organização de estaleiros

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Organização de Estaleiros

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 1/35

Índice

Página

1. Generalidades …...................…………………………………………............ 3

2. O projecto do Estaleiro …………………………………......……….............. 4

2.1 Programa preliminar ………………………...………………....…........ 4

2.2 Ante – Projecto ………………………………………………….....…… 6

2.3 Projecto de Execução …………………………………………...…..….. 8

2.4 Elementos do Estaleiro ............................................................................ 8

2.4.1 Vedação........................................................................................... 9

2.4.2 Portaria ………………...……………………………………..…. 10

2.4.3 Escritórios ……………………………………………………...... 11

2.4.4 Dormitórios …………………………………………...……...….. 12

2.4.5 Instalações Sanitárias ……...………………………………..….. 12

2.4.6 Refeitório ………………………….…………………………..… 13

2.4.7 Zona destinada ao fabrico de betões e de argamassas ….…….. 13

2.4.8 Parque de Materiais e Armazém de Materiais ……….…….… 14

2.4.9 Zona de preparação de cofragens …………………………..….. 16

2.4.10 Zona de preparação de armaduras ........................................... 17

2.4.11 Instalação de equipamentos fixos …………………...……..…. 18

2.4.12 Parque de equipamentos móveis …………...……………..….. 21

2.4.13 Redes provisórias ………………………………..…………..… 21

2.4.13.1 Rede de abastecimento de água …………………..… 21

2.4.13.2 Rede de drenagem de água ………………………..... 22

2.4.13.3 Rede eléctrica ……....................................................... 22

2.4.14 Recolha de lixo …………………………………………….…... 22

2.4.15 Vias de circulação internas ……………………………….…... 22

3. Equipamentos …………………………………..……………………….….... 23

3.1 Elevação e Transporte ……………………………………………..…... 23

3.1.1 Guinchos de piso ………………………………………………... 23

3.1.2 Monta – Cargas ……………………………………..............…... 24

3.1.3 Grua Simples …………………………………………………..... 24

3.1.4 Grua Distribuidora …………………………………………..…. 24

3.1.5 Grua Torre …………………………………………………..….. 25

3.1.6 Grua de Lança Inclinada …………………………………….… 25

3.2 Produção de Betão e de Argamassas ……………………………….…. 26

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 2/35

4. Os Intervenientes de um Empreendimento de Construção Civil ……..….. 29

4.1 Dono da Obra ………………………………………………………..…. 29

4.2 Gestor do Projecto ……………………………………………………... 29

4.3 Autor do Projecto ………………………………………………………. 29

4.4 Director da Obra …………………………………………………….…. 30

4.5 Fiscalização …………………………………………………………..…. 31

4.6 Recursos Humanos ………………………………………………….…. 32

5. Bibliografia ………………………………………………………………..…. 34

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 3/35

ORGANIZAÇÃO DE ESTALEIROS DE CONSTRUÇÃO CIVIL (texto provisório) �

1. Generalidades

Existem várias formas de definir estaleiro:

“Conjunto de meios (humanos, materiais e equipamentos) para tornar

possível a execução de uma obra no prazo previsto e nas melhores

condições técnicas e económicas, assegurando um determinado nível

de qualidade e de segurança e minimizando o custo.”

“O conjunto do pessoal, das máquinas e equipamentos, das instalações

e dos serviços, organizados e estruturados de forma a permitir a

concretização do projecto com elevado nível técnico, em termos de

economia, de racionalidade de processos, de prazo e de segurança.”

“É o espaço físico onde são implantadas as instalações fixas de apoio

à execução de obras, fixados os equipamentos auxiliares de apoio e

instaladas as infra-estruturas provisórias (águas, esgotos,

electricidade).”

No presente capítulo identificaremos os diversos componentes do estaleiro e as

respectivas co-relações, a sua organização e o seu dimensionamento, pelo que a definição que

consideraremos descreve estaleiro como sendo o espaço físico e o conjunto de instalações e de

equipamentos que aí serão implantados e que darão apoio à concretização de uma obra. Os

estaleiros podem ser centrais ou locais:

CENTRAL – é o estaleiro onde se localizam as instalações e os equipamentos

de utilização geral (que servem as diversas obras que a empresa realiza), tais

como centrais de fabrico de betão e oficinas especializadas de serralharia e de

carpintaria; normalmente localiza-se num terreno que é propriedade da

empresa de construção.

LOCAL – é o estaleiro que serve uma obra e nele se localizam os componentes

necessários à satisfação das exigências de execução da obra; o estaleiro da

obra localiza-se, geralmente, no terreno do dono da obra mas também pode

ocupar terrenos limítrofes públicos ou privados (havendo, nestes casos, que

proceder às diligências necessárias para a sua ocupação).

Estaleiro

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 4/35

2. O projecto do Estaleiro

A implantação do estaleiro deve ser realizada tendo por base o projecto de estaleiro

cujos objectivos se indicam seguidamente:

1. Iniciar rapidamente a execução da obra;

2. Possibilitar o cálculo previsional dos custos de estaleiro;

3. Prever os locais mais adequados para as instalações sociais, escritórios,

armazéns, áreas de depósito de materiais, instalação de equipamentos fixos,

circulação de operários e de máquinas;

4. Prever as necessidades e dispositivos para o desenrolar produtivo, tais como

assegurar a continuidade do abastecimento de materiais, assegurar o escoamento de

desperdícios;

5. Garantir a circulação em segurança de pessoas e das máquinas;

6. Prever e definir os trabalhos necessários à instalação do estaleiro, tais como

terraplenagens, vias de acesso e de circulação, locais de implantação de máquinas e

outras instalações provisórias.

Tal como acontece com o projecto de uma construção, o projecto de estaleiro

desenvolve-se segundo etapas. A fase inicial corresponde à definição sumária dos diversos

elementos e a fase final corresponde ao estudo final que deve ser suficientemente

pormenorizado de modo a permitir a sua concretização. Desta forma, é habitual considerar três

fases:

i) Programa preliminar

ii) Ante-projecto

iii) Projecto de execução

2.1 O programa preliminar

Nesta fase são definidos os vários elementos do estaleiro em função dos

condicionalismos específicos da obra, tais como:

Tipo de trabalhos (edifício, ponte, estrada, …): condiciona o tipo de

instalações e os equipamentos a instalar;

Duração e a dimensão da obra: os trabalhos inerentes à construção

de uma pequena habitação unifamiliar não justificam a construção de

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 5/35

determinadas instalações no estaleiro como por exemplo um

refeitório;

Distância da obra ao estaleiro central: a proximidade e a

acessibilidade de uma obra ao estaleiro central podem reduzir a

necessidade de mobilização de meios no estaleiro local;

Espaço disponível para a implantação do estaleiro: os estaleiros

das obras localizadas em centros urbanos, disporão de um espaço

físico de menores dimensões do que os estaleiros de obras fora de

zonas urbanas;

Obstáculos naturais: tais como a existência de linhas de água,

árvores a preservar, redes subterrâneas (de águas, gás, electricidade,

…) que condicionam a implantação física de equipamentos (a

existência de linhas de alta tensão, condiciona a altura das gruas);

Topografia do terreno: a implantação de alguns elementos do

estaleiro (como por exemplo, as gruas) e o arranjo físico deste (o

dimensionamento das vias de circulação) podem ser condicionados

pelo relevo do terreno;

Capacidade resistente do terreno e nível freático: a instalação de

uma grua requer um terreno estável e resistente;

Existência e qualidade de acessos: no caso dos acessos ao local da

obra serem difíceis, pode ser vantajoso optar pelo alojamento dos

trabalhadores junto à obra ao invés de os deslocar diariamente.

