operador de empilhadeira - via rápida

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO 1 Operador de Empilhadeira

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Page 1: Operador de Empilhadeira - Via Rápida

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Operador de Empilhadeira

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Operador de Empilhadeira

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Page 3: Operador de Empilhadeira - Via Rápida

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Geraldo Alckmin

Governador

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Márcio Luiz França Gomes

Secretário

Cláudio Valverde

Secretário-Adjunto

Maurício Juvenal

Chefe de Gabinete

Marco Antonio da Silva

Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante

Page 4: Operador de Empilhadeira - Via Rápida

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Geraldo Alckmin

Governador

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Márcio Luiz França Gomes

Secretário

Cláudio Valverde

Secretário-Adjunto

Maurício Juvenal

Chefe de Gabinete

Marco Antonio da Silva

Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante

Page 5: Operador de Empilhadeira - Via Rápida

Concepção do programa e elaboração de conteúdos

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Coordenação do Projeto Equipe TécnicaMarco Antonio da Silva Cibele Rodrigues Silva, João Mota Jr.

e Raphael Lebsa do Prado

Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap

Gestão do processo de produção editorial

Fundação Carlos Alberto Vanzolini

Wanderley Messias da CostaDiretor Executivo

Márgara Raquel CunhaDiretora Técnica de Formação Profissional

Coordenação Executiva do ProjetoJosé Lucas Cordeiro

Equipe TécnicaEmily Hozokawa Dias e Odair Sthefano Sant’Ana

Textos de ReferênciaBeatriz Garcia Sanchez, Clélia La Laina, Dilma Fabri Marão Pichoneri, Maria José Masé dos Santos, Selma Venco e Walkiria Rigolon

Mauro de Mesquita SpínolaPresidente da Diretoria Executiva

José Joaquim do Amaral FerreiraVice-presidente da Diretoria Executiva

Gestão de Tecnologias em Educação

Direção da ÁreaGuilherme Ary Plonski

Coordenação Executiva do ProjetoAngela Sprenger e Beatriz Scavazza

Gestão do PortalLuis Marcio Barbosa, Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e Wilder Rogério de Oliveira

Gestão de ComunicaçãoAne do Valle

Gestão EditorialDenise Blanes

Equipe de Produção

Assessoria pedagógica: Egon de Oliveira Rangel

Editorial: Airton Dantas de Araújo, Ana Paula Peicher Lisboa, Bruno Meng, Camila Grande, Celeste Baumann, Mainã Greeb Vicente, Olivia Frade Zambone, Priscila Risso, Rogério Cantelli, Stella Mesquita e Tatiana F. Souza

Direitos autorais e iconografia: Ana Beatriz Freire, Aparecido Francisco, Fernanda Catalão, José Carlos Augusto, Larissa Polix Barbosa, Maria Magalhães de Alencastro, Mayara Ribeiro de Souza, Priscila Garofalo, Rita De Luca, Roberto Polacov e Sandro Carrasco

Apoio à produção: Fernanda Rezende de Queiróz, Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito, Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios

Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico

CTP, Impressão e Acabamento

Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

Caro(a) Trabalhador(a)

Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto a capacitação profissional é importante para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio negócio.

Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo desempregado.

Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manterem atualizados ou, quem sabe, exercerem novas profissões com salários mais atraentes.

Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.

O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com instituições conceituadas na área da edu-cação profissional.

Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho e excelentes cidadãos para a sociedade.

Temos certeza de que vamos lhe proporcionar muito mais que uma formação profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a realização de sonhos ainda maiores.

Boa sorte e um ótimo curso!

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:Coparts Com. de Peças e Serviços Ltda, DiCico, Jesus Inácio Bueno, Nacco Materials Handling Group Brasil, Pallets de Paula, Saur Equipamentos, Sest-Senat Santo André e Somov

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Concepção do programa e elaboração de conteúdos

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Coordenação do Projeto Equipe TécnicaMarco Antonio da Silva Cibele Rodrigues Silva, João Mota Jr.

e Raphael Lebsa do Prado

Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap

Gestão do processo de produção editorial

Fundação Carlos Alberto Vanzolini

Wanderley Messias da CostaDiretor Executivo

Márgara Raquel CunhaDiretora Técnica de Formação Profissional

Coordenação Executiva do ProjetoJosé Lucas Cordeiro

Equipe TécnicaEmily Hozokawa Dias e Odair Sthefano Sant’Ana

Textos de ReferênciaBeatriz Garcia Sanchez, Clélia La Laina, Dilma Fabri Marão Pichoneri, Maria José Masé dos Santos, Selma Venco e Walkiria Rigolon

Mauro de Mesquita SpínolaPresidente da Diretoria Executiva

José Joaquim do Amaral FerreiraVice-presidente da Diretoria Executiva

Gestão de Tecnologias em Educação

Direção da ÁreaGuilherme Ary Plonski

Coordenação Executiva do ProjetoAngela Sprenger e Beatriz Scavazza

Gestão do PortalLuis Marcio Barbosa, Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e Wilder Rogério de Oliveira

Gestão de ComunicaçãoAne do Valle

Gestão EditorialDenise Blanes

Equipe de Produção

Assessoria pedagógica: Egon de Oliveira Rangel

Editorial: Airton Dantas de Araújo, Ana Paula Peicher Lisboa, Bruno Meng, Camila Grande, Celeste Baumann, Mainã Greeb Vicente, Olivia Frade Zambone, Priscila Risso, Rogério Cantelli, Stella Mesquita e Tatiana F. Souza

Direitos autorais e iconografia: Ana Beatriz Freire, Aparecido Francisco, Fernanda Catalão, José Carlos Augusto, Larissa Polix Barbosa, Maria Magalhães de Alencastro, Mayara Ribeiro de Souza, Priscila Garofalo, Rita De Luca, Roberto Polacov e Sandro Carrasco

Apoio à produção: Fernanda Rezende de Queiróz, Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito, Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios

Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico

CTP, Impressão e Acabamento

Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

Caro(a) Trabalhador(a)

Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto a capacitação profissional é importante para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio negócio.

Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo desempregado.

Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manterem atualizados ou, quem sabe, exercerem novas profissões com salários mais atraentes.

Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.

O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com instituições conceituadas na área da edu-cação profissional.

Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho e excelentes cidadãos para a sociedade.

Temos certeza de que vamos lhe proporcionar muito mais que uma formação profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a realização de sonhos ainda maiores.

Boa sorte e um ótimo curso!

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Page 7: Operador de Empilhadeira - Via Rápida

Caro(a) Trabalhador(a)

Você inicia agora um curso preparado para lhe proporcionar muitas aprendizagens. A opção por um curso de qualificação, sem dúvida, é uma decisão importante não so-mente por conta da certificação que você receberá ao final, mas também pelos novos relacionamentos e aprendizagens que construirá durante esse percurso formativo.

Vamos tratar da ocupação de operador de empilhadeira, modalidade que se insere no setor de movimentação de cargas e está presente em diferentes ramos de ativi-dades dos mais diversos segmentos (como o marítimo, o aéreo e o terrestre), ou seja, ela pode ser exercida em aeroportos, portos, supermercados, shoppings, armazéns, indústrias, centros de distribuições de produtos de toda natureza, entre outros.

Você vai conhecer diferentes tipos de carga e alguns aspectos relacionados ao arma-zenamento e – é claro – vai aprender sobre os tipos, o funcionamento e a operação das empilhadeiras. Você também verá procedimentos de segurança na condução desses equipamentos e muitos outros fatores que envolvem a organização e o traba-lho em equipe.

Na Unidade 1, estudaremos a história do trabalho. Você verá como ele deixou de ser uma atividade artesanal e ganhou as formas a que estamos acostumados atualmente, bem como as mudanças que essa transformação gerou nas relações de trabalho.

Na Unidade 2, faremos um levantamento dos conhecimentos, saberes e vivências que você já possui e conheceremos como a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) descreve a ocupação de operador de empilhadeira. Com isso, você poderá identificar as capacidades que você já possui e aquelas que ainda precisa desenvolver.

A Unidade 3 nos mostrará quais são as atividades desempenhadas no exercício dessa ocupação e quais são suas ferramentas de trabalho.

Na Unidade 4, conheceremos as rotinas básicas no setor de movimentação de cargas, observando uma descrição das atividades típicas de um operador de empilhadeira.

Por fim, na Unidade 5, veremos mais de perto a principal ferramenta de trabalho dessa ocupação. Serão apresentados os modelos de empilhadeiras, suas especificidades e partes que as compõem.

Bom curso!

Page 8: Operador de Empilhadeira - Via Rápida

Sum á ri o

Unidade 19

Quando tudo começou?

Unidade 247

Reconhecendo meus sabeRes

Unidade 361

o Que faz o opeRadoR de empilhadeiRa

Unidade 473

Rotinas básicas no setoR de movimentação de caRgas

Unidade 595

a empilhadeiRa – modelos e componentes

Page 9: Operador de Empilhadeira - Via Rápida

FICHA CATALOGRÁFICATatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262

São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. Via Rápida Emprego: transporte: operador de empilhadeira, v.1. São Paulo: SDECTI, 2015.

il. - - (Série Arco Ocupacional Transporte)

ISBN: 978-85-8312-195-4 (Impresso) 978-85-8312-194-7 (Digital)

1. Ensino Profissionalizante 2. Transporte – Qualificação Técnica 3. Operador de Empilhadeira – Mercado de Trabalho I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação II. Título III. Série.

CDD: 331.12513884

Page 10: Operador de Empilhadeira - Via Rápida

op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 9

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Quando tudo começou?

Você acaba de começar um curso de qualificação profissional de operador de empilhadeira. Parabéns por sua iniciativa! Agora, o primeiro passo é estar aberto para a construção de novas aprendizagens, pois todos somos capazes de aprender e, independentemente de nossas experiências passadas, sempre é tempo de recomeçar.

Atividade 1Para começo de conversa

Você já parou para pensar quando ou por que surgiu a neces-sidade de se criar uma empilhadeira? E sobre como era feita a movimentação de produtos antes de seu surgimento? Será que sempre houve a necessidade de armazenarmos o que produzi-mos por meio de nosso trabalho?

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10 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1

Escreva a seguir, do seu modo, suas ideias sobre as questões mencionadas e depois leia as respostas para o monitor e os colegas de classe.

Para entender o que faz um operador de empilhadeira, é necessário, primeiro, co-nhecer a origem dessa ocupação, ou seja, em qual cenário histórico ela surgiu e como se desenvolveu. Para tanto, é importante olharmos para o passado, a fim de com-preender como tudo começou. Então, vamos lá!

O trabalho

O trabalho é uma atividade humana por meio da qual se transforma a natureza. Por meio do trabalho, o homem modifica a natureza em seu benefício quando, por exemplo, cultiva a terra e produz alimentos, faz da madeira um móvel, do barro um utensílio, do algodão, tecido e assim por diante. Essa capacidade humana de trans-formar a natureza também nos transforma.

Atividade 2a transformação da natureza

Se repararmos bem, encontramos também na natureza algumas atividades que se parecem com nossos trabalhos: as abelhas produzem mel, as aranhas tecem teias, o joão-de-barro constrói sua casa...

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op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 11

Você vê diferenças entre o trabalho humano e o que encontramos na natureza? Quais?

Atividade 3a caPacidade de Planejar

Leia atentamente o texto a seguir. Ele foi retirado do livro O capital, escrito por Karl Marx em 1867. Depois da leitura, discuta as ideias de Marx com seus colegas e monitor e responda às questões propostas.

Nós atribuímos ao trabalho uma forma exclusivamen-

te humana. Uma aranha executa operações que se

assemelham às do tecelão, e uma abelha ao construir

sua colmeia deixa envergonhados alguns arquitetos.

Mas o que distingue, a princípio, o pior arquiteto da

melhor abelha é que ele já elaborou em sua mente a

construção de uma obra antes de concretizá-la. Ao

final do processo de trabalho surge um resultado que

já estava desde o início na mente do trabalhador, ou

seja, já existia idealmente. Ele não opera apenas uma

transformação da forma da matéria natural, o traba-

lhador concretiza, ao mesmo tempo, na matéria

natural seu objetivo, que ele sabe que, como lei, de-

termina a maneira de sua ação, e ao qual ele precisa

subordinar sua vontade.MARX, Karl. O capital. Hamburgo: Verlag von Otto

Meisner, 1890. p. 140. Tradução: Luci Ribeiro.

Karl Marx, filósofo alemão que nasceu em 1808, revolucionou o modo de pensar econo-mia e política. Ele fale-ceu em 1883, mas seu pensamento permane-ce vivo ainda hoje.

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12 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1

1. Nesse texto, qual diferença é apontada por Marx entre o trabalho humano e aqueles realizados pela natureza?

2. Você mudaria a sua resposta da Atividade 2 depois da leitura desse texto? Por quê?

A necessidade de armazenar

O ato de armazenar representou um momento importante na história da hu-manidade. Antes de dominar essa técnica, os povos eram nômades, ou seja, não viviam em um lugar fixo, estavam sempre mudando de um lugar para outro. Quando as condições de subsistência (sustento) se esgotavam, eles partiam em busca de um novo espaço.

Contudo, quando o homem começou a se dedicar à agricultura, ele passou a plan-tar, colher e armazenar para o consumo próprio e esse domínio possibilitou que os povos começassem a viver em um só lugar, deixando de ser nômades.

Esse aprendizado foi essencial, pois a partir dele o homem passou a identificar os períodos de plantio, de colheita farta e de escassez e, dessa forma, começou a esto-car alimentos para o próprio consumo futuro. Assim não precisaria buscar outro lugar para viver, nem passaria fome.

Ao trabalhar, o homem foi transformando a natureza com a finalidade de atender às suas necessidades. A princípio, para sua subsistência, ele aprendeu a caçar e a coletar frutos. Porém, com o tempo, suas necessidades evoluíram. Ao mesmo tem-po que foi aperfeiçoando sua capacidade de transformação da natureza, o homem desenvolveu instrumentos que favoreceram a realização de seu trabalho. Desse modo, foram sendo criados os meios de trabalho, que também permitiam o aprimoramen-to das técnicas de plantio, de colheita e de criação de animais.

Page 14: Operador de Empilhadeira - Via Rápida

op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 13

No começo, o trabalho era artesanal e a produção era voltada para o próprio sustento. Apesar de ela não ser gran-de, algumas vezes havia excedentes, que eram trocados. Por exemplo, quem criava gado trocava o leite que sobrava por pão feito por outra pessoa, que não criava gado e aca-bava cozinhando mais pães do que ela própria comeria.

Um pouco da história do transporte

Pesquisas realizadas por arqueólogos indicam que o ho-mem pré-histórico criou, provavelmente 4 mil anos antes de Cristo, um tipo de plataforma, similar a um trenó, para auxiliá-lo no transporte terrestre de produtos. Feito de troncos, galhos ou cipós, ele era puxado pelo homem. Assim, deslizando sobre o terreno, ele facilitava o trans-porte de cargas maiores ou mais pesadas.

Com o passar do tempo, os processos de produção foram mudando.

Para saber mais, consulte o Caderno do Trabalhador 1 – Conteúdos Gerais.

Disponível em: <http://www.viarapida. sp.gov.br>. Acesso em: 20 mar. 2015.

Ao domesticar cães, cavalos, camelos e bois, entre outros animais, o homem passou a aproveitar a força animal para locomover-se e transportar cargas. Surgiram então os travois (do francês travail que, em português, signi-fica trabalho), um tipo de instrumento terrestre puxado por cães ou por cavalos, em que a carga é acomodada sobre duas vigas colocadas entre varas, tal como mostra a imagem a seguir.

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O verdadeiro avanço tecnológico alcançado pelo ser humano e que viria a revolu-cionar os meios de locomoção terrestre foi a invenção da roda. Estudos indicam que ela teria surgido antes de 3 500 a.C. (antes de Cristo), na Mesopotâmia, região na qual hoje se localiza o Iraque. Essa primeira roda era constituída por três tábuas, presas por suportes cruzados, de modo que a tábua central possuía um furo no nó da madeira. Apesar de rudimentar, ela permitiu a criação de instru-mentos puxados por animais, ao estilo das carroças.

Com a invenção da roda, nossos ancestrais conseguiram tornar o transporte terres-tre mais rápido e fácil. Aliada à domesticação de animais e ao uso da tração animal, ela permitiu o transporte por longas distâncias, não só de carga como das próprias pessoas. O fluxo de pessoas e produtos que então se criou favoreceria o crescimento dos primeiros ajuntamentos humanos transformando-os em povoados maiores.

