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04 - Editorial: João Aguiar Campos06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - A semana de... Luis Santos16 - Dossier Assembleia da CEP40 - Internacional46 - Multimédia

48 - Estante50 - Vaticano II52 - Agenda54 - Por estes dias56 - Programação Religiosa57 - Minuto Youcat58 - Pastoral Juvenil60 - Pastoral da Saúde62 - Liturgia64 - Fundação AIS66 - Lusofonias68 - Opinião: Manuel de Lemos

Foto da capa: Agência ECCLESIAFoto da contracapa: Agência ECCLESIA

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,.Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Cónego João Aguiar CamposPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

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Opinião

Bispos reuniram-se em Fátima[ver+]

Igreja atenta anovas vocações[ver+]

Papa em defesados cristãosperseguidos[ver+]

João Aguiar |Fernando CassolaMarques |Manuel Barbosa |PauloAido Tony Neves | João Luis Fontes

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Creio na alegria

João AguiarSecretariado Nacionaldas ComunicaçõesSociais

Caminha para o fim a Semana dos Seminários,este ano centrada num desafio: servir a alegriado Evangelho. Sei que esta é uma proposta dopapa Francisco para toda a Igreja. Mas julgo detodo adequado que os candidatos ao sacerdócioou os que, depois de terem dito Sim, diariamenterevisitam a sua vocação lhe dediquem especialcuidado.Pessoalmente não creio em entregas tristes, quemartirizam o próprio e são contratestemunhopara quem deveria ser provocado por vidasiluminadas e luminosas, porque agradecidas.A tristeza como rosto – diria como opção, comoestado – é uma forma grave de infidelidade;mesmo quando outras manifestações estejamausentes. De facto – se me perdoam a metáfora– não basta que a porta esteja devidamenteenquadrada no caixilho; urge também que abra efeche sem ruídos permanentes e não passe osdias e as noites a ranger, tocada por umaqualquer corrente de ar…Não, não estou a falar de ausência dedificuldades, nem a dizer que estão esconjuradastodos os dias de neblina – mormente nestestempos tão complexos. Também não tenhoqualquer simpatia por patetas alegres, nemconfundo a alegria com mero optimismo. Estou,isso sim, seriamente tocado pela definição que oPapa Francisco dá de alegria (EG,6): é «um feixede luz que nasce da certeza pessoal (…) desermos infinitamente amados». E de sermoschamados.Assim definida, percebe-se que não requeiracondições extraordinárias e seja feita depequenas coisas (Eg,7). Como se percebe,também,

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que quem realmente a vive não apossa esconder: quem se senteamado não tem cara de funeral (EG,10), não se fecha em pessimismosestéreis (EG, 84). Pelo contrário:comunica, partilha, frutifica efesteja (EG, 24). Aliás, já Bento XVItinha também percorrido estecaminho da proposta da alegria,escrevendo na Exortação Apostólica“Verbum Domini” (n. 2), de 30 deSetembro de 2010: «é dom e deverimprescindível da Igreja comunicar aalegria que deriva do encontro coma Pessoa de Cristo, Palavra deDeus presente no meio de nós. Nummundo que frequentemente senteDeus como supérfluo ou alheio,confessamos como Pedro que sóEle tem «palavras de vida eterna»(Jo 6, 68). Não existe prioridademaior do que esta: reabrir aohomem actual o acesso a Deus, aDeus que fala e nos comunica o seuamor para que tenhamos vida emabundância (cf. Jo 10, 10)». OApóstolo Paulo

assumiu claramente esta tarefa e,por isso, perante os Coríntios,«firmes na fé», o Apóstolo Paulopropôs-se como servidor da suaalegria (2 Cor 1,24).Voltando ao princípio: esta Semanados Seminários, com o seu tema defundo, apresentou-nos um programaexemplar: viver a alegria dacaridade de nos entregarmos aosoutros; manifestar o entusiasmo denos sabermos chamados não a umaprofissão ou a um serviço qualquer,«mas a um serviço que participa demaneira absolutamente especial ecom um carácter indelével no poderdo sacerdócio de Cristo» (Paulo VI,“Mensagem aos sacerdotes”, 30 deJunho de 1968).Apresentando a tranquilidade de umcoração enamorado, o mundopoderá ver em nós o rosto de Cristo.E ao mundo poderemos dizer comSanto Agostinho: «a nossa ciência éCristo e a nossa esperança tambémé Cristo» (De Trinitate, 13, 19, 24).

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Instalação na Torre de Londres assinala início da I Guerra Mundial,evocando 888 246 mortos britânicos e da Commonwealth (Lusa)

Os direitos fundamentais sociais têmde assentar num desenvolvimentoeconómico compatível com o nívelde satisfação desses direitos e issoé uma tarefa prioritária que podejustificar aquilo que os juristasclassificam como certas restriçõesaos direitos fundamentais, prontas aserem levantadas logo que odesenvolvimento o permitaRui Machete, ministro dos NegóciosEstrangeiros, Lisboa, 11.11.2014

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Se se vier a confirmar, como parece,que os focos da bactéria [delegionella] foram de facto as torresde refrigeração ligadas àquelasempresas (…) têm de ser apuradasas responsabilidades e quem forresponsável tem de facto de recebera punição respetivaManuel Teixeira, secretário deEstado da Saúde, Porto, 12.11.2014

Aquilo que aconteceu foi umareação desproporcionada daautoridade timorense e lamentoprofundamente que se tenha postoem causa a competência dosmagistrados portuguesesAníbal Cavaco Silva, presidente daRepública, Estremoz, 10.11.2014

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Seminários: Otimizar recursos face adiminuição de candidatos aosacerdócioO secretário da Comissão EpiscopalVocações e Ministérios sublinhou a“otimização de recursos” dasdioceses portuguesas face àdiminuição do número decandidatos ao sacerdócio, “260seminaristas do ano propedêuticoaté ao 6.º ano”.“Há uma diminuição dos númerosmuito indicativa, mas possivelmentenão temos grande diferença emrelação às grandes multidões queestavam nos seminários há 40 ou50 anos, o número dos que seordenavam e o que temos hoje”,explicou o cónego Emanuel Silva àAgência ECCLESIA.Os 260 seminaristas do anopropedêutico até ao 6.º ano, quefrequentam a Faculdade deTeologia, são relativos ao anopastoral de 2013-2014.Este número está em linha com osdados estatísticos da Igreja emPortugal, do Annuarium StatiscumEcclesiae. Em 2007, os seminaristasdiocesanos de filosofia e teologiaeram 301 tendo o número diminuídoem 11 alunos em 2008; em 2009,2010 e 2011 continuou abaixo dastrês centenas, respetivamente 294,

272 e 280, para chegar aos 309 em2012.Segundo o cónego Emanuel Silva, o“panorama alterou-se” e atualmenteos grandes seminários diocesanosnão têm grandes enchentes, masestas casas de formação,discernimento e formação“continuam a ser o coração dadiocese”.As dioceses portuguesasadaptaram-se e “otimizaramrecursos” agrupando-se “dentro oufora” das províncias eclesiásticas ouperto dos centros de formação, aFaculdade de Teologia, daUniversidade Católica Portuguesa,desenvolve o sacerdote.Nesse sentido, o Seminário dosOlivais, do Patriarcado de Lisboa,congrega várias “dioceses a nívelnacional e estrangeiro”,nomeadamente, “Aveiro, Funchal(Madeira), Leiria-Fátima, Portalegre-Castelo Branco, Santarém”, e ainda“alunos da Diocese de Cochim,Índia, e de duas dioceses de CaboVerde”. O Seminário Conciliar deBraga reúne seminaristas da própriaarquidiocese e de Viana do Castelo.A Arquidiocese de Braga tem aparticularidade de, “há dois anos”,acolher um seminário maior

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interdiocesano para as dioceses deBragança-Miranda, Viseu, Lamego eGuarda, “uma experiência formativaindependente do SeminárioConciliar”, revela o secretário daComissão Episcopal Vocações eMinistérios.Os candidatos ao sacerdócio daDiocese de Setúbal estão noSeminário Maior de Almada efrequentam a faculdade em Lisboa;nos Açores, a diocese desenvolve aformação no Seminário Episcopal

de Angra.A Diocese do Porto acolhe no seuseminário os estudantes de Coimbrae Vila Real e o Instituto Superior deTeologia da Diocese de Évoracongrega os seminaristas dasdioceses de Beja e Algarve.A Igreja Católica em Portugal está aviver até domingo a Semana dosSeminários, com o tema “Servidoresda Alegria do Evangelho”, com “doisobjetivos principais”.

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Cáritas: Campanha de Natalapoia população do Médio OrienteA próxima edição da campanha “10milhões de Estrelas”, que a Cáritaspromove todos os anos durante otempo de Natal, vai associar-se aum projeto internacional de apoio àpopulação do Médio Oriente. Aorganização católica revelou que ainiciativa vai ser apresentada nopróximo dia 18.Dois dias antes, vai decorrer oarranque oficial da operação, com aentrega da “luz da paz”, em Fátima,um “um gesto de comunhão entretoda a rede Cáritas e também entretodas as comunidades cristãs”, soba presidência de D. Manuel Linda,bispo das Forças Armadas e deSegurança.A operação “10 Milhões de Estrelas– Um Gesto pela Paz” é umainiciativa solidária que nasceu emFrança e começou a ser promovidaem Portugal em 2003.O principal objetivo é incentivar asociedade civil, os cidadãos, acontribuírem para a melhoria dascondições de vida de pessoas epovos desfavorecidos, atingidospor fenómenos como a pobreza,

a guerra, as catástrofes naturais, asdesigualdades sociais.Os portugueses são convidados aadquirir uma vela (com o preço de 1euro) e acendê-la em nome da paz,na noite de Natal. “Este gesto é adenúncia da opulência de milhõesde luzes que se acendem, mas quenão iluminam nem aquecem oscorações”, assinala a Cáritas.A campanha tem lugar durante oAdvento (tempo litúrgico queprecede o Natal no calendáriocatólico) e é concretizada através demanifestações públicas de natureza“religiosa, cívica, cultural e artística”desenvolvidas pela CáritasPortuguesa e pelas CáritasDiocesanas.A organização tem a RTP comoparceira de media nesta operaçãosolidária, pelo que de 26 a 30 denovembro haverá uma “SemanaCáritas” na rádio e televisão pública.De 3 a 6 de dezembro, no Terreirodo Paço, em Lisboa, a Cáritasassocia-se a uma ação contra apobreza infantil, promovida pela‘RTP+’.

