opinião pública edição 887 - caderno especial

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pub. Os incêndios florestais no distrito de Braga têm despertado uma atenção e uma importância crescente merecendo o maior destaque de entre todas as acções resul- tantes da intervenção no âmbito da Pro- tecção Civil. Braga é um distrito problemático por força do seu ordenamento territorial, das alterações climáticas significativas, das práticas negligentes que se vão notando por exemplo, com as queimadas, corte desajustado de árvores ou falta de lim- peza e abandono dos terrenos. São fac- tores difíceis de ultrapassar, temos cons- ciência. Por isso, somos obrigados a uma redobrada atenção. Felizmente o empenhamento colec- tivo tem reforçado a eficácia da preven- ção, do alerta e do combate aos incêndios florestais. Os resultados alcançados em 2008, com menos incêndios e com menos área ardida, têm compensado todo o es- forço. Claramente se regista que estamos no bom caminho para salvaguarda do im- portante património que é a nossa flo- resta. O reforço de meios e de homens ao longo dos últimos anos tem sido funda- mental para o êxito desta missão. O reforço dos meios aéreos no combate aos incên- dios, a colocação no distrito de um novo veí- culo de comando e comunicações, a criação de 12 Equipas de Intervenção Permanente, o apoio financeiro prestado a todas as as- sociações de bombeiros do distrito, são exemplos disso mesmo. O concelho de Vila Nova de Famali- cão, no ano de 2008, assistiu a uma re- dução no número de incêndios em 362 ocorrências, relativamente à média verifi- cada entre 2003 e 2007. No que respeita à área ardida, essa diminuição foi de 200 hectares. Composto por três exemplares corpo- rações de bombeiros que ao longo de dé- cadas foram o único suporte da protecção civil e em especial do combate aos incên- dios florestais, o município de Vila Nova de Famalicão, viu recentemente criado o Destacamento Territorial da GNR, envol- vendo os Postos de Territoriais de Joane, Riba d`Ave e Vila Nova de Famalicão e que reforçará a vigilância, fiscalização e detecção de fogos, entre outras missões que à GNR estão atribuídas. Mas Vila Nova de Famalicão, ainda em 2009, receberá um reforço efectivo para a defesa da floresta com a constituição de uma Equipa de Sa- padores Florestais, sob a responsabilidade da Associação de Silvicultores do Vale do Ave, conforme proposta do Governo Civil e aprovação do Secretário de Estado do De- senvolvimento Rural e das Florestas. Ficará a faltar, o que se espera possa a vir a ser uma realidade em breve, ou seja, a celebração de um Protocolo para a constituição de Equipas de Intervenção Permanente, a envolver as Associações Humanitárias de Vila Nova de Famalicão e a Câmara Municipal, sob iniciativa da Se- cretaria de Estado da Protecção Civil, à semelhança do que se passa já na quase totalidade dos concelhos do distrito, e que se tem revelado como significativo reforço de operacionalidade. Assim, pretende-se que a tendência de descida das ocorrências e quantidade de área ardida se consolide. Para que tal aconteça não basta ter os meios de vigi- lância, detecção e combate devidamente operacionais. É necessário também que todos se comprometam no exercício pleno da sua cidadania como parte dos comba- tentes ao fogo florestal. Que 2009 seja um ano que registe a satisfação de termos, todos, dado mais um passo positivo em defesa da nossa floresta. O Governador Civil de Braga Fernando Moniz A defesa da floresta contra os fogos é objectivo prioritário Qualquer território, quando ocupado pelo ho- mem, é susceptível a riscos, naturais e/ou tec- nológicos, de acordo com as características físicas (geologia, clima, hidrologia, etc.) e hu- manas (actividade socio-económica, ocupação do solo, etc.). A ocorrência do risco e a magni- tude a que este se manifesta, podem gerar acidentes graves ou mesmo catástrofes; sendo que as suas consequências são directamente relacionadas com a vulnerabilidade das po- pulações, edificações e infra-estruturas desse território ao risco. A Protecção Civil em Portu- gal, da forma como está estruturada, é uma ac- tividade bastante recente. A Lei n.º27/2006 de 3 de Julho, Lei de Bases de Protecção Civil, que revogou a anterior Lei n.º113/91 de 23 de Agosto, veio dar expressão a tarefas funda- mentais consagradas na Constituição da Re- pública, na vertente de protecção civil, como são os direitos à integridade física; à segu- rança; protecção da saúde; a um ambiente sadio e ecologicamente equilibrado, mesmo em situações adversas como são os acidentes graves e as catástrofes de origem natural ou tecnológica. De acordo com esta Lei, a Protecção Civil é assim a actividade desenvolvida pelo Estado, Regiões Autónomas e Autarquias Locais, pelos cidadãos e por todas as entidades públicas e privadas, com a finalidade de prevenir riscos colectivos inerentes a situações de acidente grave ou catástrofe, de atenuar os seus efeitos, proteger e socorrer as pessoas e bens em pe- rigo quando aquelas situações ocorram. No Concelho de Vila Nova de Famalicão o Serviço Municipal de Protecção Civil assenta numa Comissão Municipal de Protecção civil, num Plano de Emergência Municipal e num Ga- binete Municipal de Protecção Civil. O Serviço Municipal de Protecção Civil tem como princi- pais competências: - Levantamento, previsão, avaliação e preven- ção de riscos colectivos, naturais ou tecnoló- gicos; - Análise permanente de vulnerabilidades pe- rante situações de risco; - Informação e formação das populações, sen- sibilizando-as para os riscos que correm e quais as medidas de auto protecção a adoptar; - Planeamento de situações de emergência, com o objectivo de busca, salvamento, pres- tação de socorro e emergência, bem como a evacuação, alojamento e abastecimento das populações nessas situações; - Inventariação de meios e recursos disponíveis e/ou mobilizáveis; - Elaboração do Plano Municipal de Emergên- cia; - Elaboração dos Planos de Emergência Exter- nos. O Gabinete Municipal de Protecção Civil (GMPC), encontra-se sedeado nas instalações da Policia Municipal, integra o Gabinete Téc- nico Florestal, e tem a seguinte composição: - Vereador do Pelouro com competências de- legadas; - Coordenador Municipal de Protecção Civil; - Um técnico superior na vertente de planea- mento e ambiente; - Um técnico superior na vertente de enge- nharia florestal. A Comissão Municipal de Protecção Civil é o organismo que assegura que todas as enti- dades e instituições do município imprescin- díveis às operações de protecção e socorro, emergência e assistência se articulem entre si em caso de acidente grave ou catástrofe. O Plano de Municipal de Emergência (PME) foi concluído em 1999. É um documento sim- ples, flexível que tem por objectivo possibilitar a unidade de direcção das acções a desen- volver e a coordenação técnica e operacional dos meios e recursos mobilizáveis face a um acidente grave, catástrofe ou calamidade. No PME encontra-se definido e planeado todas as acções, missões e atribuições das várias enti- dades a ele ligadas, por forma a minimizar os riscos e prejuízos decorrentes de eventuais si- tuações catastróficas, e o restabelecimento da normalidade (PME, 1999). Durval Tiago Ferreira, vereador da Protecção Civil de Famalicão A importância da Protecção Civil Protecção Civil

