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ONDAS SONORAS
Nesta aula estudaremos ondas sonoras e nos
concentraremos nos seguintes tópicos:
•Velocidade das ondas sonoras.
•Relação entre a amplitude do deslocamento e a pressão.
•Interferência de ondas sonoras.
•Intensidade sonora e o nível de som.
•Batimentos.
•O efeito Doppler.
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As ondas sonoras são ondas mecânicas longitudinais que se
propagam em sólidos, líquidos e gases.
As ondas sísmicas utilizadas pelos exploradores de petróleo se
propagam na crosta terrestre. As ondas sonoras geradas por um
sistema de sonar se propagam no mar. Uma orquestra cria ondas
sonoras que se propagam no ar.
O local dos pontos de uma onda sonora que tem o mesmo
deslocamento é chamado de “frente de onda”.
Linhas perpendiculares às frentes de onda são chamadas de “raios” e
que apontam na direção que a onda sonora se propaga.
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Frente de
onda
Raio
Raio
Assumimos que o meio circundante é isotrópico, ou seja, o som se
propaga com a mesma velocidade para todas as direções.
Neste caso, a onda sonora se propaga para o exterior de forma
uniforme e as frentes de onda são esferas centradas no ponto de
origem.
As setas simples indicam os raios. As setas duplas indicam o
movimento das moléculas do meio em que o som se propaga.
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Modulo de compressão volumétrica
Se aplicarmos uma pressão Δp sobre um objeto de volume
V, isso resulta numa mudança de volume ΔV como mostra a
figura. O módulo de compressão volumétrico do material é
definido como: Unidade no SI: Pa (Pascal).
Nota: O sinal negativo denota o decréscimo no volume
quandoΔp é positivo.
Δp
Bv
A velocidade do som
Usando a definição do módulo e combinando com a segunda lei de Newton pode-se
mostrar que a velocidade do som em um meio isotrópico homogêneo com módulo B e
densidade ρ é dado pela equação: .
Nota 1: o B é menor para um meio mais compressível. Os referidos meios
apresentam menor velocidade do som.
Nota 2: materiais mais densos (maior ρ) têm menor velocidade do som.
Exemplo: Problema 5 Casa: Problema 7
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Compressão
Expansão
Posição de
Equilíbrio
Elemento de fluido oscilante
Deslocamento
Variação de Pressão
Amplitude de Pressão
Amplitude de
Deslocamento
Termo
Oscilante
sen
Ondas sonoras progressivas.
Considere o tubo preenchido com ar mostrado na
figura. Geramos uma onda sonora harmônica que
viaja para a direita ao longo do eixo do tubo. Um
método simples é colocar um alto-falante na
extremidade esquerda do tubo operando em uma
frequência particular. Considere um elemento de ar
de espessura Δx que está localizado na posição x
antes da chegada da onda sonora. Esta é a “posição
de equilíbrio” do elemento. Nestas condições, a
pressão no interior do tubo é constante. Na presença
da onda sonora o elemento oscila em torno da
posição de equilíbrio. Ao mesmo tempo, a pressão
no local do elemento oscila em torno de seu valor
estático. A onda sonora no tubo pode ser descrita
através de um dos dois parâmetros
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Compressão
Expansão
Posição de
Equilíbrio
Elemento de fluido oscilante
Deslocamento
Variação de Pressão
Amplitude de Pressão
Amplitude de
Deslocamento
Termo
Oscilante
sen
m mp v s Ondas sonoras progressivas.
Um desses parâmetros é a distância s(x,t) do
elemento até a posição de equilíbrio:
s(x,t) = smcos(kx – ωt).
A constante sm é a amplitude do deslocamento da
onda. O número angular de onda k e a frequência
angular ω tem o mesmo significado, como no caso
das ondas transversais estudadas anteriormente. A
segunda possibilidade é usar a variação de pressão
Δp a partir do valor estático:
Δp(x,t) = Δpmsen(kx – ωt).
A constante Δpm é a amplitude da onda de pressão.