A roda também foi usada em contextos de guerra. Na Mesopotâmia, onde os conflitos eram constantes, os soldados dos exércitos derrotados que sobreviviam às batalhas eram, com suas famílias, transformados em escravos e transportados pelos vencedores em uma espécie de carroça dotada de rodas com aros. 

Modelo de transporte em cerâmica, utilizando roda e sendo puxado por animais. Essa peça está no Museu Karachi, no Paquistão.

Fragmento de relevo que retrata prisioneiros de guerra, do palácio de Assurbanípal em Nínive, na Mesopotâmia.

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Durante um longo período, o desenho da roda permaneceu praticamente o mesmo, enquanto passou a ter diferentes usos, como em moinhos d’água. A roda sofreria alterações de fato significativas apenas muito tempo depois, já no sécu-lo XVI (16) d.C. (depois de Cristo), época em que surgiu a roda com raios em forma de cone achatado. Três séculos depois (em torno de 1870), surgiram as rodas de raios de arame usadas nas bicicletas. Aproximadamente dez anos depois, foi desenvolvido o aro para pneus. Apenas no século seguinte, por volta da década de 1930, apareceram os modelos de roda de aço estampado, com características mais próximas dos que são utilizados atualmente, mais leves e resistentes, com custo mais baixo e acessível.

Ainda na Antiguidade (período histórico entre 3 500 a.C. [antes de Cristo] até 476 d.C. [depois de Cristo]), o aperfeiçoamento da roda permitiu a criação de dife-rentes tipos de veículo, que passaram a ser utilizados nos mesmos caminhos primi-tivos percorridos a pé. Com esse novo uso e com a busca por melhores condições de tráfego para os novos veículos, esses caminhos foram sendo transformados em vias que podiam ser percorridas mais facilmente e permitiam acessar as cidades de forma mais rápida, algo similar às estradas que surgiriam mais tarde.

A invenção desses veículos e a formação das rotas que facilitavam o trânsito de mercadorias e de pessoas levaram à intensificação do comércio. Elas permitiram que aumentasse também a movimentação de pessoas em busca de outros locais para habitar ou trabalhar, o que levou à criação de novos povoamentos.

Muitos séculos depois, já ao final da Idade Média (período histórico entre os sécu-los V [5] e XV [15]) e início da Idade Moderna (período entre os séculos XV [15] e XVIII [18]), com as Grandes Navegações, o comércio terrestre entre regiões vizinhas ou relativamente próximas perdeu importância para o comércio por via marítima, que ocorria entre regiões distantes. O comércio de longas distâncias passou a dar acesso a novos produtos, mercadorias e especiarias, anteriormente pouco disponíveis e muito caros. Foi quando Portugal e Espanha se tornaram potências navais, não apenas por causa do comércio, mas também em razão de interesses políticos, reli-giosos e econômicos.

Enquanto isso, o transporte de pessoas também sofria mudanças. Na Antiguidade surgiram as bigas, muitas vezes retratadas por filmes em corridas e lutas no Império Romano. Também foram usados vários tipos de carroça, charrete, diligência e artefa-tos semelhantes que, como as bigas, eram movidos por tração animal. Além disso, foram criados meios de transporte movidos por tração humana, como o palanquim e

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o riquixá, muito difundidos no século XIX (19). O pa-lanquim era sustentado por dois a quatro servos e utilizado por famílias ricas; o riquixá era, e continua sendo na atua-lidade, puxado por uma pessoa e hoje funciona como táxi em muitos países.

O homem do riquixá (direção de Hiroshi Inagaki, 1958). Filme

produzido no Japão, país no qual registros históricos indicam o

surgimento desse meio de transporte.

Riquixá do início do século XX (20).

Riquixá do século XXI (21), também conhecido como ciclorriquixá.

Com o passar do tempo, o desenvolvimento cada vez maior do comércio acabou criando a necessidade de melhorar o sistema de estradas na Europa. No século XIX (19), as cidades e a vida das pessoas mudaram muito por cau-sa do crescente processo de industrialização que vinha ocorrendo desde o século anterior. Inovações e invenções modificaram profundamente diversos aspectos da vida cotidiana, incluindo o transporte terrestre.

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Atividade 4 transPorte manual de cargas

Observe atentamente as duas imagens a seguir e responda às questões propostas.

Candido Portinari. Café, 1935. Óleo sobre tela, 130 cm × 195 cm.

Sebastião Salgado. Mina de ouro de Serra Pelada (Costas), 1986. Foto em preto e branco, 54,2 cm × 34,9 cm.

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1. O que elas têm em comum?

2. A primeira imagem é o quadro Café, de Candido Portinari (1903-1962), um grande pintor brasileiro. Observe-a novamente.

a) Considerando o título da obra, o que você acha que os trabalhadores estão car-regando nos sacos sobre a cabeça?

b) Você consegue identificar mulheres trabalhando? O que elas estão fazendo?

c) Você consegue identificar nessa obra a figura de algum capataz? Onde?

d) Quais são as cores predominantes nesta obra?

e) Como você acredita que o café é transportado da lavoura para os armazéns nos dias atuais?

Page 20: Operador de Empilhadeira - Via Rápida

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3. A segunda imagem é uma fotografia produzida nos anos 1980, na região de Serra Pelada, em Curionópolis, no Estado do Pará. Essa região atraiu milhares de ga-rimpeiros e se tornou o maior garimpo a céu aberto do mundo, naquela época.

Sabendo dessas informações, responda:

a) O que mais chamou sua atenção na fotografia?

b) Como você imagina que eram as condições de trabalho no local retratado?

Base cartográfica com generalização; algumas feições do território nacional não estão representadas.

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c) Você diria que esse trabalho de extração estava sendo realizado de forma artesa-nal ou industrial? Por quê?

A 1a Revolução Industrial

Quando se fala em revolução, com frequência associamos a palavra a algum acon-tecimento muito conturbado. Pense nas situações em que você emprega essa palavra no dia a dia. Alguns a utilizam para expressar confusão: um dia de mudança, águas das chuvas invadindo a casa, um dia de greve nos transportes etc.

Mas quando nos referimos a um acontecimento histórico, a palavra revolução in-dica um fenômeno que alterou profundamente a sociedade, que causou grandes mudanças em vários aspectos da vida cotidiana, na política, na economia, na cul-tura e na relação entre as pessoas.

A 1a Revolução Industrial aconteceu no século XVIII (18), na Inglaterra, região europeia rica em carvão mineral e ferro. Nesse período, a utilização de máqui-nas causou muitas mudanças na economia, no modo de vida das pessoas, na política, nas artes e também na organização do trabalho. Antes disso, no mo-delo artesanal, o trabalhador acompanhava todo o processo de produção.

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Com as máquinas, o trabalho, antes realizado do começo ao fim por uma mesma pessoa, passou a ser dividido em etapas: surgiu assim a divisão do trabalho e o trabalho especializado.

Trabalho sem a exploração do homem pelo homem?

Como você imagina que era o trabalho e a vida da população antes de surgirem as máquinas? Como era a sociedade sem elas? O salário sempre existiu? E o lucro? Será que o homem sempre produziu mais do que seria capaz de consumir? Como você acha que a população trabalhava e se sustentava?

Observe as pinturas feitas pelo artista francês Jean-François Millet (1814-1875):

Jean-François Millet. Um joeireiro, c. 1848. Óleo sobre tela, 79,5 cm × 58,5 cm.

Jean-François Millet. Plantadores de batata, c. 1861. Óleo sobre tela, 82,5 cm × 101,3 cm.

Se tiver oportunidade, faça uma busca na internet e assista à abertura dos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, na Inglaterra. Ela apresentou a transformação daquele país quando o campo deu lugar às cha-minés e os agricultores se transformaram em operários.

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Desde as primeiras civilizações de que se tem notícia, o ser humano habitou o cam-po. Como já vimos, as pessoas se ocupavam da agricultura para produzir alimentos destinados ao consumo próprio e o pouco excedente era utilizado como forma de obter outros produtos agrícolas ou outras mercadorias. A vida era orientada pelos tempos da natureza: as estações do ano indicavam a melhor hora para plantar e colher; as marés, o momento para pescar etc. O tempo era usado para cuidar das necessidades da sobrevivência, mas controlado pelos próprios camponeses. Predominava, então, o conceito de trabalho, que é diferente de emprego (você verá melhor essa diferença adiante).

Porém, com o desenvolvimento das máquinas, a noção de mercado e de comércio invadiu a vida cotidiana e tornou as condições de vida e de sobrevivência no campo mais difíceis.

O ser humano sempre procurou ampliar ou substituir sua força pelo uso de instrumentos e pelo uso das forças de que dispu nha na natureza: os animais, as águas e os ventos. Foi seguindo esse caminho que ele inventou máquinas e, em consequência, criou as indústrias.Imagem superior esquerda: Julien Dupré. Camponesa e feno, século XIX (19). Óleo sobre tela, 60,4 cm × 73 cm. Imagem inferior: A pithead [Entrada de mina], c. 1800. Óleo sobre tela, 95,5 cm × 153 cm.

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Revolução Industrial, transporte e armazenamento

Uma das principais modificações resultantes da 1a Revolução Industrial foi o uso do carvão para movimentar máquinas: as máquinas a vapor.

A utilização delas expandiu a indústria têxtil, levando ao aumento cada vez maior da oferta de empregos nas cidades. No campo, muitas propriedades rurais começaram a ser utilizadas para criação de ovelhas e fornecimento de lã para a indústria têxtil. Como resultado, muitas pessoas abandonaram o campo em busca de emprego.

A produção agrícola declinou ao mesmo tempo que a necessidade de abastecer as cidades com gêneros alimentícios aumentou.

A agricultura, até então de subsistência (plantava-se apenas para consumo próprio e os poucos excedentes eram trocados por outros produtos também para consumo próprio), passou a ser uma atividade comercial, uma vez que pretendeu justamen-te produzir cada vez mais excedentes para ser comercializados nas cidades.

Com as fábricas produzindo em larga escala nas cidades e a agricultura buscando gerar cada vez mais excedentes no campo, foi preciso aprimorar as formas de arma-zenamento e movimentação de produtos e mercadorias. E foram surgindo mais máquinas para que a produção fosse deslocada mais rapidamente.

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24 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1

2. Quais são as principais características da 1a Revolução Industrial? Escreva uma resposta bem detalhada e, depois, discuta com seus colegas.

800 km

Atelier de cartographie de Sciences Po, 2007,www.sciences-po.fr/cartographie

Pedagogical use only. For any other usedissemination or disclosure, either wholeor partial, contact : [email protected]

Seul l’usage pédagogique en classeou centre de documentation est libre.Pour toute autre utilisation, contacter :carto@ sciences -po.fr

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Atividade 5situando a 1a revolução industrial

1. Observe o mapa a seguir e tente localizar o território do Reino Unido na época da 1a Revolução Industrial. Caso tenha dificuldade, faça o exercício na bibliote-ca ou no laboratório de informática e consulte um atlas. Aproveite e localize outros países como França, Itália, Alemanha, Espanha e Portugal.

ATELIER de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/en/europe>. Acesso em: 30 mar. 2015. Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas feições do território não estão representadas; colorizado para fins didáticos).

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op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 25

Da manufatura à mecanização da produção

Você já aprendeu que a manufatura (a produção feita com as próprias mãos) perdeu espaço depois da mecani-zação do trabalho. A invenção da máquina a vapor per-mitiu às indústrias um salto significativo na produção.

Antes, o trabalho era feito de maneira lenta e heterogê-nea. Por exemplo, uma pessoa poderia moldar o barro para fazer um jarro, mas, quando outra pessoa fizesse o mesmo, o jarro nunca ficaria idêntico ao primeiro. Foram as máquinas que ofereceram a possibilidade de tornar os produtos homo gêneos, idênticos. Além disso, elas também possibilitaram um tempo de produção mais curto. E, assim, o proprietário passou a produzir mais, vender mais e lucrar mais. Essa nova relação do homem com o próprio trabalho e com o trabalho do outro fez nascer a ideia de emprego.

Ainda na 1a Revolução Industrial não havia emprego para todos. A pobreza e a fome cresceram entre a popu-lação. Se, por um lado, a produção crescia, por outro, as condições de trabalho e de vida da população que fugiu do campo em busca de emprego eram difíceis:

• os salários eram baixos;

• as fábricas contratavam principalmente mulheres e crianças, pois os salários eram ainda mais baixos do que os pagos aos homens. A eles eram destinadas as funções que dependiam da força física;

• as crianças eram recrutadas em orfanatos, a partir dos quatro anos, para o trabalho na indústria têxtil;

• os trabalhadores não tinham férias, descanso semanal ou outros direitos;

• a jornada de trabalho diária chegava a 16 horas;

• todos os empregados estavam sujeitos a castigos físicos e as trabalhadoras eram, com frequência, violentadas pelos capatazes.

emprego é uma rela-ção firmada entre o proprietário dos meios de produção – que são as ferramentas, terras, máquinas etc. – e o tra-balhador. Nesse con-trato, o empregador compra a força de tra-balho, isto é, paga pelo trabalho realizado.

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26 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1

Os proprietários dos meios de produção impunham essas condições aos trabalhadores e estes, por sua vez, reagiam contra isso. Apesar da pobreza e da fome, os empregados das indústrias começaram a se organizar em busca de melhores condições de trabalho. Algumas dessas reações foram violentas, como o movimento ludista ou luddita, no início do século XIX (19). Esse movimento caracterizou-se pela iniciativa dos operários de quebrar as máquinas dentro das fábricas como forma de protesto contra as más condições de trabalho. Ned Ludd inspirou o movimento de revolta daqueles que acre-ditavam que as máquinas eram as responsáveis por não haver emprego para todos.

Movimento ludista.Trabalho infantil na Revolução Industrial.

Atividade 6maquinaria e emPrego

1. Em grupo, discutam o que compreenderam sobre as condições de trabalho na época da 1a Revolução Industrial. Depois, respondam às seguintes questões:

a) Vocês consideram a maquinaria responsável por não haver emprego para todos?

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b) Quebrar as máquinas era um ato contra os equipamentos?

c) Existem semelhanças entre o emprego daquela época e o de hoje? Quais?

2. Organizem uma apresentação criativa para os colegas de sala.Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência,

Tecnologia e Inovação (Sdecti). Sociologia: caderno do estudante. Ensino Médio. São Paulo: Sdecti/SEE, 2015. v. 1.

A organização do trabalho: taylorismo, fordismo e toyotismo

Pense em alguma atividade que você costuma fazer em casa: higienizar o banheiro, consertar a porta do armário, cozinhar etc. Talvez, mesmo inconscientemente, você se organize para fazer essas tare fas: calcula o tempo que levará para fazê-las; verifi-ca se tem todas as ferramentas e produtos para um conserto ou para a limpeza; e faz uma lista para não esquecer nada nas compras. Depois, avalia o resultado: se o armário ficou bom, se a limpeza ficou adequada e assim por diante.

Se você considerar o trabalho realizado nas indústrias, no comércio e nos serviços, verá que algumas situações são muito semelhantes. Mas, na empresa, a organização é estudada minuciosamente, para que cada tarefa seja feita em menos tempo. Essa foi a lógica arquitetada no início do século XX (20) por Frederick W. Taylor (1856-1915), cujo pensamento ficou conhecido em todo o mundo como taylorismo.

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Como pensava Taylor no início do século XX (20)?

Taylor acreditava que os operários “faziam cera” no traba-lho (conforme a própria expressão utilizada por ele) e que escondiam dos patrões o modo como realizavam cada atividade, além de serem contrários a produzir diaria-mente tanto quanto fosse possível.

Ele também achava que os sindicatos tinham uma visão errada, pois queriam que os operários trabalhassem me-nos e em melhores condições.

Como uma solução para esse caso, Taylor desenvolveu o que chamou de “organização científica do trabalho”.

Como era essa organização?

Taylor observou o trabalho dos carregadores de barras de ferro, operários em grande parte provenientes dos países da Europa e que se encontravam em situação eco-nômica difícil.

Havia 75 carregadores e cada barra pesava 45 quilos. Cada homem carregava 12,5 toneladas de ferro por dia trabalhado.

Antes do taylorismo

Com o taylorismo

Número de carregadores 75 75

Toneladas transportadas por dia 12,5 47

Como Taylor conseguiu aumentar a produtividade?

Segundo ele, uns planejam e outros executam o trabalho, ou seja, Taylor compreendia que alguns eram destinados a pensar e outros a executar. Por isso, havia a divisão entre os que pensavam como carregar as barras e os que só utilizavam a força física.