Outros aspectos a ter em linha de conta são a existência no local de mão-de-obra

(qualificada e não qualificada), sub empreiteiros, materiais de construção, equipamentos

para alugar, assistência médica e primeiros socorros, redes de abastecimento (água,

energia), redes de saneamento, redes de telecomunicações, transportes, meios de

alojamento e de alimentação.

Depois de definidos os componentes do estaleiro necessários, passa-se ao

dimensionamento genérico dos mesmos. O dimensionamento e as características das instalações

fixas de um estaleiro de construção civil são definidos na legislação portuguesa:

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 6/35

Decreto 46427, de 10 de Julho de 1965 - Regulamento de

instalações provisórias destinadas ao pessoal empregado nas

obras;

Decreto regulamentar 33/88 de 12 de Setembro –

Regulamento de sinalização de obras e obstáculos ocasionais

na via pública;

Decreto-lei 273/03 de 26 de Outubro – Regulamento das

condições de segurança e de saúde no trabalho em estaleiros

temporários ou móveis que resulta da transposição da

Directiva n.º 92/57/CEE, do Conselho, de 24 de Junho.

2.2 O Ante - Projecto

Na fase de ante-projecto é verificada a viabilidade de implantação dos elementos de

estaleiro anteriormente indicados. É também nesta fase que se devem analisar as diversas

soluções de arranjo físico do estaleiro, para tal pode fazer-se uso do designado quadro ou

matriz de correlações. Neste quadro estabelecem-se os graus de importância das relações entre

os vários elementos, sem ter em consideração se na realidade é possível satisfazer tais graus de

importância. No quadro 1 representa-se uma matriz de correlações referente a um estaleiro que

inclui uma grua, uma central de betão, um escritório, dormitórios, um refeitório, um armazém,

oficinas de cofragem e de armaduras e vias de circulação. Nas linha e coluna de cabeçalho são

representados os elementos anteriormente referidos, indicando-se em cada célula da matriz um

símbolo gráfico representativo do nível de importância da relação entre os componentes do

estaleiro (em linha e em coluna) que confluem nessa célula.

Relativamente às informações da matriz de correlações (do quadro 1), constata-se que

é muito importante que o raio de acção da grua distribuidora cubra a área de construção, por

outro lado, a co-relação “a considerar” entre a grua e as instalações sociais (dormitórios,

refeitório, …) ou entre a central de betão e os dormitórios significa vantagem no afastamento,

por motivos de segurança ou para permitir sossego nos dormitórios, no caso de trabalho

nocturno.

No estudo da implantação dos diversos componentes de um estaleiro deve-se dar

primazia aos que apresentam, na matriz de correlações, mais relações “muito importante” e

“importante” de modo a atribuir-lhes prioritariamente o espaço físico do estaleiro, enquanto que

aos elementos do estaleiro com correlações de nível inferior de prioridade devem ser atribuídos

os restantes espaços.

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 7/35

No que diz respeito à localização de elementos de elevação e transporte, nomeadamente

gruas, há que garantir espaço físico necessário à sua montagem e à sua desmontagem (o que,

caso não se tenha previsto o espaço ocupado pelas novas construções, pode ser uma tarefa difícil

de realizar!). Para permitir a desmontagem de uma grua poder-se-á proceder à sua montagem

sobre um pequeno troço de caminho de rolamentos (que terá que ser previsto no projecto de

estaleiro) devidamente orientado e que na fase de desmontagem poderá, se necessário, ser

acrescentado (ver 2.4.11)

PROXIMIDADE:

� MUTO IMPORTANTE

� IMPORTANTE

� A CONSIDERAR

� SEM RELAÇAÕ

X INDESEJÁVEL Gru

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Área de construção � � � � � � � � � � � � � � �

Grua distribuidora � � � � � � � � � � � � X X

Central de betão � � � � � � � � � � � � X

Escritórios � � � � � � � � � � � �

Dormitórios � � � � � � X � � � �

Inst. Sanitárias � � � � � � � � � �

Refeitório � � � � X � � � X

Armazém geral � � � � � � � � Oficina de cofragens � � � � � � �

Oficina de armaduras � � � � � �

Vias de circulação � � � � �

Carpintaria � � � �

Depós. mat. diversos � � �

Portaria � �

Estacionamento �

Quadro 1 – Matriz de Correlações.

As instalações sociais (dormitórios, refeitórios) são normalmente os últimos elementos

do estaleiro a ser implantados, cabendo-lhes pois o espaço físico restante. Estas instalações

deverão ficar o mais afastadas possível das frentes de trabalho e do raio de acção das gruas.

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2.3 Projecto de Execução

A última fase do projecto do estaleiro corresponde ao desenvolvimento da solução

estudada na fase de ante-projecto. O projecto deve incluir os elementos indicados no quadro 2.

Elementos do Projecto de Estaleiro Conteúdo

Memória descritiva e justificativa Fundamentação das opções tomadas

Cálculos de dimensionamento - Redes de água

- Redes de electricidade

Plantas (escalas - 1:100 e 1:200)

Com a localização de:

- instalações

- equipamentos (grua1, central de betão, oficinas…)

- vias de circulação

- parques de estacionamento

- redes provisórias de abastecimento e drenagem

Plantas de pormenor De instalações

Esquemas de circulação De cargas – circulação horizontal e vertical

Esquemas de circulação De materiais

Programa de trabalhos Com indicação da progressão dos trabalhos e do

posicionamento dos equipamentos

Quadro 2 – Elementos do projecto de estaleiro.

2.4 Elementos do Estaleiro

A definição dos componentes do estaleiro é condicionada por diversos factores:

• Tipo de obra (estradas, edifícios, pontes, …)

• Dimensão e duração da obra

• Distância da obra ao estaleiro central

• Espaço físico disponível para a implantação do estaleiro

• Existência no terreno de obstáculos (linhas de água, árvores a preservar, linhas

aéreas, redes subterrâneas, …)

• Topografia do terreno

• Nível freático e a capacidade resistente do terreno

• Existência e qualidade dos acessos

1 Os desenhos deverão evidenciar o campo de acção, o traçado dos caminhos de rolamento, os escoramentos, quando estes forem necessários, e a posição da lança e da contra-lança na desmontagem.

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 9/35

• Criminalidade no local

• Existência de mão-de-obra qualificada, subempreiteiros, materiais, equipamentos

para alugar, meios de alojamento e alimentação, assistência médica para

primeiros socorros, transportes, redes de abastecimento de água e de energia,

redes públicas de saneamento, redes de telecomunicações.

