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    A Sndrome do ombro doloroso e as principais patologias que causam

    disfuncionalidades na cintura escapular e o impacto socioeconmico desses

    distrbios.

    Roberlane de Souza Picano Barbosa

    Orientadora: Dayana Priscila Maia Mejia

    [email protected]

    Ps-Graduao em Reabilitao em ortopedia e traumatologia com nfase

    Em terapias manuais- Faculdade vila

    Resumo

    A sndrome do ombro doloroso e as principais patologias que causam disfuncionalidades na

    cintura escapular e o impacto socioeconmico desses distrbios so as fontes dessa pesquisa.

    Problema: Por ser uma articulao com hipermobilidade um grande vetor de doenas e de

    incapacitaes funcionais observadas nos centros de reabilitao clnica motora, pergunta-se

    qual o verdadeiro impacto socioeconmico desse distrbio articular? Objetivo geral:

    mostrar as principias patologias que causam disfuncionalidade da articulao glenoumeral

    assim como da cintura escapular, pois, ambas funcionam como uma unidade motora de

    estabilizao do movimento. Objetivo especifico: diferenciar as doenas que mais esto

    presentes nesta sndrome como: A bursite, rupturas parcial e total dos tendes do bceps

    braquial, luxao e subluxao da articulao glenoumeral, tendinite da cabea longa do

    bceps, tendinopatia calcria, capsulite adesiva, e sndrome do impacto do ombro tambm

    denominada como tendinite do manguito rotador e os respectivos tratamento. Justificativa: O

    impacto patolgico causado na funo articular pode ser incapacitante e uma grande parte

    da populao afetada por essa sndrome, necessrio que os especialistas saibam a

    sintomatologia individual e as causas, para evitar falsos diagnsticos. Protocolos de

    tratamentos foram descritos de forma individualizada a fim de esclarecer tais diferenas.

    Palavras-Chave: Patologias; ombro Doloroso; Disfuncionalidade articular.

    1-Introduo

    A sndrome do ombro doloroso est relacionada com algumas disfunes patolgicas,

    que causam deficincia na cintura escapular. Muitas so as causas que levam a essas

    disfunes entre elas sero relatadas as mais frequentes como: Bursite, rupturas parcial e total

    dos tendes do bceps braquial, luxao e subluxao da articulao glenoumeral, tendinite da

    cabea longa do bceps, tendinopatia calcria, capsulite adesiva, e sndrome do impacto do

    ombro. Os impactos dessas alteraes patolgicas levam a disfunes biomecnicas dos

    movimentos fisiolgicos normais, como diminuio de amplitude articular, perda gradual de

    fora muscular, atrofia muscular, dor de origem inflamatria e mecnica, entre outras

    deficincias. Problema: Por ser uma articulao com hipermobilidade um grande vetor de

    doenas e de incapacitaes funcionais observadas nos centros de reabilitao clnica motora,

    pergunta-se qual o verdadeiro impacto socioeconmico desse distrbio articular? Objetivo

    geral: mostrar as principias patologias que causam disfuncionalidade da articulao

    glenoumeral assim como da cintura escapular, pois, ambas funcionam como uma unidade

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    motora de estabilizao do movimento. Objetivo especifico: diferenciar as doenas que

    mais esto presentes nesta sndrome como: A bursite, rupturas parcial e total dos tendes do

    bceps braquial, luxao e subluxao da articulao glenoumeral, tendinite da cabea longa

    do bceps, tendinopatia calcria, capsulite adesiva e sndrome do impacto do ombro tambm

    denominada como tendinite do manguito rotador e os respectivos tratamento. Justificativa: O

    impacto patolgico causado na funo articular pode ser incapacitante e uma grande parte da

    populao afetada por essa sndrome, necessrio que os especialistas saibam a

    sintomatologia individual e as causas, para evitar falsos diagnsticos. Protocolos de

    tratamentos foram descritos de forma individualizada a fim de esclarecer tais diferenas. H

    um grande nmero de pessoas afetadas por essa sndrome dolorosa, com graus variados de

    disfuno, levando a ausncia no trabalho e dificuldade de realizar as atividades bsicas de

    vida dirias (ABVDS), laborativas e recreativas. Essas patologias causam dor glenoumeral e

    levam a disfuno na unidade de movimento da cintura escapular. H caractersticas

    diferentes nestas doenas que atingem articulaes com sinais sintomas parecidos, mas, que

    tem suas peculiaridades e que devem ser tradadas de forma especificas e no com protocolo

    de tratamento nico.

    2-Reviso Anatmica

    Para se compreender a sndrome do ombro doloroso, preciso conceituar a anatmia da

    cintura escapular assim como da articulao gleno-umeral e suas cinemticas. A

    funcionalidade do ombro envolve associadamente a articulao gleno-umeral e

    escapulotorcica, que juntas realizam um tero da mobilidade de abduo do membro

    superior. A cintura escapular deve estar estvel e alinhada assim como todas as articulaes

    envolvidas e interfaces bursais, para manter uma completa amplitude de movimento do ombro

    essa estruturas devem estar livres de quaisquer restries. A Cintura escapular responsvel

    pela mobilidade do membro superior, com isso mo pode ser posicionada em qualquer lugar

    dentro da fisiologia normal do movimento, sendo apenas limitada primeiramente pelo

    comprimento do brao e do espao ocupado pelo corpo. A biomecnica combinada de suas

    articulaes e msculos proporcionam e controlam essa mobilidade. Comparado com o

    quadril que uma articulao estvel com um receptculo profundo o acetbulo, comparado

    ao ombro que tem um receptculo raso, a fossa glenide (THOMPSON, 2001).

    3-Estabilizadores Articulares

    So responsveis para manter a articulao estvel e alinhada para que os membros

    superiores possam manter sua fisiologia normal do movimento, podem ser classificado em

    estabilizadores estticos e dinmicos (SERRA, 2001).