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Basílica do Santo Cristo de Outeiro

D. José Cordeiro, bispo deBragança-Miranda, afirmou que aatribuição do título de basílicamenor à igreja-santuário do SantoCristo de Outeiro é uma honraatribuída pelo Papa Francisco emanifesta “um vínculo especial” coma Igreja.“Esta igreja-santuário, gozando decelebridade, de valor histórico epatrimonial e de importânciapeculiar para a vida litúrgica epastoral, é honrada pelo SumoPontífice o Papa Francisco com otítulo de Basílica Menor”, afirmou D.José Cordeiro na homilia da Missaem que foi lido o decreto deatribuição do título de “basílicamenor” ao monumento nacional donordeste transmontano.

Para o bispo de Bragança-Miranda,este título “manifesta um vínculoespecial com a Igreja Universal eespecialmente com a Igreja deRoma e com o Papa”.“Aqui, no esplendor desta Basílicado Santo Cristo de Outeiro e na suatão singular sacristia, verdadeiraescola da Bíblia e da santidade,encontramos o sentido da cruzpascal de Cristo, que nas pinturasbíblicas, patrísticas e hagiográficas,irradia a plenitude da vida e dasantidade de Deus”, afirmou, noúltimo sábado.A igreja foi aberta ao culto a 3 demaio de 1713 mas o templo só foiconcluído em 1739 e, nessa data, “olocal já se tinha tornado umimportante local

de peregrinação”, informa o Secretariado

das Comunicações Sociais da diocese

transmontana.

Fotogaleria

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt

- Coreógrafos querem projetar obra que reflita «a Luz de Fátima no mundo»

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«Cristo das Trincheiras» vai estar em exposição no Santuário deFátima

Jornadas de Teologia Prática na UCP

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Os mágicos contemporâneos

Luís Filipe SantosAgência ECCLESIA

O século passado assistiu aos espetáculos domaior mágico de todos os tempos: Harry Houdini(1874-1926). Para este artista da evasão nãohavia correntes, ferrolhos ou fechaduras que oprendessem. O palco era o seu local de eleição.Aquele estilo era uma visão suspensa no tempo.Hoje, o mundo também assiste a espetáculos demagia. Daqueles que não merecem aplausos,mas apupos. Uns conseguem tirar folhas daconstituição e voltar a colocá-las sem que oespetador se aperceba. Outros cometem fraudesgigantescas e libertam-se das fechaduras. Razãotinha (e continua a ter) o Papa Francisco: “Estaeconomia mata”.As eleições ainda estão longe e já existemmovimentações nos bastidores. Os governantesestão preocupados com a «saúde social» dosvotantes e onde estes vão (cada vez menos)descarregar o voto. Considerei o título «Eleiçõesserão na data prevista. Ponto final» da entrevistaao presidente da República a um semanário umaautêntica pérola. Ideias luminosas que só ummágico pode ter. Os comentários – quer nosjornais, quer nas mesas dos cafés - estavamtodos centrados naquelas palavras alquimistas.Sai um português da presidência da ComissãoEuropeia, Durão Barroso, e entra umluxemburguês, Jean-Claude Juncker. Naentrevista ao jornal «Expresso», o presidente daRepública realçou que «devíamos ter orgulho»de um português ter assumido aquele cargoeuropeu. Orgulho? A União Europeia deu umacambalhota

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tão grande que agora está maisinstável e aumentou o fosso entrericos e pobres… Foi a magialusitana.Há dez anos, Jean-Claude Junckernão aceitou o cargo porque tinhaum compromisso para com o povoluxemburguês. Magia… Aquele paísdo centro da Europa é “um paraísofiscal” e, recentemente, foi reveladaa notícia da existência “de umgigantesco esquema de evasãofiscal montado pelas autoridadesfiscais do Luxemburgo em benefíciopróprio e de centenas de grandesmultinacionais”. Quem conduzia osdestinos daquele país é o mágicoque lidera, hoje, os destinos daEuropa.

Com a queda do império do EspíritoSanto (o financeiro/económico e nãoaqueles que existem nas ilhasaçorianas) a magia voltou aospalcos. Os mágicos do dinheiro quefizeram cair os outros gruposbancários e económicos (algunsdeles foram condecorados pelosbons préstimos à nação) não têmcicatrizes. Fizeram operaçõesplásticas e agora exibem outrosnúmeros mágicos… Mágico que émágico solta-se sempre dascorrentes.O leitor sabe como morreu HarryHoudini? Foi num espetáculo…levou três socos. Isto que sirva delição aos mágicos contemporâneos.

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Bispos solidários com vítimasda «legionella» em PortugalA Conferência EpiscopalPortuguesa (CEP) recordou hoje emFátima as vítimas da ‘legionella’ emPortugal e as perseguiçõesreligiosas em todo o mundo, nocomunicado final da AssembleiaPlenária que decorreu desdesegunda-feira.“Os recentes surtos epidémicos deébola na África e de legionella emPortugal mereceram a atenção e apreocupação da Assembleia, quemanifestou toda a sua solidariedadepara com as vítimas destasepidemias e as instituições queprocuram debelar estes surtos”,assinala o texto.A ‘legionella’, que provocapneumonias graves, foi detetada nasexta-feira, no Concelho de VilaFranca de Xira, tendo infetado atéao momento 302 pessoas eprovocado pelo menos cincomortos, estando mais quatro aaguardar confirmação.D. Manuel Clemente, patriarca deLisboa e presidente da CEP, disseem conferência de imprensa que“atendendo à gravidade dasituação, as comunidades cristãsestão presentes, também noterreno”, acrescentando que jácontactou

diretamente com os respetivospárocos.A nota final da assembleia plenária,órgão máximo da CEP, assinala poroutro lado que “diante da situaçãode perseguição que sofrem oscristãos e outras minorias religiosasno Próximo Oriente”, o organismoepiscopal “manifestou a sua sintoniacom as preocupaçõesreiteradamente expressas pelo PapaFrancisco, sobretudo quanto aoapelo para que as autoridadestenham intervenção efetiva nestadramática situação”, e garantiu“oração e solidariedade para com asvítimas destes conflitos”.A Assembleia iniciou uma reflexãosobre a situação atual e perspetivasdos Centros Sociais Paroquiais,tendo em conta um futuro Decreto-Lei sobre o Estatuto das InstituiçõesParticulares de Solidariedade Social(IPSS), que “obrigará a pequenasalterações dos estatutos”.Segundo a CEP, esta situação“deverá ser oportunidade pararefletir sobre a identidade das IPSSda Igreja e a sua plena integraçãono âmbito das instituiçõesparticulares”.

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Os bispos prepararam também apróxima visita ‘ad Limina’, ao Papa eàs instituições da Santa Sé, que vaidecorrer de 7 a 12 de setembro de2015.Por proposta do arcebispo primazde Braga D. Jorge Ortiga, aassembleia “acolheu com agrado aproposta de apoio e incentivo àcanonização do

Beato Frei Bartolomeu dosMártires”, com processo equivalentede dispensa de milagre, e aprovou opedido de abertura da causa debeatificação e canonização do padreAdão Salgado Vaz de Faria,fundador da Congregação da DivinaProvidência e Sagrada Família.

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Dificuldades e indefinição afetamfamíliasO presidente da ConferênciaEpiscopal Portuguesa (CEP), D.Manuel Clemente, inaugurou emFátima a 185.ª Assembleia Plenáriadeste organismo com alertas para a“indefinição cultural e até legal” queafeta hoje as famílias. “Se, por umlado, as dificuldades económicas eaté a indefinição cultural atingemhoje as famílias, fragilizando a suaconstituição e manutenção, poroutro, elas revelam-se em muitoscasos como único sustentáculo detantas existências e subsistênciaspessoais que não encontram outroponto de apoio material e afetivo”,sublinhou o patriarca de Lisboa, queparticipou no recente Sínodoextraordinário de Bispos sobre afamília, no Vaticano (5-19 deoutubro).D. Manuel Clemente sustentou que,apesar das dificuldades, a famíliatem “uma inegável força intrínsecaque só espera o reconhecimentopúblico equivalente”, em “benefíciode todos”. “Idêntica no essencial dacomplementaridade homem-mulher,geradora de vida; e no atualcontexto, que a torna mais nuclear,urbana, móvel e dispersa: a famíliaevidencia-se como baseinultrapassável da

solidariedade geral”, acrescentou.Segundo o presidente da CEP, aquestão dos “divorciados recasadose a respetiva relação com ossacramentos” foi tratada pelosmedia “com alguma desproporção”em relação ao lugar que este ponto“realmente teve no decurso dosínodo” de outubro. Este é um pontoque “continuará a ser refletido antese durante o próximo sínodo”, em2015.“Insistiu-se sobretudo noreconhecimento do lugar que [osdivorciados recasados], sendobatizados, continuam a ter na Igrejae no acompanhamento quemerecem da nossa parte”, precisouD. Manuel Clemente. O responsávelassinalou que da parte da CEP adisponibilidade para reforçar aatenção à família “é total edemonstrada”.“Reunimo-nos num momento forteda vida da Igreja e da sociedadeque integramos. Na Igreja, o SantoPadre chama-nos à reflexão sobre atemática fundamental da família,cuja centralidade temos dereconhecer e promover nascomunidades cristãs, para assimmesmo contribuirmos para idênticoreconhecimento por parte dasociedade em geral”, acrescentou.

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Os trabalhos abordaram ainda oAno da Vida Consagrada,convocado pelo Papa, com início a29 de novembro. “A Igrejareconhece e agradece aosconsagrados a continuação nassuas vidas dos respetivos carismasfundacionais, que tanto assinalam,cada um a seu modo, a fecundidadedo Espírito para bem da Igrejae serviço do mundo”,

disse D. Manuel Clemente.“Os bispos reconhecem osconsagrados das suas diocesescomo igualmente “seus”, pois quecada Igreja particular ou local sedeve tomar como “localização” daIgreja universal, na variedadecarismática com que o Espírito aenriquece, para bem de todos”,sublinhou o patriarca de Lisboa.

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O patriarca de Lisboa adiantou que, na sequência da visita a Portugal dosecretário da Congregação para a Educação Católica (Santa Sé), D.Angelo Zani, ficou esclarecidos que a Faculdade de Teologia daUniversidade Católica Portuguesa “poderá prosseguir em três sedes”(Lisboa, Porto e Braga). Para que tal seja possível, no entanto, deverádispor de “pelo menos 12 docentes doutorados e estáveis em cada uma”,exigência que atualmente apenas é cumprida em Lisboa.“O alcance desta meta, para que nos foi dado um tempo razoável, há deinscrever-se numa ‘estratégia’ também teológica da Igreja em Portugal.Proximamente será apresentado à Conferência Episcopal um planonesse sentido, de que foram incumbidos os diretores das três sedes e ovice-reitor da Universidade Católica, padre Tolentino Mendonça”,informou o presidente da CEP.