2.4.1 Vedação

A vedação do estaleiro é o elemento que tem dupla função: por um lado delimitar a

zona onde se desenvolvem os trabalhos e por outro constituir uma barreira relativamente ao

espaço exterior ao estaleiro, impedindo, desta forma que pessoas estranhas (à obra) se

aproximem do local dos trabalhos. A segurança do estaleiro deve ser o factor determinante

aquando da selecção do tipo de vedação, no entanto, existem outros aspectos a considerar tais

como os que se indicam no quadro 3.

Tipo de obra Edifício/ estrada/ ponte/ rede de esgotos,…

Localização da obra

Centro urbano com grande circulação de pessoas/

local sem circulação de pessoas ou veículos/

centro histórico com muita afluência de visitantes

Duração da obra Poucos dias/ alguns meses ou anos

Custo Deve ser considerado em função dos encargos do

estaleiro

Quadro 3 – Factores de selecção do tipo de vedação do estaleiro.

As vedações mais utilizadas são as vedações pré-fabricadas em chapa metálica

galvanizada nervurada – figura 1a) - (consistem numa estrutura de prumos metálicos que são

cravados em maciços de betão e posteriormente revestida com as referidas chapas metálicas) e

as vedações com elementos pré - fabricados em betão ou material plástico do tipo lancil

(utilizados nos trabalhos de construção de estradas). Existem ainda as vedações com estrutura

em prumos de madeira ou metálicos que são revestidos com rede electrossoldada (quadrada ou

rectangular) e posteriormente com rede de polietileno (figura 2), os tapumes em madeira e as

barreiras metálicas amovíveis (figura 1b)).

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 10/35

a) b)

Figura 1 – Vedação de estaleiro: a) em chapa metálica ondulada; b) barreira amovível.

a) b)

Figura 2 – Vedação de estaleiro: a) Tubo metálico e rede electrossoldada de malha quadrada; b) Tubo

metálico e rede electrossoldada (de malha rectangular) parcialmente revestida com rede de polietileno.

2.4.2 Portaria

A portaria de obras justifica-se em obras de grandes dimensões, destinando-se a

controlar todo o movimento de entrada e de saída do estaleiro (pessoas, materiais e

equipamentos). Este componente do estaleiro deve ficar junto à porta de acesso do pessoal e

prever um local para armazenamento de equipamentos de protecção individual a serem

fornecidos a eventuais visitantes.

Na portaria poderá permanecer um segurança durante longos períodos, pelo que do

ponto de vista construtivo se atenderá à concepção de uma instalação que garanta as necessárias

condições de conforto: a envolvente exterior deverá ser impermeável com adequado isolamento

térmico e acústico; dever-se-á garantir a ventilação natural adequada (através de janelas e

ventiladores); relativamente à iluminação esta deverá ser natural (durante o dia) e artificial

(eléctrica).

O Segurança para além de identificar todos os visitantes, não deverá permitir a sua

entrada no estaleiro sem os equipamentos de protecção individual determinados no Plano de

Segurança e Saúde, devendo ainda consultar a Direcção da Obra para autorização do acesso aos

visitantes.

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2.4.3 Escritórios

Os escritórios de obra destinam-se aos técnicos de obra (director de obra, engenheiros

residentes, encarregados, medidores, controladores, topógrafos, etc.) e aos técnicos

administrativos, pelo que no seu dimensionamento se deve ter em consideração o número de

técnicos e dirigentes que a obra exige. É comum prever-se uma sala destinada ao estudo do

planeamento e controlo do desenvolvimento da execução, bem como à coordenação dos

diversos trabalhos. Recomenda-se que o gabinete destinado à permanência do Director da Obra

permita uma visão geral sobre o estaleiro. Muitas vezes, estas instalações incorporam uma área

destinada à equipa de fiscalização, no entanto este facto depende das exigências do Caderno de

Encargos. Em estaleiros de menores dimensões, em que não se preveja a instalação de uma

Enfermaria ou de um Posto Médico, deve existir uma lista, onde constem os principais números

de telefone de emergência (Cento de Saúde, Hospital, Farmácia, Bombeiros, Polícia, etc.) e um

estojo de Primeiros Socorros. A referida lista de números de telefone deverá ser fixada numa

das dependências dos Escritórios.

No dimensionamento de estaleiros de grandes dimensões é comum recorrer-se a

gráficos baseados em estudos estatísticos.

Do ponto de vista construtivo, a envolvente exterior deve garantir estanquidade à água

(da chuva, do solo, …) e ao vento, assegurar a ventilação adequada (que será garantida através

de janelas e em casos em que se justifique utilizar-se-á ventilação forçada).

Para se estabelecer a área necessária para o escritório de obra deve elaborar-se um

projecto específico podendo, também recorrer-se a expressões simplificadas, tais como:

nA21

10 += (1)

nA 40.0= (2)

com A- área do escritório (m²)

n – nº dos trabalhadores no estaleiro

Os escritórios deverão ser localizados junto à entrada do estaleiro para permitir o

acesso mais rápido e em maior segurança.

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 12/35

2.4.4 Dormitórios

A instalação de dormitórios num estaleiro justificar-se-á nos casos em que a obra

empregue pessoal deslocado (ou seja, cuja área de residência seja distante do local das obras) e

seja economicamente mais vantajoso a construção deste tipo de instalações sociais.

Os dormitórios devem ser instalados num local que permita o repouso do pessoal que aí

permaneça. Do ponto de vista construtivo, os elementos da envolvente exterior devem ser

impermeáveis e dispor de adequado isolamento térmico e acústico, o revestimento dos

pavimentos deve ser realizado em materiais facilmente laváveis, a iluminação deve ser natural e

artificial (eléctrica). No quadro 4, indicam-se os requisitos previstos no Regulamento de

Instalações Provisórias destinadas ao Pessoal empregue nas Obras, para este tipo de

instalação:

Volume mínimo 5.5 m³/ocupante

Pé direito mínimo 3 m

Área mínima de janelas 10% da área do pavimento

Afastamento mínimo entre camas:

- camas simples 1 m

- beliches (de 2 camas no máximo) 1.5 m

Quadro 4 – Requisitos mínimos para o dimensionamento de dormitórios.

2.4.5 Instalações Sanitárias

As instalações sanitárias devem localizar-se na proximidade dos dormitórios e

preferencialmente devem ser contíguas a estes. Este tipo de instalações deve ser concebido em

materiais que garantam as necessárias condições de higiene e que sejam facilmente laváveis. A

iluminação deverá ser natural e artificial (eléctrica). As loiças das retretes deverão dispor de

sifão e os chuveiros deverão ter uma base com adequado sistema de drenagem. No quadro 5,

indicam-se os requisitos previstos no Regulamento de Instalações Provisórias Destinadas ao

pessoal empregue nas Obras:

Pé direito mínimo 2.6 m

Lavatórios 1 unid./5 trabalhadores

Chuveiros 1 unid./20 trabalhadores

Retretes 1 unid./15 trabalhadores

Urinóis 1 unid./25 trabalhadores

Altura mínima das divisórias entre chuveiros e retretes 1.7 m

Quadro 5 – Requisitos mínimos para o dimensionamento de instalações sanitárias.

