

• E o povoado? Repara nas casas. Viverá aqui só uma destas populações?

• O edifício, com uma cruz em cima, deve ser uma igreja, ainda que nos pareça pouco semelhante com as que conhecemos. Porque estará ali uma igreja?

• Apesar de, na imagem, estar um grupo de guerreiros armados, as outras pessoas não aparentam estar com medo. Porque é que não estarão assustadas?

• A tradição oral conservou lendas de mouras encantadas. Vamos dar-te uma cópia do poema A Mouri-nha do Seixal. Achas que esta era uma moura encantada?

• O que é que já leste, viste ou ouviste que seja inspirado, ou que represente, aspectos da vida, da história ou da cultura islâmica?

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Clero

Clero são as pessoas que servem uma religião (crença num ser ou poder superior, e que implica seguir um conjunto de regras que passam a determinar a forma como os crentes e a sua comunidade devem viver). É formado por sacerdotes, padres e outros religiosos que têm por ocupação rezar e realizar actos religiosos e preocupar-se com a salvação da alma das pessoas. Para isso, orientam-nas para elas não pe-carem (a desobediência às regras da religião) e não porem as suas almas em perigo. Também se ocupam daquilo que, de acordo com as normas dessa religião, o clero deve fazer pela sociedade (o conjunto de todas as pessoas que, na mesma altura, vivem num sítio, organizam-se de acordo com as mesmas leis, estando, em princípio, de acordo com elas e com as formas de estar, de pensar e da cultura desse grande grupo).

Foi o clero que, na Idade Média, deu o maior contributo para a cultura (no sentido daquilo que forma o património artístico e de conhecimentos de uma sociedade). Eram, praticamente, as únicas pessoas que sabiam ler e escrever, e foi nas livrarias (bibliotecas) dos conventos que se conservaram e copiaram os antigos livros e conhecimentos. Em alguns conventos desenvolveram-se novas técnicas e processos que aumentaram a produção na agricultura.

Aplicando o princípio religioso de «cuidar e amar o próximo», a assistência social da época e a prática da medicina era, sobretudo, feita nas enfermarias (hospitais) dos conventos. Ali, trabalhavam físicos (médicos), alquimistas (os químicos da Idade Média), boticários (farmacêuticos), confeccionando alguns monges as receitas dos medicamentos. Estes tinham tanta importância para a cura quanto a fé. Curan-deiros, feiticeiros, adivinhos, astrólogos e bruxas, «mulheres de virtude», eram uma alternativa para tratamentos e cuidados de saúde. Estas pessoas asseguravam estes e outros serviços, pois na Idade Média as pessoas acreditavam em coisas fabulosas e fantásticas, como em encantamentos, maldições, bruxedos e almas penadas, o que interferia muito nas suas vidas.

Para pensar, procurar saber, conversar e fazer:

• Sabes que, na Idade Média, não havia escolas como as que conheces? Que as escolas que existiam eram nos conventos, os sítios que havia para ensinar (a muito poucas pessoas) a ler, escrever e contar e (a menos pessoas ainda, a filosofia, matemática, astronomia e outras ciências e conhecimentos?

• Sabes que, nesta altura, não se falava como agora e não se escrevia nada em português?

• Sabes como eram os livros nesta altura? Onde achas que se podia comprar um livro?

• Sabias que os conventos tinham uma enfermaria, o sítio para tratar os doentes (enfermos), pois come-çaram por prestar esse apoio aos peregrinos, serviço que passou a ser usado por outras pessoas? Que eram, praticamente, os únicos sítios onde, por experimentação de técnicas e produtos, se conservava e construía o conhecimento médico?

• Sabes que poucas boticas (farmácias) havia fora dos conventos e mosteiros, e que muitos produtos para a preparação de mezinhas e elixires (medicamentos) vinham dos hortos dos conventos (pequenos espaços, um misto de horta e jardim)? E que as farmácias, em Portugal, só se generalizaram a partir de 1834, com o encerramento da maioria dos conventos?

• Sabes que também são famosos os doces feitos nos conventos femininos (doçaria conventual)? Faz um desenho de como imaginas um laboratório ou uma cozinha de um convento. Em alternativa, podes escrever uma receita de uma mezinha ou de um doce conventual que conheças.

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Nobreza

Considerava-se que combater para a defesa do território e das pessoas era o papel e ocupação que com-petia à nobreza. Nobreza é o grupo de pessoas que, por nascimento, pertence a uma determinada fa-mília. Têm, por isso, o que se chama título nobre (conde, por exemplo), e que é herdado pelo filho mais velho. Estes, desde muito pequenos, deixavam de viver com os pais. Iam para casa de um outro nobre, que morava num outro castelo, num paço ou num solar. Eram aí eram educados até, por volta dos 15 anos, se tornarem cavaleiros. A partir daí, deviam seguir as regras do código de cavalaria: proteger as mulheres e os fracos; defender a justiça contra a injustiça e o mal; amar e proteger a sua terra; defender a Igreja. Mas nem sempre seguiam estas regras quando tinham outras conveniências pessoais, familia-res ou de alianças.