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Opinião Pública Edição 887 - Caderno Especial

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Page 1: Opinião Pública Edição 887 - Caderno Especial

pub.

Os incêndios florestais no distrito deBraga têmdespertadoumaatenção eumaimportância crescentemerecendoomaiordestaque de entre todas as acções resul-tantes da intervenção no âmbito da Pro-tecção Civil.

Braga é um distrito problemático porforça do seu ordenamento territorial, dasalterações climáticas significativas, daspráticas negligentes que se vão notandopor exemplo, com as queimadas, cortedesajustado de árvores ou falta de lim-peza e abandono dos terrenos. São fac-tores difíceis de ultrapassar, temos cons-ciência. Por isso, somos obrigados a umaredobrada atenção.

Felizmente o empenhamento colec-tivo tem reforçado a eficácia da preven-ção, do alerta e do combate aos incêndiosflorestais. Os resultados alcançados em2008, commenos incêndiose commenosárea ardida, têm compensado todo o es-forço. Claramente se regista que estamosnobomcaminho para salvaguarda do im-portante património que é a nossa flo-resta.

O reforço de meios e de homens aolongo dos últimos anos tem sido funda-mentalparaoêxitodestamissão.O reforçodos meios aéreos no combate aos incên-dios,acolocaçãonodistritodeumnovoveí-culodecomandoecomunicações,acriaçãode 12Equipasde IntervençãoPermanente,o apoio financeiro prestado a todas as as-sociações de bombeiros do distrito, sãoexemplos dissomesmo.

