oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

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Oportunidades e Inovações Tecnológicas para o setor de Automação Industrial Outubro/ 2013

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Page 1: Oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

Oportunidades e Inovações Tecnológicas para o setor de Automação Industrial

Outubro/ 2013

Relatório preparado pela Cysneiros Consultores Associados para a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco.

Pesquisador ResponsávelEletroeletrônica: Eduardo Peixoto

Page 2: Oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

Sumário

1 Introdução........................................................................................................................5

2 Análise das Tendências de Inovação Tecnológica em Eletroeletrônica........................6

2.1 Análise da Tecnologia de Automação Industrial.................................................................72.1.1 Processos...........................................................................................................................................92.1.2 Dispositivos.....................................................................................................................................102.1.3 Protocolos de comunicação.............................................................................................................112.1.4 Software...........................................................................................................................................122.1.5 Redes de comunicação industrial....................................................................................................13

2.2 Macrotendências de Inovação Tecnológica em Automação Industrial...........................152.2.1 Computação em nuvem...................................................................................................................152.2.2 Comunicação sem fios.....................................................................................................................162.2.3 Segurança........................................................................................................................................172.2.4 Sustentabilidade...............................................................................................................................182.2.5 Integração com os sistemas corporativos........................................................................................182.2.6 Gerenciamento de ativos.................................................................................................................19

2.3 Recomendações às Empresas de Eletroeletrônica de Pernambuco.................................20

3 Conclusão.......................................................................................................................21

4 Referências.....................................................................................................................22

Page 3: Oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

Índice de Tabelas

Tabela 1. Comparativo entre rede industrial e corporativa..................................................................................14

Tabela 2. Ataques cibernéticos a sistemas de automação industrial.....................................................................17

Page 4: Oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

Índice de Figuras

Figura 1. Esquema de sistema de controle com CLP .............................................................................................8

Figura 2. Controlador Lógico Programável ..........................................................................................................9

Figura 3. Receita dos protocolos de automação industrial ..................................................................................12

Figura 4. Visão geral de uma rede de automação industrial ...............................................................................13

Figura 5. Arquitetura atual e futura da rede de automação industrial ................................................................16

Figura 6. Integração ERP e MES..........................................................................................................................19

Page 5: Oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

1 Introdução

Este relatório foi produzido no âmbito no projeto CICTEC - Centro de Inteligência

Competitiva para Parques Tecnológicos, e apresenta as principais tendências de inovação

tecnológica no setor de Eletroeletrônica, apontando oportunidades de inovação para as

empresas Pernambucanas, abordando em detalhe as novas tecnologias de Automação

Industrial, a qual possui um papel importante na economia global e na vida das pessoas, ao

combinar dispositivos com ferramentas organizacionais e matemáticas para criar um sistema

complexo.

Com o crescimento das tecnologias de computação em nuvem, a arquitetura

monolítica da rede de automação industrial se altera para uma arquitetura orientada a serviço,

expandindo as oportunidades de inovação e negócios. No atual contexto de inovações na área

de automação industrial e com a reindustrialização de Pernambuco (Porto de Suape, Refinaria

Abreu e Lima, fábrica da Fiat, polo têxtil do Agreste) diversas oportunidades se apresentam

neste segmento para as empresas do ParqTel e Porto Digital.

Page 6: Oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

2 Análise das Tendências de Inovação Tecnológica em Eletroeletrônica

A indústria representava 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado de

Pernambuco nos anos 80, mas na década seguinte se iniciou um processo de decadência que

reduziu a participação do setor para 15% do PIB do estado (AgroCIM, 2011). Entretanto nos

últimos anos, começou um processo de reindustrialização em Pernambuco, com a

implantação de diversos projetos estruturadores: complexo industrial portuário de Suape, que

além do próprio porto, comporta a refinaria Abreu e Lima e o estaleiro Atlântico Sul; polo

automotivo de Goiana liderado pela fábrica da Fiat (Carvalho, 2013) (Brito, 2011). Além

desses grandes projetos, o desenvolvimento do polo de confecção do Agreste Pernambucano

no entorno dos municípios de Toritama, Santa Cruz do Capibaribe e Caruaru, que movimenta

R$ 1 bilhão por ano (SEBRAE, 2013). Segundo Jorge Corte Real, presidente da Federação

das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), a expectativa é o PIB estadual atinja R$

170 bilhões nessa década, e que o setor industrial corresponda a 28% desse montante, com

valor aproximado de R$ 47 bilhões (FIEPE, 2013).

