olimpÍadas rio 2016: que legados urbanos e para quem?

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OLIMPÍADAS RIO 2016: que legados urbanos e para quem? LEONARDO NAME Departamento de Geografia e Meio Ambiente PUC-Rio

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Page 1: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

OLIMPÍADAS RIO 2016: que legados urbanos e para quem?

LEONARDO NAME Departamento de Geografia e Meio Ambiente

PUC-Rio

Page 2: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

ESTA PALESTRA É UM OFERECIMENTO DE UM CURSO DE EXTENSÃO PUC-RIO

INFORMAÇÕES E

INSCRIÇÕES:

http://bit.ly/planejamentoegestao

NOVA TURMA EM

15 DE JUNHO DE 2013

DOCENTES:

Leonardo Name (PUC-Rio)

Rita Montezuma (UFF)

Elisa Sesana Gomes (PUC-Rio)

Ricardo Esteves (PUC-Rio)

Vinicius Netto (UFF)

TEMAS:

Orientações teóricas

Habitação e Desenvolvimento Urbano

Ecologia Urbana

Instrumentos da Política Urbana

Mobilidade e Acessibilidade

Indicadores de Desempenho Urbano

Page 3: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

GENEALOGIA DO DISCURSO DO LEGADO DAS OLIMPÍADAS

PERIODIZAÇÃO DOS JOGOS EM RELAÇÃO

À POLÍTICA:

• Entre 1896-1936 – Organização mais primária;

contexto da Primeira Guerra Mundial influencia

diretamente os jogos. Auge: as Olimpíadas de

Berlim simbolizaram o embate entre o fascismo e

a democracia.

• Entre 1937-1947 – Suspensão dos Jogos

(Segunda Guerra).

Page 4: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

PERIODIZAÇÃO DOS JOGOS EM RELAÇÃO

À POLÍTICA:

• Entre 1948 e1972 – os Jogos tiveram lugar com

a guerra fria como pano de fundo. O efeito

econômico foi menos específico quanto aos

Jogos e mais simbólico quanto à alegada

superioridade de um particular sistema

socioeconômico sobre o outro.

• Entre 1973 e 1980 – período de boicotes e

conflitos. O atentado em Munique (1972) fizera as

Olimpíadas não parecerem mais atraentes.

Somam-se a isso os boicotes em 1976, em

Montreal (nações africanas); e, em 1980, em

Moscou.(Estados Unidos e 61 outras nações).

• A partir de 1980 – o fim da guerra fria e a

globalização facilitaram o renascimento do

interesse em sediar as Olimpíadas. Período de

crescimento de cidades se candidatando à sede

(percepção da oportunidade de negócios e

enaltecimento da imagem da cidade e do país

onde acontecem os jogos.

GENEALOGIA DO DISCURSO DO LEGADO DAS OLIMPÍADAS

Page 5: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

GENEALOGIA DO DISCURSO DO LEGADO DAS OLIMPÍADAS

PERIODIZAÇÃO DOS JOGOS EM RELAÇÃO

À ECONOMIA:

• Até 1968 – pouca documentação dos efeitos

econômicos dos jogos.

• Entre 1969 e1980 – direitos de transmissão em

TV e patrocínios agigantam os jogos e aumentam

riscos de ganhos e perdas para as

cidades/países que os sediam.

• Entre 1981 e 2003 – consolida-se a ação do

setor privado, capaz de estabelecer o evento

como um negócio comercial, basicamente através

da exploração de direitos de patrocínio; ampliam-

se financiamentos público-privados.

• A partir de 2003 – O COI desenvolve plano para

proteger a Olimpíada contra o excesso de

comercialização estabelecendo um núcleo de

valores olímpicos, em que se incluem o fair play,

intercâmbios culturais, ideais de igualdade,

tradição, honra e excelência. “Legado” assume

papel central no discurso, sendo entendido como

ganhos não esportivos.

