orcamento publico vs estado

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ii Índice Introdução............................................... 4 Objectivos.............................................. 5 Objectivo Geral.......................................5 Objectivos Específicos................................5 Metodologia............................................. 5 1 ORÇAMENTO DE ESTADO....................................6 1.1Noções gerais........................................ 6 1.1.1 Origens de Instituições Orçamentais.............6 1.1.2 Orçamento e Demo - Liberalismo..................6 1.1.3 As instituições orçamentais em Portugal.........7 1.2 Definição do Orçamento do Estado....................8 1.2.1 Objectivo do Orçamento do Estado................9 1.2.2 Âmbito de aplicação.............................9 1.2.3 Orçamento e actividade financeira...............9 1.3 Elementos do Orçamento e Figuras Afins............10 1.4 Funções do Orçamento do Estado.....................10 1.4.1 Funções Económicas.............................10 1.4.2 Funções Políticas..............................11 1.4.3 Funções Jurídicas..............................11 1.5 Regime e conteúdo orçamental......................12 1.5.1 Noção geral e fundamentos......................12 1.5.2 Regras e princípios orçamentais................12 1.5.3 Discriminação Orçamental.......................14 1.5.3.1.....................................Publicidade 16 1.5.4 O princípio do equilíbrio orçamental...........16 1.5.5 O equilíbrio orçamental no pensamento clássico. 18

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Page 1: Orcamento publico vs estado

ii

Índice

Introdução..........................................................................................................................4

Objectivos......................................................................................................................5

Objectivo Geral..........................................................................................................5

Objectivos Específicos...............................................................................................5

Metodologia...................................................................................................................5

1 ORÇAMENTO DE ESTADO........................................................................................6

1.1Noções gerais............................................................................................................6

1.1.1 Origens de Instituições Orçamentais.................................................................6

1.1.2 Orçamento e Demo - Liberalismo.....................................................................6

1.1.3 As instituições orçamentais em Portugal..........................................................7

1.2 Definição do Orçamento do Estado.........................................................................8

1.2.1 Objectivo do Orçamento do Estado..................................................................9

1.2.2 Âmbito de aplicação..........................................................................................9

1.2.3 Orçamento e actividade financeira....................................................................9

1.3 Elementos do Orçamento e Figuras Afins........................................................10

1.4 Funções do Orçamento do Estado.........................................................................10

1.4.1 Funções Económicas.......................................................................................10

1.4.2 Funções Políticas.............................................................................................11

1.4.3 Funções Jurídicas............................................................................................11

1.5 Regime e conteúdo orçamental.........................................................................12

1.5.1 Noção geral e fundamentos.............................................................................12

1.5.2 Regras e princípios orçamentais......................................................................12

1.5.3 Discriminação Orçamental..............................................................................14

1.5.3.1 Publicidade................................................................................................16

1.5.4 O princípio do equilíbrio orçamental..............................................................16

1.5.5 O equilíbrio orçamental no pensamento clássico............................................18

1.5.6 Os orçamentos de capital e o equilíbrio orçamental.......................................21

2 ESTRUTURA DO ORÇAMENTO DO ESTADO......................................................21

2.1 Classificação Económica das receitas....................................................................22

2.2 Classificação económica das despesas..................................................................22

Page 2: Orcamento publico vs estado

iii

2.3 Classificação funcional as despesas.......................................................................23

2.4 Preparação e Aprovação do Orçamento.................................................................23

2.4.1 Preparação do Orçamento...............................................................................23

2.4.2 Aprovação do Orçamento...............................................................................25

3 DECLINIO DA INSTITUICAO ORCAMENTAL.....................................................27

3.1 Desorçamentação...................................................................................................27

3.2 Parafiscalidade.......................................................................................................29

3.2.1 Condições do exercício da autonomia na administração pública....................30

Conclusão........................................................................................................................31

Bibliografia......................................................................................................................32

Page 3: Orcamento publico vs estado

iv

Introdução

O presente trabalho objectiva analisar aspectos sobre o tema: Orçamento do Estado, que

tem sido um tema importante e muito explorado. Para tal ira se abordar aspectos

evolutivos desse tema acima evidenciado, para posteriormente fazer-se a sua

conceituação. Dentro do tema iremos também abordar sobre os seguintes pontos:

Regime e conteúdo orçamental, onde encontramos as regras e princípios orçamentais

para posteriormente abordar sobre a estrutura, preparação e aprovação do Orçamento.

Um orçamento do Estado pode-se considerar como um documento, com a característica

de ser um instrumento de intervenção económica e social do Estado, onde as receitas a

realizar para um determinado período, sujeito a aprovação de um órgão legislativo. Este

documento é elaborado pelo Ministério das Finanças, aprovado pelo Governo e

finalmente apresentado a Assembleia da Republica para a discussão e aprovação final.

No Orçamento do Estado encontramos três elementos: económico, onde faz-se as

previsões da actividade financeira; político, onde faz-se a autorização para a realização

dessa actividade e finalmente o jurídico, onde realiza-se o controlo legislativo de

poderes das Administrações publica no domínio financeiro.

Orçamento na actividade financeira comporta-se como um quadro geral básico de toda a

actividade financeira, na medida em que através deles se procura regular a utilização

que é dada aos dinheiros públicos. Nem toda a actividade financeira, no entanto, se

cinge á execução orçamental, nomeadamente nos estados modernos.

Page 4: Orcamento publico vs estado

v

Objectivos

Objectivo Geral

O presente trabalho tem como objectivo geral analisar os pontos mais

importantes que cercam o Orçamento do Estado, explorando seus elementos

essenciais.

Objectivos Específicos

Estudar a origem, elementos, funções e o conceito do Orçamento do Estado;

Verificar e analisar a influência do regime e conteúdo Orçamental;

Evidenciar as regras e princípios orçamentais, assim como o equilíbrio

orçamental;

Pesquisar práticas que possibilitem o desenvolvimento deste tema, Orçamento

do Estado na comunidade académica.

Metodologia

Para a concretização deste trabalho, o grupo recorreu à uma profunda busca

bibliográfica física assim como electrónica através de internet.

Page 5: Orcamento publico vs estado

vi

1 ORÇAMENTO DE ESTADO

1.1Noções gerais

1.1.1 Origens de Instituições Orçamentais

A teoria do orçamento foi elaborada sobretudo durante o liberalismo e liga-se

intimamente aos objectivos inspiradores da democracia liberal: protecção dos

particulares contra o crescimento estadual e os excessos do estatismo. O reforço do

papel do estado na vida económica, a diminuição dos poderes dos parlamentos em

relação aos executivos e a crescente complexidade dos métodos de gestão económica e

financeira determinaram, no século XX, um certo declínio da instituição orçamental

clássica.

Ainda assim, a instituição orçamental contínua a existir modernamente, e até não só nas

economias de mercado, em relação as quais foram inicialmente concebidas, mas

também, embora com adaptações muito especiais, nas economias que se reclamam de

uma inspiração socialista.

Uma primeira noção de orçamento pode partir da linguagem vulgar. O orçamento, tal

como o orçamento de qualquer particular, é uma previsão de receitas e despesas (ou,

mais restritamente, só uma previsão de despesas a cobrir com receitas: orçamento de

uma obra).