As duas amplitudes estão relacionadas pela equação:
Δpm = (νρω)sm.
Nota: O deslocamento e a variação de pressão tem
uma diferença de fase de 90º. Como resultado,
quando um parâmetro tem um máximo o outro tem
um mínimo e vice-versa.Exemplos: Problemas 12 e 14
Casa: Problema 15
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No tempo t a fase da onda sonora 1 chegando de S1 no ponto P é ϕ1= kL1 – ωt.
No tempo t a fase da onda sonora 2 chegando de S2 no ponto P é ϕ2= kL2 – ωt.
Geralmente as duas ondas em P tem uma diferença de fase.
A diferença L2 – L1 é conhecida como a “diferença de comprimento do caminho”
(ΔL) entre as duas ondas. Assim
Aqui λ é o comprimento de onda das duas ondas.
Interferência
Considere duas fontes pontuais de ondas sonoras
S1 e S2 mostrada na figura. As duas fontes estão
em fase e emitem ondas sonoras com mesma
frequência.
Ondas de duas fontes chegam no ponto P, cuja
distância entre S1 e S2 é L1 e L2, respectivamente.
As duas ondas interferem no ponto P.
Δ𝜙 =2𝜋
𝜆Δ𝐿
Δ𝜙 =2𝜋
𝜆Δ𝐿
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Interferência construtiva.
A onda em P resultante da interferência de duas
ondas que chegam de S1 e S2 tem uma amplitude
máxima quando a diferença de fase ϕ = 2πm
Interferência destrutiva.
A onda em P resultante da interferência de duas ondas que chegam de S1 e
S2 tem uma amplitude mínima quando a diferença de fase
ΔL igual a um múltiplo inteiro de λ → interferência construtiva.
ΔL igual a um múltiplo impar de meio λ → interferência destrutiva.
Exemplos:
Problemas 18 e 22
Casa:
Problemas 19 e 23
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Intensidade de uma onda sonora
Considere uma onda que incide normalmente sobre
uma superfície de área A. A onda transporta energia.
Como resultado, teremos uma potência P (energia por
unidade de tempo) que passa por A. Definimos como
intensidade da onda I a relação P/A.
Unidade no SI: W.m-2
A intensidade de uma onda harmônica com amplitude de deslocamento sm é dada
por: Em termos de pressão será .
Considere uma fonte pontual S emitindo uma potência P na forma de ondas sonoras
de uma frequência particular. O meio ambiente é isotrópico de modo que as ondas
se propaguem uniformemente. As frentes de ondas correspondentes são esferas que
tem S como seu centro. A intensidade sonora com uma distância r de S é:
A intensidade de uma onda sonora para uma fonte pontual é proporcional a
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O decibel
A sensação auditiva em humanos é proporcional ao logaritmo da intensidade
sonora I. Isso permite que o ouvido perceba uma ampla gama de intensidades
sonoras. O limiar de audição I0 é definida como a menor intensidade de som
que pode ser detectado pelo ouvido humano I0 = 10-12 W.m-2.
O nível sonoro β é definido de tal modo a imitar a resposta do ouvido humano
β é expresso em decibéis (dB):
Podemos inverter a equação acima e expressar I em função de β como:
I = I0.10(β/10).
Nota 1: Para I = I0 temos β = 10 x log 1 = 0
Nota 2: β aumentado em 10 decibéis implica I aumenta por um fator de 10.
Por exemplo: β = 40 dB corresponde a I = 104 I0.
Exemplo: Problema 37
Casa: Problemas 35 e 36
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Ondas sonoras estacionárias em tubos
Considere um tubo preenchido com ar que é aberto em
ambas extremidades. Ondas sonoras que tem
comprimento de ondas que satisfazem uma relação
particular com o comprimento L do tubo configuram
ondas estacionárias que tem amplitudes sustentadas.
