operações de informação para apoiar a prevenção à fraude

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Centro Latinoamericano de Administración para el Desarrollo CLAD XV Congreso del CLAD Área temática Los derechos ciudadanos, la interoperabilidad y el software en el Gobierno Electrónico Painel O uso de tecnologia da informação para promoção da transparência e prevenção da corrupção Título do artigo Operações de Informação para apoiar a prevenção à fraude Autor Eduardo Amadeu Dutra Moresi ([email protected] ) Brasil, 2010

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Centro Latinoamericano de Administración para el Desarrollo

CLAD

XV Congreso del CLAD

Área temática

Los derechos ciudadanos, la interoperabilidad y el software en el Gobierno Electrónico

Painel

O uso de tecnologia da informação para promoção da transparência e prevenção da corrupção

Título do artigo

Operações de Informação para apoiar a prevenção à fraude

Autor

Eduardo Amadeu Dutra Moresi ([email protected])

Brasil, 2010

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1. Introdução Os Estados Unidos e seus aliados revelaram, em 1991, no Golfo Pérsico, uma forma totalmente

nova de travar a guerra. Através da exploração do conhecimento, a força de coalizão devastou a formidável máquina militar do Iraque, surpreendeu o mundo, confundiu os críticos de defesa, surpreendeu a si mesmo e muito possivelmente "os padrões de desempenho das Forças Armadas norte-americanas em conflitos armados foram alterados". Após o conflito, o Exército dos EUA publicou o manual de campanha FM 100-6 - Operações de Informações (Information Operations), doutrina relevante às atuais operações multidimensionais, bem como para as operações da futura Força XXI. A doutrina das Operações de Informação (InfOp) descreve a importância das informações e como vencer a guerra da informação hoje e no futuro. O FM 100-6 identifica a informação como um fator essencial do poder de ação nos níveis estratégico, operacional e tático. Aborda como as tecnologias da era de informação podem multiplicar o talento e o potencial dos líderes, permitindo derrotar o oponente rapidamente em uma operação conjunta e combinada.

No âmbito organizacional, público ou privado, poucos estudos foram realizados no sentido de apropriar conceitos doutrinários de InfOp para emprego em Gestão Estratégica. Portanto, o foco desse trabalho é aprofundar o entendimento sobre a viabilidade de aplicar os conceitos de InfOp na prevenção da corrupção e da fraude, como doutrina relevante para ampliar a capacidade de atuação de órgãos governamentais.

Para alcançar esse propósito, o texto aborda conceitos de teoria da complexidade, incluindo os seus princípios fundamentais. Em seguida, desenvolve-se o constructo da fraude como um fenômeno complexo. Apoiado nesse arcabouço conceitual, a informação é contextualizada no âmbito da inteligência da realidade, para apoiar o entendimento de conceitos doutrinários de operações de informação. Por fim, são descritos alguns aspectos do Projeto de Pesquisa desenvolvido na Universidade Católica de Brasília em pareceria com a Controladoria-Geral da União e financiado pelo Escritório Sobre Drogas e Crime das Nações Unidas.

2. Teoria da Complexidade

Complexidade pode ser definida como aquela propriedade de uma expressão de linguagem que

a torna difícil para formular seu comportamento global, mesmo quando obtida quase a informação completa sobre seus micro componentes e seus inter-relacionamentos (EDMONDS, 1995, 1999). Essa definição mostra a dificuldade na formalização da totalidade comparada à formalização de suas partes fundamentais (do ponto de vista da linguagem). Isso somente é aplicável em casos onde existe no mínimo a possibilidade de obter a informação quase completa sobre os componentes, separando-se assim a ignorância da complexidade.

A complexidade é assim a dificuldade em achar uma descrição global do modelo para o comportamento resultante do modelo objeto. Em geral, identificar sistemas inteiros é problemático. Assim, um sistema pode ser uma coleção de declarações pretendidas para descrevê-lo suficientemente.

O termo complexidade pode ser atribuído a dois processos de interpretação e de descrição, conforme mostrado na figura 1. O processo de interpretação é a tradução da descrição para o sistema e o processo descritivo é a tradução do sistema para a descrição. Para falar desses processos, ele usa uma linguagem básica para representar a descrição, o sistema e o processo entre eles. Isso pode ser visto como diferentes dificuldades com diferentes interpretações das partes e do comportamento global do mesmo meta-sistema expresso em uma linguagem mais ampla (LÖGFREN, 1974, 1973).

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Figura 1 - A complexidade em termos dos processos de descrição e de interpretação.