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Nota Pastoral da CEP sobre o Ano da Vida Consagrada

«Chamados a levar a todoso abraço de Deus»1. Anúncio feliz do Anoda Vida ConsagradaNo final de um encontro com osSuperiores Gerais dos InstitutosReligiosos no dia 29 de novembrode 2013 em Roma, o PapaFrancisco anunciou que o ano de2015 seria dedicado à VidaConsagrada. Esta proposta paratoda a Igreja insere-se também nocontexto da celebração dos 50 anosdo Concílio Vaticano II,designadamente por ocasião docinquentenário do Decreto«Perfectae Caritatis» sobre aconveniente renovação da VidaReligiosa.Dois meses mais tarde, aCongregação para os Institutos deVida Consagrada e as Sociedadesde Vida Apostólica (CIVCSVA),traçou os principais objetivos ealgumas iniciativas já previstas paracelebrarmos com qualidade o Anoda Vida Consagrada.«Fazer memória agradecida dopassado» é o primeiro objetivodesta celebração. Os 50 anos queseparam do Concílio são momentode graça para a Vida Consagrada,que

percorreu um caminho derenovação guiada pelo Espírito,vivendo as suas fraquezas einfidelidades como experiência damisericórdia e do amor de Deus.O segundo objetivo é «abraçar ofuturo com esperança». As crisesatuais e as incertezas no amanhãdevem ser assumidas como desafioe ocasião favorável para osconsagrados crescerem emprofundidade como homens emulheres de esperança.Esta esperança impele-nos a «vivero presente com paixão», terceirafinalidade a ter em conta napreparação e celebração deste Ano:uma paixão de enamoramento, deverdadeira amizade, de comunhão;uma paixão por evangelizar aprópria vocação e testemunhar abeleza do seguimento de Cristo;uma paixão para despertar o mundocom testemunho profético, empresenças significantes nasperiferias geográficas e existenciaisda pobreza.O Ano da Vida Consagradacoincide, em grande parte, com ascelebrações do 5.º Centenário donascimento de

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Santa Teresa de Jesus, nascida emÁvila a 28 de março de 1515. Figurade grande mulher e de consagradaa Cristo na vida contemplativa, paratodos é modelo de progredir naintimidade com Deus pelo exercícioperseverante de oração,alcançando assim qualidadeapostólica a sua intensa atividadede reformadora da vida carmelita ede toda a Igreja.

2. Vida Consagrada NoCoração Da IgrejaCom esta Nota Pastoral, nãopretendemos fazer aqui umareflexão teológica sobre a VidaConsagrada no mistério e nacomunhão da Igreja, mas apenascomungar desta proposta pastoralque o Papa Francisco lançou paratoda a Igreja universal e para as

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Igrejas locais. No mesmo sentido daexortação apostólica VitaConsecrata de João Paulo II, cheiosde gratidão damos graças aoEspírito pela abundância de formasde vida consagrada.A designação «Vida Consagrada»refere-se a um comum horizonteeclesial em que se articulam, deforma complementar, carismas einstituições: ordens e institutosreligiosos dedicados àcontemplação ou às obras deapostolado; sociedades de vidaapostólica; institutos seculares eoutros grupos de consagrados;formas novas ou renovadas de vidaconsagrada; a Ordem das Virgens,as viúvas e os eremitasconsagrados; todos aqueles que, nosegredo do seu coração, seentregam a Deus com uma especialconsagração (cf. Vita Consecreta,2).A Vida Consagrada está colocadamesmo no coração da Igreja, comoelemento decisivo para a missão,visto que exprime a íntima naturezada vocação cristã. E continua a serum dom precioso e necessáriotambém no presente e para o futurodo povo de Deus, porque pertenceintimamente à sua vida, santidade emissão. Os consagrados sãochamados a assumir, naradicalidade do seu ser,

a mesma exigência que é feita atodos os discípulos de Cristo, nohorizonte das bem-aventuranças:«Sede perfeitos como é perfeito ovosso Pai celeste» (Mt 5,48).Muitas iniciativas concretas decarácter universal foram jáanunciadas. O Papa Franciscopresidirá à abertura dascelebrações em 30 novembro desteano, primeiro domingo do Advento, ehaverá uma assembleia plenária daCIVCSVA sobre a novidade na VidaConsagrada a partir do Vaticano II.Estão previstos diversos encontrosinternacionais em Roma paranoviços, jovens religiosos ereligiosas, formadores e formadoras,superiores e ecónomos gerais eprovinciais. Haverá ainda umcongresso internacional de teologiada vida consagrada e uma amostrainternacional sobre a vidaconsagrada como evangelho nahistória humana. Há váriassugestões para as irmãscontemplativas, entre elas uma«cadeia mundial de oração entre osmosteiros». Alguns documentossobre diversas áreas específicasestão igualmente em preparação eem reelaboração, como a Instrução«Mutuae relationes», que dácritérios diretivos para as relaçõesmútuas entre os Bispos e osReligiosos na

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Igreja. E quase a concluir ascelebrações do Ano da VidaConsagrada, não faltará uma soleneconcelebração presidida pelo Papa,em finais de 2015, nos 50 anos doDecreto «Perfetae caritatis». 1. Um Ano De Bênção EDe GraçaNa nossa missão de Pastores,queremos cuidar com particularestima daqueles e daquelas que

seguem Jesus Cristo nesta formaradical de existência cristã que é avocação à Vida Consagrada. Apartir dos nossos organismosdiocesanos mais especificamenteocupados com as formas de VidaConsagrada e em coordenação coma Conferência dos InstitutosReligiosos de Portugal (CIRP) e coma Conferência Nacional dosInstitutos Seculares de Portugal(CNISP), desejamos que este Anoseja verdadeiramente um ano degraça, tendo sempre na mente e nocoração

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os três objetivos atrás delineadospara toda a Igreja: fazer memóriaagradecida do passado, abraçar ofuturo com esperança, viver opresente com paixão.

Olhando a nossa realidade emPortugal, destacamos algumasações que já são comuns: aSemana do Consagrado, instituídapela Conferência Episcopal, queprincipia

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a 26 de janeiro e encerra com aFesta da Apresentação do Senhor eo Dia do Consagrado a 2 defevereiro, em que procuramos estarpresentes como Pastores dasIgrejas locais; o Dia Mundial deOração pela Vida ConsagradaContemplativa. Procuraremos refletire atualizar para a Igreja em Portugalas orientações contidas naInstrução «Mutuae relationes».Acompanhamos ainda com atençãoas iniciativas conjuntas promovidaspelos organismos coordenadores daVida Consagrada em Portugal,particularmente a CIRP e a CNISP,como as semanas de estudo sobrea Vida Consagrada, as suasassembleias gerais, as atividadesfomentadas pelas suas comissõesnacionais e secretariados regionais,as muitas planificações em cadainstituto e dalguns em comum. 2. Celebrar A VidaConsagrada Na ComunhãoDa IgrejaNeste conjunto de celebrações,queremos avivar o Dia doConsagrado, instituídouniversalmente em 1997 por SãoJoão Paulo II, para “ajudar toda aIgreja a valorizar sempre mais otestemunho das pessoas queescolheram seguir a Cristo mais

de perto, mediante a prática dosconselhos evangélicos e, ao mesmotempo, ser para as pessoasconsagradas uma ocasião propíciapara renovar os propósitos ereavivar os sentimentos, que deveminspirar a sua doação ao Senhor”.Os três objetivos, então por eleapontados para viver este dia,podem sintonizar com o que sepretende ao longo deste especialano de graça: responder à íntimanecessidade de louvar maissolenemente o Senhor e agradecer-Lhe o grande dom da VidaConsagrada, que enriquece ealegra a comunidade cristã com amultiplicidade dos seus carismas ecom os frutos de edificação detantas existências, totalmentedoadas à causa do Reino; promovero conhecimento e a estima pela VidaConsagrada, por parte de todo opovo de Deus, fazendo com que adoutrina sobre ela seja maislargamente e mais profundamentemeditada e assimilada por todos osmembros do povo de Deus; convidaras pessoas consagradas a celebrarem conjunto e solenemente asmaravilhas que o Senhor realizounelas, para descobrir a beleza e adiversidade dos dons difundidospelo Espírito no seu género de vida,e tomar consciência mais viva dasua insubstituível missão na Igreja eno mundo.

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3. A Alegria Do EvangelhoNo Coração Da VidaConsagradaTodas as celebrações ao longodeste ano apontarão para avocação e a missão que a VidaConsagrada, de modo permanentenas suas variadas formas, échamada a ser e realizar, aoespelhar o modo de vida de JesusCristo, hoje, e empenhar-se, já, naconstrução do Reino dos céus. Nodizer do Papa Francisco no referidoencontro com os Superiores Gerais,os consagrados e consagradas sãodesafiados a estar e amarcar presença em variadassituações para despertar o mundo:«A Igreja deve ser atrativa.Despertar o mundo! Sedetestemunho de um

modo diferente de fazer, de agir, deviver! É possível viver de um mododiferente neste mundo. Estamos afalar de uma visão escatológica, dosvalores do Reino encarnados aqui,nesta terra. Trata-se de deixar tudopara seguir o Senhor. Não, nãoquero dizer radical. A radicalidadeevangélica não é somente dosreligiosos: pede-se a todos. Mas osreligiosos seguem o Senhor demaneira especial, de modoprofético. Espero de vós este testemunho. Osreligiosos devem ser homens emulheres capazes de despertar omundo».A vida de consagração emcastidade, pobreza e obediência,seguindo de perto o estilo de vidade Jesus Cristo,

