olimpíada revista sãopaulo

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OLIMPOSDOESPORTE Conheça os espaços paulistanos que ajudaram a levar atletas para Londres FÉRIAS Confira o melhor das atrações dos shoppings O nadador Daniel Orzechowski, 27, que vai à sua primeira Olimpíada, em piscina do clube Pinheiros POLÍTICA As relações que envolvem a eleição para prefeito 38 RESTAURANTES 55 FILMES 13 PEÇAS 26 SHOWS E CONCERTOS 10 EXPOSIÇÕES Parte integrante da Folha de S.Paulo. Nº 105. Não pode ser vendida separadamente. Foto Christian von Ameln/Folhapress 8 a 14 de julho de 2012

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Reportagem sobre a Olimpíada na revista sãopaulo

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Page 1: Olimpíada revista sãopaulo

OLIMPOSDOESPORTEConheça os espaços paulistanos que ajudaram a levar atletas para Londres

FÉRIASConfiraomelhor dasatraçõesdos shoppings

O nadador DanielOrzechowski, 27, que

vai à sua primeiraOlimpíada, em piscina

do clube Pinheiros

POLÍTICAAs relaçõesqueenvolvem

aeleiçãoparaprefeito

38 RESTAURANTES 55 FILMES13 PEÇAS 26 SHOWS E CONCERTOS

10 EXPOSIÇÕES

Parteintegranteda

Folhade

S.Paulo.Nº105.Não

pode

servendida

separadamente.FotoChristianvonAm

eln/Folhapress

8 a 14 de julho de 2012

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1capaFotosOlgaLysloff/Folhapress

Para ir a umaOlimpíada, umatleta dacapital precisa treinar emumgrandeclubeprivadoou fazer parte daspoucas iniciativaspúblicasexistentes;conheçaquais são esses espaços

1alexandre aragão e Patrícia Britto LOrumo a

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Luiz Alberto de Araújo, 26,único brasileiro classificadono

decatlo, salta obstáculo napista da equipe BM&FBovespa

ndres

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principaisprofissionaisdopaís.Dou-torpelaUnicamp,obiomecânicoPau-loCésarMarinhoéumdeles.Noclubedesde2003,ele foioprincipal respon-sávelpor introduziraanálise tecnoló-gica demovimentos dos nadadores.

“Nósfilmamosoatletaembaixodaáguae,apartirdosmovimentosdele,aequipesereúneecadasetor fazumainvestigação”,explica.Hoje,a técnicaé usada na CBDA (Confederação Bra-sileira de Desportos Aquáticos), naqualMarinhotambémdáexpediente.

Para chegar a esse nível de quali-dade, é preciso tempo e planejamen-to. Há 28 anos, o Clube Paineiras doMorumby decidiu enviar atletas aosjogos. “Sugerimos investir noesportecommaior chance de ir à Olimpíada.Fizemos uma triagem e chegamosao nado sincronizado”, diz o gerente

“O patrocinadorgosta doatleta que jáestá na ponta.O investimentona iniciaçãodeveria vir dopoder público”cezar roberto leão granieri, presidentedo Sindicato dos Clubes do Estado de São Paulo

modalidades—obronzenosaltotriplode João do Pulo, emMontreal-76.

A tradição, aliadaao investimen-to em tecnologia, atrai alguns dos

“O seu resultado depende do seutreino.” A placa, no local de treina-mento da ginástica artística do Es-porte Clube Pinheiros, é um resumodo resumo. Para chegar a umaOlim-píada, umatleta precisa ter, alémdededicação, infraestruturadeponta eumtimedeespecialistasporperto.E,comonossapolíticaesportivapúblicaaindaestáemdesenvolvimento,hojesão poucos os espaços paulistanosque oferecem o pacote completo.

