Órgão de divulgação do senado federal ano x – nº 1.908 ... · do ministro edson vidigal...

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Órgão de divulgação do Senado Federal Ano X – Nº 1.908 – Brasília, segunda-feira, 5 de abril de 2004 Para senadores, financiamento à mídia deve evitar privilégios Páginas 4 e 5 Paim e Serys cobram aprovação da PEC paralela A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) pode votar amanhã projeto de lei do senador Pedro Simon que garante auxílio financeiro da União a instituições, sem fins lucrativos, que trabalham com a preservação da memória histórica e geográfica do país. Página 3 CAE vota ajuda financeira para preservação histórica Página 3 CPI do Banestado pode gerar R$ 5 bi até julho RELATÓRIO Entre José Mentor e Romeu Tuma, Antero Paes de Barros (C) preside os trabalhos da comissão de inquérito As investigações realizadas pela comissão já estão produzindo resultados administrativos e financeiros. A Receita Federal teve este ano uma arrecadação extra de R$ 2 bi, com previsão de alcançar R$ 5 bi até julho. Página 2 Medida que proíbe os bingos vai a votação A medida provisória que proibiu o fun- cionamento dos bingos e das máquinas caça-níqueis em todo o Brasil já está no Plenário do Senado para votação. Ela é uma das sete MPs que devem ser exami- nadas para liberar a pauta, permitindo a análise de outras matérias. A medida pro- visória mais antiga e que tem preferência Página 3 de votação muda o Estatuto do Desarma- mento para que as guardas municipais das cidades com população entre 50 mil e 250 mil habitantes possam usar armas quando estiverem em serviço. O relator- revisor, Renan Calheiros, vai apresentar projeto de lei de conversão alterando pon- tos da medida provisória. Veja como examinar as cédulas para não receber dinheiro falso O Especial Cidadania de hoje mostra os itens de segurança que podem ajudar a identificar cédulas falsificadas. O hábito de examinar marcas d’água, ajuste entre desenhos nos dois lados da nota e impressões em relevo pode evitar grandes prejuízos. De 1994 até hoje, a falsificação já causou um rombo de R$ 87 milhões ao país. A pena para essa prática criminosa pode variar de três a 12 anos de prisão. Página 8 REPRESSÃO AO CRIME R$ 20 mil em notas falsas vindas do Paraguai foram apreendidos pela Polícia Civil do Paraná, em setembro de 2003 Moreira Mariz Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo/Folha Imagem

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Órgão de divulgação do Senado Federal Ano X – Nº 1.908 – Brasília, segunda-feira, 5 de abril de 2004

Para senadores, financiamento à mídia deve evitar privilégiosPáginas 4 e 5

Paim e Serys cobramaprovação da PEC paralela

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) pode votaramanhã projeto de lei do senador Pedro Simon quegarante auxílio financeiro da União a instituições,

sem fins lucrativos, que trabalham com a preservação da memória histórica e geográfica do país.

Página 3

CAE vota ajuda financeirapara preservação histórica

Página 3

CPI do Banestado podegerar R$ 5 bi até julho

RELATÓRIO Entre José Mentor e Romeu Tuma, Antero Paes deBarros (C) preside os trabalhos da comissão de inquérito

As investigações realizadas pela comissão já estãoproduzindo resultados administrativos e financeiros. AReceita Federal teve este ano uma arrecadação extra de

R$ 2 bi, com previsão de alcançar R$ 5 bi até julho.

Página 2

Medida queproíbe os bingos

vai a votaçãoA medida provisória que proibiu o fun-

cionamento dos bingos e das máquinascaça-níqueis em todo o Brasil já está noPlenário do Senado para votação. Ela éuma das sete MPs que devem ser exami-nadas para liberar a pauta, permitindo aanálise de outras matérias. A medida pro-visória mais antiga e que tem preferência

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de votação muda o Estatuto do Desarma-mento para que as guardas municipaisdas cidades com população entre 50 mil e250 mil habitantes possam usar armasquando estiverem em serviço. O relator-revisor, Renan Calheiros, vai apresentarprojeto de lei de conversão alterando pon-tos da medida provisória.

Veja como examinar as cédulaspara não receber dinheiro falso

O Especial Cidadaniade hoje mostra os itensde segurança quepodem ajudar aidentificar cédulasfalsificadas. O hábito deexaminar marcasd’água, ajuste entredesenhos nos dois ladosda nota e impressõesem relevo pode evitargrandes prejuízos. De1994 até hoje, afalsificação já causouum rombo de R$ 87milhões ao país. A penapara essa práticacriminosa pode variarde três a 12 anos deprisão.

Página 8REPRESSÃO AO CRIME R$ 20 mil em notas falsas vindas do Paraguaiforam apreendidos pela Polícia Civil do Paraná, em setembro de 2003

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2 Brasília, segunda-feira, 5 de abril de 2004

www.senado.gov.brE-mail: [email protected].: 0800-612211 - Fax: (61) 311-3137

MESA DO SENADO FEDERAL

Presidente: José Sarney1º Vice-Presidente: Paulo Paim2º Vice-Presidente: Eduardo Siqueira Campos1º Secretário: Romeu Tuma2º Secretário: Alberto Silva3º Secretário: Heráclito Fortes4º Secretário: Sérgio ZambiasiSuplentes de Secretário: João Alberto Souza,Serys Slhessarenko, Geraldo Mesquita Júnior,Marcelo Crivella

Endereço: Praça dos Três Poderes, Ed. Anexo Ido Senado Federal, 20º andar - Brasília - DFCEP 70165-920

Diretor-Geral do Senado: Agaciel da Silva MaiaSecretário-Geral da Mesa: Raimundo Carreiro SilvaDiretor da Secretaria de Comunicação Social: Armando S. RollembergDiretor-adjunto da Secretaria de Comunicação Social: Helival RiosDiretora do Jornal do Senado: Maria da Conceição Lima Alves (61) 311-3333Editores: Djalba Lima, Edson de Almeida, Eduardo Leão, Iara Altafin e José do Carmo AndradeDiagramação: Iracema F. da Silva, Osmar Miranda, Sergio Luiz Gomes da Silva e Wesley BezerraRevisão: Eny Junia Carvalho, Lindolfo do Amaral Almeida, Miquéas D. de Morais e Rita AvellinoTratamento de Imagem: Edmilson FigueiredoArte: Cirilo QuartimArquivo Fotográfico: Elida Costa (61) 311-3332Circulação e Atendimento ao leitor: John Kennedy Gurgel (61) 311-3333Agência SenadoDiretor: Antonio Caraballo (61) 311-3327Chefia de reportagem: Valéria Ribeiro e Valter Gonçalves Júnior (61) 311-1670Edição: Helena Daltro Pontual (61) 311-1151 e Marco Antonio Reis (61) 311-1667

O noticiário do Jornal do Senado é elaborado pela equipe de jornalistas da Subsecretaria AgênciaSenado e poderá ser reproduzido mediante citação da fonte.

Impresso pela Secretaria Especial de Editoração e Publicações

O Plenário realiza hoje, a partir das14h30, sessão não deliberativa, sem avotação de matérias. O presidente doSenado, José Sarney, participa da possedo ministro Edson Vidigal (foto) como

Sarney participa da posse de Edson Vidigal no STJ

O secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Paulo deTarso Lustosa da Costa, participa de audiência pública noConselho de Comunicação Social hoje, às 14h. O secretário falasobre o posicionamento do ministério diante dos problemasenfrentados pelas empresas de comunicação no Brasil.O conselho analisa ainda seu regimento interno definitivo e ostrabalhos das comissões temáticas.