Os nobres gozavam de determinados privilégios (direitos e regalias que lhes eram concedidos e que os libertavam de ter de cumprir parte das leis a que os outros tinham de obedecer). Isto fazia com que fos-sem mais poderosos do que as outras pessoas. Passavam também a fazer parte da nobreza as pessoas a quem, não tendo nascido naquelas famílias, o rei concedia um título nobre. Este era acompanhado da doação de um feudo (uma propriedade onde todos estavam submetidos à autoridade do seu senhor) e de vários privilégios. Era uma forma de o rei lhes pagar, ou recompensar, por um serviço importante que lhe tivessem prestado, sobretudo apoio militar e a lealdade. Os reis também faziam nobres alguns filhos e filhas que tinham tido de namoradas. Tornava-se igualmente nobre uma pessoa que casasse com um deles.

As formas preferidas de divertimento da nobreza eram a caça, os torneios, a dança, jogos de mesa, as festas e banquetes, saraus musicais e de poesia. Esta era cantada e divulgada pelos trovadores que andavam de castelo em castelo. Nesta altura, também para o amor, os cavaleiros tinham de respeitar o código de amor cortês (o cavaleiro prestava um serviço amoroso à sua dama: elogiava-a, defendia-a e era-lhe fiel, sem que isso significasse uma proximidade física). A dama devia ser inacessível. Mais do que amarem-se, o que era mesmo importante era o amor em si, pelo que o seu amor não devia ser um namoro como o de hoje, mas uma coisa mais espiritual. Mas, tal como o código de cavalaria, também o código de amor cortês não era sempre praticado.

Para pensar, procurar saber, conversar e fazer:

• As figuras mais destacadas nesta ilustração são o casal nobre. Se fixares bem a cara do homem, que impressão é que ele te transmite?

• Quem serão os homens que o acompanham? Porque estarão ali?

• Olha bem para a senhora. Podes pensar que está grávida, mas as damas nobres, e outras mulheres, usavam este modelo de roupa e cobriam frequentemente o cabelo. Porque achas que faziam isso? • Este cavalo parece estar «vestido» de uma maneira diferente do da 2.ª ilustração. Porque é que, para uma visita às suas terras (domínios), ou a um outro nobre, se paramentava o cavalo com um manto da-queles? Este manto tem o mesmo padrão da túnica do nobre. Porquê que é que isso seria e para que é que serviria?

• Ao longe, tendo por fundo uma floresta, vê-se um castelo. Porque é que muitos nobres viviam em cas-telos e para que é que estes serviam? Sabes porque é que, nesta altura, não havia propriamente palácios?

• Desenha, ou escreve, como imaginas uma festa num castelo ou um torneio. Também podes fazer um poema para a rapariga ou rapaz de que gostes (uma cantiga de amor, se for para ela; uma cantiga de amigo, se for para ele. Damos-te algumas, só para veres como eram as daquele tempo).

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Povo

O povo é o conjunto de pessoas que, nascidas num determinado território, partilham a mesma língua e costumes. Podes pensar: «Então, se é assim, porque que é que não existia só o povo e havia a nobreza e o clero?». Porque, na época, a organização da sociedade estava dividida em 3 grupos sociais: clero, no-breza e povo. Na altura, considerava-se: «Defensores [nobreza] são um dos três estados que Deus quis por que se mantivesse o mundo, ca bem assim como os que rogam pelo povo chamam oradores [clero], e aos que lavram a terra per que os homens hão-de viver e se mantêm são ditos mantenedores [povo], e os que hão de defender são chamados defensores». Quando se nascia, ou se pertencia, a uma destas ordens sociais, era difícil passar para uma outra. A maioria das pessoas vivia da agricultura (para alimen-tarem as famílias e comprarem tudo o que precisassem), não era dona da sua terra, nem dos instrumen-tos de trabalho. As terras eram pouco produtivas, os trabalhos eram duros e todas as pessoas tinham de pagar impostos muito elevados, prestar serviços e combaterem pelos seus senhores.

Como as pessoas eram analfabetas, para fazer o seu trabalho e vida do dia-a-dia, os conhecimentos eram transmitidos de forma oral. Possivelmente por isso, as igrejas eram decoradas com pinturas da Bíblia. Era como ver as histórias bíblicas num livro de desenhos. As proibições impostas pela religião eram muitas e rigorosas, mesmo para a alimentação e a vida privada. Com a falta de liberdade e as ca-rências que existiam, as proibições ajudavam a controlar as pessoas. Talvez por isso os momentos de fes-ta fossem intensos, como sucedia no Carnaval, onde podiam exteriorizar excessos e comportamentos: usava-se o humor para criticar e brincar com os poderosos; não se respeitavam, como no resto do ano, as proibições alimentares, sexuais e de vestuário. As festas, com traços de paganismo (do tempo em que as pessoas, antes do cristianismo, adoravam outras divindades), eram pequenos períodos de alguma liberdade e abundância e funcionavam como uma espécie de válvula de escape.