A esta ideia de previsão das receitas e despesas há, no entanto, que acrescentar outros

elementos que se prendem com a génese e as funções do orçamento.

É então possível definir o orçamento, em finanças públicas, como uma previsão, em

regra anual das despesas a realizar pelo estado e dos processos de as cobrir,

incorporando a autorização concedida á administração financeira para cobrar receitas e

realizar despesas e limitando os poderes financeiros da administração em cada ano.

1.1.2 Orçamento e Demo - Liberalismo

A instituição orçamental está intimamente ligada na sua génese à afirmação do

liberalismo político, apesar de muitos dos seus princípios resultarem já de velhas

aspirações populares que se foram impondo aos monarcas, no sentido, por exemplo, da

necessidade de procederem á audição das cortes antes de lançarem quaisquer impostos.

Este movimento foi-se generalizando ao longo da Idade Média, sofrendo um recuo, a

partir do século XVI, com o absolutismo monárquico.

Page 6: Orcamento publico vs estado

vii

Foi nomeadamente na Inglaterra que, após as revoluções liberais do século XVII, se foi

desenhando a instituição orçamental que, no entanto, teria uma consagração mais exacta

particularmente no que diz respeito aos aspectos da autorização política, na França

(Revolução Francesa) e nos Estados Unidos (após a sua independência).

Na sequência da Revolução Francesa, a declaração dos direitos do homem e do cidadão

e a constituição monárquica de 1971 vieram afirmar a competência exclusiva do corpo

legislativo para fixar as despesas públicas e repartir os impostos, firmando de uma

forma mais precisa o conteúdo do orçamento.

Na generalidade das democracias, a partir do século XIX, generalizou-se a instituição

orçamental, em regra a partir da autorização parlamentar, de controlos religiosos da

cobrança das receitas, da efectivação das despesas e da gestão dos dinheiros públicos,

mesmo nos estados autoritários estes critérios e regimes se reforçaram, embora

perdessem o seu conteúdo representativo e concentrassem as competências orçamentais

nas mãos dos Governos da Administração Central.

1.1.3 As instituições orçamentais em Portugal

Em Portugal, as instituições orçamentais também se afirmam decisivamente com o

liberalismo político. Pode-se dizer-se que anteriormente a actividade financeira decorria

com inexistência destas instituições, já que, ainda que se administrassem as despesas e

receitas por vezes com conferência e períodos anuais, não existia o elemento ‟

autorização política ˮ nem qualquer condicionamento legal na administração derivado

deste facto.

O primeiro orçamento português (1820-1821) foi uma consequência da Revolução

Liberal de 1820; e a partir dai sempre as nossas instituições jurídico-políticas se

ordenaram no plano financeiro à volta da noção do orçamento.

A constituição de 1822, dado o seu carácter parlamentarista e fortemente baseado na

separação de poderes, atribuiu competências financeiras muito amplas às cortes, as

quais competia fixar as despesas públicas e os impostos e também fiscalizar o gasto dos

dinheiros públicos, à medida que o orçamento ia sendo executado.

A partir dai, durante o liberalismo, o orçamento é concebido em Portugal, na técnica

constitucional, como um acto jurídico praticado pelo poder legislativo, que autoriza

Page 7: Orcamento publico vs estado

viii

anualmente a cobrança de impostos (e tendencialmente de todas as outras receitas

públicas) e que fixa as despesas públicas.

A este núcleo essencial vão corresponder, de resto, as disposições das sucessivas

constituições até 1933 (Carta Constitucional, constituição de 1838 e a Constituição

Republicana de 1911).

Na constituição de 1933, em virtude da natureza antiparlamentar do regime saído do

golpe militar de 28 de Maio e do esforço dos poderes legislativos do governo, afirma-se

o princípio de que o orçamento é elaborado e posto em execução pelo governo em

conformidade com a Lei de Autorização.

Nesta técnica da constituição de 1933, havia uma lei da autorização das receitas e das

despesas, comummente designada por ‟ Lei de Meios”, que era voltada pela Assembleia

Nacional e autorizava o governo a cobrar receitas e pagar despesas.

A constituição de 1976 estabeleceu um regime que de certa forma, pode ser considerado

intermédio entre o regime autoritário da constituição de 1933 e as constituições

portuguesas anteriores, que eram parlamentaristas e liberais. Manteve-se a cisão entre o

orçamento em sentido restrito, que é da competência do governo, e a lei da Assembleia

da Republica que condiciona a sua elaboração (Lei do Orçamento).

1.2 Definição do Orçamento do Estado

Na literatura especializada, todos os autores procuram expressar numa ideia abrangente

mas sintética o conceito de orçamento. Poder-se-á definir o Orçamento do Estado

como o documento, apresentado sob forma de lei, que comporta uma descrição

detalhada de todas as receitas e todas as despesas do Estado, propostas pelo Governo e

autorizadas pela Assembleia da Republica, e antecipadamente previstas para um

horizonte temporal de um ano.

O Orçamento do Estado é um documento no qual estão previstas as receitas a

arrecadar e fixadas as despesas a efectuar num determinado ano económico, visando a

prossecução da política financeira do Estado. O ano económico coincide com o ano

civil. (Dec. Lei n.º 15/1997, de 10 de Julho, art. 2.o).

Page 8: Orcamento publico vs estado

ix

1.2.1 Objectivo do Orçamento do Estado

O documento a que se refere no artigo anterior é o instrumento base do Governo para

prosseguir a gestão racional das finanças do Estado e do seu património. (Dec. Lei n.º

15/1997, de 10 de Julho, art. 3.o).

1.2.2 Âmbito de aplicação

O Orçamento do Estado aplica-se a todo o território nacional e às missões ou delegações

do país no exterior.

1.2.3 Orçamento e actividade financeira

O orçamento é o quadro geral básico de toda a actividade financeira, na medida em que

através deles se procura regular a utilização que é dada aos dinheiros públicos. Nem

toda a actividade financeira, no entanto, se cinge á execução orçamental, nomeadamente

nos estados modernos.

As duas principais zonas que podem ser indicadas como escapando á disciplina

orçamental são:

Actividade patrimonial do Estado: o Estado tem um património que tem que ser

gerido através de um conjunto de operações. Esta zona de actividade financeira,

que se relaciona com os elementos permanentes e duradouros, não se prende

propriamente com a gestão dos dinheiros públicos, a entrada e saída de fundos

durante o ano que o orçamento pretende disciplinar. As operações que o Estado

pratica em relação aos seus bens (activo patrimonial), ou as dividas e

responsabilidades que os oneram (passivo patrimonial), são operações

patrimoniais, e nada tem que ver com o orçamento.

A actividade de tesouro: a outra grande zona que nos estados modernos decorre

á margem do Orçamento é a actividade de tesouro ou tesouraria do Estado,

apesar do tesouro ter nascido ao mesmo tempo e pelas mesmas razões que o

Orçamento, e com ele estar intimamente relacionados.