Conselho ouve representante do Ministério das Comunicações

O presidente da Comissão deConstituição, Justiça e Cidadania(CCJ), senador Edison Lobão(PFL-MA), convocou reunião

Votação de emendas à reforma do Judiciáriopara amanhã, às 11h, a fim decontinuar a votação dos desta-ques ao relatório do senadorJosé Jorge (PFL-PE) sobre a

A Comissão de Assuntos Econômi-cos (CAE) pode votar amanhã, às10h, ofício do governo do estadode São Paulo solicitando autoriza-ção para empréstimo de US$ 20

CAE examina projeto de inclusão social em São Paulo

Os destaques ao relatório do senador Sibá Machado (PT-AC) aoPlano Plurianual (PPA) 2004-2007 devem ser analisados pelaComissão Mista de Orçamento (CMO) na reunião de amanhã, às14h30. O parecer, que entrou na pauta da comissão no fim do anopassado, foi votado na última quinta-feira.

Orçamento vota destaques ao PPA

A TV Senado exibe hoje, às 19h30, o programaCidadania, que discute o papel, na históriabrasileira, do ex-presidente João Goulart,deposto em março de 64. Participam do debateMaria Thereza e João Vicente Goulart, esposa efilho de Jango. Às 20h30, o cardeal GeraldoMajela fala sobre a Campanha da Fraternidade.

Jango na TV SenadoNa quarta-feira será realizada videoconferênciasobre a campanha “Quem Financia a Baixaria éContra a Cidadania”, que busca responsabilizaros anunciantes por violações éticas cometidaspor programas de TV. O evento, no auditório doInterlegis, é uma iniciativa da Comissão deDireitos Humanos da Câmara dos Deputados.

Ética na televisão

A agenda completa, incluindo o número de cada proposição, está disponívelna Internet, no endereço www.senado.gov.br/agencia/agenda/agenda.asp

presidente do Superior Tribunal deJustiça (STJ), às 15h. Amanhã, ossenadores dão prosseguimento aoexame das medidas provisórias quetrancam a pauta de votações da Casa.

proposta de reforma doJudiciário. Até a última reuniãodo colegiado, foram votadas 133das 165 emendas apresentadas.

milhões junto ao BancoInteramericano de Desenvolvimento(BID). A verba será destinada àexecução do programa Cultura eCidadania para a Inclusão Social.

A comissão parlamentar mis-ta de inquérito que investiga aremessa ilegal de recursos pe-las contas CC-5, conhecida co-mo CPI do Banestado, que fun-ciona desde julho do ano pas-sado, já produziu efeitos admi-nistrativos e financeiros queestão sendo comemorados pe-las autoridades federais.

Segundo a revista IstoÉ Di-nheiro da semana passada, osdados enviados pela CPI com402 mil registros de operaçõesrealizadas por meio de contasCC-5 em Foz do Iguaçu (PR),entre 1996 e 2002, permitiramà Receita Federal expedir mul-tas que possibilitaram uma ar-recadação extra de R$ 2 bilhõeseste ano. A previsão da asses-soria do presidente da comis-são, senador Antero Paes deBarros (PSDB-MS), é de queesse número chegue a R$ 5 bi-lhões até o fim da investigação,prevista para 16 de julho.

Mais importante que o resul-tado contábil, no entanto, é atroca de informações, que nor-malmente demorariam a circu-lar e estão sendo fundamentaispara desenvolver um conjuntode novas normas e rotinas paraaprimorar o controle da remes-sa de divisas. O consultor doSenado André Eduardo, chefeda equipe de especialistas queassessora a comissão, explicaque a CPI é um fórum ondeagentes políticos e servidores

dos três Poderes têm a raraoportunidade de se articular noesforço comum em busca desoluções para o problema da la-vagem de dinheiro.

– A CPI conta com a ajuda di-reta ou indireta de mais de 30profissionais especializados doSenado, da Câmara, da ReceitaFederal, da Coaf (órgão do Mi-nistério da Fazenda que inves-tiga a lavagem de dinheiro), doBanco Central, da Polícia Fede-ral, do Ministério Público daUnião e do Tribunal de Contasda União, o que permite a tro-ca de experiências e dados en-tre vários órgãos que normal-mente não agem de forma co-ordenada – argumenta AndréEduardo.

Além disso, a comissão dis-põe de mecanismos ágeis queàs vezes nem a Justiça tem,como a prerrogativa de levartestemunhas para fora do paísa fim de obter provas.

O relator da CPI, deputadoJosé Mentor (PT-SP), esteve emNova York (EUA) com NicéaCamargo investigando a exis-tência de contas do seu ex-ma-rido e ex-prefeito de São PauloCelso Pitta.

Foi dessa forma também quea comissão obteve autorizaçãoda Justiça da Suíça para levan-tar informações sobre a movi-mentação financeira do ex-pre-feito de São Paulo.

A colaboração da Justiça deoutros países, aliás, é fato iné-dito na história das CPIs e de-monstra a credibilidade exter-na dos trabalhos do Congressobrasileiro, que conseguiu aindaa colaboração do procuradorpúblico de Nova York, RobertMorgenthau, para obter dadossobre transações financeiras debrasileiros nos EUA.

(Esta reportagem é de autoriada Coordenação de Jornalismoda Câmara dos Deputados.)

CPI do Banestado devegerar R$ 5 bilhões

em multas até julho

COORDENAÇÃO Antero Paes deBarros anuncia os resultadosobtidos pela CPI até agora

As operaçõesinvestigadas pelacomissão já renderamà Receita multas novalor de R$ 2 bilhões

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3Brasília, segunda-feira, 5 de abril de 2004

Estímulo à preservação da memória histórica

Paim quer mínimo de US$ 100e manutenção da PEC paralela

AGENDA MP que muda o Estatuto do Desarmamento deve ser analisada em primeiro lugar por senadores

Senadores devemvotar MPs antes deanalisar outrosprojetos constantesda pauta

Medida que proíbe os bingosestá no Plenário para votação

COMPROMISSO Segundo Paim,acordo está sendo “violentadode forma inaceitável”

Serys pede substituição dorelator da emenda na Câmara

Já está no Plenário, para vo-tação, a medida provisória(MP) editada pelo presidenteLuiz Inácio Lula da Silva queproibiu, em 19 de fevereiro, ofuncionamento de bingos e demáquinas caça-níqueis no país.Junto com outras seis medidas,ela está trancando a pauta – asMPs têm de ser votadas antesde quaisquer outros projetos.

A primeira delas (MP 157/03),a mais antiga e que tem prefe-rência de votação, faz mudan-ças na lei que instituiu o Esta-tuto do Desarmamento, paraque os guardas municipais dascidades com mais de 50 milhabitantes possam usar armas,em serviço. Se a cidade ficar emregião metropolitana, os guar-das municipais poderão portaras armas inclusive fora de ser-viço. No entanto, todos essesguardas terão de receber trei-namento específico e o Co-mando do Exército da área farácontrole dessas armas.

Depois de negociações como ministro da Justiça, a MP está

sendo alterada pelo relator-re-visor, Renan Calheiros (PMDB-AL), que no ano passado foi re-lator do Estatuto do Desarma-mento. Renan vai apresentarprojeto de lei de conversão(PLV) sobre a medida provisó-ria, alterando o seu conteúdo,inclusive criando condiçõespara que guardas municipaisde cidades com população de50 mil a 500 mil habitantes pos-sam usar armas. Além disso, elevai prorrogar por 90 dias todosos prazos previstos no estatutopara a extinção dos atuais por-tes de armas, registro de armaslegais e entrega de armas semregistro à Polícia Federal.

