oligarquias: definição e bibliografia

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Edgard Carone * R. Adm. Emp., Rio de Janeiro, Oligarquias: definição e bibliografia Sílvio Romero, com sua verve e combatividade inconfundíveis, tratou muitas vêzes do problema das oligarquias. O ódio que votava ao sistema dominante levou-o a atacar o castllhlsmo, os grupos preponderantes de São Paulo e os prepotentes homens do Norte. Sua obra política - infelizmente considerada como secundária - é exemplo de sua pertinácia: O castilhismo no Rio Grande do Sul; A geografia da politicagem (o norte e o sul do Brasil); O Brasil social (vistas sintéticas obtidas pelos processos de Le Play); O Brasil na primeira metade do século XX; Provocações e debates; Parlamentarismo e presidencialismo na República Brasileira (cartas ao conselheiro Rui Barbosa), etc., são alguns dos volumes em que tratou do assunto. Em várias ocasiões, tenta, sociologicamente, classificar o fenômeno. Porém, é numa conferência feita em 1908 que êle dá sistematização à idéia: em As oligarquias e sua classificação, 1 o autor tenta 12(1) :81-92, mostrar a situação real do País e a dos grupos que o dominam. Para êle, "com sua divisão da população nos 20 estados em dois grupos: a) o dos que governam, mandam, oprimem e dispõem para si e seus amigos ou apaniguados de todos os cargos, empregos e proventos das rendas públicas direta ou indiretamente, e b) o dos adversários, verdadeiros párias, que ou trabalham mal ou vivem da mendicidade ou da rapina". 2 Os primeiros caracterizam-se pela "implacável pol ítica-meio-de-vida", "empregomania e pendor para o gênero fácil e cômodo de vida das carreiras oficiais", pelas "obras públicas, quase tôdas de índole suntuária", pelos "seus empréstimos repetidamente solicitados ao estrangeiro", pelas "suas roubalheiras crônicas na administração", pela "sua falsificação das * Professor do Departamento de Ciências Sociais da Escola de Administração de Emprêsas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas. 1 In: Provocaçlles e debates. p, 401-16. A conferência é de 31 de maio de 1908. Ibidem. p. 405. j an.fmar. 1972

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Page 1: Oligarquias: definição e bibliografia

Edgard Carone *

R. Adm. Emp., Rio de Janeiro,

Oligarquias:definição e bibliografia

Sílvio Romero, com sua vervee combatividade inconfundíveis,tratou muitas vêzes do problemadas oligarquias. O ódio quevotava ao sistema dominantelevou-o a atacar o castllhlsmo,os grupos preponderantes deSão Paulo e os prepotenteshomens do Norte. Sua obrapolítica - infelizmenteconsiderada como secundária -é exemplo de sua pertinácia:O castilhismo no Rio Grande doSul; A geografia da politicagem(o norte e o sul do Brasil); OBrasil social (vistas sintéticasobtidas pelos processos de LePlay); O Brasil na primeirametade do século XX;Provocações e debates;Parlamentarismo epresidencialismo na RepúblicaBrasileira (cartas ao conselheiroRui Barbosa), etc., são algunsdos volumes em que tratou doassunto.

Em várias ocasiões, tenta,sociologicamente, classificar ofenômeno. Porém, é numaconferência feita em 1908 queêle dá sistematização à idéia:em As oligarquias e suaclassificação, 1 o autor tenta

12(1) :81-92,

mostrar a situação real do Paíse a dos grupos que o dominam.Para êle, "com sua divisão dapopulação nos 20 estados emdois grupos: a) o dos quegovernam, mandam, oprimem edispõem para si e seus amigos ouapaniguados de todos os cargos,empregos e proventos dasrendas públicas direta ouindiretamente, e b) o dosadversários, verdadeiros párias,que ou trabalham mal ouvivem da mendicidade ou darapina". 2 Os primeiroscaracterizam-se pela"implacávelpol ítica-meio-de-vida","empregomania e pendor para ogênero fácil e cômodo de vidadas carreiras oficiais", pelas"obras públicas, quase tôdas deíndole suntuária", pelos "seusempréstimos repetidamentesolicitados ao estrangeiro",pelas "suas roubalheirascrônicas na administração",pela "sua falsificação das

* Professor do Departamento de CiênciasSociais da Escola de Administração deEmprêsas de São Paulo, da FundaçãoGetulio Vargas.1 In: Provocaçlles e debates. p, 401-16.A conferência é de 31 de maio de 1908.• Ibidem. p. 405.

jan.fmar. 1972

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eleições", pelo "desmantêlo detodos os serviços públicos",etc. 3

No entanto, os gruposdominantes ou oligarquiaspodem ser divididos, segundoêle, em quatro categoriasdistintas: a primeira é a quedenomina de oikocracias, poisnão "passam de reproduções doobsoleto familismo primitivo,mero comunarismo de família.Neste caso, a família eaderentes fazem oaçambarcamento dos postosda governança, daadministração e dos maisrendosos negócios ... Nestafórmula a família governamental,a tribo dirigente, assumefeições de casa reinante".Em tal categoria incluem-se asoligarquias dos Nery, dodo Amazonas; Euclides Malta,de Alagoas; os Acioli, do Ceará;os Lemos, do Pará; os PedroVelho, do Rio Grande do Norte;e os Vicente Machado, daParaíba do Norte.

A segunda categoria é a dopequeno grupo, "no qual ofamilismo não deixa de exercerinfluência, mas não tendopessoal suficiente, não chega aalastrar por si só pela áreacompleta do mando e o dividecom alguns amigos e camaradasdo peito. ~ uma espécie dehibridação a que se podedar o nome de grupismosemifamilista e amigueiro". Dêlefazem parte os Benedito Leite,do Maranhão; os Pires Ferreira eAnísio de Abreu, do Piauí; osRosa e Silva, de Pernambuco; osFrancisco Glicério, osRodrigues Alves, os Bernardinode Campos, os Jorge Tibiriçá, deSão Paulo, "exímios potentadospresidenciáveis, os quais, nãosatisfeitos com o mandarem emsua terra, trepados nas trilhas decafé e nos milhões emprestados,têm pelo cabresto aRepública"; os Afonso Pena, osBias Fortes, os Francisco Sales,os João Pinheiro, de MinasGerais, "que. chegam para abrirconcorrência a São Paulo,rivalizar com êle no mandosupremo do desconsoladoBrasil"; os Vicente Machado eAlencar Guimarães, do Paraná;

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os Lauro Müller e Hercílio, deSanta Catarina; os GenerosoPonce, de Mato Grosso.

O terceiro grupo caracteriza-sepela "subserviência matreira,como meio de sucessão nopoder e a subseqüentetraição, como meio de substituirgrupo oligárquico a outro":é a "reprodução atávica dosistema dos Induwas africanose por isso tem reinadopreferentemente nas terras ondeo mestiçamento dessa origem émais intenso no País". ~ assimque na Bahia, Severino Vieiradestrona Luís Viana, e édestronado por José Marcelino,"que o será infalivelmente poralguém"; no Estado do Rio deJaneiro, é Nilo Peçanha quetrai Francisco Portela e étraído por Alfredo Backer, etc.;em Goiás, os Bulhões sãotraídos por Xavier de Almeida;e, finalmente, no Espírito Santo,Moniz Freire é enganado porHenrique Coutinho "que há demais tarde ter o mesmodestino".