Page 14: Organização de Estaleiros

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 13/35

Devem ainda prever-se, nas instalações sanitárias, zonas destinadas a vestiários com a

instalação de cacifos para o pessoal que não pernoite nos dormitórios (já que o restante disporá

de instalações equivalentes na zonas dos dormitórios). A área destinada aos vestiários deverá

ser entre 0.60 m² e 1.00 m² por trabalhador.

2.4.6 Refeitório

Existem dois tipos de refeitórios:

- Utilizado para preparar refeições

- Destinado aos trabalhadores tomarem refeições pré-preparadas

No primeiro caso é necessário dispor de uma cozinha com todos os equipamentos

adequados (fogão, extractor de fumos e vapores, …) e dimensionada em função do número

médio de refeições que aí irão ser preparadas. Os refeitórios podem ser directamente explorados

pela empresa de construção (e neste caso é necessário dispor de pessoal para a confecção e

distribuição das refeições) ou podem ser explorados por uma empresa especialmente contratada

para o efeito.

As instalações do refeitório devem ter as seguintes disposições construtivas: envolvente

exterior impermeável, os pavimentos devem ser de materiais facilmente laváveis e deve

assegurar-se a iluminação natural (através de janelas) e artificial (através de ventiladores). No

quadro 6 indicam-se os requisitos mínimos regulamentares:

Pé direito mínimo 2.5 m

Lavatórios 1 unid./10 trabalhadores

Área mínima de janelas 10% da área do pavimento

Quadro 6 – Requisitos mínimos para o dimensionamento de refeitórios.

2.4.7 Zona destinada ao fabrico de betões e de argamassas

O espaço físico a disponibilizar para o fabrico de betões e argamassas depende das

características da obra a construir e do estaleiro. Os equipamentos de betonagem devem ser

seleccionados em função da quantidade de betão necessária: em obras de grande dimensão (que

exijam grandes quantidades de betão durante longos períodos) deverá optar-se pelo recurso a

instalações automatizadas de forma a garantir as características do betão pré-fabricado ou, caso

exista uma central de betonagem na proximidade (até 50 km de distância) do estaleiro local,

optar-se pela aquisição de betão pronto; em estaleiros em que se preveja consumo reduzido de

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 14/35

betão, será preferível optar pela instalação de betoneiras cuja capacidade do respectivo tambor

permita satisfazer as necessidades previstas no programa de trabalhos.

Em algumas obras pode ser necessário prever, no estaleiro, um laboratório para o ensaio

de betões e argamassas. No quadro 7 apresenta-se, a título indicativo, as capacidades das

betoneiras que podem ser instaladas no estaleiro local, em função da quantidade necessária de

betão.

Volume de betão necessário, V

(m³)

Capacidade do tambor da

betoneira, C (litros)

V < 200 C < 200

200 � V < 2000 250 <C < 500

2000 � V < 20000 1000 �C < 3000

Quadro 7 – Volume de betão a fabricar em obra versus capacidade do tambor da betoneira.

Os materiais necessários ao fabrico de betões e de argamassas nomeadamente cimento e

agregados devem ser depositados na proximidade da zona destinada ao fabrico de betões e de

argamassas.

2.4.8 Parque de Materiais e Armazém de Materiais

As áreas destinadas ao parque e armazém de materiais são dimensionadas de acordo com

a natureza e as quantidades de materiais ou equipamentos a guardar, devendo prever-se zonas

fechadas e cobertas para produtos sensíveis aos agentes atmosféricos.

Os materiais que não são susceptíveis de deterioração (por exemplo, tijolos e agregados)

podem ser colocados ao ar livre, havendo, no entanto, que fazer um estudo prévio para assim se

disponibilizarem as áreas de depósito. No caso do tijolo, no cálculo da respectiva área de

ocupação deve ter-se em consideração que a altura das pilhas não deve ser superior a 2 m (ou

seja, o volume de ocupação deve ser de 2m³/m²). No caso dos agregados, e para evitar a mistura

dos diferentes tipos e granulometrias, pode recorrer-se a baias de madeira (figura 3), devendo

realizar-se um declive no terreno, de modo que a água retida escorra no sentido inverso ao da

remoção dos inertes; deve também colocar-se uma camada de brita com aproximadamente 10

cm de altura, para possibilitar a drenagem do excesso de água. Recomenda-se que a altura

máxima das pilhas seja de 1,50m (para evitar grandes retenções de humidade).

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 15/35

Figura 3 - Baias de madeira para separar os agregados.

O armazenamento de ligantes hidrófilos deve ser realizado em ambientes secos. Por

outro lado, e no caso de ligantes fornecidos em sacos, há que ter em atenção que as pilhas destes

não devem ter alturas excessivas. Esta medida visa evitar a hidratação do ligante: já que a

elevada pressão a que ficam submetidos os sacos das camadas inferiores reduz os vazios,

obrigando a um contacto mais intenso entre as partículas de cimento e a humidade existente no

ambiente. A título de exemplo, para evitar a deterioração do cimento portland, fornecido em

sacos é aconselhável que:

i) As pilhas não tenham mais do que 10 sacos;

ii) As pilhas se encontrem afastadas no mínimo 30 cm do

pavimento (sobre um estrado de madeira) e das paredes e 50 cm do

tecto (Figura 4).

Na recepção do cimento em saco, deve verificar-se a sua integridade, não aceitando os

sacos danificados, rasgados e húmidos. Os lotes recebidos em épocas diferentes não devem ser

misturados, devendo ser separados de forma a facilitar a sua inspecção e a sua utilização,

segundo a ordem cronológica de recepção. Outro dos cuidados a considerar, diz respeito ao

armazenamento de cimento de marcas, tipos e classes diferentes. A armazenagem de cimento

em obra não deve exceder 30 dias.

Figura 4 - Local Armazenamento de cimento portland em saco.

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 16/35

O cimento utilizado em obra pode também ser fornecido a granel (esta situação é

mais frequente em estaleiros cujas construções envolvam o consumo de elevados

volumes de betão) que será armazenado em silos (figura 5) cujas capacidades variam ente 20

e 40 toneladas.

Figura 5 - Silo de armazenamento de

cimento.

A área destinada ao armazenamento de ferramentas e pequenos equipamentos designa-se

por ferramentaria. O responsável por este tipo de instalações é designado por “ferramenteiro”

que deve manter um registo actualizado de todos os movimentos (entradas e saídas) de

ferramentas. Em obras de grandes dimensões poderá justificar-se a existência de uma instalação

específica para guardar as pequenas ferramentas enquanto que em obras de dimensão reduzida,

a ferramentaria pode coexistir com o armazém de materiais, reduzindo-se, desta forma os

custos da instalação e do responsável pela mesma – “ferramenteiro”.

2.4.9 Zona de preparação de cofragens

A área a disponibilizar para o estaleiro de preparação de cofragens deve ser realizada

tendo em consideração as dimensões comerciais dos materiais utilizados nas cofragens – por

exemplo, na utilização de painéis pré-fabricados para a cofragem de pilares devem prever-se

áreas de dimensionamento tendo como base de cálculo as dimensões dos elementos de

cofragem. A localização destas instalações deve estar circunscrita no raio de acção dos meios de

elevação e de transporte implantados no estaleiro.