Antes de votar a medida pro-visória que proíbe os bingos, ossenadores vão discutir a MP161/04, que estabelece comoserá a partilha com estados emunicípios da arrecadação daCide (Contribuição de Inter-venção no Domínio Econômi-co), conhecida como “impostodos combustíveis”. Desde o iní-cio deste ano, a União tem dedestinar aos estados e municí-pios 25% da Cide.

Essas são as MPs que podemser votadas (se houver acordopartidário) nesta semana:

– Muda o Estatuto do Desar-mamento, permitindo que guar-

Sete MPs aguardam decisão dos senadoresdas municipais em cidadescom população entre 50 mil e250 mil habitantes possam usararmas em trabalho (MP 157/03,que será modificada por proje-to de lei de conversão).

– Trata da partilha da Cidecom estados e municípios (MP161/03, modificada pelo PLV19/04).

– Transfere R$ 3,4 bilhões aestados e municípios, basica-mente por compensação porperdas de tributos estaduaisnas exportações (MP 162/04).

– Faz mudanças na organiza-ção da Presidência da Repúbli-ca, inclusive criando a Secreta-

ria de Coordenação Política(MP 163/04, modificada peloPLV 20/04).

– Institui a cobrança de PIS-Pasep e Cofins sobre bens e ser-viços importados (MP 164/03,alterada pelo PLV 21/04).

– Dispõe sobre os contratosde gestão entre a Agência Na-cional de Águas e as entidadesexecutivas dos comitês de re-cursos hídricos de bacias hi-drográficas (MP 165/04, altera-da pelo PLV 23/04).

– Proíbe o funcionamento debingos e caça-níqueis no país(MP 168/04, que está sendo mo-dificada pelo PLV 22/04).

Entre os seis itens que a Co-missão de Assuntos Econômi-cos (CAE) vota amanhã, está oprojeto de lei do senador PedroSimon (PMDB-RS) que estabe-lece a concessão, pela União, deauxílio financeiro para umainstituição cultural, em cadaunidade da Federação, destina-da à preservação da memória

histórica e geográfica cultural.A proposição (PLS 132/03) de-termina que as instituiçõesdestinatárias devem ter caráterprivado e não podem ter finslucrativos nem remunerar seusdirigentes e conselheiros.

De Pedro Simon é o voto fa-vorável para a aprovação doprojeto de lei encaminhado

pelo Poder Executivo (PLC 89/00) que faz a adequação da le-gislação brasileira à Resolução45 do Grupo Mercado Comum,que instituiu o RegulamentoVitivinícola do Mercosul. Emseu relatório, Simon observaque 90% da produção vitivi-nícola brasileira se concentrano Rio Grande do Sul.

Outra proposta na pauta daComissão de Assuntos Econô-micos é o empréstimo de US$20 milhões do Banco Intera-mericano de Desenvolvimento(BID) para o Programa de Cul-tura e Cidadania para a Inclu-são Social – Fábricas da Cultu-ra, do estado de São Paulo (ofí-cio “S” 30/03).

VINHO Pedro Simon apóiainstituição do RegulamentoVitivinícola do Mercosul

O senador Paulo Paim (PT-RS) disse que o salário mínimono Brasil chegará a US$ 100 em2004, com base no próprio ín-dice de aumento do funciona-lismo público anunciado pelogoverno. “O governo anunciouque os menores salários terãoreajuste de 30%, o que elevaráo mínimo para R$ 312”, afir-mou. A promessa em relação àdata do reajuste do funcionalis-mo e do pagamento dos apo-sentados, quinto dia útil, “tam-

bém está sendo cumprida”, dis-se Paulo Paim.

O senador considera “inacei-tável” o que está sendo feito naCâmara dos Deputados com achamada PEC paralela, a pro-posta que garante direitos e foiaprovada no Senado comocontrapartida à reforma da Pre-vidência Social.

– Há gente mentindo de for-ma descarada e vergonhosa,estão transformando a tramita-ção da PEC paralela em algo la-macento, pantanoso. Há umacordo que envolveu o governoe suas lideranças, envolveu amim próprio, e estão violentan-do esse acordo de forma inacei-tável – protestou.

Paim afirmou que se houverquebra do acordo, com a mu-dança da PEC paralela na Câ-mara, não haverá mais condi-ções para que o Senado aprovenenhuma proposta que depen-da de acordo.

A senadora Serys Slhessa-renko (PT-MT) cobrou da Câ-mara dos Deputados o cumpri-mento do acordo firmado emdezembro do ano passado en-tre lideranças do Congresso Na-cional e o governo para apro-var a Proposta de Emenda àConstituição 77/02 – a PEC pa-ralela da reforma da Previdên-cia. Serys defendeu a mudançado relator, deputado José Pi-mentel (PT-CE), caso ele nãoconcorde com a manutençãodo texto encaminhado pelo Se-nado àquela Casa.

– Afirma-se no Nordeste quehomem que não cumpre acor-do não honra as calças que ves-te. Isso significa quebra deacordo. Tem significado de en-ganação, traição que merece amais veemente repulsa. A pos-sibilidade de quebra de acordoé inaceitável.

Para a senadora, se o relatornão pode mudar de opinião,por estar prisioneiro de supos-ta coerência que o impediria deaprovar o que rejeitou há me-nos de um ano, ele deve sersubstituído nessa função.

– Ou então que tenha a hon-radez de cumprir o acordo emudar o relatório. São as duasúnicas alternativas – argumen-tou Serys Slhessarenko.

PALAVRA Serys Slhessarenkoaponta “traição que merece amais veemente repulsa”

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4 Brasília, segunda-feira, 5 de abril de 2004

AJUDA À MÍDIA

Comissão vai fazer exameprévio de crédito do BNDES

CRITÉRIO Hélio Costa sugereque socorro atenda aos veículosde todos os tamanhos

Banco deve enviarainda esta semana,para conhecimentodos senadores da CE,proposta em estudo

Senadores comentam financiamento

IMPORTÂNCIA Empresas de mídiasão “altamente estratégicas”,lembra Roberto Saturnino

CONTRAPARTIDA CristovamBuarque defende programaseducativos e culturais

A Comissão de Educação(CE) deve receber esta semanacópia da proposta em estudono Banco Nacional de Desen-volvimento Econômico e Soci-al (BNDES) para abertura de fi-nanciamentos às empresas decomunicação social. O fococentral será a criação de três li-nhas de crédito – investimen-to, compra de papel e refinan-ciamento de dívidas –, segun-do antecipou o vice-presiden-te do banco, Darc Costa, em re-cente audiência no colegiado.

O senador Osmar Dias (PDT-RS), presidente da comissão,disse que a chegada do docu-mento é imprescindível para

que os senadores possam for-mar opinião sobre se a linha decrédito vai atender aos interes-ses do país.

– Na audiência pública, trou-xemos as partes envolvidas pa-ra apresentar seus pontos devista e tornar públicas as con-dições em que os empréstimospoderão ser oferecidos. Se nãofosse realizada, talvez o dinhei-

ro já tivesse sido repassado deuma forma não usual, já que oBNDES não tem linha de cré-dito para capital de giro ou pa-gamento de dívidas. Defendoque os empréstimos sejam usa-dos para investimentos, umamudança de rumo importantepara que o dinheiro públicoseja mais bem aplicado.

Segundo o senador, a comis-são precisa antes analisar ascondições em que os créditosserão oferecidos. “Tenho mui-tas dúvidas em relação aos cri-térios. É importante que sejamos mesmos usados em relaçãoa outros setores da economiabrasileira.”

No debate com os senadoresda Comissão de Educação,Darc Costa informou que osplanos são de criar programade incentivo no valor de R$ 4 bi-lhões para as empresas de rá-dio, TV e mídia impressa – cujasdívidas são estimadas em R$ 10bilhões.