Para pensar, procurar saber, conversar e fazer:

• Hoje, muitos pequenos e médios agricultores são proprietários. Processos e calendário de cultivo tam-bém são diferentes. Sabes que trabalhos estas pessoas estão a fazer e que instrumentos usam? Muitos ho-mens, durante os meses de Primavera e Verão, ocupavam-se em fossados e presúrias. Sabes o que eram?

• As pessoas do povo eram obrigadas ao pagamento de impostos em trabalho ou mercadoria aos seus senhores e à igreja (de quem podiam ser também servos): talha, corvéia, banalidades, mão-morta, por-tagens e dízima. Sabes o que eram estes impostos?

• Os moinhos, de ar, de água, de maré, eram dos equipamentos industriais mais importantes na Idade Média. Dirás: «Claro! Eram precisos para moer os cereais e ter farinha para fazer pão (pão branco para os mais ricos, pão escuro para os outros)». Mas sabias que também havia forma de moer os cereais manual-mente, em casa, em mós de pedra, e que isso não era permitido?

• Ao fundo, está um castelo e começa uma floresta. Achas que se podia lá ir, apanhar frutos e animais selvagens, buscar madeira que era necessária para fazer casas, mobiliário, objectos e a que era precisa para as pessoas cozinharem e se aquecerem? • Na Idade Média quase não havia dinheiro. Como pensas que, sem dinheiro, se fazia para comprar e vender uma coisa que era precisa?

• Como as pessoas viviam muito isoladas, quase sem estradas, era difícil encontrar o que não se produ-zia nos sítios. O comércio era pouco desenvolvido e havia poucas lojas. Não era fácil nem comprar nem vender o que produziam. Em datas fixas, faziam-se feiras em vilas e burgos e as pessoas deslocavam-se aí para vender e comprar as coisas. Pensa num sítio onde morarias, no que lá haveria e no que faltaria e desenha uma feira medieval. Lembra-te que, ali, as pessoas também se divertiam, sendo o trabalho de alguns proporcionar esses momentos de diversão.

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Diferença original

Desde a origem de Portugal existiu uma diferença em relação a outros países: a existência de concelhos, sendo que, noutros reinos, este tipo de organização só surgiu muito tempo depois. Nos concelhos (o espaço dos burgos e terras vizinhas que lhe pertenciam) as pessoas do povo tinham direitos que as que viviam nas terras da nobreza ou da Igreja não tinham. Fazia uma grande diferença morar num concelho (uma terra que, de acordo com a sua carta de foral, se organizava e era gerida de forma relativamente livre pelos seus próprios habitantes). Tal permitia, ao contrário do que sucedia nas outras terras, afirmar e consolidar aí o poder real e o dos próprios concelhos, o que contribuiu para um maior equilíbrio de po-der, liberdade e dignidade das pessoas.

O movimento concelhio foi, ao longo do tempo, uma força libertadora e transformadora. A autonomia dos concelhos (a forma de organização mais antiga da história do país) era reconhecida pela carta de foral (documento dado pelo rei, que estabelecia quais eram os limites dessa terra; como era administra-da; os direitos e deveres das pessoas que aí moravam. Valiam as leis de cada concelho, que obedeciam aos usos locais e ao que tinha ficado acordado no seu foral). As terras de um concelho ficavam livres do poder do clero e da nobreza, passando a depender directamente do rei. Mas nem elas faziam parte das suas propriedades, nem as pessoas lhe pertenciam, pois os seus habitantes não eram escravos (mesmo que tivessem sido mouros aprisionados, sendo que um escravo era propriedade do seu senhor e podia ser vendido), nem servos da gleba (pessoas que não eram livres de sair do sítio onde trabalhavam e eram obrigadas a servir os seus senhores). As obrigações a prestar ao rei ficavam logo ali determinadas. Claro que para terem maiores direitos, as pessoas tiveram de lutar por eles. O foral também dava aos conce-lhos os baldios (terras abandonadas) para uso colectivo das pessoas. Motivar as pessoas a povoar e viver nas terras dos concelhos permitiu um maior progresso: aumentou a produção agrícola e o desenvolvi-mento das outras actividades produtivas e comerciais. Os concelhos tinham picota (pelourinho) e selo próprio (para identificar e autenticar um documento feito pelo concelho), sinais do seu direito de aplicar justiça e tomar decisões. Na região de Setúbal, algumas terras tiveram cartas de foral. Afonso Henriques deu-o a Palmela em 1185. Almada teve foral em 1190 e Sesimbra em 1201, ambos concedidos pelo seu filho, Sancho I. Nota que a servidão durou ainda, por vários séculos, em muitos países, sendo a Rússia, já em meados do séc. XIX, o último a terminar com este tipo de relação de dependência.

Para pensar, procurar saber, conversar e fazer:

• O que imaginas estar representado nesta imagem?

• Todos já brincámos à apanhada. Nesse jogo, por vezes, existe o coito. O seu sentido é parecido com o de couto, situação em que se encontravam algumas terras. Também existiam coutos municipais. Sabes que direitos tinham? O de um deles assegurava: «Quem violar o couto municipal pode ser morto pagan-do a comunidade uma pele de coelho ou um copo de água, menos o matador».