O tesouro é um serviço encarregado da centralização de todos os movimentos de fundos

(correspondendo á caixa das empresas privadas). Em princípio, cabe lhe assegurar a

execução do orçamento através de recursos monetários. Mas pratica toda uma série de

outras operações que não se cingem á mera execução orçamental, como sejam por

Page 9: Orcamento publico vs estado

x

exemplo, todas aquelas que tendem a antecipar receitas através do lançamento de

empréstimos a curto prazo ou da colocação de disponibilidades do estado; ou a

realização de despesas urgentes no estrangeiro que não podem obedecer às previsões

orçamentais ou ao seu formalismo (cofres consulares, navios do estado no estrangeiro).

1.3 Elementos do Orçamento e Figuras Afins

Para precisar o conceito orçamental, e até na medida em que as definições variam

bastante de autor para autor, interessa analisar qual o conteúdo que se pretende abranger

com esta designação, ou se já, quais os elementos do Orçamento, que permitem alias

distingui-los de figuras afins.

Elemento económico: trata-se da previsão da gestão orçamental do estado;

Elemento político: é a autorização política deste plano ou projecto de gestão

estadual;

Elemento jurídico: é o instrumento pelo qual se processa a limitação dos poderes

dos órgãos da administração no domínio financeiro.

O Orçamento geral do Estado distingue-se, assim, de algumas outras figuras afins:

Dos Orçamentos das despesas privadas: que são meras estimativas relacionais

sem qualquer poder vinculativo próprio (pelo menos externamente);

Da conta do Estado: que possui um registo ‟ ex post ” da execução orçamental, e

não uma previsão como sucede com o orçamento;

Do balanço do Estado: que constitui uma avaliação do activo e do passivo do

estado num determinado momento;

De um plano económico geral: que na generalidade das economias de mercado,

não tem força cogente em relação aos sujeitos privados e por vezes mesmo em

relação ao sector público, em que constitui uma mera selecção de um conjunto

de projectos de investimento, relativa a toda a economia, e não apenas á

actividade do Estado (á qual se restringe o Orçamento estadual).

1.4 Funções do Orçamento do Estado

1.4.1 Funções Económicas

O Orçamento tem, antes do mais, funções puramente económicas. Economicamente o

Orçamento é uma previsão.

Page 10: Orcamento publico vs estado

xi

Dentro das funções económicas do Orçamento podemos considerar uma dupla

perspectiva:

Racionalidade económica: o Orçamento permite uma gestão mais racional e

eficiente dos dinheiros públicos, na medida em que concretiza uma

racionalização entre receitas e despesas que facilita a procura de um máximo de

bem-estar ou utilidade com um mínimo de gasto;

Quadro de elaboração de políticas financeiras: modernamente o Orçamento, de

um pouco de vista económico, é sobretudo encarado com um elemento

fundamental para a definição e execução das políticas financeiras, conseguindo-

se através do Orçamento conhecer a política económica global do Estado, ou

pelo menos muitos dos seus caracteres essenciais.

1.4.2 Funções Políticas

O Orçamento é uma autorização política que visa conseguir duas ordens de efeitos:

Garantia dos direitos fundamentais: assegura-se através da disciplina orçamental

que a propriedade privada só é tributada na medida em que tal seja concedido

pelos representantes dos proprietários (os deputados); numa óptica menos

liberal, garante-se que os rendimentos só são tributados para cobrir os gastos

públicos mediante decisão dos representantes dos titulares desses rendimentos

trabalhadores, proprietários, capitalistas (que, como cidadãos, são representados

pelos deputados no parlamento);

Garantia do equilíbrio dos poderes: já que através do mecanismo da autorização

política, a cargo das Assembleias parlamentares, a estas atribui um importante

papel de controlo do executivo.

A crise económica liberal, onde e como quer que ocorra, opõe sempre em crise estes

princípios.

1.4.3 Funções Jurídicas

As funções jurídicas do Orçamento decorrem do seu elemento político e

consubstanciam-se através do aparecimento de toda uma série de normas destinadas a

concretizar as funções de garantia que o orçamento visava prosseguir. Dai o

aparecimento, por exemplo, de todo o regime da contabilidade pública, como de outras

Page 11: Orcamento publico vs estado

xii

limitações jurídicas ao dispêndio arbitrário dos dinheiros públicos ou à realização

desordenada da liquidação ou cobrança das receitas.

1.5 Regime e conteúdo orçamental

1.5.1 Noção geral e fundamentos

As regras gerais foram teorizadas durante o liberalismo e representavam uma tradição

concreta da ortodoxia liberal no plano da prática financeira. Através deste conjunto de

princípios, conhecimentos sob a designação de regras orçamentais, procurava-se

conseguir que os objectivos que eram prosseguidos pela instituição orçamental não

pudessem ser frustrados ou sofrer desvios.

É, pois, natural que a mudança das condições em que é entendido o Orçamento, a par do

maior peso do sector estatal, do reforço dos poderes de executivo e da revisão global do

pensamento clássico a que se assistiu no século actual, tenha determinado uma crise

nestes princípios, que, no entanto ainda hoje são consagrados, por vezes com valor e

forca independente das estruturas liberais. Pode-se entender que eles revelam alguma

tendência para se reforçarem e se afirmarem, com uma certa (e recente) renovação do

pensamento liberal, em alguns países ocidentais.

1.5.2 Regras e princípios orçamentais

1.5.2.1 A anualidade orçamental

A primeira das regras orçamentais clássicas é a da anualidade, que tem o sentido de o

Estado ser um acto jurídico cuja vigência é anual. A Anualidade implica uma dupla

exigência: votação anual do orçamento pelas Assembleias Politicas e execução anual do

orçamento pelo Governo e pela Administração Pública.

Apesar de quase todos os orçamentos que historicamente são conhecidos serem anuais,

não se pode afirmar que a regra da anualidade esteja implícita na própria ideia de

orçamento. Houve, na realidade, orçamentos plurianuais mas a prática afastou-os.

Importa notar que o período anual de vigência, ou de execução do Orçamento o

designado ano económico ou ano orçamental - pode coincidir, ou não com o ano civil (1

de Janeiro a 31 de Dezembro)

A Anualidade do orçamento é explicada por razões de natureza política e económica.

Em primeiro lugar, considera-se que este período é o mais adequado ao exercício

Page 12: Orcamento publico vs estado

xiii

regular e, portanto, mais eficaz de acompanhamento e controlo político do parlamento

sobre o Governo. Em segundo lugar, o período natural de referência para os agentes

económicos, em particular para as empresas (obrigações contabilísticas e fiscais), é

também o anual donde, natural se torna que o instrumento de intervenção financeira do

Estado sobre a economia e os seus agentes se refira a igual período. Uma outra

justificativa de natureza económica é frequentemente avançada: um período mais longo

introduziria maior incerteza na política previsões das despesas e das receitas

orçamentais e, por conseguinte, na sua execução.

A regra de anuidade tem sido recentemente sujeita a dois tipos de críticas: por um lado,

muitas decisões políticas de um governo, nos mais diversos domínios, não são

financeiramente realizáveis num único ano. É o caso, por exemplo, dos grandes

investimentos públicos em infra-estruturas (aeroportos, pontes, hospitais, escolas etc.).