Vice-presidente da Comissãode Educação, o senador HélioCosta (PMDB-MG) consideraque os critérios de concessãodevem ser decididos pelo cor-po técnico do BNDES, obede-cendo às regras usualmenteempregadas pelo banco.

– O programa de socorro de-ve ser amplo, abrangendo jor-nais, revistas, TVs e rádios aber-tas. Deve atender às mídias detodos os tamanhos, afinal a cri-se no setor é geral. O Estadobrasileiro pode mostrar, comesse programa, que consideraestratégico o segmento de mei-os de comunicação. Já temosuma enorme participação es-trangeira em setores como te-lecomunicações, telefonia, TVs

a cabo e por satélite, por issodefendo que a imprensa brasi-leira seja protegida dessa inva-são, que seja mantida em mãosnacionais – afirmou.

Também membro da CE, osenador Roberto Saturnino(PT-RJ), presidente da Subco-missão de Cinema, Comunica-ção Social e Informática do Se-nado, acredita que as empresasde mídia podem ser considera-das “altamente estratégicas”,portanto merecedoras de fi-nanciamentos do BNDES, porcausa de seu papel na forma-ção da imagem nacional.

O senador e ex-ministrro daEducação Cristovam Buarque(PT-DF) tem raciocínio seme-lhante, mas faz uma ressalva.

– Essas empresas são partedo patrimônio nacional, comotambém o são as empresas deaviação e de telecomunicações,por exemplo, e não podem serabandonadas à própria sorte.Sempre se tendo em mente quetodo financiamento públicodeve ser realizado com a máxi-ma transparência – assinalou osenador.

Cristovam pretende sugerirao BNDES, por exemplo, meca-nismos de contrapartida aosempréstimos que induzam asgrandes redes de televisão a in-vestirem mais em produção re-gional e independente, e emprogramas culturais e educa-tivos, como parte do programade socorro oficial.

CONDIÇÃO Osmar Dias afirmaque financiamento precisaatender aos interesses do país

Crivella é contra empréstimoàs empresas de comunicação

O senador Marcelo Crivella(PL-RJ), membro da Comissãode Educação, criticou a propos-ta do Banco Nacional de De-senvolvimento Econômico eSocial (BNDES) de criar umprograma de socorro financei-ro à mídia. Segundo ele, já hou-ve no passado empresas queenfrentaram graves situaçõesde crise econômica, mas nempor isso o governo abriu os co-fres para emprestar dinheiro.

– É bom lembrar que as redesde televisão Tupi, Excelsior eManchete não tiveram ne-nhum apoio do BNDES paracontornar suas dificuldades fi-nanceiras e acabaram que-brando. Muitos trabalhadoresda extinta Manchete estão atéhoje sem receber seus direitostrabalhistas. Então, por queagora se falar em socorro finan-ceiro à mídia, com os escassosrecursos da sociedade brasilei-ra? – questionou o senador.

Crivella reconhece que amaioria das empresas de co-municação social enfrenta di-ficuldades provocadas pela bai-xa atividade econômica do país.

– Essa é, sem dúvida, a maiorcrise da história recente da mí-dia no Brasil. Houve endivi-damento recorde do setor decomunicação, se fala em R$ 10bilhões, praticamente surgidonos anos 90, porque as empre-sas se modernizaram e ampli-

aram instalações, captando re-cursos no país e no exterior.Como não houve o desenvolvi-mento econômico esperado,frustraram-se as expectativasde faturamento.

Para o parlamentar pelo Riode Janeiro, é preciso diferenci-ar essas dificuldades daquelascausadas por “equívocos geren-ciais” de determinados grupos.

– É o caso das OrganizaçõesGlobo, que sempre adotaramatitude monopolista. A emisso-ra chegava a pagar dez vezes ovalor praticado no mercadopara aquisição dos direitos dedeterminado evento, muitasvezes só como forma de impe-dir os concorrentes de fazê-lo– observou.

Crivella citou como exemplode “equívoco gerencial” a com-pra dos direitos de transmissãoda Copa do Mundo de futebol.

O vice-presidente do BancoNacional de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDES),Darc Costa, apóia o socorro àmídia, conforme justificou emaudiência pública na Comissãode Educação.� Sobre a eventual concessão

de créditos para investi-mentos na área de equipa-mentos e tecnologia: “É denosso interesse que empre-sas se constituam no Brasilpara fornecer equipamen-tos da nova forma de mídia(tecnologia digital)”.

� Sobre empréstimos do ban-co para a compra de papel:“É necessário criarmos con-dições para que os jornais erevistas tenham acesso aopapel, em especial ao papelnacional. Se nós constituí-mos uma indústria de celu-

Dirigente do banco apontarazões para socorro à mídia

lose no Brasil, nada nos im-pede de ter uma indústriade papel que poderia aten-der a essas necessidades”.

� Sobre o uso dos financia-mentos para saldar dívidas:“Precisamos recompor nãosó o setor televisivo, mastambém o setor da mídiaimpressa. Se nós quisermoster uma sociedade estrutu-rada, não podemos prescin-dir de meios de comunica-ção democráticos e articu-lados com a sociedade”.

� Sobre a importância do so-corro à mídia: “O setor de co-municação social é estraté-gico. A imprensa é peça fun-damental para a construçãode um projeto nacional. Pre-servando esse setor, estamospreservando a identidade ea cultura nacionais”.

MONOPÓLIO Para Crivella, criseem algumas empresas é fruto de“equívocos gerenciais”

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5Brasília, segunda-feira, 5 de abril de 2004

José Jorge faz críticasàs mudanças no ensino

Ainda falta o Banco Nacionalde Desenvolvimento Econô-mico e Social (BNDES) apre-sentar formalmente ao Senadoseu projeto de socorro às em-presas de comunicação socialem dificuldades financeiras,mas a audiência pública pro-movida pela Comissão de Edu-cação já serviu para mostraraos senadores que nem os pró-prios empresários do setorconvergem sobre o assunto. AGlobo e a Bandeirantes, duasdas cinco grandes redes de te-levisão aberta do país, apro-vam a iniciativa, inclusive a li-nha de crédito que permita opagamento de dívidas. Mas asoutras três – SBT, Record eRede TV! – são contra essa al-ternativa. O temor é que as Or-ganizações Globo absorvamquase a totalidade dos recur-sos oferecidos pelo banco.

– O projeto encaminhado aoBNDES pelas associações deemissoras de rádio e TV(Abert), de jornais (ANJ) e deeditoras de revistas (Aner) dizque cada empresa poderia teraté 33% do total dos recursos.De R$ 5 bilhões, nós estamos

DESPREZO José Jorge avalia quea questão técnica na educaçãofoi totalmente abandonada

Maciel elogia espaço cultural do TCU

Senador diz que “sériede trapalhadas” dogoverno no setorcomeçou com aextinção do Provão

O setor de educação estásendo muito mal conduzidopelo governo federal, na opi-nião do senador José Jorge(PFL-PE). Em discurso na sex-ta-feira, ele disse que a gestãoda área não está sendo feita deforma técnica e que não estãosendo consideradas as contri-buições de pessoas que traba-lham no setor.

– A questão técnica na edu-cação foi totalmente despreza-da. Cada ministro que chegapropõe alterações, e por medi-da provisória – criticou.

Segundo o senador, a “série

de trapalhadas” que o governovem promovendo no setoreducacional teve início com aextinção do Provão e sua subs-

tituição por um novo sistemapara avaliar o ensino superior.Esse modelo é, na opinião dosenador pelo PFL, burocráticoe ineficiente.

