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OPERADOR DE SONDA DE PERFURAÇÃO
SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE, SAÚDE E HIGIENE INDUSTRIAL NAS SONDAS DE PERFURAÇÃO
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SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE, SAÚDE E HIGIENE INDUSTRIAL NAS SONDAS DE PERFURAÇÃO
MÓDULO III
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autorização prévia, por escrito, da Petróleo Brasileiro S.A. – PETROBRAS.
Direitos exclusivos da PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A.
SOUZA, Franklin Liberato R.
Operador de Sonda de Perfuração / CEFET-RN. Mossoró, 2008.
32p.: 1il.
PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A.
Av. Almirante Barroso, 81 – 17º andar – Centro CEP: 20030-003 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil
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ÍNDICE
I – POLÍTICA ............................................................................................................................................. 4
1.1 Política de segurança, meio ambiente e saúde e suas diretrizes................................................. 4
II – DIRETRIZES CORPORATIVAS ............................................................................................................. 5
2.1 Diretrizes corporativas de segurança, meio ambiente e saúde da Petrobras .............................5
III – CAPACITAÇÃO E EDUCAÇÃO........................................................................................................6
3.1 Capacitação, educação e conscientização ...............................................................................6
3.1.1 S.M.S. – Segurança, meio ambiente & saúde...............................................................6
3.1.2 Segurança do trabalho...................................................................................................7
3.1.3 Permissão para o trabalho.............................................................................................9
3.1.4 Ambiente confinado .....................................................................................................12
IV HIGIENE OCUPACIONAL.................................................................................................................16
4.1 Conceitos básicos ............................................................................................................................16
V MEIO AMBIENTE ...............................................................................................................................26
5.1 Definição..................................................................................................................................26
5.2 Meio ambiente .........................................................................................................................26
5.3 Aspecto e impacto da atividade de sondagem........................................................................28
5.4 Campanha ...............................................................................................................................28
5.5 O que fazer com os efluentes..................................................................................................28
VI SAÚDE...............................................................................................................................................30
6.1 Frequências importantes .........................................................................................................31
6.2 Consequência do ruído para a saúde do trabalhador.............................................................32
6.3 Programa de controle auditivo.................................................................................................32
6.4 Riscos ambientais e mapas de risco.......................................................................................33
BIBLIOGRAFIA .....................................................................................................................................35
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I - POLÍTICA
1.1 Política de segurança, meio ambiente e saúde e suas diretrizes
Educar e capacitar os empregados quanto às questões de SMS, envolvendo fornecedores,
comunidades, órgãos competentes e demais partes interessadas, bem como comprometê-los com
essas questões;
Considerar, nos sistemas de conseqüência e reconhecimento, o desempenho em SMS;
Atuar na promoção da saúde e na proteção do ser humano e do meio ambiente mediante
identificação, controle e monitoramento de riscos, adequando a segurança de processos às
melhores práticas mundiais e mantendo-se preparada para emergências;
Assegurar a sustentabilidade de projetos, empreendimentos e produtos ao longo do seu ciclo de
vida, considerando os impactos e benefícios nas dimensões econômica, ambiental e social;
Considerar a eco-eficiência das operações, minimizando os impactos locais adversos inerentes às
atividades da indústria.
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II – DIRETRIZES CORPORATIVAS
2.1 Diretrizes corporativas de segurança, meio ambiente e saúde da Petrobras
1. Liderança e responsabilidade;
2. Conformidade legal;
3. Avaliação e gestão de risco;
4. Novos empreendimentos;
5. Operação e manutenção;
6. Gestão de mudança;
7. Aquisição de bens e serviços;
8. Capacitação, educação e conscientização;
9. Gestão de informação;
10. Comunicação;
11. Contingência;
12. Relacionamento com a comunidade;
13. Análise de acidente e incidente;
14. Gestão de produtos;
15. Processo de melhoria contínua.
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III – CAPACITAÇÃO E EDUCAÇÃO
3.1 Capacitação, educação e conscientização
Capacitação, educação e conscientização devem ser continuamente promovidas de modo a reforçar o
comprometimento da força de trabalho com o desempenho em segurança, meio ambiente e saúde.
Requisitos
Comprometimento explícito da gerência com a política e os valores de SMS, de modo a
sensibilizar a força de trabalho para o cumprimento dessa política;
Levantamento de necessidades e implementação, em todos os níveis, de programas de
capacitação, educação e conscientização em SMS;
Implementação de programas que estimulem a adoção de comportamentos seguros, saudáveis e
de respeito ao meio ambiente, dentro e fora da empresa;
Avaliação periódica da capacitação da força de trabalho com relação às exigências de SMS;
Implementação de mecanismos que promovam a melhoria constante da capacitação da força de
trabalho.
Objetivos
Ao final dessa aula, os participantes deverão ter adquirido conhecimentos básicos sobre aspectos que
envolvem S.M.S. (Segurança, Meio Ambiente e Saúde) e Higiene Industrial, os quais são básicos
para o dia-a-dia dos trabalhadores de sonda de perfuração, bem como noções de TRABALHOS EM
DIFERENÇA DE NÍVEL (trabalho em altura na sonda).
3.1.1 S.M.S. – Segurança, meio ambiente & saúde
Conjunto de ações permanentes e contínuas que visam prevenir, reduzir ou eliminar perdas ou danos
pessoais, materiais ou ambientais advindos de eventos acidentais ou de condições adversas nos
processos, instalações, produtos e serviços.
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3.1.2 Segurança do trabalho
É um estado de convivência pacífica e produtiva dos componentes de trabalho (recursos humanos,
materiais, meio ambiente, etc.), uma vez que segurança é responsabilidade de todos.
“Não há serviço tão importante, nem trabalho tão urgente que não possam ser feitos com segurança!”
Ou seja, segurança do trabalho é necessária para todos, todos os dias, o tempo todo...
Só assim, poderemos voltar para nossas casas da mesma maneira como chegamos no início da
jornada de trabalho, sem sofrer nenhuma lesão.
Ferramentas prevencionistas
O trabalhador, independentemente do serviço ou da tarefa que desenvolva, está diretamente exposto
aos riscos e aos perigos inerentes à sua execução.
Exemplo - No circo, dentre as várias atividades, existe uma que geralmente não aparece para os
expectadores: o tratador de leão. No entanto, alguém tem que cuidar do animal. Essa atividade é
arriscada ou perigosa?
