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Olhe para Cristo! A supremacia de Jesus apontada na Carta aos Hebreus 2º TRIMESTRE • 2012• Nº 299 Ouça os podcasts e leia os comentários adicionais www.portaliap.com.br

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Olhe para Cristo!A supremacia de Jesus apontada na Carta aos Hebreus

2º TRIMESTRE • 2012• Nº 299

Ouça os podcasts e leia os comentários adicionais • www.portaliap.com.br

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MISSÃO DA ESCOLA BÍBLICA

Transformar as pessoas em discípulas de Cristo, através do ensino e da prática da palavra de Deus.

——— ——— ——— ——— ——— ——— ——— ———— ———

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REVISTA PARA ESTUDOS NAS ESCOLAS BÍBLICAS2º TRIMESTRE – 2012 – Nº 299

Copyright © 2012 – Igreja Adventista da PromessaRevista para estudos na Escola Bíblica. É proibida a reprodução parcial

ou total sem autorização da Igreja Adventista da Promessa.

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

Diretor Alan Pereira Rocha

Conselho Editorial José Lima de Farias Filho Hermes Pereira Brito Magno Batista da Silva Osmar Pedro da Silva Otoniel Alves de Oliveira Gilberto Fernandes Coelho João Leonardo Jr.

REDAÇÃO

Jornalista responsável Pr. Elias Pitombeira de Toledo MTb. 24.465

Redação e preparação Alan Pereira Rocha Kassio Passos Lopes Edney Rodrigues de Brito Eleilton William de Souza Freitas Fernando Duarte Jailton Sousa Silva Valdeci Nunes de Oliveira Willian Robson de Souza

Revisão de textos Eudoxiana Canto Melo

Editoração Farol Editora

EXPEDIENTE

REDAÇÃO – Rua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj. A – Centro – São Paulo – SP – CEP 01014-030Fone: (11) 3119-6457 – Fax: (11) 3119-2544 – www.portaliap.com.br – [email protected]

de originais

Capa Renan Mercúrio

Seleção de hinos Silvana A. de Matos Rocha

Leituras diárias Alan Pereira Rocha

Atendimento e tráfego Geni Ferreira Lima Fone: (11) 2955-5141

Assinaturas Informações na página 104

Impressão: Gráfica Regente Av. Paranavaí, 1146 – Maringá, PR

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SUMÁRIO

ABREVIATURAS 4

APRESENTAÇÃO 5

1 Tal pai, tal filho 7

2 Ele é maior do que os anjos 14

3 Veja que obra magnífica! 21

4 A pessoa mais importante do mundo 28

5 Nele, você pode descansar! 35

6 O nosso poderoso sacerdote 42

7 O perigo de cair da graça 50

8 O Senhor das alianças 59

9 De uma vez por todas 66

10 Entre, a porta está aberta! 73

11 Afinal, o que é fé? 80

12 Não tire os olhos dele! 88

13 A verdadeira espiritualidade 95

A supremacia de Jesus apontada na Carta aos Hebreus

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ABREVIATURAS DE LIVROS DA BÍBLIAUTILIZADAS NAS LIÇÕES

ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES E VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS NAS LIÇÕES

ANTIGO TESTAMENTOGênesis GnÊxodo ExLevítico LvNúmeros Nm Deuteronômio DtJosué JsJuízes JzRute Rt 1 Samuel 1 Sm 2 Samuel 2 Sm1 Reis 1 Re2 Reis 2 Re1 Crônicas 1 Cr 2 Crônicas 2 CrEsdras Ed Neemias NeEster EtJó JóSalmos SlProvérbios PvEclesiastes EcCantares CtIsaías IsJeremias JrLamentações LmEzequiel Ez Daniel DnOséias OsJoel JlAmós AmObadias Ob Jonas JnMiquéias MqNaum NaHabacuque HcSofonias SfAgeu AgZacarias ZcMalaquias Ml

NOVO TESTAMENTOMateus MtMarcos McLucas LcJoão JoAtos AtRomanos Rm1 Coríntios 1 Co2 Coríntios 2 CoGálatas Gl Efésios EfFilipenses Fp Colossenses Cl 1 Tessalonicenses 1 Ts 2 Tessalonicenses 2 Ts1 Timóteo 1 Tm2 Timóteo 2 TmTito TtFilemon FmHebreus HbTiago Tg1 Pedro 1 Pe2 Pedro 2 Pe1 João 1 Jo2 João 2 Jo3 João 3 JoJudas JdApocalipse Ap

AM – A MensagemARA – Almeida Revista e AtualizadaARC – Almeida Revista e CorrigidaAS21 – Almeida Século 21ECA – Edição Contemporânea de AlmeidaNVI – Nova Versão Internacional

KJA –Tradução King James AtualizadaBV – Bíblia VivaNBV – Nova Bíblia VivaBJ – Bíblia de JerusalémTEB – Tradução Ecumênica da BíbliaNTLH – Nova Tradução na Ling. de Hoje

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APRESENTAÇÃO

Diminuir Jesus; torná-lo inferior; fazê-lo desnecessário, irrelevante; desfigurá-lo, até parecer sem força ou anêmico; transformá-lo numa per-sonagem histórica comum é o grande sonho, a grande luta, o principal objetivo de Satanás e seus demônios. Uma luta titânica é travada entre Cristo e o anticristo, tendo como alvo central os moradores do planeta terra. Satanás trabalha para matar, roubar e destruir. Cristo Jesus trabalha para dar vida e vida em abundância.

Satanás usa todas as armas possíveis, incluindo a religião fria e lega-lista, abarrotada de doutrinas vazias e descolada da pessoa e da obra Cristo. Por sua vez, o Filho de Deus luta apenas com uma arma: a sua própria vida, oferecida vicariamente na cruz do Calvário. Essa poderosa e invencível arma transforma-o no ser mais importante, mais relevante e mais essencial entre todos os seres que existem no universo de Deus.

A epístola aos Hebreus é magnífica! Nela, Jesus é erguido ao mais alto posto. Não há segundo, terceiro nem quarto colocado. Nada pode estar próximo a ele em termos de importância, autoridade e dignidade. O ca-ráter distintivo de Jesus é afirmado de forma categórica, pois Deus fala aos homens, e a nós, sobretudo, nestes últimos dias, pelo Filho (Hb 1:2).

Se alguém duvida da divindade de Jesus, será profundamente con-frontado pelo autor desta epístola, que apresenta o Filho de Deus ir-radiando a glória da divindade, posto ser ele a suprema revelação de Deus. Depois que fez a purificação pelos pecados da humanidade, Jesus assentou-se à direita da Majestade nas alturas, acima de todos os anjos celestes (Hb 1:1-3). A leitura da declaração de sua preeminência em rela-ção aos seres angelicais, pode-se dizer, é espantosa (Hb 1:4-14).

Ele é maior do que o mais original dos sacerdotes humanos: Arão. Como sumo sacerdote, semelhante � �elquisedeque, é superior � linha-� �elquisedeque, é superior � linha- �elquisedeque, é superior � linha-gem sacerdotal levítica, porque é indestrutível. Sabemos, por exemplo, que o santuário levítico é na terra, mas o de Jesus é no céu (Hb 4:14–10:8). Ele é superior a Noé, Abraão, Isaque, Jacó e José; ele é maior do que �oisés e Josué, mais elevado do que Samuel e Davi (Hb 11).

Por essas e outras razões, os crentes são instados a manter comunhão com Deus, unicamente por meio de Cristo, através da fé, que, por sua vez, gera obediência aos seus mandamentos, experiência espiritual que produzirá em suas vidas as indestrutíveis esperanças quanto ao futuro

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6 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2012

glorioso (Hb 10:19–12:29). Essa trajetória vitoriosa, porém, só poderá ser uma feliz realidade se o cristão fizer da cruz e da ressurreição de Cristo o seu altar diário, fato que o levará seguramente a agir, nesta vida, de forma que agrade a Deus (Hb 13:1-25).

Desta forma, é trágico ignorar tão grande salvação realizada por Cristo na Cruz. Confiar mais em outro ser ou em outra coisa, ainda que seja uma doutrina bíblica verdadeira, mais do que em Jesus, é igualmente trágico, pois Cristo é maior do que tudo e do que todos. Ele é Senhor sobre todas as coisas e sobre todos os seres vivos e mortos. Não crer na supremacia de Jesus é muito grave, pois a incredulidade impede a pessoa de entrar em Canaã ou no céu. Daí a exigência de fé e obediência para que o salvo possa ter acesso ao descanso eterno oferecido por Deus aos salvos em Cristo.

É essa maravilhosa mensagem de salvação que o Espírito Santo de-a maravilhosa mensagem de salvação que o Espírito Santo de-seja introduzir em seu coração, neste trimestre, caro estudante. Uma mensagem que arranca os homens e as mulheres das ciladas da religião meramente formal, moralista e legalista; uma mensagem poderosa para conduzir os crentes a estarem mais perto de Deus e de seu Cristo, ilumi-nados e guiados pelo Espírito Santo; a viverem a fé cristã alicerçada no novo pacto que Cristo realizou na cruz do Calvário. Uma vida empolgan-te e produtiva, cheia de lutas e vitórias, de sacrifícios e triunfos, tendo o Senhor Jesus na mais alta estima, acima de tudo e de todos.

Que Cristo Jesus seja sempre exaltado, através da vida de todos os servos e as servas dele que trabalham no Departamento de Educação Cristã – DEC –, irmãos que trabalharam na produção desta brilhante sé-rie de estudos espirituais. Que, sob o comando absoluto de Jesus, eles sigam honrando aquele que os chamou das trevas para a luz, e ainda lhes deu o privilégio de serem instrumentos da revelação clara de seu poderoso e salvador evangelho.

Feliz aquele que ler, meditar e praticar os ensinamentos que vêm de Deus!A Jesus Cristo, maior do que os homens e os anjos, honra e glória pe-

los séculos dos séculos. Amém!

Pastor José Lima de Farias FilhoPresidente da Convenção Geral da IAP

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TEXTO BÁSICO: Ele, �ue � o resplendor da gl�ria e a e�pressão e�a-le, �ue � o resplendor da gl�ria e a e�pressão e�a-ta do seu Ser sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade. (Hb 1:3)

INTRODUÇÃO: Estamos iniciando mais uma série de lições, desta vez, baseada na carta aos Hebreus. Em nenhuma outra carta ou livro da Bí-blia, a obra de Cristo é tão enfatizada e destacada como em Hebreus. Leia-a do início ao fim, e você constatará que, para o autor, Jesus é su-perior a tudo; ele é melhor. Por isso, o título escolhido para esta série foi: Olhe para Cristo: A supremacia de Jesus apontada na Carta aos Hebreus. Logo no início, nos três primeiros versículos, o autor apresenta uma des-crição sobre Cristo simplesmente fantástica. O que é dito nas frases deste pequeno trecho é “uma das declarações cristológicas mais completas do Novo Testamento”.1 É justamente por esses versículos que iniciaremos a nossa jornada de estudos na carta aos Hebreus.

1. Arrington; Stronstad (2003:1542).

7 ABR 2012

1Hinos sugeridos: BJ 232/ BJ 41

Tal pai, tal filho

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

Domingo, 01 de abril: ........................... Hb 1:1Segunda, 02: ............................................ Hb 1:2Terça, 03: .................................................... Hb 1:3Quarta, 04: ................................................ Hb 1:4Quinta, 05: ................................................. Hb 1:5Sexta, 06: ................................................... Hb 1:6Sábado, 07: ............................................... Hb 1:7

�ostrar que Cristo é a expressão exata do ser de Deus, superior aos profetas e revelação máxima de Deus, e, � luz destas verdades, desafiar o estudante a depender do seu sustento e desfrutar do seu perdão.

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8 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2012

I. ENTENDENDO A MENSAGEM DA CARTA

Os profetas eram instrumentos de Deus, vistos com grande estima pelo povo judeu. Em Amós, é dito que o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem revelar aos seus servos, os profetas (Am 3:7). Nos primeiros versículos de sua carta, o autor de Hebreus menciona os profetas. Seu objetivo é mostrar que estes servos de Deus, tidos na mais alta conside-ração pelo povo judeu, eram menores do que Jesus Cristo, que é superior a todo e qualquer profeta. Como ficará evidenciado, Jesus é a “fonte, o centro e o fim de tudo o que Deus tem para dizer”.2 No decorrer desta lição, entenderemos isso mais claramente.

1. O Deus que fala: Apesar de ser uma carta, o autor de Hebreus não inicia seu texto como uma carta. Ele dispensa a saudação e vai direto � mensagem: No passado, por meio dos profetas, Deus falou aos pais muitas vezes e de muitas maneiras (Hb 1:1). O nosso Deus é um Deus que fala, isto é, um Deus que se revela. Se ele permanecesse em silêncio e “não tivesse falado, a raça humana teria perecido na escuridão do pecado e da ignorância. Para nossa felicidade, Deus escolheu falar”.3 Falou no passado aos pais, uma referência � nação hebraica e seus antepassados.