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é um tesouro para a vida e missãoda Igreja. Fazemos nossas estaspalavras do Concílio Vaticano II: «osagrado Concílio confirma e louvaos homens e mulheres, Irmãos eIrmãs que nos mosteiros, escolas,hospitais ou missões, embelezam aIgreja com a sua perseverante ehumilde fidelidade na mencionadaconsagração e prestamgenerosamente às pessoas os maisvariados serviços» (Lumen gentium,n. 46).Desejamos que todas as iniciativasdeste Ano da Vida Consagradasejam assumidas com interioridadena santidade, com coerência navida comunitária, com testemunhona missão. O encanto, a alegria eo entusiasmo no seguimento deCristo, assumidos por todos osconsagrados e consagradas na

sua existência como discípulosmissionários e por todas as formasde vida consagrada, constituirãocertamente fermento e atração denovas vocações à Vida Consagrada.Acolhendo os reiterados apelos doPapa Francisco para serem«chamados e levar a todos o abraçode Deus» e «transformadosna alegria do Evangelho», osconsagrados poderão contribuir demodo especial para despertar omundo ou os mundos por eleshabitados.Confiamos à Virgem Maria arenovação espiritual e apostólicadas pessoas consagradas e dosinstitutos de Vida Consagrada paratestemunharem Jesus Cristo comuma existência transfigurada. Fátima, 13 de novembro de 2014

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Conferência Episcopal vai prosseguirreflexão sobre realidade familiarA assembleia plenária daConferência Episcopal Portuguesa(CEP), que se concluiu hoje emFátima, analisou a recenteassembleia extraordinária do Sínododos Bispos, dedicado à família, eadiantou que vai prosseguir areflexão sobre o tema.O relatório final deste encontroextraordinário, convocado peloPapa, “servirá de apoio, a nível daCEP e das várias instânciasdiocesanas, para a preparação dapróxima sessão ordinária do Sínododos Bispos em outubro de 2015”,refere a nota conclusiva daassembleia da CEP.“Sem descurar as váriasproblemáticas e dificuldadesrelacionadas com a família, aprioridade será dada à pastoralfamiliar, para que a comunidadecristã seja sempre autêntica «famíliade famílias»”, acrescenta ocomunicado final.D. Manuel Clemente, presidente daCEP e representante do episcopadoportuguês no Sínodo de outubro,assinalou em conferência deimprensa que a continuidade dostrabalhos é uma “novidade”introduzida pelo Papa.Segundo o patriarca de Lisboa, eranecessário “fazer um estudo, mas

um estudo muito aprofundado econtinuado” sobre a temática.“Há aqui uma enorme constelaçãode problemáticas, antigas emodernas”, disse aos jornalistas.O presidente da CEP assinalou queexiste “estima geral pela realidadeda família”, mas também “umaindefinição prática sobre o que cadaum entende como família”.D. Manuel Clemente entende que aIgreja é chamada a dar atenção aoscasos que “contradizem a propostacristã sobre a família” e que odiscurso da Igreja Católica precisade ser “esclarecido, aprofundado” e“afirmado em contraste com outrasvivências familiares e parafamiliares”.Os trabalhos, que incluíram umaconsulta global às diocesescatólicas, mostraram em primeirolugar “interesse e preocupação pelarealidade familiar”, a “necessidadeinterna de reforçar a formação paraa família” e, finalmente, a exigênciade “encarar e tentar resolver, dentroda nossa tradição, os problemasque existem, aos quais nãopodemos fechar os olhos”.

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O presidente da CEP sustentou quehouve uma “desproporção” daabordagem dos casos maisproblemáticos nos media, face aoque foi realmente debatido.“Na prática eclesial, tem-secaminhado muito no sentido damaior atenção e na resoluçãopossível dos problemas que sepõem”, como por exemplo no casodos processos

de nulidade do Matrimónio.A reflexão sobre um “problemacultural complexo, não apenas naEuropa” vai decorrer nas diocesesportuguesas com o apoio de “peritosde diversas áreas”.O patriarca de Lisboa disse serimpossível “garantir” que a reflexãoesteja concluída em outubro de2015.

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Escutismo: Patriarca de Lisboareafirma confiança nos responsáveisnacionaisD. Manuel Clemente manifestouhoje em Fátima a sua “inteiraconfiança” no Corpo Nacional deEscutas (CNE). Após notíciasveiculadas acerca de alegadassituações de abuso sexual demenores, por parte de um dirigentedo CNE, o presidente da CEP disseem conferência de imprensa que “sehá movimento juvenil em Portugalem que o acompanhamento é umarealidade, em que a verificação écada vez mais atenta, esse é oEscutismo”.“Isso posso garantir-vos”, reforçou.O patriarca de Lisboa citou umcomunicado da Junta Central doCNE para afirmar que “desde oprimeiro momento em que houveconhecimento” do alegado caso,existiu “uma colaboração total” comas autoridades de investigação.“Esse é o nosso único propósito.Quando essas situações,infelizmente, ocorrerem, temos dedar-lhes resposta imediata e a maiscapaz possível”, precisou.Neste contexto, o patriarca deLisboa reafirmou a sua “inteiraconfiança na Junta Central doCorpo Nacional de Escutas e nosseus dirigentes em geral”.

D. Manuel Clemente assinalou queninguém quer “fechar os olhos”perante situações como estas erecordou o investimento no“acompanhamento e prevenção” decasos, porque ninguém “estáincólume a fraquezas”.“Tenham confiança no CorpoNacional de Escutas, porque é umarealidade com que a sociedadeportuguesa pode contarinteiramente”, concluiu.A Junta Central do CNE, emcomunicado de Imprensa enviado àAgência ECCLESIA, manifesta a sua“solidariedade para com aseventuais vítimas e respetivasfamílias” e lamenta que tais factospossam ter ocorrido, “os quais sãoabsolutamente incompatíveis com osvalores que defende”.Os responsáveis precisam que “nopróprio dia em que teveconhecimento da detenção dosuspeito”, a chefia do CorpoNacional de Escutas entrou emcontacto com a Polícia Judiciária,expressando “total disponibilidade”para colaborar com as autoridadescompetentes.A nota de imprensa explica que, nasequência desse contacto, “a Polícia

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Judiciária proibiu de formaperentória a emissão de qualquertipo de declaração ou informaçãosobre este assunto, alegando queseriam as próprias autoridades aestabelecer contactos comterceiros, fossem eles vítimas,famílias, comunicação social ououtros”.“O movimento escutista assentanuma relação de confiança entre

os responsáveis adultos e ospais das crianças e jovens que nossão confiados. Queremos poisreiterar que o CNE não pactuarácom situações que vão contra estapremissa, e que faremos todo opossível por evitar a quebra destaconfiança que temos com todos ospais e encarregados de educaçãodos nossos associados”, conclui ocomunicado.

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Educação: Faculdade de Teologiatem de se habilitar para o diálogocultural

D. Manuel Clemente afirmou hojeem Fátima que é necessárioreforçar a “qualificação académica”dos professores da Faculdade deTeologia para garantir a existênciadas três sedes onde estáimplantada e habilitá-la para o“diálogo cultural” com a sociedade.“Trata-se de nos habilitarmos comoIgreja para um diálogo cultural quetemos de manter com a sociedadeportuguesa alto nível, nos diferentescampos”, referiu o presidente daConferência Episcopal Portuguesa(CEP) em conferência de imprensa,

no fim dos trabalhos da AssembleiaPlenária que hoje terminou emFátima.Em visita a Portugal, o secretário daCongregação da Educação Católica(da Santa Sé), D. Angelo Zani,afirmou que a Faculdade deTeologia da Universidade CatólicaPortuguesa “poderá prosseguir emtrês sedes” (Lisboa, Porto e Braga).No discurso de abertura daAssembleia Plenária da CEP, D.Manuel Clemente adiantou que essapossibilidade depende da existênciade “pelo menos 12 docentesdoutorados e estáveis em cadauma”

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das sedes, exigência queatualmente apenas é cumprida emLisboa, obrigando a um “esforçoredobrado” no desenvolvimento deuma “estratégia” teológica da Igrejaem Portugal.Em declarações à comunicaçãosocial, o presidente da CEP afirmouque é necessário recuperar a“tradição teológica” quebrada com aexpulsão das Ordens Religiosas eretomada ao longo do séc. XX,nomeadamente com a criação daFaculdade de Teologia na décadade 60.

“É um enorme desafio não apenaspara mantermos as Faculdades deTeologia nas três sedes mas para odebate cultural que a sociedadeespera de nós”, sustentou D.Manuel Clemente.O presidente da CEP garantiu queda parte do episcopado “há toda adisponibilidade para fazer uminvestimento nesse sentido”,adiantando que os professoresdoutorados não são nem têm de sertodos padres.

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Igreja: Leiga é nova diretorada Obra Católica Portuguesa deMigraçõesA nova diretora do SecretariadoNacional da Mobilidade Humana,responsável também da ObraCatólica Portuguesa de Migrações,explicou a responsabilidade do novodesafio e as prioridades quecomeçam por “conhecer melhor osserviços” e “e otimizar o setor”.“Vou ter de falar com os diretores econhecer melhor os serviços e ver oque é que querem de nós e comopodemos continuar a trabalhar eotimizar este setor. Ainda vou tomaro pulso da situação” começa porexplicar Eugénia Costa Quaresma, anova diretora do SecretariadoNacional da Mobilidade Humana temquatro obras dependentes.Nesse sentido, este Secretariadotem como responsabilidade a ObraCatólica Portuguesa de Migrações;a Obra Nacional da Pastoral dosCiganos; a Obra Nacional daPastoral do Turismo e o Apostoladodo Mar.A nova diretora do SecretariadoNacional da Mobilidade Humana eda Obra Católica Portuguesa deMigrações foi nomeada hoje emFátima pela Conferência EpiscopalPortuguesa (CEP).

À Agência ECCLESIA, EugéniaCosta Quaresma conta que recebeuesta nomeação com “surpresa” eespera corresponder ao “voto deconfiança”.Conhecedora do trabalhodesenvolvido pela Obra CatólicaPortuguesa de Migrações onde estáhá cerca de 13 anos vai tambémassumir esta área em particular erevela que nesta fase vão dedicarmais “atenção aos emigrantes”“Temos o encontro em janeiro de2015 em que vamos dar particularatenção à família, ver como estão asnossas famílias emigrantes. É umaprimeira prioridade”, desenvolve anova diretora.Para Eugénia Costa Quaresma, a“demanda de sacerdotes muitoligada à falta de vocações”, umaprioridade mais antiga, é outranecessidade.Para a diretora da Obra CatólicaPortuguesa de Migrações poder tersacerdotes que acompanhem asfamílias emigrantes é um “grandedesafio que as migrações colocam àIgreja” e que considera “transversal”com diferentes setores da pastoralcomo as vocações e a família.“Existem também o desafio nesta

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fase de crise em otimizar o trabalhodos leigos e neste sentido estanomeação é uma reposta a isso, aesta crise de vocações e deixarpara os padres o serviço que lhes éespecífico”, assinala a interlocutora.Eugénia Costa Quaresma explicaque quando surgiu o convite paraser diretora do SecretariadoNacional da Mobilidade Humana eda Obra Católica Portuguesa deMigrações recebeu “em primeirolugar como um desafio” e depoiscom a certeza que não vai estarsozinha neste serviço “na linha dediálogo, de conciliação de escutapara estar melhor à altura dosdesafios”.