O concelho de Vila Nova de Famali-cão, no ano de 2008, assistiu a uma re-dução no número de incêndios em 362ocorrências, relativamente àmédia verifi-cada entre 2003 e 2007. No que respeitaà área ardida, essa diminuição foi de 200hectares.

Composto por três exemplares corpo-rações de bombeiros que ao longo de dé-cadas foramoúnico suporte daprotecçãocivil e emespecial do combate aos incên-dios florestais, o município de Vila Novade Famalicão, viu recentemente criado oDestacamento Territorial da GNR, envol-vendo os Postos de Territoriais de Joane,Riba d`Ave e Vila Nova de Famalicão eque reforçará a vigilância, fiscalização edetecção de fogos, entre outras missõesque àGNR estão atribuídas.MasVila Nova

deFamalicão,aindaem2009, receberáumreforço efectivo para a defesa da florestacom a constituição de uma Equipa de Sa-padoresFlorestais, soba responsabilidadeda Associação de Silvicultores do Vale doAve, conforme proposta do Governo Civil eaprovação do Secretário de Estado do De-senvolvimento Rural e das Florestas.

Ficará a faltar, o que se espera possaa vir a ser uma realidade em breve, ouseja, a celebração de umProtocolo para aconstituição de Equipas de IntervençãoPermanente, a envolver as AssociaçõesHumanitárias deVila Nova de Famalicão ea CâmaraMunicipal, sob iniciativa daSe-cretaria de Estado da Protecção Civil, àsemelhança do que se passa já na quasetotalidade dos concelhos do distrito, eque se tem revelado como significativoreforço de operacionalidade.

Assim, pretende-se que a tendênciade descida das ocorrências e quantidadede área ardida se consolide. Para que talaconteça não basta ter os meios de vigi-lância, detecção e combate devidamenteoperacionais. É necessário também quetodos se comprometamno exercício plenoda sua cidadania como parte dos comba-tentes ao fogo florestal.

Que 2009 seja um ano que registe asatisfaçãode termos, todos,dadomaisumpassopositivoemdefesadanossafloresta.

OO GGoovveerrnnaaddoorr CCiivviill ddee BBrraaggaaFFeerrnnaannddoo MMoonniizz

A defesa da floresta contra osfogos é objectivo prioritárioQualquer território, quando ocupado pelo ho-

mem, é susceptível a riscos, naturais e/ou tec-nológicos, de acordo com as característicasfísicas (geologia, clima, hidrologia, etc.) e hu-manas (actividade socio-económica, ocupaçãodo solo, etc.). A ocorrência do risco e a magni-tude a que este se manifesta, podem geraracidentes graves ou mesmo catástrofes; sendoque as suas consequências são directamenterelacionadas com a vulnerabilidade das po-pulações, edificações e infra-estruturas desseterritório ao risco. A Protecção Civil em Portu-gal, da forma como está estruturada, é uma ac-tividade bastante recente. A Lei n.º27/2006 de3 de Julho, Lei de Bases de Protecção Civil, querevogou a anterior Lei n.º113/91 de 23 deAgosto, veio dar expressão a tarefas funda-mentais consagradas na Constituição da Re-pública, na vertente de protecção civil, comosão os direitos à integridade física; à segu-rança; protecção da saúde; a um ambientesadio e ecologicamente equilibrado, mesmoem situações adversas como são os acidentesgraves e as catástrofes de origem natural outecnológica.

De acordo com esta Lei, a Protecção Civil éassim a actividade desenvolvida pelo Estado,Regiões Autónomas e Autarquias Locais, peloscidadãos e por todas as entidades públicas eprivadas, com a finalidade de prevenir riscoscolectivos inerentes a situações de acidentegrave ou catástrofe, de atenuar os seus efeitos,proteger e socorrer as pessoas e bens em pe-rigo quando aquelas situações ocorram.