Por meio dos profetas, Deus falou muitas vezes e de muitas maneiras (Hb 1:1). Cada profeta apresentou algum aspecto da vontade de Deus. Uns clamaram por justiça social; outros, por santidade; outros, por fide-lidade a Deus; outros, ainda, se destacaram pelo seu anúncio do messias etc. �as o fato é: Deus falou! Ele comunicou sua vontade aos seres hu-manos. E quem eram os profetas? Eram pessoas que falavam com autori-dade e proclamavam as mensagens de Deus (2 Pd 1:20-21). Não formu-lavam sua mensagem, mas eram inspirados pelo Espírito Santo.

A mensagem não nascia no desejo do profeta, mas vinha do próprio Deus. A Bíblia A Mensagem traduz esse versículo da seguinte forma: Pas-sando por uma longa linha de profetas, Deus falou aos nossos antepassa-dos séculos a fio. Infelizmente, nem sempre as pessoas davam crédito aos profetas, “e muito menos obedeciam aos seus ensinos. �uitas vezes, os profetas eram ridicularizados e rejeitados”.4 O próprio Jesus mencionou as

2. Wiersbe (2006:361).3. Arrington; Stronstad (2003:1541).4. Henrichsen (1985:20).

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vezes em que Deus quis ajuntar o povo, mas este, além de recusá-lo, ma-tou os profetas, apedrejou os que eram enviados por Deus (�t 23:29,37).

�esmo assim, Deus continuou falando ao seu povo. É interessante que o autor de Hebreus acrescenta que Deus falou muitas vezes e de muitas maneiras. Deus se revelou progressivamente, “pouco a pouco, primeiro para um profeta e então para outro”.5 É importante dizer que ele se revelou aos seus instrumentos, mas respeitou suas limitações; não revelou mais do que eles podiam entender. Por isso, desde o primeiro versículo de sua carta, o autor de Hebreus deixa claro que existe algo a mais. No versículo seguinte, ele mostra que há uma mensagem que su-pera tudo o que havia sido revelado aos profetas, até então.

2. A revelação máxima de Deus: Depois de discorrer sobre Deus ter se revelado por meio de profetas, o autor de Hebreus escreve: ... nestes últi-mos dias, por�m, ele nos falou pelo Filho, a �uem designou herdeiro de todas as coisas e por meio de �uem tamb�m fez o universo (Hb 1:2). Jesus Cristo é a revelação máxima de Deus. Toda revelação de Deus por intermédio dos profetas era incompleta. O soberano escolheu revelar-se a si mesmo de modo completo através de Jesus Cristo. A história “da revelação divina é uma história de progressão até Cristo, mas não há progressão além dele”.6

Há algumas informações relevantes neste texto de Hebreus 1:2. Em primeiro lugar, sobre o tempo da revelação. Há um nítido contraste entre os versículos 1 e 2 sobre esta questão: “No passado (...) nestes últimos dias”. “No passado” diz respeito � era do Antigo Testamento, antes da vinda do �essias. Os “últimos dias”, mencionado pelo autor de Hebreus, iniciaram-se com a encarnação de Cristo e só terminarão com a sua se-gunda vinda. A era messiânica começou com Jesus. Neste tempo, que, inclusive, compreende o que estamos vivendo, Deus continua falando por meio de Jesus Cristo.

Em segundo lugar, precisamos tratar dos destinatários da revelação. Novamente, há um contraste interessante, nos versículos 1 e 2: “... falou aos pais (...) nos falou”. Deus se comunicou com as pessoas que viveram antes de Cristo, antes da cruz. Elas tiveram porções da revelação de Deus. Os que viveram depois da cruz, depois da encarnação de Jesus, continu-am tendo a revelação da parte de Deus. Ele escolheu que fosse assim. Não foram apenas Abraão, �oisés, Elias etc. que puderam entender a vontade de Deus. Ele continua falando conosco, por intermédio de Jesus Cristo.

5. Arrington; Stronstad (2003:1541).6. Kistemaker (2003:44).

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Em terceiro lugar, devemos mencionar a pessoa da revelação. O con-traste, aqui, é entre “por meio dos profetas (...) pelo Filho”. Os profetas “eram simplesmente servos de Deus, mas Deus escolheu seu Filho como revelação suprema aos homens”.7 Os profetas trouxeram a revelação de Deus “em parte”; Jesus a trouxe na totalidade. Por isso, de certa manei-ra, somos privilegiados. Tudo o que veio antes de Jesus era parcial e preparatório. Através dele, contudo, “Deus vem pessoalmente a nós. Em Cristo reside a plenitude de Deus. (...) Não é possível que Deus chegue mais perto de nós seres humanos do que chegou na pessoa de Jesus”.8 Jesus é a perfeita e última revelação de Deus aos seres humanos. Por isso, quem não o recebe e não dá ouvidos a essa “fala” de Deus através do Filho, está perdido.

3. A exaltação do Filho: Conforme mencionamos, a carta aos He-breus destaca a superioridade de Cristo. Nos versículos 2b-3 do capítu-lo 1, temos sete informações gloriosas sobre Cristo. Em primeiro lugar, Jesus é herdeiro de todas as coisas. A ideia de herdeiro é a de que Jesus é o dono legítimo de tudo. O termo indica posse legal. Na verdade, nunca houve um tempo em que Jesus não fosse o dono de todas as coisas. Quando lemos que ele foi “designado”, devemos levar em conta que o escritor está apenas mencionando a realidade presente do de-creto. Ele não diz nada sobre quando o filho foi decretado herdeiro, pois nunca houve um tempo em que ele não fosse herdeiro ou dono legítimo de todas as coisas.9

Em segundo lugar, Jesus é o criador do universo. Por meio dele foram criadas todas as coisas, inclusive o universo. O Filho estava presente na criação (cf. Jo 1:3; Cl 1:16). Em terceiro lugar, Jesus é o resplendor da gl�ria de Deus. Assim como o sol irradia a sua luz sobre a terra, podemos ver Cristo como resplendor do brilho do Pai. Ele revela a majestade de Deus. É a imagem viva do Pai. É interessante que Paulo diz que as pessoas pe-caram e carecem da “glória de Deus” (Rm 3:23). Jesus é a expressão exata dessa glória. As pessoas precisam dele. O autor de Hebreus, em quarto lugar, diz que Jesus é a representação e�ata do ser de Deus.

A palavra grega charakter, traduzida por “representação exata”, refe-ria-se, na época do Novo Testamento, � marca que um carimbo deixava em um selo de cera ou moeda. A correspondência entre a impressão gra-

7. Arrington; Stronstad (2003:1542).8. Laubach (2000:35). 9. Arrington; Stronstad (2003:1543).

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vada e o carimbo era exata.10 Assim é Jesus. Ele é o que Deus é, em seu caráter, natureza e essência. Ele é Deus. Jesus não é incompleto. Não há algo em falta na sua representação. Quem vê Jesus, vê Deus. Em quinto lugar, Jesus sustenta todas as coisas. O mundo não foi criado e, depois, abandonado. O Deus que o criou é o mesmo que o sustenta.

Em sexto lugar, Jesus é aquele que fez a purificação dos pecados. O ser humano tinha uma dívida com Deus, por causa do pecado. Não po-díamos salvar a nós mesmos. Todavia, por meio de Jesus, recebemos o perdão dos pecados. A sua morte, na cruz, é o ápice da sua missão. Se ele não tivesse morrido por nós, não poderíamos ser perdoados e purificados. Não poderíamos ser justos aos olhos de Deus. Em sétimo lugar, Jesus está assentado à direita da Majestade nas alturas. Depois de sua morte, ele foi ressuscitado e ascenso aos céus. Foi exaltado e está assentado � direita de Deus. É Senhor “e segura todas as rédeas do acon-tecimento mundial em suas mãos misericordiosas, que foram perfuradas em nosso favor, e ele terá a última palavra no final da história”.11 Amém!

01. Leia Hb 1:1, o item 1 e comente sobre a forma de Deus se revelar ao ser humano, ao longo dos tempos.

02. Leia Hb 1:2a, o item 2 e comente sobre a revelação máxima de Deus: Quando se deu, a quem e por quem?

03. Leia Hb 1:2b e comente com a classe o significado das expressões “herdeiro de todas as coisas” e “criador do universo”.

10. Idem.11. Laubach (2000:40).

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04. Leia Hb 1:3a e responda: Em que sentido o adágio popular “Tal pai, tal filho” se aplica a Jesus e ao Pai. Explique as razões comentando o texto.

05. Leia Hb 1:3b e comente sobre Jesus ser sustentador de todas as coisas, purificador do pecado e estar assentado à direita da Majestade.

II. PRATICANDO A MENSAGEM DA CARTA

1. Dependa do sustento do Filho! O que você faz, quando as coisas começam a dar errado em sua vida?

Para onde corre, quando os seus planos se frustram e seus planejamentos vão por água abaixo? Sente medo, quando começa a ouvir nos noticiários ou jornais sobre catástrofes e guerras? Diante de tudo o que estudamos hoje, acreditamos ter ficado bem claro o quanto Deus se importa com o ser humano. Ele sempre tem se revelado aos seus servos. E o ápice de sua reve-lação foi o Senhor Jesus. Ele é criador, dono legítimo e sustentador de todas as coisas. O Senhor Jesus segura as rédeas da história. Dependa de Cristo. Diante dos imprevistos, busque guarida nele. E creia: ele está e estará sem-pre no controle. No céu, há um trono que nunca fica vazio (Is 6:1; Hb 1:3).

06. Diante dos imprevistos, qual deve ser a nossa certeza? De quem devemos depender, em todos os momentos da vida, e por quê?

2. Desfrute do perdão do Filho!O grande problema do ser humano é o pecado. Todos pecaram! Ale-

gra-nos saber, através do autor de Hebreus, que Jesus fez a purificação

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dos pecados, isto é, sua “remoção” ou “limpeza”. Esta remoção foi reali-zada através do seu sacrifício. Na cruz ele perdoou os nossos pecados. Todos eles foram apagados. O texto diz que Jesus “fez” isso: havendo feito... No original temos uma só palavra, o verbo poiesámenos, que está num tempo grego que indica uma ação já consumada e completa. Todos que receberam a Cristo como Senhor e Salvador tiveram seus pecados definitivamente perdoados! Se você, que lê está lição, ainda não o re-cebeu, faça isso o quanto antes! Agora, para os que já entregaram sua vida a Jesus, não se esqueça: não precisamos mais viver aterrorizados, com pavor do passado, pois fomos lavados, santificados e justificados em nome do Senhor Jesus Cristo (1 Co 6:11). O Filho, que é a expressão exata do Pai, nos perdoou. Temos o nome limpo no céu. Desfrute desta bênção com alegria e responsabilidade.

07. Que certeza gloriosa tem todo aquele que entregou sua vida a Jesus Cristo? Como você se sente sabendo disto?

CONCLUSÃO: Como vimos, Jesus é a representação exata do Pai. O que o Pai é, o Filho é. Portanto, continuemos olhando para Cristo. Além de criador, ele é nosso sustentador. Está assentado no trono e governa todas as coisas pelo seu poder. Perdoou-nos de maneira completa, e, por isso, não é necessária a repetição do seu sacrifício. É superior aos profe-tas e a todos os personagens bíblicos. Nestes últimos tempos, Deus con-tinua falando conosco, por meio de Jesus Cristo. Nossa principal tarefa é viver de maneira obediente a essa revelação. Que assim seja.

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TEXTO BÁSICO: Assentou-se à destra da Majestade, nas alturas; feito tanto mais e�celente do �ue os anjos, �uanto herdou mais e�celente nome do �ue eles. (Hb 1:3b-4)

INTRODUÇÃO: Na lição da semana passada, estudamos que Jesus Cristo é igual ao Pai. Na lição desta semana, estudaremos a superioridade de Jesus Cristo em relação aos anjos. �ostraremos, através das Escrituras, que, embora pertençam a uma categoria elevada, os anjos são inferiores � divindade, a quem adoram e prestam serviço. �ostraremos, também, que, assim como os anjos, temos o dever de adorar e servir a Cristo. Essa adoração e esse serviço, porém, devem ser prestados com alegria, como nos recomenda o Salmo 100:1: ... servi ao Senhor com alegria.

I. ENTENDENDO A MENSAGEM DA CARTA

Os judeus, � exceção da classe dos saduceus, criam na existência dos anjos. Criam, inclusive, que Deus sempre esteve cercado desses seres

14 ABR 2012

2�ostrar ao estudante da palavra de Deus que Jesus Cristo é superior aos anjos e que só ele é digno de ser adorado e servido pelos cristãos.

Domingo, 08 de abril: ........................... Hb 1:8Segunda, 09: ............................................ Hb 1:9Terça, 10: ................................................. Hb 1:10Quarta, 11: ............................................. Hb 1:11Quinta, 12: .............................................. Hb 1:12Sexta, 13: ................................................ Hb 1:13Sábado, 14: ............................................ Hb 1:14

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

Hinos sugeridos: BJ 199/ BJ 43

Ele é maior do que os anjos

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espirituais, que, aos milhões, permanecem � disposição dele para o servi-rem. Baseavam a sua crença em passagens do Antigo Testamento, como as de Dn 7:9-10 e Sl 148:2. Nós, cristãos, também acreditamos na exis-tência de anjos. Porém, o que as Escrituras nos ensinam a respeito de-les é que, embora sejam sábios (2 Sm 14:20) e magníficos em poder (Sl 103:20), não podem ser comparados ao Senhor Jesus Cristo, pois este é, em tudo, superior a eles (Hb 1:4). É disso que vamos tratar nesta lição.