A zona de preparação de cofragens deve incluir as áreas indicadas no quadro 8.

A realização e reparação de cofragens deve ser efectuada em área coberta e nela deverá

instalar-se uma bancada com equipamentos auxiliares, nomeadamente serras circulares (figura

6).

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 17/35

Pré-fabricação Depósito

1. Madeiras

2. Painéis pré-fabricados

3. Área de execução,

reparação e limpeza 4. Cofragens fabricadas

5. Cofragens usadas

Quadro 8 - Áreas a prever no estaleiro de preparação de cofragens.

b)

a)

c)

Figura 6 – a) Bancada para execução de cofragens; b) e c) – Serras de corte de painéis de cofragem de madeira.

2.4.10 Zona de preparação de armaduras

O estaleiro de preparação de armaduras deve-se localizar no raio de influência dos

meios de elevação e de transporte.

Na zona de preparação de armaduras deve prever-se para além de uma zona de pré-

fabricação (que inclua as áreas de corte, dobragem e montagem de varões), áreas destinadas a

depósito, como se indica no quadro 9. A zona de armazenamento de varões deve ser coberta e

nela os varões devem ficar depositados separadamente em função do seu diâmetro (figura 7 b)),

através de baias de separação. Os varões de aço não devem estar em contacto com o solo (figura

7 a)). As zonas destinadas ao armazenamento, corte de varões e depósito de desperdícios devem

ser contíguas, de forma a optimizar o trabalho de corte. As zonas destinadas ao corte, dobragem

e montagem de aço devem ser, sempre que possível, áreas cobertas por alpendres, pois desta

forma melhoram-se as condições de trabalho dos operários e consequentemente aumenta-se a

produtividade.

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Pré-fabricação Depósito

1. Depósito de varões de aço*

2. Área de corte* 3. Depósito de desperdícios

4. Área de dobragem* 5. Depósito de varões dobrados

6. Área de montagem*

Quadro 9 - Áreas a prever no estaleiro de preparação de armaduras (*áreas cobertas).

a) b)

Figura 7 – Depósito de varões de aço; a) Assente sobre estrado que evite o contacto dos varões com o terreno; b) Separação dos varões em função do diâmetro.

2.4.11 Instalação de equipamentos fixos

Consideram-se fixos os equipamentos de apoio que permanecem firmes na área do

estaleiro onde se encontram instalados. Estes equipamentos podem, no entanto, ter movimentos

de translação na realização das operações para as quais foram criados, tais como gruas, gruetas,

elevadores de estaleiro, betoneira.

O tipo e a quantidade de equipamentos fixos a instalar num estaleiro são determinados

pela natureza, dimensão e duração da obra.

A grua é um equipamento fixo de utilização generalizada essencialmente em estaleiros

de construção de edifícios. No estudo de implantação deste equipamento é essencial prever

espaço livre de modo a que seja possível proceder à sua montagem e desmontagem:

• A rotação total da grua, sendo pois necessário comparar a altura

desta com a altura de obstáculos (edifícios, postes de alta tensão ou

outras construções) existentes nas imediações do estaleiro;

• A cobertura, pelo campo de acção da grua, da totalidade das

construções bem como dos equipamentos (boca da betoneira) e das

instalações que necessitem de apoio deste equipamento para a

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 19/35

movimentação das cargas daí oriundas (oficinas de cofragens e de

armaduras) para a zona de construção;

• A montagem e desmontagem da grua: a desmontagem é realizada,

depois de realizadas as construções, pelo que será necessário prever,

aquando da sua implantação, o espaço necessário para a descer e a

desmontar; este problema poderá também ser ultrapassado por

translação da grua, mas para o efeito será necessário assentar,

inicialmente, um troço de caminho de rolamentos, convenientemente

orientado;

Na montagem é necessário dispor de uma superfície de forma a instalar a sua base. A

grua pode ser montada sobre carris de rolamentos (para possibilitar a sua deslocação, em

momentos previamente determinados, para outros pontos do estaleiro ou para permitir a sua

desmontagem). Apesar desta possível translação, a grua permanecerá imóvel na elevação e

transporte de cargas no estaleiro, permitindo apenas movimentos de rotação. Sempre que exista

necessidade de estabilizar a grua, esta poder-se-á escorar ou atirantar aos edifícios a construir

(figuras 10 a) e b)).

A localização a considerar para outros equipamentos fixos deve ser determinada em

função das características da obra bem como das condicionantes impostas pelos equipamentos e

pela organização do estaleiro.

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Figura 9 – Grua Torre.

a) b)

Figura 10 a) e b) – Ancoragem de grua a uma das torres da Catedral da Sagrada Família, Barcelona, 2005.

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2.4.12 Parque de equipamentos móveis

Os equipamentos móveis são aqueles que transportam cargas, movimentando-se de um

local para o outro, tais como camiões, dumpers, rectroescavadoras, etc. É pois necessário prever

uma área de estacionamento adequada às suas dimensões, já que, apesar de circularem dentro (e

fora) no estaleiro, durante o dia de trabalho, no final deste devem estacionar (no estaleiro). É

desejável que se prevejam igualmente áreas destinadas ao parqueamento das viaturas

pertencentes aos diversos intervenientes na obra (como por exemplo, a equipa de projectistas e

a fiscalização).

Figura 11 – Equipamento móvel no estaleiro

2.4.13 Redes provisórias

2.4.13.1 Rede de abastecimento de água

Num estaleiro de construção é necessário dispor de água para o fabrico de betões e de

argamassas, para humedecer superfícies (de betão ou superfícies para receber acabamentos),

para limpezas e para as instalações sociais (sanitários, dormitórios, refeitórios,...). O

abastecimento de água é assegurado através de uma ligação à rede pública ou, no caso desta ser

inexistente, através de uma cisterna ou por bombagem a partir de uma linha de água. A

distribuição da água é realizada através de uma rede provisória. Para realizar a rede provisória

de abastecimento de água há que ter em conta a dimensão do estaleiro bem como a distribuição

das várias instalações de apoio.

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 22/35

2.4.13.2 Rede de drenagem de água

Num estaleiro é também necessário dimensionar uma rede para a drenagem de águas

residuais que desejavelmente deverá ser ligada a uma rede pública. No caso de não existir uma

rede pública haverá que prever uma rede de drenagem bem como uma estação de depuração

provisórias. No estudo a efectuar para o dimensionamento destas deverá ter-se em consideração

o número de trabalhadores, o tipo da obra, a sua duração e a localização.

2.4.13.3 Rede eléctrica

Para garantir a iluminação das diversas instalações do estaleiro e para o funcionamento

dos vários equipamentos é necessário dispor de energia eléctrica. A existência de energia

eléctrica pode ser conseguida através de uma ligação à rede pública ou através de geradores.

Independentemente da fonte de abastecimento é necessário elaborar um projecto de instalação

provisória de modo a determinar a potência requerida para a laboração do estaleiro.