    3.1 Estabilizadores Estticos

    A cpsula articular, a fossa glenide, o lbio glenoidal, os ligamentos glenoumerais e o

    intervalo dos rotadores (espao entre a margem anterior do msculo Supra-espinhoso e a

    margem superior do msculo subescapular, contendo no seu interior o tendo da cabea longa

    do bceps, ligamento coracoumeral e o ligamento glenoumeral superior). Os principais entre

    os citados so: a cpsula glenoumeral e o ligamento coracoacromial (SERRA, 2001).

    3.2 Estabilizadores Dinmicos

    Os quatros msculos do manguito rotador (supra-espinhoso, infra-espinhoso,

    subescapular e redondo menor) possuem sua insero tendinosa no mero, os msculos

    Escapuloumerais so estabilizadores mecnicos desta articulao. A biomecnica e a

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    localizao desses msculos proporcionam equilbrio, estabilidade e mobilidade da

    articulao ombro (SERRA, 2001).

    4-Consideraes anatmicas da cintura escapular e glenoumeral

    Ossos: Parte ssea da articulao glenoumeral compreende trs ossos: escpula, clavcula e mero.

    Ossos: cintura escapular compreende dois ossos: escpula e clavcula (SERRA, 2001).

    5-Msculo da Cintura Escapular:

    So cinco os msculos envolvidos mais primariamente nos movimentos da cintura

    escapular e todos possuem sua origem no esqueleto axial com insero localizada na escpula

    e/ou na clavcula, so eles: peitoral menor, serrtil anterior, trapzio e rombides e elevador

    da escapula. Para evitar confuso, com vem agrup-los separadamente dos da articulao do

    ombro. O msculo subclvio tambm est includo neste grupo, mas, no considerado o

    motor primrio em nenhuma ao da cintura escapular. Os msculos da cintura escapular no

    se fixam no mero nem causam as aes da articulao do ombro. Eles tm um papel

    importante, pois, fornecem estabilidades dinmicasa escpula (THOMPISON, 2001).

    6-Cinesiologia Estrutural (Anterior- abduo e depresso da escpula)

    Peitoral menor: Origem: superfcies anteriores da terceira quinta costela.

    Insero: processo coracide da escpula

    Ao: abduo (protrao): traciona a escpula pra gente, e tende a inclina o bordo

    inferior, afastando-o das costelas.

    Rotao para baixo: ao abduzir-se, raciona a escpula para baixo.

    Depresso: quando a escpula girada para cima, contribuindo para depresso.

    Inervao: nervo peitoral medial

    Serrtil anterior Origem: superfcies das nove costelas superiores do lido do trax.

    Insero: Aspecto anterior do comprimento total do bordo medial da escpula.

    Ao: Abduo (protrao) traciona o bordo medial da escpula, afastando-a a

    vertebra.

    Rotao par cima: as fibras mais compridas e inferiores tendem a tracionar o angulo

    inferior da escapula para longe das vertebras, girando-a assim ligeiramente para cima.

    Inervao: nervo torcico longo.

    Subclvio Origem: aspecto superior da primeira costela, na juno de sua cartilagem costal.

    Insero: sulco inferior na poro mdia da clavcula.

    Ao: estabilizao e proteo da articulao esternoclavicular.

    Depresso.

    Inervao: fibras nervosas de c5 e c6 (THOMPISON, 2001).

    Posterior (aduo e elevao da escapula)

    Trapzio Origem: fibras superiores na base do crnio, protuberncia occipital e ligamentos

    posteriores do pescoo.

    Fibras mdias processos espinhosos da stima vrtebra cervical e das trs vrtebras

    torcicas superiores.

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    Fibras inferiores: processos espinhosos que vo da quarta dcima segunda vrtebra

    torcica.

    Insero: fibras superiores: aspecto posterior do tero lateral da clavcula.Fibras

    mdias: bordo medial do processo acromial e bordo superior da espinha escapular.

    Fibras inferiores: espao triangular da base da espinha escapular.

    Ao: fibras superiores: elevao da escpula; extenso da cabea no pescoo.

    Fibras mdias: elevao, rotao pra cima e aduo da escpula.

    Fibras inferiores: depresso, aduo e rotao para cima da escpula.

    Inervao: nervo acessrio (nono nervo craniano) e ramificaes de C3, C4

    (THOMPISON, 2001).

    Romboide Origem: processos espinhosos da ltima vrtebra cervical e as primeiras cinco

    vrtebras torcicas.

    Insero: bordo medial da escpula, abaixo da espinha.

    Ao:os msculos rombides maiores e menores trabalham juntos.

    Aduo (retrao): foram a escpula em direo coluna vertebral.

    Rotao para baixo: a partir da posio girada para cima. Foram a escpula para a

    rotao para baixo.

    Elevao: leve movimento para cima, que acompanha a aduo.

    Inervao: nervo escapular dorsal (C5)

    Elevador da escpula Origem: processo transverso das quatro vrtebras cervicais superiores.

    Insero: bordo medial da escpula acima da baseda espinha escapular.

    Ao: eleva a margem medial da escpula

    Inervao: nervo C5 e ramificaes de C3 e C4 da escpula dorsal

    (THOMPISON, 2001).

    7-Msculos da glenoumeral

    Sero agrupados de acordo com sua localizao e funo. Todos os msculos que se

    originam na escpula e clavcula podem ser pensados como msculos gleno-umerais

    intrnsecos, como deltide, Coracobraquial, o redondo maior, o grupo do manguito rotador,

    constitudo pelo subescapular, supra-espinhoso, infra-espinhoso e redondo menor. Os

    msculos glenoumerais extrnsecos so os msculos: grande dorsal, o peitoral maior

    (THOMPISON, 2001).