A nova responsável, na ObraCatólica Portuguesa de Migrações,vai ter ainda o apoio do diretorcessante, o frei Francisco Sales quevai passar a ser o AssistenteEspiritual.“Esse lado é muito importante, comoé um serviço pastoral e há umpedido pastoral do outro lado[migrantes] é bom continuarmos ater um sacerdote mais próximo eque pode desempenhar algumastarefas”, destaca Eugénia CostaQuaresma.Por isso, frisa a continuidade numa“linha de colaboração” com o freiFrancisco Sales e também o factopositivo das comunidades “já oconhecerem e ter uma boaaceitação”.

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Pastoral da Cultura e ComissãoJustiça e Paz com novosresponsáveis nacionaisA Conferência EpiscopalPortuguesa (CEP) nomeou hojenovos diretores para o SecretariadoNacional da Pastoral da Cultura(SNPC) e a Comissão NacionalJustiça e Paz (CNJP),respetivamente José Carlos SeabraPereira e Pedro Vaz Patto.O novo diretor do SNPC, professorda Faculdade de Letras daUniversidade de Coimbra e ex-presidente do Centro Académico deDemocracia Cristã, substitui nocargo o padre José TolentinoMendonça.José Carlos Seabra Pereira nasceuno Luso em 1949, é licenciado emFilologia Românica pelaUniversidade de Coimbra edoutorado pela Universidade dePoitiers (França) e pelaUniversidade de Coimbra; professorassociado da Faculdade de Letrasda Universidade de Coimbra, oinvestigador presidiu ao Centro deAcadémico de Democracia Cristã(CADC).Num texto publicado em 2011 peloSNPC, José Carlos Seabra Pereiraafirmava que a Igreja deve “passarà ofensiva no debate de ideias e namanifestação de criatividade”.

O responsável falou ainda danecessidade de “encontrar e ativarnovos e eficazes meios devisibilidade no espaço público,conquistando maiores efeitos depresença e de afirmação, demotivação e de adesão”, por parteda Igreja Católica.Em relação à Comissão NacionalJustiça e Paz, Pedro Vaz Patto, atéagora vogal deste organismo laicalda Conferência EpiscopalPortuguesa, sucede a Alfredo Brutoda Costa.Pedro Vaz Patto nasceu em 1962, élicenciado e mestre em CiênciasJurídido-Políticas pela UniversidadeCatólica Portuguesa, docente noCentro de Estudos Judiciários e juizem diferentes tribunais, setor noqual, a par da família e da vida, teminvestigado e publicado diferentesartigos.O juiz, que tem colaborado comvários textos de opinião com aAgência ECCLESIA, é conhecidopelo seu posicionamento em defesada visão católica sobre temas debioética e ciências da vida.

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Comissão Episcopal da Cultura,Bens Culturais e Comunicações Sociais O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais eComunicações Sociais, D. Pio Alves de Sousa, salientou alguns aspetosdo trabalho da Comissão e dos respetivos SecretariadosCultura: o Secretariado propõe-se manter e ampliar as iniciativashabituais. Sob uma nova direção, serão avaliadas as iniciativas emcurso, podendo-se criar novas ofertas. Bens Culturais: releva-se a especial preocupação de consolidar e darcontinuidade aos projetos lançados (Cesareia e Thesaurus). O projeto«Portugal: Caminhos da Fé» é já uma realidade e prepara novasrealizações. Tiveram particular importância as ações de formação, emdiferentes âmbitos e locais. Comunicações Sociais: a Agência Ecclesia, com a plena assunção daprodução de conteúdos, foi o segmento que centrou os principaisdinamismos do Secretariado. No futuro imediato haverá uma especialpreocupação em consolidar este serviço e encontrar novos modos deampliar a divulgação do Semanário Ecclesia.

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Mobilizar consciênciaspara defender comunidades cristãsO Papa Francisco condenou noVaticano as perseguições religiosascontra os cristãos e apelou a uma“mobilização de consciências” emdefesa destas populações. “Mais umvez, dirijo um forte apelo a quantostêm responsabilidade política, anível local e internacional, bemcomo a todas as pessoas de boavontade, para que se empreendauma vasta mobilização dasconsciências, em favor dos cristãosperseguidos”, declarou, no final daaudiência pública semanal que

decorreu na Praça de São Pedro.Francisco disse seguir com “grandetremor” os “dramáticosacontecimentos dos cristãos que emvárias partes do mundo sãoperseguidos e mortos por causa doseu credo religioso”.“Sinto a necessidade de exprimir aminha profunda vizinhança espiritualàs comunidades cristãs duramenteatingidas por uma violência absurdaque não parece ter fim, enquantoencorajo os pastores e todos os fiéisa serem fortes e firmes naesperança”, assinalou.O Papa sustentou que estescristãos têm “o direito dereencontrar, nos seus própriospaíses, segurança e serenidade”,professando livremente a sua fé” eencerrou a sua intervenção com umconvite à oração por estascomunidades religiosas.O Relatório 2014 sobre a liberdadereligiosa no mundo da FundaçãoAjuda à Igreja que Sofre (AIS),apresentado na última semana,revelou que os cristãos são o grupomais atingido pelas perseguições,em particular no Médio e ExtremoOriente.

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O documento realça o impacto negativo da criação ou reforço deEstados uniconfessionais, como évisível no caso do autoproclamado‘Estado Islâmico’, o ‘Daesh’.A AIS precisa que, no períodocompreendido entre outubro de2012 e julho deste ano a liberdadereligiosa entrou numa fase dedeclínio e sublinha que os paísesmuçulmanos são predominantes nalista de Estados com as violaçõesmais graves.O vice-primeiro-ministro PauloPortas reuniu-se esta quarta-feiracom a

Fundação AIS, que lhe apresentou otrabalho de investigação sobre 196países do mundo que está a serdivulgado a nível internacional pelosvários secretariados da Ajuda àIgreja que Sofre. O tema vai estar em destaque napróxima emissão do programa«7ox7», este domingo, na RTP2(11h20).

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Papa escreve aos líderes do G20O Papa lançou um apelo aos líderesque integram o G20, pedindo que asua próxima reunião promova umapolítica de criação de “empregoestável e dignificado” para superara atual crise económica. “Isto vaiexigir uma melhoria na qualidade doinvestimento e dos gastos públicos,a promoção do investimentoprivado, um sistema fiscal justo eadequado, esforços concertadospara combater a evasão fiscal euma regulação do setor financeiroque assegure honestidadesegurança e transparência”, refereFrancisco, numa mensagem aoschefes de Estado e de Governo dos20 países com maiores economias,

que se vão reunir entre sábado edomingo na cidade australiana deBrisbane.O texto, endereçado ao primeiro-ministro australiano, Tony Abbott,apela ainda a uma intervençãointernacional, com o apoio do G20 edas Nações Unidas, para “travar emdefinitivo a injusta agressão dirigidaa várias religiões e grupos étnicos,incluindo minorias, no MédioOriente”. A intervenção deve ainda“levar à eliminação das raízes doterrorismo, que atingiu proporçõesinimagináveis até agora”,combatendo a “pobreza,subdesenvolvimento e exclusão”.

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Mais celeridade no julgamentode abusos sexuaisO Papa Francisco decidiu criar umanova estrutura para examinarrecursos dos julgamentos de casosde abusos sexuais, um órgãocolegial de cardeais e bispos quevai funcionar no interior daCongregação para a Doutrina da Fé.O anúncio foi feito hoje pela SantaSé, que publicou um ‘rescrito’ (atoadministrativo) do Papa sobre ainstituição deste Colégio, apósaudiência concedida por Franciscoao secretário de Estado doVaticano, cardeal Pietro Parolin.A estrutura visa julgar os “crimesmais sérios” (delicta graviora),especificamente os casos deabusos sexuais de menores eoutros abusos ligados aoSacramento da Penitência(Confissão). O novo corpo vai sercomposto por sete cardeais ebispos, não necessariamentemembros da Congregação para aDoutrina da Fé, escolhidos peloPapa.O quarto parágrafo do rescritoespecifica que no caso de bisposacusados destes crimes graves, asituação será examinada por todosos membros da referidaCongregação, em sessão ordinária,que também

poderá examinar casos específicosa pedido do Papa ou do novoColégio.Este órgão colegial, por outro lado,deve informar periodicamente asessão ordinária da Congregaçãopara a Doutrina da Fé sobre assuas decisões.A nova legislação é justificada pelo“número de recursos” e anecessidade de um “exame maisrápido dos mesmos”.No último dia 7 de julho, o Papacondenou os “atos execráveis” deabusos sexuais perpetrados contramenores e pediu perdão às vítimas,afirmando que não há lugar naIgreja para membros do clero quepratiquem estes “crimes”. UmaComissão Pontifícia para a Proteçãode Menores foi criada no atualpontificado, a fim de promover “asmelhores políticas e procedimentos”neste campo.Em junho, a Santa Sé revelou que oantigo núncio apostólico naRepública Dominicana, JózefWesolowski, tinha sido condenado àdemissão do estado clerical pelaCongregação para a Doutrina da Fé.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt

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Papa recebeu bispo de Cabo Verde e Guiné-Bissau

Francisco evoca queda do Muro de Berlim

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Dehonianos onlinehttp://www.dehonianos.org/ A Igreja Católica celebra entre 9 e16 de novembro a semana dosseminários sob o lema “Servidoresda Alegria do Evangelho”. Assimimbuídos neste espírito estasemana propomos uma visita atentaao sítio dos Sacerdotes do Coraçãode Jesus. Esta congregação “foifundada em 1878 em S. Quintinopelo Padre João Leão Dehon, querecebeu a graça e a missão deenriquecer a Igreja com um Institutoreligioso apostólico que vivesse dasua inspiração evangélica”.Ao digitarmos o endereçowww.dehonianos.org entramos numespaço com um conjunto enorme derecursos e conteúdos muito bemproduzidos.Na opção “Leão Dehon”encontramos todas as informaçõesrelativas ao fundador que desde“adolescente quis ser sacerdote,contra a vontade do pai”. Aí pode lera sua biografia, a sua ação, a suafé, a sua atividade literária e aindaconsultar os principaisacontecimentos da sua vida, desdeo nascimento em março de 1843,até à sua morte em agosto de 1925.