No Concelho de Vila Nova de Famalicão oServiço Municipal de Protecção Civil assentanuma Comissão Municipal de Protecção civil,num Plano de Emergência Municipal e num Ga-binete Municipal de Protecção Civil. O ServiçoMunicipal de Protecção Civil tem como princi-pais competências:- Levantamento, previsão, avaliação e preven-ção de riscos colectivos, naturais ou tecnoló-gicos; - Análise permanente de vulnerabilidades pe-rante situações de risco; - Informação e formação das populações, sen-sibilizando-as para os riscos que correm equais as medidas de auto protecção a adoptar; - Planeamento de situações de emergência,com o objectivo de busca, salvamento, pres-tação de socorro e emergência, bem como aevacuação, alojamento e abastecimento daspopulações nessas situações; - Inventariação de meios e recursos disponíveise/ou mobilizáveis;- Elaboração do Plano Municipal de Emergên-cia;

- Elaboração dos Planos de Emergência Exter-nos.O Gabinete Municipal de Protecção Civil(GMPC), encontra-se sedeado nas instalaçõesda Policia Municipal, integra o Gabinete Téc-nico Florestal, e tem a seguinte composição:- Vereador do Pelouro com competências de-legadas;- Coordenador Municipal de Protecção Civil;- Um técnico superior na vertente de planea-mento e ambiente;- Um técnico superior na vertente de enge-nharia florestal.

A Comissão Municipal de Protecção Civil éo organismo que assegura que todas as enti-dades e instituições do município imprescin-díveis às operações de protecção e socorro,emergência e assistência se articulem entre siem caso de acidente grave ou catástrofe.

O Plano de Municipal de Emergência (PME)foi concluído em 1999. É um documento sim-ples, flexível que tem por objectivo possibilitara unidade de direcção das acções a desen-volver e a coordenação técnica e operacionaldos meios e recursos mobilizáveis face a umacidente grave, catástrofe ou calamidade. NoPME encontra-se definido e planeado todas asacções, missões e atribuições das várias enti-dades a ele ligadas, por forma a minimizar osriscos e prejuízos decorrentes de eventuais si-tuações catastróficas, e o restabelecimentoda normalidade (PME, 1999).

DDuurrvvaall TTiiaaggoo FFeerrrreeiirraa,, vveerreeaaddoorr ddaa PPrrootteeccççããoo CCiivviill ddee FFaammaalliiccããoo

A importância da Protecção Civil

Protecção Civil

Page 2: Opinião Pública Edição 887 - Caderno Especial

14 pública:6 de Maio de 2009 eessppeecciiaall

O número de voluntários na AssociaçãoHumanitária dos Bombeiros Voluntáriosde Famalicão é suficiente, começa por di-zer o comandante Vítor Azevedo, uma vezque a corporação conta com o apoio dosoutros corpos de bombeiros do concelho.“O voluntariado não está em crise, agorao problema tem a ver com as obrigações aque este voluntariado está sujeito por Leie que aos poucos vai afastando os jovensdos bombeiros. O ‘salário’ ao final do mêsé mesmo zero”, esclarece, a propósito.

Porém, segundo Vítor Azevedo “é im-possível” os voluntários assegurarem osocorro durante as 24 horas, sendo que operíodo diurno é o mais difícil e por issoa direcção, “com grande esforço”, detémum grupo de profissionais, com cerca de20 bombeiros, que assegura o socorro e otransporte de doentes durante o dia. Ànoite e aos fins-de-semana, são os vo-luntários que asseguram o socorro, compiquetes permanentes compostos por en-tre 5 a 10 homens.

Entretanto, a Câmara de Famalicão,em protocolo com a Autoridade Nacionalde Protecção Civil (ANPC), já aprovou acriação de Equipas de Intervenção Per-manente nos três corpos de bombeirosdo concelho, constituídas por cinco bom-beiros profissionais, que garantirão o ser-viço de emergência no período diurno desegunda a sexta-feira, e que entrarão emfuncionamento no segundo semestredeste ano.

No que se refere ao capítulo da for-mação, Vítor Azevedo lembra que aqui háuma especial preocupação. “Neste mo-mento temos elementos formadores naárea de Socorrismo, Incêndios Urbanos eIndustriais e Incidentes com Matérias Pe-rigosas no corpo de Bombeiros”, aponta,mencionando também que as dificulda-des neste âmbito são “imensas”.

“É impossível para um bombeiro vo-luntário conseguir ausentar-se do seu em-prego durante uma semana para tirar umcurso, porque ninguém o vai compensarde possíveis perdas que possam daí ad-vir”, observa. “Por isso, a nossa direcção

tem tido a abertura e a preocupação depromover mais e melhor formação aosnossos profissionais”, acrescenta.