• Um couto não era uma coutada. Sabes a diferença? Havia também coutos de homiziados, autênticos coitos, como se fosse uma espécie de terra onde se podia «começar de novo». Sabes o que eram?

• Sabes porque é que nunca existiu um foral do Seixal?

• Podes pegar em gesso ou barro e, com o que desejas que ele simbolize, fazer o modelo de como gos-tarias que fosse o teu selo de concelho.

• Imagina, para os dias de hoje, direitos e liberdades que gostasses de ter. Escreve a tua Carta de Foral, mas não te esqueças que tens também de dizer quais vão ser as tuas obrigações.

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Uma língua, uma cultura, um futuro

Sabias já algumas coisas que aqui foram referidas; de outras, estarás, agora, mais informado. Possi-velmente saberás mais sobre o tempo em que aconteceu, e como foi, a origem e princípio de Portugal, que tem quase 900 anos. Se olharmos para a história do nosso passado, vemos que já enfrentámos e ultrapassámos muitas dificuldades. As de um país pequeno e que teve inimigos mais fortes; adversida-des militares, políticas e económicas e algumas opções e formas de estar e pensar que não terão sido as melhores, mas o país sobreviveu. Por isto, e tendo Portugal tido uma origem e princípio difícil e incerto, é de reconhecer o esforço e mérito dos Portugueses ao longo destes quase nove séculos. E de admirar a ideia inspiradora da criação de Portugal, a firmeza para a manter e concretizar e que começou na Idade Média. Mas isto o que quer exactamente dizer? Que é um tempo no meio de alguma coisa?

Podes apenas dizer: a Idade Média foi a época dos reis e dos castelos. Mas, agora, já sabes mais. Ela foi mesmo um tempo no meio, entre o fim do mundo clássico (com a queda do Império Romano) e o princípio do Renascimento. Durou do ano 476 até à conquista de Constantinopla pelos turcos em 1473. Nessa altura, já tinha surgido na Europa uma realidade nova, que transformou a sociedade medieval: o Renascimento, um movimento cultural inspirado nas antigas civilizações grega e romana. Sobre ele, dizia Bernardo de Chartres: «Somos anões empoleirados nos ombros de gigantes [estes gigantes eram a cultura grega e romana]. Assim, vemos melhor e mais longe do que eles, não porque nossa vista seja mais aguda ou nossa estatura mais alta, mas porque eles nos elevam até o nível de toda a sua gigantesca altura». O Renascimento surgiu no final do séc. XIV e deu início à Idade Moderna. Foi um movimento de renovação que deu predomínio ao pensamento e à razão sobre a crença (o racionalismo); ao rigor cien-tífico; a uma nova atitude face a Deus; à valorização do Homem (humanismo). Ao colocar o homem no centro do pensamento humano, e não Deus, isso significou um corte com a visão da Idade Média. Deu origem a uma nova cultura e sensibilidade, a progressos no conhecimento, nas ciências e nas artes que transformaram profundamente as mentalidades e a sociedade. Perdurou até cerca de 1659, mas os seus princípios e valores ainda hoje influenciam o nosso pensamento, cultura e sociedade.

Lembra-te que foi no início do Renascimento que começaram os Descobrimentos Portugueses. Há quem pense que é nesta data, a da conquista de Ceuta, que se deve considerar ser o do fim da Idade Média. Na verdade, com os Descobrimentos, foi como se o mundo tivesse ficado maior. A partir daí, com novos conhecimentos e invenções, com um desenvolvimento nunca visto do comércio e das manufacturas, com as alterações nas relações entre as pessoas, surgiu uma nova mentalidade e sociedade. E Portugal, em parte pelo que eram as suas limitações e dificuldades, em parte pela ousadia das pessoas e por ter o conhecimento técnico e científico mais inovador da Europa, foi dos países que tiveram nos Descobri-mentos um papel mais importante e pioneiro. Para isso foi importante o conhecimento e tecnologia existentes na cultura islâmica (com a qual tivemos um contacto privilegiado, devido à sua presença his-tórica no território) e da sua integração na cultura portuguesa, o que teve início com Afonso Henriques. Foi também por ele ter começado a criar este país que hoje temos uma língua própria que é das mais faladas no mundo. Depois, tivemos contactos com outras culturas, delas recebemos e nelas deixámos influências e continuámos a enriquecer a nossa e a procurar o desenvolvimento e progresso do país e do seu povo. E é por sermos um país que tudo o que fizemos, fazemos e faremos ao longo do tempo nos faz saber e sentir que somos Portugueses, quer nas situações positivas, quer nas adversas.