Ele também fez críticas àproposta apresentada peloministro da Educação, TarsoGenro, no Senado, de extinçãodo Programa de Financia-mento Estudantil (Fies). O sis-tema de concessão de finan-ciamento deverá ser substitu-ído por um programa queconsiste na compra de vagasociosas em instituições priva-das de ensino superior paraatender a estudantes caren-tes. Para José Jorge, a novamedida servirá para benefici-ar universidades com vagasnão preenchidas, e não o es-tudante pobre, que, em suaavaliação, não irá freqüentarcursos de má qualidade.

Em discurso na sexta-feira, osenador Marco Maciel (PFL-PE) elogiou o Tribunal de Con-tas da União (TCU) pela inau-guração, em novembro passa-do, do Espaço Cultural Marcan-tonio Vilaça. O senador ressal-tou que assim o TCU vem unir-se a outras instituições públicascomo a Caixa Econômica Fede-ral e o Banco do Brasil, que pro-movem a cultura do DistritoFederal.

O senador destacou a impor-tância da homenagem presta-da a Marcantonio Vilaça, umhomem que, nas palavras gra-vadas no aço escovado da pla-ca inaugural, “fez da vida umaoração à arte e, da arte, um ato

de fé”. Marcantonio, falecido,era filho do ministro MarcosVilaça.

– Nossa capital foi por tantotempo e por tanta gente criti-

cada pela escassez de ativida-de cultural. Mais que nuncaisso torna-se injusto. Órgãos degoverno e também a iniciativaprivada vêm multiplicando osespaços dedicados às manifes-tações artísticas de todo tipo.Uma atividade cultural múlti-pla tem ocupado todos essesespaços – salientou.

Compareceram à cerimôniade inauguração, entre outrasautoridades, o ministro ValmirCampelo, presidente do Tribu-nal de Contas da União; o mi-nistro Marcos Vilaça, o vice-presidente da República, JoséAlencar; e o presidente do Con-gresso Nacional, senador JoséSarney.

O senador Mozarildo Caval-canti (PPS-RR) leu na sexta-fei-ra, em Plenário, a Carta daAmazônia, aprovada pela Ma-çonaria em conferência realiza-da no fim de março, em que aorganização pede que sejamexcluídos da área de demarca-ção da reserva Raposa/Serra doSol (RR) as cidades de Uiramutãe Pacaraima, vilas, vias de aces-so e propriedades produtivasde grãos.

A Maçonaria, segundo o se-nador, quer ainda maior pre-

sença das Forças Armadas e aimplantação de infra-estruturade educação e saúde no esta-do, inclusive nas áreas indíge-nas, assim como uma políticade desenvolvimento sustentá-vel para a região.

Mozarildo informou que nopróximo dia 14 será votado orelatório final, do senadorDelcidio Amaral (PT-MS), dacomissão externa especial queanalisou os conflitos indígenasem Roraima, Mato Grosso doSul e Santa Catarina.

– É preciso pacificar e pôr or-dem nas demarcações. O Sena-do precisa assumir o comandodessa questão junto com o Exe-cutivo – disse Mozarildo.

O empresário João CarlosSaad, presidente da Rede Ban-deirantes, defende que sua em-presa tenha acesso aos recursoscomo o BNDES faz “para qual-quer outro setor”. O dinheiro,afirmou, poderia ser usadopara pagar dívida ou fazer no-vos investimentos, desde queos empréstimos sejam honra-dos pelas empresas.

Paulo Machado de CarvalhoNeto, presidente da AssociaçãoBrasileira de Emissoras de Rádioe Televisão (Abert), que reúne400 emissoras de TV e cerca de3 mil rádios, disse que o setornunca foi socorrido pelo bancoem operações de crédito.

– O que estamos pedindo é aequiparação com relação a ou-

tros setores da economia bra-sileira, como o de transportesaéreos – argumentou CarvalhoNeto, integrante do Conselhode Comunicação Social doCongresso Nacional.

Para Flávio Cavalcanti Júnior,diretor do SBT em Brasília, seugrupo não está empenhado noprojeto do BNDES, até porquecontaria com outras fontes dereceita.

– Não é verdade que os recur-sos estatais financiam as gran-des redes. Não dependemosdeles – declarou Cavalcanti, re-ferindo-se à publicidade ofici-al veiculada pelo SBT, que, se-gundo informou, responde porapenas 5% de todo o fatura-mento da rede.

Emissoras de TV divergemsobre concessão de crédito

Rede Bandeirantes querempréstimos. SBT rejeita

PROMOÇÕES Marco Maciellembra que atividade cultural noDF é múltipla e intensa

Maçonaria pede solução paraconflito fundiário em Roraima

CONFLITOS Mozarildo lê a Cartada Amazônia, que pede apacificação da região

AJUDA À MÍDIA

falando de R$ 1,5 bilhão namão de uma só empresa. Se osetor tem mais de 4 mil empre-sas, como é possível que partesubstancial do financiamentofique com uma empresa? –questionou o vice-presidenteda Rede TV!, Marcelo de Car-valho.

Dennis Munhoz, presidenteda rádio e TV Record, tambémdiscorda da linha de créditopara quitar débitos anteriores.

– O setor precisa de investi-mento, precisa de dinheiro,mas de dinheiro para coisanova, para geração de novosempregos e não para a quita-ção de débitos passados – ava-liou o executivo.

O vice-presidente de rela-ções institucionais das Organi-zações Globo, Evandro Guima-rães, reforçou que, entre asempresas de mídia no país, aGlobo precisa receber trata-mento especial, “pela suagrandeza e pela sua qualida-de”. Guimarães diz que as dí-vidas contraídas pela Globodecorrem de pesados investi-mentos em tecnologia e gera-ção de empregos.

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6 Brasília, segunda-feira, 5 de abril de 2004

A líder do PT, senadora IdeliSalvatti (SC), elogiou olançamento, pelo presidenteLuiz Inácio Lula da Silva, dapolítica industrial do governo,que prevê R$ 15 bilhões parainvestimentos, sendo R$ 14,5bilhões provenientes doBanco do Brasil e do BancoNacional de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDES).“Ficou bem claro que oministro do Desenvolvimento,Luiz Fernando Furlan, que éoriundo da iniciativa privada,tem plena consciência dasnecessidades dos setoresprodutivos brasileiros”,afirmou Ideli.A senadora ressaltou queos setores que precisam deinovação e tecnologia serãobeneficiados, e que a meta dogoverno Lula de atingir umpatamar de exportações deUS$ 100 bilhões será atingida.

Senado– Estamos muito otimistas.Apesar de setores da oposiçãoque pretendem tumultuar oprocesso, o governo mostraque está operando muitobem, e que este Senado nuncavotou tanto, nunca produziutanto em sua história.Ideli atribuiu a produtividadedo Senado ao presidente JoséSarney e inclusive aos setoresconstrutivos da oposição.“Votamos em tempo recordematérias importantíssimas,como a previdenciária e atributária, a regulamentaçãodo sistema elétrico, e outrostemas fundamentaispara o país.”Dirigindo-se a HeráclitoFortes (PFL-PI), Ideliobservou que há uma“grande coincidência deatores e métodos”, tanto nasdenúncias do caso WaldomiroDiniz quanto no episódioLunus, que interrompeu acandidatura à Presidência daRepública da atual senadoraRoseana Sarney (PFL-MA),então governadora doMaranhão. Heráclitorespondeu que “todo governosofre de amnésia”, e afirmouque a senadora teria propostoa reabertura do “caso Lunus”diante de jornalistas, logo quesurgiram denúncias contraWaldomiro. Ideli disse queesse episódio está encerrado,e que não fez propostanenhuma, foi apenasquestionada pelos repórteres.