O leão, por definição, é um animal selvagem que necessita de cuidados especiais e respeito para que
se possa realizar essa atividade com segurança, o que requer que o trabalhador siga todas as
orientações e recomendações para que nada de errado aconteça.
O tratador do leão, antes de adentrar a jaula do animal, decide pôr em prática alguns procedimentos e
orientações que garantem que o trabalho seja feito com segurança.
Outro exemplo: outro trabalhador não tem a mesma preocupação de pôr em prática os procedimentos
de segurança recomendados e decide adentrar a jaula do leão, o que, logicamente, não lhe
proporcionará as mesmas condições de segurança.
Nas situações acima, o perigo existente é o mesmo (alimentar o leão, com possibilidade de ser
devorado). No entanto, na primeira situação, o risco de acidente é baixo; já na segunda, é alto.
Quando executamos alguma tarefa, seja ela qual for, necessitamos de ajuda, a qual, muitas vezes,
aparece na forma de ferramentas, que devem ser adequadas.
Exemplo de ferramentas prevencionistas:
STOP;
Auditoria comportamental;
Gestão de Mudança – Guia de Identificação de Mudança e Formulário de Análise de Mudança
(GIM e FAM);
P T (Permissão para Trabalho);
Análise de pré tarefa;
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Análise Simplificada de Risco;
Reuniões de DDS (Diálogo Diário de Segurança);
P G E (Programa de Ginástica na Empresa;
Registro de quase acidentes;
Investigação de acidentes e divulgação de suas causas;
Inspeções programadas;
Simulados;
Sinalização industrial, etc.
Todas essas ferramentas têm como objetivo reduzir ou eliminar os acidentes na atividade de sondas.
A figura 3.1 abaixo, na forma de gráfico, mostra o declínio, ao longo dos anos, dos acidentes
ocorridos no período de 1989 a 2007, na atividade de sondas em Mossoró, Rio Grande do Norte.
129
71
3 1 1 1 151
0202242
1
503527
310
0,8 1 10,82,4 0,9003,449,9
94,3705389
124
39
0
80
160
240
320
400
89 91 93 95 99 2001 2003 2005 2007
QTE ACIDENTES C/ AFASTAMENTO TFCA
Figura 3.1 – Acidentes de trabalho nas sondas no período de 1989 a 2007, em Mossoró-RN
As ferramentas acima listadas contribuíram para o declínio da linha do gráfico e, conseqüentemente,
a diminuição das taxas dos indicadores TFCA e TFSA, (Taxa de Freqüência de Acidentes com
Afastamento e Taxa de Freqüência de Acidentes sem Afastamento, respectivamente).
Princípio básico
Quando tratamos de evitar acidentes, de maneira prevencionista, precisamos ter em primeiro lugar,
algumas crenças, tais como:
Todos os acidentes e doenças ocupacionais podem ser evitados e os impactos ambientais,
previstos e controlados;
Toda exposição em áreas operacionais e de construção pode ser razoavelmente protegida;
A gerência de linha tem a responsabilidade de treinar todos os funcionários para que trabalhem em
segurança;
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O trabalho com segurança é uma condição de emprego;
A prevenção de acidentes e ferimentos é salutar.
3.1.3 Permissão para trabalho
É uma autorização dada por escrito para a execução de qualquer trabalho de manutenção,
montagem, desmontagem, construção, reparos ou inspeção em equipamentos ou sistemas e que
envolva riscos de acidentes.
3.1.3.1 Serviços e locais obrigatórios para emissão da “P.T.”
Trabalhos em eletricidade;
Testes em linha de alta pressão ou trabalhos de reparo nessas linhas;
Cimentação, teste de absorção, testes de ESCP’s (teste de formação), etc.;
Reparo com oxi-acetileno ou cortes com maçarico;
Serviços de reparos em alturas superiores a 2,0 m (serviços elétricos, solda, montagens);
Manuseio de fontes radioativas.
Na atividade de sondagem, especificamente na operação de sondas, existem atividades que
requerem especial atenção, o que chamamos de “OPERAÇÕES CRÍTICAS NAS SONDAS DE
PERFURAÇÃO”, ou seja, são aquelas operações nas quais a possibilidade de ocorrer um acidente é
alta. Ex.:
Mnuseio com as chaves hidraúlica e flutuante;
Manipulação com cabos elétricos;
DTM (desmontagem, transporte e montagem);
Soldagem em geral nas áreas operacionais;
Linhas pressurizadas;
Intervenção no poço – serviços especiais;
Operação com presença de H2S;
Movimentação de cargas suspensas;
Montagem de B. O . P. ;
Montagem e teste de E.S.C.P (equipamento de segurança de cabeça de poço).
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3.1.3.2 Detecção e controle de H2S
Na atividade de perfuração de poço de petróleo, além do risco visível, existe também o invisível, se é
que podemos fazer essa distinção.
O risco invisível é perfeitamente previsível. O H2S é um dos maiores riscos a que o Operador de
Sondas está exposto. Trabalhar na presença desse gás é praticamente inerente ao processo
produtivo, desde a perfuração do poço até o refino do petróleo. No entanto, esse gás já causou a
morte de vários operadores, seja na sonda, seja na execução de outra atividade na linha produtiva.
Tabela 3.1 – Limites de tolerância ao H2S e seus efeitos
CONCENTRAÇÃO DE
H2S (ppm)
EFEITO NOS SERES HUMANOS
0,3 a 1,0 Detectável pela maioria das pessoas pelo sentido do paladar, mais
que pelo odor.
3 a 5 Facilmente detectável. Odor moderado.
8 Inicia o processo de irritação dos olhos. Nível de exposição
permissível para 8 horas de exposição.
20 a 39 Odor forte e desagradável, mas não intolerável. Provoca tosse e
imediata irritação dos olhos. Máxima concentração permissível para
curto período de exposição (10 min por turno de 8 horas).
50 Pronunciada irritação dos olhos, garganta e pulmões, mas é
possível respirar por alguns minutos.
100 Tosse, irritação dos olhos, perda do olfato após 2 a 5 minutos de
exposição.
200 Inflamação dos olhos e irritação no sistema respiratório, após uma
hora de exposição.
500 Perda da consciência e possível morte em 30 minutos a uma hora.
600 a 1000 Inconsciência imediata, paralisação da respiração e morte. Poderá
resultar danos cerebrais permanentes.
1000 a 2000 Inconsciência instantânea, com parada respiratória e morte em
poucos minutos. A morte poderá ocorrer mesmo se houver
remoção para ambiente não contaminado.