Com 22 atletas, o Pinheiros será oprincipal representantebrasileirodosJogosOlímpicosdeLondres,cujaaber-turaseránodia27eencerramento,em12deagosto.Osmeninosdosolhosdainstituiçãocompetemprincipalmenteno judôenanatação.Dasnovemeda-lhasolímpicasdoclubeconquistadasatéhoje,somenteumanãoveiodessas

FotosTomázViola/Folhapress

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deesportes,ReginaldoTeixeiraRosa.Em Londres, o clube vai para sua

quartaOlimpíadaseguidanamodali-dade.Alémdainfraestrutura,quecon-tacomaparelhodesomsubaquático,também há no local uma equipe téc-nicadeponta,que incluia treinadoraLeslie Sproule. Canadense, ela traza experiência de um dos países commais tradição no nado sincronizado.

Nos clubes, o investimento quemantémoaltonível vemdeduas fon-tes: mensalidades e patrocinadores.Paraatrairempresas,asduasagremia-ções trabalhamcomaleide incentivoao esporte por renúncia fiscal.

Segundo Suzana Pasternack, as-sessora de gestão de recursos do es-portedoPinheiros,foramarrecadadosR$ 38 milhões desde 2008, 53% dototal autorizado pelo Ministério do

Esporte. “A lei temque ser aprimora-da”, afirmaSuzana.NoPaineiras, so-menteoprojetodenadosincronizadoconseguiucaptarrecursosnoanopas-sado—outros três foram recusados.

Campeões públicosEnquanto instituições particula-

res veem dificuldades para investir,críticos dizemque elas não deveriamconcentrar a formação de atletas.

“A estrutura do esporte brasileiroémuito dependente dos clubes. Issoé um problema porque são espaçosprivadoscompolíticasprópriasdeab-sorçãodetalentos”,avaliaapsicólogaKátia Rubio, coordenadora da equi-pemultidisciplinar daConfederaçãoBrasileira do Tênis deMesa.

O São Paulo Futebol Clube, porexemplo, prioriza o futebol. “É o

nosso carro-chefe. Se fizermos umtrabalho brilhante nos Jogos Olím-picos enão formosbemnogramado,seremos cobrados”, justifica JúlioCasares, vice-presidentede comuni-cações emarketing. Dos três atletasclassificados pelo São Paulo, doissão da seleção de futebol masculi-no. A saltadoraMaurrenMaggi, quetreina lá, não foi formada no clube.

Para o presidente do Sindiclube(Sindicato dos Clubes do Estado deSão Paulo), Cezar Roberto Leão Gra-nieri, a responsabilidadede financiaraformaçãodeatletasnãodeveriaficarapenasnasmãosdainiciativaprivada.

“O patrocinador gosta sempre doatleta que já está na ponta. O grandeinvestimento na iniciação esportivadeveriavirdopoderpúblico”, justificaGranieri,ex-presidentedoPinheiros.

A boxeadora da seleção Roseli Feitosa (à esq.),23, treina no Clube Escola Joerg Bruder;Myke Carvalho, 28, descansa no ringue do local

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Atleta treina solo no ginásiodo Pinheiros; acima, o

ginasta Daniel Santos, 18,se exercita nas argolas

RAIO-X

* Ainda haverá cortes nas seleções de basquete, ginástica artística, hipismo e vôlei. A delegação brasileira terá 259 atletas.

Fonte: COB e confederações

dos 279*brasileirospré-convocadospara Londresdefendemclubespaulistas

43%

ENTRE OS ATLETAS QUE NÃOSÃO DE SP E TREINAM AQUI, OSFLUMINENSES SÃOCAMPEÕES (11),SEGUIDOS POR PARANAENSES,MINEIROS E GAÚCHOS (6)

SãoPaulo será o Estado commais representantes nos jogos de Londres

Dos121que treinam no Estado,

56nasceram aqui; o númerorepresenta quasemetade do total

Em contrapartida, amaioria dos paulistasque treina fora deSP foi para o Rio:SÃOSEIS ATLETAS

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4Yacht Clube Santo Amaro

Time masculino de vôlei do Sesi-SP treina na unidade da Vila Leopoldina, zona oeste

Procurado, o COB (Comitê Olím-pico Braslieiro) não se manifestouaté a conclusão desta edição.