Ideli elogialançamento danova políticaindustrial

Arrocho econômico impedecrescimento, afirma Alvaro

Jucá anuncia pacto por desenvolvimentoO PMDB vai apresentar ao

presidente Luiz Inácio Lula daSilva sugestão de agenda paraum pacto pelo desenvolvimen-to, anunciou, em Plenário, osenador Romero Jucá (PMDB-RR). Ele adiantou que a priori-dade será o estímulo às peque-nas e médias empresas e a umreajuste superior a 10% do sa-lário mínimo.

– O PMDB está preocupadocom o rumo que a discussãopolítica está tomando e querretomar o leito da construçãode um país melhor, com pro-postas efetivas para balizar opacto pelo desenvolvimento.

RoraimaJucá destacou ainda a notícia

de uma reunião que teria sidorealizada pelo ministro do De-

senvolvimento Agrário, MiguelRossetto, com deputados doAcre e de Rondônia, para dis-cutir “compensações” ao esta-do de Roraima, pela possíveldemarcação da reserva indíge-

Meta estabelecidapelo governo reduza possibilidade degeração de empregoe renda, diz senador

O senador Alvaro Dias(PSDB-PR) lamentou, em dis-curso na sexta-feira, que o go-verno tenha descartado a pos-sibilidade de diminuição dameta de superávit fiscal, fixadaem 4,25% para os próximos trêsanos. Ele disse que a meta émuito pesada e esgota a capa-cidade de investimento em se-tores fundamentais para a ge-ração de emprego e renda, epara garantir as condições ne-cessárias ao crescimento.

– Palocci afirmou que o arro-cho continua. Como compa-tibilizar crescimento com arro-cho fiscal, com meta de supe-rávit primário de 4,25%? A im-pressão que fica é que o presi-dente aguarda uma solução do

sobrenatural. Não há iniciativagovernamental que sinalizepara a hipótese do crescimen-to econômico que atenda àsnecessidades do país – disse osenador, ao comentar a expo-sição feita, na última semana,pelo ministro da Fazenda naComissão de Assuntos Econô-

micos.Depois de observar que, nes-

se cenário, o Produto InternoBruto (PIB) caiu 0,2% e a rendaper capita, 1,5%, Alvaro Diaslembrou que, de 12ª maior eco-nomia do mundo, o Brasil pas-sou a ser a 15ª. Enquanto a eco-nomia mundial viveu um bommomento, a economia nacio-nal sofreu com a incompetên-cia governamental, salientou.

– Vamos levar o país a um es-trangulamento, que impede ocrescimento econômico – pre-viu o senador.

Em aparte, Maguito Vilela(PMDB-GO) ponderou que hádados promissores sobre a eco-nomia no ano passado, especi-almente no setor agrícola, emque o emprego e as exporta-ções cresceram. Ideli Salvatti(PT-SC), líder do governo, criti-cou a oposição por insistir emque o descontrole da economiano fim do governo passado foicausado pela eleição de LuizInácio Lula da Silva.

na Raposa/Serra do Sol.Ao dirigir uma “palavra de

alerta” ao ministro, Jucá lamen-tou que o tema tenha sido dis-cutido sem a presença de par-lamentares de Roraima e de re-presentantes de povos indíge-nas do estado. Ele recomendoua Rossetto que chame para odebate sobre o tema o governa-dor Flamarion Portella e os trêssenadores eleitos por Roraima,para que a representação polí-tica do estado não seja “feridade morte”.

– Entendo que o ministro tema máxima boa intenção paraajudar Roraima, mas é impor-tante que ele não caia em ar-madilhas, ouvindo segmentosque nada têm a ver com o esta-do – afirmou Romero Jucá.

REAÇÃO Alvaro Dias lamentadeterminação do governo demanter atual superávit

Com a citação de manchetesde jornais sobre o aumento dodesemprego, a grande concen-tração de renda e a queda doBrasil para a 15a economia domundo, o senador Mão Santa(PMDB-PI) voltou a criticar, emdiscurso no Plenário, a políticaeconômica adotada pelo mi-nistro da Fazenda, AntonioPalocci.

– Com todo o respeito aodoutor Palocci, o Lula está sen-do enganado e a economia nãovai bem, não, vai mal – afirmouMão Santa, dirigindo um apelode mudança ao presidente LuizInácio Lula da Silva.

O senador disse que Paloccitem “conhecimentos superfici-ais de economia” e pode serresponsabilizado pela atual si-tuação do país, por “não ter fei-to nada para mudar a situação”.Ele recordou que o Brasil era aoitava economia do mundo,quando governou o Piauí, eque, na administração José Sar-ney, o país chegou a ter cresci-mento de 8%, apesar do altoíndice da inflação.

Mão Santa observou aindaque, nos anos 60, os brasileiroscostumavam usar o equivalen-te a um mês de trabalho parapagar todos os seus impostos.Agora, comparou ele, citandoinformações publicadas em OGlobo, são necessários quatromeses e meio para saldar oscompromissos com os tributos.

– Tudo isso para o governo teravião zero, carro zero e notazero. Ou para sustentar DudaGoebbels Mendonça. A saída éter crescimento e trabalho, masesse governo está perdido nolabirinto da economia e en-chendo a pança dos banquei-ros com a fome e a pobreza dopovo do Brasil – disse o sena-dor, que recebeu apoio de He-ráclito Fortes (PFL-PI).

Mão Santacritica atuação

do ministroPalocci

ÍNDICES Mão Santa destacaaumento do desemprego e daconcentração de renda no país

OBJETIVO PMDB quer retomaros rumos da construção do país,ressalta Romero Jucá

Em discurso na sexta-feira, o se-nador Pedro Simon (PMDB-RS) di-rigiu apelo ao presidente Luiz Iná-cio Lula da Silva para que busqueo apoio dos partidos políticos, dosgovernadores e da sociedade paraimplementar mudanças na políti-ca econômica e permitir a retoma-da do crescimento.

– O presidente Lula pode lideraro movimento por uma mudançasem traumas, capaz de colocar opaís no rumo do progresso e dajustiça social. Não estou pregando

Simon pede a Lula que busque apoio dos partidosa moratória nem o rompimentocom o Fundo Monetário Internaci-onal, mas apenas uma mudança derumo – afirmou Simon.

Na opinião do senador, Lula teriatodas as condições para negociarcom as instituições financeiras inter-nacionais uma flexibilização das re-gras que vêm sendo impostas aoBrasil, uma vez que o país tem hon-rado todos os seus compromissos eadotado metas até mais duras doque as defendidas pelo FMI.

Para Simon, fracassaram na Amé-

rica Latina as políticas recomenda-das pelo Fundo, como a aceleradaprivatização e a “redução dramá-tica” dos investimentos sociais. Osresultados dessas políticas, obser-vou o parlamentar, têm sido oagravamento da crise social e oaumento da violência. Mesmo as-sim, ele disse ver “luz no horizon-te”, pois as instituições financeirasinternacionais já admitem algumaflexibilização “nas cartilhas queimpõem aos países em desenvol-vimento”.

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7Brasília, segunda-feira, 5 de abril de 2004

Para Augusto, dívida pública inviabiliza nação

O senador Augusto Botelho(PDT-RR) atribuiu à dívidapública, de R$ 1 trilhão, a

responsabilidade principal pelagrave situação do Brasil, com ele-vada taxa de desemprego, baixonível de renda, graves deficiênci-as na moradia, na segurança pú-blica, na educação, no transporte,no saneamento básico e na infra-

estrutura em geral. “Mais de 40 mi-lhões de brasileiros continuam ex-cluídos socialmente, sem salário dig-no, sem trabalho estável, sem segu-rança previdenciária, sem renda su-ficiente para atender ao mínimo ne-cessário para o sustento de suas fa-mílias”, disse o senador.

