Dezembro-2012

As 20 principais tendências tecnológicas e de mercado para 2013

¹

¹ Fonte imagem: Disponível em: < http://www.franquiadsw.com.br/wp-content/uploa-ds/2012/04/FOTO2.jpg >. Acesso em 11/12/2012 às 13:38.

A cada ano que passa a velocidade das mudanças sociais e econômicas aumenta, trazendo para o mercado uma profusão de novidades em produtos, serviços e, principalmente, na forma como empresas buscam se relacionar com seus clientes.

A Era do Marketing 3.0, preconizada por Kotler, Kartajaya e Setiawan, se consolida como uma realidade onde as pessoas assumem um perfil de consumo voltado para novos valores, onde a sustentabilidade, a emoção e a espiritualidade ganham importância em suas escolhas. Em paralelo a este perfil mais centra-do nas preocupações com o ser humano, ainda existe espaço para um consumismo desenfreado, em que a criatividade e a inovação representam fortes diferenciais competitivos em face da necessidade do consumidor de ter sempre o que há de mais moderno.

Por trás do consumismo exacerbado existe uma enorme necessidade do indivíduo se sentir inserido social-mente e para isso é preciso estar atualizado com aquilo que a sua tribo usa.

Aproveitando, então, a nova onda do mercado, as empresas lançam novos produtos e serviços em uma concorrência altamente acirrada, que faz com que um produto deixe de ter as melhores características e recursos dias após o seu lançamento.

E para aumentar ainda mais toda essa confusão, as empresas soterram seus consumidores com propagandas, tornando as escolhas cada vez mais difíceis de serem feitas. Nesse sentido, o Marketing 3.0 mostra que, para se ver livre da dúvida, o consumidor passa a valorizar mais a informação de sua rede de relacionamento nas mídias sociais do que na própria publicidade empresarial.

A forma de se relacionar com o cliente está sendo ditada pelas mudanças tecnológicas e pela transformação do seu comportamento.

E é em função da complexidade deste cenário que as empresas precisam entender o que vem acontecendo no mercado, tanto em termos do comportamento do consumidor, como das tendências tecnológicas que sur-gem a cada ano, fazendo com que o relacionamento entre empresas e consumidores mude substancialmente.

Tendências de mercado e do comportamento do consumidorO comportamento do consumidor dita hoje em dia as regras dos negócios. Empresas investigam o que os consumidores pensam, precisam e desejam e tentam adequar os seus produtos e serviços aos perfis dos seg-mentos que atendem. Empresas usam sua sensibilidade e sua capacidade de percepção das demandas para inovar. Esse processo é um ciclo que se retroalimenta permanentemente, tornando as relações entre empresas e seus clientes cada vez mais intensa e abrangente.

A relação entre empresas e seus clientes deixou de ser meramente co-mercial. Clientes buscam interagir e participar dos processos de criação e produção, pois querem ver seus desejos sempre atendidos.

Então quais são as grandes tendências para os próximos anos em termos do marketing das empresas e do comportamento do consumidor?

1. Dados pessoais, obtidos em pesquisas, em redes sociais, em cadastros de terceiros, se-rão cada vez mais usados para customizar produtos. O CRM, antes tido como um projeto

utópico para a maioria das empresas, tenderá a ser mais usado para fins de estabelecer a forma de se relacionar com os consumidores.

2. O princípio de que um bem vale o que o cliente percebe de valor nele assumirá um papel mais forte na política de precificação das empresas. Já existem negócios em que

o cliente estabelece o valor que deseja pagar, tais como restaurantes e CD´s de música. Se isso não se tornar uma realidade de curto prazo, no mínimo, causará preocupação em boa parte das empresas no sentido de buscar determinar o valor percebido pelos seus clientes para os seus produtos.

3. Se antes o objetivo era ter clientes fiéis, hoje se sabe que fidelidade é quase utópica em alguns segmentos de mercado (ex: supermercados). O foco passou a ser a conquista do

cliente defensor, ou seja, aquele que, por admirar os valores de uma empresa e confiar em sua postura, passa a defende-la de críticas e até recomendá-la para outros consumidores. Ter um cliente que defenda a sua empresa é mais importante do que exigir que ele seja sempre fiel à sua marca.

4. Empresas perceberam que um dos princípios da nova onda do marketing está na influência de um consumidor sobre outros e, por isso ter clientes defensores

se tornou ainda mais estratégico do ponto de vista de mercado. Fãs de uma marca induzem outros a se tornarem fãs também.