(Fonte: LÖGFREN, 1973) Outra possibilidade é definir complexidade por meio da relação entre um sistema e um

observador. O observador tem sempre a conotação de algum sistema vivo (uma pessoa) ou sistema composto por sistemas vivos (uma organização), não há referências à colocação de algum sistema artificial na posição de observador. Segundo Klir e Folger (1988), qualquer descrição deve considerar dois princípios gerais de complexidade de sistemas:

- primeiro princípio geral de complexidade: uma medida de complexidade de um sistema deve ser proporcional à quantidade de informação necessária para descrever o sistema - por exemplo número de entidades (variáveis, estados, componentes);

- segundo princípio geral de complexidade: uma medida de complexidade de um sistema deve ser proporcional à quantidade de informação necessária para resolver qualquer incerteza associada ao sistema.

A idéia central da ciência em geral é que em um sistema complexo - seja uma simulação de computador, um ecossistema ou uma organização - os agentes interagem em modos simples mas frequentes, afetando mutuamente um ao outro, para criar padrões de comportamento elaborados e inesperados, um fenômeno conhecido como emergência (COWAN, 1994). Então, muito de teoria da complexidade mantém o foco na natureza de interações entre agentes individuais em um sistema dinâmico complexo e monitora os seus efeitos. O importante é a resposta do sistema às mudanças externas.

A lição mais importante da teoria da complexidade é que sistemas complexos dinâmicos geram ordem criativa e se adaptam a mudanças em seus ambientes, por interações simples entre os seus agentes, e que pequenas mudanças podem conduzir frequentemente a grandes efeitos. A ordem não é imposta por planejamento de cima para baixo, ela emerge de baixo para cima.

Sistemas complexos adaptativos são sistemas/fenômenos distintos mas com várias características em comum. São complexos pois estão muito além da capacidade descritiva da nossa ciência e são adaptativos pois são capazes de se adaptar a novas condições que lhe são impostas pelo seu ambiente. As características comuns são as seguintes (SIMON, 1999):

- complexidade versus simplicidade - apesar de ser um sistema globalmente complexo, é um sistema que apresenta simplicidade local. Todos os sistemas complexos adaptativos são extremamente complexos, enquanto os componentes de que são constituídos são de uma extrema simplicidade;

- grande número de componentes que interagem entre si e influenciam uns aos outros. Quando se fala de grande número refere-se a ordens de grandeza superiores as dezenas de milhares de componentes, podendo chegar a ordem dos milhões, ou mais;

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- são imunes aos métodos científicos de análise disponíveis. O método reducionista de análise não é utilizável para o estudo e previsão desses sistemas. Nesses sistemas, o todo é maior que a soma das partes, ressaltando o conceito de sinergia;

- sempre há aspectos aleatórios envolvidos, ou seja, não são de forma alguma sistemas determinísticos ou previsíveis; qualquer tentativa de fazer previsões, em longo prazo não passa de mera adivinhação;

- ampla diversidade de componentes que se inter-relacionam e que mantém similaridades dentro da diversidade;

- são capazes de evoluir, se adaptar e aprender de acordo com mudanças nas características de seu ambiente;

- inexistência de uma coordenação global, absoluta, efetiva e duradoura. Embora vários mecanismos de coordenação mais fraca possam estar presentes. Os princípios da Teoria da Complexidade compreendem os seguintes conceitos:

- estrutura de um sistema complexo: todos os sistemas complexos compreendem uma série de agentes que podem ser passivos (como uma molécula) ou ativos (como uma pessoa). Assume-se que esses agentes interagem entre si de uma maneira conhecida, mas que as interações totais são muito complexas para serem mapeadas em uma análise;

- emergência: o todo é maior que a soma das partes, ou seja, sistemas complexos exibem propriedades que são importantes quando analisadas no contexto geral, mas, isoladamente, não apresentam nada em especial. Desse modo, o completo conhecimento das propriedades individuais não é suficiente para se inferir as propriedades do todo;

- estrutura multinível: as propriedades emergentes podem interagir umas com as outras, ou seja, a interação de pessoas produz um grupo, esses interagem para formarem organizações, que interagem para formarem sociedades, e assim por diante. Existe um número de níveis aninhados de detalhes, cada um com propriedades diferentes daqueles níveis enquadrantes, gerando novas propriedades e necessitando de novas abordagens para a análise e entendimento;

- estado ideal: cada agente tenta fazer o melhor que pode, em busca do estado ideal. A cada ação um agente se move para um outro estado, evoluindo ao longo do tempo. Outros agentes também estão tentando fazer a mesma coisa, o cenário torna-se sujeito a constantes mudanças;