    8-Msculos da articulao do ombro e sua localizao. (Anterior)

    Peitoral maior: Origem: Fibras superiores (cabea clavicular) metade medial da superfcie anterior da

    clavcula.

    Fibras inferiores (cabea esternal) superfcies anteriores da cartilagem costal das seis

    primeiras costelas e poro adjacente do esterno.

    Insero: tendo plano com largura de 5 a 8 cm no lbio externo do sulco

    intertubercular do mero.

    Ao: Fibras superiores (cabea clavicular) rotao interna aduo horizontal, flexo,

    abduo (uma vez que o brao seja abduzido a 90 graus, as fibras superiores auxiliam

    na continuao da abduo) e aduo (com o brao em abduo abaixo de 90 graus) da

    articulao glenoumeral.

    Fibras inferiores: (cabea esternal): rotao interna, aduo horizontal, extenso e

    aduo da articulao glenoumeral.

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    Inervao: Fibras superiores: nervo peitoral lateral.

    Fibras inferiores: nervo peitoral medial (THOMPISON, 2001).

    Coracobraquial: Origem: Processo coracide da escpula

    Insero: Meio do bordo medial do eixo umeral

    Ao: Flexo, aduo e aduo horizontal da articulao glenoumeral

    Inervao: Nervo msculo cutneo.

    Subescapular Origem: Toda superfcie anterior da fossa subescapular.

    Insero: tubrculo menor do mero.

    Ao: rotao interna, aduo, extenso da articulao glenoumeral.

    Estabilizao da cabea do umeral na fossa glenide.

    Inervao: nervo subescapular superior e inferior (THOMPISON, 2001).

    9-Msculos da articulao do ombro e sua localizao. (Superior)

    Deltide Origem: fibras anteriores: tero lateral anterior da clavcula.

    Fibras mdias: aspecto lateral do acrmio.

    Fibras posteriores: borda inferior da espinha da escpula.

    Insero: Tuberosidade deltoide no mero lateral.

    Ao: Fibras anteriores: abduo, flexo, aduo horizontal e rotao interna da

    articulao glenoumeral.

    Fibras mdias: abduoda articulao glenoumeral.

    Fibras posteriores: abduo, extenso, abduo horizontal e rotao externa da

    articulao glenoumeral.

    Inervao: Nervo axilar (THOMPISON, 2001).

    Supra- espinhoso Origem: dois teros mediais da fossa supraespinhal.

    Insero: superiormente no tubrculo maior do mero.

    Ao: abduo fraca e estabilizao d cabea do mero na fossa glenide.

    Inervao: nervo supra- escapular (THOMPISON, 2001).

    10-Msculos da articulao do ombro e sua localizao. (Posterior)

    Grande dorsal Origem: crista posterior do lio, costa do acro e processos espinhosos das vertebras

    lombares e seis vertebras torcica, ramifica-se nas trs costelas inferiores.

    Insero: lado medial do sulco intertubercular do mero.

    Ao: abduo, extenso, rotao interna e abduo horizontal da articulao

    glenoumeral.

    Inervao: nervo toraco-dorsal.

    Redondo maior: Origem: posteriormente no tero inferior do bordo lateral da escpula, logo acima o

    ngulo inferior.

    Insero: lbio medial do sulco intertubercular do mero.

    Ao: extenso da articulao glenoumeral, principalmente da posio flexionada para

    posio estendida posteriormente.

    Rotao interna

    Aduoda articulao glenoumeral, principalmente na posio abduzida para baixo, de

    lado, e na direo da linha mdia do corpo.

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    Inervao: nervo subescapular inferior.

    Infra-espinhoso: Origem: aspecto medial da fossa infra- espinhosa logo abaixo da escpula.

    Insero: posteriormente no tubrculo maior do mero.

    Ao: rotao externa abduo horizontal, extenso e estabilizao da cabea do

    mero na fossa glenide da articulao glenoumeral

    Inervao: nervo supra-escapular

    Redondo menor Origem: posteriormente nos aspectos superior e mdio do bordo lateral da escpula.

    Insero: posteriormente no tubrculomaior do mero.

    Ao: rotao externa, abduo horizontal, extenso da articulao gleno-umeral.

    Estabilizao da caa umeral na fossa glenide

    Inervao: nervo axilar glenide (THOMPISON, 2001).

    11-Articulaes:

    Ao analisar os movimentos escapulotorcica, observa-se que a escpula se move na

    caixa torcica porque o movimento articular na verdade ocorre na articulao

    esternoclavicular e, em menor amplitudena articulao acrmio clavicular.

    Esterno-clavicular (EC): articulao artrodial (deslizante), caracterizada por duas superfcies sseas planas que se confrontam diretamente, permitindo movimento de

    deslizamento limitado. Move-se a 15 graus anteriormente com protrao e 15 graus

    posteriormente com retrao, alm de mover-se 45 graus superiormente com elevao

    e 5 graus inferiormente com depresso. suportada anteriormente pelo ligamento

    esternoclavicular anterior e, posteriormente, pelo ligamento posterior. Os ligamentos

    costoclavicular e interclavicular proporcionam estabilidade contra o deslocamento

    superior.

    Acrmio-clavicular (AC): articulao artrodial, possui um deslizamento e um movimento rotacional totalde 20 a 30 graus, que acompanha os outros movimentos da

    cintura escapular e da articulao do ombro. Possuem fortes ligamentos

    coracoclaviculares (trapezide e conide), os ligamentos acromioclaviculares superior

    e inferiorque do suporte articular, porm bastante venervel s leses. A articulao

    coracoclavicular, classificada como articulao do tipo sindesmtica, que se mantm

    junta por meio de estruturas ligamentares fortes, permitindo movimento mnimo entre

    os ossos, aumenta intensamente, por meio de seus ligamentos, a estabilidade da

    articulao acromioclavicular.