5. A estabilidade econômica brasileira e o aumento do poder aquisitivo da população mudaram o perfil social e

econômico do brasileiro, criando uma nova classe média, com a incorporação da classe C. A nova classe média assume um novo perfil de consumo, batizado de “consumidor mais por menos”. Empresas começam a perceber a importância mer-cadológica desse segmento de mercado e mapearam que as principais características desse consumidor são:a. Otimismo;

b. Comparam muito os preços antes de comprar;

c. Vão mais à loja física, mas já começam a pesquisar e com-prar pela internet;

d. A marca dos produtos é fator primário para as suas esco-lhas e gostam de se sentir socialmente inseridos;

e. A casa é o epicentro de suas vidas e dão prioridade para compra de imóveis, carros, educação e turismo.

6. O fenômeno do “showrooming” começa a preocupar os negócios centrados em lojas físicas. ‘Showrooming’ é uma expressão inventada pelos especialistas para

definir o comportamento de um número crescente de consumidores que vai até uma loja física para conferir o produto e depois, dependendo do preço, fecha a compra pela internet. Tudo em nome do conforto da operação e de um desconto, que muitas vezes é irrisório.

7. Cresce a importância do negócio digital nas empresas, pois o fenômeno co-nhecido como consumo “on the go” leva as pessoas a consumirem em qualquer

lugar a qualquer hora. Consumidores estão cada dia mais conectados com a internet, através de PC´s, notebooks, netbooks, tablets e smartphones, e sempre com mais fa-cilidades operacionais e financeiras para comprar.

8. As mídias sociais deixaram de ser um meio de relacionamento meramente social e defi-nitivamente ingressaram no “hall” de meios de negócios das empresas. Todos os conceitos

de marketing de relacionamento vêm se remodelando para incluir estratégias de relaciona-mento com consumidores pelas mídias sociais. Antes empresas proibiam seus funcionários de acessá-las durante o expediente. Hoje contratam profissionais especificamente para esse fim.

2Fonte imagem: Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/-LveLdT_RoUs/UL4R_HUzGdI/AAAAAAAAHkk/f_PYoS-

Mcxqk/s1600/Proposta+de+Cr%C3%A9dito+Recusada+2.jpg >. Acesso em 14/12/2012 às 13:42.

“Showrooming”: é quan-do o consumidor faz pes-quisa de produtos e pre-ços já dentro de uma loja física e acaba comprando produtos mais baratos em outros lugares, geralmente online.

“On the go”: produtos com embalagens espe-cialmente preparadas para consumo rápido.

2

As ações mais comuns para os próximos anos serão:a. Buscar informações sobre o perfil dos consumidores nas diversas comunidades dessas mí-dias;

b. Conhecer e entender o que os consumidores falam sobre sua marca, seus produtos e servi-ços, bem como sobre seus concorrentes;

c. Criar suas próprias comunidades, convidando consumidores para:

i. Debater as tendências do setor;ii. Fazer críticas, seja sobre os produtos, os serviços, as lojas, o atendimento, etc.;iii. Dar sugestões para a empresa, participando do processo de criação e produção da empresa. Para negócios do varejo, permitem o consumidor sugerir novas marcas e produtos;iv. Usar formadores de opinião para influenciar outros consumidores.

9. Apesar de alguns tropeços do modelo de compras coletivas, essa modalidade continua com força no mercado, agora valendo-se das mídias sociais. Os provedores deste serviço

apostam no poder de multiplicação da informação das redes sociais para alavancar ainda mais os seus negócios.

10. Aposta na sustentabilidade como diferencial competitivo de reforço da imagem da marca. Aproveitando a onda do Marketing 3.0, onde consumidores se tornam mais espiritua-lizados e mais centrados nos valores do ser humano, empresas investem em ações de susten-tabilidade em seus três vieses (social, econômico e ambiental).

Tendências da tecnologiaNão há como negar que a tecnologia assumiu um papel relevante nos negócios empresariais, não só sob a ótica da eficácia de seus processos, como também para os fins mercadológicos. Algumas das tendências apontadas abaixo, por mais que já se constituam em uma realidade, passam a ocupar uma posição crítica nas estratégias de mercado das empresas e por isso merecem ser destacadas.

1. Tablets tendem substituir os PC´s: Segundo o Relatório Accenture de 2011 dos Pro-dutos de Eletrônica de Consumo e Utilização de Serviços, os tablets serão os produtos

mais quentes na área de eletrônica de consumo e de entretenimento. Os tablets baterão outros 17 produtos, com uma taxa de crescimento de 160% em 2011, superando os livros eletrônicos ou e-readers (133%), o Blu-ray disc players (120%), os telefones celulares (56%), os computadores desktops e laptops (39%), os smartphones (26%) e os netbooks (22%). Essa tendência se dá principalmente em razão das empresas estarem adotando

esse equipamento para distribui-los aos seus funcio-nários. Os tablets são mais leves e menores, usam a tecnologia “touch”, dispensando o uso de teclados e conectam-se facilmente à internet pelas redes “wi-fi”.

“Tablets tendem substituir os PC´s: Segundo o Relatório Accenture de 2011”.