- co-evolução: como existem diversos agentes , cada um fazendo as suas escolhas, o estado de cada um depende da extensão das escolhas feitas pelos outros, o que caracteriza um sistema co-evolucionário (como um ecossistema);

- espaço de estados: o cenário pode ser considerado como um mapa de todas as opções disponíveis para um agente, para todas as combinações de circunstâncias, que matematicamente é chamado de espaço de estados;

- perturbação: a mudança de estado de um agente gera efeitos nos estados de outros agentes. Esses efeitos denominam-se perturbações;

- não linearidade: não existe proporcionalidade entre causa e efeito, entre "entrada" e "saída" de um sistema;

- "borda do caos": bem longe do ponto de equilíbrio ocorre um estado especial e transitório que não é nem de estabilidade ou de instabilidade, onde a ordem e a desordem coexistem, paradoxalmente, permitindo o surgimento da criatividade;

- sensibilidade às condições iniciais: pequenas mudanças nas condições iniciais podem gerar grandes variações nas condições finais, fazendo o sistema ficar extremamente volátil;

- realimentação ("feedback"): realimentação alternadamente positiva e negativa conduz o sistema a um estado de estabilidade. Quando apenas negativa conduz o sistema a estados cada vez mais equilibrados e quando apenas positiva leva a um estado de desequilíbrio ou a um ponto de bifurcação;

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- auto-organização: processo referente ao surgimento espontâneo de ordem na escala macro de um sistema, como resultante de interações em níveis inferiores. Organizações diante de um ambiente complexo devem aprender a conviver com um problema

de memória. Visto que o cérebro humano tem uma capacidade limitada para reter informação consciente, unidades especiais que possam monitorar um ou mais setores são necessárias (THOMPSON, 1967). Essas unidades monitoram as atividades de outras e relatam rotineiramente os padrões de comportamento para decisões críticas acompanhando as mesmas e fornecendo novas informações para novas decisões.

O exercício da capacidade de enxergar o mundo em processo requer a representação da realidade de forma tridimensional. A realidade não é simples. Ao contrário, é complexa e tem de ser vista em toda a sua complexidade, que certamente não se limita ao que foi descrito. O modelo de representação tridimensional tem o propósito de facilitar a visão da complexidade do contexto, mas jamais de simplificá-la. As três dimensões - atividade, infra-estrutura e referência - devem ser consideradas independente e concorrentemente.

Na dimensão da atividade são consideradas as funções da organização, suas atividades relevantes e o relacionamento dessas ao longo do tempo com o objetivo de concretizar o alcance dos valores requeridos pela realidade. A dimensão de infra-estrutura representa o comportamento dos recursos, sejam quais forem, humanos, financeiros, e de capital, conforme requerido pelos valores a serem adicionados. A dimensão da referência ou da axiomática representa o conjunto de regras que exprime os valores que governam uma realidade, sendo responsável pela organização das atividades de produção e dos métodos de trabalho, de modo a maximizar a qualidade e produtividade dos processos organizacionais.

Quando se colocam os três eixos a concorrer paralelamente, requer-se, como realimentação para a autocorreção, a referência ao contexto considerado. E é nos efeitos colaterais captados que a organização haverá de corrigir sua pontaria. É preciso, pois, não controlar a realidade para estar a ela integrado, porque é somente no seu descontrole que a capacidade entra em ação, colocando, assim, sob controle o risco da imobilidade. Se os eixos se integram de forma concorrente, em diálogo com a realidade, incorporando os efeitos colaterais à unidade do sujeito, não existe a hipótese de ser necessário o exercício introspectivo, longe da realidade, para que o sujeito esteja em sintonia com ela a cada momento.

Assim, na visão de mundo em processo, na exercitação paralela e concorrente dos três eixos, não se podem introduzir coisas fixas – essa estrutura, essa tecnologia, essa atividade, essa axiomática – hierarquizando-as segundo critérios arbitrariamente escolhidos. Nesse sentido, um problema deve ser visto nas suas três dimensões; cada dimensão pode assumir o lugar da ênfase, o "lado" do problema em questão, dependendo do contexto; cada dimensão tem por sua vez três dimensões; e assim ao infinito. Como não podemos lidar com todas elas, destacamos, para fins de estudo do problema, um conjunto que seja relevante para seu esclarecimento.

3. Fraude – um fenômeno complexo

Num sentido amplo, uma fraude é um esquema criado para obter ganhos pessoais, apesar de ter,

juridicamente, outros significados legais mais específicos,que não são o foco da presente abordagem. Uma fraude é qualquer crime ou ato ilegal para lucro daquele que se utiliza de algum logro ou ilusão praticada na vítima como seu método principal. Em Direito Penal, fraude é o crime ou ofensa de deliberadamente enganar outros com o propósito de prejudicá-los, usualmente para obter propriedade ou serviços dele ou dela injustamente (WIKIPEDIA, 2010) .