    Escpulo-torcico: (espao de deslizamento) No uma articulao sinovial verdadeira, por no possuir caractersticas sinoviais regulares e seu movimento

    totalmente dependente das articulaes esternoclavicular e acromioclavicular e espao

    de deslizamento acrmio-troquiteriano. A escpula pode ser descrita como tendo uma

    amplitude total de 25 graus de movimento de abduo-aduo, de 60 graus de rotao

    para cima e para baixo e de 35 graus de elevao-depresso, divide-se em corpo,

    acrmio e glenide, o nvel superior corresponde segunda costela e o inferior

    stima costela, mantendo-se lateralmente afastada da coluna vertebral cerca de 25 cm

    (do processo espinhoso da vrtebra T3, na altura da espinha escapular). A escapula

    suportada dinamicamente por seus msculos e no possui suporte ligamentar

    (THOMPISON, 2001).

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    12-Articulao glenoumeral

    Articulao do tipo enartrodial (bola e soquete) articulao que permite movimento em

    todos os planos. Sua estabilidade ligeiramente reforada pelo labro glenide, um anel

    cartilaginoso que envolve a fossa glenide no interior de sua periferia, e pelos ligamentos

    glenoumerais, de modo especial anterior e inferiormente. Os ligamentos glenoumerais

    anteriores se tornam retesados quando ocorre rotao externa, extenso, abduo e aduo

    horizontal, os delgados ligamentos capsulares posteriores so tensionados na rotao interna,

    flexo e aduo horizontal, o ligamento glenoumeral inferior importante para proporcionar

    estabilidade anterior e posterior. A pesar da grande amplitude de movimento dessa articulao

    seus ligamentos conservam-se bastante frouxos, a estabilidade sacrificada pelo ganho de

    mobilidade. Determinar a amplitudede cada movimento da articulao glenoumeral difcil

    em virtude do movimento da cintura escapular que os acompanha. Acredita-se que os

    movimentos situam-se dentro das seguintes faixas: 90 graus de abduo, zero grau de aduo

    (impedida pelo tronco) ou 75 graus anteriormente ao tronco, 40 a 60 graus de extenso, 90 a

    100 graus de flexo, 70 a 90 graus de rotao interna e externa, 45 graus de abduo

    horizontal e 135 graus de aduo horizontal (THOMPISON, 2001).

    13-Biomecnica

    Os movimentos da cintura escapular esto envolvidos dois ossos, a escpula e a

    clavcula, movendo-se como uma unidade. Sua nica ligao ssea com o esqueleto axial

    consiste na articulao da clavcula com o esterno. Ao analisar os movimentos

    escapulotorcica, observa-se que a escpula se move na caixa torcica, porque o movimento

    escapular, na verdade, ocorre na articulao esternoclavicular e, em menor amplitude, na

    articulao acrmio clavicular.Os movimentos da cintura escapular podem ser descritos como

    movimentos da escpula so:

    Abduo (protrao): movimento da escapula de afastar-se lateralmente da coluna vertebral.

    Aduo (retrao): movimento da escapula de avanar medialmente em direo coluna vertebral

    Rotao para cima: girar a fossa glenide para cima e afastar, superiormente e lateralmente. O ngulo inferior em relao coluna vertebral.

    Rotao para baixo: retornar o ngulo inferior a sua posio normal, movendo-o medial e inferiormente em direo coluna vertebral e a fossa glenide.

    Elevao: Movimento para cima ou superior, como quando se encolhe o ombro. Depresso: movimento para baixo ou inferior, como quando se retorna posio

    normal (THOMPISON, 2001).

    14-Movimento da articulao do ombro.

    Abduo: movimento lateral e para cima do mero, que se abre lateralmente, afastando se do corpo.

    Aduo: movimento par baixo do mero, medialmente em direo do corpo a partir d abduo.

    Flexo: movimento do mero anteriormente. Extenso: movimento do mero posteriormente, referido algumas vezes como

    hiperextenso.

    Aduo horizontal: movimento do mero no plano horizontal ou transverso em direo ao trax, cruzando-o.

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    Abduo horizontal (extenso): movimento de afastamento do mero em relao ao trax, num plano horizontal u transverso.

    Rotao externa: movimento de afastamento lateral do mero em relao linha mdia, ao redor de seu eixo longo.

    Rotao interna: movimento medial do mero em torno de seu eixo longo, em direo linha mdia.

    Abduo diagonal: movimento de afastamento do mero, em relao linha mdia do corpo, num plano diagonal.

    Aduo diagonal: movimento do mero em direo linha mdia do corpo, num plano diagonal (THOMPISON, 2001).

    15-Sndrome do Ombro Doloroso

    A palavra sndrome vem identificar que vrios so os fatores que ocasionam o

    aparecimento dessas patologias, ou seja, o ombro doloroso no uma doena propriamente

    dita, e sim um Sintomas de vrios comprometimentos e que podem levar a essas

    disfuncionalidades do ombro doloroso (SERRA, 2000).

    15.1Os sintomas da forma aguda so:

    Dor intensa na regio da articulao escpulo-umeral agravada pelos movimentos do

    ombro, irradiao da dor para o pescoo s vezes para o brao, na insero do deltoide e nas

    pontas dos dedos; limitao dos movimentos com dor extrema a ligeira abduo ou rotao,

    hiperalgesia na regio do troquiter, apfise coracide e sulco bicipital. Os sinais radiolgicos

    so encontrados em 50% dos casos (SERRA, 2002).

    15.2Na forma crnica encontramos os seguintes sintomas:

    Pode ocorrer atrofia do Deltide e do Supra-espinhoso, Incapacidade de movimentos

    articulares scpulo-umeral (abduo-rotao), Dor localizada ou irradiada de pouca

    intensidade, Hiperalgesia em nvel do troquiter. Os sinais radiolgicos so de atrofia da

    grande tuberosidade do mero e calcificaes (SERRA, 2002).