Augusto Botelho lembrou que astaxas de juros do Brasil são as mais

altas do mundo em termos reais, oque vem contribuindo para o cres-cimento do déficit público, para oaumento da dívida e elevação dacarga tributária. “Isso obriga o gover-no a contingenciar o OrçamentoGeral da União e a manter elevadoo superávit primário”, analisa ele.

O senador afirmou que há estima-tivas de embaixadas no exterior que

mostram que mais de 100 mil brasi-leiros deixam o país todo ano, embusca de sobrevivência.

– Muitos desses brasileiros sãoobrigados a viver na clandestinida-de, a levar uma vida muito difícil, cor-rendo risco de deportação, de pri-são, de chantagens, de humilhações,em trabalhos precários, insalubres,perigosos – observou.

PREJUÍZOS País tem as taxasde juros mais altas do mundo,lembra Augusto Botelho

COBRANÇA “Quanto tempo o PTprecisa para reformar a casa?”,questiona Heráclito Fortes

País espera que Senado votetemas relevantes, diz Ideli

Senadora ressalta quematérias como Lei deFalências e parceriapúblico-privada sãoessenciais para o país

DÚVIDA Agripino: nação quersaber se Waldomiro é “câncerisolado ou se houve metástase”

ORGANIZAÇÃO Para Ideli, os 15meses de governo do PT forampara colocar país nos trilhos

A sessão de sexta-feira do Senado Federal foi presidida pelos senadores Paulo Paim, Augusto Botelho,Mozarildo Cavalcanti e Mão Santa e pela senadora Serys Slhessarenko

O senador Heráclito Fortes(PFL-PI), em referência a dis-curso proferido pela líder doPT, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), afirmou que o governo deFernando Henrique Cardosonão fez mais reformas porqueo Partido dos Trabalhadoresimpediu com obstruções as vo-tações das matérias.

– Quero que a senadora Idelidiga à nação quanto tempo oPT precisa para reformar a casa– cobrou o senador.

Heráclito também reclamouindignado de aliados do gover-no que insistem em trazer devolta o episódio em que a Polí-cia Federal encontrou R$ 1,4milhão na empresa Lunus, deJorge Murad, marido da senado-ra e ex-governadora RoseanaSarney (PFL-MA), em 2002,como exemplo de perseguiçãopolítica de adversários doPSDB. O senador registrou queRoseana vem apoiando o go-verno, foi absolvida naqueleprocesso e não merece ser lem-brada por isso.

– Parece haver um prazermórbido de trazer de volta oepisódio de que foi vítima a se-nadora Roseana Sarney. É pre-ciso que as pessoas encontremexemplos mais sólidos parajustificar erros atuais – obser-vou Heráclito.

Heráclitolembra posturado PT durantegoverno FHC

A senadora Ideli Salvatti (PT-SC), líder do PT, afirmou na sex-ta-feira que o Senado deve ater-se às atividades legislativas enão trocá-las por atuações “po-licialescas”. Ideli disse que o PTvai trabalhar para agilizar a tra-mitação de reformas estru-turantes e as votações de ques-tões legislativas importantes,como a Lei de Falências e a par-ceria público-privada.

– A votação desses temas éfundamental para a consolida-ção do processo de crescimen-to. É o que a população esperado Congresso – disse.

A senadora criticou pronun-ciamentos que atribuem ao PT,

no governo há apenas 15 me-ses, todas as mazelas do país,como a injusta distribuição derenda, o desemprego e a quedado 12o para o 15º lugar na eco-nomia mundial.

– Esse período foi para colo-car a economia nos trilhos,para termos a inflação contro-lada, o risco país e o dólar emqueda e para a retomada docrescimento – declarou.

A senadora lamentou teremcreditado ao ministro da Justi-ça, Márcio Thomaz Bastos, fra-se sobre conspiração contra ogoverno Lula, referindo-se à di-vulgação de fitas denotandocorrupção no governo. Na ver-dade, ressaltou Ideli, o ministroapenas constatou o que é afir-mado pelo subprocurador-ge-ral da República José RobertoSantoro, em conversa gravadaentre ele e o bicheiro Carlos Ca-choeira. Ideli lembrou que oMinistério Público é um pilar

da democracia e que quem estáem julgamento são apenas trêsprocuradores, não a instituição.

A senadora também comen-tou nota do site do PSDB quenega ligações de Santoro como ex-senador José Serra. Paraela, faltou informar sobre por-taria do Ministério da Saúde de1999 nomeando o procurador.

O líder do PFL, senador JoséAgripino (RN), conclamou oCongresso a persistir em seusesforços para instalação de co-missão parlamentar de inqué-rito (CPI), entendendo ser esseo instrumento adequado parainvestigar o caso WaldomiroDiniz. Ele destacou, ainda, terconfiança de que o SupremoTribunal Federal (STF) decidi-rá pela obrigação do presiden-te do Congresso de indicar osmembros da CPI, caso não se-jam apontados pelos partidos.

– A nação não esqueceu a fitade vídeo de Waldomiro pedin-do propina, porque surgiu umasegunda com o subprocuradorSantoro em situação compro-metedora. Ninguém esqueceuo contrato Caixa Econômica

Agripino defende instalação de CPI

Federal/GTech, nem as acusa-ções do ex-secretário LuizEduardo Soares. Vamos pararcom essa farsa e investigar to-das essas questões – advertiu.

Para Agripino, é imperativoreabrir a sindicância feita no

Palácio do Planalto porque so-mente foram tomados 20 depo-imentos, dos quais 19 de subor-dinados a Waldomiro Diniz.

– É preciso ouvir autoridadesdo mesmo nível e superiores doex-assessor, se a intenção forchegar à verdade. O que foi fei-to, até agora, é para inglês ver –comentou.

Segundo Agripino, a naçãobrasileira quer saber se Waldo-miro representa um câncer iso-lado ou se houve metástasepara outras partes do governo.Para o líder do PFL, uma sindi-cância completa no Palácio doPlanalto sobre as atividades deWaldomiro Diniz pode ser umaboa base para as investigações,mas somente a CPI pode escla-recer a verdade.

O senador José Jorge (PFL-PE) disse que a única saída paraa crise política é uma comissãoparlamentar de inquérito (CPI)que apure tudo: o caso Waldo-miro Diniz e suas ligações como crime organizado e com o go-verno, a atuação do subprocu-rador-geral José Roberto San-toro e até mesmo se há alguémda oposição interessado emderrubar o governo.

– Não estamos, nós da opo-sição, com a mesma bandeirado PT, que era ‘Fora FHC!’. Nos-so slogan é ‘Governa, Lula!’, oque é muito diferente. Mas épreciso que não pairem dúvi-das sobre o governo – afirmou.

O senador não acha que a re-velação da gravação que envol-ve o subprocurador-geral San-toro tenha tirado o foco das li-gações de Waldomiro Dinizcom o ministro José Dirceu.

José Jorge insiste em que omelhor caminho, principal-mente para o governo, é apoiara CPI. Ele declarou que rara-mente concorda com o minis-tro José Dirceu, mas, no caso danecessidade de um controle so-bre a atividade do MinistérioPúblico, ele está de acordo.

– Não gosto da expressão “Leida Mordaça”, mas é preciso es-tabelecer limites de ação den-tro da lei e da responsabilida-de. O projeto de lei foi aprova-do na CCJ, veio ao Plenário, re-cebeu emendas e voltou à CCJ.Eu sou o relator das emendas esou favorável ao projeto – asse-verou José Jorge.

Por sua vez, o senador PauloPaim (PT-RS) disse que é total-mente contrário à Lei da Mor-daça. Segundo ele, a expressãoe o próprio projeto lembram aditadura.

– É preciso cuidado com isso– observou Paim.

José Jorge:slogan da

oposição é“Governa, Lula!”