Dentre os centros esportivos pau-listanos com bom número de classi-ficados, somentedois sãopúblicos, oClube Escola Joerg Bruder e o CentroOlímpicodeTreinamentoePesquisa.Fundadoem2007,oClubeEscola, emSanto Amaro, na zona sul, é manti-do pela prefeitura em parceria com aPetrobras, patrocinadora da seleçãode boxe. Atletas da equipe nacionalpraticamalie,emcontrapartida,seustreinadores dão aulas à população.

No Centro Olímpico, na Vila Cle-mentino, zona sul, a situação é pa-recida. Inaugurado em 1976, o localenviará atletas para uma Olimpíadapelaprimeiravez:trêsjogadorasdase-leçãodefutebol.Osaláriodelas,assimcomo os da seleção de boxe, é pagopormeio de parceria com empresas.

Nasdemaismodalidades,a inicia-tiva não se repete, e o centro perdetalentos. “Eles precisam receber sa-lário e eu não posso pagar”, afirmao secretário municipal de Esportes,Lazer e Recreação, Bebetto Haddad.

Emcomum,ainda,ambostêmboa

infraestrutura. No centro municipal,há três quadras cobertas, campo defutebol,piscinaolímpica,pistadeatle-tismoeoutrosequipamentos.Naáreadedicadaaoboxe,noClubeEscola,háumringueprofissional,equipamentosdemusculação e 18 sacos de areia.

A boxeadora Roseli Feitosa, 23,aproveitou essa estrutura antesmes-mo de se tornar uma atleta profissio-nal. Hoje, lutando na categoria até75 kg, é a principal aposta brasileirano feminino —foi campeã mundialem 2010. “Na época em que comeceia treinaraqui, aestrutura jáeraboa”,diz ela. “Depois que a seleção veio, aquantidade e a qualidade do equipa-mentomelhoraramaindamais.”

Recursos própriosEntre os paulistanos, háumater-

ceiraviade investimentoemesportesde alto rendimento. Diferentementede clubes, que dependemde empre-sas privadas, e de locais públicos,quecontamcomverbasdegovernos,as equipes BM&FBovespa (Bolsa deValores, Mercadorias & Futuros) eSesi-SP (Serviço Social da Indústria)têm fontes próprias de recursos.

DEONDEELESVÊMOsespaços paulistanos quemaislevarão atletas para os jogos*

22Esporte ClubePinheiros

3São Paulo Futebol Clube

3Sport Club Corinthians Paulista

2Clube Paineiras doMorumby

1Clube Atlético Juventus

1Assoc. Portuguesa deDesportos

3Centro Olímpico deTreinamento e Pesquisa

10Clube EscolaJoerg Bruder

12Clube de AtletismoBM&FBovespa

5Sesi-SP

* Considerando os pré-convocadospara asmodalidades que ainda terão cortes.

Fonte: COB e confederações

1CAPA

FotosTomázViola/Folhapress

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Experiência internacionalCompetir com osmelhores atletasdomundo é essencial. “Você só vaiconseguir se destacar se competir comatletas de alto nível”, aconselha RafaelSilva, vice-campeão pan-americano dejudô e campeão brasileiro

InfraestruturaEquipamentos como quadras, ginásios episcinas são pré-requisitos obrigatórios.“As instalações são as condições básicaspara todo clube que se dispuser a formarum atleta de ponta”, afirma Cezar RobertoLeão Granirei, presidente do Sindiclube

Treinadores qualificadosTer uma equipe técnica de qualidadeé imprescindível. “Faz a diferençapara o atleta uma equipe que trabalhaintegrada”, avalia Alexandre Pflug,diretor de esportes e lazer do Sesi-SP

EquipemultidisciplinarFisioterapeuta, nutricionista e psicólogodevem acompanhar o esportista. “Vocêdificilmente será campeão sem umaequipemultidisciplinar”, afirma CarlosAndreoli, ortopedista da Unifesp