Produtividade: “Resultado da divisão da produção física obtida numa unidade de tem-po (hora, dia, ano) por um dos fatores empregados na produção (trabalho, terra, ca-pital). Em termos globais, a produtividade expressa a uti-lização eficiente dos recursos produtivos, tendo em vista alcançar a máxima produção na menor unidade de tempo e com os menores custos.”

SANDRONI, Paulo. Dicionário de economia do século XXI.

8. ed. revista e ampliada. Rio de Janeiro: Editora Record, 2014.

p. 694.

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Com base na observação do trabalho, ele propôs o controle do tem po e dos movi-mentos, isto é: ele sabia que um movimento era feito em “x” segundos e outro em “y” segundos. A intenção era que o empregador tivesse controle sobre todo o pro-cesso de trabalho e, assim, na visão de Taylor, os empregados não fariam mais “cera”.

O trabalhador precisava obedecer aos comandos, inicialmente fei tos por Taylor, sobre o momento e o tempo exatos de se mover, sempre com a vigilância e a super-visão constantes das chefias.

Taylor, no entanto, considerou que nem todo carregador pode ria executar seu mé-todo e, assim, incluiu mais um item em sua lista de procedimentos para obter a produção pretendida: a seleção cien tífica do trabalhador, acompanhada do devido treinamento para realizar a tarefa tal como esperada por quem a planejou.

Ele observou o comportamento dos carregadores, pois, em sua concepção, não seria qualquer operário que se submeteria às exigências. Taylor pesquisou o passa-do, o caráter, os hábitos e, prin cipalmente, as pretensões de cada trabalhador. Por fim, ele encontrou um imigrante holandês cujos hábitos lhe pareceram ade quados. Este estava construindo, ele mesmo, a casa para morar com sua família. Fazia isso pela manhã; corria para o emprego, no qual carregava barras de ferro; e, ao voltar para casa, continuava a cons trução. Todos diziam que esse operário era muito econômico. Esse trabalhador reuniu as “qualidades” que Taylor desejava e recebeu o nome de Schmidt.

Atividade 7schmidt e taylor

1. Leia, a seguir, o diálogo de Taylor com Schmidt, o trabalhador que ele pretendia selecionar. Esse diálogo foi retirado do livro Princípios de administração científi-ca, que teve sua pri meira edição publicada em 1911.

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30 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1

– Schmidt, você é um operário classificado?

– Não sei bem o que o senhor quer dizer.

– Desejo saber se você é ou não um operário classificado.

– Ainda não o entendi.

– Venha cá. Você vai responder às minhas perguntas. Quero saber se

você é um operário classificado, ou um desses pobres-diabos que andam

por aí. Quero saber se você deseja ganhar $ 1,85 dólar por dia, ou se está

satisfeito com $ 1,15 dólar que estão ganhando todos esses tontos aí.

– Se quero ganhar $ 1,85 dólar por dia? Isto é que quer dizer um ope-

rário classificado? Então, sou um operário classificado.

– Ora, você me irrita. Naturalmente que deseja ganhar $ 1,85 por dia;

todos o desejam. Você sabe perfeitamente que isso não é bastante

para fazer um operá rio classificado. Por favor, procure responder às

minhas perguntas e não me faça perder tempo. Venha comigo. Vê

esta pilha de barras de ferro?

– Sim.

– Vê este vagão?

– Sim.

– Muito bem. Se você é um operário classificado, carregará todas

estas barras para o vagão, amanhã, por $ 1,85 dólar. Agora, então,

pense e responda à minha pergunta. Diga se é ou não um operário

classificado.

– Bem, vou ganhar $ 1,85 dólar para pôr todas estas barras de ferro

no vagão, amanhã?

– Sim; naturalmente, você receberá $ 1,85 dólar para carregar uma

pilha, como esta, todos os dias, durante o ano todo. Isto é que é um

operário classificado e você o sabe tão bem como eu.

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op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 31

– Bem, tudo entendido. Devo carregar as barras para o vagão, amanhã,

por $ 1,85 dólar e nos dias seguintes, não é assim?

– Isso mesmo.

– Assim, então, sou um operário classificado.

– Devagar. Você sabe, tão bem quanto eu, que um operário classifi-

cado deve fazer exatamente o que se lhe disser desde manhã à noite.

Conhece você aquele homem ali?

– Não, nunca o vi.

– Bem, se você é um operário classificado deve fazer exatamente o

que este homem lhe mandar, de manhã à noite. Quando ele disser

para levantar a barra e andar, você se levanta e anda, e quando ele

mandar sentar, você senta e descansa. Você procederá assim durante

o dia todo. E, mais ainda, sem reclamações. Um operário classificado

faz justamente o que se lhe manda e não reclama. Entendeu? Quan-

do este homem mandar você andar, você anda; quando disser que se

sente, você deverá sentar-se e não fazer qualquer observação. Final-

mente, você vem trabalhar aqui amanhã e saberá, antes do anoitecer,

se é verdadeiramente um operário classificado ou não.

TAYLOR, Frederick W. Princípios de administração científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1990. p. 45-6.

2. Agora, responda às questões a seguir.

a) Qual é sua opinião sobre a entrevista feita por Taylor? O que lhe pareceu conve-niente? E o que lhe pareceu inconveniente?

Conveniente:

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32 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1

Inconveniente:

b) Como são as entrevistas de emprego na atualidade? São di ferentes da entrevista feita por Taylor no momento da “promoção” de Schmidt? Por quê?

c) Volte ao texto Como era essa organização?. O que você achou das características valorizadas por Taylor no operário “ideal” para a tarefa a ser executada?

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3. Foi dessa forma que Taylor conseguiu praticamente quadruplicar a produtivida-de no trabalho. Leia a seguir a opinião de Taylor sobre Schmidt, mesmo sendo ele o operário ideal para o aumento da produção:

Ora, o único homem, entre oito, capaz de fazer o trabalho, não tinha

em nenhum sentido característica de superioridade sobre os outros.

Apenas era um homem tipo bovino – espécime difícil de encontrar e,

assim, muito valorizado. Era tão estúpido quanto incapaz de realizar

a maior parte dos trabalhos pesados. A seleção, então, não consistiu

em achar homens extraordinários, mas simples mente em escolher

entre homens comuns os poucos especialmente apropriados para o

tipo de trabalho em vista.

TAYLOR, Frederick W. Princípios de administração científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1990. p. 54-5.

Operário “tipo bovino”?

Para Taylor, portanto, era natural que alguns mandassem e outros obedeces-sem, e os que obedeciam deveriam ser do “tipo bovino”, o que em outras palavras significava que cada operário não deveria ref letir sobre a organização do trabalho.

Tendo em vista que o objetivo de Taylor era aumentar a produti vidade e os lucros das empresas, faltava para ele, ainda, aperfeiçoar seu método. Era ne-cessário reduzir a quantidade de trabalhadores.

Em outra experiência que realizou, Taylor conseguiu reduzir o número de trabalhadores e o custo do carregamento diário, conforme você pode observar na tabela a seguir.

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Antigo sistema Com o taylorismo

Número de trabalhadores 400 a 600 140

Toneladas médias/dia/homem 16 59

Remuneração us$ 1,15 us$ 1,88

Custo do carregamento/tonelada us$ 0,072 us$ 0,033

Fonte: TAYLOR, Frederick W. Princípios de administração científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1990.

Atividade 8taylorismo hoje?

Como vocês puderam observar, o fenômeno da redução de pessoal não é novo, pois esse é um dos motores que sustentam o capitalismo. Em outras palavras, diminuir custos é um dos pilares para a acumulação de capital.

1. Em grupo, discutam:

a) Quais são, na opinião do grupo, os aspectos mais importantes na lógica de tra-balho elaborada por Taylor?

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op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 35

b) Existe taylorismo hoje? Em quais situações vocês observam a existência do taylorismo na atualidade? Em quais ocupações vocês identificam esse modo de organização do trabalho?

2. Escolham uma ocupação com a qual tenham contato ou experiência e reflitam: O taylorismo do início do século XX (20) está presente na organi zação desse trabalho? Por quê?

O fordismo na esteira do taylorismo

Fordismo talvez seja uma palavra mais familiar a você do que taylorismo. O termo é derivado do nome de seu idealizador, Henry Ford (1863-1947), empresário esta-dunidense da indústria automotiva.

Ford procurou aperfeiçoar o pensamento de Taylor. Ele concluiu que se ganharia ainda mais tempo se as peças fossem até os operá rios – e não o inverso, como acon-tecia até então.

Além de arquitetar a esteira mecânica, Henry Ford teve outro papel que trouxe consequências para todo o mundo. Ele construiu o primeiro carro popular da his-tória, o Ford T. Sua produção em série deveria vir associada ao consumo em série, pois Ford tinha a convic ção de que a produção em massa reduziria os custos do automóvel e, com isso, o preço final do produto seria menor.

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Ford T, modelo mais conhecido no Brasil como Ford Bigode. Esteiras e trilhos aéreos com peças que abasteciam as linhas de montagem nas indústrias que adotavam o modelo fordista.

Essas foram inovações importantes na organização do tra-balho, do ponto de vista da produção. No entanto, o traba-lho ficou mais intenso e sem pausas.

Veja a seguir como se deu a redução do tempo na mon-tagem do automóvel no fordismo:

Etapas Tempo de montagem de um veículo

Antes do taylorismo 12 horas e 30 minutos

Com o taylorismo 5 horas e 50 minutos

Com “treinamento” dos operários 2 horas e 38 minutos

Com a linha de montagem automatizada (em 1914) 1 hora e 30 minutos

Fonte: GOUNET, Thomas. Fordismo e toyotismo na civilização do automóvel. São Paulo: Boitempo, 1999.

O filme Tempos modernos, de Charlie Chaplin (1889-1977), ilus tra como era o trabalho nas fábricas: repe-titivo, sem tempo para um descanso mínimo entre uma tarefa e a seguinte. É possível resumir o filme em três etapas principais:

• a fábrica em que o perso nagem Carlitos trabalha con-ta com uma esteira mecânica, na qual as peças se mo-vem passando pelo trabalhador a certa velocidade, de modo que a máquina determina o tempo em que ele deve apertar o parafuso;

tempos modernos (Modern times, direção de Charlie Chaplin, 1936). O longa-metragem retrata de forma divertida as duras condições de

trabalho no avanço da industrialização.

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• o trabalho repetitivo, com o tempo para a realização da tarefa manual sendo controlado e deter minado pelo tempo da máquina, sem pausa para qualquer descanso, associado à pressão da chefia e ao barulho na fábrica, compromete a saúde mental do personagem;

• o personagem, por fim, rebela-se contra o maquinário e é internado por causa de acessos de loucura.

Apesar do tom espirituoso do filme, não se pode negar que as condições de trabalho eram tais como as apresentadas.

O trabalha dor perdia mais uma vez o controle sobre a tarefa que executava: a estei-ra rolante determinava o tempo em que cada uma delas deveria ser realizada. Os locais eram inseguros e insalubres, ou seja, o ruído e a poeira faziam mal à saúde dos operários.

Um século depois e mesmo com o avanço da tecnologia, o ritmo, a intensificação do trabalho e a pressão por produtividade ainda são aspectos nocivos à saúde do traba-lhador. Portanto, é pre ciso ficar atento aos abusos que acontecem em nome do au-mento da produtividade.

Além disso, as condições insalubres de trabalho ainda permane cem em muitos locais.

Cena do filme Tempos modernos, de Charlie Chaplin (Estados Unidos da América, 1936).

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Atividade 9retratos do trabalho fabril

1. Observe o mural pintado pelo artista mexicano Diego Rivera.

Esse mural retrata as condições de trabalho na indústria automo bilística. O ar-tista observou o dia a dia dos operários e buscou mostrar alguns deles em certas etapas da produção.

Em grupo, analisem os detalhes da obra e discutam:

Diego Rivera. Indústria de Detroit (ou Homem e máquina), parede norte, 1932-3. Afresco, Instituto de Artes de Detroit, Estados Unidos.

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a) Quais foram os detalhes que mais chamaram a aten-ção do grupo? Por quê?

b) Como eram as condições de trabalho na fábrica?

c) Com base no mural, como vocês imaginam o am biente de trabalho na fábrica?

O sentido do trabalho

Como foi estudado, o fordismo nasceu nos Estados Unidos da América, motivado pelos mesmos princípios de Taylor.

Os operários, no entanto, percebiam que cada vez mais execu tavam um trabalho mecanizado e sem qualificação. Com isso, eles passaram a optar por outras atividades que ainda garantissem maior envolvimento com o trabalho.

Diego Rivera (1886-1957) foi um pintor mexicano especialista em pintura de grandes murais. Sua produção artística contri-buiu sobremaneira para a arte moderna mexica-na. Esse grande artista buscou aproximar ao máximo sua arte do pú-blico geral ao pintar seus murais em ruas e edifí-cios, expressando sua crítica social por meio da linguagem artística. É reconhecido como artis-ta comprometido com a luta por uma sociedade mais justa. Se puder, fa-ça uma visita virtual ao Museu Diego Rivera.

Disponível em: <http://www.diegorivera.com>. Acesso em: 20 mar. 2015.

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40 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1

Ford, percebendo a dificuldade em contratar funcionários, lançou o seguinte plano:

• ofereceu salário de US$ 5 por dia (antes o pagamento era de US$ 2,50);

• estabeleceu jornada diária de oito horas de trabalho.

No entanto, esse plano não era para todos. Assim como Taylor aplicou uma “seleção científica do trabalhador”, as novas condições de Ford eram apenas para os homens que tivessem certos hábitos esperados pela empresa:

• não consumissem bebidas alcoólicas;

• provassem que tinham boa conduta;

• destinassem o salário totalmente à família.

Henry Ford trouxe outras inovações e criou um departamento de serviço social para acompanhar a vida dos trabalhadores que contavam com esse tipo de con-trato de trabalho.

As visitas às casas dos operários fizeram que praticamente 1/3 deles (28%) perdesse essa condição.

É bom lembrar que, mesmo dobrando o salário e reduzindo a jornada de trabalho, Ford ainda conseguiu baratear o preço do carro. Para se ter ideia, o capital da em-presa passou de 2 milhões para 250 milhões de dólares em 12 anos (1907-1919).

Outras indústrias se expandi ram e passaram a utilizar os mes mos princípios de Taylor e Ford: esteiras, controle dos tempos e dos movimentos, trabalhos repetitivos super-visionados por um contramestre, atualmente denominado nas empresas como su-pervisor, líder de equipe etc.

Trabalhadora em fábrica de relógios na Inglaterra, sendo observada por um contramestre, em 1946.

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A jornada de trabalho sempre foi de 8 horas diárias?

Nem sempre foi assim. Durante a 1a Revolução Industrial, não havia limite para a jornada diária de trabalho. Mesmo as crianças trabalhavam 14, 16 horas por dia.

Foi em 1919 que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estabeleceu uma convenção que limitava a jornada de tra balho a 8 horas diárias e a jornada semanal a 48 horas.

No Brasil, foram necessárias diversas lutas sindicais, inicia das no século XIX (19), para a conquista das 8 horas diárias. No entanto, foi apenas em 1934 que a Constituição determinou a jornada de trabalho de 8 horas diárias ou 48 semanais.

Atualmente, a jornada semanal de trabalho definida pela Constituição Federal de 1988 é de 44 horas. Esse tema está sen do debatido na atualidade, pois há forte pressão para que a jornada legal seja limitada a 40 horas.

Na França, por exemplo, no auge da crise do emprego na década de 1980, o governo determinou a redução da jornada de trabalho semanal para 35 horas, com o intuito de criar mais empregos.

Fonte: DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (DIEESE). Redução da jornada de trabalho no Brasil. Nota

Técnica, n. 16, mar. 2006. Disponível em: <http://www.dieese.org.br/notatecnica/2006/notatec16ReducaoDaJornada.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2015.

Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e

Trabalho: 7º ano/2º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2012.

Toyotismo: a nova organização do trabalho

Você percebeu que as alterações na organização do trabalho visam aumentar a produtividade e reduzir custos. A lógica é: fazer mais em menos tempo e, se possí-vel, com menos trabalhadores.

No toyotismo não foi diferente. Essa nova forma de organização do trabalho surgiu no Japão após a 2a Guerra Mundial, principalmente para fazer frente à indústria automobilística estadunidense.

Os japoneses inovaram e alteraram completamente o modo de pensar que vigorava com o fordismo.

Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e

Trabalho: 9º ano/4º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013.

Os pilares do toyotismo são:

• Just-in-time: conhecido pela sigla JIT, significa, literalmente, “no momento exato”. Trata-se de uma técnica de organização do espaço-tempo nas empresas. Seu objetivo é tornar a produção e a distribuição de mercadorias mais dinâmi-cas. Nesse processo, a produção ocorre de acordo com a demanda e as empresas não acumulam estoque.