As fraudes podem ser cometidas através de muitos métodos, incluindo fraude de correspondência, por meios de Tecnologia de Informações, fraude por telefone e fraude por internet. Atos que podem ser caracterizados como fraude criminal incluem:

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- propaganda enganosa; - roubo de identidade; - falsificação de documentos ou assinaturas; - apropriação de propriedade de outros sob custódia através da violação de confiança; - fraude da saúde, vendendo produtos inócuos, como remédios falsos; - criação de empresas falsas; - insolvência de instituições bancárias e de seguro. Segundo o Portal Monitor das Fraudes (2010a), para realizar qualquer tipo de fraude, os

golpistas se aproveitam de alguns artifícios operacionais: - engenharia social; - falsificação de documentos em geral; - roubo ou criação de "identidades" (pessoas e empresas); - "marketing" ativo; - simulação de situações e fatos; - representação "teatral" de apoio; - técnicas neuro-lingüísticas e de persuasão; - técnicas de sedução; - disfarce, mentira e sonegação de informações; - ações legais de "contenção" ou "terrorismo"; - ameaças e medo; - uso extensivo da internet para criar "referências". Um tema conexo a fraude é a corrupção, cuja palavra deriva do latim “corruptos”, que significa

“quebrando peças”, apodrecendo, destruindo, degradando, corrompendo. Portanto, corrupção baseia-se no ato de corromper com a ética de algo, degradar a sociedade, violar com os direitos e deveres de todos. No sentido político, a palavra “corrupção” se refere ao uso ilegal do dinheiro, ou seja, tomar posse de uma remuneração que não é sua, dominar, utilizar o dinheiro para o benefício próprio do governante e/ou administrador.

A corrupção ocorre não só através de crimes subsidiários como, por exemplo, os crimes de suborno (para o acesso ilegal ao dinheiro cobrado na forma de impostos, taxas e tributos) e do nepotismo (colocação de parentes e amigos aos cargos importantes na administração pública). O ato de um político se beneficiar de fundos públicos de uma maneira outra que a não prescrita em lei – isto é, através de seus salários - também é corrupção.

Existem 7 tipos de crimes de corrupção que são: o suborno (propina), nepotismo (político), extorção (abuso), tráfico de influência, utilização de informação governamental privilegiada para fins pessoais ou de pessoas amigas ou parentes, compra e venda de sentenças judiciárias, recebimento de presentes ou de serviços de alto valor por autoridades.

Levitt (apud MONITOR DAS FRAUDES, 2010b) explora o conceito de assimetria das informações que é pertinente ao contexto das fraudes e da corrupção. A assimetria das informações é a situação na qual uma parte (normalmente um "especialista") detém informações relevantes que a outra parte não tem, e usa estas informações em sua vantagem. Em alguns casos, é o resultado da simples sonegação de informações relevantes por parte do "especialista".

Todavia, a assimetria das informações pode ser usada para gerar pressão na parte menos informada, normalmente através do uso de várias formas de "medo". Na base de boa parte das fraudes existe uma situação de assimetria de informações onde o golpista detém informações relevantes que a vítima não tem, e se aproveita desta posição de superioridade para aplicar o golpe.

Portanto, o que se vê e o que se percebe com o mais especializado dos sentidos individuais já é uma construção, uma elaboração subjetiva do mundo visto, um ato de criação, uma investida sobre a realidade externa–interna, com o propósito de dela retirar o que convém a cada pessoa em um dado momento, no contexto em que ela se encontra.

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A técnica para se aprender a enxergar melhor apóia-se em três pressupostos. O primeiro é a inexistência de qualquer visão preconcebida, seja do que for. Eliminam-se preconceitos, pré-julgamentos e opiniões prévias, que são excludentes e impedem a visão da complexidade do problema. Outro pressuposto é a humildade de reconhecer que nenhuma visão é completa, por mais que se tenha tentado abranger todos os pontos de vista sobre o problema. Isso permite enriquecer o entendimento a qualquer instante, com a inclusão de novas visões. O terceiro pressuposto exige assumir-se que a grande virtude é o reconhecimento da imperfeição, pois traz consigo a necessidade de superá-la. Tal superação conduzirá ao reconhecimento de uma nova imperfeição, que terá de ser vencida e levará a outra imperfeição. Não há razão para considerar resolvidos todos os problemas. Estão em processo, pois a solução cria um novo problema.