A última - e quarta - espécieé a do castilhismo positivóide.Ela é sul generis, pois temcaráter semidoutrinário e defôrça, apoiando-se em trêsmedidas: "dinheirama originadado contrabando das fronteiras,os recursos das tropas federais,e a tal ou qual prosperidade,produzida pelos colonos, deorigem estrangeira". 4

A classificação de Sflvio Romero,como vemos, é grandementemarcada por fatôres subjetivose por conceitos ambíguos: nãoque o familismo ou a ideologia,por exemplo, não possaminfluir. O que é fundamentalpara êle, porém, são aspectos,nuanças, não o problemaestrutural. Daí sua separaçãoentre a primeira e segundacategorias ser frágil, pois, naprimeira, domina a famflia e, nasegunda, temos a ampliação dodomínio familiar para o dosamigos; dessa maneira, o autoramplia desmesuradamente osseus exemplos, incluindo SãoPaulo e Minas no segundoesquema. Já na quarta categoria,seu critério é ideológico. Assim,

a mistura de valôresmetodológicos é um dos motivosque levam sua classificação aimpasses.

Bem mais complexa é a posiçãode Valente de Andrade. Nomequase desconhecido dasgerações atuais, escreveu, noentanto, um livro indispensávelsôbre o problema dasoligarquias: Evolução política:a queda das oligarquias; ensaiode critica social, que foipublicado em 1913, em plenaefervescência do govêrnoHermes da Fonseca. Como sesabe, um dos lemas doshermistas durante a CampanhaCivilista (1909-1910)era de lutarcontra os Acioli, os Maltas, osBorges de Medeiros e todosaquêles que permaneciaminsistente e despoticamente nodomínio governamental de seuestado. Nesse momento, muitosdêsses oligarcas tinham caído.

A obra de Valente de Andradeé a de um evolucionista,imbuído também das teoriassociológicas francesas daépoca. Para êle, o fatoreconômico é o fundamento dopolítico. Estudando a realidadebrasileira, vê o mal dasoligarquias, que se origina pelaexistência da políticapersonalista do Império; assim,a falta de sentimento coletivofaz gerar o sistema. ParaValente, a eleição de Hermes daFonseca e a ação do exércitoforam benéficas, pois destruíramtodo êsse processo dominante.

Quase nada se escreveu depoissôbre o problema dasoligarquias, a não ser obrasesporádicas e dedicadas a casosparticulares. As tentativas,porém, de classificação dêstefenômeno histórico e sociológicolimitam-se, infelizmente, peloque eu saiba, aos dois ensaiosanteriores. No entanto, a nossahistoriografia possui ummaterial rico e extenso, quepermitirá estudos maiscompletos e modernos sôbre o

I Ibidem. p. 405-6.• Ibidem. p. 412-6. Fizemos questão derepreduztr longamente a conferência, porser êste um dos primeiros estudos doassunto. Os grifos silo do autor.

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tema. Daí o interêsse numareformulação do problema, quenos levaria a conclusões novas.

O problema da oligarquia estáintrInsecamente ligado àexistência do coronelismo. Umoligarca é igual a um coronel,mas, entre êles, a diferença é deescala política. O coronel é ochefe local, o oligarca transpõeo seu poder para o estado.Porém, o conceito de oligarquiaacaba estendendo-se, demaneira pouco precisa, paratôdas as formas de domínio,tanto no plano estadual, comono municipal. WenceslauEscobar traduz esta corrente:"incontestàvelmente uma dasgrandes falhas do regimepresidencial (. .. ) é aimpossibilidade dos partidos sealternarem no poder pelavitória das normas. A facção oupartido que, de qualquer modo,toma as rédeas do govêrno deum estado perpetua-seindefinidamente no poder,porque, quando se sinta tãofraco que, pelos variados meiosde corrupção e fraude eleitoral,não possa conseguir êsse fim,perturba, em seu própriointerêsse, a ordem social, pelaprática de atos violentos contraa oposição, a fim de, sob opretexto de manter a ordempública, requisitar a fôrçafederal e esmagar osadversários"; "estadegenerescência do nôvoregime, que a sabedoriapopular batizou com adenominação de oligarquias, temprolificado abundantemente emtodo o País, pois até já existemoligarquias municipais, pelomenos no meu estado (RioGrande do Sul), onde algunsintendentes, isto é, os chefesdo executivo dessas corporaçõestratam de se reeleger pelaterceira e quarta vez. Ora, é bemde ver que, se êsses cargosfôssem espinhosos, tivessemmais ônus que benefícios, nãohaveria tanta pletora depatriotismo para exercê-los,convertendo-se em verdadeirasoligarquias de família". fi

Como vemos, a permanênciano poder é o elemento primeirodo fenômeno. Porém, para nós,

Oligarquias definição e bibliografia

também é fundamental aindagação sôbre a forma ouformas com que se mantémesta estrutura de poder.

Achamos que o problemaliga-se às condiçõesgerais de cada um dosestados. Daí, podermos dizerque, apesar das nuanças, asoligarquias dividem-se em duascategorias: a dos estados "maisadiantados, cujas relações deprodução, grupos e exigênciassão mais complexos, e cujosconflitos são amortecidos pelomecanismo do partidodominante: a orientação daComissão Central dos PRs.representa papel moderador ede combate às formas dedesvio. Nos estados menos ricos- a maioria - existem os PRs.,mas o contrôle do grupo oufamília é quase absoluto. Opartido representa, nestascondições, vontade particular enão o equilíbrio de váriasfacções, o que conduz a formaspolíticas violentas e radicais". 6

Assim, na primeira categoria,incluímos São Paulo, MinasGerais e Rio Grande do Sul; nasegunda, enfeixam-se todos osoutros estados. 7 O caso de SãoPaulo é típico, para exemploda primeira tendência: osgrupos de Campos Sales,Bernardino de Campos,Fernando Prestes, RodriguesAlves, Jorge Tiblrlçá, RubiãoJúnior, Alfredo Ellis, Júlio deMesquita, etc. dominam oo partido desde a proclamaçãoda República; quando se dá acisão de 1901,por exemplo, asalas de Júlio de Mesquita eCincinato Braga saem do PartidoRepublicano Paulista efundam nova agremiaçãopolítica. Porém, o incidente nãoabala o partido dominante, quepersiste em sua organização edomínio; a volta dosdissidentes ao PRP, em 1905,éoutro fato que não exigecomplementação organizatória.O exemplo comprova acomplexidade de um sistemamais rico, que não é abaladopela crise de uma de suaspartes, pois, dentro da ComissãoCentral do PRP o equilfbrio dosgrupos contrabalança todo

desvio contrário às fôrçaspreponderantes.

Naturalmente poderíamosapontar muitos exemplos decisões nos estados oligárquicosmenos ricos e que não tenhamlevado a conseqüências graves:mas o comum são perturbaçõesou revoluções, resultados deuma política mais personalista.~ que os atritos e interêsses sãomais violentos, conseqüênciada limitação de condiçõeseconômicas e políticas em geral.O caso de Mato Grosso -revoluções de 1891, 1899,1901,1906, 1916- é sintomático emais objetivo. Porémpoderíamos estender êsteexemplo para o Amazonas,Ceará, Santa Catarina, Goiás,Bahia ou qualquer outro estado,com exceção de São Paulo,Minas Gerais e Rio Grande doSul.

Apesar das diferenças existentesentre as duas categorias, certostraços são comuns ao fenômenodas oligarquias: formações degrupos mais ou menosimpermeáveis; lealdade paracom os chefes, companheiros eo partido; em certo grau, cultopela palavra empenhada;domínio sôbre os podêresExecutivo, Legislativo eJudiciário; emprêgo defamiliares e adeptos paramelhor contrôle e segurança;a não-aceitação de neutralidade,obrigando todos a se definiremcontra ou a favor.