Sabes bem que, agora, o mundo é diferente, que evoluiu para uma sociedade da informação. Um novo tempo que traz, a vários níveis, novos desafios, oportunidades e dificuldades. Mas pensa que, ao longo da história, os Portugueses sempre enfrentaram e venceram obstáculos. Por várias vezes (tal como na Idade Média sucedia com os concelhos), até perdemos e reconquistámos direitos e liberdades. Quer contra adversários externos, quer contra regimes políticos internos. A última vez foi em 25 de Abril de 1974. Mas isso foram dificuldades que surgiram no caminho e que ultrapassámos. Um caminho que con-tinuaremos a fazer e que começou, com Afonso Henriques, na origem e princípio de Portugal. Por isso, deves também ter ambição, ânimo e vontade para melhorar e transformar o presente e, como dizia Fernando Pessoa, teres «saudade do futuro».

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Aqui, não te colocamos questões para pensares e responderes. Estás no presente, no teu tempo. Por isso, és tu que deves olhar para ti e para o mundo, interrogar-te, pensar e agir. É assim que se faz o presente e se constrói o futuro, sendo que há práticas que deves ter e gostar: ler, conversar, pensar, es-crever. E também estar atento(a) e participar, de forma activa e positiva, no que acontece à tua volta. É claro que tu saberás muito mais coisas que queres e podes fazer. Elas estão à tua espera!

Deixamos-te um desejo. Usando versos do poeta Kavafis:

Quando saíres a caminho da ida para Ítaca,Faz votos para que seja longo o caminho,Cheio de aventuras, cheio de conhecimentos.

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Ao olhar as ilustrações, ouvires a pessoa que acompanhou a visita e conversares sobre cada tema, o que achaste mais interessante saber? Se fosses tu a guiar a visita, o que pensas que seria mais importante dizer?

Para saber mais, podes ler livros, ver filmes e teatro, ouvir música, procurar na Internet, conversar com outras pessoas. Muitas destas coisas podes encontrar na Biblioteca Municipal e na biblioteca da tua escola. Damos aqui algumas sugestões, para cada tema abordado.

BIBLIOTECA MUNICIPAL DO SEIXAL - SETEMBRO 2011

EXPOSIÇÃO

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O nascimento de um rei

Para ler: MATTOSO, José; MAGALHÃES, Ana Maria; ALÇADA, Isabel: Os primeiros reis de Portugal, Lisboa, Cami-nho, 1997

CARMO, A. do; GARCÊS, José: D. Afonso Henriques, Porto, Asa, 1987

MATTOSO, José: O essencial sobre a formação da nacionalidade, Lisboa, Instituto Nacional – Casa da Moeda, 2007

Para ouvir: Chant Gregorian: Noel – Messe de minuit, messe du jour, [s.l.], Accord, 1985

[s. a.]: Lendas Sagradas, [s.l.], CELTIBÉRIA, 2008

Para ver, os filmes: DISNEY, Walt: A Espada Era a Lei [registo vídeo], Lisboa, Lusomundo Audiovisuais, 2008

SHEPARD, Page: A Lenda do Rei Artur [registo vídeo], Lisboa, Unimundos II, 2006

BOORMAN, John: Excalibur [registo vídeo], [s.l], Warner Home Video, 1995

FUQUA, Antoine: Rei Artur [registo vídeo], [s.l.], Disney Video, 2004

JACKSON, Peter: O Senhor dos Anéis, Lisboa, LNK, 2003

Para ver na Internet:[s. a.]: D. Afonso Henriques, 1.º rei de Portugal – Parte 2-5 [9.50 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

LINO, Pedro: O Primeiro Rei [5.30 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

[s. a.]: Feudalismo [3.35 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

NEVES, Escola Dr. Azevedo: Sociedade Medieval [8.42 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

PYTHON, Monty: The Bridge of Death [3.17 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

WIKIPEDIA: List of historical drama films: Films set in the Middle Ages (5th to mid-15th centuries), in Wiki-pedia (disponível em www.en.wikipedia.org), 29.09.2011

CAMÕES, Instituto: A ler : Era uma vez um rei, in Instituto Camões (disponível em www.instituto-camoes.pt), 29.09.2011

Para fazer: Não se tem a certeza nem do ano exacto em que Afonso Henriques nasceu (1109? 1111?), nem onde isso aconteceu (em Guimarães? Em Viseu?). Pouco importa. Interessante mesmo é, se tiveres oportunidade, visitares estas cidades. Enquanto não o puderes fazer, podes ver livros com imagens, filmes e informa-ções que também existem na Internet. Ou visitar um castelo próximo para teres uma ideia de como era o tipo de sítio em que ele nasceu. Consulta também os auxiliares pedagógicos que estão disponíveis.