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Características
Peso molecular: 34,08;
Peso específico: 1,53 g/l a 25oC;
Inflamável: sim - chama azul;
Auto ignição: a 260oC;
Limite de explosividade: 4,3 a 46%/v.ar;
Cor: incolor;
Cheiro: ovo podre;
Solubilidade: em água e álcool;
Para detectar e monitorar esse e outros tipos de gás existem instrumentos, digitais ou analógicos, que
realizam esse trabalho com eficiência. Basta saber interpretar suas leituras.
Os instrumentos portáteis têm limites de leitura de 0 a 200ppm (parte por milhão), e os operadores
não se expõem além desse limite. Caso haja necessidade dessa exposição, outras medidas técnicas
deverão ser tomadas por profissionais capacitados a proteger a vida e a saúde do trabalhador.
A legislação prevê os limites máximos a que o trabalhador pode se expor sem causar danos à sua
saúde, bem como as medidas que resguardam sua saúde e sua vida, como o uso do EPI
(Equipamento de Proteção Individual) adequado.
Procedimentos de segurança recomendados para trabalhos que envolvam H2S:
1. Reciclar todo o pessoal envolvido na operação;
2. Identificar o pessoal treinado;
3. Checar, de modo geral, os equipamentos de apoio para a operação;
4. Analisar os trabalhos com a equipe, considerando os tópicos da pré-tarefa;
5. Afastar da área da locação todos os não-envolvidos com a operação;
6. Dispor conjuntos autônomos de ar em locais diferentes, a saber: na sala do encarregado ou em
outro local estratégico;
7. Orientar o pessoal para posicionar-se na plataforma durante a operação, considerando a posição
do vento;
8. Definir com a equipe a rota de fuga a ser seguida no caso de emergências;
9. Orientar os envolvidos na operação a portarem máscara de fuga;
10. Definir claramente os procedimentos para acendimento do queimador;
11. Sinalizar, durante a operação, com cavaletes e placas de advertência, a área de acesso à locação,
alertando sobre a existência de H2S na sonda.
Equipamentos de segurança necessários para trabalhar com H2S:
Conjunto autônomo de ar;
Máscara de fuga;
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Monitorador individual de H2S com alarme;
Bomba para amostragem de atmosfera com tubos reagentes;
Máscara facial com filtro B 900 (05);
Obs.: Os envolvidos na operação devem conhecer os recursos de segurança e de primeiros
socorros disponíveis na sonda, bem como a localização e o funcionamento destes.
Conteúdo mínimo a ser reciclado com o pessoal antes da operação:
1. H2S: o que é, local em que pode ser encontrado na SC;
2. Características do H2S, vias de penetração no organismo e eliminação;
3. Procedimentos de segurança para os trabalhos com H2S;
4. Procedimentos em casos de emergência;
5. Equipamentos de proteção individual;
6. Equipamentos de detecção e monitoramento;
7. Rotas de fuga, considerando sempre a posição dos ventos dominantes;
8. Recursos existentes na SC para primeiros socorros e resgate;
9. Primeiros socorros para vítimas do H2S;
10. Posicionamento de contratados e terceiros durante as operações com H2S.
TREINAMENTO OBRIGATÓRIO
Independente de já haver sido treinado, antes das operações que envolvam riscos com H2S, todos os
empregados da sonda deverão passar por “breifing”.
3.1.4 Ambiente confinado
“Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não-projetado para ocupação humana contínua, que
possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente seja insuficiente para remover
contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio” (NR 33).
3.1.4.1 Cabe ao empregador
a) Indicar formalmente o responsável técnico pelo cumprimento dessa norma;
b) Identificar os espaços confinados existentes no estabelecimento;
c) Identificar os riscos específicos de cada espaço confinado;
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d) Implementar, por medidas técnicas de prevenção, administrativas, pessoais e de emergência e
salvamento, a gestão em segurança e saúde no trabalho em espaços confinados, de forma a
garantir permanentemente ambientes com condições adequadas de trabalho;
e) Garantir a capacitação continuada dos trabalhadores quanto a riscos e medidas de controle, de
emergência e de salvamento em espaços confinados;
f) Garantir que o acesso ao espaço confinado somente ocorra após a emissão, por escrito, da
Permissão de Entrada e Trabalho, conforme modelo constante no anexo II dessa NR;
g) Fornecer às empresas contratadas informações sobre os riscos nas áreas onde desenvolverão
suas atividades e exigir a capacitação de seus trabalhadores;
h) Acompanhar a implementação das medidas de segurança e saúde dos trabalhadores das
empresas contratadas, provendo meios e condições para que eles possam atuar em conformidade
com essa NR;
i) Interromper todo e qualquer tipo de trabalho em caso de suspeição de condição de risco grave e
iminente, procedendo ao imediato abandono do local; e
j) Garantir informações atualizadas sobre riscos e medidas de controle antes de cada acesso aos
espaços confinados.
3.1.4.2 Cabe aos trabalhadores
a) Colaborar com a empresa no cumprimento dessa NR;
b) Utilizar adequadamente os meios e os equipamentos fornecidos pela empresa;
c) Comunicar ao vigia e ao supervisor de entrada as situações de risco para sua segurança e saúde
ou de terceiros, que sejam do seu conhecimento; e
d) Cumprir os procedimentos e orientações recebidos nos treinamentos com relação aos espaços
confinados.(NR 33)
3.1.4.3 Medidas técnicas de prevenção
a) Identificar, isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar a entrada de pessoas não
autorizadas;
b) Antecipar e reconhecer os riscos nos espaços confinados;
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c) Proceder à avaliação e ao controle dos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e
mecânicos;
d) Prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e etiquetagem;
e) Implementar medidas necessárias para eliminação ou controle dos riscos atmosféricos em
espaços confinados;
f) Avaliar a atmosfera nos espaços confinados, antes da entrada de trabalhadores, para verificar se o
seu interior é seguro;
g) Manter condições atmosféricas aceitáveis na entrada e durante toda a realização dos trabalhos,
monitorando, ventilando, purgando, lavando ou inertizando o espaço confinado;
h) Monitorar continuamente a atmosfera nos espaços confinados, nas áreas onde os trabalhadores
autorizados estiverem desempenhando as suas tarefas, para verificar se as condições de acesso e
permanência são seguras;
i) Proibir a ventilação com oxigênio puro;
j) Testar os equipamentos de medição antes de cada utilização; e
k) Utilizar equipamento de leitura direta, intrinsecamente seguro, provido de alarme, calibrado e
protegido contra emissões eletromagnéticas ou interferências de radiofreqüência.(NR 33).