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• Autonomação: mais conhecida como controle de qualidade total. É assim chama-da porque se exige que haja um controle de qualidade autônomo. Essa estratégia elimina, por exemplo, a supervisão do trabalho e das peças produzidas. Parece simples e lógico, mas é preciso compreender em que isso resulta: cada um é res-ponsável pelo que deve ser feito e pressupõe-se que haja um trabalho em equipe. Uma fábrica de automóveis no Brasil, por exemplo, chegou a gravar um código na peça fabricada que indicava quem era o operário que a havia feito. Se a peça apresentasse problema, o funcionário seria diretamente responsabilizado.

Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sdecti). Geografia: caderno do estudante. Ensino Fundamental. São Paulo:

Sdecti/SEE, 2014. v. 3.

• Kanban: é o sistema de informações que alimenta a produção e a entrega com uso de cartões coloridos. Cada cor indica uma situação, como você pode observar na ilustração que segue.

No kanban, a produção orienta-se pelo quadro de cartões coloridos. Na primeira situação (linha 1), no quadro, há apenas o cartão verde, pois os demais cartões estão com os produtos no estoque (estoque cheio) – isso indica que não é necessário produzir. Na segunda situação (linha 2), o último cartão do quadro é o amarelo, mostrando que o estoque está em situação mediana e que a produção é necessária. Na terceira situação (linha 3), o último cartão do quadro é o vermelho: o estoque está desabastecido e é preciso produzir com urgência.

Veja as principais diferenças entre fordismo e toyotismo na tabela a seguir.

Fordismo Toyotismo

Produção em série de um mesmo produto Produção de muitos modelos em pequena quantidade

Grandes estoques de produtos Estoque mínimo, só se produz o que é vendido

Especialização: um homem opera uma máquina Polivalência: um homem opera várias máquinas

Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 9º ano/4º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013.

Quadro para controle da produção

Fluxo de cartões

Estoque

Situação normal

Situação intermediária

Situação crítica

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A organização toyotista do trabalho resultou, por exemplo, na diminuição do tempo de fabricação de um automóvel: eram necessárias 19 horas para produção de um veículo, enquanto, na Europa, a produção ainda demorava 36 horas. Para se ter uma ideia, em 2012, em uma determinada fábrica de automóveis no Brasil, eram produzidos 34 carros por hora.

A lógica do toyotismo não se restringiu apenas à indústria e logo se expandiu também para o setor de serviços. Se a palavra de ordem no fordismo era rigidez (em todos os sentidos: fixação do homem ao posto de trabalho, controle dos tempos e movimentos, estabilidade no emprego), no toyotismo a palavra-chave passa a ser flexibilidade.

Na organização toyotista do trabalho, um operário fica responsável por várias funções ao operar máquinas mais complexas. Com isso, as empresas podem dispensar mais operários, diminuir o custo com trabalhadores e aumentar a margem de lucro, já que um homem exerce a função de vários. Esse modelo contribuiu para o aumento do desemprego no País.

Esse conjunto de mudanças, que nos países desenvolvidos – como Estados Unidos, França, Alemanha e Japão – aconteceu com mais intensidade nos anos 1980, chegou com força ao Brasil na década de 1990. Pelas características históricas do País, que concede amplos benefícios ao capital privado, as mudanças aconteceram de forma mais objetiva para as empresas movidas pela busca da redução de custo e do au-mento da competitividade. A corda rompeu-se do lado dos trabalhadores, que foram demitidos em massa.

Se a ordem era a redução de custos, as empresas adotaram também a terceirização de várias etapas da produção.

Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e

Trabalho: 9º ano/4º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013.

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A terceirização

Outra forma de trabalho na qual os trabalhadores têm perdido seus direitos surgiu há alguns anos e ganhou força especialmente nas últimas décadas. Trata-se da terceirização, na qual o trabalho é for mal, mas há perda significativa de direitos.

Um exemplo são os bancários. Essa categoria profissional, graças a sua organização e à ação dos sindicatos, conquistou direitos que vão além do que consta na Consolida-ção das Leis do Trabalho (CLT). Entre eles, estão: a existência de um piso salarial mínimo da categoria e participar na decisão do valor do vale-refeição e do seguro--saúde. Por essas e outras razões, os bancos, a partir da década de 1990, passaram a terceirizar serviços e, por consequência, demitir bancários.

Você deve estar pensando: Mas alguém vai continuar fazendo o mesmo serviço? Sim, vai. No entanto, as empresas que passam a pres tar serviços aos bancos vão contratar pessoal com salários menores e, como não são bancários, não possuem os mesmos direitos que os demais trabalhadores da categoria conquistaram. Assim, o serviço prestado pode ser mais barato e, com isso, os bancos podem reduzir seus custos.

Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e

Trabalho: 6º ano/1º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2011.

Atividade 10o sistema organizacional do trabalho

Essa atividade traz questões relacionadas ao tema que estamos estudando e que apa-receram em vestibulares ou provas de concurso. Vamos testar seus conhecimentos?

1. O sistema organizacional do trabalho denominado de toyotismo é uma respos-ta à crise do fordismo dos anos [19]70. É correto afirmar que o toyotismo se caracteriza: 

a) pela rigidez na produção, principalmente pela eliminação do desperdício de tempo e movimentos, por meio do trabalho parcelar, padronizado e descontínuo.

b) por ter um trabalhador qualificado e polivalente e pela produção atender às particularidades das demandas.

c) por ter sua origem no modo de organização do trabalho de uma indústria auto-mobilística da China, cujo presidente era Kiichiro Toyoda, daí a derivação da sua denominação.

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d) pela produção em massa, pois o consumo condiciona toda a organização da produção.

e) pela adoção de uma organização produtiva verticalizada, voltada para produzir somente os itens necessários na quantidade necessária, sem gerar estoque, por meio da técnica denominada de kanban, em que o trabalhador desempenha uma única tarefa.

Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Concurso para Assistente Social, 2011. Disponível em: <http://www.copeve.ufal.br/index.php?opcao=concurso&idConcurso=62>.

Acesso em: 20 mar. 2015.

2. O círculo de controle da qualidade tem como característica:

a) ser obrigatória a participação dos colaboradores da linha de produção do princi-pal produto da organização.

b) evitar ações de enaltecimento e motivação para a gestão da qualidade de modo a não ser caracterizado como invasivo no processo produtivo.

c) evitar a participação de detentores de cargos de chefia.

d) limitar o número de seus participantes.

e) não remunerar seus membros.Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Concurso Público Inmetro.

Cespe-UnB, 2010. Disponível em: <http://www.cespe.unb.br/concursos/inmetro2010/arquivos/INMETRO10_010_14.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2015.

3. As expressões fordismo e taylorismo foram empregadas para explicar uma nova forma de organização do trabalho no século XX [20]. Essas expressões têm como significado:

a) valorização do trabalho humano em relação às máquinas, o aumento dos salários e a participação dos operários nos lucros obtidos pelas empresas.

b) a produção seria realizada em pequenos números, o que beneficiaria o consumo das massas de determinados produtos.

c) diminuição da jornada de trabalho e o pagamento de salários compatíveis as horas trabalhadas que suprissem todas as necessidades básicas do operariado, como: lazer, vestimentas, alimentação, saúde, moradia e educação.

d) aumento de produtividade em série, a mecanização de parte das atividades, o controle das atividades dos trabalhadores, a introdução da linha de mon-tagem e de um sistema de recompensas e punições dos operários no interior das fábricas.

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e) substituição das máquinas pelo trabalho maciço dos operários, sem divisões e parcelamentos das tarefas, a produção e o consumo em baixa escala e o supri-mento de todas as necessidades básicas dos operários.

Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), 2012. Disponível em: <http://www2.unicentro.br/vestibular/files/2012/10/provas_20102.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2015.

Atividade 11tirinha em questão

Leia a tirinha a seguir e responda às questões propostas.

1. Qual a crítica feita?

2. Você considera importante conhecer bem sua atividade profissional? Por quê?

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unida d e 2

Reconhecendo meus saberesQuando decidimos aprender algo novo, um passo importante é reconhecer o que já sabemos, ou seja, quais os conhecimentos que já construímos ao longo de nossa trajetória de vida. Nós aprendemos o tempo todo e muitas vezes nem nos damos con-ta do conhecimento que já temos. Para aprender algo novo, sempre acionamos esses conhecimentos anteriores, construídos por meio de nossas experiências de vida. Isso quer dizer que, para adquirirmos novas aprendizagens, lançamos mão do nos-so conhecimento acumulado.

Todas as nossas experiências e saberes são construídos em meio a conquistas e perdas, avanços e retrocessos. Por isso, é comum encontrarmos algumas “pedras” pelo caminho quando estamos aprendendo algo novo. Mas nós aprendemos com elas, não é mesmo?

Atividade 1tudo muda o temPo todo

João Guimarães Rosa (1908-1967), importante escritor brasi-leiro, em seu romance Grande Sertão: Veredas, escreveu:

Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que

as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram termi-

nadas – mas que elas vão sempre mudando.

ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006. p. 23.

© Nonada Cultural Ltda.

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48 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1

1. Você concorda com o que Guimarães Rosa escreveu? Por quê?

2. Você consegue identificar as principais mudanças que já enfrentou em sua vida? Quais foram elas?

Atividade 2tinha uma Pedra no meio do caminho

Mudar não é fácil, toda mudança envolve momentos de insegurança e medo, mas também nos ajuda a crescer e avançar. Leia, a seguir, o poema de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), um dos grandes poetas brasileiros.

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No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

tinha uma pedra

no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento

na vida de minhas retinas tão fatigadas.

Nunca me esquecerei que no meio do caminho

tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho

no meio do caminho tinha uma pedra.ANDRADE, Carlos Drummond de. No meio do caminho. In: ______ . Alguma

poesia. 7. ed. Rio de Janeiro: Record, 2005. p. 47. Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond <http://www.carlosdrummond.com.br>

1. Você já conhecia esse poema?

2. Que sentimentos ele despertou em você? No que ele faz você pensar?

3. Nesse poema, Carlos Drummond de Andrade transforma a pedra no meio do caminho em poesia. Que tal recuperar na memória um pouco de sua história de vida? Organize uma linha do tempo na tabela a seguir, registrando suas principais experiências de vida ao longo dos anos, sejam elas percalços ou conquistas. Liste os fatos marcantes de sua vida.

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50 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1

Ano Fato marcante

Concluí a antiga quarta série

Arrumei meu primeiro emprego

Agora que você já registrou os fatos mais marcantes da sua vida, pense nas suas experiências profissionais. Procure se lembrar de todas elas e registre na tabela a seguir o que precisou fazer nesse(s) trabalho(s), o que você já sabia e o que preci-sou aprender.

Experiências profissionais

O que precisei fazer O que eu já sabia O que precisei

aprender

Atividade 3recordar é viver

1. Pensando nas experiências profissionais que você já teve, quais foram as “pedras no caminho”? Qual experiência você considerou a mais difícil e por quê?

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2. Quais são suas principais qualidades?

3. O que as pessoas dizem quando te elogiam?

4. O que você costuma fazer que todo mundo gosta?

Atividade 4comPartilhando exPeriências

Agora que você já fez um balanço de suas experiências, qualidades e saberes, compartilhe com seu monitor e com seus colegas um pouco da sua trajetória profissional. Assim, as pessoas vão conhecer um pouco mais sobre você e você sobre as pessoas com quem convive neste curso. Conhecer um pouco da histó-ria de vida daqueles com quem convivemos nos aproxima uns dos outros e contribui para o bom convívio.

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Atividade 5interPretando a canção

1. Leia ou, se possível, aprecie a canção a seguir, que foi gravada também pelo grupo Roupa Nova:

O sal da terra

Beto Guedes e Ronaldo Bastos

Anda, quero te dizer nenhum segredo

Falo nesse chão, da nossa casa

Vem que tá na hora de arrumar

Tempo, quero viver mais duzentos anos

Quero não ferir meu semelhante

Nem por isso quero me ferir

Vamos precisar de todo mundo

Pra banir do mundo a opressão

Para construir a vida nova

Vamos precisar de muito amor

A felicidade mora ao lado

E quem não é tolo pode ver

A paz na Terra, amor

O pé na terra

A paz na Terra, amor

O sal da

Terra, és o mais bonito dos planetas

Tão te maltratando por dinheiro

Tu que és a nave nossa irmã

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Canta, leva tua vida em harmonia

E nos alimenta com teus frutos

Tu que és do homem, a maçã

Vamos precisar de todo mundo

Um mais um é sempre mais que dois

Pra melhor juntar as nossas forças

É só repartir melhor o pão

Recriar o paraíso agora

Para merecer quem vem depois

Deixa nascer, o amor

Deixa fluir, o amor

Deixa crescer, o amor

Deixa viver, o amor

O sal da terra© Três Pontas Edições Musicais/Edições Musicais Tapajós Ltda.

2. Você já reparou que nossas experiências e aprendizagens são construídas coleti-vamente também? Sempre aprendemos com aqueles com quem convivemos no trabalho, na escola, em casa. Um dos versos dessa canção diz: “um mais um é sempre mais que dois”. Como você entendeu essa afirmação? Concorda com ela? Escreva a seguir a sua interpretação da música.

3. Pense na ocupação que estamos estudando: Que outros profissionais você acha que atuam junto ao operador de empilhadeira?

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Atividade 6oPerador de emPilhadeira e sua

rotina

1. Você já parou para pensar o que faz um operador de empilhadeira? Em grupo, discutam e escrevam a seguir como imaginam a rotina de trabalho desse profissio-nal. Quais atividades vocês acreditam que ele realiza diariamente?

O que diz o Ministério do Trabalho e Emprego sobre a ocupação de operador de empilhadeira

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) produz um documento conhecido como Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Nesse documento é possível

Você sabia?A descrição de cada ocupação da CBo é feita pelos próprios trabalhado-res. Dessa forma, temos a garantia de que as infor-mações vêm de quem atua no ramo e, portanto, conhece bem a ocupação. Você pode consultar esse documento na íntegra acessando o site da CBO.

Disponível em: <http://www.mtec bo.gov.br>. Acesso em: 20 mar. 2015.

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encontrar a descrição de aproximadamente 2 500 ocu-pações existentes no Brasil, o que o profissional de cada ocupação faz e o grau de escolaridade necessária para exercê-la, bem como onde o profissional pode atuar.

Entre as descrições desse documento, encontramos a de “operador de empilhadeira”. Eles são “operadores de equi-pamentos de movimentação de cargas” e podem ser de-nominados também como:

• motorista de empilhadeira;

• operador de empilhadeira elétrica;

• operador de máquina empilhadeira.

Segundo descrição da CBO, os operadores de empilhadeira:

• preparam a movimentação de carga e a movimentam;

• organizam carga, interpretando simbologia das em-balagens, armazenando de acordo com o prazo de validade do produto, identificando características da carga para transporte e armazenamento e sepa-rando carga não conforme;

• realizam manutenções previstas em equipamentos para movimentação de cargas;

• trabalham seguindo normas de segurança, higiene, qualidade e proteção ao meio ambiente.

Tudo isso você aprenderá ao longo deste curso.

Para cada uma das ocupações, a CBO atribui um códi-go que a classifica. O código referente à ocupação do operador de empilhadeira é 7822-20. Se você for contra-tado para exercer essa ocupação, esse número será assi-nalado em sua carteira de trabalho.

A ocupação de operador de empilhadeira faz parte do grupo de ocupações dos profissionais responsáveis por movimentação de cargas, assim como o operador de do-cagem e o guincheiro (construção civil).

Carga não conforme: Car-gas que foram violadas, so-freram alguma avaria; cargas que tiveram as embalagens abertas indevidamente; ou cargas que apresentam pro-dutos quebrados.

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A CBO descreve essas ocupações da seguinte forma:

Condições gerais de exercício

Atuam nas mais diversas atividades econômicas, entre elas: na extra-

ção mineral, no beneficiamento de pedras, mármores e granitos, na

construção civil, na fabricação de produtos químicos, produtos alimen-

tares e bebidas, produtos de madeira e de metalurgia básica, como

empregados com carteira assinada. O trabalho é presencial, realizado

de forma individual, sob supervisão permanente, em rodízio de turnos

e pode ser em ambiente fechado, a céu aberto ou em veículos. Per-

manecem, durante longos períodos, em posições desconfortáveis,

trabalham sob pressão, o que pode levá-los à situação de estresse, e

estão expostos a materiais tóxicos, ruído intenso e altas ou baixas

temperaturas.