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Conquistar um reino, fundar um país

Para ler:LETRIA, José Jorge: Era uma vez um rei conquistador, Alfragide, Oficina do Livro, 2009

MAYNARD, Christopher: No tempo dos cavaleiros, Lisboa, Verbo, 1998

MALLORY, Thomas: A morte de Artur, Lisboa, Assírio e Alvim, 1991-1993

PARDAL, Maria João Martins; MARTINH, Ezequiel Passos: A comenda secreta, Lisboa, Ésquilo, 2005

Para ouvir:HORNER, James: Braveheart: o desafio do guerreiro, Londres, DECCA Record Company Limited, 1997

Para ver, os filmes:RPKOWALCHUK, William: A lenda de Camelot, Lisboa, Castello Lopes, 1998

MANN, Anthony: El Cid, Lisboa, Lusomundo, 1991

GIBSON, Mel: Braveheart: o desafio do guerreiro, Lisboa, Castello Lopes, 1996

BRANAGH, Kenneth: Henrique V, Lisboa, Lusomundo Audiovisuais, 2005

Para ver, na Internet:[s. a.]: A verdadeira história da Batalha de S. Mamede [14.32 min], in Youtube (disponível em www.youtu-be.com), 29.09.2011

[s. a.]: As origens de Portugal [8.49 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

[s. a.]: 1100 Repoboación: A conquista do Sur [2.28 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

PYTHON, Monty: O francês insultor [2.51 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

Para fazer:Visitar o Museu Militar. Também podes experimentar, na biblioteca, um jogo electrónico ou uma partida de xadrez. Consulta também os auxiliares pedagógicos que estão disponíveis.

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Primeiro, Portugueses

Para ler:BEAUMONT, Émilie: A idade média, [s. l.], Fleurus, 2001

MAGALHÃES, J. Aires: As origens, Lisboa, Formar, [s. d.]

Para ouvir:WEFFORT, Alexandre Branco: A canção popular portuguesa em Fernando Lopes-Graça, Lisboa, Caminho, 2006

Para ver:[s. a.]: Eu adoro história! [CD-ROM], Porto, Porto Editora, 2007

ROCHA, António: A Península Ibérica: localização, ambiente natural e primeiros povos, Vila Nova de Gaia, Ministério da Educação, Estrutura de Projecto do Ensino Básico Mediatizado, 1997

Para ver, na Internet:[s. a.]: História Essêncial [sic] de Portugal – Vol. 1 (Parte 4) [11.53 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

Para fazer:Podes visitar o Museu do Brinquedo e ver artesãos produzir, ainda hoje, como dantes se faziam tecidos, roupa, alimentos, mobiliário e muitas outras coisas. Também podes procurar fazer um cozinhado daque-les tempos. Isto são aspectos culturais e uma cultura sobrevive no tempo. Consulta também os auxiliares pedagógicos que estão disponíveis.

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Identidades

Para ler:ALBERTO, Crisóstomo: Os Bárbaros e os Mouros, Coimbra, Pé de Página, 1998

ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner: O cavaleiro da Dinamarca, Porto, Figueirinhas, 1997 SCOTT, Walter: Ivanhoe, Mem Martins, Publicações Europa-América, 1985

MATTOSO, José: A identidade nacional, Lisboa, Gradiva, 1998

MAGALHÃES, Jorge: Contos do Sul, Porto, Asa, cop. 1993

COELHO, Adolfo: Obra etnográfica, Lisboa, Dom Quixote, 1993

HUISMAN, Marcelle: Contos e lendas da Idade Média: com uma breve enciclopédia. Lisboa, Verbo, cop. 1986

Para ouvir:WEFFORT, Alexandre Branco: A canção popular portuguesa em Fernando Lopes-Graça, Lisboa, Caminho, 2006

GERINELDO: De fiestas y alegrias (cantos judeo-españoles), São Paulo, Saga, 1992

Para ver, os filmes:TROUSDALE, Gary e WISE, Kirk: O corcunda de Notre Dame, Lisboa, Lusomundo, 1997

THORPE, Richard: Ivanhoé, Lisboa, Lusomundo, [s.d.]

SCOTT, Ridley: Reino dos céus, [s. l.], Twentieth Century Fox, cop. 2006

SAURA, Carlos: Fados, [Lisboa], Fado Filmes, 2008

Para ver, na Internet:[s. a.]: O cavaleiro da Dinamarca [1.26 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011 [s. a.]: Era medieval [6.34 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

[s. a.]: 900 Esplendor de Al-Andalus [15.21 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

PYTHON, Monty: Ele disse Jeová! [2.23 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

Para fazer: No concelho, tens várias associações de pessoas de outros países e, nas festas, são apresentadas activi-dades, objectos e alimentos das suas culturas. O mesmo acontece nas feiras de artesanato e em activi-dades desenvolvidas pelas escolas. Na Biblioteca Municipal podes usar o Espaço Intercultural e consultar também os auxiliares pedagógicos que estão disponíveis.

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Clero

Para ler:GANDIOL-COPPIN, Brigitte: Pedra após pedra, a catedral, Lisboa, Civilização, 1991

ECO, Umberto: O nome da rosa, Lisboa, Difel, 1993

Para ouvir:[v. a.]: La voix bulgare: Mystic chants, [s.l.], Proper/Retro, 1999

MAIO MOÇO: Estrada de Santiago, Pontinha, Vidisco, 1996

Para ver, os filmes:DISNEY, Walt: O corcunda de Notre Dame, Lisboa, Lusomundo Audiovisuais [distrib.], 2001

DONNER, Richard: A mulher falcão, Lisboa, Castello Lopes, 1991

ANNAUD, Jean-Jacques: O nome da rosa, [s. l.], Constantin Film, 2004

Para ver, na Internet:[s. a.]: Idade Média demónios, vampiros, bruxas e lobisomens [4.19 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