Neste e noutros casos, a aplicação da regra significa que o parlamento autoriza e o

governo executa a despesa a realizar num único ano económico. Uma forma de

ultrapassar esta limitação pode-se passar por apresentação de programas plurianuais (em

norma quatro anos): para o ano económico do orçamento a previsão da despesa exige

autorização parlamentar enquanto para os anos subsequentes as previsões apresentadas

pelo governo são meramente indicativas. Esta opção, podendo construir uma técnica

orçamental tendente ao aperfeiçoamento do requisito da anuidade, não está, como

adiante se verá, isenta de inconvenientes.

A segunda crítica baseia-se na duração dos ciclos económicos (expensão e recessão) e,

portanto, da impossibilidade de um orçamento anual interagir correctamente com o

quadro macroeconómico. Mais uma vez, este inconveniente pode ser ultrapassado com

uma programação financeira plurianual.

1.5.2.2 A plenitude orçamental

a) Enunciado

O princípio da plenitude orçamental comporta dois aspectos relacionados: por um lado,

o orçamento deve ser apenas um e, por outro lado, todas as receitas e todas as despesas

devem ser inscritas neste orçamento.

Trata-se, na prática de duas regras distintas que, no entanto, se complementam de uma

forma evidente. Existem hoje numerosas excepções a cada um destes princípios, ainda

Page 13: Orcamento publico vs estado

xiv

que eles permaneçam como objectivo desejável, dentro de certos limites e com a

formulação que já não correspondem exactamente a ideia inicial.

b) Unidade e universalidade orçamental

O conteúdo destas duas regras exige, como se concluirá, uma apreciação conjunta. A

regra da unidade determina que o conjunto das receitas e das despesas deve ser

apresentado num único documento. Logo, o Orçamento deve ser único ou unitário.

Duas razoeis, interdependentes, o explicam: uma transparente das receitas e das

despesas de modo a impedir a existência de dotações ocultas ou secretas; uma

apreciação e controlo parlamentar mais eficaz por permitir uma visão global das opções

e prioridades do governo. A designação atribuída a segunda regra - universalidade

poderia levar a admitir que deveriam ser inscritas num (único) Orçamento todas as

receitas e todas as despesas de todas as entidades públicas, isto é, o Orçamento

traduziria a actividade do Estado entendido em sentido lato. Ora, o alcance desta regra

não é, nem nunca foi em qualquer época ou pais, este.

O entendimento acima expresso é o consagrado na CRP e na LEO, a qual estabelece que

“ o orçamento do Estado é único e compreende todas as receitas e despesas dos serviços

integrados aqueles que não dispõem de autonomia administrativa e financeira dos

serviços e fundos autónomos e do sistema de segurança social”17…18. Justificam-se duas

observações.

1.5.3 Discriminação Orçamental

Os clássicos do liberalismo procuram também definir algumas regras bastante precisas

quanto a forma como são inscritas no orçamento receitas e despesas e a forma como se

efectivamente, são três regras fundamentais neste domínio:

a) Especificação

A regra da especificação diz-nos que no orçamento se deve especificar ou individualizar

suficientemente cada receita e cada despesa. Tem a finalidade de:

Garantir uma maior transparência do orçamento;

Evitar a existência de dotações secretas;

Permitir uma fácil avaliação e controlo político pelo parlamento;

Tornar mais eficaz a execução e o controlo da execução;

Page 14: Orcamento publico vs estado

xv

Possibilitar a comparação inter-temporal das prioridades políticas e sua

realização.

A regra da especificação encontra o seu fundamento numa necessidade diz-nos que no

orçamento deve especificar ou individualizar suficientemente cada receita e cada

despesa. Esta regra fundamenta-se numa necessidade de clareza e nos próprios

fundamentos da instituição orçamental, que seriam defraudados sem esta exigência.

Em Portugal a constituição expressamente impõe a exigência de especificação quanto as

despesas, por forma a evitar-se a formação de fundos secretos (C.R.P., art. 108 ͦ, n ͦ 3),

enquanto exigência e formulada também para as receitas pela Lei n ͦ 64/77 (art 7 ͦ , n ͦ 1).

Aqui de vêm, para além do requisito da clareza, dois fundamentos da regra da

especificação: a racionalidade financeira e o controlo político.

b) Não compensação

Receitas e despesas devem ser inscritas no orçamento de forma bruta e não líquida.

Isto significa que não devem ser deduzidas as receitas as importâncias despendidas

para a sua cobrança, nem as despesas receitas que tenham sido originadas na sua

realização.

Em qualquer caso, o que é certo é que não foram ainda substituídas por outros

princípios diversos ou opostos, a que, com uma extensão talvez mais limitada do

que a que tinham no período liberal, se conservam como regras de bom senso, boa

administração e rigor técnico.

c) Não consignação

Esta regra estabelece que a totalidade das receitas orçamentais deve servir para

funcionar a totalidade das despesas orçamentais. Assim, interditar a consignação

significa não permitir que uma determinada receita seja consignada a uma determinada

despesa. Diversas razões justificam:

A primeira, e mais importante, têm a ver especialmente com a receita fiscal, principal

fonte de financiamento da despesa pública. Se a receita de cada tipo de imposta fosse,

por hipótese e na ausência de regra, consignada a uma despesa específica e só a esta, os

condições/contribuintes “reconheceriam” a aplicação dos seus pagamentos fiscais e

poderiam não desejar continuar a faze-lo na ausência de benefícios individuais directos.

Page 15: Orcamento publico vs estado

xvi

Considera-se o seguinte exemplo: os proprietários/utilizadores de automóvel

concordariam com o pagamento do imposto automóvel e do imposto sobre produtos

petrolíferos tendo o por referência o sistema fiscal português se a receita fosse

consignada à realização da despesa necessária à melhoria e desenvolvimento da rede

rodoviária porque dela beneficiariam directamente, mas poderiam recuar aquelas

obrigações fiscais se o destino fosse o financiamento da despesa com a renovação e a

expensão do caminho-de-ferro.

A segunda razão, de natureza diferente, justifica esta regra. Considera-se, por exemplo,

que a receita cobrada de um determinado imposto consignado se mostrava excedentária

ou insuficiente face ao valor da despesa prevista. Daqui resultariam duas consequências

diferentes, mas ambas negativas: um montante extra de receita que não poderia

financiar qualquer outra despesa, no primeiro caso, e a possibilidade de realizar

planeamento o projecto ou medida, no segundo.

Critica-se frequentemente a flexibilidade observada na aplicação desta regra isto, é, a

existência de diversas excepções, a este respeito, importa sublinhar dois aspectos: por

um lado, aquelas são sempre, em qualquer país, enquadradas num instrumento jurídico

logo legais. Por outro, a consignação de uma determinada receita pode ser entendida,

desde que devidamente fundamentada como uma vantagem, na medida em que constitui

uma garantia de realização de uma despesa considerada essencial.

1.5.3.1 Publicidade

1) Sem prejuízo de outros meios de divulgação, o Orçamento do Estado é publicado no

Boletim da Republica.

2) Para o efeito do disposto no numero anterior é matéria se publicação:

a) A Lei orçamental,

b) A tabela de receita e

c) A Tabela de despesas.