3

Fonte imagem: Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/-LveLdT_RoUs/UL4R_HUzGdI/AAAAAAAAHkk/f_PYoSMcxqk/s1600/Proposta+de+Cr%C3%A9dito+Recusada+2.jpg >. Acesso em 14/12/2012 às 13:42.

3

2. Segundo projeção da IDC, o Brasil deverá ser o quarto maior mercado de smar-tphones do mundo até 2016, o que significa mais pessoas acessando a internet por

meio de aparelhos móveis. Sinal de que é preciso começar já a adaptar o seu site para ser acessado com facilidade em celulares e tablets. Novas tecnologias já permitem desen-volver com facilidade sites “responsivos”, que se ajustam automaticamente suas páginas ao tamanho da tela em que estão sendo exibidos.

3. O enorme sucesso da tecnologia touch iniciada com o iPhone, que se estendeu para o iPad e hoje domina os aparelhos móveis tende a ser assimilada também pelos

desktops e notebooks, como já deu a entender a Microsoft com o Windows 8. O desafio para as empresas, portanto, é adaptar o conteúdo a esse novo formato.

4. A tecnologia digital começa a abrir espaço para a customização em massa e algu-mas empresas, como a Netshoes no Brasil, já experimenta essa nova forma de oferecer

produtos customizados para os clientes. Neste novo modelo de e-commerce o cliente es-colhe a cor, o modelo, alguns acessórios e compra um produto que atende aos seus gostos pessoais.

5. Os provadores virtuais permitirão que clientes “experimentem” produtos sem na verdade prova-los. O cliente se posiciona em frente a um enorme visor e pode se ver

nele, por exemplo, com uma roupa que deseja comprar, por controle remoto ou tecnologia “touch”.

6. A computação em nuvem já é uma realidade, mas ainda não venceu a resistência de grande parte dos consumidores. O “cloud-computing” é um conceito que permite

armazenar informações em um local remoto, oferecido e controlado por uma empresa especializada em armazenamento de dados, e que pode ser acessado pelo usuário em qualquer local que estiver. A resistência ao serviço nasce do mito de que suas in-formações pessoais podem ser mais facilmente roubadas. O que se ignora é que, por ter o negócio baseado na confiabilidade, os provedores desse tipo de serviço investem em proteção de dados de uma forma muito mais segura do que nos próprios PC´s dos usuários. A tendência é que haja uma forte migração de dados locais para as nuvens, diminuindo a necessidade de ter recursos de armazenamento local muito grandes.

7. O pagamento móvel, que é a transação comercial efetivada através de celulares, será uma realidade em pouco tempo, principalmente porque o principal entrave no

Brasil, de origem legal, está sendo eliminado com a regulamentação da transação. Isso facilitará o processo de compra para um enorme público que não dispõe de cartões de crédito e que terá mais uma alternativa de pagamento para as suas compras.

8. O uso do recurso de “bluetooth” dos celulares nos pontos de venda é outra tendên-cia que deve ganhar força a partir de 2013. Empresas se preparam para detectar

clientes que estão com esse recurso ativado em seus celulares para mandar ofertas espe-ciais do dia.

9. Consumidores querem poder estar conectados à internet em qualquer lugar e a oferta de acesso “wi-fi” gratuita aos consumidores tem se tornado um diferencial com-

petitivo, inclusive para os pequenos comerciantes, especialmente do segmento gastronômi-co e de lazer.

10. E para agregar mais um valor à tecnologia móvel, os celulares, aproveitando a

“Cloud-computing”: Bsicamente utilizar-mos, em qualquer lu-gar e independente de plataforma, as mais variadas aplicações por meio da internet.

BOLETIM OPORTUNIDADES & NEGÓCIOS é uma publicação da Unidade de Acesso a Mercados e Serviços FinanceirosSEBRAE –Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas

Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto SimõesDiretor-Presidente: Luiz BarrettoDiretor-Técnico: Carlos Alberto dos SantosDiretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos

UAMSF - Unidade de Acesso a Mercados e Serviços Financeiros UACS - Unidade de Atendimento Coletivo – Serviço Consultor Conteudista: Marcos RabsteinDiagramação: Renan Carvalho

Endereço: SGAS 604/605, módulos 30 e 31, Asa Sul, Brasília/DF, CEP: 70.200-645

expansão de recursos oferecidos pela tecnologia 4GS, incorporará as funções de vídeo chamadas, além do acesso a vídeos e sons mais pesados na internet, como no caso de fil-mes, que já começam a poder ser assistidos nos smartphones.

Como mencionado anteriormente, boa parte daquilo que denominamos como tendências já é uma realidade no mercado. O que as empresas precisam fazer é adaptar-se rapidamente a esse movimento de mercado, sob pena de estarem defasados do perfil de consumo de seus clientes.