[s. a.]: Igreja medieval [3.01 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

[s. a.]: 1111 Construcción catedral románica [5.18 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

PYTHON, Monty: Como identificar uma bruxa [4.54 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

Para fazer: Podes assistir no concelho, por altura das festas, à passagem de uma procissão e à Marcha das Canas, o que tem a ver com formas populares de as pessoas se relacionarem com a religião. Visitas muito interes-santes para fazer é ao Convento da Arrábida, ao Convento de Varatojo, ao Mosteiro de Lorvão, ao Museu da Farmácia e ao Museu do Hospital das Caldas da Rainha. Consulta também os auxiliares pedagógicos que estão disponíveis.

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Nobreza

Para ler:HAWCOCK, David [et al.]: Cavaleiros: um livro tridimensional, Lisboa, Sol Jovem, cop. 1995

MASINI, Beatrice: Rei Artur, Guinevere e Lancelot: uma história de amor e guerras, Lisboa, Livros Horizon-te, 2005

LOBEIRA, João e LAPA, Manuel Rodrigues: Amadis de Gaula, Lisboa, Seara Nova, 1973

MORAIS, Francisco de: Palmeirim de Inglaterra, Lisboa, [s.n.], 1960

CIDADE, Hernâni: Poesia Medieval – Cantigas de Amigo, Lisboa, Seara Nova, 1977

VASCONCELOS, Laura: Tristão e Isolda, Lisboa, Guimarães Editores, 2006

MAGALHÃES, J. Aires: A Idade Média, Lisboa, Formar, [s.d.]

CAMÕES, Luís Vaz de: «Os doze de Inglaterra» [episódio do canto VI de Os Lusíadas], Porto, Lello & Irmão, 1985

Para ouvir:[v. a.]: Le temps de l’amour courtois, Arles, Harmonia Mundi, 1995

CODAX, Martin: Fin’Amor – Cantigas de Amigo, [s. l.], Pavane records, 2004

Para ver, os filmes:BARBIE: Barbie – escola de princesas, Lisboa, Universal, [s.d.]

SCHAFFNER, Franklin: Senhor da Guerra, Lisboa, Classic Line, [s.d]

ZEFFIRELLI, Franco: Hamlet, [s. l.], Carolco International, cop. 1999

ZUCKER, Jerry: Lancelot du Lac, [s. l.], [s. n.], 1974

POLANSKI, Roman: Macbeth, [s. l.], Lisboa, Costa do Castelo Filmes [distrib.], cop. 2005

Para ver, na Internet:[s. a.]: Medieval [3.13], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

[s. a.]: Arthurian Adventure – Sir Lancelot in Arthurian Adventure (disponível em http://arthurianadventu-re.com), 29.09.2011

PYTHON, Monty: Os cavaleiros que dizem «Ni» [1.22 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

Para fazer: Visitar o Museu do Traje, a Quinta da Fidalga, um castelo, como o de Palmela, Setúbal ou de Alcácer do Sal, que são interessantes e estão próximos de ti. Consulta também os auxiliares pedagógicos que estão disponíveis.

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Povo

Para ler:RICE, Christopher [et al.]: Como viviam as crianças: o meu primeiro livro de história, Porto, Porto Editora, cop. 1996

HERCULANO, Alexandre: Lendas e narrativas, Amadora, Bertrand, 1978

BOURGEON: Os companheiros do crepúsculo, Lisboa, Meribérica, [s.d.]

LE GOFF, Jacques: A Idade Média explicada aos meus filhos, Rio de Janeiro, Agir, 2007

MAGALHÃES, Ana Maria: Uma viagem ao tempo dos castelos, Lisboa, Caminho, cop. 1985

Para ouvir:RODRIGUES, Amália: O folclore e as marchas, Lisboa, EMI, 1989

MUGE, Amélia: Novas vos trago, Vila Verde, Tradisom, 1998

Para ver, os filmes:DISNEY, Walt: Robin dos Bosques, Lisboa, Lusomundo Audiovisuais [distrib.], 2002

CURTIZ, Michael: Robin dos Bosques, Lisboa, Lusomundo, [s.d.]

[s. a.]: Idade Média: o Povo, Lisboa , VDE, 1992

Para ver, na Internet:[s. a.]: O Povo na Idade Média [1.58 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

PHYTON, Monty: Camponeses constitucionais [2.49 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

ORFF, Carl: Carmina Burana (danish chamber version) 1/6 [9.02 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

Para fazer: Visitar o Ecomuseu Municipal do Seixal e o Moinho de Maré de Corroios; participar nas actividades mu-nicipais de jogos tradicionais, desfiles de Carnaval, marchas populares. E, também, fazer os auxiliares pedagógicos que estão disponíveis.

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Diferença original

Para ler:FOSTER, Hal: Príncipe Valente nos tempos do Rei Artur, Rio de Janeiro, Brasil-América, 1983

GARRETT, Almeida: O arco de Sant’Ana: crónica portuense, Porto, Lello & Irmão, [s.d.]