Page 6: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

QUER-SE LEGADOS TANGÍVEIS E

INTANGÍVEIS:

• Legados do evento em si – instalações,

infraestruturas, equipamentos, empregos,

incremento do esporte nacional, aumento da

atividade física da população;

• Legados por conta da candidatura – poder

público lança foco no planejamento urbano da

cidade candidata;

• Legados de imagem – projeção da imagem do

país; projeção da imagem da cidade-sede interna

e externamente; aumento do nacionalismo;

aumento da confiança;

• Legados de governança – planejamento

participativo; cooperação entre instâncias do

poder público, incremento de parcerias público-

privadas;

• Legados de conhecimento – know-how da força

de trabalho, voluntariado, transferência de

conhecimento para futuros eventos

GENEALOGIA DO DISCURSO DO LEGADO DAS OLIMPÍADAS

Page 7: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

MODELO DE CIDADE

cidade empresa ou

máquina de crescimento

(cidade global)

ESPACIALIDADE DA INTERVENÇÃO pontual/local, mas sempre

em estreita relação com o

global

GPDU

FAZ PARTE DE QUE PROCESSOS? globalização, competição

entre cidades

Peter Hall esclarece que em dado momento da década de 1970, por conta de um crescente descrédito

do planejamento e uso do solo regulatórios, sociólogos americanos como Harvey Molotoch começaram a

defender que a cidade deveria ser uma máquina de crescimento, um propulsora de riquezas.

O planejador deixa gradativamente sua figura do regulador que quer conter o crescimento para o do

empreendedor que quer estimulá-lo.

No Brasil, este pensamento chegará com força nos anos de 1990, com o agravamento da crise fiscal dos

Municípios.

LEGADO DAS OLIMPÍADAS E PLANEJAMENTO URBANO ESTRATÉGICO

Page 8: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

O DOSSIÊ DE CANDIDATURA

Capas dos três volumes do Dossiê de Candidatura do Rio de Janeiro a Sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.

O vitorioso Dossiê de Candidatura do Rio de Janeiro a Sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016,

foi entregue ao Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2009, indicando uma série de medidas e projetos

na cidade como forma de torná-la apta aos Jogos Olímpicos.

Documento de três volumes, multicolorido e fartamente ilustrado, em que se destaca o uso farto de imagens

da Cidade Maravilhosa que nos são muito familiares, por estarem presentes em muitos outros contextos da

representação da cidade do Rio de Janeiro.

Page 9: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

O DOSSIÊ DE CANDIDATURA

ZONEAMENTO DA CIDADE PARA OS JOGOS:

Page 10: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

ANÁLISE DO DOCUMENTO

ZONA BARRA

Compreende os bairros Barra da Tijuca e

Jacarepaguá. Descrita como o “coração dos jogos”.

Instalações olímpicas: badminton, basquetebol, boxe,

ciclismo (pista), ginástica (atética, rítmica, trampolim),

levantamento de peso, handebol, hóquei sobre grama,

judô, lutas, desportos aquáticos (natação, nado

sincronizado, salto ornamental, taekwondo, tênis, tênis

de mesa.

Instalações paraolímpicas: basquetebol em cadeira

de rodas, bocha, ciclismo (pista), futebol de 5, futebol

de 7, goalball, halterofilismo, judô, natação, rugby em

cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de

rodas, voleibol (sentado.).

Outros: Vila Olímpica, Vila de Mídia.

Page 11: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

ANÁLISE DO DOCUMENTO

ZONA COPACABANA

Compreende os bairros Copacabana, Lagoa e o

Parque do Flamengo (Flamengo e Glória)

Instalações olímpicas: remo, canoagem, vôlei de

praia, maratona aquática, trialto, vela, marcha

atética, ciclismo (estrada),.

Instalações paraolímpicas: remo, vela, atletismo

(maratona), ciclismo (estrada).

Page 12: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

ANÁLISE DO DOCUMENTO

ZONA MARACANÃ

Compreende as instalações do complexo do

Maracanã, no bairro Maracanã, do

Sambódromo, no bairro Santo Cristo, passando

pelo bairro de São Cristóvão.

Instalações olímpicas: futebol, voleibol, atletismo

(maratona e demais corridas), tiro com arco.

Instalações paraolímpicas: tiro com arco e

atletismo.

Page 13: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

ANÁLISE DO DOCUMENTO

ZONA DEODORO

Compreende os bairros da Vila Militar e de

Deodoro.

Instalações olímpicas: hipismo, tiro esportivo,

ciclismo (mountain bike, BMX), canagem (slalom),

esgrima, pentatlo moderno.