1. Jesus é o Filho de Deus: Depois de mencionar o papel desempe-nhado pelos profetas, no passado, como portadores da mensagem de Deus aos homens, o escritor da carta aos Hebreus conclui dizendo: ... a n�s falou-nos nestes últimos dias pelo Filho (Hb 1:1). Coube, pois, ao Fi-lho de Deus a honra de trazer, da parte de Deus, a última mensagem de salvação � humanidade. O autor de Hebreus mostra algumas qualidades singulares de Cristo, nos três primeiros versículos da carta. Ele termina dizendo que Jesus assentou-se à direita da Majestade nas Alturas. Essa afirmação forma a base para o que ele dirá na sequência.

O versículo 4 diz-nos que ele foi feito tanto mais e�celente do �ue os an-jos, �uanto herdou mais e�celente nome do �ue eles (Hb 1:4). O que aí está declarado já seria suficiente para estabelecer distinção entre Jesus e os an-jos. “A direita da �ajestade nas alturas” é posição de honra e privilégio (Hb 1:13). Devido a seu triunfo glorioso, Deus o exaltou sobremaneira. À direita é, também, posição de poder (�t 26:64) e delícias (Sl 16:11).1 Isso tornou Jesus mais excelente do que os anjos, tendo herdado um nome muito mais excelente do que o deles (Hb 1:4). Esse nome mais excelente do que o dos anjos é o nome de Filho: Tu �s meu Filho, hoje te gerei (Hb 1:5).

O nome “anjo”, naquele tempo, era altamente honrado, como símbolo de um mensageiro divino. Guthrie comenta ser possível que, naquela época, alguns estivessem chamando Jesus pelo nome de “anjo”, e con-siderando-o não mais do que os seres espirituais, que, segundo o que acreditavam, influenciavam os negócios dos homens.2 Todavia, a ideia de Jesus como “Filho” é muito mais gloriosa. Este título pertence exclusiva-mente ao Senhor Jesus, e está ligado � sua divindade.3 Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, o nome expressa a essência e a dignidade da pessoa.4 Chamar Jesus de “Filho de Deus” era o mesmo que chamá-

1. �acDonald (2008:828).2. Guthrie (1983:66).3. Wiersbe (2006:362).4. Laubach (2000:40).

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-lo de Deus. Jesus sempre teve um nome melhor do que o dos anjos. No capítulo 2 de Filipenses, lemos que Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome �ue está acima de todo nome, para �ue ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos c�us e na terra (v. 5).

2. Jesus é adorado pelos anjos: Os anjos são criaturas, e é nesta con-dição que são adoradores de Deus. São seres espirituais, superiores aos humanos em seu estado atual, mas inferiores a Deus. Jesus Cristo, o Filho de Deus, é superior a eles e deles recebe adoração. Portanto, embora os anjos sejam seres espirituais magníficos em poder (Sl 103:20), não podem ser igualados a Cristo, porque este tem o direito de ser adorado; os anjos, não. Eles mesmos admitem isto: E eu lancei-me a seus para o adorar, mas ele disse-me: Olha, não faças tal; sou teu conservo e de teus irmãos �ue têm o testemunho de Jesus; adora a Deus (Ap 19:10).

Cristo é o primogênito de toda a criação (Cl 1:15), pois, juntamente com o Pai, criou todas as coisas. Ele é o mais exaltado dentre os que voltaram dos mortos (Cl 1:18). Quando Jesus veio ao mundo, segundo o autor de Hebreus, foi adorado pelos anjos: E ao introduzir o Primogênito no mundo, outra vez diz: E todos os anjos de Deus o adorem (Hb 1:6). Deus “ordenou que o fizessem, o que comprova que Jesus Cristo é Deus; pois nenhum dos anjos de Deus adoraria uma simples criatura”.5 De acordo com a narração feita por Lucas, referente ao nascimento de Jesus, esse evento foi festejado por uma multidão de anjos, que o chamaram de Senhor (cf. Lc 2:8-14).

Vejamos, por exemplo, o que dizem os versículos 10 e 11 de Lucas 2: Não temais, por�ue eis a�ui vos trago novas de grande alegria, �ue será para todo o povo, pois na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, �ue � Cristo, o Senhor. Ora, se os anjos chamam Cristo de Senhor e o adoram, é porque reconhecem a superioridade dele. Com isso concordam as pa-lavras do apóstolo Pedro, em Atos 2:36: Saiba, pois, com certeza, toda a casa de Israel que esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo. Um quadro completo de adoração e louvor a Cristo por parte dos anjos é visto em Ap 5:8-13.

3. Jesus é servido pelos anjos: Como criaturas de Deus, os anjos têm como principal função servir. Ainda no capítulo 1, o autor de Hebreus diz: De seus anjos ele faz ventos, e de seus ministros labaredas de fogo (v. 7). Ele está citando o Salmo 104, verso 4: Faz dos ventos seus mensagei-ros, e dos clarões reluzentes seus servos (NVI). Deus controla toda a sua

5. Wiersbe (2006:362).

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criação, que se encontra a seu serviço. Os ventos e os relâmpagos são seus mensageiros. Então, o autor de Hebreus cita o Salmo 104 simples-mente para “enfatizar o estado servil dos anjos. Eles são como ventos e relâmpagos, que são parte da criação de Deus e completamente obe-dientes aos seus desejos”.6

Nos evangelhos, há registros de que, por várias vezes, os anjos ser-viram a Jesus. Por ocasião da tentação no deserto, Satanás reconheceu esse fato, quando se dirigiu ao Senhor Jesus e lhe disse: Se tu �s o Filho de Deus, lança-te da�ui abai�o; por�ue está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para �ue nunca tropeces em alguma pedra (�t 4:6). Ele se referia ao que é dito no Salmo 91:12. Passada a tentação, o Diabo o dei�ou; e, eis �ue chegaram os anjos e o serviram (�t 4:11). No Jardim do Getsêmani, um pouco antes de sua pri-são, Jesus viveu um dos momentos mais angustiantes de toda a sua vida terrena. Aliás, foi ali que travou, antes da cruz, a mais dura batalha contra as forças do mal. Ao enfrentá-la, suas forças físicas quase se esgotaram completamente. Ali, fez, talvez, a oração mais intensa de toda a sua vida. Esperava poder contar com a ajuda dos seus discípulos, mas estes, ven-cidos pelo sono e pelo cansaço, nada puderam fazer para ajudá-lo. �ais uma vez, apareceu-lhe um anjo do c�u, �ue o confortava (Lc 22:43).

Os anjos, portanto, são servos daquele que está no trono. E quem está no trono? O texto de Hebreus 1:8 responde desta maneira: Mas sobre o Filho diz: O teu trono, � Deus, subsistes pelos s�culos dos s�culos. Enquan-to, aos anjos, Deus destinou o serviço, ao Filho, destinou o reino. Isso não desmerece nem deprecia o trabalho dos anjos, porque eles aprenderam a servir a Deus com alegria. Do Filho, o autor de Hebreus diz mais: Por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com �leo de alegria mais do �ue a teus companheiros (v. 9). Além de servirem o Senhor, os anjos continuam ser-vindo aqueles que herdarão a salvação (Hb 1:14).

4. Jesus é soberano sobre tudo: O Senhor Jesus Cristo é o criador do céu e da terra. Paulo também disse, sobre este assunto, que, em Cristo, foram criadas todas as coisas nos c�us e na terra (Cl 1:16). Jesus “é criador e sustentador do universo e como tal é muito superior aos anjos”.7 Afinal, a qual dos anjos foi dito que eram criadores? A nenhum! Ao contrário, são seres criados. Em Hb 1:11-12, há algumas descrições fantásticas so-bre Cristo que apontam para a sua singularidade.

6. Kistemaker (2003:63).7. Idem, p. 69.

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Sobre a criação, é dito: ... eles serão destruídos (Hb 1:11). Isso aponta para Ap 21:1-2, para os novos céus e a nova terra. Este mundo, que foi criado por Cristo, não permanecerá eternamente. Contudo, Jesus estará presente, no final de todas as coisas, assim como esteve no presente: ... tu permanecerás (v. 11b). Sobre as presentes obras criadas, lemos, em Hebreus: ... como um manto os enrolarás, como uma roupa serão muda-dos (v. 12). Aqui, trata-se de uma linguagem figurada: assim “como uma pessoa na antiguidade enrolava um rolo escrito ou também sua capa e os colocava de lado, assim também Jesus dará fim � história do presente mundo com autoridade divina”.8

Para concluir o seu argumento, o autor de Hebreus, citando o Sal-mo 102, diz: ... mas tu és o mesmo, e os teus anos não terão fim (Hb 1:12b). Cristo estava no começo da criação e estará, também, no seu fi-nal. Ele é eterno e soberano. No versículo 13, temos a seguinte pergunta: Mas a �ual dos anjos disse alguma vez: Assenta-te à minha direita at� �ue eu ponha os teus inimigos como estrado dos teus p�s? A resposta que se espera: a nenhum! Veja que, de maneira triunfante, o autor conclui seus argumentos, mostrando a superioridade de Cristo. Ao contrário do que é dito do Filho, diz-se dos anjos: Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor da�ueles �ue hão de herdar a salvação? Portanto, os anjos são servidores, e o Filho, Senhor.

01. Leia Hb 1:4, o item 1 e responda: Que título recebeu Jesus que o distingue dos anjos?

02. Leia Hb 1:6b, o item 2 e responda: Que outra grande diferença existe entre Jesus Cristo e os anjos?

03. Leia Hb 1:7; Mt 6:11; Mc 1:13; o item 3, e responda: De que forma a Escritura atesta o senhorio de Jesus Cristo sobre os anjos?

8. Laubach (2000:46).

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04. Leia Hb 1:10; Cl 1:16; o primeiro parágrafo do item 4, e responda: O que os textos indicados afirmam a respeito de Jesus Cristo?

05. Leia Hb 1:11-14, os dois últimos parágrafos do item 4 e comente com a classe o que estes textos dizem sobre a superioridade de Jesus em relação aos anjos.

II. PRATICANDO A MENSAGEM DA CARTA

1. Assim como os anjos, adoremos com empenho a Cristo, nosso Senhor.

O autor de Hebreus estava escrevendo para pessoas que estavam va-cilando na sua fé, olhando para trás e desistindo de Jesus. O autor mostra que Jesus é superior aos anjos e que estes, que eram importantes para os judeus, serviam a Cristo. Os anjos mostraram e continuam a mostrar um grande interesse pela pessoa e pelo ministério de Jesus. Os leito-res da carta deveriam fazer o mesmo. E quanto a nós? Que interesse temos demonstrado pela pessoa de Cristo? Há cristãos exibindo inte-resse exagerado pelo que Cristo pode lhe dar e demonstrando pouco ou nenhum interesse pelo que ele é. Cristo deve ser o centro da nossa fé. Ame-o, honre-o, viva para ele! Veja o que disse o apóstolo Paulo: ... pois para mim o viver � Cristo (Fp 1:21). Adoremos e sirvamos ao Senhor com alegria e com empenho, assim como fazem os anjos. Comecemos essa adoração e esse serviço pelo reconhecimento do senhorio de Jesus Cristo sobre nossas vidas.

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06. Leia a primeira aplicação e responda: O que devemos fazer para adorarmos a Cristo com empenho?

2. Assim como os anjos, sirvamos com dedicação a Cristo, nosso Senhor.

De acordo com o autor da Carta aos Hebreus, os anjos sempre de-monstraram prontidão para servir a Jesus. São seus espíritos ministrado-res. Hoje, no seu estado glorioso, Jesus está à direita de Deus; a ele estão sujeitos os anjos (1 Pd 3:22). E quanto a nós? Estamos sempre prontos para servir a Cristo? Não nos esqueçamos da orientação de Paulo a Tito: ... estejam preparados para toda boa obra (Tt 3:1). Os anjos adoram e ser-vem a Jesus com dedicação. A verdadeira adoração e o verdadeiro servi-ço envolvem tempo, boa vontade e alegria. É este o tipo de adoração e serviço que temos prestado ao Senhor? Adoremos e sirvamos ao Senhor, assim como os anjos o fazem constantemente.

07. Leia a segunda aplicação e comente com a classe o exemplo dos anjos: Fale sobre o que significa servir a Cristo com dedicação.

CONCLUSÃO: Estamos concluindo a segunda lição desta série, cujo título geral é Olhe para Cristo: A supremacia de Jesus apontada na carta aos Hebreus. Através dela, mostramos que os anjos não podem ser equi-parados a Jesus Cristo: Ele é superior. Jesus é o Filho de Deus; os anjos não receberam este nome. Jesus é Senhor; os anjos, servos. Então, os an-jos são inferiores a Jesus Cristo, a quem prestam adoração e serviço. Os leitores de Hebreus precisavam ouvir essas palavras para vivificar a sua fé em Cristo, como nós também precisamos. Reconhecemos a importância que os anjos têm, mas é a Jesus que devemos adorar, assim como os anjos também o fazem.