    15.2 Clnica/mtodos e avaliao As formas clnicas mais encontradas no ombro doloroso se

    classificam da seguinte forma: Quanto intensidade dos sintomas, o tempo do incio da

    doena eao exame radiolgico (LAGO, 2002).

    15-3 E quanto ao aparecimento de sintomas como: Agudas, Subagudas, Crnicas com ou sem calcificaes (LAGO, 2002).

    15.4 Exame fsico:

    Localizam-se pontos de maior sensibilidade simples presso digital (insero Supra-

    espinhoso, longa poro do bceps, articulao acrmio-clavicular, apfise coracide, bolsa

    subacromial) O arco doloroso de Simmonds frequente. A abduo dificultada na passagem

    da grande tuberosidade do mero sob o acrmio.A manobra de Yergason positiva para

    alterao a longa poro do bceps quando o brao estiver em abduo e o antebrao

    flexionado em 90 graus. A supinao e a contra resistncia despertam dor na corredia

    biciptal.Importante o exame em nvel do tendo do Supra-espinhoso, em que se instalam

    leses mais graves.Elas se localizam em reas correspondentes ao assoalho da bolsa

    subacromial, na qual o tendo do supra-espinhoso se adere totalmente cpsula articular

    (LAGO, 2002).

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    15.5 Testes Especficos

    Teste de fora dos diferentes msculos Teste de sensibilidade; Teste de Neer,Hawkins, Yokun direcionado as afeces do impacto subacromial; Teste do supra-espinhal e de Jobe so para: o tendo do supra-espinhal Teste de Patte e o teste da cancela so: leso do infraespinhal Teste de Gerber para leso do subescapular Teste do bceps(Speed) Teste de instabilidade posterior (LAGO, 2002).

    15-6 Exames complementares

    Servem para avaliar o grau de retrao tendinea, o grau de degenerao muscular e leses

    associadas.

    Radiografia- fornecem informaes sobre alteraes sseas com: artrose glenoumeral, esporo acromial e Asceno da cabea umeral em relao cavidade

    glenide.

    Ultrassonografia- mostra leses completas (conta com a experincia do radiologista). RessonnciaNuclear Magntica- o melhor mtodo de imagem para avaliar as

    leses do manguito rotador podendo ser realizado com ou sem contraste.

    Artroscopia- um dos melhores mtodos para visualizar a leso do manguito rotador (LAGO, 2002)

    15-7 Exame radiolgico

    Frequentemente os exames radiolgicos convencionais se apresentam normais

    (valoriza-se o exame fsico). Os achados so:Depsitos calcrios, bursite calcria, osteoporose

    difusa ou localizada, Condensao ssea, tumores, leses lticas, leses degenerativas, artrose,

    Reduo do estreito acrmio-tuberositrio e desgaste-desnutrio do manguito tendinoso

    (LAGO, 2002).

    15-8 Tratamento

    A aplicao precoce do tratamento fisioteraputico ser um fator importante na rpida

    resoluo do processo, assim, quanto mais tardio for o incio, mais sesses e mais tcnicas

    sero necessria para resoluo do quadro, j que limitaes articulares e atrofias musculares

    j tero se instalado (LAGO, 2002).

    16-Bursite

    uma inflamao ou irritao de uma bursa, bursa um pequeno saco localizado entre

    o osso e outras estruturas mveis, como msculos, pele ou tendes. Ela permite e facilita um

    melhor deslizamento entre as estruturas. As bursas esto localizadas prximass articulaes,

    qualquer processo inflamatrio nos tecidos moles ser percebido frequentemente por

    pacientes como dor na articulao e, equivocadamente como artrite, os sintomas so

    semelhantes. Temos a bolsa subacromiodeltidea que esta situada anatomicamente entre o

    manguito rotador e o acrmio. Em relao s causas de bursite subdeltoidiana ou subacromial,

    temos: Atividade excessiva, Hiperabduo prolongada, ruptura do supra-espinhoso,infra-

    espinhoso ou poro longa do bceps, luxao acromioclavicular, fratura do troquiter, irritao

    por ostefitos, aderncia, paciente crnico no leito, alteraes e inflamaes. Dor e rigidez,

  • 10

    agravados por movimentos. Dor principalmente noturno e edema local podem acontecer

    (LAGO, 2002).

    16.1 Bursite subdeltoidiana aguda: a causa mais frequente da limitao da mobilidade

    articular que no respeitos propores capsulares. Esta doena tem inicio sbito, atingindo

    seu apogeu em apena trs dias. O paciente refere dores de intensidade progressiva,

    inicialmente localizada no ombro e projetandose em seguida at o punho. O exame revela acentuada limitao da mobilidade. Esta afeco difere do padro capsular pela limitao

    predominante da abduo, enquanto a rotao externa se revela praticamente normal. As

    dores costumam ser muito intensa durante os primeiros dez dias, a cura espontnea leva cerca

    de seis semanas. perfeitamente possvel que ocorra uma recidiva dentro dos cincos anos

    seguintes, seja no mesmo ombro, seja no lado oposto acalcificao no tendo do musculo

    supra-espinhal capa de provocar a bursite aguda, quanto os sais de clcio se distribuem

    derrepente na luz da bolsa subdeltoidiana. A bursite aguada pode tambm ser primeira

    manifestao de um processo reumtico (LAGO, 2002).

    16.2 Bursite subdeltoidiana crnica: Pode ser primria ou secundria, em analogia ou que

    ocorre com afeces da articulao acrmio-clavicular. Todavia, cumpre assinalar que a

    bursite crnica no apresenta a continuao ou sequela tardia da bursite aguda. Essa ltima

    uma doena inteiramente a parte. A bursite crnica primria pode ocorrer em qualquer

    perodo entre 15 a 65 anos. Parecem ser secundarias a algumas outras afeces do ombro,

    geralmente de natureza degenerativa, a qual por si s no provoca sintomas. A bursite crnica

    secundaria muito mais frequente que a forma primria. Trata-se sempre de sequela de

    alguma afeco do manguito, de alguma patologia da articulao acrmio-clavicular ou da

    presena de irregularidades no acrmio e ou no grande tubrculo exemplo da aps fratura

    (LAGO, 2002).