Instalações paraolímpicas: hipismo, tiro

esportivo, esgrima em cadeira de rodas.

Page 14: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

Imagens Consideradas nos 3 Volumes do Dossiê de Candidatura

Volumes / %

Lugares

Quant. Rio de Janeiro Outras cidades

Zonas de planejamento dos Jogos Panorama Geral da Zona Sul

Fora das zonas de planejamento dos Jogos

Zona Copa Zona Barra Zona

Deodoro Zona

Maracanã Alto da Boa

Vista Centro e Portuária

Favela Tavares Bastos

Galeão Jardim

Botânico São

Conrado Santa Teresa

Belo Horizonte

Brasília Curitiba Salvador São Paulo por volume

Volume 1 16 6 0 2 2 1 5 1 2 1 0 0 0 3 0 0 1 40

% 40,0% 15,0% 0,0% 5,0% 5,0% 2,5% 12,5% 2,5% 5,0% 2,5% 0,0% 0,0% 0,0% 7,5% 0,0% 0,0% 2,5% 100,0%

Volume 2 42 23 8 10 1 0 1 0 0 0 0 2 1 1 0 1 1 91

% 46,2% 25,3% 8,8% 11,0% 1,1% 0,0% 1,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 2,2% 1,1% 1,1% 0,0% 1,1% 1,1% 100,0%

Volume 3 21 3 0 1 4 0 3 0 1 0 2 0 1 1 4 1 1 43

% 48,8% 7,0% 0,0% 2,3% 9,3% 0,0% 7,0% 0,0% 2,3% 0,0% 4,7% 0,0% 2,3% 2,3% 9,3% 2,3% 2,3% 100,0% Total Geral

Total, por lugar 79 32 8 13 7 1 9 1 3 1 2 2 2 5 4 2 3 174

% 45,4% 18,4% 4,6% 7,5% 4,0% 0,6% 5,2% 0,6% 1,7% 0,6% 1,1% 1,1% 1,1% 2,9% 2,3% 1,1% 1,7% 100,0%

ANÁLISE DO DOCUMENTO

METODOLOGIA PARA ANÁLISE E CONTAGEM DE IMAGENS

Resultados

Mais de 45% das imagens concentram-se na Zona Copacabana. Relação de reforço com o repertório

da cultura de viagem e, especificamente, do turismo.

Page 15: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

Imagens Consideradas nos 3 Volumes do Dossiê de Candidatura

Volumes / %

Lugares

Quant. Rio de Janeiro Outras cidades

Zonas de planejamento dos Jogos Panorama Geral da Zona Sul

Fora das zonas de planejamento dos Jogos

Zona Copa Zona Barra Zona

Deodoro Zona

Maracanã Alto da Boa

Vista Centro e Portuária

Favela Tavares Bastos

Galeão Jardim

Botânico São

Conrado Santa Teresa

Belo Horizonte

Brasília Curitiba Salvador São Paulo por volume

Volume 1 16 6 0 2 2 1 5 1 2 1 0 0 0 3 0 0 1 40

% 40,0% 15,0% 0,0% 5,0% 5,0% 2,5% 12,5% 2,5% 5,0% 2,5% 0,0% 0,0% 0,0% 7,5% 0,0% 0,0% 2,5% 100,0%

Volume 2 42 23 8 10 1 0 1 0 0 0 0 2 1 1 0 1 1 91

% 46,2% 25,3% 8,8% 11,0% 1,1% 0,0% 1,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 2,2% 1,1% 1,1% 0,0% 1,1% 1,1% 100,0%

Volume 3 21 3 0 1 4 0 3 0 1 0 2 0 1 1 4 1 1 43

% 48,8% 7,0% 0,0% 2,3% 9,3% 0,0% 7,0% 0,0% 2,3% 0,0% 4,7% 0,0% 2,3% 2,3% 9,3% 2,3% 2,3% 100,0% Total Geral

Total, por lugar 79 32 8 13 7 1 9 1 3 1 2 2 2 5 4 2 3 174

% 45,4% 18,4% 4,6% 7,5% 4,0% 0,6% 5,2% 0,6% 1,7% 0,6% 1,1% 1,1% 1,1% 2,9% 2,3% 1,1% 1,7% 100,0%

ANÁLISE DO DOCUMENTO

METODOLOGIA PARA ANÁLISE E CONTAGEM DE IMAGENS

Resultados

Todas as imagens de panorama geral são da zona sul do Rio de Janeiro. Atingiram 5% e complementam

o repertório da cultura de viagem.