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Ano II Nº 24

Conheça os itens de segurançapara não receber dinheiro falso

Jornal do Senado – Brasília, segunda-feira, 5 de abril de 2004

Falsificar, fabricar ou alterarmoeda metálica ou papel mo-eda de curso legal no país ouno estrangeiro é crime previs-to no artigo 289 do Código Pe-nal. A pena varia de três a 12anos de prisão e multa. Estarásujeito à mesma pena quemimportar ou exportar, adquirir,vender, trocar, ceder, empres-tar, guardar ou introduzir nacirculação moeda falsa. Mes-mo tendo recebido de boa fé,comete crime, com pena pre-vista de seis meses a dois anos

Devido ao baixo valor e a dificul-dade de produção, a falsificação demoedas é menos comum. Ainda as-sim, o prejuízo foi grande. De 1994a 2004, ficou em torno de R$ 471mil reais. A antiga moeda de R$ 1,em aço inox, foi a responsável por99% das falsificações. Em 1998, umanova moeda foi elaborada, feitacom outro material, com o núcleoprateado e a borda em duas cores,mais segura e difícil de ser copia-da. Já em 23 de dezembro de 2003,a moeda antigade R$ 1 saiu de cir-culação, ou seja, ela não pode maisser utilizada. Desde 23 de março de2004, a troca pelo modelo atual sópode ser feita no Banco Central ouem agências autorizadas do Bancodo Brasil.

Para baixar o preço de produção,em junho de 2002 o BC fez novasmodificações nas moedas de R$0,50 e R$1. Elas se tornaram maisleves e mais brilhosas porque pas-saram a ser feitas em aço inoxidá-vel e aço revestido de bronze.

A cédula de plástico R$ 10 foilançada em abril de 2000, em ho-menagem aos 500 anos do Desco-brimento do Brasil. Quatro vezesmais durável que a de papel, elapossui mais elementos de seguran-ça para dificultar a falsificação.

A nota, nas cores azul e laranja,traz a efígie de Pedro ÁlvaresCabral, o mapa Terra Brasilis, umadas primeiras representações danova terra, e uma rosa dos ventos,instrumento de navegação extraí-do da cartografia portuguesa doséculo 16, como principais elemen-tos. No verso há um mapa do Brasilestilizado e fisionomias típicas dopovo brasileiro.

As cédulas de plástico represen-tam aproximadamente 50% das deR$10 em circulação. O uso dessematerial para cédulas foi original-mente desenvolvido na Austrália.Atualmente, 13 países também uti-lizam dinheiro de plástico.

Há muito dinheiro falso emcirculação no país. O prejuízoé enorme e recai sobre quemrecebe a cédula ou a moeda.Desde a implantação do real,em 1994, até hoje, a falsifica-ção já causou um rombo decerca de R$ 87 milhões. Du-rante esse período, foram re-colhidos mais de 2,7 milhõesde notas falsas e cerca de 471

mil moedas metálicas. O re-corde foi registrado em 2003,quando foram retiradas decirculação 524.248 cédulas dereal.

Para o Banco Central (BC),em 90% dos casos, as falsifi-cações são feitas utilizando-semáquinas copiadoras. Atecnologia dessas máquinasseria uma das razões para o

crescimento do crime. Outraforma comum de adulteraçãoocorre com a lavagem de cé-dulas de menor valor, reim-pressas em notas de maior va-lor. As notas mais falsificadassão as de R$ 10 e de R$ 50.

A responsabilidade pelaemissão, distribuição e segu-rança das cédulas e moedascabe ao Departamento do

Falsificar dinheiro é crime. A penapode chegar a 12 anos de prisão

Meio Circulante (Mecir) doBC. A dica para que as pesso-as evitem prejuízos e aborre-cimentos é adotar o hábito deexaminar bem a cédula eidentificar os itens de segu-rança. Esse é o tema do Espe-cial Cidadania de hoje, suges-tão do leitor Cláudio Evan-gelista dos Santos, de Per-nambuco.

e multa, quem a recebe e amantém em circulação, repas-sando a outros.

Os cidadãos também devemestar atentos às cédulas dani-ficadas. Conforme a Lei 8.697/93, toda cédula que contivermarcas, rabiscos, símbolos, de-senhos ou quaisquer caracteresestranhos, deve ser retirada decirculação. Quando isso ocor-rer, a cédula ou moeda será de-positada ou trocada em estabe-lecimento bancário, que a reco-lherá ao Banco Central para

destruição. A mesma lei estabe-lece que ninguém será obriga-do a receber, em qualquer pa-gamento, moeda metálica emmontante superior a cem vezeso respectivo valor de face.

Já pela Lei das ContravençõesPenais (Decreto-Lei 3.688/1941), quem se recusar a rece-ber pelo seu valor a moeda le-gal do país está sujeito a multa.O decreto proíbe ainda usarcomo propaganda qualquerimpresso ou objeto que possaser confundido com moeda.

Nota de plásticodura quatrovezes mais

Moedas deR$ 0,50 e R$ 1

foram alteradas

Marca d’água – toda cédula tem uma, que pode ser vista contra a luz, olhandopelo lado que contém a numeração. As cédulas de R$ 1, R$ 5 e R$ 10 apresentama figura da República ou a Bandeira Nacional; a de R$ 2 contém a tartarugamarinha com o número 2; a de R$ 20, a do mico-leão-dourado com o número 20;e as cédulas de R$ 50 e R$ 100 apresentam apenas a figura da República.

Registro coincidente – olhando a notacontra a luz, o desenho das Armas

Nacionais impresso em um lado deve seajustar exatamente ao desenho igual

que está do outro lado da nota.

Marca tátil – são marcas impressas emrelevo para auxiliar os deficientes

visuais a identificar a cédula. Nas notasatuais, é uma tarja vertical.

Imagem latente – pode ser vista no lado dacédula que contém a numeração. A partir docanto inferior esquerdo, colocando-a na alturados olhos, sob luz natural abundante, ficarãovisíveis as letras “B” e “C”.

Impressão - é em relevo aimpressão da legenda BancoCentral do Brasil e do valor dacédula, localizados ao lado dafigura da República.

Fibras luminescentes – quando expostos à luzultravioleta, pequenos fios na cor lilás podem ser vistosespalhados pelo papel.

Fio de segurança – com exceção das cédulas de R$ 1 ede R$ 5, há um fio magnético vertical de cor escuraembutido nas cédulas. Ele é mais bem visto contra a luz.

Procure uma agência bancáriaao suspeitar da autenticidade dodinheiro, para que seja examina-do. O banco deve encaminhar omaterial para ser periciado peloBC. Se a nota for falsa, ela serádestruída. Se não for, será devolvi-da. O denunciante pode ainda re-gistrar queixa na Polícia Federal,para que o caso seja investigado.A nota falsa não será trocada poruma verdadeira pelo banco oupelo governo.

Se a cédula foi recebida no ban-co ou no caixa-eletrônico, reclameimediatamente para que ela pos-sa ser trocada por outra. Nessecaso, o denunciante pode tam-bém registrar queixa na PF ou naPolícia Civil mais próxima, para in-vestigação.

Ligue para a Central de Atendi-mento do BC, no 0800 992345, oupelo site www.bcb.gov.br, para fazerdenúncias ou obter mais informa-ções sobre falsificações e o meiocirculante nacional.

Como agir emcaso de suspeita

Compare – cerca de 99% das cédulas falsas não possuem a imagem latente e 60% não contêm a marca d’água.Quando for possível, compare a moeda suspeita com outra que tenha certeza de ser verdadeira.

Numeração – são as letras e osnúmeros que identificam a cédula.Não podem existir duas com amesma numeração.