VViiaattuurraa ddee ddeesseennccaarrcceerraammeennttoo cchheeggaa eessttee aannoo

Estão disponíveis no parque opera-cional dos Voluntários de Famalicão 35viaturas do serviço de saúde e de incên-dio, além de uma variedade de equipa-mento, desde o suporte avançado de vidapara a área da saúde, passando por algumequipamento de supressão e contençãode derrames. Há ainda uma equipa desalvamento vocacionada para interven-ção e salvamento de pessoas em sítios deacessibilidade muito reduzida, e umaequipa cinotécnica vocacionada parabusca e salvamento em grandes áreas eescombros, por exemplo no caso de sis-mos, terramotos e derrocadas.

Recentemente, há cerca de um mês,foi autorizada a compra de um equipa-mento para uma viatura de incêndio, querepresentou uma despesa superior a 2mil euros para a qual “não há apoios, eainda um outro para a Unidade de Cuida-dos Intensivos que, igualmente semapoios externos, custou cerca de 3 mil eu-ros”, contabiliza o comandante Vítor Aze-vedo.

Aos Bombeiros de Famalicão foi atri-buída pela ANPC uma viatura de desen-carceramento, que deverá chegar aindaeste ano.

Apesar de um dia-a-dia a enfrentar di-ficuldades e a ajudar cidadãos, Vítor Aze-vedo afirma que o Estado “reconhecemuito pouco o trabalho dos Bombeiros,antes exige e cobra dos Bombeiros comose de profissionais do Estado se tratasse,quando somos maioritariamente voluntá-rios”.

O comandante sugere mesmo que aoEstado e a todos os contribuintes ficaria“muito mais barato criar medidas de in-centivo ao voluntariado, por exemplo aonível do IRS ou ao nível das empresas, doque criar outras soluções para intervençãoem emergência que comparativamentecustam mais do dobro que custariam secriadas no âmbito dos Bombeiros”.

Garante Vítor Azevedo, comandante dos BBoommbbeeiirrooss ddee FFaammaalliiccããoo

“OO ssaalláárriioo éé mmeessmmoo zzeerroo”

SSoofifiaa AAbbrreeuu SSiillvvaa

Voluntários FFaammaalliicceennsseess esperam pagamentos de entidades públicas

CCrriissee dificulta trabalho

dos bombeiros Com 82 anos, a Associação Humanitáriados Bombeiros Voluntários Famalicensesfoi deixando no distrito e no país o seunome, “fruto do trabalho de quantos a ser-viram e servem”. É assim que António Mei-reles, presidente da direcção, vê a corpo-ração que dirige.

O número de pessoas que a corpora-ção integra “é suficiente”, mas Meireleschama a atenção que “hoje cada vez maisse torna difícil ao bombeiro voluntário dei-xar o seu trabalho para ocorrer às diversassolicitações diárias. “Acresce dizer quepelas circunstâncias económicas, colegastiveram de optar pela emigração o que éum factor determinante para aumentar asausências ao longo do ano”, anota.

Os Bombeiros Famalicenses dispõe demeios modernos, quer em veículos querem material, para responder nas áreas dasaúde, desencarceramento, incêndios (ur-banos, industriais e florestais). “Possuímostambém uma equipa de mergulhadores quetem vindo a ser solicitada para resgates noconcelho e no distrito”, completa.

Relativamente aos recursos humanos,o corpo dos Famalicenses contempla for-madores credenciados em Técnicas de So-corrismo, Técnicas de Desencarceramentoe de Condução fora de Estrada (vulgo,todo-o-terreno), credenciados pela EscolaNacional de Bombeiros, bem como ele-mentos TAS, credenciados pelo INEM eigualmente pela ENB.

TTeemmppooss ddiiffíícceeiiss,, ccoonnttaass ccoommpplliiccaaddaass Tendo em conta as dificuldades eco-

nómicas que o país atravessa, essas tam-bém se reflectem nas associações huma-nitárias. Além da menor disponibilidadefinanceira dos associados e beneméritos,regista-se uma diminuição de clientes eaqueles que permanecem, “principal-

mente o Estado e as Empresas Públicas,atrasam vergonhosamente os seus paga-mentos”.