Caso pretenda conheceraprofundadamente estacongregação que “tem a sua origemna experiência de fé do PadreDehon” basta que clique em“congregação”. Desde a suahistória, passando pelo governo-geral, pode também ficar a conhecera espiritualidade e claro está a regrade vida, que é “o documentoinspirador de toda a vida daCongregação e dos seus membros”.São vários os locais por onde esteinstituto religioso se encontraespalhado. Em “comunidades”podemos descobrir os endereços edemais informações de cada centro,que estão distribuídos de norte a sule de Roma à India, passando porAngola, Moçambique e Madagáscar.No item “pastoral” somos informadossobre as várias ações que estacongregação vai realizando.Começando pela área da formaçãoreligiosa (colégios, seminários,institutos), passamos para apastoral relacionada com os jovens(vocacional e juvenil), seguida daárea do ensino (colégio e escola).Posteriormente encontramos a açãomissionária (grupos missionários, evários

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centros espalhados pelo mundo) eterminamos este item com aapresentação dos centros deespiritualidade (lisboa, açores eporto).Por último somos presenteados peloespaço que certamente tem maisvisitas. Falamos naturalmente daárea “liturgia”, pois é aqui quesemanalmente nos é oferecidaumas das mais interessantes eprofunda análise às leituras de cadadomingo

e dia Santo, magistralmenteproduzida pelos padres Dehonianos.Fica então lançado o repto para quea visita a este sítio seja regular pois,além dos vários conteúdosapresentados, voltamos a referirque o espaço de apoio eaprofundamento às leituras bíblicasde cada missa é extraordinário.

Fernando Cassola [email protected]

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A verdade é um encontroO dia do Papa começa antes dascinco horas da manhã e é nutridopelas leituras da Missa do dia: éeste tempo de oração que o SantoPadre deseja partilharquotidianamente com os fiéis. Nãonuma solene celebração em SãoPedro, mas numa Missa«doméstica», na capela daresidência de Santa Marta.As homilias do papa Francisco, quese tornaram num dos aspetos maiscaracterísticos do seu pontificado,nascem ali, espontaneamente, econstituem o coração pulsante dasua pastoral, mensagensdensíssimas que apelam ao coraçãodo Evangelho. No entanto, é precisoter cuidado para não as ler apenascomo um panorama de doçura:contêm palavras fortes, frequentesdenúncias e ainda “reparos” muitoprecisos. Sobretudo, guiam-nos naslutas de cada dia: o combate contrao «príncipe deste mundo», noconfronto da alma com Deus e nadifícil relação com o poder.O seu valor simbólico é tanto maiorquanto mais nos transmitem osentido do anúncio evangélico deuma forma peculiar e inédita:através de imagens significativas euma linguagem simples, imediata,que possui uma clareza e umafrescura

amadurecidas numa vida decontacto constante com as pessoas.O papa Francisco fala de ternura,de fé e de ideologia, de espírito e deorganização, e de muitas outrascoisas.Durante um ano, o Papa desenrolouo mapa da sua vida espiritual e doseu empenho sacerdotal, numesforço que transcende a simples«comunicação de uma verdade»:estas páginas são muito mais doque isso. São a felicidade de falar afavor do bem, que consiste emaproximar as pessoas umas dasoutras. Deus exerce assim o seupoder mediante a palavra humana. Autor: Papa FranciscoOrganização e coordenação:Antonio SpadaroColeção: Uma Casa Aberta aTodosEditora: Paulinas EditoraPáginas: 568PVP: 19,50€1.ª edição: 10 de novembro de2014

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II Concílio do Vaticano: «O ensinonos seminários é absolutamenteinadequado»

Na terceira sessão do II Concílio do Vaticano (1962-65), os padres conciliares entraram em debates maisacalorados com os temas do diálogo entre a igreja ea cultura. Após o período do renascimento,desenvolveu-se uma civilização com laivos delaicismo que nem sempre foi compreendido pelaIgreja.A cultura é uma questão capital para o catolicismo einúmeros foram os cristãos que se regozijaram comPaulo VI quando a colocou no “centro das suaspreocupações” (In: Henri Fesquet; «O Diário doConcílio»; 2º Volume, Publicações Europa-América;Pág. 261). A intervenção do cardeal Lercaro,arcebispo de Bolonha (Itália), sobre esta temática foiparticularmente notada. Quando abordou o célebre«esquema 13», o prelado italiano disse aos padresconciliares: “Este parágrafo sobre a cultura é ocentro de todo o esquema 13 porque exprime anatureza das relações entre a Igreja e o mundo. Poroutro lado, a Revelação pode auxiliar a investigaçãocultural e, inversamente, a cultura pode auxiliar aIgreja a aprofundar a sua mensagem”.No seu discurso, o cardeal Lercaro sublinha que“não basta dizer que a Igreja estima a cultura e queconfia no progresso científico, artístico e técnico”. Eacrescenta: “A pobreza evangélica não é sinónimode pobreza cultural. A Igreja deve fazer todos osesforços para renovar os horizontes de cultura”.Ao olhar para o panorama dos seminários, o padreconciliar realça que a função da Igreja é ser presenteà cultura como um fermento. Por isso pede uma

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reexaminação de “todo o ciclo doensino nos seminários, que setornou absolutamente inadequado.Sem esta mudança não serápossível criar um diálogo emprofundidade com o homem dehoje”.No debate conciliar, ocorrido no mêsde novembro de 1964, e mesmalinha do cardeal Lercaro, o bispocoadjutor de Estrasburgo (França),monsenhor Elchinger, revelou queos valores da cultura “não parecemser suficientemente tomados a sériopela Igreja. Uma opinião públicabastante abrangente considera quea Igreja católica, apesar dosserviços prestados outrora àcultura, dá hoje prova de espíritoestreito neste campo”. A relação daIgreja com a cultura “é dominadapor atitudes de medo, de reflexosapologéticos de defesa; que seinstala à margem

da ascensão cultural dos temposmodernos”. (In: Henri Fesquet; «ODiário do Concílio»; 2º Volume,Publicações Europa-América; Pág.261).Por sua vez, o cardeal holandês,Bernard jan Alfrink, faz umaintervenção que ficou na históriaconciliar quando falou da atitude daigreja para com o comunismo. Oarcebispo de Utreque salienta que“as ideias ateias e marxistasespalham-se por toda a parte” e que“são evidentemente incompatíveiscom o cristianismo”. No entanto ocardeal holandês alerta para o“dever de caridade”. “Um grandenúmero de homens adere ao partidocomunista, não por causa da suadoutrina filosófica, mas pordesespero e razões de justiçasocial”.

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Novembro 2014

Dia 14* Lisboa – UCP - V Jornada deTeologia Prática sobre «Asintrigantes linguagens da fé». * Leiria - Seminário - O Centro deFormação e Cultura da Diocese deLeiria-Fátima promove aconferência «Desafios àtransmissão da fé, hoje», inseridano primeiro módulo do Ciclo deTeologia Prática, e proferida porJuan Ambrósio. * Leiria - Ourém (Salão Paroquial deNossa Senhora da Piedade) -Conferência sobre «Justiça esolidariedade em tempos de crise»pelo padre Lino Maia, presidente daCNIS. * Algarve - Igreja de Alcantarilha -Encerramento da cadeia de oraçãoininterrupta ao SantíssimoSacramento com a presença de D.Manuel Quintas. Dia 15* Coimbra - Instituto Missionário dosDehonianos - XVI Fórum EcuménicoJovem com o tema «Para tudo háum momento e um tempo...»

* Viana do Castelo - Iniciativa«Subida 1.1» promovida pelosJovens Carmelitas * Lisboa - Igreja do SagradoCoração de Jesus - Encontro paracatequistas sobre «A educação dasexualidade na adolescência»orientada por monsenhor VictorFeytor Pinto. * Porto - UCP (Auditório CarvalhoGuerra) - Apresentação do volumeVIII das obras completas deLeonardo Coimbra por monsenhorÂngelo Alves. * Évora - Seminário Maior de Évora -O Instituto Superior de Teologia deÉvora (ISTE) celebra o dia do seupatrono (Santo Alberto Magno) comuma sessão solene na sala n.º 1 doInstituto, seguida da oração desapiência pelo Padre Mário Tavaresde Oliveira. * Évora - Igreja da Graça - Concertode Cravo e Órgão por PatriziaGiliberti e Rafael Reis * Lisboa - Colégio São João de Brito- O Movimento Apostólico deSchoenstatt promove um concerto«Missa Étnica pela Paz» inseridonas comemorações dos seus 100anos. 52

* Aveiro - Albergaria-a-velha - AAção Católica Rural realiza o seuseminário nacional com o lema «Aalegria de ser» e temas dedicados àfamília (15 e 16) * Lamego - Penedo (Cine-Teatro) -Jornadas de História e PatrimónioLocal - um ciclo de conferênciasdedicadas à história e à cultura doconcelho de Penedo - promovidopelo Santuário de Santa Eufémia,em colaboração com o CentroSocial e Paroquial de Penedono.(15 e 16) * Lisboa - Encontro de formação daJuventude Operária Católica (JOC)da Diocese de Lisboa * Fátima - Hotel Santo Amaro -Conselho geral da CáritasPortuguesa. Dia 16* Braga - Barcelos (Cristelo) -Sessão de encerramento dascomemorações do cinquentenárioda morte de Abel Varzim comconferência proferida por D. ManuelMartins.

* Açores - Ilha de São Miguel(auditório da Escola Secundária deLagoa) - Ação de formação doMovimento Romeiros de São Miguelsobre o perfil dos procuradores dasalmas destinada aos mestres,contramestres e colaboradores. * Fátima - Entrega da «luz da paz»da campanha «10 milhões deestrelas» * Coimbra - Sé Velha - Solenidadeda sagração da catedral de Coimbra * Açores - Ilha Terceira (Santa Luzia)- Encontro das ConferênciasVicentinas da Ilha Terceira. * Lisboa - Linda-a-Velha (Igreja deNossa Senhora do Cabo) - Concertodo organista João Santos, organistatitular do Santuário de Fátima e Séde Leiria, e inserido no IV Ciclo deÓrgão de Linda-a-Velha.