DeterminaçãoPrecisa ter força de vontade paramantero esporte como prioridade. “Quandovocê quer, as dificuldades ajudam acrescer, e não a voltar”, diz GiovaneGávio, bicampeão olímpico e treinador daequipemasculina de vôlei do Sesi-SP

Formação de baseA iniciação deve ser na infância, duranteo desenvolvimento das habilidadesmotoras. “Formar um atleta olímpico éo investimento de uma vida”, diz JoséMontanaro Jr., gestor de vôlei do Sesi-SP

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COMONASCEUMATLETAOLÍMPICOA formaçãodeumesportistadepontadependedacombinaçãodevários fatores

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6

No primeiro caso, o time surgiuem 2002, quando a então empresaBM&F ampliou o apoio ao atletis-mo. De lá para cá, venceu todas as11 edições do Troféu Brasil, maiorcompetição brasileira de atletismo.

O Sesi-SP, por sua vez, passou ainvestir em modalidades olímpicashá trêsanos,porconsideraroesporteumcomplementoàeducação,umdosfocosdaentidadesemfins lucrativosmantida pela Fiesp (Federação dasIndústrias do Estado de São Paulo).

Onadador doPinheirosDanielOrzechowski, 27, classificadopara os 100metros costas

ChristianVonAm

eln/Folhapress

No fim das contas...“É um conjunto de fatores. Não é só estrutura física, nem só estruturamonetária, nemsó estrutura humana. O atleta precisa ter todas essas coisas”, resumeAndré Pedrinelli,especialistaemmedicinaesportivadoIOT(InstitutodeOrtopediaeTraumatologia)daUSP

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Roseli Feitosa (boxe)Onde treina:Clube Escola Joerg BruderPrincipais conquistas: campeã

mundial de boxe amador em 2010e bronze no Pan de GuadalajaraQuando compete: 5.ago a 9.ago

MaRiannesteinbRecheR(vôlei)Clube:Unilever (RJ)Principais conquistas:

atual vice-campeãmundial coma seleção e ouro em Pequim-08Quando compete: 28.jul a 11.ago

outRoscoMchancedeMedalhaCaio Torres, Leandrinho eMarcelinho Huertas, do basquete;Lucas, do futebol; Dani Piedadee Jéssica, do handebol; Ricardinho,Rodrigão eWallace, do vôlei.

PARAFICARDEOLHOas principais apostas demedalha entre atletas nascidos na cidade

bRunoPRadaeRobeRtscheidt (vela)Onde treinam:Yacht Clube Santo Amaro

Principais conquistas:tricampeonatomundial da classeStar e prata em Pequim-08Quando competem: 29.jul a 5.ago

FeliPeKitadai (judô)Onde treina: Sogipa (RS)Principais conquistas: ouronaCopadoMundode judôem

2010enoPandeGuadalajara, em2011Quando compete: 28.jul

PolianaoKiMoto(MaRatonaaquática)Onde treina: CorinthiansPrincipais conquistas:

campeãmundial em 2009Quando compete: 9.ago

Tempoerecursos investidosresul-taram em estruturas físicas e profis-sionaisdealtonível.ABM&FBovespainaugurounesteanoumcentrodetrei-namento em São Caetano do Sul, noABC.ForaminvestidosR$20milhõesnaconstruçãodo local,que temginá-sio coberto, pista para corrida, salasmédicas e espaço para saltos triplo,com vara, emdistância e emaltura.

O projeto do Sesi-SP prevê duasfases: na primeira, contratar atletasconsagrados para tentar despertara atenção de jovens. “Quanto maisexposição,mais estímulo para a ga-rotada”, afirmaodiretor de esportese lazer, Alexandre Pflug.

Apartir disso, a segundapartedoplanoéaformaçãodeatletasdebase,deolhonos jogosdoRio, em2016.Aotodo, foraminvestidosR$125milhõesdesde 2009. O novo ciclo permitiu acriaçãodasequipesmasculinaefemi-nina de vôlei, que juntas têm quatroatletaspré-convocadosparaLondres.