Page 16: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

Imagens Consideradas nos 3 Volumes do Dossiê de Candidatura

Volumes / %

Lugares

Quant. Rio de Janeiro Outras cidades

Zonas de planejamento dos Jogos Panorama Geral da Zona Sul

Fora das zonas de planejamento dos Jogos

Zona Copa Zona Barra Zona

Deodoro Zona

Maracanã Alto da Boa

Vista Centro e Portuária

Favela Tavares Bastos

Galeão Jardim

Botânico São

Conrado Santa Teresa

Belo Horizonte

Brasília Curitiba Salvador São Paulo por volume

Volume 1 16 6 0 2 2 1 5 1 2 1 0 0 0 3 0 0 1 40

% 40,0% 15,0% 0,0% 5,0% 5,0% 2,5% 12,5% 2,5% 5,0% 2,5% 0,0% 0,0% 0,0% 7,5% 0,0% 0,0% 2,5% 100,0%

Volume 2 42 23 8 10 1 0 1 0 0 0 0 2 1 1 0 1 1 91

% 46,2% 25,3% 8,8% 11,0% 1,1% 0,0% 1,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 2,2% 1,1% 1,1% 0,0% 1,1% 1,1% 100,0%

Volume 3 21 3 0 1 4 0 3 0 1 0 2 0 1 1 4 1 1 43

% 48,8% 7,0% 0,0% 2,3% 9,3% 0,0% 7,0% 0,0% 2,3% 0,0% 4,7% 0,0% 2,3% 2,3% 9,3% 2,3% 2,3% 100,0% Total Geral

Total, por lugar 79 32 8 13 7 1 9 1 3 1 2 2 2 5 4 2 3 174

% 45,4% 18,4% 4,6% 7,5% 4,0% 0,6% 5,2% 0,6% 1,7% 0,6% 1,1% 1,1% 1,1% 2,9% 2,3% 1,1% 1,7% 100,0%

ANÁLISE DO DOCUMENTO

METODOLOGIA PARA ANÁLISE E CONTAGEM DE IMAGENS

Resultados

A Zona Deodoro só é incluída no conjunto de imagens no Volume 2, quando o documento tem por

obrigação descrever as instalações em cada zona. Ressalta-se o “verde” na área, desconsidera-se o

entorno. Preponderância de perspectivas digitais..

Page 17: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

Imagens Consideradas nos 3 Volumes do Dossiê de Candidatura

Volumes / %

Lugares

Quant. Rio de Janeiro Outras cidades

Zonas de planejamento dos Jogos Panorama Geral da Zona Sul

Fora das zonas de planejamento dos Jogos

Zona Copa Zona Barra Zona

Deodoro Zona

Maracanã Alto da Boa

Vista Centro e Portuária

Favela Tavares Bastos

Galeão Jardim

Botânico São

Conrado Santa Teresa

Belo Horizonte

Brasília Curitiba Salvador São Paulo por volume

Volume 1 16 6 0 2 2 1 5 1 2 1 0 0 0 3 0 0 1 40

% 40,0% 15,0% 0,0% 5,0% 5,0% 2,5% 12,5% 2,5% 5,0% 2,5% 0,0% 0,0% 0,0% 7,5% 0,0% 0,0% 2,5% 100,0%

Volume 2 42 23 8 10 1 0 1 0 0 0 0 2 1 1 0 1 1 91

% 46,2% 25,3% 8,8% 11,0% 1,1% 0,0% 1,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 2,2% 1,1% 1,1% 0,0% 1,1% 1,1% 100,0%

Volume 3 21 3 0 1 4 0 3 0 1 0 2 0 1 1 4 1 1 43

% 48,8% 7,0% 0,0% 2,3% 9,3% 0,0% 7,0% 0,0% 2,3% 0,0% 4,7% 0,0% 2,3% 2,3% 9,3% 2,3% 2,3% 100,0% Total Geral

Total, por lugar 79 32 8 13 7 1 9 1 3 1 2 2 2 5 4 2 3 174

% 45,4% 18,4% 4,6% 7,5% 4,0% 0,6% 5,2% 0,6% 1,7% 0,6% 1,1% 1,1% 1,1% 2,9% 2,3% 1,1% 1,7% 100,0%

ANÁLISE DO DOCUMENTO

METODOLOGIA PARA ANÁLISE E CONTAGEM DE IMAGENS

Resultados

Somente no Volume 2, que é sobre as instalações esportivas, a Barra atinge porcentagem mais

significativa, se comparada à Zona Copacabana , ficando em 25%. Muitas imagens digitais.