MAGALHÃES, J. Aires: A formação, Lisboa, Formar, [s.d.]

FLORES, Alexandre Magno [et al.]: Os forais de Almada e seu termo, Almada, Câmara Municipal de Almada, 1983

REBELO, Manuel de Oliveira: Retalhos da minha terra: monografia do concelho do Seixal, Seixal, Câmara Municipal do Seixal, 1992

Para ouvir:JARA, Brigada Victor: Brigada Victor Jara: 15 anos de recriação da música tradicional portuguesa, [s. l.], Caravela, 1992

Para ver, os filmes:VERHOEVEN, Paul: Conquista Sangrenta, [s. l.], [s.n.], [s. d.]

SARAIVA, José Hermano: A Fundação, Lisboa, RTP Videofono,Unimundos II [distrib.], cop. 2005

Para ver, na Internet:[s. a.]: O flautista encantado [7.26 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

[s. a.]: História Essencial de Portugal, Vol. 1, Parte 5 [11.52 min], in Youtube (disponível em www.youtu-be.com), 29.09.2011

[s. a.]: Época medieval [8.32 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

[s. a.]: Economia feudal [5.25 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

[s. a.]: La Edad Media - Ciudades, mercaderes y artesanos [10 min], in Youtube (disponível em www.you-tube.com), 29.09.2011

[s. a.]: 1200 O aire das cidades fainos libres [7.29 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

Para fazer: Fazer as actividades da maleta pedagógica Direitos por Direito?; participar nas actividades da tua escola e aproveitar as oportunidades que tens para aprender e ser uma pessoa mais informada e pre-parada; colaborar com as pessoas; estar atento ao que acontece, às notícias da televisão, rádio, jornais e Internet, e conversarcom os outros.

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Uma língua, uma cultura, um futuro

Para ler:SANTOS, Maria Emília Brederode e NEVES, Leonor Baeta: A Constituição da República Portuguesa: trocada por miúdos, Lisboa, Assembleia da República, 2001

CARVALHO, Sérgio Luís de [et al.]: História de Portugal contada às crianças, Sintra, Impala, 2003 Fernandes, Maria da Conceição: Portugal: 8 séculos em banda desenhada, Porto, Porto Editora, 1994

Para ouvir:SILVESTRE, Isabel: A portuguesa, [Lisboa], EMI-Valentim de Carvalho, 1996

Para ver, os filmes:SARAIVA, José Hermano: Das origens à Revolução de 1245-1248, Lisboa , Videofono 2003

Para ver, na Internet:APROXIMARTE: A Extraordinária Viagem de D. Afonso Henriques a 2010 [2.48 min], in Youtube (disponí-vel em www.youtube.com), 29.09.2011

[s. a.]: A origem da língua portuguesa [3 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

CAMÕES, Instituto: História da língua portuguesa em linha, in Instituto Camões (disponível em www.instituo-camoes.org), 29.09.2011

[s. a.]: A morte de Gonçalo Mendes da Maia, o «Lidador» – I , in Heróis medievais (disponível em herois-medievais.blogspot.com)

MARTINS, Bruno César: A very short History of Portugal [2.06 min], in Youtube (disponível em www.youtube.com), 29.09.2011

E, claro, muito mais coisas podes fazer para te divertires e encontrares informações sobre cada tema.

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Actividades complementares

VISITAS GUIADAS

ACTIVIDADES PARA O PÚBLICO INFANTILAnimação de leitura: D. Afonso Henriques, o Conquistador, de André Letria. Colecção «Era uma vez um Rei», Lisboa, Expresso, 2008

ACTIVIDADES LÚDICAS E EDUCATIVASConquistar um castelo, conservar uma cidade Personagens fantásticas Sabores com 9 séculos Sou um(a) estilista medieval Escrever com penas (actividade de manipulação)

ACTIVIDADES PARA O PÚBLICO JOVEMO lazer na época de Afonso Henriques: ateliê de exploração de textos e imagens temáticas O universo medieval inspirador de imagéticas e personagens: ateliê de pesquisa e de expressãoFazedores de histórias no tempo dos castelos: ateliê de exploração e produção de textos relacionados com a reprodução e recriação de personagens, ambientes/cenáriosPenas de amor: ateliê de escrita inspirado na poesia de amor medieval

AUXILIARES PEDAGÓGICOS DISPONÍVEIS

PÚBLICO INFANTILLer de trás para a frente I: descobrir expressões diferentes e divertidasO báculo, o brasão e a picota: modos de vida do clero, da nobreza e do povoA minha carta de foral: ser criança ontem e hojeComo era brincar no tempo dos burgos e dos castelos

PÚBLICO JOVEMOrganização e produção de trabalho na Idade MédiaConquistar direitos: as cartas de foralGóticoIN: olhar e recriar o traje medieval Ler de trás para a frente II: descobrir expressões diferentes e divertidasJogos de estratégiaComo era o amor

BIBLIOTECA MUNICIPAL DO SEIXAL - SETEMBRO 2011

EXPOSIÇÃO

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