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TEXTO BÁSICO: Como escaparemos n�s, se negligenciarmos tão gran-de salvação? A �ual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi--nos depois confirmada pelos que a ouviram. (Hb 2:3)

INTRODUÇÃO: Ao que tudo indica, os destinatários desta carta encon-travam-se profundamente desanimados. Eles já haviam sido vigorosos em sua fé, ao ponto de sofrerem por Cristo em tempos passados (Hb 10:32-33), mas agora o cansaço espiritual se apoderara de suas vidas. Alguns já não iam mais � igreja (Hb 10:25); outros pensavam em romper oficialmen-te com o cristianismo e regressar � religião judaica. O autor de Hebreus percebe que é preciso encorajá-los � fé o quanto antes. �as como? Ele só encontra uma maneira: apresentar-lhes uma visão emocionante e estimu-ladora da magnífica obra de Jesus Cristo. Vejamos o que ele tem a dizer.

I – ENTENDENDO A MENSAGEM DA CARTA

Num tempo em que a obra salvífica de Cristo se torna menos popu-lar entre evangélicos, a Carta aos Hebreus nos faz perceber o tesouro inigualável que é a salvação em Jesus Cristo. Não existe melhor injeção

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3Hinos sugeridos: BJ 126/ BJ 371

Levar o estudante da palavra de Deus a ter uma visão mais acurada sobre a magnífica obra de Jesus Cristo, encorajando-o a valorizar sua salvação e desfrutar de seus benefícios.

Domingo, 15 de abril: ...................... Hb 2:1-3Segunda, 16: ....................................... Hb 2:4-5Terça, 17: ............................................... Hb 2:6-8Quarta, 18: ......................................... Hb 2:9-10Quinta, 19: ....................................... Hb 2:11-13Sexta, 20: ......................................... Hb 2:14-15Sábado, 21: ..................................... Hb 2:16-18

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

Veja que obra magnífica!

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de ânimo para revigorar a fé dos desanimados do que trazer � sua cons-ciência a incomensurável grandeza e a glória da obra salvífica de Cristo. Uma visão mais acurada sobre sua obra é capaz de renovar a força dos cansados e revigorar a fé dos vacilantes. No decorrer desta lição, espera-mos que o mesmo aconteça a cada estudante da palavra de Deus.

1. A importância da obra de Cristo: O escritor de Hebreus é, indis-cutivelmente, um habilidoso pastor, que tem a incrível capacidade de encorajar os desanimados na fé, sem deixar de adverti-los. Ele faz isso trazendo � memória dos crentes a importância que devem dar � obra de Cristo: Por isso, � necessário atentarmos mais ainda para as coisas �ue ouvimos, para �ue nunca nos desviemos delas (Hb 2:1). Alguém poderia perguntar: Por que devemos dar tanta importância � obra de Jesus? Bem, a resposta é muito simples: Porque nossa salvação depende dela.

Nós não podemos fazer nada para ganhar a salvação. Somos salvos pela graça, mediante a fé, e isso não vem de nós; como afirmou Paulo, não vem pelas obras. No entanto, o autor de Hebreus mostra-nos que, se desprezarmos ou desdenharmos da salvação que recebemos em Cris-to, entrando num caminho de apostasia, corremos o risco de perdê-la: Pois se a palavra falada por meio de anjos permaneceu firme, e toda a transgressão e desobediência receberam justa punição, como escaparemos se desconsiderarmos tão grande salvação? (Hb 1:2-3).

A expressão palavra falada por meio de anjos, neste texto, refere-se � lei que Deus deu aos israelitas, no �onte Sinai.1 Essa ideia está de acordo com Estevão, quando afirmou, em seu discurso no Sinédrio (At 7:35-53), que Deus havia transmitido sua Lei através dos anjos. A lógica é a seguinte: se os deso-bedientes da Antiga Aliança estabelecida no Sinai sofreram terríveis consequ-ências, quanto mais sofrerão aqueles que desprezarem a Nova Aliança feita no Calvário! A palavra negligenciar traz a ideia de desdém, de um total desprezo pela obra de Jesus Cristo e, consequentemente, por sua salvação. A conse-quência desse desprezo é a apostasia, e o fim desta é a condenação eterna.

A pergunta do autor de Hebreus deve ter ecoado nos corações daque-les que estavam na iminência de abandonar Cristo: Como escaparemos, se negligenciarmos tão grande salvação? Ele não está apenas advertindo, mas, antes de tudo, apontando para a glória dessa salvação. Sua per-gunta revela o desespero de alguém que não consegue entender como uma salvação tão gloriosa como essa poderia ser negligenciada. Como

1. Kistemaker (2003:84).

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rejeitar o amor de Cristo? Como não se encantar por sua graça derrama-da no Calvário? Como não amar aquele que tanto nos amou? Essa é a tão grande salvação. Difícil entender como alguém é capaz de rejeitá-la.

2. A grandeza da obra de Cristo: Para muitos, o fato de Jesus ter se tornado homem é inconcebível. “Deus não poderia se tornar humano”, afirmam. Entretanto, “a humanidade de Cristo não foi uma desvantagem nem um sinal de inferioridade”.2 Longe de inferiorizá-lo, ela o engrandece. Foi por sua condição humana que Deus o e�altou soberanamente e lhe deu um nome �ue está acima de todo o nome (Fp 2:9). Na verdade, a grandeza de sua obra reside em sua humanidade. Podemos apontar três motivos pelos quais a obra de Cristo é magnífica: Em primeiro, por causa de sua nobreza. Isso diz respeito ao fato de que Jesus não se apegou aos direitos de sua divindade. Ele não se ateve aos benefícios de sua natureza divina.

Cristo abandonou sua posição divina, no trono celeste. Ao assumir nossa humanidade, “foi feito um pouco menor do que os anjos”, mas, ao concluir sua obra, “foi coroado de glória e honra” (Hb 2:9). Sobre a encarnação de Jesus, Stott comenta: “Ele não permaneceu no céu; veio ao mundo. A Palavra não foi proferida do céu; ‘a Palavra tornou-se carne’. E a seguir ‘viveu entre nós’”.3 Essa foi a atitude mais nobre que o mundo viu! Para realizar sua obra, Cristo escolheu o caminho mais difícil: a humilhação e o sofrimento humano. Se isso não é nobreza, então ainda não aprendemos seu verdadeiro significado.

Em segundo lugar, obra de Cristo é magnífica por causa de sua abran-gência. O texto nos diz que Jesus experimentou a morte “em favor de to-dos” (v.9 AS21). A cruz “não foi um erro trágico, mas originada na graça de Deus, em sua determinação compassiva de prover a redenção. Seus benefícios são por todos”.4 A obra de Cristo é abrangente, pois seus benefícios são estendidos a todas as pessoas. Em terceiro lugar, a obra de Cristo é magnífica por causa do seu custo. A graça não foi de graça; teve um alto custo! O versículo 10 mostra-nos que Jesus teve um longo caminho a trilhar. Ele foi forjado no fogo do sofrimento e da morte, para ser aperfeiçoado, ou seja, tornar-se apropriado para ser o autor de nossa salvação. A ideia do texto é que o sofrimento foi necessário para que Jesus pudesse ser o nosso Sumo Sacerdote perfeito e autor da nossa salvação (v. 10).5

2. Wiersbe (2006:364). 3. Dudley (2006:47).4. Taylor et al (2006:32).5. Guthrie (1983:85).

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Nesse texto, o termo “autor” significa, literalmente, “pioneiro”, ou “aquele que abre caminho para outros seguirem”.6 Ele nos abriu o cami-nho da salvação, mas isso lhe custou a própria vida. Se Jesus não tivesse ido � frente e aberto o caminho da salvação com a sua própria vida, não haveria salvação alguma. O propósito do sofrimento de Jesus foi vicário, ou seja, “atinge seu clímax no seu efeito sobre outras pessoas”.7 A morte de Jesus é a base sobre a qual a salvação pode ser oferecida a outras pessoas. É por causa dela que os servos de Deus que viveram antes e de-pois da cruz foram salvos. Todo este “sofrimento não é cruel ou irracional, indigno de um grande Deus”;8 pelo contrário, mostra-nos sua grandeza ante o custo que decidiu pagar para nos salvar.

3. Os benefícios da obra de Cristo: No capítulo 2, além de destacar a importância e a grandeza da obra de Cristo, alguns de seus benefícios também são destacados. Entre tantos, veremos apenas quatro. O primei-ro deles é a santificação dos cristãos. Jesus, em sua obra salvífica, levou “muitos filhos � glória” (v.10) e também os “santificou” (v.11). A santifica-ção é o caminho pelo qual Cristo nos conduz rumo � glorificação. Não é apenas o ato instantâneo de nos tornar santos, mas o processo de aper-feiçoamento e santificação – que ele efetua em nós –, que durará toda a nossa vida. Owen escreveu, certa vez, que Jesus “não conduzirá ao céu senão aqueles que santificar na terra”.9

O segundo benefício � a vit�ria concedida aos crentes. Jesus Cristo tornou--se homem para �ue pela morte destruísse a�uele �ue tem o poder da morte, isto �, o Diabo (v.14). Não fomos nós que vencemos o Diabo, mas Cristo. No entanto, compartilhamos da mesma vitória, pois somos beneficiados por ela. A autoridade final sobre a vida e a morte está nas mãos de Deus, mas, uma vez que Satanás é o fomentador do pecado (Jo 8:44), e o pecado leva � morte (Rm 6:23), Satanás exerce algum poder quanto a ela.10 O nosso inimigo usa o medo da morte para controlar a vida das pessoas. �as a cruz o desarmou! Aliás, este é o sentido do verbo “destruir”, de Hb 2:14. Com a morte de Jesus na cruz, Satanás foi desarmado. Ao receber a punição do nosso pecado, Cristo nos libertou da morte e do Diabo. Ao entregarmos a nossa vida a Cristo, não precisamos mais viver com pavor da morte.

6. Wiersbe (2006:365).7. Guthrie (1983:84).8. Taylor, et al (2006: 32). 9. Owen apud Wiley (2008:129).10. Wiersbe (2006:366).

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O terceiro benefício da obra de Cristo � a reconciliação dos pecadores. Para exemplificar esse ensino, o autor de Hebreus se utiliza de uma figura muito familiar para os judeus: o sumo sacerdote. Em sua obra de recon-ciliação, Jesus assume esse ministério. Como? Tornando-se semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote [...] para fazer e�piação pelos pecados do povo (v.17). Jesus é um sumo sacerdote infini-tamente superior. Primeiro, porque não tinha pecado; segundo, porque ofereceu não um animal, mas a si mesmo. Por isso, foi necessário que Jesus se tornasse homem. Sendo Deus-Homem, é o único capaz de re-presentar os homens diante de Deus e Deus diante dos homens. Assim, nós podemos ser absolvidos, pois “Jesus colocou o homem e Deus juntos numa harmonia inexprimível”.11

O �uarto benefício da obra de Cristo � o au�ílio constante aos �ue são tentados: Pois, na�uilo �ue ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, � pode-roso para socorrer os �ue são tentados (v.18). A prova de que Jesus se tor-nou homem é que também foi tentado. �as ele nunca cedeu! O termo “socorrer” significa, literalmente, “acudir uma criança que chora” e “aju-dar quando é necessário”.12 Jesus é o único capaz de fazer isso porque venceu as tentações e, ao se tornar semelhante a nós, tornou-se capaz de nos entender. Sendo assim, quando tentado, desfrute deste benefício: recorra ao auxílio do Senhor.

01. Leia Hb 2:1-3, o item 1 e responda: Por que devemos dar tanta importância à obra de Jesus Cristo? Ela tem sido valorizada em nossos dias?

02. Leia Hebreus 2:5-9 e comente em classe, com base no item 2, a seguinte expressão “a grandeza de sua obra reside em sua humanidade”.

11. Kistemaker (2003:113).12. Wiersbe (2006:366).

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03. Ainda com base no item 2, comente sobre as três razões pelas quais podemos afirmar que a obra de Jesus é simplesmente magnífica.

04. Leia Hb 2:11,14-15, o item 3 e comente sobre os dois primeiros benefícios da obra de Cristo evidenciados no texto.

05. Leia Hb 2:16-18 e, com base no item 3, comente sobre o terceiro e o quarto benefícios da obra de Jesus Cristo apresentados no texto.

II – PRATICANDO A MENSAGEM DA CARTA

1. Valorize a obra de Cristo.�uitos dos cristãos que pensavam em virar as costas para Jesus e

retornar ao judaísmo foram pessoas como nós: frequentes aos cultos, obedientes aos mandamentos do Senhor, religiosos. O que será que aconteceu? Eles não deram a devida importância � obra de Cristo! Quan-do isso acontece conosco, nosso amor e nossa devoção por ele se ex-tinguem. Somente um coração firmado na cruz de nosso Senhor e uma mente consciente de tudo o que ele fez em sua obra redentora é capaz de se manter fiel e perseverante, mesmo em meio ao sofrimento. Por isso, lembre-se diariamente do que Jesus fez por você, em suas orações e meditações. Aliás, mais do que lembrar, valorize!