Page 18: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

Imagens Consideradas nos 3 Volumes do Dossiê de Candidatura

Volumes / %

Lugares

Quant. Rio de Janeiro Outras cidades

Zonas de planejamento dos Jogos Panorama Geral da Zona Sul

Fora das zonas de planejamento dos Jogos

Zona Copa Zona Barra Zona

Deodoro Zona

Maracanã Alto da Boa

Vista Centro e Portuária

Favela Tavares Bastos

Galeão Jardim

Botânico São

Conrado Santa Teresa

Belo Horizonte

Brasília Curitiba Salvador São Paulo por volume

Volume 1 16 6 0 2 2 1 5 1 2 1 0 0 0 3 0 0 1 40

% 40,0% 15,0% 0,0% 5,0% 5,0% 2,5% 12,5% 2,5% 5,0% 2,5% 0,0% 0,0% 0,0% 7,5% 0,0% 0,0% 2,5% 100,0%

Volume 2 42 23 8 10 1 0 1 0 0 0 0 2 1 1 0 1 1 91

% 46,2% 25,3% 8,8% 11,0% 1,1% 0,0% 1,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 2,2% 1,1% 1,1% 0,0% 1,1% 1,1% 100,0%

Volume 3 21 3 0 1 4 0 3 0 1 0 2 0 1 1 4 1 1 43

% 48,8% 7,0% 0,0% 2,3% 9,3% 0,0% 7,0% 0,0% 2,3% 0,0% 4,7% 0,0% 2,3% 2,3% 9,3% 2,3% 2,3% 100,0% Total Geral

Total, por lugar 79 32 8 13 7 1 9 1 3 1 2 2 2 5 4 2 3 174

% 45,4% 18,4% 4,6% 7,5% 4,0% 0,6% 5,2% 0,6% 1,7% 0,6% 1,1% 1,1% 1,1% 2,9% 2,3% 1,1% 1,7% 100,0%

ANÁLISE DO DOCUMENTO

METODOLOGIA PARA ANÁLISE E CONTAGEM DE IMAGENS

Resultados

Dos lugares ausentes no zoneamento, somente a região central atingiu mais de 5% da totalidade das imagens.

São representados conjuntos históricos, o porto e certa paisagem edificada que emane a ideia de centro

financeiro.

Page 19: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

ANÁLISE DO DOCUMENTO

RETÓRICA DA PAISAGEM

Imagens da capital carioca apresentadas

nos volumes confundem-se com os

conteúdos da reprodutibilidade técnica dos

cartões-postais.

Page 20: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

ANÁLISE DO DOCUMENTO

RETÓRICA DA PAISAGEM

Imagens da capital carioca apresentadas

nos volumes confundem-se com os

conteúdos da reprodutibilidade técnica dos

cartões-postais.

Na retórica da paisagem e na comparação

entre o novo e o velho das imagens,

legitimam-se as instalações olímpicas

propostas e a cidade como sede.

Page 21: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

ANÁLISE DO DOCUMENTO

RETÓRICA DA PAISAGEM

Imagens da capital carioca apresentadas

nos volumes confundem-se com os

conteúdos da reprodutibilidade técnica dos

cartões-postais.

Na retórica da paisagem e na comparação

entre o novo e o velho das imagens,

legitimam-se as instalações olímpicas

propostas e a cidade como sede.

Page 22: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

ANÁLISE DO DOCUMENTO

RETÓRICA DA PAISAGEM

Imagens da capital carioca apresentadas

nos volumes confundem-se com os

conteúdos da reprodutibilidade técnica dos

cartões-postais.