Nesse contexto, pode-se afirmar que fraude e corrupção são fenômenos complexos, considerando que o mundo privado e subjetivo de cada um é constituído da inteligência da realidade que lhe chega do exterior, na forma de informações recolhidas pelos sentidos, que as percebem na diferença. Mais que isso: a visão de mundo de cada pessoa é feita da inteligência de diferenças, de comportamentos, de acontecimentos que se reconstroem em cada um, como um efeito da interpretação que se faz das diferenças que a compreensão acredita ter captado na diferença dos outros fazendo a mesma coisa. A relação entre aqueles que fraudam e aqueles que coíbem tais práticas está em equilíbrio dinâmico.

À medida que se avançam as técnicas de combate à corrupção e à fraude, os fraudadores e corruptos desenvolvem novos golpes. A perturbação da ordem vigente faz com que os atores busquem condições ideais de atuação, gerando um novo equilíbrio dinâmico.

Portanto, possibilitar construir um modelo de representação da realidade que incorpore variáveis incertas e desconhecidas, incerteza e equivocidade, como fatos eventuais e toda a escalada de efeitos colaterais exponenciais, que daí decorrem, é a questão fundamental. A idéia de complexidade é a única que torna possível tratar fenômenos com fraude e corrupção. A complexidade rompe as divisórias que as ciências estabeleceram entre si para descrever a realidade. Rompe, porque a realidade não está organizada como as ciências gostariam que estivesse e insistem em afirmar que está. A identificação do contexto é o problema crucial. Somente o contexto e sua referência permitem entender a história que resultou da co-evolução dos dos relacionamentos entre os diversos atores envolvidos no problema. Insiste-se em que nada pode ser fixo em relação ao contexto, se o que se busca é tratar esse fenômeno complexo.

4. Operações de Informação

A chegada da sociedade eletrônica de informação modificou drasticamente a delimitação de tempo e espaço da informação. A importância do instrumental da tecnologia da informação forneceu a infra-estrutura para modificações, sem retorno, das relações da informação com seus usuários. As transformações associadas à interatividade e à interconectividade no relacionamento dos receptores com a informação, mostram como tempo e espaço modificam as relações com o receptor (BARRETO, 2010): - interatividade ou inter-atuação multitemporal representa a possibilidade de acesso em tempo real, o que representa o tempo de acesso no entorno de zero, pelo usuário à diferentes fontes de informação; possibilita o acesso em múltiplas formas de interação entre o usuário e a própria estrutura da informação contida neste espaço. A interatividade modifica o fluxo: usuário - tempo - informação. Reposiciona os acervos de informação, o acesso à informação e a sua distribuição; - inteconectividade reposiciona a relação usuário - espaço - informação; opera uma mudança estrutural no fluxo de informação que se torna multiorientado. O usuário passa a ser o seu próprio mediador na escolha de informação, o determinador de suas necessidades. Passa a ser o julgador da relevância da

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informação que procura e do estoque que o contêm em tempo real, tempo igual a zero, como se estivesse colocado virtualmente dentro do sistema de armazenamento e recuperação da informação.

Nesse sentido, a era da Internet, da globalização e do trabalho centrado em rede, impõe à atividade humana a tendência de se inserir mais em espaços do que em locais físicos, onde a informação e o conhecimento se difundem e se dispersam num determinado espaço, ainda que associado a pessoas, processos e tecnologias.

Assim, as mudanças tecnológicas que tiveram lugar nas últimas décadas deram um lugar de destaque à utilização da informação no nosso dia a dia, visando alcançar diversos objetivos organizacionais. A informação passou a ser um elemento fundamental vida das organizações sendo fundamental refletir sobre a sua importância, quanto aos diversos aspectos e setores que influencia. Para compreender melhor toda essa mudança, pode-se reduzir essa nova realidade a três mundos: o mundo subjetivo dos sistemas cerebrais, o mundo objetivo dos sistemas materiais e o mundo dos sistemas simbólicos cibernéticos e informatizados. A realidade subjetiva dos conteúdos de informação, da sua geração e assimilação, a realidade objetiva dos seus equipamentos e seus instrumentos, e a realidade do ciberespaço, de tempo zero, da existência pela não presença, da realidade virtual. A figura 2 apresenta uma ilustração da intersecção desses três mundos e o Quadro 1 as respectivas descrições.