06. O que pode acontecer, quando não damos a devida importância à obra de Cristo? Como podemos valorizá-la diariamente?

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2. Desfrute da obra de Cristo. A obra de Cristo nos traz inúmeros benefícios. O grande segredo da vida

cristã consiste não apenas em conhecê-los teoricamente, mas em experi-mentá-los no dia a dia. Infelizmente, muitos se cansam com os anos, pois não desfrutam do que Cristo lhes oferece. Que isso não aconteça com você! Comece, hoje mesmo, a desfrutar dos benefícios da obra de Jesus; de sua vitória sobre a morte e o Diabo; da paz com Deus, pela sua reconciliação; do socorro constante que ele nos oferece na tentação e do consolo opor-tuno que nos dá por ser nosso irmão (Hb 2:11) e nosso amigo (Jo 15:15).

07. O segredo da vida cristã consiste em conhecer e desfrutar da obra de Cristo. Como podemos, na prática, a partir de hoje, desfrutar mais dos benefícios da obra de Jesus?

CONCLUSÃO: “Nada inflama mais o coração que novos vislumbres da verdade”, escreveu o renomado teólogo John Stott. Ele estava certo! Quando relegamos a obra de Cristo � gaveta dos temas esquecidos, cor-remos o sério risco de nos desviarmos do caminho da salvação. Portanto, devemos diariamente, numa atitude devocional, tirá-la dessa gaveta do esquecimento e trazê-la novamente a nossa mente e ao nosso coração. A obra de Cristo é magnífica! Ela deve ser proclamada com mais frequ-ência, cantada com mais vigor e desfrutada com mais ardor e paixão. Eis o antídoto para todo e qualquer desânimo.

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28 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2012

TEXTO BÁSICO: Jesus foi considerado digno de maior gl�ria do �ue Mois�s, da mesma forma �ue o construtor de uma casa tem mais honra do �ue a pr�pria casa. (Hb 3:3 – NVI)

INTRODUÇÃO: Falar das pessoas de quem gostamos ou de persona-gens da história que admiramos é agradável. �as falar da pessoa de Je-sus é, sem dúvida, muito mais agradável. Logo, não é � toa que esta série de lições é dedicada a ele. Cristo é a pessoa mais importante do mundo. �uitos cristãos judeus da época em que a carta aos Hebreus foi escrita tinham dificuldade de aceitar isso. Para eles, �oisés superava Cristo em grau de importância. Que pensamento equivocado! Sabendo disso, o autor de Hebreus se apressa em mostrar-lhes que Jesus é superior.

I. ENTENDENDO A MENSAGEM DA CARTA

Infelizmente, nem todas as pessoas conseguem manter uma vida cristã constante. Há aquelas que começam bem, mas logo fraquejam

28 ABR 2012

4Hinos sugeridos: BJ 59/ BJ 412

�ostrar ao estudante da palavra de Deus que não devemos substituir Cristo, nem abandoná-lo, pois é superior em posição, honra e cuidado.

Domingo, 22 de abril: ...................... Hb 3:1-3Segunda, 23: ....................................... Hb 3:4-6Terça, 24: ............................................... Hb 3:7-9Quarta, 25: ...................................... Hb 3:10-11Quinta, 26: ....................................... Hb 3:12-14Sexta, 27: ......................................... Hb 3:15-16Sábado, 28: ..................................... Hb 3:17-19

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

A pessoa mais importante do mundo

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e desistem. Olham para trás, ao invés de olhar para frente; olham para o mundo, ao invés de olhar para Cristo. No caso dos irmãos a quem a Carta aos Hebreus foi enviada, estava acontecendo algo semelhante. Por valorizar �oisés acima de Jesus, muitos estavam querendo abando-nar o cristianismo para voltar �s práticas do judaísmo. Então, o autor de Hebreus compara ambos (Cristo e �oisés), a fim de mostrar que seguir Jesus é fundamental.

1. Jesus é superior em posição: O capitulo 3 de Hebreus enfatiza, de modo visível, a superioridade de Jesus em relação a �oisés, no que se refere a ofício ou posição. Dar maior importância a qualquer outra pessoa mais do que a �oisés era um enorme desafio. Isso porque os “judeus pensavam que ninguém era maior do que �oisés, pois ele ha-via dado ao povo de Israel duas tábuas de pedra nas quais Deus tinha escrito a lei (Êx 34)”.1 �as o autor de Hebreus encarou esse desafio, ao dizer: ... considerai atentamente o Ap�stolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus (v.1). Observe que não é a �oisés que devemos considerar “atentamente”, mas a Cristo. Este é maior em posição, pois é Ap�stolo e Sumo Sacerdote.

Quanto � posição, Jesus é superior a �oisés em alguns aspectos. O primeiro deles refere-se � natureza pessoal. O texto se refere a Cristo como Ap�stolo. O que é isso? É um título referente a “alguém enviado com uma comissão”.2 Obviamente, �oisés foi enviado por Deus com o fim de resgatar o povo hebreu da servidão. Contudo, era apenas um profeta. �as Cristo foi enviado como o Filho unigênito para que todos os que nele crerem tenham vida eterna (Jo 3:16). Não é difícil perceber que este possui uma importância significativa em relação �quele. Afinal, Cristo é o Filho de Deus, uma das pessoas da Trindade. É divino; é Deus (Jo 1:1).

O segundo aspecto que revela a superioridade de Jesus sobre �oi-sés é a importância do seu ofício. O texto é claro: Jesus é Sumo Sa-cerdote. Este ofício é muito importante na Bíblia. Somente o Sumo Sacerdote podia entrar no compartimento mais importante do taber-náculo: o Santo dos Santos, portando sangue de animais como oferta pelo pecado (Hb 13:11). �oisés, no entanto, nunca foi sumo sacerdote. Ele não dispunha de nenhuma autoridade para entrar no Santo dos Santos. �as Jesus, sendo sumo sacerdote, ofereceu não sangue de

1. Kistemaker (2003:121).2. Wiersbe (2006:368).

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animais, mas o seu próprio sangue, para purificar a nossa consciência de obras mortas (cf. 9:11-14).

O terceiro aspecto pelo qual Cristo é superior a �oisés diz respeito � mensagem proclamada. Isso é interessante. O final do versículo 5 do ca-pítulo 3 diz que a obra de �oisés foi esclarecer e lembrar a�uelas coisas �ue aconteceriam no futuro (NBV). Assim, “o profeta �oisés falou de coi-sas por vir, enquanto Jesus Cristo cumpriu tais coisas”.3 Este confirmou tal verdade: ... vim para cumprir (�t 5:17). Entenda: Cristo, e não �oisés, é o cumprimento da mensagem proclamada. Cristo, e não �oisés, é o Verbo de Deus, Palavra encarnada, descrito por João 1:1. Os cristãos daquela geração precisavam ter isso em mente. E não só eles, mas nós também.

2. Jesus é superior em honra: Como vimos, Cristo é superior a �oi-sés em sua posição. �as não só isso. Ele é também maior em honra. A propósito, somente Cristo tem autoridade para expressar, sem correr o risco de ser equivocado em sua afirmação, as seguintes palavras: Toda a autoridade me foi dada no c�u e na terra (�t 28:18). Quanto a �oisés, porém, não podemos dizer o mesmo. Todavia, é necessário esclarecer que este é também digno de honra. O autor da carta diz que Jesus foi fiel a Deus, que o escolheu, assim como Moisés também servia fielmente na casa de Deus (Hb 3:2 – NBV).

Em outras palavras, �oisés não deixou a desejar, quanto � missão que recebeu de Deus. Foi fiel. Não foi � toa que Deus o honrou de muitas maneiras. O próprio Deus apareceu a �oisés face a face (Êx 33:11) e lhe deu vida longa de 120 anos. Quando �oisés morreu, em �oabe, Deus o sepultou (Dt 34:6).4 Sem dúvida, �oisés foi um excelente servo de Deus. A sua honra, porém, não excede a de Jesus, e nem poderia, pois, nas pa-lavras de Paulo a Timóteo, Cristo é o único �ue possui imortalidade, �ue habita em luz inacessível, a �uem homem algum jamais viu, nem � capaz de ver. A ele honra e poder eterno. Am�m! (1 Tm 6:16).

O autor da Carta aos Hebreus faz questão de mostrar tal verdade, a partir do versículo 3, que diz: Jesus, todavia, tem sido considerado digno de tanto maior honra do �ue Mois�s (grifo nosso). Dois importantes mo-tivos levaram-no a essa conclusão. O primeiro refere-se ao fato de que Cristo � o construtor da casa: ... maior honra do �ue a casa tem a�uele �ue a estabeleceu (v.3b). O v.6 diz que essa casa somos n�s. Em outras palavras, essa casa é a igreja, a família de Deus. Cristo é, portanto, o edi-

3. Idem, p. 369.4. Kistemaker (2003:125).

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ficador da igreja (�t 16:18), o cabeça do corpo (Cl 1:18). Sendo a igreja uma noiva singular, redimida e santa, não deve se vangloriar, pois a honra pertence �quele que a tornou assim.

O segundo motivo refere-se ao fato de que Cristo � o dono da casa. No versículo 5, �oisés é apresentado como um servo na casa de Deus. Ele esteve por muito tempo � frente do povo do Senhor, mas não era dono desse povo. Cristo, todavia, é como Filho, em sua casa (v.6a – grifo nosso). A igreja pertence a ele. Logo, merece ser honrado como tal. Por isso, cabe a ele, e somente ele, afirmar: ... edificarei a minha igreja (�t 16:18 – grifo nosso). Por ser Jesus, e não �oisés, o dono da igreja é que as portas do inferno não prevalecerão contra ela (v.18b). Não resta dúvida: Cristo é superior em honra.

3. Jesus é superior em cuidado: Além de ser superior a �oisés em posição e honra, Cristo é também superior em cuidado. É importante lembrarmos que os irmãos daquela época viviam num contexto de perseguição e estavam desgastados e desanimados espiritualmente. Por isso, seus joelhos se tinham afrouxado, na vereda da resistência e da atividade justas, e as suas mãos pendiam indefesas, como se fossem homens derrotados (Hb 12:12). Estavam com séria dificuldade de progredir na vida cristã e corriam o risco de se desviar.5 Eis a razão do alerta bíblico para eles: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração (3:7,8).

Quando se está em condição semelhante � daqueles irmãos, é possível se imaginar um Cristo distante, inerte, de mãos atadas. O autor da carta, porém, mostra o oposto: no capítulo 3, Cristo não só é presente como também cuidadoso com os seus. Esse cuidado pode ser observado no sacerdócio de Jesus. Ele é tanto Sumo Sacerdote (v.1) quanto sacerdote. Cristo é, na verdade, o Grande Sacerdote de �ue necessitamos (Hb 7:26). O sacerdote oferecia sacrifícios todos os dias pelos pecados do povo (v.27). Como sacerdote, Cristo ofereceu um único sacrifício. Ele intercede por nós (Rm 8:34), cuida de nós e se preocupa com a nossa santificação.

Em Hb 3:6, o cuidado de Cristo pela sua igreja é ainda mais nítido, pois o autor afirma que ele é fiel, como Filho, em sua casa. Cristo não é um construtor displicente que abandona a casa, depois de construí-la. Indi-ferença não faz parte do seu caráter. Cristo ama o seu povo e, por causa de tão grande amor, fez-se carne e habitou entre os pecadores, cheio de

5. Champlin (1980:468).

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graça e de verdade (Jo 1:14). Cristo é o edificador da igreja, “e por ‘edifi-cador’ entende-se não somente o contratante ou operário, mas o autor, aquele que provê a casa, como dono, arquiteto, investidor, construtor e fornecedor, tudo em uma única pessoa”.6

Evidentemente, �oisés também cuidou do povo de Deus, como servo, mas não pôde exercer tal função para sempre. Desse modo, o seu cuidado para com o povo do Senhor só compreendeu breves 80 anos. Logo, Cristo é superior também no seu cuidado, pois cuida da igreja, ainda hoje. Desceu � sepultura, mas lá não permaneceu. Está vivo, atuante e perto! Vale lembrar a promessa que ele fez aos seus discípulos, após a sua ressurreição: E eis �ue estou convosco todos os dias at� à consumação do s�culo (�t 28:20b).

01. Baseie-se no item 1 e responda: Qual era a visão dos judeus sobre Moisés?

02. Quanto à posição, Jesus é superior a Moisés em que aspectos? Comente cada um deles, baseando-se em Hb 3:1,5, 9:11-14; Jo 1:1, 3:16, e no item 1.

03. Leia Mt 16:18; Hb 3:3,6; Cl 1:18; o item 2, e responda: Jesus é superior a Moisés em honra? Por quê?

04. Após ler Hb 3:7,8, 12:12 e o item 3, responda: Em que contexto viviam os cristãos da época em que a carta aos Hebreus foi escrita?

6. Taylor et al (2006:36).

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05. Comente a afirmação: “Cristo não é um construtor displicente que abandona a casa, depois de construí-la”. Baseie-se em Hb 3:6 e no item.