Na retórica da paisagem e na comparação

entre o novo e o velho das imagens,

legitimam-se as instalações olímpicas

propostas e a cidade como sede.

Page 23: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

ANÁLISE DO DOCUMENTO

RETÓRICA DA PAISAGEM

Imagens da capital carioca apresentadas

nos volumes confundem-se com os

conteúdos da reprodutibilidade técnica dos

cartões-postais.

Na retórica da paisagem e na comparação

entre o novo e o velho das imagens,

legitimam-se as instalações olímpicas

propostas e a cidade como sede.

Page 24: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

ANÁLISE DO DOCUMENTO

RETÓRICA DA PAISAGEM

Imagens da capital carioca apresentadas

nos volumes confundem-se com os

conteúdos da reprodutibilidade técnica dos

cartões-postais.

Na retórica da paisagem e na comparação

entre o novo e o velho das imagens,

legitimam-se as instalações olímpicas

propostas e a cidade como sede.

Page 25: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

ANÁLISE DO DOCUMENTO

RETÓRICA DAS PRÁTICAS COTIDIANAS

Imagens de cariocas praticando esportes se misturam e

se confundem com imagens de atletas.

Quem é atleta? Quem não é?

O que é flagra do cotidiano? O que é encenação?

Paisagem é evocada como moldura, corroborando para

se legitimar o esporte como prática inerente à cidade.

Page 26: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

ANÁLISE DO DOCUMENTO

RETÓRICA DAS PRÁTICAS COTIDIANAS

Imagens de cariocas praticando esportes se misturam e

se confundem com imagens de atletas.

Quem é atleta? Quem não é?

O que é flagra do cotidiano? O que é encenação?

Paisagem é evocada como moldura, corroborando para

se legitimar o esporte como prática inerente à cidade.

Page 27: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

ANÁLISE DO DOCUMENTO

RETÓRICA DAS PRÁTICAS COTIDIANAS

Imagens de cariocas praticando esportes se misturam e

se confundem com imagens de atletas.

Quem é atleta? Quem não é?

O que é flagra do cotidiano? O que é encenação?

Paisagem é evocada como moldura, corroborando para

se legitimar o esporte como prática inerente à cidade.

Page 28: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

ANÁLISE DO DOCUMENTO

RETÓRICA DAS PRÁTICAS COTIDIANAS

Imagens de cariocas praticando esportes se misturam e

se confundem com imagens de atletas.

Quem é atleta? Quem não é?

O que é flagra do cotidiano? O que é encenação?

Paisagem é evocada como moldura, corroborando para

se legitimar o esporte como prática inerente à cidade.

Page 29: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

ANÁLISE DO DOCUMENTO

O DOSSIÊ DE CANDIDATURA CONSAGRA

IMAGEM TURÍSTICA DA CIDADE.

Page 30: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

PAISAGEM CULTURAL

ESSA PAISAGEM, ALIÁS, FOI RECENTEMENTE

CHANCELADA PELA UNESCO COMO PATRIMÔNIO

MUNDIAL.

Page 31: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

PAISAGEM CULTURAL

CONTUDO UM TURISMO APENAS DESSA

PAISAGEM NÃO É MAIS ECONOMICAMENTE

RENTÁVEL!

Page 32: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

Na esteira de uma economia cada vez mais focada em nichos de mercado de

bens crescentemente intangíveis e culturais, não necessariamente é vantajoso

o suficiente manter o turismo massificado e concentrado em apenas alguns

lugares e paisagens que imperativamente se deve ir para contemplar

(porque historicamente se consagraram como emblemáticos de uma cidade ou

região).

Mais lucrativo pode ser gerir mais e mais lugares e paisagens por onde

imperativamente se deve circular para mais consumir.

No caso específico do Rio de Janeiro, há muito se veem reforçados

movimentos de investimentos e intervenções urbanas simultâneos em diversos

bairros, na tarefa de multiplicar atrativos a um turista na cidade, de

modo a ampliar sua estadia, seus circuitos e seus gastos.

Em outras palavras, um turismo contemplativo em torno dos elementos

“praia, Pão de Açúcar e Corcovado”, ainda que componham uma

paisagem que é patrimônio da humanidade, traz hoje lucros limitados.

