ong embriao

1
12 Jornal do Comércio - Porto Alegre Segunda-feira, 15 de abril de 2013 JC Empresas & Negócios RESPONSABILIDADE SOCIAL Eduardo Bertuol Rosin Cultivada há 11 anos, a ONG Embrião semeia a importân- cia da educação ambiental e a inclusão social no cotidiano de crianças e adolescentes. A instituição desenvolve bicicle- tas especiais para deficientes visuais e para cadeirantes ou muletantes, produzidas a partir de bikes velhas e peças usadas. O primeiro projeto, denomina- do ODKV, nome que faz uma brincadeira com a fonética das letras, funciona com a conexão de duas bicicletas lado a lado, possibilitando um passeio se- guro a dois. O projeto foi idea- lizado pelo aluno Alan Toretti, de 21 anos, deficiente visual. Ele relata que o desejo de andar de bicicleta nasceu de algumas ações da ONG. “A Embrião reali- za passeios ciclísticos para a co- leta de macela e eu sempre quis participar”, conta. Após uma conversa com o coordenador da ONG Josué Aguiar, a instituição começou a pôr a ideia em prá- tica. Depois de três semanas de testes, a ODKV ficou pronta e o aluno teve a oportunidade de andar de bicicleta. “É uma sensação ótima. De equilíbrio, de liberdade, parece que volto a enxergar”, diz. “Agradeço mui- to o apoio da Embrião, pois me ajuda muito, e sem ela eu ficaria apenas em casa”, afirma. O segundo projeto idealiza- do pelo empresário e voluntário Adalberto Fortes foi batizado com o nome Transformer. “Como ocorre uma transformação na bi- cicleta com peças de materiais re- cicláveis, além de quadros, cama e até churrasqueira, o nome se adaptou muito bem”, destaca. Destinada para pessoas com difi- culdade de locomoção, a bicicleta é pedalada com as mãos e atende quem utiliza muletas e até mes- mo cadeirantes, que podem subir com a cadeira de rodas. Há qua- tro anos na ONG, Fortes destaca que a ideia de fabricar a Trans- ANTONIO PAZ/JC Ideias inovadoras geram Bicicletas especiais, produzidas a partir de peças usadas, permitem que deficientes visuais e pessoas com dificuldades de locomoção possam pedalar com segurança ANTONIO PAZ/JC acessibilidade Os alunos da ONG Embrião aprendem a respeitar o meio ambiente. Uma das ativida- des incentivadas é o recolhimento de pilhas usadas. O coordenador da entidade, Josué Aguiar, explica que a instituição tem como ferramenta de estímulo o xadrez. “Utilizamos os valores das peças do jogo de tabuleiro para cada pilha recolhida”, conta. Na troca, eles re- cebem uma peça de gesso que equivale a um determinado valor: uma pilha é trocada por um peão, três por um bispo, cinco pela torre, dez pela dama e, como o rei tem valor infini- to, na hora da troca é negociada a quantidade de pilhas. Com as peças recolhidas, os alunos participam das competições de xadrez que ocorrem na organização. Outra atividade de responsabilidade am- biental é o recolhimento do óleo de cozinha, que é transformado em sabão ecológico pe- los voluntários da ONG. Em virtude de seus trabalhos, a organização foi reconhecida com prêmios como a medalha João Saldanha, ofe- recida pelo governo do Estado para incenti- vadores de esportes, troféu responsabilidade ambiental Borboleta Azul, concedida pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente, e, por seis anos consecutivos, a medalha de respon- sabilidade social da Assembleia Legislativa. Ações sociais unem lazer e responsabilidade com o meio ambiente former ocorreu após o lançamen- to da ODKV. “Eu percebi que o primeiro projeto deu muito certo e pensei que podíamos ampliar. Lembrei que os deficientes de mobilidade também precisam se exercitar e assim fomos juntando diferentes maneiras de fabrica- ção”, explica Fortes. A bicicleta, oficialmente lançada no início de abril, foi aprovada pelos usuários. “É uma ótima ideia. Eu caminho de bengala, e uma bicicleta assim ajuda bastante para ir aos lo- cais. Vou querer uma”, declara, com empolgação, o aposentado Gilmar Goulart. O trabalho da ONG é reali- zado nas várias escolas do Rio Grande do Sul e agora também na nova sede, inaugurada no final do mês de março na tra- vessa Sócrates de Carvalho, número 38, em Alvorada, em aproximadamente 2.800 metros quadrados. Aguiar diz que o xadrez ajuda a incenvar avidades sustentáveis Novo meio de transporte foi aprovado pelos usuários ANUNCIE NO JC. LIGUE . 3213.1333