Formação e experiência

Para o exercício dessas ocupações requer-se a quarta série do ensino

fundamental e curso básico de qualificação profissional em torno de

duzentas horas-aula. O pleno desempenho das atividades ocorre com

até um ano de experiência profissional. A(s) ocupação(ões) elencada(s)

nesta família ocupacional demandam formação profissional para efei-

tos do cálculo do número de aprendizes a serem contratados pelos

estabelecimentos, nos termos do artigo 429 da Consolidação das Leis

do Trabalho – CLT, exceto os casos previstos no art. 10 do decreto

5.598/2005.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br>. Acesso em: 20 mar. 2015.

Atividade 7 o que eu Preciso saber

1. Leia, na tabela a seguir, as capacidades necessárias para um operador de empi-lhadeira, de acordo com a CBO. Assinale para cada uma delas se você acredita já tê-la desenvolvido ou se você precisa desenvolvê-la.

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Capacidades exigidas Já desenvolvi Preciso desenvolver

Certificar-se como operador de empilhadeira

Certificar-se para movimentação de cargas especiais

Saber interpretar códigos para movimentação de cargas

Demonstrar confiabilidade no desenvolvimento de seu trabalho

Ter iniciativa

Manter-se atualizado sobre a sua atividade profissional, realizando novas formações

Ter atenção concentrada durante o trabalho

Demonstrar destreza manual

Trabalhar em equipe

Fonte: BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br>. Acesso em: 20 mar. 2015.

Para saber mais sobre o que é preciso para exercer a função de operador de empilhadeira e conhecer alguns dos

principais procedimentos para conduzir esse equipamento, assista

aos vídeos da ocupação. Disponível em: <http://www.viarapida. sp.gov.br>. Acesso em: 20 mar. 2015.

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58 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1

2. De todas as capacidades necessárias, qual você acredita ser a mais difícil de desenvolver? Por quê?

Você sabia que Carlos Drummond de Andrade escreveu um poema em homenagem a João Guimarães Rosa?

Um chamado João

João era fabulista?

fabuloso?

fábula?

Sertão místico disparando

no exílio da linguagem comum?

Projetava na gravatinha

a quinta face das coisas,

inenarrável narrada?

Um estranho chamado João

para disfarçar, para farçar

o que não ousamos compreender?

Tinha pastos, buritis plantados

no apartamento?

no peito?

Vegetal ele era ou passarinho

sob a robusta ossatura com pinta

de boi risonho?

Page 60: Operador de Empilhadeira - Via Rápida

op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 59

Era um teatro

e todos os artistas

no mesmo papel,

ciranda multívoca?

João era tudo?

tudo escondido, florindo

como flor é flor, mesmo não semeada?

Mapa com acidentes

deslizando para fora, falando?

Guardava rios no bolso,

cada qual com a cor de suas águas?

sem misturar, sem conflitar?

E de cada gota redigia

nome, curva, fim,

e no destinado geral

seu fado era saber

para contar sem desnudar

o que não deve ser desnudado

e por isso se veste de véus novos?

Mágico sem apetrechos,

civilmente mágico, apelador

e precípites prodígios acudindo

a chamado geral?

Embaixador do reino

que há por trás dos reinos,

dos poderes, das

supostas fórmulas

de abracadabra, sésamo?

Reino cercado

não de muros, chaves, códigos,

mas o reino-reino?

Por que João sorria

se lhe perguntavam

que mistério é esse?

Page 61: Operador de Empilhadeira - Via Rápida

60 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1

E propondo desenhos figurava

menos a resposta que

outra questão ao perguntante?

Tinha parte com... (não sei

o nome) ou ele mesmo era

a parte de gente

servindo de ponte

entre o sub e o sobre

que se arcabuzeiam

de antes do princípio,

que se entrelaçam

para melhor guerra,

para maior festa?

Ficamos sem saber o que era João

e se João existiu

de se pegar.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Um chamado João. In: ______ . Versiprosa: crônica da vida cotidiana e de algumas miragens.

Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1967. p. 934-5. Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond

<http://www.carlosdrummond.com.br>

Page 62: Operador de Empilhadeira - Via Rápida

op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 61

unida d e 3

O que faz o operador de empilhadeiraNa Unidade 2 você aprendeu o que é a CBO e viu muito do que ela diz sobre a atividade do operador de empilhadeira, certo? Re-veja agora as principais características esperadas desse profissional:

• Formação/qualificação profissional:

– ter habilitação como operador de empilhadeira.

• Atitudes pessoais:

– trabalhar em equipe;

– evidenciar iniciativa;

– trabalhar com atenção concentrada.

• Atitudes profissionais:

– interpretar códigos para a movimentação de cargas;

– demonstrar confiabilidade no desenvolvimento do trabalho;

– participar de treinamentos (capacitação e atualização);

– demonstrar destreza manual;

– dar provas de coordenação motora;

– certificar-se como operador de movimentação de cargas;

– certificar-se para movimentação de cargas especiais.

Atividade 1conhecendo sua atividade

Leia atentamente os anúncios de emprego na página a seguir e, depois, responda às questões propostas.

Page 63: Operador de Empilhadeira - Via Rápida

62 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1

Local de atuação: Santos (SP)Remuneração: R$ 2 210,50Vantagens: Vale alimentação e transporte; convênio médico e odontológicoForma de contração: CLT Jornada: 40 hAtribuições: Operação com a empilhadeira; Separação de produtos; Controle de estoque; Abastecimento de área de vendaExigências: Ensino Médio completo; Certificado de operador de empilhadeira; Carteira Nacional de Habilitação (CNH); Experiência de 2 anos como operador de empilhadeira; Disponibilidade de trabalho em turnosVagas: 02

Local: Ribeirão Preto (SP)Atividades a desenvolver: separação de mercadorias, movimentação de cargas em depósito, reposição de mercadorias e operação da empilhadeiraRequisitos: especialização em operador de empilhadeira, Ensino Médio e CNHOferecem-se vale-transporte, cesta básica e contratação por CLT (efetivo)Salário: R$ 1 550,30 por 40 h01 vaga

Contratação temporária para a cidade de Campinas (SP)

Vantagens: Seguro de vida; vale-transporte; vale-refeição

Salário: R$ 1 789,40por 30 h semanais

Requisitos: Curso de operador de empilhadeira; Ensino Médio

Atribuições: Operar a empilhadeira; Carregar mercadorias; Fazer

conferência de cargas; Etiquetar caixas; Controlar estoques

Local: Bauru (SP)Salário de R$ 1 698,00 mais benefíciosJornada de 40 hRequisitos: Carteira CNH; Curso de operador de empilhadeira; Ensino Médio completo e experiência de 1 ano como operador de empilhadeiraAtividades a desenvolver: Separar mercadorias e operar a empilhadeiraContrato pela CLT

Vaga para operador de empilhadeira

Contrata-seOperador de empilhadeira

Precisa-se de Operador de empilhadeira

Operador de empilhadeira – Precisa-se

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1. O que os anúncios de emprego apresentados têm em comum?

2. Qual o anúncio com menos exigências? Cite-as.

3. E qual o anúncio com mais exigências? Cite-as.

4. Para quais anúncios você estaria qualificado? Qual escolheria? Justifique sua resposta.

5. Agora, discuta suas respostas com seu monitor e com seus colegas.

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64 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1

As características do trabalho segundo a CBO

A CBO publica uma tabela das atividades exercidas em cada conjunto ou família de ocupações. No nosso caso, trata-se da família ocupacional 7822 – Operadores de equipamentos de movimentação de cargas, que inclui as ocupações de guincheiro, operador de docagem e opera-dor de empilhadeira.

O operador de empilhadeira não é responsável apenas pela função de dirigir ou operar a empilhadeira. Sua atividade abrange também a conferência da carga, o car-regamento e o descarregamento para o transporte.

Contudo, antes de o operador conferir e movimentar a carga, outras atividades são necessárias e elas compõem a rotina de trabalho dele. Alguns procedimentos que precisam ser realizados antes e depois da movimentação da carga também são de responsabilidade do operador de empilhadeira.

Atividade 2emPilhando os conhecimentos

1. Observe os itens a seguir e assinale aqueles que você acredita fazerem parte das atribuições específicas de um operador de empilhadeira.

( ) Preparar movimentações de carga.

( ) Controlar operações de transporte.

( ) Organizar ambiente de trabalho.

( ) Coordenar coleta e embarque de carga doméstica.

( ) Realizar manutenções previstas em equipamentos para movimentação de cargas.

Embora a CBO aponte como requisitos mínimos a 4ª série/5º ano

do Ensino Fundamental e o curso básico de qualificação profissional, a maioria das empresas exige Ensino

Médio completo, algumas até Superior incompleto. Além do curso

básico, elas pedem também especialização no tipo de

empilhadeira a ser manuseada.

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2. Agora leia o documento emitido pela CBO e confira suas respostas.

Família Ocupacional: 7822 – Operadores de equipamentos de

movimentação de cargas – Atividades específicas do operador

de empilhadeira (OE)

A – PREPARAR MOVIMENTAÇÕES DE CARGA

A.1 – Interpretar ordens de serviço

A.2 – Inspecionar visualmente a carga e descarga de serviços

A.3 – Conferir conteúdos, peso e volumes de cargas

A.4 – Selecionar equipamentos de movimentação de acordo com a carga

A.5 – Separar acessórios dos equipamentos

A.6 – Prever materiais para o armazenamento (estrato, forração)

A.7 – Programar sequência de movimentação

B – MOVIMENTAR CARGA

B.1 – Utilizar os acessórios do equipamento de movimentação de

acordo com o tipo de carga

B.2 – Conferir prazos de validade

B.3 – Carregar carga conforme programação

B.4 – Carregar o equipamento de acordo com sua capacidade

B.5 – Monitorar condições de funcionamento do equipamento duran-

te a operação

B.6 – Controlar velocidade e sentido de operação de equipamentos

B.7 – Descarregar os itens programados

C – ORGANIZAR AMBIENTE DE TRABALHO

C.1 – Manter o ambiente higienizado

C.2 – Retirar obstáculos do ambiente de trabalho

C.3 – Inspecionar o local de acondicionamento da carga

C.4 – Delimitar área para a movimentação de cargas

C.5 – Identificar carga movimentada

D – ORGANIZAR CARGA

D.1 – Interpretar a simbologia das embalagens

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66 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1

D.2 – Armazenar a carga de acordo com o prazo de

validade do produto

D.3 – Identificar características da carga para o trans-

porte e armazenamento

D.4 – Separar carga não conforme

E – REALIZAR MANUTENÇÕES PREVISTAS EM

EQUIPAMENTOS PARA MOVIMENTAÇÃO DE

CARGAS

E.1 – Consultar instruções dos fabricantes para uso

e conservação de equipamentos

E.2 – Inspecionar itens básicos de funcionamento

dos equipamentos de movimentação de cargas

E.3 – Lubrificar equipamentos

E.4 – Testar funcionamento de equipamentos

E.5 – Identificar disfunções e avarias

E.6 – Ajustar equipamentos

E.7 – Requisitar manutenção

E.8 – Identificar equipamentos em manutenção

F – TRABALHAR COM SEGURANÇA

F.1 – Autoavaliar condições psicofísicas antes da

execução do trabalho

F.2 – Utilizar equipamentos de segurança individual (EPI)

F.3 – Identificar situações inseguras

F.4 – Solicitar adequação do piso para movimentação

com empilhadeira

F.5 – Movimentar carga conforme normas de segu-

rança específicas

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br>.

Acesso em: 20 mar. 2015.

Coletor de dados

Como você pôde constatar pela lista de atividades, o operador de empilhadeira não só é responsável por diri-gir a empilhadeira, mas também possui atribuições que vão além disso. Para dar conta de tantas funções, ele conta com alguns equipamentos facilitadores. Um deles é o coletor de dados, instrumento de trabalho indispen-sável para esse profissional.

Todos nós sabemos o quanto a questão da segurança no trabalho é

importante para o trabalhador e para toda a sociedade, não é mesmo?

No Caderno 2 teremos uma Unidade para tratar com mais

profundidade das questões incluídas no item trabalhar

com segurança.

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O coletor de dados é um aparelho utilizado em diversos segmentos. Por sua versa-tilidade, é utilizado em empresas de fornecimento de energia elétrica, de gás, em bares, restaurantes, empresas farmacêuticas etc. Aliado da organização, necessária a todo profissional, esse equipamento efetua a coleta de informações, auxiliando o operador de empilhadeira a fazer a transferência dos paletes para diversas áreas, separar as cargas e também armazenar todos os produtos que chegam ao local de trabalho, podendo fazer o controle e o recebimento de produtos.

A coleta dos dados é feita por meio da leitura do código de barras ou manual-mente, digitando o número referente ao produto no teclado do aparelho. Todas as informações digitadas são armazenadas na memória do coletor e posterior-mente transmitidas ao terminal de informações, que pode ser um computador ou um microterminal. A transmissão pode ser por meio de cabo, wi-fi, infraver-melho ou bluetooth.

Os códigos de barras vieram para agilizar as transações bancárias, o armazena-mento e a venda de produtos em um supermercado, por exemplo. Sua representação gráfica é uma sequência de barras para leitura feita por equipamentos. Eles estão impressos em embalagens de produtos, em contas de luz e de água, em boletos bancários etc.

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Falando em códigos, você já se deparou com o QR code? Ele é um código bidi-mensional (2D), parecido com um enigma. A maioria dos celulares consegue fazer a leitura dele, desde que possua câmera fotográfica. O conteúdo desses có-digos pode ser o trecho de um texto, um link ou um endereço que redireciona para determinado site.

Atividade 3um Pouco sobre os códigos de barras

1. Você já reparou nos códigos de barras que há nos produtos que usa no dia a dia? Já parou para pensar o que os números que acompanham esse código podem representar? Escreva a sua opinião nas linhas a seguir.

2. Observe a lista de produtos na tabela a seguir. Procure em embalagens de cada um deles o código de barras, conte quantos números há nele e complete a colu-na correspondente.

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Produto Quantidade de números que acompanham o código de barras

Creme dental

Gelatina

Arroz

Refrigerante

Papel higiênico

Códigos de barras – como funcionam?

Pela comparação dos códigos, você pode perceber que, em geral, os códigos de barras vêm acompanhados de um número composto de 13 dígitos que armazenam as informações do produto.

• Os primeiros três dígitos identificam o país em que o produto foi cadastrado, e não onde ele foi fabricado necessariamente (por exemplo, o código de todos os produtos cadastrados no Brasil começa com a sequência 789).

• Os quatro dígitos seguintes referem-se ao fabricante.

• Os próximos cinco dígitos identificam o produto.

• O último é o dígito de controle, também chamado dígito verificador.

Prefixo do país Código do fabricante Código do produto Dígito de controle

XXX FFFF PPPPP D

Por exemplo, veja a composição do código 7897123884012 de determinado produto:

Prefixo do país (Brasil)

Código do fabricante Código do produto Dígito de controle

789 7123 88401 2

O dígito de controle é usado em muitas situações que envolvem algum tipo de identificação. Você pode observá-lo nos números de documentos ou em contas bancárias. Em geral, trata-se do último ou dos dois últimos algarismos escritos após um “tracinho” ou uma barra.

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Além do coletor de dados, o operador de empilhadeira precisa conhecer outros instrumentos de trabalho. Na lista a seguir, publicada pela CBO, as ferramentas que ela considera mais importantes estão assinaladas com asterisco (*).

Recursos de trabalho

* Empilhadeira

* Elevador

* Telefone

* Calibrador

* Jogo de chaves combinadas

Cabo de força

Tifor

* Alongador

* Cabo de aço

Alavanca

Ship-loader (fala-se “chip louder”)

Transtainer (fala-se “transteiner”)

... e transmite as informações para o computador...

CÓDIGO

0214 LEITE 125152 1000ml Fazenda M

0415 CHÁ 548569 600ml Produtor G

0151 AÇÚCAR 515563 1000g

1458 SUCO 478596 500ml Indústria d

6878 SAL 669785 1000g

PRODUTO LOTE QUANT. FABRICAN

... que localiza os dados do produto em um arquivo...

... que são transmitidos para a tela do computador ou para a impressora.

O coletor emite um raio vermelho, que percorre todas as barras e faz a “leitura”

do código de barras...

Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sdecti). Matemática: caderno do estudante. Ensino Fundamental. São Paulo:

Sdecti/SEE, 2014. v. 1.

Agora, vamos ver como é a sistemática do coletor de dados na leitura dos códigos de barras?

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1. Em grupo, façam uma lista de vários lugares onde um operador de empilha-deira pode trabalhar. Depois, comparem sua lista com aquelas feitas pelos demais grupos e contem com a ajuda do monitor para completar a de vocês. Em segui-da, organizem-se para procurar, nos locais listados, operadores de empilhadei-ra que possam ser entrevistados por vocês.