No entorno de cada um dos grandes empreendimentos ao norte e ao sul de Recife,

novas indústrias se instalarão nos próximos gerando demanda para produtos e serviços de

automação industrial, que poderia ser uma expansão dos produtos e serviços de algumas

empresas do ParqTel, mais especificamente TRON e Neiva’s; e uma oportunidade para

empresas do Porto Digital na área de programação de CLP e integração entre as redes de

controle industrial e as corporativas.

Nesta seção, levantamos as tecnologias de automação industrial e apresentamos uma

análise preliminar do uso dessas tecnologias pelas empresas do ParqTel e Porto Digital.

Page 7: Oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

2.1 Análise da Tecnologia de Automação Industrial

A automação é o uso de equipamentos, sistemas de controle e tecnologias da

informação para aumentar a produtividade na produção de bens e na entrega de serviços. O

termo automação começou a ser utilizado a partir de 1947 quando a General Motors criou um

departamento de automação. O impacto da tecnologia vai além da manufatura, como

podemos observar na substituição das telefonistas pelas centrais telefônicas, e na substituição

dos caixas bancários pelos caixas eletrônicos ou ATMs (Wikipedia, s.d.). A automação tem

um papel importante na economia global e na vida das pessoas, ao combinar dispositivos com

ferramentas organizacionais e matemáticas para criar um sistema complexo (IEEE).

Até a década de 1940, as fábricas eram operadoras manualmente ou através de

controles pneumáticos. A partir do desenvolvimento da eletrônica analógica nas décadas de

1950 e 1960, e da eletrônica digital a partir das décadas de 1970 e 1980, o grau de automação

na indústria foi ampliado (Gutierrez & Pan, 2008). O sistema de controle industrial é uma

categoria que engloba diversos sistemas de controle utilizados na automação industrial, tais

como: Supervisory Control and Data Acquisition(SCADA), Distributed Control Systems

(DCS) e os mais simples que são os Programmable Logic Controllers (PLC), que será

referenciado doravante nesse documento como Controlador Lógico Programável – CLP. O

divisor de águas na automação industrial foi a invenção do CLP por Dick Morley em 1968

para atender a uma necessidade da General Motors para substituir o sistema de controle

baseado em reles interligados. O dispositivo deveria atender aos seguintes requisitos:

programação simples, mudanças na programação sem necessidade de alteração do

cabeamento interno, baixo custo de manutenção (The PLC Tutor, 2009) (Festo, 2002).

Segundo a IEC, o CLP é definido como:

“Um sistema eletrônico digital projetado para uso em ambiente industrial, que usa

memória interna programável para armazenar um programa com instruções para implementar

funções especificas: logicas, sequenciamento, temporização, aritmética para controlar através

de entradas e saídas digitais e analógicas diversos equipamentos e processos. O controlador e

seus periféricos associados também foram projetados para poderem ser integrados em um

sistema de controle industrial.” (IEC, 2003)

Page 8: Oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

Um CLP pode ser visto como um computador robusto e especializado para tarefas de

controle, em tempo real, de acordo com um programa no qual a lógica de controle é

implementada por meio de software. Em intervalos periódicos de tempo (scan time), o

controlador realiza uma varredura das entradas, lendo os sinais provenientes do campo, e os

processa, comparando com valores de referencia predeterminados, e finalmente envia

comandos para as saídas. Pode realizar operações de conversão de sinais analógicos em

digitais e vice-versa e também comunicar-se com a interface humano-maquina, responsável

pela interação do sistema com o operador (Gutierrez & Pan, 2008). A figura abaixo exibe um

diagrama de alto nível de um sistema de controle, destacando o CLP:

Figura 1. Esquema de sistema de controle com CLP 1

1 Adaptado de ( mikroElektronika, 2003)

Page 9: Oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

Na figura abaixo, temos um exemplo de CLP fabricado pela Rockwell Automation,

uma das pioneiras do setor:

Figura 2. Controlador Lógico Programável 2

2.1.1 Processos

Os sistemas de automação industrial dependem do processo de manufatura que se

deseja automatizar. Dessa forma, os sistemas de controle de processos podem ser

classificados da seguinte forma (Gutierrez & Pan, 2008):

Discretos – fabricação de produtos ou pecas que podem ser contados como unidades

individuais, como por exemplo: automóveis, brinquedos, eletroeletrônicos, vestuário,

tijolos, pneus, calçados;

Bateladas – fabricação de bens que dependem que determinadas quantidades de

matérias primas sejam combinadas de forma apropriada por um período de tempo,

como por exemplo: colas, alimentos;

Contínuos – fabricação de bens onde determinadas quantidades de matérias primas de

forma apropriada de forma contínua, como por exemplo: siderúrgicas, gás natural,

produtos químicos, plásticos, papel, celulose, cimento, açúcar e álcool.

2 (Rockwell Automation, 2013)

Page 10: Oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

2.1.2 Dispositivos

A implementação de um sistema de controle na automação industrial envolve

diferentes dispositivos, tais como (Gutierrez & Pan, 2008):

Sensores – instrumento cuja função é medir o valor de uma variável;

Indicador – instrumento que apresentar o valor medido de uma variável;

Transmissor – dispositivo que converte o sinal oriundo de um sensor em um sinal

compatível com a rede de comunicação. Pode incorporar ou não a função de sensor. É

comum, o termo transmissor ser designado para dispositivos que incorporam três

funções: sensor, transdutor (conversor) e transmissor;

Transdutor – dispositivo que, a partir de um sinal de entrada, produz uma saída de

natureza distinta, por exemplo: convertendo uma variação analógica em um sinal

digital;

Controlador – dispositivo que manipula uma determinada variável de entrada do

sistema de forma a manter a variável de saída no valor de referencia definido. Pode

ser mecânico, pneumático, elétrico ou eletrônico, sendo esse analógico ou digital.

Todos tem as lógicas de controle implementadas na estrutura física, a exceção do

dispositivo digital;

Controlador programável (Programmable Automation Controller - PAC) – é um

controlador compacto que combina as funcionalidades de um computador e um

controlador (CLP).

Registrador – dispositivo que armazena os valores assumidos pela variável

controlada, seja através da impressão de um gráfico, seja pela gravação digital dos

dados;

Atuador – dispositivo que, recebendo o comando do sistema de controle, o controle

em uma ação física no sentido de alterar a variável manipulada. Os atuadores mais

utilizados na indústria são aqueles associados a válvulas de controle e a motores;

Chave – dispositivo que tem por função ligar, desligar ou transferir ligações entre

circuitos, inclusive circuitos de alarme, segurança, sinalização.

Adaptador – dispositivo utilizado para comunicação entre redes, como por exemplo:

gateway;

Page 11: Oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

Interface Humano-Máquina (IHM) – dispositivo para visualização de dados do

processo, bem como para alteração de seus parâmetros e de condições de operação

das maquinas;

Comando Numérico Computadorizado (CNC) – dispositivo dedicado ao controle

automático de maquinas-ferramenta – por exemplo, tornos, fresadoras,

mandrilhadoras e retificadoras. O programa pode ser introduzido na memória do CNC

pelo operador por meio de uma IHM própria ou pode ser carregado de um sistema

CAD (Computer Aided Design) / CAM (Computer Aided Manufacture).

2.1.3 Protocolos de comunicação

Na rede de comunicação corporativa, os protocolos de comunicação estão quase

completamente baseados no padrão Ethernet. Nas redes de comunicação industrial existem

diversos protocolos, todos eles projetados para garantir que a comunicação fosse realizada no

tempo adequado. Alguns desses protocolos são proprietários, o que impedem que dispositivos

de fabricantes diferentes interajam entre si. Os protocolos abertos mais utilizados são

FieldBus (FF) e ProfiBus (Gutierrez & Pan, 2008). Nos últimos anos, o padrão Ethernet

tradicional tem sido utilizado nas aplicações onde o determinismo da latência não era um

requisito, e o padrão Ethernet modificado, o EtherNet/IP tem conquistado espaço nas

aplicações determinísticas (Industrial Automation, 2011). A figura a seguir exibe a receita

dos produtos de rede de automação industrial por tipo de protocolo no ano de 2011:

Page 12: Oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

Figura 3. Receita dos protocolos de automação industrial 3

2.1.4 Software

Um sistema de controle de automação industrial envolve diversos software, tais como

(Gutierrez & Pan, 2008):

Software de supervisão – implementa a comunicação entre um computador e a rede

de automação, permitindo a visualização e operação do processa de forma

centralizada, como por exemplo o SCADA (Supervisory Control and Data

Acquisition);

Software de configuração – prove um ambiente para criação de aplicações de controle

baseados na lógica PID, sistemas especialistas para controle de processos e aplicativos

de execução de lógicas fuzzy e neuro fuzzy, e para definição de funções de rede de

protocolos específicos;

Manufacturing Execution System (MES) – controla o fluxo produtivo, incluindo

estoques de matérias primas, produtos em processamento e disponibilidade das

máquinas;

3 (Industrial Automation, 2011)

Page 13: Oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

Plant Information Management System (PIMS) – armazena as informações relevantes

de processo, coletando informações dos sistemas de supervisão, sistemas de controle e

sistemas legados;

Enterprise Asset Management (EAM) – gerencia os equipamentos da planta.

Computerized Maintenance Management System (CMMS) – gerencia a manutenção

utilizando os dados transmitidos pela rede de automação e controle para registrar

anomalias no funcionamento dos equipamentos.

2.1.5 Redes de comunicação industrial

Os dispositivos de automação industrial podem ser integrados em uma rede de

comunicação industrial análoga a uma rede corporativa, como exibido na figura abaixo:

Figura 4. Visão geral de uma rede de automação industrial 4

4 ( mikroElektronika, 2003)

Page 14: Oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

A tabela abaixo exibe um comparativo entre uma rede de comunicação industrial e

uma rede corporativa (Galloway & Hancke, 2012):

Tabela 1. Comparativo entre rede industrial e corporativa

Industrial CorporativaFunção primária Controle de equipamentos Processamento e transferência

de dadosAplicação Manufatura, distribuição de

energia, agua e gás.Empresas e residências

Hierarquia Profunda, funcionalidades separadas em níveis com diversos protocolos diferentes.

Integrada com protocolos uniformes

Severidade da falha Alta BaixaDisponibilidade requerida Alta MédiaRound trip 250 µs – 10 ms ± 50 msDeterminismo Alto BaixoComposição dos dados Pequenos pacotes periódicos e

não periódicosPacotes não periódicos grandes

Consistência temporal Requerida Não requeridaAmbiente operacional Condições hostis,

frequentemente com alto nível de poeira, temperatura e vibração.

Ambientes limpos

Page 15: Oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

2.2 Macrotendências de Inovação Tecnológica em Automação Industrial

A área de automação industrial teve início em 1968, mas a área vem evoluindo

constante devido a pressão por reduções de custo. Uma fonte constante de inovação tem sido

os avanços da tecnologia da informação e comunicação (TIC) e eletrônica. A integração

dessas tecnologias na automação industrial possibilita a redução de custos, ganhos de

eficiência a e melhores serviços. A Frost & Sullivan, descreve as tendências na automação

industrial, alguns delas originadas da integração com essas tecnologias (Frost & Sullivan,

2012):

Computação na nuvem;

Comunicação sem fios;

Segurança;

Sustentabilidade;

Integração com os sistemas corporativos;

Gerenciamento de ativos.

2.2.1 Computação em nuvem

As tecnologias de computação em nuvem começam a ser integradas à automação

industrial, alterando a arquitetura monolítica da rede de automação industrial para uma

arquitetura orientada a serviço, como ilustrado na figura a seguir (Industrial Ethenert Book,

2013):

Page 16: Oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

Figura 5. Arquitetura atual e futura da rede de automação industrial 5

O uso dessas tecnologias permitirão ganhos de eficiência, mobilidade, produtividade

nos negócios (Scantlebury, 2012) como podemos ver no monitoramento remoto em tempo

real de tanques industriais, utilizando protocolos padrão de mercados, sistema e sensores com

configurações simples, integrado ao correio eletrônico e serviço de mensagem curtas (SMS)

(ThomasNet News, 2013).