No relacionamento com uma estrutura de suporte da informação, um receptor realiza reflexões e interações, que lhe permitem evocar conceitos relacionados explicitamente com a informação recebida (BARRETO, 2005). O receptor mostra aspectos de um pensamento que é seduzido por condições quase ocultas, silenciosas, de um meditar próprio de sua privacidade ambientada no: - contexto da informação; - contexto particular do sujeito, no tempo e no espaço de interação com a informação; - estoque de informação do sujeito; - competência simbólica do receptor em relação ao sub-código lingüístico na qual a informação se insere; - contexto físico e cultural do sujeito que interpreta a informação.

Figura 2 – Os três mundos da informação (BARRETO, 2010).

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Quadro 1 – Descrição dos espaços dos três mundos da informação (BARRETO, 2010).

Identificador Mundos da Informação Exemplos A Espaço da Realidade Subjetiva espaço das construções teóricas, dos conteúdos,

dos processos de geração , interpretação e apropriação da informação.

B Espaço Realidade dos Objetos espaço dos artefatos dos sistemas, dos computadores e das comunicações.

C Espaço Realidade do Ciberespaço espaço dos símbolos cibernéticos, da interação ente os indivíduos e as máquinas.

1 Espaço de Interseção das realidades subjetivas e dos

objetos

espaço das tecnologias de informação e comunicação, dos estoques de conteúdos e das redes.

2 Espaço de interseção das realidades subjetivas e do

ciberespaço

espaço das construções dos agentes inteligentes para interação do homem com a máquina - os softwares.

3 Espaço de interseção das realidades dos objetos e do

ciberespaço

espaço dos processos das comunicações e das redes interativas.

N Espaço de interseção das realidades subjetivas, dos objetos

e do ciberespaço

espaço das atividades de interatividade da interconectividade, ,da inteligência artificial , da realidade virtual e dos novos desenvolvimentos.

Após essa breve contextualização conceitual, torna-se fundamental caracterizar o significado

das Operações de Informação (InfOp) aplicadas à prevenção à fraude e corrupção. A doutrina de InfOp envolve o desenvolvimento de ações planejadas e executadas para afetar as informações e os sistemas de informação adversários e para defender os próprios sistemas de informação. Por conseguinte, uma estratégia de InfOp coerente, integrada com as operações militares, é essencial para lidar com cenários adversos e assimétricos.

No âmbito militar, InfOp é uma ação institucional dos Estados Unidos para desenvolver um conjunto de abordagens doutrinárias para as suas forças militares e diplomáticas visando a utilização e a operacionalização do poder da informação. O alvo das InfOp é o tomador de decisão adversário e, portanto, o esforço principal será em coagir essa pessoa a realizar ou não uma determinada ação. A figura 3 apresenta um diagrama clássico de operações de informação.

As InfOp são vistas não apenas como um meio de melhorar ou complementar um ataque físico, mas como um meio de substituir a destruição física pela eletrônica (ALLEN, 2007). Por exemplo, para empresas que operam com transações on-line, a interrupção do serviço ou a adulteração de conteúdo de seu portal web certamente trará conseqüências materiais e perdas financeiras. Todavia, o maior impacto é simbólico e o principal efeito é a humilhação.

O que tem sido aprendido desde o ataque terrorista de 9/11/2001 é que as InfOp representam uma nova semântica da guerra e da paz, da riqueza e da democracia. A informação, como Alvin e Heidi Toffler (1990) têm sugerido, é um substituto para a violência (dissuasão e resolução de conflitos), para a riqueza (criação de riqueza que estabiliza populações), e para a relação capital, trabalho, tempo e espaço.

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Figura 3 – Digrama Clássico de Operações de Informação (KOTT, 2007).

Alguns aspectos doutrinários, publicados nos manuais militares do Exército dos Estados Unidos