É importante selecionar profissionais que trabalhem em diferentes lugares e com diferentes tipos de empilhadeira, assim todos aprenderão mais sobre essa ocupação. Também é interessante entrevistarem homens e mulheres.

2. O que vocês gostariam de perguntar para esses operadores?

Observem, a seguir, um roteiro para a entrevista, que vocês poderão adaptar. Seu grupo também pode incluir no roteiro outras perguntas. Boa entrevista!

a) Quem é o entrevistado?

* Madal

Portainer (fala-se “portêiner”)

* Paletizadora

EPI [Equipamentos de Proteção Individual] e EPC [Equipamentos de

Proteção Coletiva]

Jacaré

* Rádio de comunicação

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br>. Acesso em: 20 mar. 2015.

Atividade 4estudo do meio

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b) Quantos anos tem? Qual é sua escolaridade? Ainda estuda ou pretende voltar a estudar?

c) Costuma fazer cursos de especialização em sua área?

d) Onde trabalha?

e) Como escolheu essa ocupação?

f) Quais pontos considera positivos e quais considera negativos nessa área de atuação?

g) Que conselhos daria a um operador de empilhadeira que está começando agora?

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Rotinas básicas no setor de movimentação de cargas

É muito comum ouvirmos pessoas reclamando ou falan-do que suas vidas são uma rotina... Que todo dia fazem tudo sempre igual...

Rotina: 1. Caminho utilizado normalmente; itinerário ha-bitual; derrotina. 2. Sequên-cia mais ou menos maquinal de atos e procedimentos habituais […]. 3. Apego a há-bitos tradicionais, aversão ao progresso [...].

© Dicionário Aulete. <www.aulete.com.br>

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Como era a vida na Idade Média

Por mil anos, a Europa dividida em feudos foi controlada pela Igreja

e por nobres. A Idade Média moldou o continente que dominaria o

planeta, mas a vida era dura

Sábado de um típico camponês na França do século 10 começa às 5 da

manhã. Ele, a esposa e os quatro filhos acordam em sua casa de um

único cômodo, comem mingau de pão e dão início à labuta. O pai e os

mais velhos, de 12 e 14 anos, vão para o campo – a colheita de trigo e

cevada está atrasada. A família passou os dois dias anteriores cumprin-

do o trabalho obrigatório nas terras do senhor feudal. Há muito o que

fazer. A mãe e os mais novos, de 6 e 8 anos, vão lidar com a horta e as

galinhas. Todos fazem uma rápida pausa para comer (sempre que pos-

sível, peixe). O batente só termina quando já está escuro. Eles dormem

juntos, sobre um amontoado de palha, iluminados por velas de sebo e

aquecidos por uma pequena fogueira no centro do cômodo. Descansam

felizes. O dia seguinte é o único da semana em que a rotina árdua muda

um pouco: seguem o comando dos sinos e vão à missa. Rezam por

suas almas e são orientados mais a temer o diabo que a adorar a Deus.

Assim viveram, durante dez séculos, 90% dos habitantes do Velho

Continente. [...]

CORDEIRO, Tiago. Como era a vida na Idade Média. Aventuras na História, 1 abr. 2010. Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/

como-era-vida-idade-media-677615.shtml>. Acesso em: 30 mar. 2015.

Durante mil anos, no período conhecido como Idade Média – entre os séculos V (5) e XV (15) –, 90% da população da Europa viveu dessa forma. Homens e mulheres tinham uma vida com características muito parecidas em razão das relações estabe-lecidas em determinado contexto social, político e econômico.

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As ricas horas do duque de Berry é considerado um dos mais finos e luxuosos manuscritos medievais. Seus autores, os três irmãos Limbourg – Paul, Hermann e Jean –, eram artistas flamengos e foram contratados pelo duque de Berry por volta de 1405. Essa iluminura (tipo de ilustração comum na Idade Média) mostra setembro, o período da colheita das uvas ao redor do castelo de Saumur.

Atividade 1a rotina de cada dia...

1. E como é hoje? Pense em você, em seu dia a dia. Escreva nas linhas a seguir, de forma objetiva, como é um dia “normal” em sua vida desde o momento em que acorda até a hora em que vai dormir.

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2. Os poetas, músicos e artistas expressam de diferentes formas seus sentimentos acerca daquilo que se torna repetitivo, rotineiro. Leia, a seguir, duas letras de música sobre o tema.

RotinaClemente e Marcelino

Acorda cedo para ir trabalhar

E o relógio de ponto a lhe observar

No lar esposa e filhos a lhe esperar

Sua cabeça dói, um dia vai estourar

Com essa rotina, rotina

Rotina, rotina

Sua cabeça dói, não consegue pensar

E as quatro paredes a lhe massacrar

Daria tudo pra ver o que acontece lá fora

Mesmo sabendo que não iria suportar

Essa rotina, rotina

Até quando ele vai aguentar?

Até quando ele vai aguentar?

No lar a sua esposa lhe serve o jantar

E os filhos brincam na sala de estar

Levanta da poltrona e liga a TV

Chegou a hora do programa começar

Rotina, rotina

O homem da TV lhe diz o que fazer

Lhe diz do que gostar, lhe diz como viver

Está chegando a hora de se desligar

A sua esposa lhe convida para o prazer

Rotina, rotina

© Warner Chappell Edições Musicais Ltda. Todos os direitos reservados.

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CotidianoChico Buarque

Todo dia ela faz tudo sempre igual

Me sacode às seis horas da manhã

Me sorri um sorriso pontual

E me beija com a boca de hortelã

Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar

E essas coisas que diz toda mulher

Diz que está me esperando pro jantar

E me beija com a boca de café

Todo dia eu só penso em poder parar

Meio dia eu só penso em dizer não

Depois penso na vida pra levar

E me calo com a boca de feijão

Seis da tarde como era de se esperar

Ela pega e me espera no portão

Diz que está muito louca pra beijar

E me beija com a boca de paixão

Toda noite ela diz pra eu não me afastar

Meia-noite ela jura eterno amor

E me aperta pra eu quase sufocar

E me morde com a boca de pavor

Todo dia ela faz tudo sempre igual

Me sacode às seis horas da manhã

Me sorri um sorriso pontual

E me beija com a boca de hortelã

1971 © Marola Edições Musicais

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78 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1

3. Você conhece essas músicas? Se possível, ouça e apre-cie as duas canções.

4. Que sentimento essas músicas lhe transmitem?

5. O que você entende por rotina?

Significado de rotina no trabalho do operador de empilhadeira

Há um “caminho utilizado normalmente; itinerário ha-bitual”, tarefas habituais que devem ser realizadas pelo operador de empilhadeira? Será que é importante existir uma rotina básica nesse tipo de trabalho?

Se considerarmos que a existência de rotinas básicas no ofício de operador de empilhadeira é importante, podemos dizer, então, que é preciso existir uma “sequência mais ou menos maquinal de atos e procedimentos habituais” no trabalho de operador de empilhadeira?

Veja o que diz a educadora Madalena Freire sobre rotina.

Você sabia?Madalena Freire é peda-goga, atua em projetos de formação de professores promovendo reflexões e estudos e é autora de inú-meros livros que abordam temáticas educacionais. Filha do grande educador brasileiro Paulo Freire (1921-1997), é uma das prin-cipais propagadoras da teoria freiriana.

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[...] rotina aqui não é expressão do rotineiro que se arrasta tediosa-

mente. [...] A rotina estrutura o tempo (história), o espaço (geografia)

e as atividades. [...] a rotina é alicerce básico para que o grupo cons-

trua seus vínculos, estruture seus compromissos, cumpra suas tare-

fas, assuma suas responsabilidades [...].

FREIRE, Madalena. Educador, educa a dor. São Paulo: Paz e Terra, 2008. p. 118.

Pois bem, é pensando na perspectiva apontada por Madalena Freire que queremos conversar com você sobre rotinas básicas no setor de movimentação de cargas.

Ainda que as tarefas exercidas pelos operadores de empilhadeiras sejam habituais e exercidas com regularidade, elas não precisam ser alienantes e mecânicas, não acha?

A atenção e o cuidado na realização das tarefas têm estreita ligação com a maior ou a menor consciência da importância e do sentido dessas tarefas durante a sua reali-zação. Ou seja, se o trabalhador sabe o que tem de fazer, sabe por que e para que tem de fazer, quais são os riscos do seu fazer, provavelmente ele terá maiores opor-tunidades de planejar suas tarefas, organizar seu tempo e seus compromissos e cumprir suas atividades de forma mais estruturada e responsável.

Como é um dia na vida de um operador de empilhadeira?

Quando você decidiu fazer este curso no Programa Via Rápida Emprego, já tinha alguma experiência como operador de empilhadeira? Em caso negativo, fazia alguma ideia das atividades desenvolvidas por um operador de empilha-deira? Bom, de qualquer forma, a essa altura do curso, com certeza você já tem algumas noções.

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Atividade 2rotina do oPerador de emPilhadeira

1. Escreva algumas das atividades que você imagina ou que já sabe serem específi-cas da função do operador de empilhadeira.

2. Leia a entrevista do Rodrigo, que trabalha como operador de empilhadeira.

Entrevistador: Qual seu nome?

Rodrigo: Rodrigo Lopes da Silva.

E.: Há quanto tempo, Rodrigo, você trabalha como operador de empilhadeira?

R.: Há dois anos.

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E.: Como você começou? O que fazia antes?

R.: Eu comecei na área de expedição e carregamento, daí surgiu a oportunidade de fazer o curso, eu aceitei. Depois surgiu a vaga, me ofereceram e eu aceitei.

E.: E como é a sua rotina de trabalho aqui? Como são seus dias?

R.: Eu entro às seis da manhã e saio às três da tarde. Em minha rotina eu armaze-no os paletes, faço transferência e remanejamento dos produtos. Em geral é isso.

E.: No começo foi difícil o trabalho com a empilhadeira? Como foi?

R.: Eu posso falar que eu aprendi rápido, não tive muita dificuldade não, mas é na prática mesmo que você pega o jeito. E eu gosto.

E.: E você está fazendo outro curso agora?

R.: Sim, técnico em logística.

E.: Quando você vai começar a trabalhar, logo cedo, o que você faz quando chega?

R.: Logo de manhã, a partir do momento que você chega na empilhadeira, você liga a empilhadeira e confere antes se está tudo ok, o freio, os pneus, a aceleração, você ergue o garfo, ergue a torre, vê se não está vazando óleo, se não tem vazamen-to para não ocorrer nenhum acidente, não é? Então a gente marca tudo em um checklist (fala-se “tchéklist”), para ver se confere. Se tiver algum problema a gente dá a descrição do defeito, para que seja passado para manutenção.

E.: E no final do dia, antes de encerrar o seu dia de trabalho, qual é o proce-dimento?

R.: Você só confere se está tudo certo, porque o próximo operador de empilhadeira que for entrar fará de novo o checklist que eu fiz de manhã.

E.: Qual a velocidade que a empilhadeira pode atingir?

R.: A velocidade máxima é de 12,8 km/h, é o máximo que você pode atingir. Mas a gente nem chega nessa velocidade.

E.: E o coletor de dados, como funciona?

R.: O coletor de dados a gente usa para fazer a transferência dos paletes para as áreas de picking (fala-se “piquin”), para separar as cargas, e você também armazena todos os produtos que chegam. Quando chegam, você lê a etiqueta deles, digita o endereço, digita a etiqueta... é tudo informatizado.

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3. Agora responda: Quais as atividades desenvolvidas pelo Rodrigo na função de operador de empilhadeira?

4. Compare as atividades que você escreveu no exercício 1 com aquelas que você identificou na entrevista do Rodrigo e escreveu no exercício 3. Você descobriu alguma atividade nova realizada pelo operador de empilhadeira?

5. Retome a entrevista e responda:

a) Como Rodrigo afirma que aprendeu a operar a empilhadeira?

b) Rodrigo continua estudando e está fazendo um curso de técnico em logística. Você pretende continuar estudando depois de concluir este curso profissionali-zante de operador de empilhadeira? Que curso pretende fazer?

c) Ao chegar ao trabalho, qual é a primeira atividade realizada pelo Rodrigo? E qual seria a importância dessa atividade?

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6. Localize e grife na entrevista as partes da empilhadeira citadas pelo Rodrigo durante a conferência que ele realiza diariamente. Depois, localize algumas dessas partes na imagem a seguir.

Operadores de empilhadeira e suas atividades

Segundo a CBO, as funções do operador de empilhadeira compreendem seis áreas de atividades:

• preparar movimentações de carga;

• movimentar carga;

• organizar ambiente de trabalho;

• organizar carga;

• realizar manutenções previstas em equipamentos para movimentação de cargas;

• trabalhar com segurança.

Conforme aprendemos na Unidade 3, a própria CBO detalha cada uma dessas áreas com tarefas bem específicas.

Para realizar essas tarefas de maneira consciente, é fundamental que o operador de empilhadeira conheça bem sua ordem de serviço e saiba interpretar corretamente os símbolos estampados nas embalagens.

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Ordens de serviço

Veja o que diz a Norma Regulamentadora 1 (NR 1) sobre ordens de serviço:

1.7 Cabe ao empregador: [...]

b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e saú-

de no trabalho, dando ciência aos empregados por

comunicados, cartazes ou meios eletrônicos; [...]

1.8 Cabe ao empregado: [...]

a) cumprir as disposições legais e regulamentares

sobre segurança e saúde do trabalho, inclusive as

ordens de serviço expedidas pelo empregador [...].

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora no 1. Disposições gerais. Disponível

em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEF0F78

10232C/nr_01_at.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2015.

A ordem de serviço tem a função de informar o funcio-nário sobre segurança, saúde, prevenção, cuidados e ris-cos do ambiente de trabalho.

É preciso muita atenção e cuidado por parte do funcio-nário, pois, a partir do momento em que toma ciência assinando esse documento, não pode alegar desconheci-mento das orientações e riscos da atividade exercida pelo operador de empilhadeira.

O empregador pode ser multado pela falta de ordem de serviço na empresa. Por outro lado, cumprir as normas de segurança do trabalho e as ordens de serviço é dever do funcionário.

Dada a importância desse documento, o funcionário deve estar bem esclarecido antes de assiná-lo.

As Normas Regulamentadoras (NR) são normas elaboradas pelo

Ministério do Trabalho e Emprego. Foram criadas e devem ser

observadas a fim de promover saúde e segurança do trabalho nas

empresas. Todas as empresas ou instituições que admitem

empregados regidos pela CLT devem obrigatoriamente observar

o disposto nas NR.

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Para cada ocupação é criada uma ordem de serviço, pois cada uma tem seu risco específico. Mesmo as pessoas que trabalham no mesmo ambiente podem estar expostas a riscos distintos por realizarem atividades de trabalho e movimentos diferentes. Por isso, cada função deve ter sua ordem de serviço específica.

Os itens presentes em uma ordem de serviço são:

• atividades desenvolvidas;• risco da operação;• EPI recomendados;• medidas preventivas;• treinamento(s) necessário(s);• procedimento em caso de acidente de trabalho;• caracterização da exposição;• termo de responsabilidade.

Símbolos em toda parte

O grande filósofo grego Aristóteles, que viveu no século IV (4) a.C. (antes de Cristo), já dizia que não se pensa sem imagens. Todos nós, ao ouvirmos uma palavra, já imaginamos algo.

Faça esta experiência com o colega ao lado: diga a ele uma palavra qualquer, pode ser, por exemplo, “flor”. En-tão, peça a ele que lhe diga o que ele pensou ao ouvi-la. Se possível, ele pode desenhar e lhe mostrar o desenho depois.

O nosso mundo é repleto de símbolos que acabam por se constituir em uma forma de comunicação que pre-cisa ser compreendida para que as pessoas possam se entender e entender “o mundo” com mais facilidade e clareza. Basta andar algumas quadras pelas ruas da ci-dade que já encontraremos uma porção de símbolos: placas de trânsito, letras, imagens referentes a determi-nadas marcas de produtos etc., não é mesmo?

Você sabia?A palavra símbolo tem origem grega (sýmbolon) e designa um tipo de signo em que a realidade concre-ta representa algo abstrato (como no caso da cruz que representa o Cristianismo).

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86 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1

No caso do operador de empilhadeira, quando ele vai organizar a carga que será transportada ou movimentada, a simbologia que consta das embalagens ajuda a orientá-lo quanto ao tipo de produto, a sua resistência, o seu estado físico, as con-dições de armazenamento e até mesmo a maneira de manusear a embalagem. Veja quais são os símbolos que podem estar nas embalagens e que você precisa conhecer para poder interpretá-los.