A bibliografia que se segue" écomplemento indispensável paraa ampliação do problema dasoligarquias. Muitos trabalhossão parciais, são ataques adeterminados oligarcas, comintencionalidade particular.Mas é por meio dela e deensaios gerais que podemoscompreender melhor êstefenômeno fundamental da nossaformação política, que ainda

• Escobar, Wenceslau. Discursosparlamentares, '808-'108. p. 327-8.• Carone, Edgard. A RepCiblica velha,instituiçlles e classes sociais. p. 271.• Para evitar a repetiç!io do que já foidito, enviamos a Carone, Edgard. ibidem.p. 271-84.8 A bibliografia foi feita soborientaç!io de Melania Cella TOrre.

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persiste sob novas formas,como elemento predominanteda estrutura de poder noBrasil.

Almeida, João Pio de. Borges deMedeiros. Pôrto Alegre, JúlioDias Alleud, 1928. 335 p. foto

Livro ditirâmbico sôbre Borgesde Medeiros, mas útil porquetranscreve documentos, dados efatos dispersos.

Borges e o movimentorepublicano; Borges e Júlio deCastilho; sua carreira; escolhapara governador por Castilho;seus cinco governos;administração; programapolítico; fidelidade à políticapositivista; Rio Grande do Sul ea luta contra Prudente; apoio aCampos Sales; govêrno CarlosBarbosa; Borges e a candidaturaA. Bernardes; reaçãorepublicana; Revolução de 1923;pacificação e o Tratado dasPedras Altas; manifesto deBorges explicando seusgovernos (15-1-1923); manifestode apoio do Partido RepublicanoRio Grandense (15-10-1923);resumo das suas medidaseconôrn icas.

Amazonas (estado). Movimentosrevolucionários de 30 dedezembro de 1893. Manaus,"Amazonas", 1893. 319 p.

Relatos oficiais sôbre omovimento militar paraderrubar o governador EduardoGonçalves Ribeiro. A primeiratentativa foi em dezembro de1892 e o movimento foichefiado pelo Capitão Joséde Alencar Araripe: omovimento é descoberto etodos são presos. Com a vindado General Bento JoséFernandes Júnior, civis emilitares oposicionistasreúnem-se e tomam o quarteldo 36.° Batalhão ebombardeiam o palácio dogovernador. Porém, recuamdevido à intervenção docomandante da flotilha naval doAmazonas.

O 'livro traz o relato sôbre ofracasso revolucionário e osdepoimentos dos inferiores que

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participam do primeiromovimento: relatos, manifestos,trocas de condições, etc.,lançados e feitos durante eapós o movimento de fevereirode 1893. Nada no livro nos fazligar os acontecimentos àpolítica de Floriano Peixoto.

Andrade, Valente de. Evoluçãopolftica: a queda dasoligarquias; ensaio de críticasocial. Pará, S.C.p., 1913. 315 p.

O autor é evolucionista e parteda idéia de que o fatoreconômico é o fundamento dopolítico.

Estudando a realidade brasileira,êle vê o mal das oligarquias. Ospol íticos trouxeram para aRepública a políticapersonalista do Império: daí afalta de sentimento coletivo geraas oligarquias. Contra isso, aação do Exército (eleição deHermes) foi benéfica.

Por sua vez, Pinheiro Machadorepresenta a constanteoligárquica.

Dêste ponto de vista, o autor'minucia longamente opredomínio e queda deAntônio Lemos, o velhooligarca do Pará.

O Iivro é tentativa coerente naépoca de uma teoria sociológicadas oligarquias. É básico parao estudo das oligarquias.

Aragão, Antônio Ferrão Monizde. A Bahia e os seusgovernadores na República.Bahia, Imprensa Oficial, 1923.695 p. il.

Livro parcial, porém necessáriopara o conhecimento da Bahia.O autor foi político e governadordo seu estado (1916-1920).

Material sôbre a política baianae suas correntes, cisões eoposições. Através do livroassinalam-se esporàdicamenteos movimentos insurrecionais,de origem popular, que sempresão vistos pelo autor comoinstigados pelas oposições.

São longamente analisadostodos os governos, a

administração e os problemassucessórios de cada um dêles.

Astrimiro. pseudônimo de J. C.Portinho. O mandarinato político.Rio, s.c.p., 1896. 23 p.

Panfleto escrito por partidáriode Francisco Rangel Pestana(candidato à senatoria pelo D.Federal, nas eleições de 13 demaio de 1896) contra FranciscoGlicério.

Mostra o caráter autoritário dechefe do Partido RepublicanoFederal; sua participação nasnegociatas das terras devolutasquando Ministro da Viação deDeodoro da Fonseca.

Barbosa, Francisco de Assis.João Pinheiro: documentáriosôbre a sua vida. Belo Horizonte,Arquivo Público Mineiro,1966. 366 p.

O livro compõe-se de umaintrodução de Assis Barbosa edos escritos políticos,econômicos e epistolares deJoão Pinheiro.

De João Pinheiro define-se bemo seu conceito de"economismo"; compreende-seo seu sentido de educaçãotécnica, devido à influência deescritores americanos; sente-seo seu desencanto pela política.Acompanham o volume osrelatórios de seu govêrno.

Barreto, João. Estado do Rio:aspectos polfticos e econômicos;o Sr. Nilo Peçanha. Rio, Jornaldo Commercio, 1917. 266 p. foto

Livro que relata fatos do Estadodo Rio e episódios sôbre açõesde Nilo Peçanha: dualidade degovernos em 1914 e o seusegundo govêrno; os governosdo Estado do Rio e a suaascensão.

Govêrno Alberto Tôrres e acisão política; a razão daescolha de Quintino Bocaiúvapara governador; suaadministração estéril e a subidade Nilo; Nilo reforça o seucontrôle político; oligarquiaPaulino de Souza no Império;Nilo ajuda Campos Sales a

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estruturar sua Política dosGovernadores; medidaseconômicas; Nilo sucede A.Pena e acaba com o Jardim deInfância; gênese de desacôrdocom Pinheiro Machado; caso dasucessão Oliveira Botelho;primeiras demarches;aparecimento dos nomes deFeliciano Sodré e Nilo Peçanha;a luta pela sucessão; dualidadede govêrno; luta no Senado eCâmara Federal; morte de P.Machado.

Belo, Júlio et alii. In memoriam:Estácio Coimbra. Rio deJaneiro, Jornal do Commercio,1942. 166 p. il.

Coimbra era usineiro erepresentava as fôrçasconservadoras e partidárias deRosa e Silva em Pernambuco.Foi deputado federal, vice deArtur Bernardes e duas vêzesgovernador do estado, tendocaído em 1930. Homenagens deAntônio Carlos, Afrânio de MeloFranco, Tavares de Lyra, AníbalFreire, José Lins do Rêgo,Gilberto Freyre, José Maria Beloe outros.

Sua ligação com a aristocraciado açúcar; ligação com Rosa eSilva; volta a Pernambuco em1913 e a rearticulação doselementos de Rosa e Silva;início de sua vidapolítica; seu último govêrno(1926-1930) e a reformaeducacional Carneiro Leão.

Borba, Manoel. Sérgio Lorêto eseu govêrno em Pernambuco.Rio de Janeiro, Annaes, 1926.479 p. 23 em.

J:: catilinária contra osdesmandos, roubos, violências eassassinatos praticados porSérgio Lorêto, familiares eapaniguados. ~sse era homempobre e saiu riquíssimo dogovêrno.