2.2.2 Comunicação sem fios

A grande flutuação da qualidade dos canais de transmissão quando comparado com as

soluções cabeadas; as perdas e pacotes com erro devido à reflexão, sccattering e difração das

ondas eletromagnéticas; e as flutuações do tempo de latência foram um desafio para o uso de

tecnologias de comunicação sem fio na automação industrial. Mas o desenvolvimento de

diversos padrões de comunicação sem fio e a adaptação de protocolos de comunicação para

as aplicações industriais reduziram drasticamente os problemas (Paavola & Leiviska, 2010).

As principais vantagens quando comparadas as soluções cabeadas são (Buda, Schuermann, &

Wollert, 2010):

5 (Industrial Ethenert Book, 2013)

Page 17: Oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

Flexibilidade na instalação / upgrade da rede; Menor custo de instalação e manutenção; Descentralização das funções de automação; Melhor adequação as normas em ambientes restritos ou perigosos; Aplicação em equipamentos rotativos ou em movimento; Integração com rede de sensores.

As redes de sensores sem fio (Wireless Sensor Network / WSN) estão se tornando

cada vez mais comuns nas redes de automação industrial. Indústrias mais maduras, tais como

óleo e gás, água e energia já começaram a migrar das redes cabeadas para rede de sensores

sem fio. As redes de sensores sem fio consistem em uma série de nós conectados por bridges,

roteadores, switches e gateways para monitorar parâmetros físicos, tais como: pressão, nível

de líquidos, velocidade de fluxo, nível do PH, aceleração, movimento, vibração, umidade,

luz, proximidade e posição. As principais aplicações das redes de sensores sem fio são:

sistemas de controle e monitoramento, coleta de dados realtime, robôs móveis e

estacionários, detecção de eventos raros, coleta de dados periódica (Source Tech 411, 2013).

2.2.3 Segurança

A utilização de padrões abertos por um lado diminuiu os custos da automação

industrial e possibilitou integração com os sistemas corporativos, por outro lado aumentou o

risco de ataques cibernéticos como os vistos na última década (Frost & Sullivan, 2013).

Tabela 2. Ataques cibernéticos a sistemas de automação industrial

Data Local AtaqueMarço / 2000 Maroochy Shire Sewage (Austrália) Sistema SCADA comprometidoJaneiro / 2003 Davis-Besse Power Station of First

Energy (US)Ataque cibernético

Janeiro / 2008 Sistema de trem público (Polônia) Hackeado remotamenteDezembro / 2010 Planta nuclear iraniana (Iran) Ataque Stuxnet 6

Novembro / 2011 Iran Ataques Duku

O secretário de defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, alertou que os Estados

Unidos poderiam sofrer um ataque cibernético surpresa na infraestrutura do país, estilo Pearl

6 (Kushner, 2013)

Page 18: Oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

Harbor, que poderia descarrilhar trens, envenenar suprimentos de água, e derrubar as redes de

energia (Kushner, 2013).

2.2.4 Sustentabilidade

A sustentabilidade é uma tendência que esta afetando diversos setores da economia.

No caso específico da área de automação industrial, as pressões da sociedade por o uso

eficiente de recursos favorecem a implementação de controles automáticos para evitar perdas

de energia, água e insumos.

No caso específico da produção de energia, o mercado brasileiro passa por um

momento único, pois o país está em processo de definição e implantação de padrões para

medição inteligente de energia (smart metering) (SmartGrid News, 2012) e redes inteligentes

(smart grid), que permitirão inclusive que consumidores residenciais produzam energia e

injetem a mesma na rede quando houver excesso de produção.

2.2.5 Integração com os sistemas corporativos

A integração da automação industrial com os sistemas corporativos é realizada através

Manufacturing Execution System (MES), que é o sistema de controle do fluxo de produção,

permitindo que o ERP tenha informações em tempo real, se tornado dessa forma um ERP

realtime (Hayes, 2011). O padrão IEC 62264, que é baseado na norma ISA-95, oferece um

framework para a integração entre o nível 4 e os níveis inferiores.

Page 19: Oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

Figura 6. Integração ERP e MES

Os principais benefícios da utilização do MES são (Murray):

Visão integrada da empresa, pois a partir do ERP é possível ter acesso aos dados do

MES;

Tempo de resposta menor para o tratamento dos problemas ocorridos na fábrica;

Integridade dos dados, pois não é mais necessária a entrada manual de dados;

Melhoria estimativa para tempos de entrega dos produtos (Hayes, 2011).