Upload: eduardo-rosin

Post on 01-Apr-2016

256 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Ong embriao

12 Jornal do Comércio - Porto AlegreSegunda-feira, 15 de abril de 2013

JCEmpresas & Negócios

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Eduardo Bertuol Rosin

Cultivada há 11 anos, a ONG Embrião semeia a importân-cia da educação ambiental e a inclusão social no cotidiano de crianças e adolescentes. A instituição desenvolve bicicle-tas especiais para deficientes visuais e para cadeirantes ou muletantes, produzidas a partir de bikes velhas e peças usadas. O primeiro projeto, denomina-do ODKV, nome que faz uma brincadeira com a fonética das letras, funciona com a conexão de duas bicicletas lado a lado, possibilitando um passeio se-guro a dois. O projeto foi idea-lizado pelo aluno Alan Toretti, de 21 anos, deficiente visual. Ele relata que o desejo de andar de bicicleta nasceu de algumas

ações da ONG. “A Embrião reali-za passeios ciclísticos para a co-leta de macela e eu sempre quis participar”, conta. Após uma conversa com o coordenador da ONG Josué Aguiar, a instituição começou a pôr a ideia em prá-tica.

Depois de três semanas de testes, a ODKV ficou pronta e o aluno teve a oportunidade de andar de bicicleta. “É uma sensação ótima. De equilíbrio, de liberdade, parece que volto a enxergar”, diz. “Agradeço mui-to o apoio da Embrião, pois me ajuda muito, e sem ela eu ficaria apenas em casa”, afirma.

O segundo projeto idealiza-do pelo empresário e voluntário Adalberto Fortes foi batizado com o nome Transformer. “Como ocorre uma transformação na bi-cicleta com peças de materiais re-cicláveis, além de quadros, cama e até churrasqueira, o nome se adaptou muito bem”, destaca. Destinada para pessoas com difi-culdade de locomoção, a bicicleta é pedalada com as mãos e atende quem utiliza muletas e até mes-mo cadeirantes, que podem subir com a cadeira de rodas. Há qua-tro anos na ONG, Fortes destaca que a ideia de fabricar a Trans-

AN

TON

IO P

AZ

/JC

Ideias inovadoras geram Bicicletas especiais, produzidas a partir de peças usadas, permitem que deficientes visuais e pessoas com dificuldades de locomoção possam pedalar com segurança

AN

TON

IO P

AZ

/JC

acessibilidade

Os alunos da ONG Embrião aprendem a respeitar o meio ambiente. Uma das ativida-des incentivadas é o recolhimento de pilhas usadas. O coordenador da entidade, Josué Aguiar, explica que a instituição tem como ferramenta de estímulo o xadrez. “Utilizamos os valores das peças do jogo de tabuleiro para cada pilha recolhida”, conta. Na troca, eles re-cebem uma peça de gesso que equivale a um determinado valor: uma pilha é trocada por um peão, três por um bispo, cinco pela torre, dez pela dama e, como o rei tem valor infini-to, na hora da troca é negociada a quantidade de pilhas. Com as peças recolhidas, os alunos

participam das competições de xadrez que ocorrem na organização.

Outra atividade de responsabilidade am-biental é o recolhimento do óleo de cozinha, que é transformado em sabão ecológico pe-los voluntários da ONG. Em virtude de seus trabalhos, a organização foi reconhecida com prêmios como a medalha João Saldanha, ofe-recida pelo governo do Estado para incenti-vadores de esportes, troféu responsabilidade ambiental Borboleta Azul, concedida pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente, e, por seis anos consecutivos, a medalha de respon-sabilidade social da Assembleia Legislativa.

Ações sociais unem lazer e responsabilidade com o meio ambiente

former ocorreu após o lançamen-to da ODKV. “Eu percebi que o primeiro projeto deu muito certo e pensei que podíamos ampliar. Lembrei que os deficientes de mobilidade também precisam se exercitar e assim fomos juntando diferentes maneiras de fabrica-ção”, explica Fortes.

A bicicleta, oficialmente lançada no início de abril, foi aprovada pelos usuários. “É uma ótima ideia. Eu caminho de bengala, e uma bicicleta assim ajuda bastante para ir aos lo-cais. Vou querer uma”, declara, com empolgação, o aposentado Gilmar Goulart.

O trabalho da ONG é reali-zado nas várias escolas do Rio Grande do Sul e agora também na nova sede, inaugurada no final do mês de março na tra-vessa Sócrates de Carvalho, número 38, em Alvorada, em aproximadamente 2.800 metros quadrados.

Aguiar diz que o xadrez ajuda a incentivar atividades sustentáveis

Novo meio de transporte foi aprovado pelos usuários

ANUNCIE NO JC. LIGUE .3213.1333