Intervencão federal na Bahiaem 1920; como a intervençãode Epitácio em Pernambucocontradiz o que fizera na Bahia;parcialidade de Epitácioapoiando candidatura LimaCastro; provas de parcialidadede Epitácio em Pernambuco;

Oligarquias definição e bibliOgrafia

como surge o nome deconciliação de Sérgio Lorêto;seus cargos anteriores; comofoge aos compromissosassumidos no caso desubstituição do senadorEstácio Coimbra; caso darenovação da bancada federal;rompimento de Borba comLorêto; violências eassassinatos; jornais ameaçadose empastelados; negociatas nasconstruções de novas obras,serviço do pôrto, verbasestaduais, etc.

Brito, Lemos. Na Barricada:campanha de libertação daBahia. Bahia, Baiana, 1920.192 p. fot.

Discursos e artigos feitosdurante a campanhagovernamental pró PauloFontes e contra J. J. Seabra(fins de 1919-1920).

Famoso artigo em que o autordefende o direito de revoluçãocontra o govêrno constituído;Antônio Moniz, continuador daoligarquia Seabra; revolta nosertão em 1920 e seus chefes;intervenção federal na Bahia;têrmos do acôrdo de março de1920.

Brito, Vitor de. GasparMartins e Júlio de Castilhos.Pôrto Alegre, Americana, 1908.66 p. fot.

Apologias dos dois estadistasriograndenses.

Retrato moral de Castilhos; seupensamento sôbre aimplantação violenta daRepública.

Camêu, Francolino. PoUticos eestadistas contemporâneos:subsidios para a históriapolítica do Brasil: WashingtonLuis, Mello Viana, ArturBernardes, Antônio Azeredo,Paulo Frontin, Lauro Müller,Lacerda Franco, João Lyra,Afonso de Camargo, MendonçaMartins. Rio de Janeiro, Globo,1928. V. 3. iI.

Contribuição para as biografiasde Washington Luís, Mello

Viana, Artur Bernardes,Antônio Azeredo, Paulo deFrontin, Lauro Müller, LacerdaFranco e outros. Os quatroprimeiros são estudos maiscompletos e acabados.

Vida política de W. Luís; suaação na Secretaria de Justiça eSegurança, durante o govêrnode Jorge Tibiriçá; sua políticade estabilidade cambial; o fimdo estado de sítio em 1926;govêrno estadual de MelloViana; biografia e carreirapolítica de Artur Bernardes; sualuta contra Francisco Sales; vidae carreira política de AntônioAzeredo; sua ação no CongressoConstituinte; lutas em MatoGrosso em 1901; Lauro Müller ea Escola Militar da PraiaVermelha (1904).

o caso do Ceará e suarepercussão no Rio de Janeiro.Rio de Janeiro, S.C.p.,s.d. 24 p.

Brochura sôbre a repercussãodos acontecimentos do Ceará(1914) nos meios militares do Riode Janeiro. Com a ameaça dastropas do padre Cícero sôbreFortaleza, o Clube Militar doRio reúne-se: Hermes e oGeneral Caetano de Fariatentam impedir manifestaçõespró Franco Rabelo. Afinal, ogovêrno decreta o estado desítio para o Ceará.

Chaves, Joaquim Ferreira(desembargador). Ao estado eao Partido Republicano Federaldo Rio Grande do Norte. Natal,Comercial, 1919. 27 p.

O autor foi companheiro dePedro Velho, constituinteestadual, governador e senadordo Rio Grande do Norte.Afasta-se do partido oficialquando entra em choque comTavares de Lyra, que era docírculo familiar de Pedro Velhoe Alberto Maranhão.

Como os dois são candidatos aogovêrno estadual, dá-se a cisão.Neste opúsculo, o autor mostraas ligações oligárquicas dogrupo dominante: citanominalmente os seus membrose os cargos que exerciam no

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executivo e legislativo;as reformas da Constituiçãoestadual de 1898 e 1907 e suasfinalidades.

Cintra, Assis. Bernardino deCampos e seu tempo. SãoPaulo, s.e., 1953. 165 p.

Rico material sôbre a época e aslutas vividas por Bernardinode Campos: utilizando-se defontes secundárias, o autorestuda aspectos e problemasque influíram ou foraminfluenciados pelo biografado.Luta de Bernardino para forçaro Partido Republicano Paulistaa aderir ao abolicismo; papeldo PRP na Proclamação daRepública; expansão dos clubesrepublicanos paulistas durante oImpério; luta do PRP contraDeodoro da Fonseca, no Senadoe Câmaras federais; conspiraçãoe luta do PRP contra o govêrnoestadual de Américo Brasiliense;centralização do PRP; fatossôbre o seu primeiro esegundo govêrno estadual.

Corrêa Filho, Virgflio.Joaquim Murtinho. Rio deJaneiro, Nacional, 1951. 195 p. i1.

Biografia do médico, polítlco eMinistro da Fazenda dogovêrno Campos Sales. Por tervivido desde jovem na capitalfederal e participado daProclamação da República,Murtinho torna-se o elementoprimordial da políticamatogrossense no plano federal.É dêle que partem as escolhasde candidatos a governador ouos golpes para derrubá-los(Ponce em 1899; Totó Paes em1906).

Suas atividades no planofederal: dados sôbre o debateeconômico do início daRepública e sua ação comoMinistro da Fazenda; suaconcepção do problemaeconômico.

No final, o autor transcrevecartas em que êle defende aMate Laranjeira (que erapropriedade de sua famflia),justificando o seu plano deentrega de parte das terras

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devolutas do estado a umacompanhia inglêsa, parasustar a expansão demográficados riograndenses no Sul doestado.

Dias, Artur. O Dr. RodriguesLima e sua administração.Bahia, PropagandaRepublicana, 1896.

Propaganda do primeirogovernador eleito da Bahia e desua administração.

Apesar do tom encomiástico,para se criar a idéia de climaestável do seu govêrno,percebe-se vagamente aexistência de oposição feroz àsua candidatura e govêrno: agrande abstenção eleitoral; aoposição às reformas damagistratura e à dos serviçosmunicipais.

Fafe, Egas. Pseudônimo de M.Paes de Figueiredo Moraes. Ogovernador de Pernambuco e amorte de José Maria. Recife, AProvíncia, 1895. 197 p.

O autor é membro do PartidoAutonomista (do Barão deLucena), que se aliou aBarbosa Lima para derrubardefinitivamente os republicanoshistóricos do poder. O quequeriam é levar Barbosa Lima alutar contra Floriano e a ajudara revolta da esquadra (1893) eos revoltosos do Rio Grandedo Sul.

O livro traz material sôbre ogovêrno efêmero do Barão deContendas (1891); juntagovernativa que o derrubou;govêrno Barbosa Lima. Sôbreêste, detalhes de sua aliançacom o Partido Republicano; seurompimento; ligação com osautonomistas.

É parcial, porém um dos poucosdocumentos sôbre esta épocaconfusa e mal estudada. Oretrato que faz de Barbosa Limaé de um histérico e medroso,caricatura inteiramente falsa.

Franco, Augusto. Dr. JoãoPinheiro: ensaio biográfico epolftico. 2. ed., Belo Horizonte,Oficial, 1906. 127 p.

PossIvelmente o primeiro livrosôbre João Pinheiro, cominformações seguras. É oficial:a primeira edição é lançadadurante a candidatura JoãoPinheiro à governança doestado.

Um grande vulto da história deSão Paulo: centenário doDr. José Alves de CerqueiraCesar. São Paulo, S.C.p.,1935.40 p.

Longo artigo saído no O Estadode São Paulo comemorando oaniversário de nascimento deCerqueira Cesar, sogro deJúlio de Mesquita, proemientemembro do Partido RepublicanoPaulista, um dos responsáveispela queda do govêrno AméricoBrasiliense e seu sucessor nogovêrno do estado.