    16.3 Bursite Subcoracide: Manifesta-se sobre a rotao dolorosa da rotao interna e a

    abduo permanece normal, a rotao externa completa quando executadapassivamente, no

    ombro mantido e abduo de 90 graus. Nessa afeco, a dor mais intensa durante a abduo

    passiva horizontal, praticada adiante do corpo (LAGO, 2002).

    16.4 Clnica

    A dor origem inflamatria que no sede nem com o repouso articular e com maior

    intensidade no horrio noturno levando alimitao articular da mobilidade ativa em todos os

    sentidos, assim como mobilidade passiva, ocorrendo limitao dos movimentos de abduo e

    rotao externa, causada pela inflamao da bolsa, produzindo uma adeso de suas paredes

    que dificulta os seus deslizamentos sob o acrmio. Na Prova de fora ser negativa para todos

    os movimentos, descartando-se assim a possibilidade de comprometimento tendinoso

    (LAGO, 2002).

    16.5 Tratamento

    Fase aguda: compreende dos 5 a 7 primeiros dias. O Tratamento fisioteraputico consiste de

    interveno antiinflamatria, como eletroterapia de alta frequncia (micro-ondas, ondas curtas

    e ultrassom pulstil em baixas doses), Massagem com gelo de 5 a 7 minutos de duas a trs

    vezes ao dia. Repouso do paciente, colocando o brao em uma tipia.

    Fase crnica: a resoluo da dor at a resoluo completa do processo. Sero mantidas as

    condutas antiinflamatrias da fase anterior, Tambm sero iniciadas mobilizaes passivas e

  • 11

    ativo-assistidas, terapia manual, facilitao neuromuscular proprioceptiva e exerccios

    resistidos de fortalecimento muscular (LAGO, 2002).

    17-Patologias do Manguito Rotador

    17.1Tendinite

    Pode afetar somente uma poro do manguito, ou todo o tendo. Existem tipos de

    localizao da sndrome, no primeiro caso, fala-se de tendinite do supra-espinhosoou redondo

    menor, evolui bem com o tratamento conservadoro segundo anterior tambm benigno do

    tendo do subescapular,a sndrome superior mais resistente ao tratamento conservador o

    tendo do supra-espinhoso. denominada tendinite do manguito rotador por no ser possvel

    a identificao da poro afetada e por haver um comprometimento difuso de todo o tendo

    (SERRA, 2001).

    17.2 Clnica

    Dor inflamatria (repouso) e mecnica, (movimento) e se localizar no prprio tendo,

    em sua inserodeltidea. Arco doloroso de 60 e os 100 graus de abduodevido passagem

    o tendo sob o acrmio. Mobilidade ativa estar afetada devida dor, e a mobilidade passiva

    ser comprometida com a realizao do arco doloroso com o movimento em abduo. A

    contrao isomtrica contra resistncia ser dolorosa abduo se o supra-espinhoso estiver

    afetado, rotao externa se estiver afetado o infra-espinhoso e rotao interna, se estiver

    afetado o subescapular (SERRA, 2001).

    18-Tendinopatia calcaria

    Ocorre formao de deposito de clcio no interior do tendo do manguito rotador,

    sendo que o tendo do supra-espinhal mais acometido. A Classificao conforme o

    tamanho da calcificao, pequena-menor que 0,5mm, mdio - entre 0,5 a 1,5mm; grande-

    maior que 1,5mm; possuem trs estgios (SERRA, 2001).

    18.1 Clnica

    Mesmo da tendinite, porm em calcificaes de tamanho considerveis, h uma

    limitao articular abduo que pode ser corrigida efetuando-se este movimento em rotao

    externa, no ficando assim o tendo pinado entre a cabea umeral e o acrmio. Outro sinal

    caracterstico so as crepitaes no movimento de abduo, palpveis ao se colocar a mo na

    regio do ombro (SERRA, 2001).

    18.2 Tratamento

    Fase aguda: eletroterapia de alta frequncia. Fase crnica: mobilizaes passivas com objetivo de prevenir limitaes articulares,

    ao mesmo tempo em que se iniciar a tonificao muscular(especialmente do deltide

    para se evitar possveis atrofias) se a calcificao persistir e ocasionarem desconforto

    importante serosugeridos a retirada cirurgicamente (SERRA, 2001).

    19-Tratamento em ruptura total /cirrgico e fisioteraputico

    Neste caso necessria interveno cirrgica, porm, o tratamento fisioteraputico

    subsequente ser o mesmo mencionado no paragrafo anterior (SERRA, 2001).

  • 12

    20-Calcificaes

    A presena de calcificaes no manguito rotador pode ser devida a um traumatismo

    prvio no qual se produziu a ruptura de algumas fibras do tendo que, ao cicatrizarem, deram

    lugar s calcificaes ou ainda pode ser consequncia do prprio processo degenerativo

    fisiolgico. Umas complicaes das calcificaes a sua migrao por estarem perto da bolsa

    serosa subacromiodeltidea, provocando uma bursite aguda (SERRA, 2001).

    21-Ruptura dos tendes

    Produzida como consequncia de um traumatismo prvio ou pelo mesmo processo

    degenerativo do tendo, podendo ser parcial ou total. Neste caso necessriointerveno

    cirrgica, porm o tratamento fisioteraputico subsequente ser o mesmo mencionado no

    pargrafo anterior (SERRA, 2001).