3) São objectos de separata orçamental os documentos escritos no numero anterior e as

demais informações económicas e financeiras julgadas pertinentes. ( Dec. Lei n. º

15/1997, de 10 de Julho, art. 12.o )

1.5.4 O princípio do equilíbrio orçamentala) Conceito

Page 16: Orcamento publico vs estado

xvii

O equilíbrio orçamental é, de todas as regras orçamentais clássicas, a mais importante e

também a mais controversa. Em Portugal a sua importância como princípio fundamental

da gestão financeira no regime saído do golpe militar do 28 de Maio foi decisiva, em

obediência a um classicismo financeiro ortodoxo e em contraste com o constante

desequilíbrio orçamental da primeira republica e do liberalismo monárquico (com

excepção de dois orçamentos de Afonso Costa).

Fala-se por vezes de orçamento financeiro, mais este representa uma realidade mais

ampla do que o equilíbrio orçamental, já que através daquela ideia se procura exprimir

uma relação entre o equilíbrio do crédito público do orçamento e da própria tesouraria e

os equilíbrios global de economia.

Mais restritamente o equilíbrio orçamenta-se apenas a uma certa situação do orçamento

que importa realizar.

b) Equilíbrio, défice e superavit

Numa primeira aproximação o equilíbrio entende a igualdade entre receitas despesas

orçamentos. Existem três relações possíveis entre receitas e despesas.

Si as receitas excedem as despesas estamos face a uma situação de superavit; se as

igualam encontramo-nos uma situação de equilíbrio aritmético; e se não chegam para

cobrir as despesas falamos em défice.

Em sentido amplo, o equilíbrio orçamental (em contraposição a défice: “o não –

défice”) cobre, não só as situações de equilíbrio aritmético, como também aquelas em

que se verifica um excedente ou superavit.

c) Equilíbrio “ ex ante” e equilíbrio “ ex post”

O equilíbrio orçamental pode ser encarado numa perspectiva “ex ante” ou “ex post”.

No primeiro caso fala-se de equilíbrio do Orçamento ou equilíbrio da previsão

orçamental, no segundo em equilíbrio da conta ou da execução orçamental. Pode-se,

efectivamente, ter-se registado um equilíbrio na previsão de receitas e de despesas, que

por qualquer motivo não veio a encontrar correspondência na execução orçamental,

mostrando a conta um desequilíbrio entre receitas e despesas.

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xviii

Normalmente, fala-se em equilíbrio numa perspectiva dualista, considerando a previsão

orçamental, mas partindo do princípio que a execução não se afastará dela. Convém,

todavia, precisar quando falamos do equilíbrio da previsão (Orçamento) ou da execução

(conta).

d) Equilíbrio formal e equilíbrio substancial

Costuma-se também contrapor equilíbrio formal e equilíbrio orçamental substancial.

Quando se fala em equilíbrio em sentido formal está-se a pensar apenas na existência de

uma situação contabilística de igualdade entre as receitas e despesas, exigências que é

bastante fácil de satisfazer, desde que não se faca qualquer discriminação quanto aos

tipos de receitas.

É exigência inscrita na constituição de 1976, cujo artigo 108 ͦ n ͦ 4 estabelece que “ o

Orçamento devera prever as receitas necessárias para cobrir as despesas”. Exigência

como se vê, muito simples e fácil de realizar (pois inclui credito).

Em sentido substancial, o equilíbrio abrange uma realidade mais complexa, já que aqui

se trata de determinar uma relação concreta entre certo tipo de receitas e certo tipo de

despesas, que tem como defeito demonstrar se utiliza uma cobertura ortodoxa ou não

dos gastos financeiros.

Só existe equilíbrio Orçamental em sentido substancial quando certas receitas cobrem

certas despesas,

A resposta a questão de saber quando é que se encontra um orçamento equilibrado foi

dada por várias vias, que podemos reconduzir a duas grandes famílias de critérios:

a) Critérios de base clássicos e neoclássicos;

b) Critérios baseados na noção de orçamento de capital.

1.5.5 O equilíbrio orçamental no pensamento clássico

a) O primeiro critério clássico

O primeiro pensamento clássico era bastante rigoroso e restrito. Considerava-se que o

Orçamento estava equilibrado quando os rendimentos normais cobrissem todas as

despesas.

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xix

Os rendimentos normais eram o rendimento do património, incluindo os proporcionados

(“máxime”, os impostos). Os empréstimos nunca eram considerados como recursos

normais, ou “receitas” em sentido restrito.

A ideia base deste critério era a de limitar o recurso pelo Estado ao crédito, caso em que

o orçamento estaria desequilibrado. Na base desta noção estava a ideia de que, sempre

que o Estado recorresse aos mercados financeiros ou emitisse moeda para cobrir o

défice, estava a quebrar o ritmo normal da vida económica a desviar recursos do sector

privado (produtivo) para o sector público (improdutivo).

O défice orçamental só seria admissível para os financeiros clássicos em caso de

sobrevivência nacional. Mesmo em situações difíceis, no entanto a prioridade era dada

ao agravamento dos impostos sobre a contratação de empréstimos, já que os impostos

poderiam sempre ser controlados através de mecanismos da autorização parlamentar,

enquanto os empréstimos produziriam consequências futuras incontroláveis (inflação,

peso sobre as futuras gerações, travagem do crescimento).

Este critério tem como principais vantagens, no entanto, o seu extremo rigor teórico e o

rigor que introduz na administração financeira. Para além de ser extremamente

questionável que o estado não possa recorrer a empréstimos num plano teórico, num

plano prático as dificuldades de apresentar orçamentos equilibrados segundo este

critério são por demais evidentes.

b) O critério do activo da tesouraria

O critério do activo da tesouraria corresponde a uma visão do pensamento clássico, que

inspirou de forma determinante a prática financeira em muitos Países e hoje é praticado,

por exemplo, nos Estados Unidos de América, onde o empréstimo só é possível com

manutenção do equilíbrio orçamental no caso de se destinar ao pagamento de outro

empréstimo anteriormente contraído.

Este critério é chamado activo de tesouraria por se atender fundamentalmente à situação

do património de tesouraria do Estado: considera-se que não há equilíbrio sempre que o

orçamento altere para menos a situação do Património do Estado.

A distinção chave para esta classificação separa as despesas e as receitas em efectivas e

não efectivas.

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xx

Despesa efectiva é aquela que representa uma efectiva diminuição do património da

tesouraria (património monetário). Despesa não efectiva será aquela que, embora

diminuído o património da tesouraria, provoca nele um acréscimo de montante idêntico.

Por exemplo: pagar o vencimento de um funcionário é uma saída de dinheiro sem

contrapartida monetária (despesa efectiva); pagar uma divida é uma saída de dinheiro

que tem como contrapartida o desaparecimento de uma verba idêntica no passivo

patrimonial (o débito que, depois de solvido, desaparece) – trata-se de uma despesa não

efectiva.

As despesas efectivas só podem ser financiadas por receitas efectivas. As despesas não

efectivas podem ser financiadas por receitas efectivas e poderão ser cobertas por

receitas não efectivas, isto é, aquelas em que a redução do património monetário seja

compensada por uma liberação de posições passivas. Se não se cumprirem estas regras

haverá défice orçamental.

c) O equilíbrio do orçamento ordinário

Um último sentido em que evolui o pensamento clássico deu origem ao critério do

equilíbrio do orçamento ordinário assente na distinção entre receitas e despesas

ordinárias e extraordinárias.