O folheto é apologia dobiografado. Ao retratar asqualidades de Cerqueira Cesar,o autor pensou mais em fazer aapologia das "qualidades" dopaulista do que em retratarobjetivamente o seupersonagem. Principalmenteporque em 1935, logo depois daRevolução de 1932, a oligarquiapensava em glorificar o seupassado, para apresentar-semelhor no presente.

Dados sôbre a vitória doPRP em Rio Claro, em 1876;golpe contra o CongressoLegislativo, em 1892, favorávela Américo Brasiliense.

Guedes Júnior D. Doutrina doengrossamenta (o exemplar nãocontém a fôlha do rosto). 116 p.

Sátira contra os grupospredominantes na polítlcabrasileira. Diz que a oposição,que no passado fizeramovimentos armados, hojeprefere aderir silenciosamente àsituação. É que a doutrina doengrossamento caracteriza-sepela adulação, servilismo, etc.

Congresso federal é escola deresignação; definição deengrossamento.

A lenda dos assassinatospolfticos em São Paulo. SãoPaulo, Rothschild, 1911. 205 p.

Revista de Administração de Emprêsas

Page 7: Oligarquias: definição e bibliografia

Defesa do govêrno do estado deSão Paulo (na verdade, oPartido Republicano Paulista)contra as acusações de quefôra parcial e violento naseleições presidenciais de 1910:Rui Barbosa contra Hermes daFonseca. Trata de documentaçãopolicial e jurídica dos casoshavidos em Mogi-Mirim,Igarapava, São Carlos,Sorocaba, etc.: briga entreelementos situacionistas (próRui) e partidários de RodolfoMiranda (pró Hermes).

Lyra, A. Tavares de. Cartaaberta aos meus velhoscorreligionários e amigos doRio Grande do Norte. Rio deJaneiro, s.e., 1919. 13 p.

Polêmica entre membrosda oligarquia PedroVelho-AdalbertoMaranhão-Tavares de Lyra e ogovernador Ferreira Chaves:êste sucedendo ao govêrno A.Maranhão (1915), acabaseparando-se dos elementos dogrupo.

Tavares Lyra afasta-se dapolítica; tentativa de enquadraro governador Ferreira Chavesdentro dos quadros oligárquicosdo partido republicano;contramedidas do governadorcontra o grupo oligárquico.

Lyra, João. Polftica do RioGrande do Norte. Rio de Janeiro,Jornal do Commercio, 1919.17 p.

Artigos publicados no Jornal doCommercio, em 12 de maio de1919, em que o autor defende-sedas acusações feitas pelodesembargador JoaquimFerreira Chaves.

t::ste,ao acusar a velhaoligarquia, de PedroVelho-Alberto Maranhão, e anova, de Tavares Lyra, diz queêste último vai buscar, parasubstituí-lo no Senado, umirmão que saíra do estado aos12 anos e que era umJoão-Ninguém. t::ste é João Lyra.Sua resposta, porém, nadasignifica. Simplesmenteconfirma a denúncia.

Oligarquias definição e bibliografia

Mantua, Simão de. pseudônimode Antônio Gomes Carmo. Cartasde um chinês do Brasil para aChina publicadas na gazetachinesa Tomh-Ha-Pao. SãoPaulo, Monteiro Lobato, 1923.Apanhado caricato do Brasil eseus defeitos. O mineiroCarmo é crítico feroz daoligarquia e dos vícios daprimeira República.

Neste livro mostra os errossociais e políticos existentes efaz sátira dos pseudovalôresda classe dominante.

Mantua, Simão de. pseudônimode Antônio Gomes do Carmo.Figurões vistos por dentro. SãoPaulo, Monteiro Lobato, 1921.2 v., 18 cm.

Estudos humorísticos e críticossôbre personaIidades daPrimeira República: PinheiroMachado, Borges de Medeiros,Bias Fortes, Nilo Peçanha, etc.

Dados esparsos e, às vêzes,injustos sôbre pequenosacidentes da vida pessoal epolítica dêsses personagens.

Martins Júnior. Resposta do Dr.Martins Júnior à mensagem doSr. Barbosa Lima. Pernambuco,s.e., 1892. 58 p.

Barbosa Lima publicaramanifesto explicando orompimento com osrepublicanos históricos edefendendo sua posição noepisódio. Esta é a resposta dochefe daqueles políticos aBarbosa Lima.

As razões da cisão limitam-se àluta de influências. O nôvogovernador, eleito peloshistóricos, procura libertar-se deexigências feitas pelo partido:empregos, comando daGuarda Nacional e da FôrçaPolicial, etc. Por sua vez, osdeputados partidários boicotamleis do Executivo. A divergênciaaumenta quando da escolha decandidatos a deputado: Limaquer impor um nome para oprimeiro lugar na lista. Nãoconseguindo, adia por quatrovêzes as eleições. Afinal dá-seo rompimento em 16 de junhode 1892.

Martins Júnior, José Isidoro.Um capitulo de história polftica.Recife, s.c.p., 1898. 76 p.

Resposta de Martins Júnior aoEstado de Pernambuco, que oacusa de se ter afastado deJosé Mariano, de ter erradotàticamente na direção doPartido Republicano dePernambuco.

A resposta fornece dados sôbrea atribulada políticarepublicana em Pernambuco: orepublicanismo histórico;Aníbal Falcão; gênese dacandidatura Barbosa Lima; lutada Câmara contra Barbosa Lima.

Mattoso, Ernesto. O Dr.Augusto Montenegro: sua vida eseu govêrno. Paris, TonyDossieux, s.d. 255 p. il.

Biografia laudatória de um dosoligarcas do Pará. Deputadofederal de 1890 a 1900,Montenegro elege-segovernador, quando o senadorJusto Chermont diverge deAntônio Lemos. t::steé realmenteo chefe do Partido Republicanodo Pará e quem dirige tôdapolítica paraense, sendo omaior oligarca do Pará.

Ascensão política deMontenegro; a sua escolha paragovernador; sua reeleição; atosdo seu govêrno; empréstimode 1901; administração; visitasde personalidades estrangeirase nacionais ao estado.

Mello, Oliveira. Revolta de SãoPaulo: acontecimentos do dia 14e 15 de dezembro de 1891. SãoPaulo, Messagero, 1892. 16 p.

Resumo dos fatos passados nacapital de São Paulo e quelevaram a derrubada dogovêrno Américo Brasiliense. Oautor não relata a revolução nointerior do estado.

Jornais de oposição ao govêrnoAmérico Brasiliense; reunião emanifesto dos acadêmicos dedireito; o meeting contra ogovernador e o ataque aoJornal A Federação; ocontra-ataque da polícia aosjornais da oposição (O Estado

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Page 8: Oligarquias: definição e bibliografia

de São Paulo e CorreioPaulistano); Américo Brasilienseabandona o poder no dia 15;problema da posse de seusubstituto; subida de CerqueiraCesar e o empastelamento deA Federação; quem participa darevolução; criação da juntarevolucionária.

Moreira, Artur Q. Collares.Gomes de Castro, Benedito Leitee Urbano Santos. Rio de Janeiro,Jornal do Commercio, 1939.245 p.

Trata da política do Maranhão,dos fins do Império até 1918.~ de minúcias exaustivas sôbrefatos, políticos e suas tricas efutricas. Numa referênciabibliográfica paupérrima énecessário destrincar êsteamontoado de dados difusos,mas, muitas vêzes supérfluos.

Motta Filho, Cândido. Umagrande vida. São Paulo,Política, 1931. 287 p.

Biografia de Bernardino deCampos, escrita por umadmirador. O autor fêz suacarreira política à sombra dePrudente de Morais e dobiografado.