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- O Fórum Ecuménico Jovem vai reunir, este sábadoem Coimbra, participantes das várias Igrejas cristãspara destacar o que as une e debater o tema “Paratudo há um momento e um tempo”. Uma oportunidadepara as pessoas refletirem sobre o modo comoempregam o tempo, numa sociedade onde “tudoparece acontecer tão depressa”. - Também no sábado, mas em Lisboa, no Colégio deSão João de Brito, o Movimento Apostólico deSchoenstatt vai promover um concerto inserido nascomemorações do seu centenário de fundação, apartir das 17h00. - Este domingo vai arrancar em Fátima mais umaedição da campanha “10 milhões de Estrelas”, que aCáritas Portuguesa promove todos os anos por alturado Natal. O projeto solidário, cujos dividendos vão emparte reverter para o apoio das populações do MédioOriente, vai começar com a entrega da “luz da paz”, noSantuário de Fátima. - A Cáritas da Ilha Terceira, nos Açores, vai realizar nasegunda-feira a partir das 14h00 um colóquio sobre o“Ensino Não-Formal: Que futuro e que oportunidades”,no Centro Cultural e de Congressos de Angra doHeroísmo. A iniciativa está relacionada com o projeto“A Par e Passo”, que a organização católica promoveudurante um ano junto de estudantes da região.

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h00Transmissão damissa dominical

11h00 -Transmissão missa 12h15 - Oitavo Dia

Domingo: 10h00 - ODia do Senhor; 11h00- Eucaristia; 23h30 -Ventos e Marés;segunda a sexta-feira:6h57 - Sementes dereflexão; 7h55 -Oração daManhã; 12h00 -Angelus; 18h30 -Terço; 23h57-Meditando; sábado:23h30 - TerraPrometida.

RTP2, 11h18Domingo, dia 16 - LiberdadeReligiosa: um direito cada vezmais distante. RTP2, 15h30Segunda-feira, dia 17 -Entrevista ao padre Antóniovalério e a Felisbela Carvalhodo Apostolado da Oração;Terça-feira, dia 18 -Informação e entrevista aFernando Moita sobre asaulas de EMRC;Quarta-feira, dia 19 - Informação e entrevista ao padreFernando Sampaio sobre a Pastoral da Saúde;Quinta-feira, dia 20 - Informação e entrevista a MariaTeresa Ribeiro sobre a Família;Sexta-feira, dia 21- Apresentação da liturgia dedomingo pelo padre Armindo Vaz e frei José Nunes. Antena 1Domingo, dia 16 de novembro, 06h00 - Repensar aPastoral da Igreja em Portugal: realidade das diocesese D. Manuel Linda Segunda a sexta-feira, 17 a 21 de novembro - 22h45 -Movimentos laicais: GRAAL, Comunidade Emanuel,Caminho NeoCatecumenal, Renovamento Carismáticoe Juventude Operária Católica.

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Fóruns Ecuménicos e o desafiodo caminho com os jovensEm 1998, um pequeno grupo derepresentantes dos departamentosjuvenis de várias das Igrejas Cristãscom presença histórica em Portugal(Católica, Metodista, Lusitana ePresbiteriana) reunia-se noSeminário de Leiria com o objetivocomum de pensar o trabalhoecuménico com os jovens. Muitosdos que participavam neste grupohaviam integrado, um ano antes, adelegação portuguesa à IIAssembleia Ecuménica Europeia,celebrada na cidade austríaca deGraz.A massiva participação juvenil e aalegria incutida pelos jovens a esteencontro não deixaram de tocar adelegação portuguesa. Nascia odesafio de, também em Portugal,revitalizar o caminho ecuménico jáencetado, envolvendo os jovensneste desafio de reconciliação e deprocura da unidade por parte dasIgrejas cristãs.Os Fóruns Ecuménicos Jovensnasceram como uma dasconcretizações desta inquietação edesta procura conjunta.Acontecendo a um ritmo anual e deforma ininterrupta desde 1999, osFóruns foram desafiando umnúmero

crescente de jovens, na suaitinerância pelas várias dioceses dePortugal, para a descoberta dareconciliação como urgência quenasce do ser cristão. Sem violentara identidade de ninguém ouescamotear as diferenças ou o queainda separa as diversas Igrejas, ocaminho feito convidou sempre àvivência concreta do que já nos une,do que, desde já, podemos fazerjuntos: na escuta e partilha daPalavra de Deus, na celebraçãojubilosa da fé no mesmo Senhor, noencontro respeitoso e feliz com ooutro, no assumir comum de causasem nome do Homem e em nome doEvangelho.Da paz ao respeito pela criação, dafraternidade ao voluntariado, daconstrução da comunhão àdescoberta da comum matrizbatismal, muitos foram os temas quemotivaram a reflexão dos jovens aolongo destes dezasseis anos.Sempre que possível, procurou-sefazer eco dos temas propostos parareflexão, em cada ano, peloParlamento Europeu. Em 2014, AnoEuropeu da Conciliação entre a vidaprofissional e a vida familiar, osjovens irão refletir sobre o que estána raiz das suas opções de ocupação

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do tempo.O texto bíblico escolhido, retirado deLivro de Qohéleth ou Eclesiastes -«Para tudo há um momento e umtempo (cf. Ecl. 1-8) – relembra comoo grande desafio continua a ser odo acolhimento sereno eesperançoso da vida, na suadiversidade e nas suascontradições, como o lugar ondeDeus tece a sua relação connosco eabre

aos nossos pés um caminho desentido e de plenitude. Para quem quiser aceitar estedesafio, o próximo FórumEcuménico decorre já no dia 15 deNovembro, a partir das 10h00, noInstituto Missionário dosDehonianos, em Coimbra.

João Luís InglêsFontes/Departamento Nacional da

Pastoral Juvenil

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Ano A – 33º domingo do TempoComum Entrar naalegria doSenhor

Cada cristão tem a grave responsabilidade de ser, notempo histórico em que vivemos, testemunhaconsciente, ativa e comprometida do projeto desalvação que Deus Pai tem para os homens. É o quenos recorda a liturgia da Palavra neste 33.º Domingodo Tempo Comum.O Evangelho apresenta-nos dois exemplos opostos decomo esperar e preparar a última vinda de Jesus.Louva o discípulo que se empenha em fazer frutificaros bens que Deus lhe confia e condena o discípuloque se instala no medo e na apatia e não põe arender os bens que Deus lhe entrega, desperdiçando,dessa forma, os dons de Deus e privando os irmãos, aIgreja e o mundo dos frutos a que têm direito.Na espera do Senhor, façamos frutificar os dons queDeus nos deu. É com o nosso coração que Jesuscontinua a amar os publicanos e os pecadores donosso tempo. É com as nossas palavras que Jesuscontinua a consolar os que estão tristes edesanimados. É com os nossos braços abertos queJesus continua a acolher os imigrantes que fogem damiséria e da degradação. É com as nossas mãos queJesus continua a quebrar as cadeias que prendem osescravizados e oprimidos. É com os nossos pés queJesus continua a ir ao encontro de cada irmão queestá sozinho e abandonado. É com a nossasolidariedade que Jesus continua a alimentar asmultidões famintas do mundo e a dar medicamentos ecultura àqueles que nada têm.Os dois servos da parábola tiveram a ousadia de nãose contentar com o que já tinham; não se deixaramdominar pelo comodismo e pela apatia. Lutaram,esforçaram-se, arriscaram, ganharam. Todos os dias,há cristãos que têm a coragem de arriscar. Nãoaceitam a injustiça e lutam contra ela; não pactuamcom o egoísmo, o orgulho,

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a prepotência e propõem, em troca,os valores do Evangelho; nãoaceitam que os grandes epoderosos decidam os destinos domundo e têm a coragem de lutarobjetivamente contra os projetosdesumanos que desfeiam esta terra;não aceitam que a Igreja seidentifique com a riqueza e com opoder; esforçam-se por torná-lamais pobre, mais simples, maishumana, mais aberta, maisevangélica. Muitas vezes, sãoperseguidos, condenados,desautorizados, reduzidos aosilêncio, incompreendidos; muitasvezes, no seu excesso de zelo,cometem erros

de avaliação, fazem opções erradas. Apesar de tudo, Jesus diz-lhes: ?Muito bem, servo bom e fiel. Porquefoste fiel em coisas pequenas,confiar-te-ei as grandes. Vem tomarparte na alegria do teu Senhor?.É o mesmo convite a cada um denós: entrar na alegria do Senhor, naEucaristia celebrada e vivida aolongo da semana, em alegre partilhacom os próximos das nossas vidas.

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

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A Assistência Espiritual e ReligiosaHospitalar (Decreto-Lei 253/2009)

Um direito de todos, universal -Sendo a assistência espiritual ereligiosa tão importante para o bem-estar dos doentes, é, no entanto,muito sensível a pressõesproselitistas indevidas e à censuraou desvalorização e obstrução.Está, por isso, regulamentada nosHospitais Públicos pelo Decreto-Lei253/2009, que estabelece osprincípios de liberdade deconsciência, religião e culto e deacesso universal livre à assistênciaespiritual (cf. artº 1º e artº 3º). Nestesentido, todos os doentes, seja qualfor a sua religião, têm direito a verrespeitados as suas convicçõesespirituais e religiosos (cf. artº 12º,i); e a ser assistidos pelos seuslíderes espirituais, segundo a suavontade, a qualquer hora, semprejuízo do repouso dos demaisdoentes e da prestação doscuidados de saúde (cf. artº 7º).

A Assistência espiritual ereligiosa é prestada aoutente a solicitação dopróprio ou dos seusfamiliares ou outros cujaproximidade ao utenteseja significativa, quandoeste não a possa solicitare se presuma ser essa asua vontade.