O problema de base deste critério é a distinção entre receitas e despesas ordinárias e

extraordinárias.

Existem diversos critérios para distinção entre receitas e despesas ordinárias e

extraordinárias. Segundo um dos critérios mais divulgados, despesas ordinárias são as

que se repete em qualidade- ainda que o seu montante varie em todos os orçamentos, e

receitas ordinárias são também aqueles que se repetem em todos os orçamentos, apesar

da variação de montante. Despesas extraordinárias são as despesas cuja natureza não

determinam a necessidade da sua realização em todos os anos e, receitas extraordinárias,

são aquelas que não cobram necessariamente (ou por natureza) todos os anos.

A dificuldade deste critério reside na sua concretização prática, já que na medida em

que por exemplo, hoje, na generalidade dos países, os empréstimos se repetem

normalmente, de orçamentos para orçamento, se poderia chegar a uma situação que

levasse a considerar os empréstimos e por venturas todas as receitas importantes como

receitas ordinárias.

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xxi

Outro critério menos seguido considerava a despesa ordinária como aquela que esgotava

a sua prestação de utilidade no período anual, enquanto a despesa extraordinária tinha

uma utilidade que se prolongava no tempo. Também a receita era ordinária quando era

cobrada segundo um processo que se esgotava no período anual, ou extraordinária, se os

seus efeitos ou consequência se prolongavam para além de período anual.

1.5.6 Os orçamentos de capital e o equilíbrio orçamental

Um último critério que importa referir é dos orçamentos de capital, inicialmente

teorizados e praticados na Suécia, e que assentam na distinção entre receitas e despesas

correntes e de capital.

Receitas e despesas de capital são aquelas que alteram a situação activa ou passiva do

património duradouro do Estado, enquanto as receitas e despesas correntes são as que

oneram nem aumentam o valor do património duradouro do estado (património do

Estado, Stricto senso, em contra posição a património da tesouraria).

Património do Estado conjunto de activos ou créditos e débitos de que o Estado é titular

é susceptível de uma divisão em património duradouro e não duradouro.

As receitas e despesas de capital são as que alteram o património duradouro (no

horizonte anual), as receitas e despesa correntes são as que só afectam o património não

duradouro. Assim os impostos são receitas correntes, tal como os pagamentos a

funcionários são despesas correntes.

Exemplo: o gasto com a construção de um prédio é uma despesa de capital e a venda de

um prédio cria uma receita de capital.

Este critério também é conhecido por actividade de Estado assenta na distinção entre

orçamento corrente e o orçamento de capital. Para que haja equilíbrio é necessário que

as despesas correntes do Estado sejam cobertas põe receitas correntes. As despesas de

capital podem ser cobertas por receitas de capital ou pelo excedente das correntes. O

desequilíbrio resulta apenas da cobertura de despesas correntes por receitas de capital.

2 ESTRUTURA DO ORÇAMENTO DO ESTADO

No que respeita a estrutura interna do orçamento do Estado, determina a lei que, quanto

as receitas, devem as mesmas ser inscritas segundo um código de classificação

económica, que as agrupa em receitas correntes e de capital; relativamente as

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xxii

despesas, a sua inscrição orçamental obedece a códigos de classificação económica e

funcional.

2.1 Classificação Económica das receitas

As receitas correntes compreendem actualmente sete capítulos:

1. Impostos directos, que abrange dois grupos, referentes aos impostos sobre o

rendimento (IRPS e IRPC) e outros onde se integram a SISA, o imposto sobre as

sucessões e doações, o imposto sobre veículos e outros impostos de menor

relevo;

2. Impostos indirectos, que compreendem três grupos. Transacções internacionais,

sobre o consumo (em que avulta o IVA) e outros;

3. Taxas, multas e outras penalidades;

4. Rendimentos da propriedade, repartidos por doze grupos, em que assumem

especial relevo de juros, os dividendos e participações em lucros de sociedades e

empresas públicas e participadas e as rendas de terrenos;

5. Transferências;

6. Venda de bens e serviços correntes;

7. Outras receitas correntes.

Por sua vez, as receitas de capital abrangem apenas cinco capítulos:

1. Venda de bens de investimentos;

2. Transferências;

3. Activos financeiros;

4. Passivos financeiros e

5. Outras receitas de capital.

O orçamento do Estado inclui ainda na receita três outros capítulos residuais, relativos

aos recursos próprios comunitários (em que se destacam os direitos aduaneiros e os

direitos niveladores), as reposições não abatidas nos pagamentos e as contas de ordem.

2.2 Classificação económica das despesas

Nas despesas correntes compreendem-se:

1. Despesas com o pessoal;

2. Aquisição de bens e serviços correntes;

Page 22: Orcamento publico vs estado

xxiii

3. Encargos correntes da divida;

4. Transferências correntes;

5. Subsídios e

6. Outras despesas correntes.

Por seu turno, nas despesas de capital distinguem-se:

1. Aquisição de bens de capital;

2. Transferências de capital;

3. Activos financeiros;

4. Passivos financeiros e outras despesas de capital.

2.3 Classificação funcional as despesas

A classificação das despesas por função ou objectivos finais compreende as seguintes

rubricas:

1. Serviços gerais da Administração Publica;

2. Defesa nacional;

3. Educação;

4. Saúde;

5. Segurança e assistência social;

6. Habitação e equipamentos urbanos;

7. Outros serviços colectivos e sociais;

8. Serviços económicos e

9. Outras funções.

2.4 Preparação e Aprovação do Orçamento

2.4.1 Preparação do Orçamento

No que respeita a preparação do orçamento, há que ver qual o órgão da administração

financeira a que compete, o processo a seguir na sua elaboração e as regras de avaliação

das receitas e despesas que devem ser adoptadas.

Preparação pelo Ministério das finanças

Nos termos do artigo 108o, n.º 2, da Constituição, o Orçamento é elaborado de harmonia

com as grandes opções do Plano anual e tendo em conta as obrigações decorrentes de

Lei ou de contrato. Ora cabe a Assembleia da Republica votar, alem das opções do

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xxiv

Plano, o plano financeiro, que é o Orçamento. Mas como se trata de um plano de

administração, de um plano de governo em matéria de receitas e despesas, também se

compreende que a elaboração desse plano, a elaboração do projecto de Orçamento,

pertença a própria Administração, ao próprio governo. Por isso este cumpre apresentar à

Assembleia a proposta de Orçamento (Lei n.º 6/91, art. 9.o, n.º 1).

O projecto de tal proposta é obra do Ministério das Finanças, o qual actua por

intermédio de um dos seus organismos – a Direcção Geral da Contabilidade Publica.

Esta compõe-se a serviços centrais e serviços delegados ou delegações (Dec. Lei n. º

499/79, de 22 de Dezembro, art. 5.o).