De acordo com António Meireles oatraso, neste momento, implica “sete do-lorosos meses e um montante que ultra-passa os 150 mil euros”, estimando-se,um cenário complicado para “cumprir umorçamento anual de 843 mil euros”.

O presidente da direcção salienta que,embora o voluntariado tenha muito pesono cumprimento das missões de socorro,o profissionalismo vem tomando contadeste tipo de actividade, tendo os Famali-censes 23 funcionários no seu quadro depessoal.

O parque de 36 viaturas assegura a me-lhor qualidade nos serviços prestados, masé sinónimo de uma enorme despesa demanutenção. Outro aspecto que pesa naactividade financeira é a responsabilidadepara com os fornecedores. “É nosso pontode honra liquidar débitos no prazo máximode 60 dias”, afiança o responsável.

Quanto ao futuro, António Meirelesprefere não falar em grandes investimen-tos, mas será dada ênfase à protecção in-dividual do bombeiro com a renovação eaquisição de material. No entanto, a for-mação no âmbito da nova escola de esta-giários continuará a ser em 2009 uma rea-lidade, “demonstrando que a juventudeainda aposta no voluntariado na sua formamais pura do dar a vida pela vida”.

Para finalizar, o presidente da Asso-ciação Humanitária dos Bombeiros Volun-tários Famalicenses deixa uma palavra deapreço e incentivo a todas as associaçõeshumanitárias, “em especial aos colegasde Famalicão e Riba d’Ave, desejando que,apesar das dificuldades, saibamos emconjunto atender às situações para asquais somos solicitados, principalmentenesta altura do ano, designadamentequanto a fogos florestais”.

SSoofifiaa AAbbrreeuu SSiillvvaa

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15pública: 6 de Maio de 2009eessppeecciiaall

Este é o desejo dos Voluntários de Riba d’Ave

“Rica e marcante”, é a história daAssociação Humanitária dosBombeiros Voluntários de Ribad’Ave, como diz o presidente dadirecção, Narciso Silva.

Os Bombeiros de Riba d’Avesaem para a rua todos os dias,prestando, em média, cerca de 40serviços diários. Neste momento,a corporação ribadavense contacom um efectivo de 80 voluntá-rios, mas “a ambição é sempreter mais voluntários, contudo,nem sempre quantidade significaqualidade”.

“Se estes homens estiveremconvenientemente motivados, fo-rem empenhados e com a devidaformação, estamos certos queconstituirão um excelente grupode trabalho voluntário que res-ponderá eficazmente às necessi-dades da protecção civil da nossaárea de intervenção”, declara Nar-ciso Silva.

Riba d’Ave tem, actualmente,11 ambulâncias, 14 viaturas de in-cêndio e um carro de desencar-ceramento, além de um barco,acrescido de todo o equipamentoindividual de protecção que dis-põe cada voluntário. Já no de-curso deste ano foi integralmentereparado um auto tanque e en-contra-se integralmente remode-lada e reequipada uma ambulân-cia de emergência.

NNoovvoo qquuaarrtteell éé oo ssoonnhhooHá muito falado e há muito

aguardado é o novo quartel. Opresidente Narciso Silva diz queneste momento se espera “sere-namente” a apreciação da candi-datura ao QREN. Caso seja apro-vada, o valor a financiar é de 70%.Os restantes 30% serão assegu-rados pela própria Associação.

“Gostaríamos de iniciar aconstrução do quartel até ao fi-nal do ano”, divulga o presidenteda direcção, acrescentando quegostava ainda de “dotar a asso-ciação de pessoas amplamentecapazes e disponíveis de prestarcada vez melhor e com maior

prontidão o socorro e o auxílio,que é o que se pede e exige aosBombeiros”.

Um dos eixos prioritários dacorporação é a formação, daí queos Bombeiros de Riba d’Ave dis-ponham de um Núcleo de Forma-ção Contínua, com um plano deactividades próprio e devida-mente integrado no Plano de Ac-tividades da Associação. Alémdisso, há a formação interna daresponsabilidade dos chefes.

A formação programada iráser realizada em três vertentes:Escola de Bombeiros, Área de

Saúde e Acções de sensibilizaçãopara a comunidade.

Na Escola de Bombeiros irãoser leccionados quatro cursos,com vista à aptidão de voluntáriospara estagiários de 3.ª classe;bombeiros de 2.ª classe; bom-beiros de 1.ª classe e promoçãode subchefes.