Boa parte dos trabalhadores não têm conhecimento dos riscos existentes nessa condição especial de
trabalho.
Todo trabalho com essa característica deve ser adequadamente sinalizado, identificado, isolado e os
operadores devidamente treinados e só deve ser iniciado após a adoção de algumas medidas que
visam à proteção do trabalhador, as quais devem ser adotadas por pessoal devidamente capacitado.
Tais medidas objetivam proporcionar aos trabalhadores o acesso seguro ao interior do ambiente.
Deve ser realizada uma inspeção rigorosa do local, preferencialmente com a presença do técnico de
SMS, avaliando as condições gerais do local e, em especial, para verificar a iluminação, as condições
de suprimento de ar e os EPIs necessários e adequados, que servirão de subsídio para o
preenchimento de uma PT (Permissão para Trabalho).
Nas sondas, existem ambientes com tais características, como, por exemplo, o tanque de fluidos.
3.1.4.4 Cuidados indispensáveis
a) Concentração de oxigênio;
b) Gases e vapores inflamáveis;
c) Contaminantes do ar potencialmente perigosos.
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O trabalho em ambientes confinados faz parte de uma matéria chamada Higiene do Trabalho, que
nos orienta como devemos nos proteger dos riscos existentes nesses ambientes.
Essas orientações incluem manutenção, inspeção e guarda dos equipamentos, garantindo ao
trabalhador confiabilidade na proteção de sua vida e saúde. Se esses equipamentos não receberem o
tratamento adequado, poderão comprometer a saúde e a vida do trabalhador.
O programa de manutenção dos equipamentos deve incluir os itens:
a) Limpeza e higienização;
b) Inspeção de defeitos;
c) Manutenção e reparos;
d) Guarda.
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IV – HIGIENE OCUPACIONAL
4.1 Conceitos básicos
É a ciência e a arte que se dedica a reconhecer, avaliar e controlar os riscos ambientais (químicos,
físicos e biológicos) que podem ocasionar alteração na saúde, no conforto ou na eficiência do
trabalhador.
Essa definição mostra como a higiene atua sobre os fatores ambientais.
O objetivo da Higiene Ocupacional é a prevenção das doenças profissionais ou ocupacionais.
Conceito de higiene
“É a ciência e a arte dedicada a antecipar, reconhecer, avaliar e controlar os riscos ambientais que
venham a existir no ambiente de trabalho, considerando a proteção do meio ambiente e dos recursos
naturais”. (Organização Internacional do Trabalho)
A higiene é importante por:
Antecipar/reconhecer/identificar os fatores ambientais que podem influir na saúde dos
trabalhadores, o que implica o conhecimento profundo dos produtos, métodos de trabalho, processos
de produção e instalações industriais (avaliação qualitativa);
Avaliar quantitativamente os riscos a curto e longo prazo, através de medições das concentrações
dos contaminantes ou das intensidades dos agentes físicos e comparar esses valores com os limites
de tolerância. Para isso, será necessário aplicar técnicas de amostragem e análises das amostras em
laboratórios competentes ou efetuar medições com aparelhos de leitura direta;
Controlar os riscos de acordo com os dados obtidos nas fases anteriores. As medidas de controle
serão adotadas mediante a aplicação do método, baseadas em procedimentos de engenharia,
respeitados os recursos econômicos e as limitações do processo.
Avaliações da exposição dos empregados são úteis na diagnose das doenças ocupacionais ou
podem indicar áreas para supervisão médica.
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Os dados de monitoramento biológico podem revelar tendências de exposição antes dos sintomas
das enfermidades.
Embora o controle médico nunca deva ser utilizado como método primário (principal) de avaliação da
exposição dos empregados, pode ser uma ferramenta suplementar para avaliar a efetividade de um
programa de controle, envolvendo engenharia ou outras técnicas de controle e/ou controles de
proteção pessoal.
Avaliação em higiene do trabalho
“É o processo de tomada de decisões que resulta em uma opinião acerca do grau de perigo para a
saúde, proveniente de um agente agressivo produzido em situações laborais” (Manual de Higiene
Industrial / MAPFRE)
Medir um agente é diferente de avaliar a exposição (de alguém) ao agente.
EXEMPLOS DE AGENTES:
Agentes químicos:
Aerodispersóides;
Gases;
Vapores;
Agentes físicos:
Ruídos;
Interações térmicas – calor / frio;
Vibrações;
Pressões anormais;
Radiações eletromagnéticas;
Ionizantes;
Radiação ou partículas alfa, beta;
Radiação gama;
Raios X;
Nêutrons;
FATORES QUE DETERMINAM A OCORRÊNCIA DE DOENÇAS OCUPACIONAIS NO AMBIENTE
DE TRABALHO:
Natureza do agente;
Tempo de exposição;
Concentração / intensidade do agente no ambiente de trabalho;
Susceptibilidade individual.
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Agentes químicos:
Gases: substâncias que estão no estado gasoso (T=25°C e P= 760 mm Hg). Não têm forma nem
volume e tendem a se expandir indefinidamente;
Vapores: fase gasosa de uma substância. A concentração de vapores, a uma temperatura
determinada, não pode aumentar indefinidamente;
Poeiras: partículas sólidas produzidas por ruptura mecânica de sólidos;
Fumos: partículas sólidas produzidas por condensação ou oxidação de vapores e substâncias que
são sólidas à temperatura normal;
Névoas: partículas líquidas produzidas por rupturas mecânica de líquidos;
Neblinas: partículas líquidas produzidas por condensação de vapores de substâncias que são
líquidas à temperatura normal.
VIAS DE INGRESSO NO ORGANISMO
Via respiratória: é um sistema formado por: nariz, boca, laringe, brônquios e alvéolos pulmonares.
É a via de ingresso mais importante para a maioria dos contaminantes químicos. Qualquer substância
em suspensão no ar pode ser inalada, mas somente as partículas que possuem tamanho adequado
chegarão aos alvéolos.
A quantidade total de contaminante absorvida por via respiratória resulta da concentração desse
contaminante no ambiente, do tempo de exposição do trabalhador àquele e ainda da ventilação
pulmonar.
Via dérmica: compreende toda a superfície que envolve o corpo humano. Nem todas as substâncias
podem penetrar através da pele, já que, para algumas, a pele é impermeável.