O padrão mais simples pode ser configurado em um tubo aberto em ambas as
extremidades como mostra a figura a. O tubo de ondas estacionárias tem um anti-nó
(máximo) na amplitude de deslocamento. A amplitude da onda estacionária está plotada
em função da distância na figura b. O padrão tem um nó no centro da tubulação já que
dois anti-nós adjacentes são separados por um nó (mínimo). A distância entre dois anti-
nós adjacentes é λ/2.
Assim L = λ/2 → λ = 2L, sua frequência:
A onda estacionária da figura b é conhecida como o “modo fundamental” ou
“primeira harmônica” do tubo.
Nota: Anti-nós na amplitude de deslocamento corresponde aos nós na amplitude de
pressão. Isto é porque sm e Δpm são defasados de 90º.
12
2
n
L
n
1 2
2
/n
L
n
Ondas estacionárias em tubos abertos em
ambas extremidades
Na figura a são apresentados três modos de ondas
estacionárias. O comprimento de onda
quando n = 1, 2, 3, ... O inteiro n é conhecido
como número do harmônico.
As freqüências correspondentes:
Ondas estacionárias em tubos abertos em
uma extremidade e fechados na outra
Os primeiros quatro modos de ondas
estacionárias são mostradas na figura b. Elas
tem um anti-nó na extremidade aberta e um
nó na extremidade fechada.
O comprimento de onda:
Exemplo: Problema 46 Casa: Problemas 41 e 49
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Batimento
Se ouvirmos duas ondas sonoras de igual amplitude e frequências f1 e f2 ( f1 > f2 e
f1 ≈ f2) percebemos um som de frequência , além também percebemos
“batimentos”, que são variações na intensidade do som com uma frequência
fbatimento = f1 – f2. Como isso acontece?
Os deslocamentos dos duas ondas sonoras são dadas pelas equações: s1 = smcosω1t
e s2 = smcosω2t. Estas estão representadas nas figuras a e b. Usando o princípio da
superposição, podemos determinar o deslocamento resultante como:
s = [2smcosω’t]cosωt , quando e
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Tbatimento
T'
fbatimento = f1 – f2
s = [2smcosω’t]cosωt quando
O deslocamento está desenhado em função do tempo na figura. Podemos
considerá-lo como uma função cosseno cuja amplitude é igual a 2smcosω’t. A
amplitude é dependente do tempo, mas varia lentamente com o tempo. As
amplitudes máximas ocorrem quando cosω’t é igual a +1 ou -1, ou seja,
acontecem duas vezes dentro de um período da função cosω’t.
Assim a frequência angular do batimento ωbatimento = 2ω’=
A frequência do batimento fbatimento = 2πωbatimento = 2πω1 – 2πω2 = f1 – f2.
e
Exemplo: Problema 54 Casa: Problema 55
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O efeito Doppler
Considere a fonte e o detector de ondas sonoras
mostrado na figura. Assumimos que a frequência
da fonte é igual a f.
Tomamos como referência o ar circundante através do qual as ondas sonoras se
propagam. Se houver movimento relativo entre a fonte e o detector, em seguida, o
detector percebe a frequência do som que será f’ ≠ f. Se a fonte ou o detector se mover
em direção ao outro f’ > f. Se por outro lado, a fonte ou o detector se distanciarem um
do outro f’ < f. Isto é conhecido como o “efeito Doppler”. A frequência f’ é dada pela
equação . Aqui νS e νD são a velocidade da fonte e do detector em relação
ao ar, respectivamente.
Quando o movimento do detector ou fonte é em direção ao outro o sinal da velocidade
deve ter uma mudança crescente na frequência. Se por outro lado, o movimento é o de
afastar um em relação ao outro, o sinal da velocidade deve dar um deslocamento
decrescente da frequência.
As quatro possíveis combinações estão ilustradas no próximo slide.
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vS
vS
vS
vS
vD
vD
vD
vD
D
S
v vf f f f
v v
D
S
v vf f f f
v v
D
S
v vf f
v v
D
S
v vf f
v v
D
S
v vf f
v v
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Exemplos: Problemas 59, 64
Casa: Problemas 61 e 63
Perguntas: 1, 2, 4, 5, 7, 8, 9