II. PRATICANDO A MENSAGEM DA CARTA

1. Jesus é mais importante: não o substitua! �oisés teve a sua importância, na história do povo de Deus. Logo,

merece honra. �as não a ponto de ser elevado acima de Jesus. Para muitos hebreus, �oisés era a pessoa mais importante. Este pensamento, contudo, é equivocado. Jesus é digno de maior honra (Hb 3:13). E quanto a nós, temos considerado digno de maior honra a Jesus ou ao líder espi-ritual a quem muito estimamos? Será que as nossas opiniões têm dado lugar �s de Cristo? Será que não o temos substituído por bens materiais, como um veículo do ano, uma casa ou o dinheiro? Não substitua o cria-dor pela criatura. Jesus é mais importante.

06. Leia a primeira aplicação e responda: Como devemos agir, para não substituirmos Jesus?

2. Jesus é mais importante: não o abandone! �uitos irmãos hebreus estavam propensos a deixar de olhar para Cris-

to e a voltar �s antigas práticas do judaísmo. Isso culminou no desâni-mo e na apatia de muitos deles. Abandonar Cristo para voltar �s velhas práticas era um risco presente, e a incredulidade ganhava espaço. Daí o alerta: ... não endureçais o vosso coração (Hb 3:8). Desistir de Cristo nunca será uma boa escolha. Quem faz isso, só tem a perder. Não deixemos,

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portanto, de focar a nossa mente e o nosso coração em Jesus. Antes, conservemos firmes, até o fim, a nossa alegria e a nossa esperança no Senhor (v.6 – NBV). Não desistamos de servi-lo, pois ele é a pessoa mais importante do mundo.

07. Leia a segunda aplicação e responda: Como devemos agir, para não abandonarmos Jesus?

CONCLUSÃO: Jesus é o nome da pessoa infinitamente superior a tudo e a todos, pois, nas palavras inspiradas de Paulo, dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a gl�ria eternamente. Am�m! (Rm 11:36). Esse texto combina com o que aprendemos na lição de hoje. Cristo é, de fato, mais importante do que �oisés, em posição, honra e cuidado. Portanto, precisamos ter em mente que não devemos substituir Jesus, nem o abandonar. Não deixemos que a incredulidade nos afaste do Deus vivo (Hb 3:12), mas deleitemo-nos em nosso Senhor (Hb 3:6).

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5 MAI 2012

5Hinos sugeridos: BJ 200/ BJ 95

TEXTO BÁSICO: Ora, se Josu� lhes houvesse dado descanso, não fa-laria, posteriormente, a respeito de outro dia. Portanto, resta um repouso para o povo de Deus. (Hb 4:8-9)

INTRODUÇÃO: Um convite é feito a todos: Vinde a mim, todos os �ue es-tais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre v�s o meu jugo, e aprendei de mim (...), e encontrareis descanso para a vossa alma (�t 11:28-29). Quem aceita o convite, de fato, encontra “descanso”, pois, em Cristo, temos paz, alegria, perdão dos pecados e certeza de salvação. Tal descanso é, sem dúvida, a mais preciosa de todas as bênçãos. Por isso, o cansado que encon-trou repouso ou o oprimido que achou alívio não pode desprezar este pre-sente. Contudo, era exatamente isso que alguns cristãos do primeiro século estavam fazendo: deixando de lado o descanso espiritual oferecido por Cristo.

I – ENTENDENDO A MENSAGEM DA CARTA

O quarto capítulo de Hebreus não é um capítulo de fácil interpretação. Sobretudo, pela forma como é tratado o conceito de “descanso” nele. �as vamos, pela graça de Deus, tentar entendê-lo aqui. Sabemos que aqueles ir-

Ensinar que o repouso ou descanso descrito em Hebreus 4 é o repouso ou descanso da fé, ou seja, a salvação em Cristo, que alcançamos quando cremos no evangelho.

Domingo, 29 de abril: ........................... Hb 4:1Segunda, 30: ....................................... Hb 4:2-3Terça, 01 de maio: ............................. Hb 4:4-5Quarta, 02: ........................................... Hb 4:6-7Quinta, 03: ............................................ Hb 4:8-9Sexta, 04: ......................................... Hb 4:10-11Sábado, 05: ..................................... Hb 4:12-13

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

Nele, você pode descansar!

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mãos estavam em crise de fé. Estavam pensando em abandonar o evangelho e deixar o descanso que ele oferece, para voltar ao judaísmo. Então, com base no Salmo 95:7-11, o autor desta carta lhes trouxe uma mensagem de alerta. �ostrou o quanto estavam parecidos com aquela “geração do êxodo” que esteve em Cades-Barnéia, muito perto de entrar em Canaã, mas, que, por fal-ta de fé, não pode entrar na terra prometida, nem desfrutar de seu repouso. Por favor, abra sua Bíblia em Hebreus 4 e reflita sobre essa mensagem.

1. A promessa do descanso: De fato, sobre aquela geração do êxodo, havia uma promessa de entrar no “descanso de Deus” pela fé. Contudo, por causa da rebeldia do povo, a bênção tornara-se maldição: ... jurei na minha ira: Jamais entrarão no meu descanso (Hb 3:11). �as Hebreus 4, surpreendentemente, afirma que a promessa do descanso permanece. Essa experiência pode e deve ser vivida hoje por nós. Porém, o autor começa alertando: Temamos, pois, �ue, porventura, dei�ada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fique para trás (Hb 4:1 – grifo nosso), ou seja, diante de um exemplo histórico tão forte, aqueles cristãos deveriam ter medo de que o mesmo não ocorresse com eles.1

O termo grego traduzido como “temamos” é um verbo no imperativo e significa, literalmente, “tenhamos este medo”.2 O escritor da epístola queria que seus leitores entendessem, assim como ele, a gravidade daquela situa-ção. Esse pensamento fica ainda mais claro na Bíblia Viva, que diz: Embora a promessa de Deus ainda esteja de p� – sua promessa de �ue todos podem entrar no seu lugar de descanso – devemos tremer de medo (Hb 4:1a). A ra-zão apresentada pelo autor é também muito clara: ... por�ue alguns de vocês podem estar à beira de, no fim de tudo, não conseguir chegar lá (Hb 4:1b).

O cristão que coloca em dúvida a sua salvação é semelhante aos judeus de Cades-Barneia, que não creram na promessa e duvidaram de que o Se-nhor os livraria dos inimigos. Infelizmente, os cristãos do primeiro século iam na mesma direção. A história estava se repetindo! E o pastor que escre-veu a carta estava preocupado com eles. Sua mensagem é um grito de aler-ta. É um apelo � perseverança. Ele se dirige �queles que estão olhando para trás e lhes diz: “Olhem para Cristo, acreditem na promessa e prossigam!”.

2. O significado do descanso: A promessa de que o povo entraria no descanso de Deus é recorrente no Antigo Testamento (Dt 12:9-10; Js 1:13; Sl 95:10-11; Jr 6:16), e quase sempre está em conexão com a entrada em Canaã. A ideia é de que, lá, os israelitas desfrutariam de segurança, paz e

1. Taylor et al (2006:43).2. Wiley (2008:189).

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sossegariam de suas lutas e andanças pelo deserto. Contudo, quando o es-critor aos Hebreus afirma que a promessa permanece de pé, está trazendo uma revelação mais ampla do significado deste descanso que o Senhor al-meja ao seu povo. Certamente, não é uma herança material, mas espiritual.

É um repouso da f� ou um descanso em Deus, que é a salvação en-contrada em Jesus, conforme �ateus 11:28-30. Este descanso é fruto de nos rendermos a Cristo, aceitando-o como Senhor e Salvador de nossas vidas. Assim, seu Espírito passa a habitar em nosso interior e encontra-mos alívio para a alma e perdão para nossas culpas. Ao nos entregarmos a Jesus, deixamos de lutar pelas próprias forças e passamos a depender unicamente da sua graça. É assim que o cristão entra no repouso de Deus: indo a Cristo. Saiba disto: Nele, você pode descansar! Tenha plena confiança na obra redentora dele na cruz do Calvário. Coloque sobre ele todas as suas ansiedades, culpas e tristezas. Repouse nele.

Esta experiência está ligada � paz de Deus (Fp 4:7) e � paz com Deus (Rm 5:1).3 Somos libertos não apenas da culpa e do poder do pecado, mas tam-bém temos a certeza de que um dia seremos totalmente livres da presença do pecado. Por isso, embora entremos neste descanso no tempo presente, sabemos que ele se completará na vinda do Senhor, quando entraremos na Canaã celestial. Qual é o critério para entrar no repouso? O texto responde: é preciso crer no evangelho! A geração do êxodo não teve fé e não entrou (Hb 4:2), n�s, por�m, �ue cremos, entramos no descanso (Hb 4:3). A fé é o critério, porque sem f� � impossível agradar a Deus (Hb 11:6), e também porque, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus (Jo 1:12). Por outro lado, �uem não crer já está condenado (�c 16:16).

3. A ilustração do descanso: Após falar da promessa e do significado do descanso em Cristo (a salvação) e mostrar a condição necessária para entrar nele (a fé), o autor passa a usar o descanso do sábado como exemplo deste descanso da fé. Ele escreve: ... em certo lugar, assim disse, no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as obras que fizera (Hb 4:4), e um pouco mais a seguir conclui: Portanto, resta um repouso para o povo de Deus. Por�ue a�uele �ue entrou no descanso de Deus, tamb�m ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas (Hb 4:9-10).

Aqui, temos referências inegáveis sobre o quarto mandamento (cf. Êx 20:8-11). Em Hebreus 4:9, por exemplo, a palavra grega traduzida por “re-pouso” é sabbatismos e significa “descanso sabático” ou “o repouso de um

3. Wiersbe (2006:372).

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sábado”.4 Contudo, é óbvio que, nesse texto, o autor não estava preocu-pado em defender a guarda do sábado, até porque isso não era problema para aqueles judeus cristãos. O contexto deixa evidente que o foco do ensino não é o sábado em si, mas o repouso da fé ou a salvação que temos em Jesus. Para ilustrar esse ensino, o escritor, como um habilidoso profes-sor, usou algo comum �queles irmãos, isto é, o descanso no sétimo dia. �as a forma como o sábado é citado aqui deve levar-nos a refletir mais profundamente sobre o seu significado e sobre os motivos para guardá-lo.

Citando o dia do Senhor, o autor trata do descanso do criador regis-trado em Gênesis 2:2-3. Preste atenção, prezado estudante: há algo fasci-nante neste texto de Gênesis, que nos ajuda a entender melhor o conceito de “descanso de Deus” que também está relacionado ao sábado. No rela-to da criação, para cada um dos seis primeiros dias, o texto trata de “tarde e manhã”. O início e o fim estavam bem definidos. �as o sétimo dia não teve essa delimitação (é óbvio que isso não significa que o sábado não teve “tarde e manhã”). Por causa disso, até hoje, os judeus entendem que o repouso sabático não tem fim.5 É ilimitado e eterno. É esse descanso que Deus quer para os seus filhos. O sábado, do sétimo dia, é um dia de descanso que aponta para este descanso eterno. Por isso, em Êxodo 20:8-11, quando fez a aliança do Sinai, Deus estabeleceu o sétimo dia (no tempo humano) como santo sábado, dia de descanso, como símbolo des-te descanso eterno em que ele vive e que também nos convida a viver.6

4. A plenitude do descanso: Assim sendo, de acordo com Hebreus, o sábado, além de ser um memorial que aponta ao Éden, é também “um retrato do descanso em Cristo por meio da salvação”7 (cf. Hb 4:3). Ele nos lembra, a cada semana, que a porta para o descanso perene de Deus continua aberta aos homens. Neste santo dia, nós, cristãos, devemos co-memorar a salvação e as bênçãos que temos por causa da cruz. O sábado é cristocêntrico. Nele, a cruz deve ser celebrada, porque o salvador é nos-so descanso perfeito. É em Jesus que se cumpre a promessa do repouso e não em Canaã, como imaginavam os judeus.

Por causa disso, após ilustrar o descanso, o autor passa a reforçar a idéia da plenitude dele em Cristo. Canaã não era o repouso, mas apenas uma prévia, uma figura de algo maior. De fato, a geração que entrou na

4. Haubeck & Siebenthal (2009:1207).5. Richards (2008:496).6. Wiley (2008:199).7. Wiersbe (2006:371).

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terra prometida com Josué nunca desfrutou de paz e alívio absolutos. A Bíblia diz: Ora, se Josu� lhes houvesse dado descanso, não falaria, poste-riormente, a respeito de outro dia. Portanto, resta um repouso para o povo de Deus (Hb 4:8-9). Que repouso é esse que ainda nos resta? Sem dúvi-da, é a salvação em Cristo. Quando entraremos neste repouso? A hora é agora e o tempo é hoje! Como disse Davi: Hoje, se vocês ouvirem a sua voz não endureçam o coração (Sl 95:7-8; Hb 4:7 – grifo nosso).

Nessas palavras vemos a oportunidade que temos diante de nós e o sen-so de urgência que precisamos ter diante dessa chance. O que fazer para não a perdermos? O texto responde: Portanto, esforcemo-nos por entrar nesse descanso, para �ue ningu�m venha a cair, seguindo a�uele e�emplo de desobediência (Hb 4:11). A expressão “esforcemo-nos” (gr. spoudasomen) não significa “uso de força ou trabalho duro”, o que seria contrário � ideia de “descanso”. Não precisamos de obra alguma para desfrutar do repouso da salvação. É pela graça. Basta ter fé! Esta expressão significa “ser diligente, apressar-se, estar zeloso e alerta”,8 ou seja, quem ainda não entrou no des-canso, deve se apressar; quem já encontrou o alívio, não pode desprezar a bênção, com o risco de perdê-la, como ocorreu com a geração do êxodo.