da América FM 100-6 (US ARMY, 1996) e FM 3-13 (US ARMY, 2003), merecem aprofundamento: - a doutrina estabelece uma estrutura que permite às forças amigas controlar as informações disponíveis e relevantes (essenciais); proteger sua habilidade de avaliar, processar, integrar, decidir e agir, com relação àquela informação; e atacar a habilidade de seu adversário em potencial de avaliar, processar, integrar, decidir e agir, também em relação à mesma informação; - o conceito de InfOp integra três componentes fundamentais: informações e inteligência relevantes; sistemas de informações eficazes; e uma combinação de guerra de C2 com operações de assuntos civis (Ass Civ) e comunicação social/relações públicas (Com Soc/RP), procurando obter o domínio da informação para o comandante; - as InfOp podem tornar mais capazes e proteger os sistemas de informações; sincronizar a aplicação da força; conectar sistemas hierárquicos e não hierárquicos; integrar sensores e decisores; e degradar, interromper ou explorar as ações adversárias, agindo sobre seus processos decisórios; - o FM 100-6 (US ARMY, 1996), substituído pelo FM 3-13 (US ARMY, 2003), delineia e define o ambiente de informação global como "todos os indivíduos, organizações ou sistemas, em sua maioria fora do controle militar ou das Autoridades Governamentais, que coletam, processam e disseminam informação para públicos nacionais e internacionais"; - o ambiente de informação organizacional, como um ambiente dentro do ambiente de informação global, consiste de sistemas de informações e organizações — amigas e inimigas, militares e não militares — que apóiam, permitem ou influenciam significativamente uma operação militar específica. Adversários procurarão ganhar vantagem no ambiente de informação global, empregando os sistemas e organizações dos seus espaços de atuação. Além disso, a mídia, grupos de estudos, instituições acadêmicas, organizações não governamentais (ONGs), agências internacionais e individuais, com acesso à Internet, são todos jogadores expressivos no ambiente de informação global; - domínio da informação é definido como "o grau de superioridade das informações que permite ao seu detentor empregar os seus sistemas de informações e seus meios para alcançar uma vantagem operacional num conflito, ou controlar uma situação em operações de não guerra, negando, ao mesmo tempo, esses meios ao adversário.

Basicamente, existem três tipos de InfOp:

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- as Operações de Informação Defensivas procuram assegurar o acesso permanente e a utilização efetiva da informação e dos sistemas de informação de forma a atingir objetivos planejados previamente; – as Operações de Informação Ofensivas procuram influenciar a informação e os sistemas de informação adversários visando criar obstáculos na consecução de seus objetivos ou em resposta a uma ameaça específica; - as Operações de Influência são definidas como operações que visam afetar a percepção e o comportamento de tomadores de decisão, grupos de pessoas ou população em geral.

Nesse contexto a Universidade Católica de Brasília (UCB) em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) delineou um projeto de pesquisa denominado “Operações de Informação para apoiar a prevenção à fraude”. Os recursos de financiamento do projeto são oriundos da Carta Acordo 2009/11/001 firmada entre a UCB e o Escritório Sobre Drogas e Crime (UNODC/Nações Unidas), no âmbito do Projeto de Realização do IV Fórum de Combate à Corrupção e Implementação de Ações Específicas de Combate à Corrupção – AD/BRA/05/S07.

O projeto tem o objetivo geral de propor um arcabouço doutrinário para emprego das Operações de Informação e de Inteligência de Fontes Abertas para apoiar a gestão estratégica da Secretaria de Prevenção à Corrupção e Informações Estratégicas (SPCI) da CGU.

Os objetivos específicos são: - identificar as principais referências doutrinárias aderentes ao projeto; - identificar, caracterizar e qualificar as fontes abertas no ciclo de inteligência; - analisar a aplicação de conceitos doutrinários de operações de informação na prevenção à fraude e à corrupção; - estudar as alternativas tecnológicas para análise de grandes volumes de dados; - propor uma solução tecnológica aderente às demandas da CGU; - propor as bases doutrinárias para a aplicação de Inteligência de Fontes Abertas para a CGU; - propor as bases doutrinárias para a aplicação de Operações de Informação possibilite a gestão estratégica da informação na CGU.

Para alcançar esses objetivos, foram definidos o ambiente global de informação e a arquitetura do projeto, que estão apresentados, respectivamente, nas figuras 4 e 5. O ambiente de informação visa definir as necessidades doutrinárias, as principais fontes de informação e os grandes temas que orientarão o levantamento de necessidades de inteligência. A arquitetura do projeto divide-se em Três camadas: - infra-estrutura de Tecnologia da Informação – visa desenvolver plataforma tecnológica que permita o processamento de grandes volumes de informação de forma distribuída; - produção de informação – estudar soluções de software para aplicação na análise de grandes volumes de dados (quantitativos e qualitativos) empregando técnicas de mineração de dados e de textos, coleta e processamento automático de informação e recuperação de informação não estruturada; - operações de informação – desenvolvimento de doutrina apropriando conceito de Inteligência, Contra-Inteligência e Guerra de Informação para aplicação no contexto da prevenção à fraude e corrupção.

5. Conclusão

O propósito desse trabalho é apresentar uma nova abordagem de emprego da doutrina de

Operações de Informação. Essa doutrina tem origem no domínio militar e foi desenvolvida pelo Exército dos Estados Unidos da América, desde o conflito do Golfo de 1991. O arcabouço doutrinário apresenta outro ambiente de embates – o informacional, onde a superioridade da informação pode ser decisiva em operações militares.

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Figura 4 – Ambiente informacional do projeto.