    21.1 Clinica

    Na ruptura completa a dor ser intensa e de incio brusco; mobilidade articular passiva

    ser normal, existindo impotncia funcional da mobilidade ativa e hematoma subcutneo

    (SERRA, 2001).

    21.2 Tratamento

    Poder ser conservador, quando se indicar a imobilizao durante certo tempo, ou

    cirrgico. O tratamento fisioteraputico se iniciar quando existir indicao facultativa de

    retirada progressiva da imobilizao, objetivando aumenta a mobilidade articular e a fora

    muscular assim como diminuir a dor secundria a imobilizao. Ser aplicada Termoterapia

    por conduo ou Crioterapia com finalidade de facilitar a execuo dos exerccios, exerccios

    isomtricos e pendulares, mobilizaes passivas suaves e autopassivas e exerccio resistidos

    com bandagem elstica e pesos (SERRA, 2001).

    21-Tratamento ruptura parcial

    a bandagem compressiva, elevao da extremidade, crioterapia local, Eletroterapia

    (microondas, ultrassom) Antiinflamatrios, analgsicos e laserterapia por favorecer a

    cicatrizao das fibras (SERRA, 2001).

    Tratamento em ruptura total

    Cirrgico e fisioteraputico

    22-Patologia do tendo da poro longa do bceps

    O msculo bceps braquial tem- dois ventres musculares (poro longa e poro curta)

    com seus tendes correspondentes que se inserem na articulao escapuloumeral. Deles

    unicamente o tendo da poro longa apresenta patologia. Anatomicamente, este tendo passa

    pela corredeira bicipital do mero, onde se torna intra-articular para acabar inserindo-se no

    labrum glenide (SERRA, 2001).

    22.1 Tendinite da cabea longa do bceps

    Pode produzir-se por sobre carga, microtraumatismo de repetio ou ter uma origem

    traumtica (SERRA, 2001).

  • 13

    22.2 Clnica

    Dor de origem inflamatria que no ceder com repouso, localizada na face anterior do

    ombro e tero superior do brao. Mobilidade passiva normal e a ativa estaro limitadas pela

    dor, podendo chega a gerar impotncia funcional. E positividade para manobra de Yergason

    que a contrao isomtrica contra resistncia (SERRA, 2001).

    22.3 Tratamento

    O tratamento fisioteraputico ser o geral das tendinites, mas realizando o repouso na

    fase aguada com um bao em uma tipia (SERRA, 2001).

    23-Luxao da cabea longa do bceps

    A luxao da poro do tendo da poro longa do bceps pouco frequente e,

    etiologicamente, pode ser dividida a alteraes anatmicas na corredeira bicipital que pode,

    inclusive, no existir, ou degenerao e ruptura das fibras que vo da pequena grande

    tuberosidade, protegendo a corredeira (SERRA, 2001).

    23.1 Clnica

    A dor aparece de forma sbita e se localiza no ventre muscular do bceps. H uma

    sensao de mola que se produz ao realizar abduo associada rotao externa (posio de

    mximo alongamento do tendo), essas luxaes costumam terrecidivas e reduzir-se

    espontaneamente (SERRA, 2001).

    23.2 Tratamento

    Fortalecimento muscular do bceps com objetivo d fixar o tendo na corredeira. Em

    caos de recidivas frequentes, estar indicada a reconstruo cirrgica da corredeira biciptal

    (SERRA, 2001).

    23.3 Ruptura

    Costuma ser de etiologia degenerativa ou est associada uma artropatia inflamatria ou

    ter uma causa iatrognica uso prolongado de corticosterides (SERRA, 2001).

    23.4Clnica

    Ocorre dor de inicio brusco, hematoma subcutneo, Mobilidade passiva normal,

    Mobilidade ativa com dficit de flexo do cotovelo e do ombro. O bceps continua

    funcionando emvirtude da poro curta, no tero mdio do brao se observa os ventres

    musculares da poro longa retrado por causa as rupturas. Classificaes so: a pequena,

    menor que um cm, a mdia de 1 a 3 cm, grande de 3 a 5 cm e acentuada maior que 5 cm

    (SERRA, 2001).

    24-Capsulite retrtil ou ombro congelado

    produzida quando h uma retrao da capsula da articulao do ombro e constitui o

    processo final para o qual pode evoluir qualquer leso de partes moles do ombro, pode ser

    secundaria a diferentes processos patolgicos como cardiopatia isqumica, mastectomia,

    acidente vascular enceflico ou afeces pleurais. Em algumas situaes a causa no pode ser

    determinada, mas, existem vrios fatores que esto associados ao um risco aumentado do

  • 14

    desenvolvimento da capsulite adesiva, como o diabete, doenas cardacas e um perfil

    psicolgicocaracterstico com tendncia a ansiedade e depresso (SERRA, 2001).

    24.1 Clnica

    A dor inflamatria, continua e noturna, no cede com o repouso, verifica-se limitao

    de todos os movimentos passivos e ativos, principalmente a abduo e rotao externa. A

    cpsula articular escapuloumeral frouxa e, em posio de repouso apresenta um fundo-de-

    saco em sua poro inferior que permite a abduo, mas na capsulite retrtil esse fundo-de-

    saco desaparece, adotando a postura tpica de brao aderido no corpo. Observa-se contratura

    da musculatura periarticular (trapzio, deltide, peitoral, infra-espinhoso e grande dorsal) e

    atrofia por desuso dos msculos deltide trapzio superior e infra-espinhal (SERRA, 2001).