Símbolo Significado

Vazio

Substância oxidante e peróxido orgânico

Substância radioativa

Gás comprimido

5.25.1OXIDANTE

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Símbolo Significado

Não agitar, frágil

Face superior nessa direção

Proteger contra a umidade

Substância corrosiva

Proteger contra o calor

Ilust

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es: D

anie

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88 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1

Símbolo Significado

Animais vivos

Empilhamento máximo

Substância ou material magnetizante

Substância inflamável

Substância tóxica ou venenosa

N

S

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Ilust

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op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e 89

Símbolo Significado

Substância infectante

Frágil

Proibido usar gancho ou furar

Içamento

Centro de gravidade

Ilust

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90 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1

Símbolo Significado

Substância explosiva

Proteger contra a luz

Mercadoria perecível

Usar garras pneumáticas

Diagrama de Hommel ou Diamante do perigo

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O Diagrama de Hommel não é um símbolo obrigatório, mas é muito utilizado no mundo inteiro. Embora não informe a substância, mostra os riscos envolvidos em seu manuseio de acordo com cores, números e siglas. Os números ou siglas regis-trados em cada cor especifica um tipo de risco.

• Azul – riscos à saúde:

– 4 = produto letal;

– 3 = produto altamente perigoso;

– 2 = produto moderadamente perigoso;

– 1 = produto levemente perigoso;

– 0 = produto não perigoso ou de risco mínimo.

• Vermelho – inflamabilidade (pontos de fulgor):

– 4 = abaixo de 22,7 °C;

– 3 = abaixo de 37,7 °C;

– 2 = abaixo de 93,3 °C;

– 1 = acima de 93,3 °C;

– 0 = não inflamável.

• Amarelo – reatividade:

– 4 = pode explodir;

– 3 = pode explodir com aquecimento ou choque;

– 2 = reação química violenta;

– 1 = instável se aquecido;

– 0 = estável.

• Branco – riscos específicos:

– OXY = oxidante;

– ACID = ácido;

– ALK = alcalino;

– COR = corrosivo;

– W = evite o uso de água;

– ☢ = radioativo.

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92 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1

Atividade 3retomando as tarefas de um oPerador de emPilhadeira

Reúna-se com três colegas para trocar ideias e conversar sobre as áreas de atividades e as tarefas descritas na CBO que o operador de empilhadeira deve realizar.

A seguir, você encontrará uma lista com as áreas de atividades representadas por cores e também um quadro com as tarefas previstas para o operador de empilha-deira. Estabeleçam a correspondência correta entre as áreas de atividades (cores) e cada item do quadro, pintando cada tarefa com uma cor.

Preparar movimentações de carga

Movimentar carga

Realizar manutenções previstas em equipamentos para movimentação de cargas

Organizar ambiente de trabalho

Organizar carga

Trabalhar com segurança

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Interpretar ordens de serviço Inspecionar visualmente a carga e descarga de serviços

Conferir conteúdos, peso e volumes de cargas

Selecionar equipamentos de movimentação de acordo com a carga

Controlar velocidade e sentido de operação de equipamentos

Prever materiais para o armazenamento (estrato, forração)

Separar carga não conforme Lubrificar equipamentos Conferir prazos de validade

Carregar carga conforme programação

Carregar o equipamento de acordo com sua capacidade

Monitorar condições de funcionamento do equipamento durante a operação

Programar sequência de movimentação

Descarregar os itens programados

Manter o ambiente higienizado

Retirar obstáculos do ambiente de trabalho

Inspecionar o local de acondicionamento da carga

Delimitar área para a movimentação de cargas

Identificar carga movimentada Interpretar a simbologia das embalagens

Identificar equipamentos em manutenção

Identificar características da carga para o transporte e armazenamento

Movimentar carga conforme normas de segurança específicas

Armazenar a carga de acordo com o prazo de validade do produto

Inspecionar itens básicos de funcionamento dos equipamentos de movimentação de cargas

Utilizar os acessórios do equipamento de movimentação de acordo com o tipo de carga

Consultar instruções dos fabricantes para uso e conservação de equipamentos

Testar funcionamento de equipamentos Identificar disfunções e avarias Ajustar equipamentos

Requisitar manutençãoSolicitar adequação do piso para movimentação com empilhadeira

Autoavaliar condições psicofísicas antes da execução do trabalho

Utilizar equipamentos de segurança individual (EPI) Identificar situações inseguras Separar acessórios dos

equipamentos

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94 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1

Momentos de lazer

Começamos esta Unidade falando sobre o cotidiano, sobre a rotina, não foi?

Pois bem, gostaríamos de convidá-lo a uma última reflexão antes de terminarmos a Unidade: Que lugar ocupa o lazer no seu cotidiano? Quando perguntamos a você, no início, como são os seus dias, as atividades relacionadas ao lazer foram citadas? Que papel tem o lazer na sua rotina e de sua família? Que problemas ou dificulda-des você e sua família encontram para usufruir de momentos de lazer?

Essa é uma questão tão importante que está prevista na Constituição Federal da República Federativa do Brasil, em seu artigo 6o:

Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o

trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a pro-

teção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na

forma desta Constituição.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas Emendas

Constitucionais. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 20 mar. 2015.

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unida d e 5

A empilhadeira – modelos e componentes

A empilhadeira

Para exercer bem seu ofício, todo profissional precisa co-nhecer seus instrumentos de trabalho.

Um cozinheiro precisa aprender a utilizar o forno, o fogão, a batedeira, reconhecer as unidades de medidas para produzir as receitas e também conhecer os alimentos que vai preparar.

Um pedreiro precisa aprender a usar as suas ferramentas de trabalho como o esquadro, o nível, a desempenadeira, a pá, a furadeira etc.

Da mesma forma, um operador de empilhadeira precisa conhecer os diferentes tipos de empilhadeira e suas carac-terísticas.

A empilhadeira é um meio de transporte e de movimen-tação de cargas utilizado em armazéns, portos, depósitos, atacadistas, supermercados, indústrias etc.

Atividade 1acionando conhecimentos

Empilhadeira: Máquina au-tomotora usada para empilhar e arrumar carga ou mercado-rias em depósitos, armazéns, fábricas, portos etc.

© Dicionário Aulete. <www.aulete.com.br>

Você sabia?Em espanhol, as empi-lhadeiras são denomina-das montacargas, em inglês, forklift truck (fala--se “fork lifit trâk”). Em grupo, façam um levantamento dos tipos de empi-

lhadeira que vocês conhecem e dos lugares onde já viram uma empilhadeira sendo utilizada.

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96 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1

Registrem seus conhecimentos nas linhas a seguir. Depois apresentem a lista de seu grupo para os demais colegas e para o monitor.

Atividade 2Pesquisando a invenção da emPilhadeira

Em grupo e com o apoio do monitor, pesquisem na internet sobre a invenção da empilhadeira. Depois, organizem um resumo das informações a respeito dessa in-venção, revisem esse texto e o exponham para os colegas. Isso pode ser feito em um mural, em um blog ou ainda nos jornais da escola. Assim outras pessoas também ficarão sabendo sobre essa invenção. Boa pesquisa!

Como fazer um resumo

Para produzir um resumo, você deverá planejar o que vai escrever: faça uma lista com as principais ideias encontradas na pesquisa sobre a invenção da empilhadeira. Provavelmente, você encontrará na internet diferentes fontes com a mesma informação. Converse com seu monitor e utilize as fontes mais confiá-veis, de preferência sites institucionais. Depois, entre todas as informações que encontrou, selecione aquelas que utilizará.

Após a seleção dos textos, inicie a leitura realizando grifos e anotações nos trechos mais relevantes. Lembre--se de que um bom texto apresenta, logo no primeiro parágrafo, a ideia principal que quer discutir e o as-sunto do qual vai tratar. Na sequência, você desenvolverá o assunto apresentando o que você entendeu sobre o conteúdo. Você pode usar exemplos ou comparar informações. Para concluir, você deverá retomar a ideia principal – apresentada na introdução – e também seus argumentos – que foram discutidos no desenvolvimento do texto –, confirmando ou não a ideia inicial. Essa parte do texto pode ser realizada no parágrafo final.

Depois de pronto, leia o que escreveu e, se possível, peça para alguém que você conhece ler o texto. Pergunte para essa pessoa: É possível compreender as ideias resumidas?

Procure perceber o que está claro e compreensível para o leitor e o que pode ser melhorado. Esse é o momento de corrigir a ortografia das palavras, substituir uma palavra por outra, modificar a ordem dos parágrafos, cortar frases e confirmar se o que está escrito é mesmo o que você queria dizer.

Muito bem, depois de realizar essas etapas, é o momento de passar o seu resumo a limpo.

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As empilhadeiras e seus avanços

Desde sua invenção, as empilhadeiras vêm sendo aprimoradas para cada tipo de necessidade, mas suas características gerais não mudaram muito.

Com o passar do tempo, a utilização das empilhadeiras se expandiu para além do setor industrial e, hoje, elas podem ser encontradas no comércio, por exemplo, nos grandes atacadistas, na construção civil, nos portos, na área de transportes, entre outros.

Basicamente, esse equipamento constitui-se de tração, torre de elevação e garfos. A força que o move pode ser produzida por um motor ou pela força humana. Ob-serve os exemplos a seguir:

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Motor que faz a tração

Torre de elevação

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Força motrizTorre de elevação

Força motriz da empilhadeira: motor.

Empilhadeira com força motriz humana.

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Atividade 3Pesquisando emPilhadeiras

Em grupo, pesquisem na internet quais são as formas de alimentação das empilha-deiras existentes no mercado e onde cada tipo é utilizado. Depois, organizem uma lista com as informações encontradas. Comparem a lista de seu grupo com as dos demais e compartilhem suas descobertas.

As diferentes empilhadeiras e suas partes

Agora, trataremos de diferentes tipos de empilhadeira e também das partes que as constituem.

Para começar, observe que as empilhadeiras são diferenciadas por suas característi-cas. Quanto ao seu abastecimento, elas podem ser:

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• Empilhadeiras manuais: são movidas basicamente a partir da força humana, ou seja, o movimento é feito por força braçal do operador. Por causa da existência de roldanas, esse tipo de empilhadeira pode elevar grandes cargas, pois potencializa a força humana empregada, diminuindo o esforço do operador.

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• Empilhadeiras elétricas: são movidas por meio de energia elétrica de bateria, por isso, uma de suas características é o fato de ser silenciosa. São indicadas para locais fechados, protegidos da chuva, como galpões, depósitos e câmaras frigorí-ficas. É bastante versátil e não causa poluição, por isso é bastante utilizada nos ramos alimentício e farmacêutico.

• Empilhadeiras a combustão: são movidas a gasolina, a diesel, a álcool ou a gás. Entre as empilhadeiras que utilizam esses combustíveis, a movida a gás é a que menos polui o ambiente. Elas são utilizadas mais habitualmente em locais aber-tos, tais como pátios externos, portos etc., por causa dos gases liberados durante o seu funcionamento.

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Você sabe o que é um oxicatalisador?

Observe a imagem a seguir.

Trata-se de um oxicatalisador, uma peça que pode ser acoplada no escapa-mento da empilhadeira a diesel, a gasolina, a álcool ou a gás, com a função de depurar os gases emitidos pelo motor da empilhadeira. Esse equipamento é recomendado para empilhadeiras utilizadas em ambientes fechados ou semi-fechados para redução dos gases tóxicos e dos odores provenientes da queima incompleta do combustível.

Conhecendo os sistemas de transmissão das empilhadeiras

Os sistemas de transmissão diferem de uma empilhadeira para outra. Veja:

• empilhadeira com mecânica normal: dotada de câmbio com conversor de torque com quatro velocidades; caso seja adicionado fluido, as operações são fa-cilitadas e a quantidade de mudança de marchas é reduzida;

• empilhadeira com hidramática normal ou automática: tem câmbio hidramá-tico e o controle é realizado por meio de alavanca ou pedal, o que possibilita so-mente duas posições de sentido – frente e ré.

Dicionário da empilhadeira

Conhecer cada componente de uma empilhadeira está entre os saberes que todo operador desse equipamento precisa ter, pois esse conhecimento favorecerá tanto a condução quanto a manutenção da empilhadeira.

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Alavanca de câmbio

Mecanismo utilizado na alteração da velocidade e direção da empilhadeira (frente e ré). A função principal do câmbio é determinar a força que o motor oferece à empilhadeira, de acordo com a intensidade com que o operador pressiona o pedal. As possibilidades de condução da alavanca estão afixadas no veículo.

Alavanca de freio de estacionamento

Instrumento acionado ao parar e estacionar a empilhadeira, bem como no caso de falha ocasional no pedal do freio. Pode ser comparado ao freio de mão dos automó-veis, por exemplo.

Alavancas de comando da torre ou coluna

As manobras de inclinação e de elevação da torre são efetuadas por meio de alavan-cas. Essas alavancas conduzem os cilindros que efetuam os movimentos de levantar e de inclinar.

Algumas empilhadeiras possuem outras minialavancas eletrônicas, que possibilitam que a torre fique estagnada por algum tempo até que o movimento seja retomado.

LanternaProtetordo operador

Eixo de tração Eixo direcional

Chassi

Volante

Cilindrode gás

Contrapeso

Compartimento do motor

Torre

Garfo/lança

Protetor de carga

Composição de uma empilhadeira.

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Bateria

As baterias de tração podem ser de chumbo ou de gel. Elas são diferentes, por isso cada uma deve ser utilizada adequadamente, considerando os dispositivos de cargas apropriados.

Adição da água destilada na bateria

Durante a carga, a bateria libera os gases hidrogênio e oxigênio, ou seja, perde apenas água. Por isso, para manter a bateria em funcionamento, é preciso adicionar água destilada ou deionizada.

Isso deve ser feito com o carregador ligado à bateria e com pelo menos 90% de carga, no caso de uso dos sistemas de rolhas flip top (fala-se “flip tóp”) ou aquamatic (fala-se “aquamérik”).

Controle de operação da bateria

Alguns cuidados são necessários para que se preserve a “vida” das baterias. Por isso, é importante fazer o controle de uso. Para esse controle, toma-se como re-ferência o período de utilização do veículo. Normalmente, um turno de trabalho tem duração de seis a oito horas, portanto, a bateria será recarregada ao fim desse período e, mesmo que não tenha sido utilizada na sua totalidade, deve-se fazer uma nova recarga.

É importante observar também que não se pode guardar a bateria descarregada (para que as placas que a compõem não sejam danificadas), nem fazer cargas incompletas ou sobrecargas (que podem causar envelhecimento precoce).

Limpeza externa da bateria

É importante manter a parte externa da bateria sempre limpa, seca e sem resíduo de ácido sulfúrico (eletrólito). Para tanto, a limpeza pode ser feita com um pano umedecido em solução de bicarbonato de sódio diluído em água potável. Finaliza-do o processo de limpeza, deve-se secar a bateria com um pano seco, próprio para a secagem desse equipamento.

Repouso da bateria após a carga

Quando o período de carga da bateria se esgotar, ela deverá permanecer por no mínimo quatro horas em repouso. Esse procedimento é adotado para que o eletró-lito se homogenize, impedindo que a temperatura aumente durante as operações de carga e de descarga da bateria.

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Bateria tracionária

Seu papel é reunir a energia necessária para o funcionamento da empilhadeira.

Caixa de mudanças

Agrupa as engrenagens utilizadas na alteração de velocidade e no sentido de direção da empilhadeira. Além disso, por meio desse instrumento, é possível alterar a velo-cidade e a direção.

Carregadores de bateria

Os carregadores de bateria são responsáveis por mantê-las com a carga necessária. Portanto, eles devem estar sempre regulados.

Para isso, é de suma importância verificar com frequência as condições de funcio-namento dos carregadores, pois qualquer inadequação poderá reduzir o tempo de vida útil da bateria.

Chassi

Também chamado de carcaça, é o “esqueleto” da empilhadeira. Geralmente é constituído de ferro fundido. Funciona como proteção aos outros elementos, assim como contrapeso para a carga.

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Conector de bateria

Liga a empilhadeira na bateria.

Console de controle

Nele estão reunidos todos os comandos que servem para determinar o sentido de direção do veículo e também o direcionamento tanto das torres quanto dos garfos da empilhadeira.

Contrapeso ou lastro

Compõe a própria estrutura da empilhadeira. Posto na traseira, auxilia no equilíbrio, principalmente quando o equipamento está carregado, evitando seu tombamento.

Filtro de ar

Esse equipamento é responsável por filtrar o ar usado pelo motor ao entrar em funcionamento.