Avaliação das despesas: avaliação directa

A preparação do orçamento das despesas e do das receitas nada mais é do que a

previsão de uma e outra. Como é, então, que se prevêem as despesas? Por outras

palavras, como se avaliam? A divisão do Orçamento coordena o orçamento das

despesas com base nos elementos que lhe são fornecidos pelas delegações de

contabilidade junto dos Departamentos Ministeriais. As coisas passam-se assim:

Cada serviço do Estado elabora o projecto de orçamento das suas despesas

consoante os gastos previstos para o próximo ano e dentro dos limites das

instruções que lhe hajam sido dadas superiormente;

Os projectos de orçamentos dos serviços de cada Departamento ou Ministério

são remetidos à respectiva delegação da Contabilidade Publica;

Esta elabora o orçamento das despesas do seu Departamento ou Ministério

(projecto parcial do orçamento das despesas); os projectos parciais são

coordenados pela Direcção do orçamento e submetidos à apreciação superior.

Avaliação das receitas: avaliação directa

Também se tem de fazer avaliação directa no domínio das receitas. Assim, se a receita

vai ser cobrada pela primeira vez, não é possível pedir ao passado a indicação do seu

montante provável; como, se a receita vai ser cobrada em circunstâncias

consideravelmente diferentes daquelas em que o foi nos anos anteriores, também o

passado não pode elucidar-nos a cerca do seu montante. Em ambos casos, haverá que

avaliar as receitas directamente.

Page 24: Orcamento publico vs estado

xxv

Na generalidade dos casos, porem, as cobranças passadas fornecem elementos para

orçar com base nelas as cobranças futuras. É por isso que, em vez de avaliação directa,

se pode fazer avaliação automática da maioria das receitas.

Métodos das correcções

Em resumo, aplicam-se os seguintes métodos:

1. Método da avaliação directa, as receitais fixadas por lei ou contrato e aos

impostos, que por virtude de alterações do seu regime legal devam produzir

rendimento diverso do dos anos anteriores;

2. Método do penúltimo ano, às receitas pouco variáveis;

3. Método das correcções, às receitas pouco variáveis com tendência para

aumentar;

4. Método do rendimento médio, às receitas muito variáveis.

O período da elaboração

O período da elaboração do orçamento deve obedecer a duas condições em larga

medidas contraditórias:

Deve ser curto, para que o momento da previsão se aproxime o mais possível da

cobrança das receitas e do pagamento das despesas;

Deve ser dilatado, para permitir que as previsões se façam o mais acuradamente

possível.

Decreto-lei n.º 155/92, os serviços devem enviar os seus projectos ate à data que for

fixada nas instruções da Direcção Geral para a elaboração do Orçamento de cada ano, a

qual data pode ficar à quem ou alem de 30 de Junho.

2.4.2 Aprovação do Orçamento

Apresentação da proposta de Orçamento à Assembleia da Republica

Elaborado pelo Ministério das Finanças o projecto de Orçamento, é este submetido à

aprovação do Governo, o qual devera apresentar ate 15 de Outubro a respectiva

proposta de Lei à Assembleia da Republica (Lei n.º 6/91, art. 9.o).

A proposta contém, alem do seu articulado, os mapas orçamentais e é acompanhada de

anexos informativos (art. 10.o). No articulado (art. 11.o) devem ser incluídos,

Page 25: Orcamento publico vs estado

xxvi

nomeadamente:

As condições de aprovação dos mapas orçamentais e as normas necessárias à

execução do Orçamento;

A indicação das fontes de financiamento que acresçam às receitas efectivas;

O montante e os termos do recurso ao crédito público;

O limite dos avales a conceder pelo Governo.

Os mapas orçamentais (art. 12.o) são doze e neles as receitas e as despesas vêm

especificadas.

Os primeiros quatro mapas respeitam às finanças do Estado (o mapa I, às

receitas, com especificação segundo a classificação económica, por capitulo,

grupos e artigos; os mapas II, III e IV, às despesas, com especificação,

respectivamente, segundo a classificação orgânica, por capítulos, segundo a

classificação funcional e segundo a classificação económica);

Os quatro mapas seguintes respeitam às finanças dos fundos e serviços

autónomos, isto é, dos serviços com autonomia administrativa e financeira (o

mapa V, às suas receitas globais, segundo uma classificação orgânica, por

capítulos; os mapas VI, VII e VIII, às despesas globais com especificação,

respectivamente, segundo a classificação funcional e segundo a classificação

económica).

O mapa IX contém o orçamento da Segurança Social, com receitas e despesas

especificadas;

O mapa X é o das finanças locais, na parte das verbas a distribuir por cada um

dos municípios;

O mapa XI oferece o Programa de Investimento e Despesas de Desenvolvimento

da Administração Central (PIDDAC), onde se encontram os programas e

projectos que implicam encargos plurianuais;

Finalmente, o mapa XII dá-nos as despesas que estão apresentadas por

programas no orçamento do Estado e nos orçamentos dos fundos e serviços

autónomos, ao abrigo do artigo 108.o, n.o3, da Constituição.

Votação do Orçamento e consequências da sua não votação tempestiva

Page 26: Orcamento publico vs estado

xxvii

A Assembleia da Republica deve votar o Orçamento até 15 de Dezembro. A discussão e

votação na generalidade cabem ao Plenário da Assembleia; a discussão e votação,

porem, na especialidade só lhe cabe em tema de criação e extinção de impostos e de

empréstimos e outros meios de financiamento; podendo ainda caber-lhe em tema de

matérias relativas ao regime fiscal, se assim for requerido por um decimo dos

deputados. O restante é discutido e votado na especialidade, mas em sessão pública,

pela componente comissão da Assembleia – a Comissão de Economia, Finanças e Plano

(Lei n.º 6/91, art. 14.o).

O Plenário não vota, pois, na especialidade os mapas das despesas. Isso porque, sendo a

Assembleia constituída por 230/235 deputados e muitas as verbas desses mapas, se

reconheceu que a discussão delas entre tantas pessoas, além de duvidosamente

proveitosa, teria de ser certamente demorada.

Quer dizer: os deputados estranhos à comissão de Economia, Finanças e Plano não

podem apresentar, durante a discussão do Orçamento, propostas de alterações do

orçamento das receitas, e em matéria de criação e extinção de impostos, de empréstimos

e outros meios de financiamento, e eventualmente de regime fiscal.

3 DECLINIO DA INSTITUICAO ORCAMENTAL

3.1 Desorçamentação

Desorçamentação é a omissao de despesas afim de reduzir o defice, atraves da criaçao

de entidades como emprezas públicas, fundacoes e outras como as parcerias publico-

privadas que ficam fora do orcamento do estado.

Catarino define desorçamentação como:

“processo pelo qual parte das despesas e das receitas que antes

eram objecto de relevação orçamental, sendo aí especificamente

registadas, passa a estar na esfera de outras entidades colectivas

(…) dispersando uma realidade que antes era objecto de um

tratamento unitário” (CATARINO, 2012, p.258).

O grau mais profundo de desorçamentação está relacionado com a existência de receitas

e despesas públicas que estão totalmente à margem dos orçamentos, das suas regras de

previsão e execução. Apesar de formalmente esta desorçamentação ser lícita, na medida

que é permitida por lei, ela ilude o controlo democrático e financeiro sem que, muitas

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xxviii

vezes, haja razões de interesse e ordem pública que a justifiquem tratando-se, ainda, de

um fenómeno que está relacionado com a “duplicação de estruturas e órgãos” do sector

público.

Para BENTO (2000) a legitimidade da desorçamentação só se verifica quando as

entidades que ficam fora do perímetro orçamental sejam verdadeiramente auto-

suficientes e não constituam “encargo, actual ou prospectivo, para os contribuintes”.