Apesar de o livro ressentir-se dafalta de conteúdo histórico,necessário para compreender asposições e atitudes dopersonagem, êle contribui comfarto material inédito, retiradodas lembranças do autor e doarquivo particular de Bernardinode Campos.As cartas de Glicério,Campos Sales, Prudente deMorais e outros sãoesclarecedoras de incidentes dahistória política de São Paulo eda União.

Além disso, fornece dadossôbre a participação de SãoPaulo nas lutas armadas de1893-99;sôbre o Funding Loane suas origens; sucessãoAfonso Pena e transcrição longados discursos de B. de Campos.

Oliveira, Estevam de. Notas eepfstolas: pãginas esparsas dacampanha civilista. Juiz deFora, Brasil, 1911. 191 p.

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O livro compõe-se de duaspartes: histórico dos governosmineiros, da República à possede Wenceslau Braz; e cartas aBias Fortes, W. Braz e outrossôbre a campanha civilista.

A primeira parte é excelente:mostra as correntes oligárquicasde Minas, seu funcionamento edivergências.

Todos os governos, a começarpor Cesário Alvim, montarammáquina para esmagar qualquerveleidade da oposição; a leieleitoral é promulgada paraajudar esta situação. E oboicote dos mineiros contra acandidatura David Campista(escolhido por Afonso Pena parasucedê-lo) explica-sesimplesmente pelo fato de queas oligarquias mineiras nãoquerem a ascensão de gruposnovos no estado.

Pacetilha (pseudônimo). Cartaaberta: um trecho da históriapolítica do Maranhão: 1890-1906.São Luís, S.C.p.,s.d. 79 p.

Panfleto escrito para serdistribuído durante a viagemde Afonso Pena ao Norte doPaís. ~ catillnárla contra opredomínio oligárquico deBenedito Leite no Maranhão.

Mostra que, mesmo não sendogovernador, Leite era o chefeincontestável do estado: era oLegislativo e o Executivo, ohomem das negociatas e dosempregos.

Partido Republicano de SãoPaulo. A cisão: 1901. São Paulo,Industrial de São Paulo, 1901.365 p.

Material excelente para oestudo da dissidência paulistade 1901. Deve ser completadocom os manifestos, que estãoenfeixados em outro volume, ouconsultados no O Estado deSão Paulo.

Verdade eleitoral e burguesiaoposicionista; as diversascausas (remotas e próximas) dacisão; política dos governadores,gênese da cisão; lançamento dacandidatura Campos Sales à

presidência da República;lançamento de Lauro Sodré peloPartido Republicano Federal(1897); eleições federais de1900e a política dosgovernadores; apoio deRodrigues Alves à política dosgovernadores; oligarquia erepublicanos históricos; comoCampos Sales foi escolhidogovernador de São Paulo;revolta da Escola Militar(1897); transformação doPartido Republicano Federal emConcentração (1899); sucessãoestadual de Rodrigues Alves;Congresso Constituinte de SãoPaulo em 1901e a minoria.

Peçanha, Celso. Nilo Peçanha ea revolução brasileira. Rio deJaneiro, Civilização Brasileira.1969. 172 p. il.

O autor defede a tese de queNilo é expressão de ummovimento da classe média,que surge nos fins do Império epretende contrabalançar opredomínio oligárquico dasclasses no poder.

Classe média e República;usina de açúcar na Província doRio de Janeiro (1877);movimentos abolicionistas naProvíncia do Rio; líderesrepublicanos da Província;fundação do PartidoRepublicano; conferências deSilva Jardim na província;primeiro govêrno de Nilo doEstado do Rio (1903-1906);medidas protecionistasestaduais (1904); assassinato deestudantes no Distrito Federal(1910); imperialismo inglês econcessões de estrada de ferro;segunda candidatura de Nilo aogovêrno do estado (1914); Nilonega-se a ser novamentecandidato ao govêrno do estado(1918); oligarquias epermanência no poder; gêneseda reação republicana; reaçãorepublicana, expressão daclasse média; a campanha dareação; Nilo e a defesa dosimplicados na revolução de1922.

Pedrosa, Pedro da Cunha.Minhas próprias memórias:vida pública. Rio de Janeiro,Agir, 1963.311 p.

Revf8ta de Admintstração de Emprêsa8

Page 9: Oligarquias: definição e bibliografia

o autor, nascido no interior daParaíba, conta sua infânciadifícil e a carreira de estudos ea profissional. Apesar de estarligado às primeiras agitaçõesrepublicanas (Alvaro Machado eaos constituintes do estado), oautor só vai participar dapolítica dominante a partir de1902. Desta data até 1930, êle éo esteio da legalidade.

O livro mostra a cisão dogovêrno Monsenhor WalfredoLeal; domínio oligárquico dosenador Alvaro Machado;repercussões das "salvações doNorte" na Paraíba; o domínioEpitácio Pessoa.

Pereira, Batista. Pela redençãodo Rio Grande. São Paulo,Acadêmica, 1923.256 p.Conferências pronunciadas noRio de Janeiro, Ouro Prêto,Belo Horizonte, Santos e SãoPaulo. A primeira edição saiusob o nome Rui Barbosa e o RioGrande. Tôdas fazem parte daluta do autor pelareconstitucionalização do RioGrande, na época darevolução de 1923.

No fim do volume lista dedecretos, atos e leis de Borgesde Medeiros, de 1896 a 1920,anulando leis orgânicas dosmunicípios; orçamentosmunicipais e atos deintendentes.

Pernambuco, Miguel et alii. OPartido Republicano Federal dePernambuco aos seuscorreligionários e à Nação.Rio de Janeiro, s.c.p., 1895.53 p.

Assinado também por Medeirose Albuquerque, Cornélio daFonseca e Pereira de Lira.

!:: ataque a José Mariano eJosé Maria. Dizem que aRepública acabou com o poderpolítico pessoal e que ninguémpode-se eleger, a não serdemocràticamente. Mostram, emseguida, a polltlca temoristadêstes elementos que queremdominar, ou dominam realmente,a política no Recife. !:: fatoligado ao govêrno Barbosa Lima,apesar do manifesto ser confusona limitação do tema e oobjetivo.

Oltgarquias definição e bibZiOgrafia.

Pessoa, Epitácio. Na política daParaíba: 2.a fase, 1912-1935.In:Obras completas de EpitácioPessoa. Rio de Janeiro, INL,1962. V. XV, il.

Trata do período áureo deEpitácio. Com a morte deAlvaro Machado (1911),seusucessor Monsenhor WalfredoLeal, faz acôrdo com êle. Orompimento dá-se em 1915 e,daí por diante, o cetro do poderestadual pertence-lhe até1930.

Cartas sôbre os problemasadministrativos e econômicosdo estado; candidatura doCoronel Rêgo Barros (1911) e a"salvação militar" na Paraíba;acôrdo entre W. Leal e Epitácio:bases, divergências erompimento; manifesto dorompimento; conceitoscontraditórios de Epitácio sôbredemocracia e direçãopartidária; governos CastroPinto e Carnllo de Holanda;divergências com C. deHolanda.

Pessoa, Frota. O oligarca doCeará: a crônica de um déspota.Rio de Janeiro, Jornal doCommercio, 1910.250 p.

Reunião de representações,dados, fatos, entrevistas, etc.,contra Antônio Pinto NogueiraAcioli, o oligarca maisrepresentativo do Nordestebrasileiro. Tendo subido aogovêrno do Ceará em 1896,êlea domina até 1912, voltandoenfraquecido ao poder em 1914,depois da queda de FrancoRabelo.