Em relação à área de saúde, aformação centrar-se-á nos cursosde TAT (Tripulante de Ambulân-cias de Transporte e de Salva-mento e Desencarceramento)para todos os voluntários e pro-fissionais. “São cursos de forma-

ção inicial de bombeiros que sãoos pilares para um bom desem-penho”, explica o responsávelmáximo da direcção.

De resto, ao longo deste ano,irão realizar-se, no último sábadode cada mês, sessões temáticasque permitirão aprofundar a for-mação noutras vertentes.

SSaallddoo ppoossiittiivvooOs Bombeiros de Riba d’Ave

recebem o subsídio anual da Câ-mara Municipal que se reveste de“enorme importância” no orça-mento. Há, depois, as receitasdos serviços prestados e as quo-tas dos associados.

“A gestão e controle de custosassume uma importância crucial,sendo para nós um orgulho, queas contas já apresentadas de-monstrem que mantemos os pa-gamentos em dia existindo, pois,um saldo positivo”, indica Nar-ciso Silva.

O presidente da direcção par-tilha da ideia de que o Estado“poderia ser mais generoso” comas corporações. “Os bombeirostêm a seu cargo uma fatia impor-tante daquilo que é uma obriga-ção natural do Estado: a protec-ção civil e o socorro aos cidadãos.Se considerarmos que as Asso-ciações de Bombeiros têm a seucargo este papel, sendo o ‘braçoarmado’ da protecção civil, facil-mente concluiremos que osapoios que lhes são dados sãodesproporcionais à actividadeque desempenham”.

NNoovvoo qquuaarrtteell pode arrancar este ano SSoofifiaa AAbbrreeuu SSiillvvaa

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Page 4: Opinião Pública Edição 887 - Caderno Especial

16 pública: 6 de Maio de 2009 eessppeecciiaall

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A Cruz Vermelha de Ribeirão continua à espera duma novasede, embora já haja “entendimento com o presidente daCâmara para a sua resolução”, garante José Fonseca. “De-vido à grave crise financeira que o país atravessa, prova-velmente a solução passará pela utilização de um edifíciopertencente ao município”, anuncia o responsável má-ximo.

Todos os dias, os 35 socorristas de Ribeirão fazem so-corro pré-hospitalar, transporte de doentes para clínicasde fisioterapia e outras unidades de saúde e realizam al-gum trabalho na área social, ajudando os mais necessi-tados. São ainda organizados alguns cursos de formaçãona área do socorrismo.

“Temos também algumas camas articuladas e cadeirasde rodas, que cedemos à população, mas para satisfazertodas as solicitações precisávamos de muitas mais”.

A Cruz Vermelha de Ribeirão possui duas ambulânciasde emergência e duas viaturas de transporte de doentesque, “para já vão dando para responder às solicitações”,mas em breve será preciso aumentar a frota, para asse-gurar os serviços necessários.

Sobre os recursos humanos, José Fonseca diz que se-ria necessário ter o dobro dos 35 socorristas para obteruma melhor coordenação e para não sobrecarregar osexistentes. E aproveitando a oportunidade, apela “à boavontade de todos para que se inscrevam como socorristasvoluntários para prestar melhores serviços às popula-ções”.

O orçamento anual da Cruz Vermelha de Ribeirãoronda os 160 mil euros e para cumprir com as suas ac-ções a entidade conta com diversos apoios e ajudas,quer monetárias, quer através de bens, sendo os maisconsideráveis aqueles que vêm da Câmara Municipal eda empresa Lidl.

Para a comunidade geral, a melhor forma de ajudar émesmo ser sócio. “Gostaríamos que toda a populaçãocontinuasse a ajudar. A quota anual é de apenas de 12 eu-ros e beneficiam de um rol extenso de descontos, em en-

tidades com quem temos protocolos”, esclarece José Fon-seca.

As maiores dificuldades são, como foi referido ante-riormente, a falta de voluntários para a parte de socorro eumas novas instalações para aumentar os serviços, uma

vez que o grande projecto para o futuro continuará a sera construção da nova sede.

Todos os dias há muito trabalho na Cruz Vermelha deRibeirão e aqui acredita-se que “o trabalho feito é reco-nhecido pelas diversas entidades”.

Solução passa por um edifício da CCââmmaarraa

Cruz Vermelha de RRiibbeeiirrããoo aguarda nova sede