ATMOSFERA EXPLOSIVA
Outra matéria que faz parte dos riscos “invisíveis”, porém previsíveis, é a atmosfera explosiva. Esse
assunto também não é do domínio da classe dos operadores da sonda. No entanto, a falta de
conhecimento sobre ele pode levar o trabalhador à morte.
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Definições:
“Área classificada (devido a atmosferas explosivas de gás): área na qual uma atmosfera explosiva de
gás está presente ou na qual é provável sua ocorrência a ponto de exigir precauções especiais para
construção, instalação e utilização de equipamento elétrico.” [16 A].
“Atmosfera explosiva de gás: mistura com ar, sob condições atmosféricas, de substâncias inflamáveis
na forma de gás, vapor ou névoa, na qual, após a ignição, a combustão se propaga através da
mistura não consumida.” [16 A ]
Para que a classificação seja identificada no local de trabalho, faz-se necessário que as áreas sejam
mapeadas, identificadas e limitadas, além de determinar os equipamentos adequados para aquelas
áreas, através de um plano de classificação, feito pessoal ou empresa capacitada, preferencialmente
por equipe multidisciplinar.
O Plano de Área classificada é construído a partir do levantamento e do mapeamento individual de
cada equipamento que, com seus periféricos, seja considerado como fonte de risco. Esses
equipamentos são representados sobre o desenho de arranho geral da unidade com os respectivos
contornos de área de risco (forma e dimensões), formando, assim, um mapa de risco de presença de
mistura inflamável na instalação.
As áreas são classificadas em zonas, conforme a probabilidade de ocorrência dessa mistura
explosiva em:
CONTINUAMENTE PRESENTE = Zona 0 (zero)
Zona na qual uma mistura explosiva ar/gás está continuamente presente por longos períodos. (Ex.:
interior de vaso separador, superfície de líquido inflamável em tanques, etc.);
FREQÜENTEMENTE PRESENTE = Zona 1
Zona na qual é provável ocorrer uma mistura explosiva ar/gás durante operação normal. (Ex.: sala de
peneiras de lama, sala de tanques de lama, mesa rotativa, respiro de equipamento de processo, etc);
ACIDENTALMENTE FREQUENTE = Zona 2
Zona na qual é pouco provável ocorrer uma mistura explosiva ar/gás, em condições normais de
operação ou, caso ocorra, será por um breve período de tempo. (Ex.: válvulas, flanges, e acessórios
de tubulação para líquidos ou gases inflamáveis).
NOTAS:
a) A zona 2 é uma área de menor risco ou de menor classificação em relação à zona 1.
b) A zona 1 é uma área de menor risco ou de menor classificação em relação à zona 0.
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EPI – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
As operações de sonda não podem ser comparadas às demais atividades, pois o potencial existente
nessas operações é muito alto. Então, para que essas atividades sejam realizadas com maior
segurança, temos que nos preocupar também com os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual),
utilizados pelos funcionários da sondagem, buscando uma melhor proteção à saúde e à vida.
Portanto, as atividades desenvolvidas em uma sonda variam de trabalho em terra firme, em ambiente
confinado, em altura, dentre outros.
Por isso, é importante que os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) sejam de boa qualidade e
utilizados de forma correta.
Exemplo de EPIs usados na atividade do torrista:
Cabo trava-quedas;
Trava-quedas;
Cinto abdominal;
Cinto tipo paraquedista;
Conjunto de talabartes reguláveis;
Cabo retrátil;
EPIs tradicionais.
TRABALHOS EM DIFERENÇA DE NÍVEL
O trabalho desenvolvido pelos operadores de sonda, em particular pelo torrista, necessita de
operadores capacitados e do uso de EPIs (equipamento de proteção individual) de boa qualidade.
Conhecimentos e experiências adquiridos na prevenção de acidentes de trabalho em altura, o EPI
(equipamento de proteção individual) e o treinamento adequados visam impedir a queda do operador,
além de serem requisitos para trabalhos em sondas de perfuração e produção.
Há empresas que adquirem modernos equipamentos para trabalho em altura, os melhores
equipamentos de proteção individual utilizados na atividade de petróleo e até constroem centros de
treinamento, nos quais simulam as operações com esse tipo de trabalho, mais especificamente com o
do torrista, visando sempre capacitar melhor o trabalhador.
EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS PARA TRABALHOS EM DESNÍVEL:
Cinto de segurança tipo paraquedista;
Cinto de segurança tipo abdominal;
Talabarte em Y;
Talabarte simples;
EPCs (equipamentos de proteção coletiva);
Trava-quedas;
Cabo retrátil;
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“Amigo”;
“Gerônimo”.
COMO ESCOLHER O CINTO CORRETO PARA UM DETERMINADO SERVIÇO
Algumas considerações devem ser feitas antes da escolha do equipamento adequado, principalmente
para trabalhos em altura.
Existem vários tipos e modelos de cintos de segurança e com diversos pontos de fixação.
As principais causas de quedas estão relacionadas com a perda de equilíbrio (escorregão, uso do EPI
inadequado) e com a falta de proteção.
LEVAR EM CONSIDERAÇÃO:
Tipo do trabalho:
Local onde será realizado o serviço:
Tempo estimado.
BOA PRÁTICA: Planejar para executar o que for possível em nível do chão.
IMPORTANTE: Para trabalhos em altura, seja na torre da sonda, seja em outro local que envolva
risco de queda, quando possível utilizar mais de um ponto de fixação.
QUAL O TIPO DE CINTO DE SEGURANÇA QUE DEVE SER USADO PARA TRABALHOS EM
DIFERENÇA DE NÍVEL?
Cinto tipo paraquedista:
Cinto para posicionamento no trabalho e proteção contra queda, podendo ser utilizado tanto em
trabalhos em altura quanto em resgates técnicos em altura.
PONTOS A SEREM INSPECIONADOS NO CINTO DE SEGURANÇA, ANTES DE CADA SUBIDA:
Costuras;
Cortes ao logo das fitas;
Pontos de fixação (argolas, fivelas).
As inspeções dos EPIs, em especial os utilizados em trabalhos em altura, necessitam de cuidados,
uma vez que os cintos são expostos a uma agressividade muito grande.
Na inspeção, deve-se observar que um cinto de segurança que tenha 03 (três) pontos partidos na
mesma costura (passo) ou os pontos de fixação (argolas) queimados por soldas está tecnicamente
reprovado.