O livro reúne dados e provassôbre subsídios que Aciolirecebe do Senado Federal, em1896,porque já assumira o cargode presidente do estado;negociata da compra de cincopontes metálicas na França;mudança da Constituiçãoestadual em 1905, parapermitir sua reeleição em1908;artigos e entrevistas emque ataca Acioli. Foi escrito epublicado de 1908 a dezembrode 1910.

Pimenta, Joaquim. Retalhos dopassado: episódios que vivi efatos que testemunhei. Rio deJaneiro, A. Coelho BrancoFilho, 1949.448 p.

Livro básico para oconhecimento político e socialdo Recife de 1909 a meados doano de 1920. O autor, advogado,participou dos movimentosoperários e políticos que vãodo govêrno Dantas Barreto(1911-1915)ao de SérgioLoreto (1922-1926).Ricasinformações sôbre greves,líderes operários, políticospernambucanos.

Pinhão, Tavares. Bernardino deCampos. Ribeirão Prêto, s/e.,1941.134 p.

Livro episódico. Notas sôbre aposse de Prudente de Morais,em 1894 (ajudado porBernardino, que prepara tropasda Fôrça Pública de São Paulopara garantir sua posse);reprodução de curioso retratofísico e psicológico, feito porHorácio de Carvalho; fatos arespeito da Proclamação daRepública em São Pauloe a ajuda que Bernardino davaaos negros fugidos.

Ponce Filho, Generoso.Generoso Ponce: um chefe. Riode janeiro, Pongetti, 1952.564 p. il.

Alentado volume sôbre um doschefes pol íticos maisimportantes de Mato Grosso, dosfins do Império até a primeiradécada do século XX.

Generoso Ponce continua naRepública o predomínio liberal.Os Ponce são aliados e rivais -conforme as circunstânciashistóricas - dos Corrêia deMelo e dos Murtinhos. ~stestrês "clãs" é que dominam oestado de Mato Grosso até hoje.

Proclamação da República emMato Grosso; governosprovisórios; revoluções de 1891,1899,1906; lutas e cisõespolíticas.

Rache, Pedro. Homens de Minas.Rio de Janeiro, José Olympio,1947. 226 p.

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Page 10: Oligarquias: definição e bibliografia

Livro sôbre João Pinheiro; trazepisódios sôbre Delfim Moreira,Wenceslau Braz e ArturBernardes.

Observações a respeito daforma política da PrimeiraRepública; sentimentopopular contra o "govêrno" emgeral.

Rache, Pedro. Outros homens deMinas. Rio de Janeiro, JoséOlympio, 1948,246 p.

Episódios sôbre Bias Fortes,Wenceslau Braz, Júlio BuenoBrandão, Antônio Carlos,Benedito Valadares, OlegárioMaciel e Pedro Aleixo.

Episódio revelador sôbre ocontrovertido golpe de 18 deagôsto de 1931, contraOlegário Maciel; razões eatitudes de Minasem 1930; Valadares e arepresentação profissional,sua eleição; A. Carlos e apresidência da Câmara deDeputados; P. Aleixo napresidência da Câmara.

Revista brasileira de estudospolfticos. Grupos polfticos emMinas Gerais. Belo Horizonte,p. 225-34, jan. 1967.

Os primeiros partidos polfticosrepublicanos em Minas e aposterior reformulação doPartido Republicano Mineiro(1897); dados folclóricos sôbredenominações e apelidos dosgrupos partidários municipais;falta de organização partidáriabrasileira.

Revista brasileira de estudospolfticos. Meio século depolítica baiana. Belo Horizonte,(20): 105-24, jan. 1966.

Considerações sôbre o poder dogovernador e seu poder deindicar seu sucessor;considerações sôbre ocoronelismo.

Revista brasileira de estudospolfticos. Vida e polftica deFrancisco Sales. Belo Horizonte,(18): 113-32, jan. 1965.

90

Conferência pronunciada noIHG de Minas Gerais, emfevereiro de 1963.

O material consultado foram oslivros de Daniel de Carvalho;por isso, não há nada além doque se encontra do referidoautor.

Revista do Instituto Históricode Mato Grosso. A república emMato Grosso. Cuiabá, (19 e 23):1-81e 1-93.

Excelente história de MatoGrosso, de 1889 a 1906.

Propaganda republicana; atardia Proclamação daRepública; papel de GenerosoPonce nestes acontecimentos;primeiro govêrno; fôrças locaise suas ligações com o planofederal; constituinte; osgovernos provisóriossubseqüentes e a subida deManuel Murtinho; Revolução de1892 e deposição de M.Murtinho; luta armada de Poncecontra o nôvo governador;partidos estaduais; vitória dePonce e volta dos Murtinhos;primeiro governadorconstitucional (Antônio Corrêada Costa, 1895); incidente entrePonce e o governador A. C.Costa; demissão dêste (1898);apogeu do poderio de GenerosoPonce; formação dadissidência (Murtinhos contraPonce); eleições de 1899 e arevolta dos dissidentes; apoiofederal aos Murtinhos; queda deG. Ponce; acôrdo feito entredissidentes e Ponce; quedapolítica de Ponce e extinçãodo Partido Republicano;govêrno de Pedro Alves deBarros e a ascensão de TotóPaes; extermínio de 1901;Totó Paes elege-segovernador; seu domíniodespótico; os Murtinhosafastam-se de Totó Paes eformam nova dissidência;coronelismo em M. Grosso; TotóPaes e o apoio federal; comêçoda revolta contra Tot6; apoiomaciço do povo à oposição;razões da Revolução de 1906;preparativos; o acôrdo daoposição com Totó Paes(9-5-1906);Totó Paes nãocumpre o acôrdo; revolução;

intervenção federal; morte deTotó Paes.

Romero, Sylvio. O Brasil social:vistas syntheticas obtidas pelosprocessos de Le Play. Rio deJaneiro, Jornal do Commercio,1907.43 p. 19 cm.

A primeira parte é trecho dodiscurso a Euclides da Cunha,quando êste é recebido naAcademia Brasileira de Letras; asegunda, carta a EdmondDemolins. Formam unidadeporque tratam da situaçãosocial do Brasil no comêço doséculo: formação social,predomínio oligárquico; elitecom falsas idéias; predomíniodo capitalismo estrangeiro.

Razões do domínio imperialista;formação histórica daaristocracia de origemportuguêsa; classes sociaissegundo Luiz Conty (1884);a República, incentivadora deoligarquia; capitalismoestrangeiro e garantias deaplicações; burguesia ereformas pela cúpula; operáriosestrangeiros e greves; pequenaburguesia e horror às greves.

Rosa, Othelo. Júlio de Castilhos.Pôrto Alegre, Globo, 1928.327 +518 p. fot.

Biografia por um seu discípulo;é fundamental. A primeira partetrata de sua vida e época; asegunda contém escritos sôbrea propaganda republicana,abolição, questão militar;mensagens governamentais,manifestos, escritos contra ogovernicho.

A ação do Partido RepublicanoRiograndense contra aMonarquia; Castilhos apóia aeleição de Deodoro parapresidente; fundação doPartido e de A Federação;Castilhos e a questão militar e aAbolição; programa do PRR;govêrno Visconde de Pelotas;sua demisão e o Manifesto deCastilhos; governos Júlio Frotae Cândido Costa; primeiradissidência e eleições para aConstituinte federal; golpe deestado de Deodoro e a posiçãodúbia de Castilhos; sua queda

Revista de Aãministraçtio de Emprésas

Page 11: Oligarquias: definição e bibliografia

e seu manifesto; o governicho;sua administração e atospolfticos; planos revolucionáriosde derrubada do governicho;Revolução de 17 de junho de1892 e a queda do governicho;subida de Castilhos e suarenúncia; Revolução de1893-1895; Constituiçãoestadual e ação de Castilhos; asmodificações introduzidas pelaAssembléia; administraçãoCastilhos; textos de Castilhos.