OLIMPÍADAS PARA O TURISMO? – ARGUMENTOS

Page 33: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

OLIMPÍADAS PARA O TURISMO – DOCUMENTOS POSTERIORES

Page 34: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

OLIMPÍADAS PARA O TURISMO? – DOCUMENTOS POSTERIORES

Page 35: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

OLIMPÍADAS PARA O TURISMO? – DOCUMENTOS POSTERIORES

PARECIDOS, NÃO?

Page 36: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

OLIMPÍADAS PARA O TURISMO? – NOVAS IMAGENS, NOVAS CENTRALIDADES

Projeto da Vila Olímpica, área com

principais equipamentos para os

Jogos, na Baixada de Jacarepaguá

(Zona Barra).

Page 37: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

OLIMPÍADAS PARA O TURISMO? – NOVAS IMAGENS, NOVAS CENTRALIDADES

Projetos relacionados ao Porto

Maravilha.

Page 38: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

OLIMPÍADAS PARA O TURISMO? – NOVAS IMAGENS, NOVAS CENTRALIDADES

Teleférico do Morro da Providência

(área do Porto Maravilha).

Page 39: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

OLIMPÍADAS PARA O TURISMO? – CONSEQUÊNCIAS

Teleférico do Morro do Alemão (área

entre o Porto Maravilha e a Zona

Deodoro).

Page 40: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

OLIMPÍADAS PARA O TURISMO? – NOVAS IMAGENS, NOVAS CENTRALIDADES

Novo Museu da Imagem do Som

(MIS), na Zona Copacabana.

Page 41: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

OLIMPÍADAS PARA O TURISMO? – NOVAS IMAGENS, NOVAS CENTRALIDADES

Projeto do novo Maracanã, na Zona

Maracanã.

Page 42: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

Seriam esses novos cartões-postais legados

suficientemente positivos?

Page 43: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS QUE JÁ SE PODEM PERCEBER NEGATIVAS

ASSENTAMENTOS REMOVIDOS E/OU AMEAÇADOS EM FUNÇÃO DAS OBRAS DE INSTALAÇÃO

OU REFORMA DE EQUIPAMENTOS ESPORTIVOS

Fonte: Megaeventos e Violações dos Direitos Humanos no Rio de Janeiro. Dossiê do Comitê Popular da Copa e

Olimpíadas do Rio de Janeiro (maio de 2013).

assentamentostempo de

ocupação

nº de famílias

removidas

nº de famílias

ameaçadastotal de famílias justificativa

Metrô Mangueira 1980 566 46 612

estacionamento

para o estádio

do Maracanã

Favela do Sambódromo s/i 60 60alargamento do

Sambódromo

Belém-Belém (Pilares) 1972 300 300Novo acesso ao

Engenhão

Vila Autódromo 1985 500 500

Parque

Olímpico,

Transolímpica e

preservação

ambiental

Totais 626 846 1472

Page 44: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

CONSEQUÊNCIAS QUE JÁ SE PODEM PERCEBER NEGATIVAS

ASSENTAMENTOS REMOVIDOS E/OU AMEAÇADOS EM FUNÇÃO DO PROJETO PORTO

MARAVILHA E DESDOBRAMENTOS

Fonte: Megaeventos e Violações dos Direitos Humanos no Rio de Janeiro. Dossiê do Comitê Popular da Copa e

Olimpíadas do Rio de Janeiro (maio de 2013).

assentamentostempo de

ocupação

nº de famílias

removidas

nº de famílias

ameaçadastotal de famílias justificativa

Morro da Providência 1897 140 692 832Porto Maravilha,

Teleférico

Ocupação Machado de Assis 2008 150 150 Porto Maravilha

Ocupação Flor do Asfalto 2006 30 30 Porto Maravilha

Ocupações na Rua do Livramento s/i 400 400 Porto Maravilha

Ocupações Boa Vista 1998 35 35 Porto Maravilha

Quilombo das Guerreiras 2006 50 50 Porto Maravilha

Zumbi dos Palmares s/i 133 133 Porto Maravilha

Ocupação Carlos Marighela s/i 47 47 Porto Maravilha

Ocupação Casarão Azul s/i 70 70 Porto Maravilha

Totais 605 1142 1747

Page 45: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

Trabalho de Lucas Falhaber (UFF)..

ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS QUE JÁ SE PODEM PERCEBER NEGATIVAS

SÍNTESE DE “DESLOCAMENTOS INVOLUNTÁRIOS”

Page 46: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

MUDANÇAS NA LEGISLAÇÃO

ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS QUE JÁ SE PODEM PERCEBER NEGATIVAS

CONSAGRA PAISAGEM COMO “BEM MAIS VALIOSO

DA CIDADE E MANTÉM MACROZONEAMENTO QUE

CRISTALIZA SUA DIVISÃO IDEOLÓGICA

Page 47: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

MUDANÇAS NA LEGISLAÇÃO

ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS QUE JÁ SE PODEM PERCEBER NEGATIVAS

AUMENTA ENORMEMENTE O

POTENCIAL CONSTRUTIVO

DE BAIRROS DE BAIXÍSSIMA

DENSIDADE, LOCALIZADOS

NA AMBIENTALMENTE

FRÁGIL BAIXADA DE

JACAREPAGUÁ.

A JUSTIFICATIVA É A

ARRECADAÇÃO, VIA

PAGAMENTO DE OUTORGA

ONEROSA, PARA A

INSTALAÇÃO DE

EQUIPAMENTOS OLÍMPICOS

NA REGIÃO.

Page 48: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

MUDANÇAS NA LEGISLAÇÃO

ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS QUE JÁ SE PODEM PERCEBER NEGATIVAS

AUMENTA ENORMEMENTE O

POTENCIAL CONSTRUTIVO

DE BAIRROS DE BAIXÍSSIMA

DENSIDADE, LOCALIZADOS

NA AMBIENTALMENTE

FRÁGIL BAIXADA DE

JACAREPAGUÁ.

A JUSTIFICATIVA É A

ARRECADAÇÃO, VIA

PAGAMENTO DE OUTORGA

ONEROSA, PARA A

INSTALAÇÃO DE

EQUIPAMENTOS OLÍMPICOS

NA REGIÃO. Simulação de pesquisa PROARQ/FAU-NIPP/PUC-Rio (2013). Em amarelo, novas edificações

com parâmetros vigentes em glebas atualmente vazias.

Page 49: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

MUDANÇAS NA LEGISLAÇÃO

ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS QUE JÁ SE PODEM PERCEBER NEGATIVAS

AUMENTA ENORMEMENTE O

POTENCIAL CONSTRUTIVO

DE BAIRROS DE BAIXÍSSIMA

DENSIDADE, LOCALIZADOS

NA AMBIENTALMENTE

FRÁGIL BAIXADA DE

JACAREPAGUÁ.

A JUSTIFICATIVA É A

ARRECADAÇÃO, VIA

PAGAMENTO DE OUTORGA

ONEROSA, PARA A

INSTALAÇÃO DE

EQUIPAMENTOS OLÍMPICOS

NA REGIÃO.

Simulação de pesquisa PROARQ/FAU-NIPP/PUC-Rio (2013). Perfil da Estrada do Sacarrão.

Em amarelo, novas edificações com parâmetros vigentes em glebas atualmente vazias.

Simulação de pesquisa PROARQ/FAU-NIPP/PUC-Rio (2013). Perfil da Estrada do Rio Morto.

Em amarelo, novas edificações com parâmetros vigentes em glebas atualmente vazias.

Page 50: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

Que legados urbanos?

Para que cidade? Para quem?

Page 51: OLIMPÍADAS RIO 2016:  que legados urbanos e para quem?

ESTA PALESTRA É UM OFERECIMENTO DE UM CURSO DE EXTENSÃO PUC-RIO

INFORMAÇÕES E

INSCRIÇÕES:

http://bit.ly/planejamentoegestao

NOVA TURMA EM

15 DE JUNHO DE 2013

DOCENTES:

Leonardo Name (PUC-Rio)

Rita Montezuma (UFF)

Elisa Sesana Gomes (PUC-Rio)

Ricardo Esteves (PUC-Rio)

Vinicius Netto (UFF)

TEMAS:

Orientações teóricas

Habitação e Desenvolvimento Urbano

Ecologia Urbana

Instrumentos da Política Urbana

Mobilidade e Acessibilidade

Indicadores de Desempenho Urbano

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Obrigado!