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Cinto para trabalhos posicionados:
Esse tipo de cinto é ideal para trabalhos durante cuja execução não seja exigido deslocamento
do trabalhador, o qual fica fixo em um determinado ponto.
EXEMPLO DE APLICAÇÃO:
Tanques de fluidos, bombas de fluido, geradores etc.
Talabarte “y”:
Para deslocamento de ponto para ponto, o cinto ideal é do tipo PARAQUEDISTA, com o uso em
conjunto do TALABARTE TIPO “Y”.
EXEMPLO DE APLICAÇÃO:
Torre da sonda, durante a subida ou deslocamento no mastro.
Talabarte simples:
Utilizado em trabalhos que não exijam deslocamento;
Ideal para uso em conjunto com cinto abdominal.
EXEMPLO DE APLICAÇÃO:
Baixas alturas, tanques de fluidos, bombas de fluido, geradores etc.
O QUE É UM EPC ?
Todo equipamento destinado à proteção da saúde coletiva dos trabalhadores envolvidos ou não
com o trabalho.
Trava-queda e seus componentes
Definição:
É um equipamento utilizado em instalações permanentes (escadas tipo marinheiro), com a
finalidade de evitar que o trabalhador caia.
Aplicação:
É instalado nas escadas do mastro da sonda, para dar acesso à mesa do torrista e ao bloco de
coroamento.
Cuidados com o trava-quedas:
Antes de cada subida, seja no mastro da sonda, seja em outro local, o operador deve:
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Aparência geral:
Verificar visualmente o estado geral do trava-queda, se há rebites frouxos, peças gastas, tortas
ou de aparência duvidosa;
Inspecionar o trava-queda antes do uso.
Limpeza:
Remover graxas e sujeiras.
Nota: lavar o equipamento com solvente.
Composição:
Trava-quedas;
Extensão de correntes;
Mosquetões;
Cabo de aço;
Clipes de segurança, compatíveis com o diâmetro do cabo;
Esticador.
Antes de utilizar o trava-quedas:
Verificar o estado geral do equipamento e a fixação do cabo de aço;
Conectar o mosquetão ao cinto tipo paraquedista e começar a subida.
O que se deve saber sobre cabo de aço:
Seguir orientações do fabricante.
Dimensão e constituição:
Dimensão: 8mm.
Constituição do cabo de aço: 6 x 19.
6 = número de pernas;
19 = quantidade de arames em cada perna.
Forma correta de medir o cabo de aço:
O diâmetro do cabo de aço é aquele da sua circunferência máxima.
Cuidados com o cabo de aço:
Remover graxas e sujeiras;
Evitar morsa etc.
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Conservação:
Deve ser enrolado e desenrolado corretamente.
Fixação do cabo traba-quedas:
Fazê-la na parte central do mastro da sonda;
Manter o cabo de aço devidamente tencionado;
Utilizar esticadores.
Cabo retrátil
Definição: é um equipamento utilizado para deslocamento.
Exemplo de aplicação: é instalado nas escadas do mastro da sonda e na mesa do torrista.
Gerônimo
Definição: equipamento utilizado em “fuga de emergência”, o qual oferece o mais rápido método de
descida controlada de um mastro, de uma torre ou de qualquer estrutura alta numa situação de
emergência.
Exemplo de aplicação:
É instalado na mesa do torrista, para uso em caso de emergência e saída rápida do local, durante as
manobras.
Cuidados durante a instalação e a ancoragem do “gerônimo”:
“GERÔNIMO” – inspeção visual;
Cabo de aço – inspeção visual;
Bloco de ancoragem – inspeção visual;
Esticadores – inspeção visual;
Mosquetões – inspeção visual;
Manilhas – inspeção visual;
Grampos de tamanhos adequados, etc.
Instalação:
A segurança do trabalhador depende da correta instalação do Gerônimo e do cabo deste;
O cabo de aço do “GERÔNIMO” deve ter duas vezes a altura da mesa do torrista e seu diâmetro
deve ser de 7/16 polegadas ou ½ polegada.
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Ancoragem do cabo do “gerônimo” no chão
A sapata que prende a parte inferior do cabo deve ser capaz de suportar uma tração de, no mínimo,
1500 quilos. Em caso de dúvida sobre a adequação de qualquer instalação, não se deve agir por
conta própria, mas consultar um Engenheiro ou Técnico de Segurança.
Os clipes que fixam as extremidades do cabo de aço são de 9 polegadas no espaço de 23
centímetros.
Ancoragem superior no mastro da sonda
A parte superior do cabo deve ser presa a uma perna ou viga do mastro ou torre da sonda.
A parte superior do Gerônimo deve ficar a aproximadamente 1,5 metros acima do piso da mesa
do torrista ou da passarela.
Forma correta de prender o cabo de aço com clipes
Todos os U dos clipes devem estar na linha morta, a mais curta.
Todas as porcas devem estar na linha viva, a mais comprida.
Perguntas na montagem do Gerônimo das sondas
Que cabo deve ser utilizado?
Qual o tamanho do cabo?
Onde fixá-lo?
Como instalar o Gerônimo no cabo de aço?
Como montar o Gerônimo?
Quem deve instalar e montar o Gerônimo?
Quando usar o Gerônimo?
Como usar o Gerônimo?
Componentes:
Pino trava (trinco);
Contra pino (clipe de grampo);
Parafuso;
Porca;
Tubo de extensão;
Assento.
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V – MEIO AMBIENTE
5.1 Definição
A Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981 define meio ambiente em seu art. 3º, inciso I:
Art. 3° Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I – Meio Ambiente: o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas; [...].
5.2 Meio ambiente
Toda a força de trabalho da Petrobras é responsável pela segurança das operações, pela proteção do
meio ambiente e pela valorização do ser humano com as quais está comprometida. Segurança, meio
ambiente e saúde são partes indissociáveis dos negócios do sistema Petrobrás, cujo desempenho
empresarial está alinhado com o uso eficiente de energia e com o conceito de desenvolvimento
sustentável.
COMPROMISSO AMBIENTAL
Visão
A PETROBRAS será uma empresa integrada de energia com forte presença internacional e líder na
América Latina, atuando com foco na rentabilidade e na responsabilidade social e ambiental.
Missão
Atuar de forma rentável, com responsabilidade social e ambiental, nas atividades da indústria de óleo,
gás e energia, nos mercados nacional e internacional, fornecendo produtos e serviços adequados às
necessidades dos seus clientes e contribuindo para o desenvolvimento do Brasil e dos países onde
atua.