Santiago, Suidulfo. NiloPeçanha, uma época polftica.Niterói, Sete, s.d. 100 p.

~ livro resumido, trazendoaspectos de sua atividade comopolftico, homem de familia,administrador. Medidasadministrativas de seu primeirogovêrno no Estado doRio; medidas adotadas para oequilfbrio orçamentário doestado; reação republicana eexcursão ao Norte do País;carta a Antônio Azevedo ondedefende os revolucionários de1922; opinião de Barbosa LimaSobrinho sôbre Nilo e suaparticipação na Revolução de1922.

Santos, José Maria dos.Bernardino de Campos e oPartido Republicano Paulista:subsldios para a história daRepública. Rio de Janeiro, JoséOlympio, 1960. 285 p.

Livro póstumo e inacabado.Infelizmente seu título nãocondiz com seu conteúdo.

A idéia central é que aRepública foi em grande partepossível devido a ação deQuintino Bocaiúva. ~ste,dirigindo O Pais, criaconscientemente um mal-estarentre os militares e osgovernantes imperiais (menoscom o Imperador); na tradiçãolatino-americana; proclamada aRepública, os positivistasimprimem um caráter autoritárioao govêrno Deodoro.

Rico material (pesquisado emlivros e jornais) sôbre a questãomilitar, lutas entre tendênciascivis e militares no inicio daRepública e posição e a

OLigarquias definição e bibliografia

apreciação crítica porBernardino de Campos.Silva, Coronel José Faustino da.Ordem do dia n.o 23: históricoda renúncia e embarque do Dr.Antônio Pinto Nogueira Acioli.Ceará, IV região militar, 1812.23 p.

Ordem do dia docoronel-inspetor interino.Relata os fatos dos dias 21 a 24de janeiro de 1912, queresultaram na renúncia deNogueira Acioli, o oligarca doCeará.

Conta as tentativas depacificação; atentado da fôrçapolicial contra a manifestaçãoinfantil; assalto popular contra afôrça policial; tomada deFortaleza; cêrco do paláciogovernamental; renúncia dooligarca.

Sente-se no relatório adeterminação das fôrçasfederais de não ajudar Acioll,

Soares, Martim. pseudônimo deAntônio Sales. O Babaquara:subsídios para a história daoligarquia do Ceará. Rio deJaneiro, S.C.p.,1912. 164 p.

Babaquara é o apelido dado aNogueira Acioli, oligarca doCeará, que governou êste estadode 1896 a 1912. Quer dizer,toleirão, pateta; emcompensação, os seuspartidários chamavam-no deo Velho.

Escrito antes da candidaturaFranco Rabel (1912), é um gritode alarme contra os abusos e aintolerância dessa oligarquia,que dominou de maneiraabsoluta o estado do Ceará. Oque o autor faz é completar otrabalho de Frota Pessoa (OOligarca do Ceará). Descriçãodetalhada do domínio aciolistasôbre a magistratura, empregose govêrno local.

Subiroff, Ivan. A oligarquiapaulista. São Paulo, NereuRangel Pestana, 1919. v. I, 333 p.

Reprodução dos artigospublicados no O Estado de SãoPaulo, durante o ano de 1919. O

primeiro volume, o únicoaparecido, reproduz parte destapublicação.

O livro é material contundentesôbre a influência capitalistaalemã em São Paulo;participação de polfticospaulistas (família RodriguesAlves, Cardoso Melo Neto,membros de Bernardino deCampos) em emprêsas alemãs(a partir da Lei Delbruck, de1912); formação dos trustes dopapelão e cerâmica em SãoPaulo; exemplos de fatoseconômicos ligados à polftica deSão Paulo (1912 a 1919).

De outro lado o livro reproduzfatos e dados sôbre obolchevismo, com grandeprecisão e honestidade;documentação sôbremovimentos operários de SãoPaulo.

Tamm, Paulo. João Pinheiro.Belo Horizonte, Brasil, 1947.205 p.

Biografia analítica de JoãoPinheiro. O autor é conciso etraça com felicidade certosaspectos do seu meio e ação.

Problemas do bacharelismo;fundação do PartidoRepublicano Mineiro; fim doImpério e sua falta dealicerces partidários eideológicos; os dois governos deJoão Pinheiro; sentido de seueconomismo.

Tourinho, João Gonçalves.História da sedição na Bahia:em 24 de novembro de 1891.Bahia. Tip. J. G. Tourinho, 1893.541 p.

Coletânea de artigos, manifestos,cartas, discurso sôbre adeposição do governador JoséGonçalves da Silva. Nomeado porDeodoro em 1-10-1890, ogovernador permanece até 2-7no pôsto. Depois é eleitogovernador pelo Congressobaiano.

Tendo apoiado o golpe deDeodoro (3 de novembro de1891), cai quando Floriano sobeao poder e depõe todos os

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Page 12: Oligarquias: definição e bibliografia

governadores que apoiaramaquêle golpe. Na Bahia é odeputado federal César lamaquem convoca comício paraintimidar o governador. Háconflito, feridos, etc. e suadeposição.

O treze de novembro de 1899 nacapital da Bahia: subsíulospara a história. Bahia, Diário daBahia, 1900. 439 p.

Coletânea de manifestos,artigos e fatos sôbre o massacrepopular dos dias 13 a 14 dedezembro de 1899. No dia 12há eleição municipal noSalvador: a oposição vence,pois apesar da pressão havida apopulação urbana odiava LuísViana (êle é apedrejado quandosa i do govêrno). O governadorrevida e manda suas fôrçasatirarem nos comerciantes,havendo mortos e feridos.

Caráter violento de Luís Viana;descrição dos massacres de 13 e14; Manifestos do candidatoescorraçado dos comerciantes ecomerciários relatando os fatos;

comércio fecha suas portas porquatro dias; resultado daeleição; recortes de jornais.

Viveiros, Jerônimo de. BeneditoLeite: um verdadeirorepublicano. 2. ed., DASP,Rio de Janeiro, 1960. 340 p.

Obra dedicada ao centenário denascimento do político egovernador do Maranhão.Positivista formado pelaFaculdade de Direito de Recife,e depois promotor no seuestado, Leite começa sua vidapolítica no início da República.Elemento de confiança doefêmero governador Porciúncula(1890), tem a sua oportunidadecom a deposição do governadorLourenço de Sá (1892),ordenada por Floriano Peixoto.Desde então, dirigindo o nôvoPartido Federalista, êle ascendea deputado e senador federal e,mais tarde, em 1906, agovernador de seu estado.

O livro é a sua apologia e oresumo de sua vida pública eprivada.

Wolsey. pseudônimo de Césarlama. A Bahia sob o regimerepublicano. Bahia, Gutenberg,1900. 121 p.

César lama foi político que sedestaca na Bahia no início daRepública; torna-se elementooposicionista e é responsávelpelo movimento de 24 denovembro de 1891 no Salvador.

Seu livro é o histórico dosprimeiros governos baianos.Crítica impiedosa ao domíniooligárquico e antipatizado deLuís Viana. A sua influência, quese faz sentir sôbre o govêrnoRodrigues Lima (1892-1896), eaos roubos, que perpetra antese durante o seu govêrno.

Dados sôbre os dois governosprovisórios; govêrno RodriguesLima; Canudos.

Infelizmente o livro, para nãoferir suscetibilidades, deixa decitar nomes e fatos,subentendendo que o leitortivesse conhecimento completodos acontecimentos.

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