Caso contrário, estão em causa dois princípios fundamentais no tratamento das finanças

públicas: o controlo democrático e a transparência no registo das responsabilidades

contraídas.

Exemplos de desorçamentação:

Investimentos com recurso a “project finance”, isto é, a construção de infra-estruturas

públicas através da criação de consórcios empresariais que se encarregam da

concretização dos investimentos e da execução do projecto. Ao nível local, esta

realidade concretiza-se através das chamadas Parcerias Público-Privadas

Institucionalizadas (PPP-I), algumas delas prosseguidas através das empresas locais.

Neste modelo de negócio o financiamento necessário corre por conta de uma empresa

de capitais mistos criada especificamente para este negócio, não havendo recurso a

esforço dos contribuintes. O problema coloca-se quando o projecto não é auto-

sustentável, necessitando de recorrer a “prospectivas receitas” de origem orçamental.

“Neste caso, trata-se de uma desorçamentação pura, com todas as suas consequências:

o investimento realizado e financiado com empréstimos traduz-se num direito de saque

sobre os impostos futuros e esses empréstimos são dívida pública para todos os efeitos

relevantes” (Bento, 2000, p.29 e 30).

A constituição de empresas públicas - Estando grande parte das empresas públicas

fora do perímetro orçamental, as receitas e despesas associadas à sua actividade ficam

fora do controlo democrático e financeiro. Não sendo, em muitos casos, auto-

sustentáveis, recorrem constantemente ao endividamento, por vezes com garantias do

governo.

Garantias e “cartas de conforto” relativas a empréstimos contraídos pelas agências

locais. Estas garantias estão excluídas do orçamento pois tratam-se de responsabilidades

Page 28: Orcamento publico vs estado

xxix

contingentes, isto é, apenas terão repercussão orçamental em caso de incumprimento.

No entanto, existe um risco de compromissos futuros.

BENTO (2000), refere que as garantias não se confinam apenas aos empréstimos

contraídos, sublinhando que, muitas vezes, os governos garantem às empresas públicas

o pagamento das perdas que resultarem das diferenças entre os preços de mercado e os

custos de produção.

A aplicação das receitas de venda de activos - estes activos ou representam impostos

passados – se pagos com receitas cobradas – ou criaram direitos de saque sobre os

impostos futuros – se pagos com a emissão de dívida. A solução que não alteraria a

situação líquida do sector público seria a de utilizar integralmente as receitas da venda

desses activos na aquisição de novos activos, na amortização de dívidas ou mesmo no

aumento de capital das empresas públicas.

3.2 Parafiscalidade

Parafiscalidade - pagamentos obrigatórios instuidos por lei, afectados a organismos

autónomos do Estado com objectivos económicos ou sociais que não são contabilizados

como receitas do Orçamento do Estado (é o caso das quotizaçoes para a segurança

social, taxa de televisão ou rádio).

O fenômeno da parafiscalidade nasceu associado à exigência de inúmeras contribuições

pêlos Estado Fascista italiano e Estado Social francês, de tal forma que os doutrinadores

pátrios e alienígenas' equivocadamente compreendem que essas exações tenham nascido

sob o influxo desse momento histórico.

Mas, em verdade, as contribuições especiais nasceram no seio do Estado Liberal, como

conseqüência da fundamentação do poder de tributar em uma relação de troca.

Ocorre que os estreitos limites traçados à atividade estatal pelo liberalismo não

permitiram o fortalecimento da exigência de contribuições especiais pelo Estado

Liberal, que as instituiu de forma tímida, deixando de proporcionar espaço para o

crescimento de sua exigência.

A parafiscalidade, surgida no Estado Fascista italiano e no Estado do Bem-estar Social

francês em momento posterior da História, caracterizou-se, em verdade, como um

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xxx

expediente que retirou as contribuições especiais do campo do Direito Tributário,

despindo-as, portanto, das garantias duramente conquistadas pêlos contribuintes.

3.2.1 Condições do exercício da autonomia na administração pública

A implementação do processo de reforço da autonomia exige uma acção sensata a todos

os níveis da administração pública.

Exige uma acção que não se limita a reconhecer apenas como legítimos os

procedimentos que a administração estabelece, mas sobretudo os princípios que

os enformam.

Exige uma acção que utiliza um juízo de conformidade de meios com os fins.

Exige uma acção de procura de ajuda e de uso de consultadoria.

Exige uma acção que valoriza os “empreendedores de mudança”, isto é, aqueles

que conduzem a sua acção em direcção aos fins estabelecidos e à melhoria das

práticas.

Esta concepção de autonomia pressupõe contratos de autonomia que incluem

administração pública, associações locais, associações científicas e pedagógicas, centros

de formação contínua, instituições de ensino superior. Os contratos de autonomia

constituem instrumentos para o desenvolvimento do serviço público.

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xxxi

Conclusão

Com esta pesquisa concluímos que o Orçamento do Estado pode se definir como o

documento, apresentado sob forma de lei, que comporta uma descrição detalhada de

todas as receitas e todas as despesas do Estado, propostas pelo Governo e autorizadas

pela Assembleia da Republica, e antecipadamente previstas para um horizonte temporal

de um ano. No âmbito de aplicação o Orçamento do Estado aplica-se a todo o território

nacional e às missões ou delegações do país no exterior.

No que concerne a actividade do Orçamento do Estado há que considerar duas

principais zonas que podem ser indicadas como escapando á disciplina orçamental são:

Actividade patrimonial do Estado: o Estado tem um património que tem que ser gerido

através de um conjunto de operações. Esta zona de actividade financeira, que se

relaciona com os elementos permanentes e duradouros, não se prende propriamente com

a gestão dos dinheiros públicos, a entrada e saída de fundos durante o ano que o

orçamento pretende disciplinar e finalmente a actividade de tesouro: a outra grande zona

que nos estados modernos decorre á margem do Orçamento é a actividade de tesouro ou

tesouraria do Estado, apesar do tesouro ter nascido ao mesmo tempo e pelas mesmas

razões que o Orçamento, e com ele estar intimamente relacionados.

Page 31: Orcamento publico vs estado

xxxii

Bibliografia

BENTO, Vítor, A desorçamentação das despesas públicas, Revista do Tribunal de

Contas, n.º 34, Jul./Dez. 2000

CATARINO, J. Ricardo, Finanças Públicas e Direito Financeiro, Ed. Almedina, S.A.

2012.

FRANCO, A. L. Sousa, Finanças Publicas e Direito Finaceiro, Edicao da associacao

academica da fculdade de Lisboa, Lisboa, 1980.

PEREIRA, T. Paulo, AFONSO, António, ARCANJO, Manuela, SANTOS, J. Gomes,

Economia e Finanças Publicas.

RIBEIRO, J. Teixeira, Licoes de Financas Publicas, 5a ed, Refundida e Actualizada.

Nome: Sérgio Alfredo Macore / 22.02.1992

Naturalidade: Cabo Delgado – Pemba – Moçambique

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Formado em: Gestão de Empresas / Gestão Financeira

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Instituição de ensino: Universidade Pedagogica Nampula – Faculdade = ESCOG.

Boa sorte para você…….