(Decreto Lei 253/2009, art. 4)

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Assistência religiosa e cuidados de saúde:tema apresentado aqui semanalmente

e no programa Ecclesia, RTP2, em cada quarta-feiraEntrevista ao padre Fernando Sampaio

“Se tiver de ser internado(a), não esqueça, peça avisita do capelão aos enfermeiros logo no início dointernamento. Não fique à espera”. (Comissão Nacional da Pastoral da Saúde)

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Patriarca Sírio fez, em Lisboa, apelo dramático emfavor do seu país

“Não queremos mais mártires!”O Patriarca D. Gregorios III, daSíria, esteve em Portugal aconvite da Fundação AIS edeixou um testemunhofortíssimo e dramático sobre atragédia que se abateu sobreeste país em guerra desde háquatro anos. “Só o amor – diz -poderá reconstruir a Síria”. “Não há nenhum lugar seguro naSíria”, explicou o Patriarca D.Gregorios III no final da Missadominical dos Fiéis Defuntos, na SéPatriarcal de Lisboa. Em visita aPortugal a convite da Fundação AIS,este prelado da Igreja CatólicaGreco-Melquita de Antioquia e detodo o Oriente, Alexandria eJerusalém, fez um impressivo relatodo caos em que se transformou aSíria, envolta numa guerra fratricidadesde há quatro anos. “O perigopaira sobre todos os cidadãos,especialmente os Cristãos.” Eacrescentou que, se não se fizernada para se colocar um ponto finalneste martírio, “o futuro doCristianismo na Síria estáameaçado”. A responsabilidade poresta tragédia que já causou mais de200 mil mortos e cerca de 10milhões de deslocados e refugiadosestá na “infiltração de

grupos islâmicos fundamentalistas,fanáticos e incontroláveis” que estãoa atacar os Cristãos juntamente como recém-surgido ISIS”. Segundo D.Gregorios III, haverá, nestemomento, “cerca de 2 mil grupos” acombater na Síria. Apelo ao mundoAs situações são tão graves e aperseguição é tão acentuada queem alguns lugares – pelo menos em24 aldeias já identificadas - já nãoexistem sequer cristãos. Fugiramtodos. Para o Patriarca Gregório III,só o amor poderá pôr termo a estaguerra que tem vindo a semearsentimentos de ódio, violência,vingança e injustiça. “Não queremosmais mártires! Não queremos maisórfãos! Não queremos mais viúvas eque mais mães percam os seusfilhos! Não queremos mais milhõesde crianças traumatizadas! Chegade feridos! Chega de deficientes,mutilados ou desfigurados! Chegade pessoas perseguidas pelo medo,o ódio e a amargura! Chega deraptos e extorsões!”Falando através das câmaras daTVI,

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que transmitiu a Missa em direto,no passado domingo, D. GregoriosIII pediu a ajuda da comunidadeportuguesa, assim como a todo omundo, para o povo Sírio “que seencontra no desespero, na dor e nodesânimo”. “Recorro a vós,benfeitores da Fundação AIS e atodos os Portugueses, para quefaçam tudo o que estiver ao vossoalcance pela paz na Síria”. O trabalho da IgrejaDurante a estadia em Portugal, oprelado explicou, em conferênciasque proferiu em Lisboa e Fátima,assim como em entrevistas adiversos órgãos de comunicaçãosocial, o trabalho que desenvolvejunto dos refugiados, das criançastraumatizadas pela guerra, dasfamílias que perderam tudo e quedependem agora totalmente daajuda que a Igreja consegueoferecer. “Há famílias quedependem totalmente de nós, doque lhes podemos dar. Depois,sempre que é possível, procede-setambém à recuperação de casas ede igrejas destruídas pela guerra”,explicou D. Gregorios. “As perdasmateriais são profundas”, disse.“Ainda não temos acesso a todos osdados, mas sabemos que

cerca de 91 igrejas foramdanificadas ou estão parcialmentedestruídas, assim como instituiçõessociais que existiam para servirCristãos e Muçulmanos”.No final da Missa, também D.Manuel Clemente, Patriarca deLisboa, se referiu à situação em quese encontra a comunidade cristãneste país, vítima de“perseguições”. D. Manuel, que éatualmente presidente daConferência Episcopal, assegurouque o repto lançado por Gregorios IIInão seria esquecido e “que aoração e a ajuda à Igreja da Síriaserá feita a partir de Lisboa e detodo o Portugal, de forma viva eprática, com as nossascontribuições”.

texto por Paulo Aido,Fundação Ajuda à Igreja que Sofre

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Angola a crescer

Tony Neves

Há muitas Angolas em Angola. Quem olha para aparte colonial de Luanda, para a belíssima earranjadíssima Baía que enche os olhos debeleza… fica convencido de que se justifica ofacto de Luanda ser a cidade mais cara domundo!Mas dar uma volta pelos musseques, aquelesbairros imensos que circundam o centro deLuanda, faz mudar de opinião. É muita a pobrezaali bem à mostra de todos, em contraste gritantecom a opulência dos ricos. E o que se diz deLuanda pode dizer-se da maioria das capitais deprovíncia, por esse imenso país acima e abaixo.Há dados muito positivos que mostram aevolução de Angola: o crescimento económico, aliberdade de circulação, os investimentosgrandes em saúde e educação, a melhoria dasvias de comunicação, a maior facilidade emcomunicar pelo acesso às redes móveis einternet… Sim, são dados que falam bem daforma como o país se está a desenvolver. Mastambém é verdade que são frágeis a liberdadede expressão e de contestação às decisões dequem manda. É igualmente um problema o factode os ricos estarem cada vez mais ricos e ospobres mais desgraçados, resultado de umaorganização política e económica que deixa meiadúzia de pessoas a mandar na economia dopaís, gerando e gerindo grandes fortunas quecirculam dentro e fora do país.A igreja católica foi decisiva para pôr fim à guerracivil que massacrou o povo durante décadas,reduzindo-o a uma miséria insuportável. Dozeanos depois do cessar fogo, Angola vive temposfelizes

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de reconstrução. Hoje, a igrejacontinua a desempenhar um papelimportante no que diz respeito àintrodução de valores na vida daspessoas e na prática dasinstituições. Não é tempo de baixaros braços nem, muito menos, de sedeixar corromper pelas ofertas degovernantes e empresários. Há quemanter, a todo o custo, uma posturaprofética que leve a Igreja a proporos valores do Evangelho e adenunciar com coragem e riscotodas as violações

dos direitos das pessoas. Aspopulações mais simples continuamconvencidas (e ainda bem) de que aIgreja é o seu garante, a sua força eproteção. Trata-se de uma enormeresponsabilidade a que a Igrejasaberá estar á altura, como estevedurante a guerra civil.Angola celebrou, a11 de novembro,o aniversário da independência.Parabéns, povo de Angola! Desejo atodos os angolanos um futuro dejustiça, paz e progresso. Façam-meo favor de ser felizes! Até breve!

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ouem www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC –Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

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Reencontrar a história

Manuel de LemosPresidente da Uniãodas MisericórdiasPortuguesas

Ao longo dos séculos temos orientado a nossa missãoatravés das 14 obras de misericórdia. Entre ascorporais e as espirituais, essas obras têm sido abússola de uma atividade voltada para ascomunidades e através das quais construímos efortalecemos, todos os dias, a nossa identidade.O olhar atento de alguns especialistas em património ehistória tem inclusive destacado que esta nossasecular atividade pode ser identificada através dosinúmeros imóveis de Santas Casas espalhados pelopaís. Aquilo a que chamam de “arquiteturaassistencial” caracteriza-se por um conjunto deaspetos funcionais e simbólicos da nossa ação e écomposta, entre outros, por igreja, hospital e sala deacolhimento a pobres e peregrinos. Três eixos queorientaram e continuam a orientar o nosso trabalho: oespírito, a saúde e a ação social.Mas em 1975 fomos espoliados de uma dessasatividades: a hospitalar. Em resposta ao processo denacionalização dos hospitais das Misericórdias, umgrupo de provedores deu início a um movimento quehoje conhecemos como União das MisericórdiasPortuguesas e que tenho a honra de poder servirneste momento.Em causa estava a possibilidade das Santas Casasserem extintas na sequência da espoliação de quetinham então sido alvo. Era urgente encontrarmecanismos de defesa e os ditados popularescostumam ser sábios: a união faz a força.A nossa identidade, orientada pelas 14 obras demisericórdia e, entre elas, a que manda “cuidar dosenfermos”, teve de ser reinventada. Àquilo a que nostínhamos dedicado durante tantos séculos foi-nos bruscamente retirado. Precisávamos defender

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a nossa identidade e assegurar,mesmo que renovada, a nossaexistência.Conseguimos. Mas para que talfosse possível tivemos de reinventarnão só a nossa ação, masespecialmente a nossa gestão.Neste contexto, não é despicienterecordar a distinção entre os termoscaridade e solidariedade. Imbuídospor um espírito de caridade,entendido como a atenção aossofrimentos alheios, temos todos osdias procurado ser solidários paracom aqueles que nos procuram,mas com atenção a aspetosfundamentais como qualidade, rigore sustentabilidade. Ajudar sim, massem perder de vista que éimprescindível cuidar do patrimónioque nos foi legado pelosantepassados, que a nossa missãodestina-se aos mais carenciados eque de nós dependem mais de 50mil postos de trabalho diretos.Acredito ser por isso que asMisericórdias são hoje vistas porvários espectros da nossasociedade como entidades compassado, história e tradição, mastambém com muito futuro. Ao longodos séculos temos conseguidoencontrar resposta aos desafiostodos com que nos confrontamos. Anacionalização dos hospitais foidisso um exemplo.E tem sido com esse espíritode missão que nos preparamospara “reencontrar a história”. Apósum processo negocial que duroumais de dois anos, são três asMisericórdias a

receber de volta os seus hospitais eficam também definidas ascondições das próximas fases desteprocesso de transferência degestão.Ao longo deste período, a UMP, emrepresentação e defesa das SantasCasas envolvidas, assumiu trêsaspetos como fundamentais para odesfecho de sucesso: garantir quenão haveria qualquer diminuição deserviços prestados às populações,acautelar o interesse doscolaboradores daquelas unidades eassegurar a sustentabilidade dasinstituições envolvidas.Assegurar estes três aspetos e, aomesmo tempo, reduzir os custos defuncionamento dos hospitais emsede de contas do Estado não éuma missão fácil, mas representaum desafio fantástico para asSantas Casas. Ao mesmo tempo quereencontramos a nossa históriaatravés deste processo dedevolução dos hospitais, poderemosmostrar à sociedade portuguesaque somos capazes, que somosrigorosos e que, especialmente,trabalhamos em prol do bem-estardas comunidades de ondeemanamos e a quem procuramosservir. Foi assim no passado, temsido assim nas Misericórdias quemantiveram a atividade hospitalar(Vila Verde, Riba d’Ave,Entroncamento, Mealhada, Póvoade Lanhoso, entre outras) e assimcontinuará a ser nas Santas Casasque vão agora retomar um dos eixosfundamentais da sua história debem-fazer.

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Teremos de aprender a tocar a potência pela leveza do sopro, aexemplo de Elias. Trocar todo o ruído pelo murmúrio de umsilêncio, perante o qual Elias cobre o rosto. E ser como osrebanhos que nos campos seguem o sopro contido da flauta dopastor em direcção de um lugar que não é lugar, mas sem o qualnão conhecemos a sua alegria errante

(José Tolentino Mendonça, A mística do instante, ed.Paulinas)

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