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Compromissos
Adotar atitude facilitadora na articulação com as partes interessadas – empregados, clientes,
fornecedores, comunidades vizinhas, sociedade, governo, associados e acionistas;
Assegurar que a legislação de segurança, meio ambiente e saúde, assim como os requisitos
subscritos pela empresa sejam cumpridos nas suas operações;
Trabalhar de forma preventiva na proteção do ser humano e do meio ambiente, identificando os
riscos associados às operações e efetuando o seu monitoramento;
Assegurar padrões elevados de segurança e saúde para todos os trabalhadores expostos aos
riscos decorrentes das atividades da Petrobras;
Fornecer aos consumidores informações que permitam o manuseio e o uso dos produtos da
Petrobras com segurança e economia de energia, ao longo do ciclo de vida desses produtos;
Incluir, nos planos de negócios, metas de segurança, meio ambiente e saúde, comprometer-se
com o cumprimento delas e com a melhoria contínua dos resultados;
Relatar às partes interessadas o desempenho em segurança, meio ambiente e saúde;
Utilizar tecnologias seguras e ambientalmente adequadas e as melhores técnicas disponíveis
quanto a concepção, operação, manutenção, modernização e desmobilização das instalações;
Educar, capacitar e conscientizar os empregados quanto às questões de segurança, meio
ambiente e saúde, buscando também o envolvimento dos associados, fornecedores e parceiros;
Reconhecer aqueles que contribuem para a melhoria do desempenho de segurança, meio
ambiente e saúde.
O petróleo leva milhões de anos para ser formado e está localizado nos poros das rochas, às vezes a
milhares de metros de profundidade. 70 a 90% de todo o petróleo descoberto permanecem dentro das
jazidas, grudados nas rochas sem poderem ser recuperados, tamanho é o grau de complexidade e de
dificuldade para fazer um poço produzir.
A atividade de perfuração de poço de petróleo tem como característica, por sua forma de extração, a
proximidade com a natureza, chegando a modificar o meio ambiente através das intervenções com
sonda para perfurar esse poço.
No entanto, faz-se necessário que essas agressões (inerentes à atividade) sejam conhecidas e
mapeadas para melhor destinar as ações que visam minimizar os efeitos causados pela atividade.
Esse mapeamento é conhecido através das planilhas de ASPECTO e IMPACTO, que servem para
direcionar as ações.
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5.3 Aspecto e impacto da atividade de sondagem
Na atividade de sondagem, o aspecto representa a causa (perfuração de poços, derramamento de
cascalho fora da caixa, etc.) e o impacto representa o efeito (contaminação do solo e das águas
subterrâneas, lesão corporal, etc.).
Por maior cuidado que se tenha em perfuração de poços, existe o risco de agressão ao meio
ambiente, por causa de derramamento de óleo bruto, seja em terra, seja no mar.
Para conter essa agressão, foi criada uma ferramenta de contenção chamada CDA (Centro de Defesa
Ambiental), que tem a função de recolher o agente agressor e restabelecer a normalidade.
O CDA faz parte do projeto que viabiliza o reconhecimento da excelência na exploração de petróleo,
bem como o PEGASO (Programa de Excelência e Gestão Ambiental e Segurança Operacional).
O que é CDA?
Rapidez e eficácia no combate a emergências. A Petrobras, seguindo os mais modernos padrões
internacionais, instalou no país nove CDA’s, cujo objetivo é assegurar máxima proteção a suas
unidades operacionais em caso de emergência. Localizados em pontos estratégicos de operação da
empresa, os CDA’s cumprem uma função de apoio. Ou seja, complementam os planos de
contingência locais já existentes nos terminais, nas refinarias e nas demais unidades de negócio e de
serviço da Companhia.
O PEGASO foi criado no início do ano 2000, como resposta ao acidente da Baía de Guanabara. A
partir daí, a Petrobras tem registrado volumes de vazamento de óleo cada vez menores. Foram
apenas 197 m3 contra 2.619 m3 em 2001 e 5.983 m3 em 2000, o que constitui uma referência na
indústria do petróleo. A informação consta no balanço anual da empresa, enviado aos acionistas.
Posteriormente, vazaram 16m3 de petróleo do Navio Brotas e menos de um metro cúbico, em
decorrência de um incêndio no píer do referido terminal. Em ambos os casos, o plano de contingência
da empresa foi imediatamente acionado e, em poucos dias, concluído o trabalho de limpeza da área.
5.4 Campanha
As campanhas são partes importante, uma vez que atuam diretamente na conscientização dos
operadores e, conseqüentemente, com a melhora do nível da conscientização, as lesões e as
doenças diminuem. As campanhas fazem parte do calendário anual, inclusive do calendário de
vacinação.
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5.5 O que fazer com os efluentes?
Dentre os resíduos gerados na atividade de perfuração de poços de petróleo, constata-se o cascalho,
para cujo descarte antes não havia um local definido. Hoje, as condições de descarte obedecem a um
rigoroso controle.
O CENPES (Centro de Pesquisa da Petrobras) está buscando tecnologias não só para a redução de
efluentes, mas também para implementar a reutilização da água, reduzindo, ao máximo, seu consumo
nos processos operacionais. Da mesma forma que o petróleo foi o bem estratégico do século 20, a
água será o do século 21. Consciente disso, a Petrobras está empenhada em preservar esse
patrimônio precioso para o seu fim mais nobre, o consumo pela sociedade.
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VI - SAÚDE
Para a Organização Mundial da Saúde, saúde é: o completo bem-estar físico, mental e social, e não
apenas a ausência de doenças.
Por isso, a sondagem se insere nos cronogramas de campanhas preventivas e educacionais, para
que a qualidade de vida dos seus funcionários melhore dentro e fora dos limites da empresa, em
conjunto com sua família, buscando-lhes assegurar o bem-estar físico e mental.
No ambiente de trabalho, uma ferramenta muito importante na prevenção de acidentes e de danos à
saúde do trabalhador é a ergonomia.
A ergonomia está presente em todo ambiente e não apenas no de trabalho. Basta olhar a nossa
postura ao sentarmos, a nossa mesa de trabalho se tem cantos arredondados, a forma como
digitamos e o tempo que passamos ao computador etc.