01. Leia Hb 3:7-4:3; Sl 95:7-11; Nm 32:8-13, e responda: O que sabemos sobre a geração do Êxodo que esteve em Cades-Barneia? Em que sentido os cristãos estavam parecendo com aquela geração?

02. Com base no item 2 e em Hb 4:1-3, reflita sobre a promessa do descanso e responda: Qual o verdadeiro significado do descanso em Hebreus? Qual é o critério para entrar nele? Leia também Mt 11:28-30.

03. Após ler Hb 4:4 e Gn 2:2-3, diga o que você aprendeu sobre o descanso sabático do criador, cujo início ocorreu no Éden.

8. Wiley (2008:213).

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04. Comente a frase: “o sábado, além de ser um memorial que aponta ao Éden, é também ‘um retrato do descanso em Cristo por meio da salvação’”. Baseie-se no comentário e em Hb 4:4,9-10; Êx 20:8-11.

05. Com base no item 4 e em Hb 4:8-11, responda: Quem é a plenitude do descanso? Quando podemos entrar nele? O que significa a expressão “esforcemo-nos”, de Hb 4:11?

II – PRATICANDO A MENSAGEM DA CARTA

1. Nele, você pode descansar. Acredite! Aqueles cristãos vindos do judaísmo tinham aprendido que, para serem

salvos, precisavam de muitos rituais, obras e sacrifícios. Alguns achavam difícil acreditar que o sacrifício de Jesus era suficiente e tinham dificuldade de entender a salvação pela graça. Pensavam: “Está fácil demais; há alguma coisa errada nisso”. Podemos ter a mesma dificuldade hoje: o evangelho é tão simples e a salvação é tão acessível que podemos pensar ter algo errado em sua mensagem. Então, duvidamos do perdão de Deus em nossa vida e colocamos em suspeita a nossa salvação. É por isso que o passado de pecado continua ainda a incomodar muitos cristãos, mesmo depois de sua decisão a Cristo. Olhe para Cristo. O convite está feito: “Vinde a mim”. Acredite! Você pode descansar nele, pois sua palavra é viva e eficaz (Hb 4:12). Ele promete e cumpre o que diz. Temos descanso em Cristo.

06. Você já chegou a duvidar do perdão de Deus em sua vida? O crente pode duvidar de sua salvação, uma vez que a salvação é pela graça?

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2. Nele, você pode descansar. Valorize!Na introdução desta lição, afirmamos que o descanso em Cristo, ou

seja, a salvação é a mais preciosa de todas as bênçãos. Essa é uma verda-de extraordinária. Sendo assim, como escaparemos, se negligenciarmos tão grande salvação? (Hb 2:3a). O alívio desfrutado por causa da cruz do Salvador é um presente que devemos valorizar. A salvação deve ser cui-dada por nós como uma pedra preciosa e deve ser cultivada como uma planta. Fazemos isso quando obedecemos a Deus, quando lemos sua palavra, quando oramos, quando congregamos etc. Se você não valorizar essa bênção, cuidando-a e cultivando-a, corre o risco de se esfriar na fé e se desviar do caminho.

07. Como valorizamos a salvação que Cristo nos deu? Cite exemplos práticos. Que risco corre o cristão, quando não valoriza este presente?

CONCLUSÃO: No estudo desta semana, aprendemos que o descanso

do qual Hebreus 4 trata é a salvação em Cristo e que só podemos entrar nele crendo no evangelho. Essa é a promessa feita por Deus ao seu povo em diversas gerações, que se cumpriu plenamente no Senhor da cruz, pois o castigo �ue nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados (Is 53:5). Quando Cristo voltar, o ciclo se completará e estaremos imersos por inteiro no descanso eterno do criador e descan-saremos de nossas fadigas (Ap 14:13). Contudo, hoje mesmo, você pode entrar, pela fé, neste repouso. Pode sossegar o coração aos pés da cruz, liberto da tirania do pecado e com a certeza da salvação. Portanto, acre-dite na promessa. Persevere neste descanso. Valorize essa bênção.

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TEXTO BÁSICO: Portanto, fiquemos firmes na fé que anunciamos, pois temos um Grande Sacerdote poderoso, Jesus, o Filho de Deus, o �ual en-trou na pr�pria presença de Deus. (Hb 4:14 – NTLH)

INTRODUÇÃO: Quando o povo de Israel se organizou como nação, depois da aliança no Sinai, surgiu a necessidade de existir um corpo sa-cerdotal: ministros devidamente autorizados por Deus, para servirem como mediadores entre os homens e ele. Na ocasião, Arão e seus filhos foram designados para este ofício (Êx 28:1), que ficou restrito a ele e aos seus descendentes, no decorrer da história. Havia distinções no corpo sacerdotal. O sumo sacerdote era o chefe dos sacerdotes, o represen-tante maior da nação judaica perante Deus (Hb 5:1). Arão foi o primeiro sumo sacerdote. O trecho da carta aos Hebreus, que estudaremos nesta lição, nos mostrará que Jesus é superior a Arão e a todos os seus descen-dentes, como sumo sacerdote. Ele é o grande sumo sacerdote (Hb 4:14). A seguir, veremos as razões.

12 MAI 2012

6Hinos sugeridos: BJ 103/ BJ 68

O nosso poderoso sacerdote

Domingo, 06 de maio: ............... Hb 4:14-15Segunda, 07: ......................................... Hb 4:16Terça, 08: ............................................... Hb 5:1-2Quarta, 09: ........................................... Hb 5:3-4Quinta, 10: ............................................ Hb 5:5-6Sexta, 11: .............................................. Hb 5:7-8Sábado, 12: ........................................ Hb 5:9-10

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

�ostrar que o ministério sacerdotal de Cristo é superior, quando comparado ao dos sacerdotes da linhagem de Arão, para que o estudante, de posse desse ensino, se apegue ainda mais a sua confissão de fé e se achegue mais ao trono da graça de Deus.

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I. ENTENDENDO A MENSAGEM DA CARTA

Estamos na metade desta série de lições bíblicas, e já sabemos que um dos temas centrais da carta aos Hebreus é o sacerdócio de Cristo, “o que ele faz no céu hoje em favor do seu povo”.1 Sabemos, também, que a carta aos Hebreus foi escrita para cristãos que enfrentavam a tentação de voltar ao judaísmo; afinal, ser cristão significava correr riscos, ao pas-so que ser judeu, não. Diante disso, o autor de Hebreus os apresenta o grande sumo sacerdote �ue adentrou os c�us, Jesus, o Filho de Deus (Hb 4:14 – grifo nosso), como alguém em quem eles deviam se apegar. O ad-jetivo “grande” evidencia o quanto Jesus é singular, quando comparado aos demais sumo sacerdotes que existiram. Entendamos os porquês:

1. Sua compaixão: Como sumo sacerdote, Jesus foi superior em com-paixão, quando comparado aos demais. Em Hebreus, lemos: ... não temos um sumo sacerdote �ue não possa compadecer-se das nossas fra�uezas (Hb 4:15). O termo “fraquezas” diz respeito a qualquer área de vulnerabilidade, própria dos seres humanos. O nosso grande sumo sacerdote, Jesus, “sofre junto conosco” – uma possível substituição para “compadecer-se” – em nossas fraquezas. Aliás, como o capítulo 5 de Hebreus irá mostrar, todo sumo sacerdote precisava ser capaz de compadecer-se das falhas daqueles que pecavam (Hb 5:2). Deveria ser uma pessoa que se identificava com o povo; era solidária com as suas fraquezas, lutas e ignorâncias. Neste senti-do, tanto Jesus quanto os sumo sacerdotes da linhagem de Arão estavam capacitados, isto é, tinham condições de condoer-se dos pecadores.

A diferença entre Jesus e os demais sumo sacerdotes torna-se evi-dente na continuação do versículo. Sobre estes últimos é dito: ... pois ele tamb�m estava rodeado das mesmas tentações (Hb 5:2, BV). Os sumo sacerdotes araônicos se condoíam dos fracos, mas também eram fracos. A NTLH chega a traduzir assim este versículo: Como ele pr�prio tem suas fra�uezas. Então, ele “podia condoer-se dos pecadores, mas também ne-cessitava de quem se condoesse dele”.2 Os sumo sacerdotes não eram a solução, mas parte do problema. Sobre Jesus, entretanto, é dito: ... como n�s, passou por todo o tipo de tentação, por�m, sem pecado (Hb 4:15).

1. Wiersbe (2006:374).2. Henrichsen (1985:55).

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Há uma clara distinção entre a fraqueza dos sacerdotes araônicos e a força de Jesus. Este “nunca foi ignorante, nem errou, mas tem perfeita compreensão daqueles que são assim”.3

É importante lembrarmos que a tentação, em si, não é pecado. Pecado é ceder � tentação. Na oração do Pai nosso fomos ensinados, por Jesus, a orar para que Deus não nos deixe cair em tentação (�t 6:13), ou seja, não nos foi prometido não enfrentá-la, mas enfrentá-la com a ajuda divina. Jesus enfrentou tentações reais e decidiu, conscientemente, em todas elas, não ceder. É por isso que ele é a pessoa mais capacitada para nos ajudar e se compadecer de nós. Ele, mais do que qualquer outro, conhe-ce a plena intensidade da tentação, “porque somente Ele jamais cedeu”.4 Sua mente percebe com muito mais clareza as formas de tentação a que nós, que temos fraquezas, somos expostos. Por isso, � capaz de socorrer todos a�ueles �ue semelhantemente estão sendo atacados pela tentação (Hb 2:18, KJV). Nenhum sumo sacerdote tinha tal capacidade.

2. Sua ordenação: Homem nenhum assumia a honra de servir como sumo sacerdote sem ser chamado por Deus.5 Quem chamou Arão e seus filhos para servirem como sacerdotes foi o próprio Deus (Êx 28:1; Nm 3:10). O autor de Hebreus diz que ningu�m pode tomar esta honra para si mesmo, mas deve ser chamado por Deus, como de fato o foi Arão (5:4, NVI). O nosso grande sumo Sacerdote, Jesus, também não tomou para si a glória desta função, mas foi chamado por Deus (Hb 5:5-6). Todavia, houve uma diferen-ça no chamado de Jesus para tal função, quando comparamos com o dos sumo sacerdotes da época. Jesus não era da linhagem de Arão, e não fazia parte da tribo de Levi. Um dos pré-requisitos para ser sacerdote era fazer parte desta linhagem e pertencer a esta tribo. Se não pudesse ser compro-vada a genealogia, era impossível para alguém ser aceito como sacerdote.

Jesus era da tribo de Judá, e �oisés não disse nada sobre sacerdotes des-ta tribo (Hb 7:14). Sobre sua ordem sacerdotal, o autor de Hebreus afirma: ... designado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Mel�uisede�ue (Hb 5:6). Jesus, então, era da ordem de �elquisedeque. Sabemos muito pouco sobre ele. No Antigo Testamento, temos apenas duas menções sobre este (cf. Gn 14:18; Sl 110:4). Contudo, era uma pessoa real, não um nome fictício. Ele, de fato, existiu. É chamado de rei de “Salém” (Gn 14:18; Hb 7:1), cidade que, mais tarde, passou a ser chamada de “Jerusalém” (Sl 76:2). Ele trouxe

3. Guthrie (1984:119).4. Arrington; Stronstad (2003:1568).5. Henrichsen (1985:55).

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pão e vinho a Abrão, quando este voltava de uma batalha, e o abençoou, pois era sacerdote do Deus altíssimo, isto é, do Deus de Abraão. Embora não “fosse um israelita, e estava deste modo fora do centro da história redentora, conheceu a Deus por revelação e foi nomeado por Deus como sacerdote”.6

O autor de Hebreus menciona �elquisedeque como alguém sem pai, sem mãe (7:3), não por não ter pai e mãe, ou por ser de origem celestial, mas por não saber os nomes, visto não ter ele genealogia conhecida. Além disso, nada é dito também sobre ele ter tido um sucessor. Contudo, o Salmo 110:4 afirma que o �essias seria sacerdote segundo a sua ordem. Nosso grande sumo Sacerdote, Jesus, tinha uma linhagem sumo sacerdo-tal especial. O autor de Hebreus sugere, mesmo que de forma sutil, que o sacerdócio de �elquisedeque deve ser preferível ao de Levi, quando argu-menta que aquele já existia muito tempo antes deste (Hb 7:10). Ele chega a dizer que, em razão de ter abençoado Abrão, bisavó de Levi, de onde sairiam os sacerdotes levíticos, �elquisedeque é superior a estes.