Umavezinstalada,essainfraestru-tura de treinamentos émantida comumcustomenor. “Antes de termos ocentro de treinamento, enviávamosatletas para treinar na Europa ounos EUA”, diz Ricardo D’Angelo, co-ordenador técnicodaBM&FBovespa.

Doutorando em ciências do esportepela Unicamp, D’Angelo é tambémo principal técnico da equipe deatletismo brasileira em Londres.

No fim das contas, todas as ins-tituições que apoiam modalidadesolímpicas, independentemente dos

meios, têmumobjetivo compartilha-do:manterolegadodoesportevivo.Odiscurso temavercomopensamentodo judocaLeandroCunha,31,quevaià sua primeira Olimpíada: “Um dianós vamos parar, e, quem sabe, osjovensserãoos futuroscampeões”.

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Apenas um clube tem quase 10%dos atletas que irão representar oBrasil em Londres. Além do mérito daexcelente estrutura do Pinheiros, es-se número também reflete a fragili-dade da política esportiva do país,ainda emdesenvolvimento.

Não há no Brasil um sistema amploe estruturado que dissemine o esportee trabalhe a detecção de talentos.

O governo, o COB (Comitê Olímpi-coBrasileiro) e as confederações já lan-çammão de estratégias e tocam proje-tos nessas áreas, mas o surgimento defuturos atletas peloBrasil ainda é comoachar uma agulha numpalheiro.

Emalgumasdasprincipaispotênciasolímpicas domundo, como EUA, China,Rússia, Austrália e Alemanha, o desen-volvimento da elite esportiva envolve,de forma interligada, a atuação de di-versosvetores: escola, governo, ciência,patrocínio, infraestrutura, entre outros.

O início é um sistema escolar queenglobe o esporte.

Escolas e universidades oferecerem

educação física de qualidade, ativida-des extracurriculares, competições eintercâmbio com clubes.

No Brasil, a educação física ainda étrabalhada emmuitos locais como dis-ciplina inferior. Sem a escola como ba-se, sobram os clubes. E as estruturasde ponta ainda são exceção.

Em países em que há uma políti-ca esportiva desenvolvida, os passosno esporte são interligados, criandouma cadeia. Nos EUA, por exemplo, ascrianças têm contato comasmodalida-des desde cedo. É cultural. No ensinomédio, quem mostra aptidão passa aser treinado como atleta.

O esporte continua forte na facul-dade. E vira negócio. Jogos passamna TV. Esportistas ganham bolsas epodem chegar ao profissionalismo.O nadador Ryan Lochte, maior rivalde Michael Phelps, foi ouro em Ate-nas-2004 quando ainda nadava pelaUniversidade da Flórida. Cesar Cielotreinou e estudou em Auburn e ven-ceu em Pequim-2008. A NBA distribui

os destaques universitários entre asequipes, por meio do “draft”.

A proximidade com as universida-des também agrega investimento emciência do esporte, uma das bases dodesenvolvimento da elite. No Brasil,poucos clubes têm acesso a isso.

O país também ainda precisa demais centros de alto rendimento. NaAlemanha, por exemplo, há 20 Cen-tros Olímpicos emais de 200 locais detreinos de variados esportes. Os EUAtêm estruturas adequadas namaioriadas universidades.

No Brasil, o COB tem dois CTs. Asconfederações têm investido em ins-talações, mas nem todas ostentam aomenos um centro.

Desde2007,quandooRio recebeuoPan, foi investido mais de R$ 1 bilhão,em valor corrigido, no esporte brasilei-ro. A meta de medalhas para Londres,porém,éamesmadePequim-2008:15.Oprojetoédobrá-laparaaRio-2016.

Mariana Lajolo é editora-assistente de “Esporte”

Frágil política esportiva

TomázViola/FolhapressAtletas jogamno campo de

futebol do Centro Olímpico,mantido pela prefeitura

1 MARIANA LAJOLO

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