Melhorar a capacidade de auditoria (Enterprise System Partnes);

Aumentar a capacidade de rastreamento dos insumos (Enterprise System Partnes);

Diminuição de uso de papel (Enterprise System Partnes);

2.2.6 Gerenciamento de ativos

O gerenciamento de ativos tem por objetivo aumentar o tempo de funcionamento da

planta através do gerenciamento dos ativos, geralmente identificado por Enterprise Asset

Management (EAM). A falha em um sensor de três mil dólares pode parar a produção de uma

planta, incorrendo em perda de 50 mil dólares por hora, e podendo passar dias inoperante até

que o sensor seja consertado ou um novo sensor seja comprado (Boyes, 2006). A coleta e

análise dos dados dos equipamentos permitem uma manutenção preventiva mais eficiente e

uma atuação mais rápida na correção dos problemas.

Page 20: Oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

2.3 Recomendações às Empresas de Eletroeletrônica de Pernambuco

As inovações na área de automação industrial e a reindustrialização de Pernambuco

(Porto de Suape, Refinaria Abreu e Lima, fábrica da Fiat, polo têxtil do Agreste)

proporcionarão diversas oportunidades para as empresas do ParqTel e Porto Digital. Como

parte da conclusão desse trabalho, sugerimos um plano de ação preliminar:

Acompanhamento das feiras do setor, tais como: China IAS 2013 - Industrial

Automation Show 2013, Taipei International Industrial Automation Exihibition 2013.

Promover a integração entre o Porto Digital e ParqTel para buscar oportunidades

integração entre a rede de automação industrial e os sistemas de informação

corporativo;

Aproximação com as universidades de engenharia e SENAI para desenvolvimento de

recursos humanos;

Busca de recursos de inovação para desenvolvimento de serviços e produtos na área

de automação;

Elaboração de modelos de negócios nas atividades da área de automação industrial de

menor complexidade, que são propícias a entrada no segmento, tais como:

desenvolvimento do software dos PLCs, projeto da rede industrial, e a implantação do

sistema de operação;

Incorporação de controles automatizados e programas de software nos painéis de

distribuição de energia atualmente produzidos pela Neiva’s;

Incorporação de controles automatizados e programas de software nos dosímetros

fabricados pela TRON. Não foi possível perceber se os dosímetros já possuem essas

funcionalidades e se essas funcionalidades agregariam valor para os clientes da

TRON;

Um estudo mais demorado e aprofundado para ampliar o entendimento das

oportunidades e suas implicações no planejamento estratégico do ParqTel, Porto

Digital e suas respectivas empresas.

3 Conclusão

Page 21: Oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

Neste documento, foram apresentadas tendências de inovação tecnológica no setor de

Eletroeletrônica, apontando a inserção de novas tecnologias para as empresas que atuam com

automação industrial.

Como exemplo, citamos que uma fonte constante de inovação tem sido os avanços da

tecnologia da informação e comunicação (TIC) e eletrônica. A integração dessas tecnologias

na automação industrial possibilita a redução de custos, ganhos de eficiência a e melhores

serviços para as empresas que fazem uso dessa tecnologia. As tecnologias de computação em

nuvem também começam a ser integradas à automação industrial. O uso dessas tecnologias

permitirá as empresas maior mobilidade e produtividade nos negócios

Outro ponto abordado foram as redes de sensores sem fio (Wireless Sensor Network /

WSN) que também estão se tornando cada vez mais comuns nas redes de automação

industrial. Indústrias mais maduras, tais como óleo e gás, água e energia já começaram a

migrar das redes cabeadas para rede de sensores sem fio.

Por fim, o texto também aborda e cita as principais oportunidades de inovação para as

empresas Pernambucanas que atuam com as tecnologias de automação industrial. Além de

sugerir para as empresas locais – em particular as empresas do ParqTel – que explorem o

crescente mercado proporcionado pelo recente ímpeto de reindustrialização no estado de

Pernambuco, Porto de Suape, Refinaria Abreu e Lima, fábrica da Fiat, polo têxtil do Agreste,

entre outros.

4 Referências

Page 22: Oportunidades e inovações tecnológicas para o setor de automação industrial

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