Sempre que exista uma rede pública é preferível optar por esta, já que se reduzem

consideravelmente os custos de instalação. Para estabelecer esta ligação é necessário constituir

um contrato de fornecimento de energia eléctrica com a entidade responsável pela sua

exploração. Quando não existir uma rede pública de energia eléctrica, quando seja necessário

dar início aos trabalhos de imediato ou quando o tipo de obra não exigir esta fonte de energia

(como a construção de estradas e de obras de arte), utilizar-se-ão geradores.

2.4.14 Recolha de lixo

É necessário prever um sistema de remoção periódica de resíduos que se produzem nas

instalações sociais do estaleiro, nomeadamente dormitórios e refeitórios. Para garantir a

remoção de lixo do estaleiro poder-se-á celebrar um contrato com a entidade responsável, na

área, pela recolha do mesmo.

2.4.15 Vias de circulação internas

A eficiência de um estaleiro depende da organização das vias de circulação internas.

Desta forma há que ter em conta os condicionalismos do estaleiro (espaço físico, a topografia

do terreno, a organização das diversas instalações de apoio,...) e as necessidades da obra

(circulação e acesso de camiões às diversas instalações do estaleiro nomeadamente área de

fabrico de argamassas e betões, cofragens, armaduras).

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3. Equipamentos

Numa obra, podem-se considerar dois tipos de equipamentos – os equipamentos a

incorporar na obra e os equipamentos de estaleiro. Os primeiros são fornecidos pelo empreiteiro

de forma idêntica aos materiais que ficarão integrados na obra, enquanto que os segundos são

utilizados para apoiar a execução dos vários trabalhos da obra.

3.1 Elevação e de Transporte

Os materiais utilizados na construção são muito pesados, especialmente os utilizados

nas estruturas e alvenarias.

3.1.1 Guinchos de piso

Os guinchos de piso são equipamentos de baixo custo, de fácil instalação e manobra de

elevação relativamente simples, de fácil instalação e manobra e utilizados para a elevação de

pequenas cargas ou para a introdução de materiais de acabamento em pisos. Estes equipamentos

consistem num tambor enrolador de cabo e um motor (figura 12) que podem libertar a utilização

de gruas, especialmente na fase de acabamentos quando o desempenho das respectivas

actividades já não justifica a utilização de equipamentos (de elevação e transporte) de custos

elevados. Para a sua montagem e funcionamento é necessário dispor de um ponto fixo. Podem

ser optimizados com guias de aço esticado ou perfis ligeiros de fácil instalação, de modo a

evitar que as cargas subam livres sobretudo em locais ventosos.

Figura 12 - Guincho de piso.

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3.1.2 Monta - Cargas

Os monta-cargas são utilizados para o transporte vertical de tijolos, telhas, betão,

argamassas, etc. Estes equipamentos funcionam através de um guincho que permite elevar

plataformas ou baldes especiais onde se transportam os materiais. As plataformas estão

associadas a guias laterais ou centrais que se fixam nos andaimes ou na estrutura da construção.

Os monta-cargas podem ser acoplados a betoneiras (podendo os baldes bascular para despejar o

conteúdo automaticamente) ou montado sobre chassis. Nos monta-cargas correntes é possível

elevar cargas com um peso até 600 Kg e a sua velocidade média de elevação varia entre 20 e 40

metros/minuto.

3.1.3 Grua Simples

As gruas simples consistem num guincho dotado de uma torre e um braço horizontal

que no conjunto permitem um movimento de rotação. O guincho não dispõe de movimento de

translação ao longo da lança, não permitindo transportar cargas entre a extremidade da lança e a

torre, ou seja, apenas descreve uma circunferência cujo centro é a torre vertical e o raio é igual

ao comprimento da lança. Estes equipamentos dispõem de diversos acessórios que permitem a

elevação de paletes e de baldes de transporte de betão.

3.1.4 Grua Distribuidora

As gruas distribuidoras são constituídas por uma torre, uma cabine (onde opera um

manobrador), uma lança e uma contra-lança que equilibra a lança. A cabine situa-se na parte

móvel da torre, abaixo da lança para permitir a observação, pelo operador, da movimentação

das cargas. Estas gruas podem-se deslocar sobre carris que têm que ser montados sobre um leito

de balastro rigorosamente drenado e nivelado e travessas de madeira. A montagem (e a

desmontagem) deste tipo de gruas é geralmente demorada, podendo demorar entre 1 e 3

semanas.

Os fabricantes das gruas fornecem as indicações necessárias à montagem da via, do

tipo de carril, da bitola da via, do tipo de travessas e do seu afastamento. Estes equipamentos

têm como fonte de energia, a energia eléctrica (trifásica de 220 - 380V a 50 Hz) que é

distribuída através de um cabo flexível ligado a tomadas estanques instaladas no eixo da via (as

gruas são providas de uma bobina onde o cabo se enrola, para evitar o seu arrastamento).

A potência de elevação das gruas mede-se em (tonelada. metro): uma grua de 20 t.m

com uma lança de 25 m pode elevar cargas entre 800 Kg na ponta da lança (=> 800 x 25 =

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 25/35

20000 Kg.m = 20 t.m) e aproximadamente 2000 Kg até 10 m do eixo da torre (=> 2000 x 10 =

20000 Kg.m).

3.1.5 Grua Torre

A grua torre consiste num sistema de peças desmontáveis cuja montagem se faz com o

recurso a uma grua telescópica. É constituída por uma torre, uma lança que dispõe de um

charriot (carro distribuidor) com um sistema de roldanas e cabos que visam elevar e deslocar as

cargas e uma contra-lança (figura 13) A rotação da grua é realizada ao nível do topo da torre e a

estabilização do conjunto é efectuada na sua base.

Figura 13 - Grua torre.

A sua montagem é realizada em 3 fases – primeiro é montada a lança, seguidamente

inserem-se alguns troços de montagem para que a lança seja progressivamente içada até à altura

pretendida.

3.1.6 Grua de Lança Inclinada

Esta grua consiste num mecanismo giratório dotado de uma cabine de comando na base

(figura 13) tendo a vantagem de ser facilmente montada e deslocada mesmo sobre terrenos

acidentados já que se pode assentar sobre lagartas (figura 15 a)).

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Figura 14 - Grua de lança inclinada.

a) b)

Figura 15 - Gruas telescópicas de lança inclinada.

Existe um leque diversificado nesta gama de gruas, desde pequenas gruas auto

montantes utilizadas em estaleiros de reduzida dimensão ou como equipamentos auxiliares nos

grandes estaleiros, e gruas especiais para a construção pré fabricada (com uma potência de

elevação entre 60 e 75 t.m) e ainda as gruas telescópicas que permitem uma variação contínua

do comprimento da lança (figura 15 b)).

3.2 Produção de Betão e de Argamassas

Os equipamentos de fabrico de betões e de argamassas devem ser seleccionados em

função do tipo de obra a construir e das características do estaleiro. Se a construção exigir

grandes quantidades de betão durante longos períodos, dever-se-á optar por instalações

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automatizadas enquanto que para pequenos estaleiros com consumos moderados de betão se

deverá optar por um tipo de betoneira que garanta o volume de produção na situação de ponta.