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Garfos ou lanças e clamps

São equipamentos empregados no carregamento, transporte e empilhamento de materiais ou produtos. Podem ser movimentados nos sentidos horizontal e vertical. Os garfos (que são o conjunto das lanças) e as clamps (fala-se “clémps” – significa braçadeiras) são movimentados por meio de controles localizados no painel da empilhadeira.

Clamps (braçadeiras).

Clamps

Garfos e lanças.

Podemos aumentar o tamanho dos garfos da empilhadeira. Isso mesmo! Com alongadores de garfos (também chamados garfos telescópicos ou luvas de prolongamento). Esses acessórios, quando acoplados às lanças já existentes, permitem seu alongamento a fim de manusear cargas compridas ou que estejam mais afastadas. É necessária muita cautela ao utilizá-los, pois existe um modelo específico para cada empilhadeira. Portanto, é imprescindível considerar o modelo da empilhadeira, o comprimento do garfo existente e o peso da carga a ser transportada. Se esses cuidados não forem considerados, a segurança do operador e da carga pode ser comprometida.

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Motor

É a força que move a empilhadeira e seus componentes (bombas hidráulicas e o câmbio mecânico ou automático). Existem três tipos de motor utilizados em empi-lhadeiras.

• Motor de combustão interna com ignição por fagulha: com kits de ignição e carburação ou injeção eletrônica que provocam faíscas. Esses motores podem utilizar gasolina, gás ou álcool como combustível.

• Motor de combustão interna com ignição por compressão: o motor é a diesel, a ignição é por pressão provocada pela bomba injetora e bicos de injeção.

• Motor elétrico: o sistema de funcionamento é elétrico e mantido por bateria.

Painel de instrumentos

O painel de instrumentos indica as condições de funcionamento de alguns elemen-tos essenciais da empilhadeira, tais como luzes indicadoras de temperatura alta, pressão do óleo, problemas nos freios, horímetro, carga de bateria, combustível, fluidos dos freios etc. Caso o operador perceba algum problema com o painel de instrumentos, ele deverá, primeiro, desligar o veículo e, depois, verificar quais são as providências necessárias para sanar o problema.

Luz indicadoratemperatura do óleo

de transmissão

Luz de alerta pressão do óleo

do motor

Luz de alerta falha no carregamento

da bateria

Luz de alerta falha no sistema

Luz indicadora pré-aquecimento

(ativa somente em empilhadeira a diesel)

Luz indicadora controle do motor

Luz de alertafalha na colocação do cinto de segurança

Luz de alertafalha no freio de estacionamento

Marcador de combustível

Temperatura do líquido do sistema de arrefecimento

Display de LCD

Luz do estroboscópio

(giroflex)

Botões de funções para o display de LCD

permitem exibição do modelo da máquina, data, horas trabalhadas, status,

funções e erros, entre outros

Luzes indicativasfaróis dianteiro

e traseiro

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Pedais

A empilhadeira possui pedais, localizados sobre o assoalho, conforme você pode observar nas imagens a seguir. Em alguns tipos de empilhadeiras, são eles: acelera-dor, freio e pedal de aproximação, este último também chamado pedal de avanço (inching – fala-se “íntchin”). É importante observar que o conjunto de pedais de-pende do modelo de cada empilhadeira.

Os pedais são utilizados para movimentar a empilhadeira, mudar de marcha, efe-tuar a aproximação da carga com segurança, diminuir a velocidade ou parar o equipamento. Não há pedal de aproximação nas empilhadeiras elétricas.

Pedal de velocidadee direção: para trás

Pedal de velocidadee direção: para frente

Freio

Acelerador

Neutralizador de torque (embreagem)

Freio deestacionamento

Freio de pé

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108 Arco Ocupacional Tr a n s p o rT e op e R a d o R d e em p i l h a d e i R a 1

As empilhadeiras elétricas possuem um dispositivo de segurança para os pés do operador. É o pedal de segurança, também chamado de homem morto. Esse recurso permite o movimento da máquina. Ob-serve as imagens a seguir. Na imagem da esquerda, podemos ver um botão na cor vermelha. Caso o operador não pressione esse dispositivo com o pé esquerdo, a empilhadeira não se movimenta. Na ima-gem da direita, esse dispositivo é o pedal maior à esquerda. Existem ainda modelos de empilhadeira que não possuem o pedal, mas, por segurança, é necessário permanecer com os pés nos pedais laterais ao mesmo tempo. Essa medida existe para que o operador mantenha seu pé esquerdo em segurança, pois do lado esquerdo da empilhadeira não há proteções e, sem esse dispositivo, o operador poderia ficar com o pé esquerdo para fora do veículo, correndo risco de acidente.

Placa de identificação

Nessa placa você encontrará data de fabricação, número do modelo, classe, código, capacidade de levantamento, modelo de motor, configuração e peso bruto do veí-culo, assim como a especificação do centro de carga e a carga suportada, dos quais falaremos adiante.

Pneus

Eles possibilitam os movimentos da empilhadeira, garantindo melhor desempenho e estabilidade durante os deslocamentos. É importante que o pneu seja adequado para cada tipo de empilhadeira e para o piso do local onde ela será utilizada, pois a escolha incorreta dos pneus pode diminuir sua vida útil. Existem hoje no mer-cado três tipos de pneu para empilhadeira: pneumático, de borracha maciça e de poliuretano.

As principais características dos pneus pneumáticos são a durabilidade e a resistência, o que favorece o deslocamento da empilhadeira em pisos abrasivos. Esses pneus são feitos de borracha densa e possuem também câmaras de ar em seu interior.

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Já os pneus de borracha maciça, também chamados de pneus sólidos, se constituem apenas de borracha e por isso têm longa durabilidade, bem maior do que aqueles que possuem câmaras de ar.

O pneu de poliuretano é de fácil colocação, pois basta ser comprimido contra a roda. Esse tipo de pneu é indicado para uso em áreas internas, já que não apresen-ta boa performance em terrenos irregulares.

Pneu pneumático. Pneu de borracha maciça. Pneu de poliuretano.

Roda de tração

Garante o movimento, a frenagem e também o direcionamento do veículo.

Roda-livre

Rodagem que auxilia no apoio e no equilíbrio da empilhadeira.

Sapata de suporte

É a base de apoio para a empilhadeira.

Sistema elétrico

É constituído por: motor de partida, bateria, velas, gerador, instrumentos do painel de controle, lâmpadas, motor elétrico, alternador e distribuidor, entre outros. É um dos elementos mais importantes para a empilhadeira, pois, além de possibilitar seu funcionamento inicial por meio da partida, é responsável por todo o seu funciona-mento em trânsito e pelas informações destinadas aos operadores.

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Sistema hidráulico

É a pressão do óleo hidráulico que movimenta os cilindros de elevação e de inclinação da empilhadeira ao movimen-tar uma carga. O sistema hidráulico é constituído de óleo, bombas, comandos, caixa de direção, válvulas de controle, cilindros, filtro etc.

Torre de elevação ou coluna

Torre de elevação, também conhecida por coluna, é o componente presente na empilhadeira que permite a mo-vimentação de materiais na posição vertical. Essa torre apresenta ainda movimentos para frente ou para trás.

O sistema hidráulico é responsável por grande parte do

funcionamento das empilhadeiras. Nos veículos mais modernos, cerca de 70% do seu funcionamento está totalmente ligado a esse sistema.

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Volante de direção

Usado para realizar manobras e dominar a direção do veículo para esquerda ou para direita.

Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso para operador de transporte de cargas.

Brasília: Sest/Senat, 2011.

Horímetro – um indicador importante na empilhadeira

O horímetro é um instrumento que marca a quantidade de horas de funcionamen-to da empilhadeira. Sua marcação é cumulativa e assemelha-se ao marcador de quilometragem de um automóvel. No primeiro dia de uso, o horímetro da empi-lhadeira está zerado. Ao final desse primeiro dia, se a máquina for utilizada por oito horas, esse será o saldo de horas que o horímetro vai acumular. Suponhamos que no dia seguinte a empilhadeira seja utilizada por mais 12 horas, então, o horímetro terá um saldo acumulado de 20 horas e assim sucessivamente.

Para ler corretamente o horímetro, precisamos saber que o último dígito funciona como uma casa decimal. No caso do horímetro digital, essa casa é sinalizada com um ponto.

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Por exemplo, se o horímetro marcar 8 053.5, ele deve ser lido assim: oito mil e cinquenta e três horas e trinta minutos. Observe que o número 5 após o ponto corresponde à meia hora, ou seja, 30 minutos.

Para entender melhor essa correspondência, precisamos saber a quantos minutos corresponde o último dígito. Veja:

• 1 hora = 60 minutos;

• pode haver até dez algarismos diferentes como último dígito (de 0 até 9);

• então, cada algarismo no último dígito equivale a 60 10 = 6 minutos, ou seja, cada vez que ele se altera, passaram-se mais 6 minutos de utilização da empilha-deira. Se o último dígito é 1, por exemplo, temos 1 · 6 = 6 minutos; se o último dígito é 2, temos 2 · 6 = 12 minutos, e assim por diante, como indica a tabela:

Dígito Cálculo Minutos correspondentes

0 0 · 6 0

1 1 · 6 6

2 2 · 6 12

3 3 · 6 18

4 4 · 6 24

5 5 · 6 30

6 6 · 6 36

7 7 · 6 42

8 8 · 6 48

9 9 · 6 54

O horímetro possui mais duas funções.

• Acompanhamento de manutenção preventiva: normalmente os fabricantes recomendam que uma revisão geral da empilhadeira seja realizada após 2 500 horas de utilização, com troca de óleo de motor, óleo hidráulico, revisão dos freios, lubrificação e demais regulagens.

• Análise de suficiência da bateria: as baterias têm durabilidade de oito horas, permitindo, portanto, sua utilização dentro desse período. No painel, é possível

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visualizar o status da bateria, algo semelhante ao marcador de combustível do automóvel e, toda vez que a bateria precisar ser trocada, uma luz vermelha se acende no painel (similar ao indicador de reserva do automóvel). Os fabricantes recomendam que a troca da bateria seja realizada imediatamente após o acendi-mento dessa luz vermelha, pois a utilização do equipamento com a luz de alerta acesa ocasiona redução da vida útil da bateria e danos aos comandos eletrônicos da empilhadeira.

Capacidade de carga e equilíbrio da empilhadeira

É muito importante que o operador conheça o ponto de equilíbrio da empilha-deira. Observe a figura:

ponto de equilíbrio

100 kg100 kg

100 kg

ponto de equilíbrio

contrapeso

100 kg

100 kg

Para entender o ponto de equilíbrio pense no funcionamento de uma gangorra. A carga colocada nos garfos da empilhadeira é equilibrada por um contrapeso pro-porcional colocado no lado oposto. Contudo, é essencial que o centro de apoio (como também é chamado o ponto de equilíbrio) esteja posicionado bem no meio da gangorra. Também é possível empilhar uma carga mais pesada, desde que se desloque o centro de apoio, aproximando-o da carga.

Outro aspecto importante e ao qual devemos nos atentar sempre é a distância do centro das rodas até onde a carga é colocada.

Em toda empilhadeira, é possível encontrar, no próprio equipamento, a especifica-ção da capacidade de carga. Não se esqueça de que a empilhadeira movimenta as cargas fora da base do seu eixo, bem diferente dos caminhões, por exemplo, nos quais a carga fica apoiada sobre os eixos.

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Capacidade de carga

Sempre que o peso da carga for excedido, ou seja, que a capacidade especificada na empilhadeira for excedida, poderá ocorrer tombamento. Ele também poderá acontecer quando a carga não estiver equilibrada em seu eixo. Esse tipo de acidente pode causar sérios riscos e prejuízos ao operador, bem como à carga e à própria empilhadeira.

50 cm

Capacidade2 500 kg

Peso2 500 kg

70 cm

Capacidade2 500 kg

Peso2 500 kg

2 500

2 250

2 000

1 750

1 500

1 250

5 500

5 000

4 500

4 000

3 500

3 000

50 60 70 80 90 100Distância do centro de carga ao protetor de carga (cm)

Cap

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(kg

)

Cap

acid

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(lb

)

Se, ao ser colocada na empilhadeira, a carga ultrapassar o ponto de equilíbrio, a máquina empinará, perdendo a capacidade de movimentação. Por isso, é importan-te que o operador observe atentamente o gráfico de carga, a fim de respeitá-lo para movimentar o material adequadamente.

Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso para operador de transporte de cargas.

Brasília: Sest/Senat, 2011.

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Atividade 4equilíbrio e estabilidade

Com base no que estudou até agora, você saberia dizer por que as empilhadeiras tombam?

Atividade 5o triângulo da estabilidade

A empilhadeira pode ser montada com três ou quatro rodas. De qualquer forma, ela se apoiará sempre em três pontos, que constituem o chamado triângulo de estabilidade.

Sabendo disso, observe a imagem e responda às questões a seguir.

1. Quantos pneus possui essa empilhadeira?

2. O que você acha que o triângulo azul indica?

3. Observe o ponto vermelho no centro do triângulo. O que ele representaria?

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Centro de gravidade da empilhadeira

Se você respondeu que o ponto vermelho que está no centro do triângulo represen-ta o centro de gravidade da empilhadeira, você acertou. O centro do eixo traseiro forma, com os pneus dianteiros, o ponto de apoio da empilhadeira vazia e parada. Quando carregada ou em movimento, o centro de gravidade pode se deslocar.

Imagine que no ponto vermelho exista um pêndulo. Se, por exemplo, inclinarmos a empilhadeira com a distribuição da carga ou se fizermos manobras em alta velo-cidade, o pêndulo se movimentará. Ele poderá se deslocar para cima, para baixo ou para os lados. Se continuar dentro do triângulo cinza, a empilhadeira não tombará. Contudo, se ultrapassar essa área, ocorrerá o tombamento. Por isso, fique atento!

CGCG

CG

CG

Tipos de tombamento

Tombamento frontal

Ocorre quando o centro de carga está deslocado para a frente da empilhadeira ou quando há excesso de peso sobre a máquina.

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Tombamento lateral

Ocorre quando há abuso de velocidade em rampas, piso disforme e lombadas ou peso mal distribuído na empilhadeira, podendo acontecer também pela desatenção do operador ao elevar a carga. Veja, a seguir, algumas instruções de segurança no caso de tombamento.

• Inclinar o corpo em sentido contrário.

• Segurar firmemente no volante e fixar os pés no chão.

• Não saltar da empilhadeira.

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CHECKLIST DE MÁQUINAS (VERIFICAÇÃO DO OPERADOR)

Checklist de Máquinas

Checklist Empilhadeira

Máquina: Empilhadeira Elétrica Operador:

Chassi: Conf. Desc. Descrição - Defeito apresentadoPneus

Lubrificação

Garfo

Torre

Corrente da torre

Mangueira hidráulica

Bateria

Buzina

Coletor no suporte

Vazamentos

Limpeza

No campo abaixo registrar a data e as horas da máquina no momento da entrada. Se fizer a limpeza colocar data e horário.

Obs:

Observações:

HORAS ATUAIS:

HORA

DATA

LIMPEZA Data: Hora: / /

/ /

Data: / /

Inspeção da empilhadeira

Entre as atribuições do operador de empilhadeira está a inspeção do veículo. Ela deve ser feita rotineiramente, antes do início das atividades do dia. Essa inspeção, que é chamada de checklist, deve ser registrada todos os dias pelo operador. Toda e qualquer irregularidade deve ser apontada, para que possa ser solucionada.

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Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso para operador de transporte de cargas.

Brasília: Sest/Senat, 2011.

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Existem empilhadeiras de grande porte. São equipamentos gran-des destinados especificamente ao deslocamento de contêineres.

Existe também a empilhadeira trilateral utilizada para operações de carga e descarga nas quais não existe possibilidade de locomoção da empilhadeira, por causa de espaço reduzido. O diferencial dessas empilhadeiras são seus garfos giratórios, que possibilitam realizar armazenamento sem necessidade de manobras.

Para conhecer mais sobre os principais tipos de empilhadeira

existentes e sobre a maneira de operá-las, assista aos vídeos

da ocupação. Disponível em: <http://www.viarapida.sp.gov.

br>. Acesso em: 20 mar. 2015.

Exemplo de empilhadeira de grande porte.

Exemplo de empilhadeira trilateral.

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v i a r á p i d a e m p r e g o

Quando tudo começou?

Reconhecendo meus saberes

O que faz o operador de empilhadeira

Rotinas básicas no setor de movimentação de cargas

A empilhadeira – modelos e componentes

www.viarapida.sp.gov.br