Figura 5 – Arquitetura do Projeto.

O trabalho contextualizou a fraude e a corrupção como fenômenos complexos, ou seja, mostrou

que o seu entendimento passa necessariamente pelo entendimento de conceitos e princípios da teoria da

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complexidade. Assim, a assimetria do emprego da informação passa a não ser mais exclusividade das operações militares, podendo ser apropriada no domínio das organizações civis. Enxergar a realidade das fontes de informação como atores que realizam operações de informação ofensivas, defensivas e de influência permite interpretar suas mensagens de forma subliminar.

Agradecimento

Esse trabalho é financiado pelo Escritório Sobre Drogas e Crime (UNODC/Nações Unidas), sendo executado na Universidade Católica de Brasília (UCB) em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU). Referências Bibliográficas

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Page 14: Operações de Informação para apoiar a prevenção à fraude

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WIKIPEDIA. Fraude. 04/07/2010. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Fraude>. Acesso em: 22/07/2010. Resumo: O conceito de Operações de Informação (OpInfo), no contexto militar, descreve a importância da informação e como ganhar a guerra de informação nas operações militares agora e no século XXI. Identifica a informação como uma condicionante essencial do poder militar nos âmbitos estratégico, operacional e tático. O conceito integra três componentes fundamentais: informações e inteligência relevantes; sistemas de informações eficazes; e uma combinação de operações de influência e baseadas em efeito no processo decisório adversário. O objetivo é planejar a obtenção de informação relevante, por meio do uso de inteligência de fontes abertas, para emprego na atividade de comunicação social visando alcance de objetivos previamente definidos. O objetivo é alcançar o domínio da informação, que é definido como o grau de superioridade das informações que permite ao seu detentor empregar os seus sistemas de informações e seus meios para alcançar uma vantagem em um conflito, ou controlar uma situação, negando, ao mesmo tempo, esses meios ao adversário. No âmbito empresarial, público e privado, poucos estudos foram realizados no sentido de apropriar conceitos doutrinários de Operações de Informação para emprego em Gestão Estratégica. Este é o foco do projeto de pesquisa, financiado pela UNODC e em parceria com a CGU, que estuda a aplicação de conceitos de OpInfo para a prevenção à fraude. Eduardo Amadeu Dutra Moresi: Concluiu o Curso de Intendência da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) em 1981. Graduou-se em Engenharia Eletrônica pelo Instituto Militar de Engenharia no período de 1987 a 1989, ingressando no Quadro de Engenheiros Militares do Exército. De Janeiro a Julho de 1990 trabalhou em projetos de desenvolvimento de material de comunicações militares na Fábrica de Material de Comunicações e Eletrônica da IMBEL. No período de Julho de 1990 a Março de 1995 desempenhou a função de Adjunto da Seção Técnica da Diretoria de Material de Comunicações e de Eletrônica, onde acompanhou contratos de aquisição de equipamentos e sistemas de comunicações militares e de guerra eletrônica. Em 1994 concluiu o Mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade de Brasília, com foco em classificação automática de imagens de satélites empregando redes neurais. No período de Abril de 1995 a Novembro de 2002, desempenhou a função de Adjunto da Seção de Comunicações, Informática e Guerra Eletrônica da Subchefia de Informação do Estado-Maior do Exército, onde atuou em projetos estratégicos Comunicações Militares, Guerra Eletrônica, Inteligência Militar e Sensoriamento Remoto. No período de Janeiro a Abril de 2001 foi Assistente do Secretário de Tecnologia da Informação (STI), onde realizou um levantamento da situação da STI e propôs recomendações para o desenvolvimento do Sistema de Informática do Exército. Em 2001, concluiu o Doutorado em Ciência da Informação pela Universidade de Brasília, com foco em Teoria da Complexidade e Inteligência Organizacional. Em 31 de março de 2003 passou para a Reserva Remunerada do Exército Brasileiro no posto de Tenente Coronel. Atualmente, é professor com dedicação exclusiva à Universidade Católica de Brasília, onde desempenha a função de Diretor dos Cursos de Ciência da Computação e de Sistemas de Informação, além de atuar como docente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação da UCB, onde orienta dissertações nos seguintes temas: gestão do conhecimento, inteligência organizacional e inteligência competitiva. Cargo atual: Diretor dos Cursos de Ciência da Computação e Sistemas de Informação da Universidade Católica de Brasília. Endereço: QS 07 – Lote 01 – EPCT – Sala D-004 – CEP 71966-700 – Brasília – DF – Brasil. Telefone: (061) 3356-9025 e-mail: [email protected]