No ambiente operacional das sondas, a ergonomia é notada em vários setores como, por exemplo:
CARGAS SOBRE RODAS - quase todas as cargas das sondas são transportadas sobre rodas,
diminuindo o esforço físico e reduzindo os acidentes durante o transporte da sonda de uma locação à
outra;
ENCLAUSURAMENTO DOS GERADORES - o gerador da sonda é uma das maiores fontes
emissoras de ruído. Portanto, com o enclausuramento, esse problema foi reduzido significativamente.
NIVELAMENTOS DOS PISOS DOS TANQUES - Os pisos dos tanques que armazenam fluidos de
perfuração foram totalmente nivelados, utilizando-se chapas e tintas antiderrapantes, evitando que o
operador tenha de ficar subindo e descendo para se deslocar sobre os tanques.
ALTURA DAS VÁVULAS - a altura das válvulas de abertura e fechamento do fluxo do fluido foi
modificada, saindo do nível do piso do tanque para a altura da cintura do operador, evitando que este
faça movimentos repetidos de se abaixar para abrir ou fechar a válvula.
CANTOS VIVOS – em nível de projeto estrutural, os cantos vivos já são previstos e eliminados,
evitando que as cargas ou equipamentos tenham pontos cortantes e agudos, que possam causar
lesão.
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ARMAZENAMENTO DA SACARIA - a sacaria química, utilizada na sonda, é armazenada na casa de
material de fluido, a uma altura de 40 centímetros do piso, evitando que o operador se curve de
maneira excessiva para levantar o peso.
PESO DA SACARIA - a sacaria química contendo os produtos de confecção do fluido passou de
60kg para 25kg, minimizando os efeitos agressivos do levantamento de peso.
CINTA LOMBAR - EPI (Equipamento de Proteção Individual) utilizado pelos operadores de sonda
para lhes garantir uma postura correta.
Esses são exemplos de ergonomia que ajudam a minimizar as conseqüências de uma vida laboral.
Além deles, há ainda as ações operacionais, tais como a cunha pneumática, etc.
Então, sem se limitar a conceitos técnicos, ergonomia é tudo aquilo que altera, modifica as condições
do ambiente de trabalho, adequando-as às limitações do ser humano, ou seja, do trabalhador.
Um dos agentes mais agressivos à saúde do trabalhador é o ruído, que merece um capítulo mais
detalhado. Apesar disso, o trabalhador, de uma maneira geral, desconhece tal risco.
A legislação trata do tema na NR 15. No entanto, informações mínimas e básicas devem ser
conhecidas pelos operadores de sonda:
6.1 Freqüências importantes
De 20 Hz a 20.000 Hz – faixa audível/ouvido humano;
Menor que 20 Hz – infra-sons/baixas freqüências;
Maior que 20.000 Hz – ultra/sons/altas freqüências;
De 300 Hz a 2.000 Hz – faixa/freqüência/voz humana;
4.000 Hz – faixa à qual o ouvido humano é altamente sensível.
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Tabela 6.1 - Limites de tolerância a ruídos contínuos ou intermitentes
Nível de ruído diário Máxima exposição dB (A) permitida
85 12 horas
85 8 horas
90 4 horas
95 2 horas
100 1 horas
104 35 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
115 7 minutos
6.2 Conseqüências do ruído para a saúde
Surdez temporária;
Redução da capacidade auditiva;
Surdez permanente;
Nervosismo / irritabilidade;
Aumento da pressão sangüínea;
Contrações musculares;
Gastrites / úlceras;
Fadiga excessiva;
Alterações menstruais;
“Impotência sexual”;
Stress;
Morte (por infarto).
6.3 Programa de controle auditivo
Medição dos níveis de pressão sonora (N.P.S.);
Treinamento e conscientização;
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Proteção auditiva individual;
Programa / audiometria / dosimetria;
Programa de sinalização;
Medidas administrativas;
Medidas de engenharia.
Por quanto tempo se deve usar o protetor auricular durante a jornada de trabalho?
EXEMPLO: Mecânico / jornada 8 horas – ambiente com ruídos (N.P.S.) de 100 dB (A):
Protetor auricular com atenuação média de “20 dB (A)”
Se não retirar o protetor “nenhuma vez”, podemos afirmar que chegarão ao “ouvido” do trabalhador
“80 dB (A)”, nível abaixo do limite de tolerância, que é de “85 dB (A)”:
100 dB (A) – 20 dB (A) = 80 dB (A)
Mandamentos dos protetores auriculares
Deve haver, inicialmente, dois tipos (tampão e concha) à disposição;
Deve-se considerar, no uso de cada tipo,: ambiente e tipo de trabalho e adaptação do
funcionário;
Deve-se ter cuidado com a higiene (pessoal e do protetor);
Usá-los em conjunto com outros EPI’s, pois todos são importantes, não devendo, por isso, ser
desprezados!;
Verificar a necessidade de uso simultâneo dos dois tipos de protetores (NPS alto, uso de
óculos);
Evitar a exposição contínua a ruídos acima de 115 dB (A), mesmo usando protetores
auriculares;
Verificar sempre o estado de conservação do protetor, substituindo-o quando necessário;
Usá-lo adequadamente, bem ajustado ou inserido, reajustando-o durante o uso;
Usar o protetor durante todo o tempo em que estiver exposto a níveis de ruído acima de “82” dB
(A);
6.4 Riscos ambientais e mapas de risco
Os riscos existentes no local de trabalho geralmente não são percebidos pela maioria dos
trabalhadores. No entanto, existe uma ferramenta adequada para mostrar a localização desses riscos
e a intensidade deles, através da representação gráfica, na qual se identifica cada situação que possa
causar danos à vida e à saúde dos trabalhadores.
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Essa representação gráfica pode ser um desenho simplificado da área de trabalho, na qual são
plotados, através de círculos de tamanhos pequenos, médios e grandes, identificando a intensidade
do risco.
Os riscos ambientais são: físicos, químicos, biológicos, de acidente e ergonômicos, que são
representados pelas cores: verde, vermelho, marrom, azul e amarelo, respectivamente.
Essa ferramenta é abordada na NR 5.
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BIBLIOGRAFIA
GERONIMO MANUFACTURING. Manual de operação. Tradução de Cláudio Gilberto Guedes Paim. LIBERATO, Franklin; SCHUSTER, André. Perguntas e respostas para dúvidas na montagem do gerônimo das sondas PROGRAMA DE CONTROLE E CONSERVAÇÃO DA AUDIÇÃO (PCCA) PEREIRA, Cleuber Dias. Anotações do TS-III.