Seguidamente apresentam-se os tipos mais comuns de betoneiras:

Figura 16 - Betoneira de tambor basculante.

Classificação

de Betoneiras

- Tambor rotativo basculante de eixo inclinado

- Tambor rotativo de eixo horizontal, vertical ou inclinado

- Tambor fixo com pás misturadoras interiores e descarga pelo fundo

- Betoneiras de produção contínua

As betoneiras de tambor rotativo basculante são utilizadas para o fabrico de pequenas

quantidades de betão porque exigem um tempo elevado de mistura e a descarga do betão

fabricado processa-se por despejo directo do tambor. Nas betoneiras de tambor rotativo

horizontal, a mistura é feita por pás fixas e a descarga é realizada através de uma comporta que

se abre no fundo do tambor em zona fixa. Nas betoneiras de produção contínua, os materiais

entram por um lado e saem pelo outro e a amassadura é conseguida através do progresso da

argamassa através de um parafuso sem fim; estas betoneiras são usadas em estaleiros cujas

construções exijam volumes elevados de betão e têm a desvantagem de não manterem a

uniformidade durante longo tempo por serem alimentadas por mecanismos sem fim que

apresentam desgastes distintos.

O rendimento, ou seja, o número de amassaduras por hora de uma betoneira, depende da

capacidade do seu tambor bem como da eficiência dos seus dispositivos internos. No entanto

verifica-se que, mesmo com uma organização cuidada do estaleiro, os valores teóricos não

coincidem com os valores efectivos, o que pode ser atribuído às seguintes situações:

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 28/35

i) A preparação do trabalho não garantir que os trabalhos, que

antecedem e que sucedem a amassadura da argamassa, estejam

sincronizados (por exemplo, o doseamento de agregados e o

enchimento do carregador no escoamento do betão);

ii) O não aproveitamento dos materiais nas quantidades

adequadas e no momento conveniente;

iii) O incorrecto funcionamento dos meios de escoamento e de

aplicação do betão (por exemplo: os meios de transporte

devem ser calculados em função da sua capacidade, da

distância a percorrer, das condições do pavimento e das

condições de descarga para que se garanta um escoamento

contínuo e uniforme do betão).

Como foi referido, mesmo com uma organização cuidada, existem variações, ao logo de

cada dia, entre os rendimentos calculados e os rendimentos praticados. Para reduzir esta

diferença podem-se adoptar algumas medidas, tais como:

• Adequar os tempos dispendidos na tarefa de dosear os

materiais com a de enchimento do carregador;

• Seleccionar os meios de transporte em função da sua

capacidade, da distância a percorrer, das condições do

pavimento e das condições de descarga, para que se

garanta um escoamento contínuo e uniforme do betão;

• Seleccionar os equipamentos de elevação em função da

altura a vencer e das condições de recepção no local de

aplicação;

• Garantir que os dispositivos de aplicação estejam aptos a

esvaziar rapidamente os baldes e a troca destes se realize

de imediato

Desta forma, recomenda-se que, na sequência das operações relativas à betonagem, os

rendimentos praticáveis sejam determinados a partir do produto dos coeficientes de eficiência

esperados para cada mecanismo interveniente. A título de exemplo, apresenta-se o rendimento

possível, admitindo que, a partir de um estudo criterioso, os rendimentos possíveis são os

indicados no quadro 10:

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 29/35

Tarefa Coeficiente de Eficiência Rendimento esperado do

conjunto

Betonagem 0,87

Transporte 0,93

Elevação 0,91

Aplicação do betão 0,85

0,626

Quadro 10 - Determinação do rendimento possível do conjunto das operações de betonagem.

4. Os Intervenientes de um Empreendimento de Construção Civil

O processo de construir envolve diversos intervenientes cuja acção pode ser directa ou

indirecta. Nesta secção analisar-se-ão as funções dos vários intervenientes bem como o

relacionamento e comunicabilidade espectável entre cada um.

4.1 Dono da Obra

O Dono da Obra é a entidade individual ou colectiva que promove a execução de uma

obra. No caso de uma obra pública e de acordo com o estabelecido no Decreto-Lei 59/99, o

Dono da Obra é a pessoa individual ou colectiva que a manda realizar ou, no caso de obras

executadas em comparticipação, aquela pessoa a quem pertencem os bens ou que ficará a

administrá-los.

4.2 Gestor do Projecto

O Gestor do Projecto (Project Manager) ou Director do Empreendimento é a entidade

individual ou colectiva a quem compete gerir o projecto ao nível da arquitectura, da engenharia

e da economia, agindo nas diversas fases de intervenção como substituto do Dono de Obra.

4.3 Autor do Projecto

O Autor do Projecto ou Projectista é o técnico ou a associação de técnicos a quem o

Dono da Obra contrata a elaboração do projecto. Ao Projectista compete, para além da

execução do projecto, prestar assistência técnica à obra visando o esclarecimento das dúvidas

surgidas na interpretação do Projecto, durante a fase de execução da obra; analisar documentos

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 30/35

técnicos apresentados pelo empreiteiro ou por fornecedores referentes a processos construtivos,

materiais ou equipamentos a incorporar na obra; formular pareceres, solicitados pelo Dono da

Obra, relativamente à qualidade de materiais e equipamentos e execução dos trabalhos; adequar

o projecto às situações surgidas e diferentes das previstas.

Muitas vezes o Projectista não pode estar pessoalmente presente para prestar a referida

assistência técnica. Nestas situações o Autor do Projecto pode fazer-se representar pelo seu

Assistente Técnico.

4.4 Director da Obra

O Director da Obra tem a responsabilidade de executar a obra, pelo que se trata de uma

entidade designada pelo empreiteiro a quem foi adjudicada a mesma. As principais funções

atribuídas ao Director da Obra referem-se à gestão da execução (da obra) nos domínios técnico,

administrativo e económico. No entanto, as suas competências não se centram exclusivamente

na fase de execução, já que também deverá desempenhar um conjunto de tarefas que precedem

a instalação do estaleiro, ou seja, a preparação do arranque da obra, tais como a definição das

equipas de trabalho, a elaboração do plano de aprovisionamento dos materiais, as decisões

referentes ao aluguer ou à aquisição de equipamentos necessários, a organização do estaleiro

(onde se incluem o programa preliminar, o ante – projecto e o projecto de execução) e o

planeamento da obra. Na fase de execução, o Director da Obra deve assegurar a constante

reformulação e actualização dos aspectos definidos na fase de preparação, adequando-os às

situações entretanto surgidas e que poderão condicionar o planeamento previsto. Seguidamente

enumeram-se outras funções atribuídas ao Director da Obra, durante a fase de execução:

• Controlar o projecto, alertando a Fiscalização para eventuais

insuficiências que possam comprometer o desempenho que se

espera da obra;

• Proceder à implantação da obra a partir das referências

fornecidas;

• Organizar o Livro de Obra (onde se devem registar os factos

mais importantes relacionados com a execução da obra);