    25-Discurso

    O afastamento laboral refletindo um problema de sade com consequncias

    socioeconmicas. No Brasil, os dados oficiais sobre a prevalncia de distrbios msculos-

    esquelticos no apresentam estratificao segundo a regio acometida, mas mostram um

    aumento significativo da concesso de benefcios por leso por esforo repetitivo no membro

    superior. Alm disso, os trabalhadores acreditam que o afastamento a nica possibilidade de

    evitar as dores e o agravamento das leses (JOSIANE, 2008). Alguns autores afirmam a dor

    no ombro como indicativo de distrbios; para outros foi necessria presena de leso do

    manguito rotador (MENDONA, 2005). Bosworth realizou uma pesquisa em trabalhadores

    de uma companhia de seguro de vida, onde 35% dos pacientes haviam apresentado sintomas

    anteriormente de dor no ombro. possvel a presena de calcificaes em pessoas

    assintomticas, em concluso semelhante dos estudos de Welflinget al e Sandstrom e

    Wahlgreen, que encontraram 7,5% e 20%, respectivamente. Muito se tem publicado sobre a

    utilizao da artroscopia no tratamento das leses do ombro. Essa tcnica j conquistou seu

    espao, tendo se mostrado eficiente no tratamento da tendinite calcria do ombro, refratria

    conduta conservadora, apresentando menor morbidade e possibilitando ao paciente retorno

    mais precoce s suas atividades dirias. Por sua vez, a cirurgia aberta apresenta problemas

    com a insero do msculo deltoide, infeco, maior rigidez articular e dificuldade de

    visualizao articular (FERNANDES DE 2010). A sensibilidade da Ultra Sonografia em

    diagnosticar rupturas tendinea do manguito rotador alta, todavia, altassensibilidades podem

    estar associadas menor especificidade, implicando em maiores ndices de falso-positivos e,

    portanto, diagnsticos equivocados de tendinites. Wallnyet al. mostraram que a especificidade

    da US nestas condies de apenas 42,9%, revelando falsa-positividade substancial (valor

    preditivo-positivo de apenas 63,6%). Outros autores apresentam resultados ainda mais

    pessimistas, apontando uma acurcia diagnstica da US de apenas 38% e especificidade de

    61%, considerando tais valores "no acurados e muito pobres" (SIENA, 2009). Segundo

    Godinho et al, Arket al e Ruppet al, a resseco parcial ou total da calcificao no influencia

    os resultados satisfatrios do tratamento artroscpico. Pensamos sempre que a resseco deva

    ser a mais completa possvel, o que concorda com Checchiaetal e Jeroschet al, apesar de nem

    sempre ser fcil essa avaliao no intra-operatrios. Porcelliniet al observaram que a presena

    de resduos calcrios no ps-operatrio diminuiu significativamente o escore "dor" do ndice

    de Constant-Murley, em relao queles com remoo completa (FERNANDES, 2010).

    Gartsmanet al observaram aumento na gravidade das leses labiais durante a Artroscopia em

    pacientes com mais de trs episdios de luxao; contudo, isso no influiu de maneira

    negativa nos resultados da cirurgia, inclusive nos ndices de recidiva ps-operatria. Boileauet

    al, em seu trabalho de 2006, observaram que os fatores que predispem recidiva ps-

    operatria so perda ssea substancial, seja no mero ou na cavidade glenoidal, e distenso

  • 15

    capsular provocada por repetidos episdios de luxao. Outros autores tambm tm

    demonstrado que a eroso na borda anteroinferior da cavidade glenoidal um fator importante

    no aumento da taxa de recidiva dos pacientes operados por luxao recidivante traumtica

    anterior do ombro (Ikemoto, 2009).

    26-CONCLUSO

    H uma tendncia mdica valorizao exagerada nos diagnsticos de doenas que

    afetam articulao ombro. Estudos mostram erros grosseiros relacionados falta de

    conhecimento clnico das patologias que causam a sndrome dolorosa do ombro, podendo

    levar a falsos diagnsticos eaumentando assim a procura por servios de sade pelos

    pacientes com essa sndrome dolorosa, ocorrendo tambm solicitao excessiva de exames

    complementares e aposentadorias baseadas em diagnsticos equivocados. Diagnsticos

    clnicos totalmente improvveis tm sido feitos, tais como o de mltiplas tendinites crnicas e

    refratrias aos tratamentos, sem bases objetivas slidas na literatura atual.

    Apesar da elevada sensibilidade e especificidade diagnstica das tendinites. Usando-se

    somente mtodos clnicos, observa-se uma demasiada solicitao de exames complementares

    para essas condies, aumentando a chance matemtica de falsos resultados e acentuando a

    falsa-positividade diagnstica de doenas no existentes naqueles pacientes. O Ultrassom o

    exame mais solicitado, com altos ndices falso-positivos para tendinites, principalmente as

    dos membros superiores, regies comumente dolorosas.

    A aplicao do conhecimento clnico especficos com testes ortopdicos, achados

    clnicos, e uma anamnese minuciosa podero superar os diagnsticos certas leses tendinea

    desde que se tenha conhecimento real de cada doena apresentada de forma incisiva na

    literatura podero ter grande xito no diagnstico, isso de modo algum elimina ou diminui a

    importncia dos exames complementares, ao contrrio acrescenta para um tratamento eficaz e

    especifico. Na Sndrome do ombro doloroso e as principais patologias que causa

    disfuncionalidade cintura escapular, podemos observar no levantamento bibliogrfico que so

    patologias diferentes, com causas diferentes e por tanto, se bem tratadas podem ter grande

    eficcia no tratamento.

    A Concluso de que alm da sndrome dolorosa do ombro ser um vetor de distrbios

    funcionais, pode levar um impacto socioeconmico significativo, aumentando do tempo de

    tratamentoe sendo responsvel tambm por um grande nmero de afastamento trabalho, um

    falso diagnstico aumenta ainda mais esse impacto econmico ocorrido por desconhecimento

    clnico e uma avaliao equivocada. O fato que, um bom diagnstico depender de vrios

    fatores para boa avaliao, uma anamnese minuciosa, achados clnicos compatvel a sndrome

    e exames complementares para confirmar o diagnstico se necessrio.

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