• Garantir a realização dos trabalhos dentro dos prazos

aprovados;

• Analisar e seleccionar os processos de construção mais

apropriados para a realização dos trabalhos;

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 31/35

• Elaborar e colaborar na adaptação do Plano de Segurança e

Saúde (relativamente aos processos de construção adoptados);

• Reclamar, dentro dos prazos legalmente estabelecidos,

relativamente a erros ou omissões do projecto (nas empreitadas

cujo projecto seja apresentado pelo Dono da Obra);

• Informar periodicamente a Fiscalização da obra sobre o

desenvolvimento dos trabalhos, nomeadamente no que diz

respeito a desvios de prazos relativamente à planificação

aprovada;

• Elaborar o plano definitivo de trabalhos e o correspondente

plano de pagamentos;

• Propor à Fiscalização da obra a análise, para posterior

aprovação, de materiais de construção a aplicar;

• Apresentar à Fiscalização todos os documentos exigidos no

Caderno de Encargos e de outras disposições regulamentares

ou legislativas;

• Dar cumprimento às exigências do Caderno de Encargos (por

exemplo, promover o controlo de qualidade de acordo com as

regras definidas no Caderno de Encargos; realizar ou mandar

realizar os ensaios previstos no Caderno de Encargos).

No final da obra, o Director da Obra procede, juntamente com a Fiscalização, à

vistoria da mesma, competindo-lhe a elaboração do respectivo Auto. No decurso do prazo de

garantia, eventuais falhas da obra serão acompanhadas pelo Director da Obra, cabendo-lhe

igualmente a tarefa de garantir a adopção das respectivas medidas de reparação.

Como já foi referido, a responsabilidade pela execução da obra é do Director da Obra,

pelo que em processos contenciosos é geralmente chamado a intervir.

4.5 Fiscalização

A fiscalização compreende o conjunto de actividades que permitem verificar o

cumprimento do Projecto, em representação do Dono da Obra. Esta entidade é, pois, nomeada

pelo Dono da Obra. As funções atribuídas à Fiscalização centram-se no exercício de um

conjunto de acções de prevenção e de participação no processo produtivo, visando o controlo da

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 32/35

qualidade, do preço e do prazo o que deverá implicar uma estreita colaboração com o Director

da Obra.

Figura 16 - Domínios de actuação da Fiscalização (representante do Dono de Obra).

4.6 Recursos Humanos

No quadro seguinte, indicam-se as categorias profissionais mais comuns em obras de

construção civil.

Categoria Profissional Funções

Apontador

Elabora as folhas de ponto e de ordenados da obra,

regista as entradas, os consumos e as saídas de

materiais, ferramentas e pequenas máquinas.

Armador de Ferro Realiza e coloca as armaduras para betão armado a

partir da leitura do respectivo desenho.

Arvorado Coordena várias equipas da mesma ou de outra

profissão, em pequenas obras.

Calceteiro

Procede ao revestimento e reparação de pavimentos,

justapondo paralelepípedos, cubos ou outros sólidos

de pedra.

FISCALIZAÇÃO

Reuniões e Informações

Controlo de Quantidades

Controlo de Planeamento

Controlo Administrativo

Controlo de Segurança

Controlo de Qualidade

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 33/35

Categoria Profissional Funções

Canteiro Realiza e assenta cantarias.

Carpinteiro de Limpos É o operário que trabalha em madeiras, incluindo os

respectivos acabamentos.

Carpinteiro de Toscos Executa e monta estruturas de madeira em cofragens

para betão.

Chefe de Equipa

É o profissional que, executando tarefas da sua

especialidade, quando delegado, chefia um conjunto

de trabalhadores da mesma profissão.

Cimenteiro

Realiza trabalhos em betão armado, incluindo, se

necessário, as respectivas cofragens e as armaduras

de ferro.

Controlador

Tem a seu cargo o controlo de rendimento da

produção bem como a comparação dos valores

efectivos com os previstos.

Estucador É o trabalhador que realiza esboços e estuques.

Encarregado Geral

Chefia uma obra de grande dimensão e

complexidade2, sendo responsável pelo planeamento,

gestão e controlo de obras.

Ladrilhador Executa assentamentos de ladrilhos, mosaicos,

azulejos ou similares e o seu rejuntamento.

Manobrador

Conduz e manobra determinados equipamentos (tais

como gruas), possuindo, para tal, uma formação

profissional.

Montador de Cofragens

Realiza, em obra, as operações de manobra, acerto,

aprumo e ajuste de moldes que constituirão as

cofragens recuperáveis.

Pedreiro

É o trabalhador que aparelha pedra em grosso e

executa alvenarias de tijolo ou pedra; também pode

proceder ao assentamento de manilhas, tubos,

cantarias ou rebocos.

Pintor

Prepara e realiza qualquer trabalho de pintura.

2 Nas obras de grande dimensão e complexidade podem ainda existir Encarregados de 1ª e Encarregados de 2ª.

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 34/35

Categoria Profissional Funções

Servente

É o trabalhador que, não tendo qualquer

especialização profissional, auxilia outros

profissionais qualificados.

Técnico Administrativo de Produção

Realiza, para além das tarefas de Apontador, outros

trabalhos de carácter administrativo que variam em

função da dimensão e das especificidades da obra

(por exemplo, redigir relatórios, organizar ficheiros

de guias de remessa de materiais, etc.).

Trolha ou Pedreiro de Acabamentos

Executa exclusivamente alvenarias de tijolos ou

blocos, assentamento de manilhas, tubos, mosaicos,

azulejos, rebocos e estuques.

Vibradorista É o trabalhador que homogeneíza e compacta massas

de betão fresco através de dispositivos mecânicos.

5. Bibliografia

[1] BANDEIRA, F.; “Organização de Estaleiros”, Departamento de Engenharia Civil da

Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Coimbra, 2001

[2] CARDOSO, José M.; “Direcção de obra: organização e controlo”, Lisboa : Biblioteca

AECOPS, 1985

[3] COSTA, J.C. Franco; “ Materiais de Construção – seu controlo e aplicação em obra”, CPP

512, LNEC, Lisboa, 1999

[4] DRESSEL, Gerhard; “Estudo da implantação e organização de estaleiros”, Lisboa : LNEC,

1971

[5] FARINHA, Brazão; Branco, J. Paz, “Manual de Estaleiros de Construção de Edifícios”,

LNEC, Lisboa, 1996

[6] PEREIRA, T.; “Organização do Estaleiro”; Departamento de Engenharia Civil da Faculdade

de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Coimbra, 2000

[7] SANTO, Fernando; “Edifícios – visão integrada de projectos e obras”, 2ª edição, Lisboa,

2002

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Gestão e Segurança de Obras e Estaleiros 2008/2009 Organização de Estaleiros (texto provisório) 35/35

[8] SILVA, A. Neves da; “Construir em qualidade: organização do estaleiro, sinalização de

obras, segurança na construção”, Associação de Empresas de Construção e Obras

Públicas do Sul, Lisboa, 1989

Decreto-Lei 41280 de 11 de Agosto de 1958

Decreto-Lei 41281 de 11 de Agosto de 1958