3. Sua perpetuidade: Em Hebreus 7:3, o autor da carta faz uma afir-mação importante sobre �elquisedeque: ... sem princípio de dias nem fim de vida, feito semelhante ao Filho de Deus (NVI). O que significa a afir-mação “nem fim de vida”? Será que o autor de Hebreus está sugerindo que ele não morreu? É óbvio que não. Embora a Bíblia não mencione sua morte, é muito natural a presumirmos. O que permanecia vivo, então, não era �elquisedeque, mas o seu sacerdócio: ... permanece para sempre (v.3). Conforme já dissemos, ele não teve sucessores, pelo menos não co-nhecidos. A razão de o seu sacerdócio permanecer para sempre também é simples: ele foi feito semelhante ao Filho de Deus (v.3), isto em termos de descrição e significação simbólica, e não por ser uma manifestação do Cristo pré-encarnado, como querem sugerir alguns.

�elquisedeque era semelhante ao Filho de Deus no que diz respeito ao sacerdócio. Daí porque este sacerdócio permanece para sempre. Cris-to é a imagem “original, nele persiste desde a eternidade a verdadeira or-dem sacerdotal, �elquisedeque é a réplica, que por sua vez aponta para o cumprimento pleno de todo sacerdócio em Cristo”.7 Desta forma, po-demos dizer, como Laubach8, que �elquisedeque é o personagem terre-no precoce do sacerdócio eterno de Jesus. Ele apontou, tempos antes, o que Jesus seria no futuro. O sacerdócio de �elquisedeque é precedente

6. Arrington; Stronstad (2003:1579).7. Laubach (2000:117).8. Idem.

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histórico para um tipo de sacerdócio separado da linhagem de Arão, livre da linha de descendência. Jesus se tornou sacerdote não por regras relativas � linhagem (Hb 7:16), e é, por isso, sacerdote para sempre (7:17).

Os sacerdotes começavam a servir como tal com 30 anos, e, geral-mente, serviam até os 50 anos. O tempo de “serviço para um sacerdote podia ser de vinte a trinta anos, mas o fim viria. (...) O período do ofício deles é limitado”.9 O autor de Hebreus diz que houve muitos sacerdotes da linhagem de Arão, pois a morte os impede de continuar em seus ofí-cios por muito tempo (Hb 7:23), mas visto �ue vive para sempre, Jesus tem um sacerd�cio permanente (Hb 7:24). O cristianismo não tem a figura do sumo sacerdote, como no judaísmo. Nosso sumo sacerdote é Jesus. Ele nunca mais delegou este ofício a outra pessoa. Era de um sumo sacer-dote assim que precisávamos! Ele intercede por nós constantemente e é capaz de salvar a todos que se aproximam dele (Hb 7:25).

4. Sua eficácia: Durante toda a sua vida terrena, Jesus submeteu-se, em tudo, � vontade do Pai. Ele recebeu aprovação do que fez aqui, por causa do seu intenso desejo de obedecer a Deus em todos os momentos (Hb 5:7 – NBV). Este intenso desejo por obedecer levou-o a realizar efi-cazmente a tarefa que tinha de realizar. Aliás, é isso que quer dizer o versículo 9, que afirma que Jesus foi “aperfeiçoado” (Hb 5). Afinal, como aperfeiçoar alguém que era, é e sempre será perfeito? O que aconteceu foi que a perfeição de Jesus foi testada durante toda a sua vida terrena, através de todo sofrimento pelo qual foi submetido, e, mesmo assim, ele se manteve santo, inocente e imaculado (Hb 7:26), cumprindo sua tarefa, oferecendo-se. Jesus, como sumo sacerdote, não oferece sacrifícios diá-rios de animais em favor do pecado, como faziam os antigos sacerdotes: Ele o fez de uma vez por todas �uando ofereceu a si mesmo (Hb 7:27).

Toda a caminhada terrena de Jesus foi uma trajetória rumo ao sacrifício. Daí, por tudo que fez, tornou-se a fonte da salvação eterna para todos os �ue lhe obedecem (Hb 5:9). Além disso, foi proclamado sumo sacerdote por Deus (Hb 5:10). Veja que interessante: nosso sumo sacerdote é fonte da nossa sal-vação e não “mera coberta do pecado (como sacrifício do sumo sacerdote arâmico)”.10 Nosso grande sumo sacerdote, Jesus, resolveu definitivamente o problema dos seres humanos com Deus. Seu serviço sacerdotal é realmente eficaz, e não provisório. Ele pode salvar, de fato, os que, por meio dele, se achegam a Deus. Aliás, só ele pode fazer isso. Ninguém mais!

9. Kistemaker (2003:269).10. Unger (2006:613).

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A grande prova de que a obra redentora de Jesus foi consumada e con-firmada é a informação que temos de que ele entrou nos c�us (Hb 4:14). Temos um sumo sacerdote que se assentou � direita da �ajestade nos céus (Hb 8:1), e, de lá, intercede por nós, continuamente. Os sacerdotes da linhagem de Arão entravam no santuário interior do templo uma vez por ano, e permaneciam pouco tempo ali. Nosso sumo sacerdote, Jesus, entrou nos céus, na própria presença de Deus. Nenhum “impedimento atrapalha Sua passagem”.11 Não há nada entre nosso sumo sacerdote e a presença de Deus. Que privilégio ter alguém assim para interceder por nós! A intenção do autor ao tratar do tema do sumo sacerdócio de Cristo não é teórica, mas prática. Na segunda parte desta lição apresentaremos duas exortações práticas do autor, frente ao tema apresentado.

01. Leia a introdução e responda: O que é um sacerdote e um sumo sacerdote? Qual é a responsabilidade destes? Leia Hb 5:1-2.

02. Leia Hb 4:14-15, o item 1 e responda: Em que sentido a compaixão de Jesus é superior à dos demais sacerdotes?

03. Leia Hb 5:3-6, 7:1-3; o item 2, e discuta com a classe a superioridade da ordenação do sacerdócio de Cristo.

04. Leia Hb 7:3,17,24-25, e comente com a classe sobre o tempo de duração do sacerdócio de Jesus. O que isso implica para nós?

11. Guthrie (1983:114).

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05. Leia Hb 4:14, 5:9-10, 7:26-27; o item 4, e comente sobre a eficácia do trabalho de Cristo como sumo sacerdote, quando comparado aos sacerdotes da antiga aliança.

II. PRATICANDO A MENSAGEM DA CARTA

1. Conservemos com firmeza nossa confissão de fé.O primeiro aspecto prático de que o autor de Hebreus trata é a confis-

são pública de fé. Já que temos este grande sumo sacerdote, cabe a nós nos posicionarmos ao lado dele sempre: … mantenhamos com firmeza a nossa declaração pública de f� (Hb 4:14). Aqui, a ideia de “manter” é “agarrar”. Agarrar o quê? Nossa confissão de fé. Os primeiros leitores desta carta haviam abraçado a fé em Jesus, mas, diante das persegui-ções, estavam pensando em abandoná-lo. Por isso, o autor lembra-lhes que a salvação só é encontrada em cristo, que intercede por aqueles que o receberam e o têm como sumo sacerdote. Não deixe que as pressões o afastem do Senhor Jesus Cristo! Nos momentos difíceis, lembre-se de que você tem um intercessor e posicione-se sempre ao lado dele. Não abandone a sua confissão.

06. Qual a nossa responsabilidade, em relação à nossa confissão de fé, diante da certeza da superioridade de Jesus, como sumo sacerdote?

2. Aproximemo-nos com confiança do trono da graça. Veja que incentivo glorioso faz o autor de Hebreus: … apro�imemo-

-nos com confiança do trono da graça para que recebamos misericórdia e encontremos graça, a fim de sermos socorridos em momento oportuno (Hb 4:16). Uma vez que Jesus nos abriu o caminho rumo a Deus e de-senvolve seu ofício sumo sacerdotal � direita da �ajestade, nas altu-

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ras, somos convidados a trilhar este caminho. Somos convidados a nos achegar a Deus, em oração com confiança. Uma das características do trono de Deus, aonde somos convidados a ir, é que é um lugar de gra-ça, isto é, um lugar onde o favor de Deus é distribuído. Se formos até esse trono, receberemos misericórdia e graça, e seremos socorridos na hora certa. Essa palavra fazia muito sentido para os leitores da carta aos Hebreus, diante das lutas que enfrentavam, e faz para nós, também. A ação mediadora do nosso sumo sacerdote permite-nos chegar a Deus. A todos os filhos de Deus, está aberto o caminho até o seu trono, de onde jorra a sua graça.

07. Qual a grande bênção proporcionada pela ação mediadora do nosso grande sumo sacerdote? Podemos nos aproximar do trono de Deus?

CONCLUSÃO: Nunca esqueça: Jesus é o nosso grande sumo sacer-dote. Você tem alguém para representá-lo nas coisas relativas a Deus; alguém que ofereceu a si próprio como sacrifício por você, para garantir--lhe o direito de ser perdoado definitivamente. Ele foi designado por Deus para esta função, ou seja, não se autonomeou sumo sacerdote. É de uma compaixão singular e faz parte de uma ordem sacerdotal superior (a de �elquisedeque). Será para sempre nosso sumo sacerdote. Como é encorajador saber estas coisas! Diante disso, conservemos firmes nossa confissão de fé e aproximemo-nos sempre do trono da graça de Deus.

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TEXTO BÁSICO: É impossível, pois, �ue a�ueles �ue uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, � impossível outra vez renová-los para arrepen-dimento. (Hb 6:4-6)

INTRODUÇÃO: Todo crente em Jesus tem a salvação (1 Jo 5:13). Será possível um cristão regenerado perdê-la? De acordo com o trecho da carta aos Hebreus, que estudaremos nesta lição, sim. �uitos são os que tentam jogar “panos quentes” e abrandar a severidade das palavras de Hb 5:11-6:20, fazendo parecer que o autor não se referia a cristãos ver-dadeiros, mas a simpatizantes do evangelho, gente que nunca foi rege-nerada. Todavia, um exame sério deste texto não nos permite acreditar em tal falácia. De outro lado, Satanás tem usado esse texto, através de gente não instruída, para desanimar e oprimir cristãos fracos na fé, que caíram em pecado, fazendo-os acreditar que não têm mais o perdão de Deus. Precisamos tomar cuidado! De que pecado Hebreus 6 trata? Se pudermos perder a salvação, em que situação se dá? É o que veremos.

19 MAI 2012

7Hinos sugeridos: BJ 317/ BJ 130

�ostrar que um cristão genuíno pode, sim, perder a sua salvação, se, por livre e espontânea vontade, decidir romper seu relacionamento com Cristo, repudiando a salvação que recebeu dele, isto é, apostatando-se.

Domingo, 13 de maio: ............... Hb 5:11-14Segunda, 14: ....................................... Hb 6:1-3Terça, 15: ............................................... Hb 6:4-7Quarta, 16: ......................................... Hb 6:8-10Quinta, 17: ....................................... Hb 6:11-14Sexta, 18: ......................................... Hb 6:15-17Sábado, 19: ..................................... Hb 6:18-20

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

O perigo de cair da graça

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I. ENTENDENDO A MENSAGEM DA CARTA

No último capítulo de Hebreus (13:22), o autor roga aos leitores que escutem as palavras de sua carta, que ele chama de palavra de e�ortação (NVI), ou mensagem de encorajamento (KJV). É interessante como se desenrola o argumento de Hebreus. Em várias passagens, existem advertências sobre virar as costas para a fé que se havia abra-çado, acompanhadas de um encorajamento para que se permaneça fiel até o fim. É exatamente isso que acontece no trecho que iremos estudar. Os crentes haviam crido pela pregação de testemunhas ocu-lares de Cristo, haviam suportado dificuldades por causa do evange-lho (Hb 10:32-34), mas estavam correndo o perigo de abandonar a fé. Foram, então, encorajados a ficar firmes. Neste trecho, o autor trata de três assuntos importantíssimos.

1. Infância espiritual prorrogada: Em Hb 5:11, o autor interrompe o assunto do sacerdócio de Cristo abruptamente, para fazer uma adver-tência aos seus leitores: A esse respeito temos muitas cousas �ue dizer, e difíceis de e�plicar, por�uanto vos tendes tornado tardios em ouvir. Essa é uma advertência com relação � atitude daqueles cristãos diante da palavra de Deus. Eles haviam se tornado “preguiçosos” no seu “apetite e compreensão espiritual”.1 Desta forma, mencionar a ordem sacerdotal de Jesus, a de �elquisedeque, assunto que o autor iria começar a tratar (Hb 5:10), poderia causar estranheza. Ele não tinha certeza de que seus leito-res entenderiam; não sabia se seriam maduros o suficiente. Por isso, fez uma pausa com o tema, a fim de fazer algumas afirmações, e só voltaria ao tema do sumo sacerdócio no capítulo 7.

Neste meio tempo, o autor fez o alerta sobre o perigo de se estacio-nar na vida espiritual e apresenta possíveis consequências.2 Um destes perigos é o do prorrogamento da infância espiritual. Enquanto deve-riam ser mestres, podendo ensinar a outros, tinham a necessidade de ser ensinados, novamente, sobre os princípios elementares dos oráculos de Deus (Hb 5:12). A expressão “oráculos de Deus” deve ser entendida como o ensino básico do evangelho, “porque é usada em conjunto com

1. Taylor et al (2006:55). 2. Boyd (2006:136).

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‘princípios elementares’ (stoicheia), palavra comumente usada para descrever o A.B.C. de uma coisa”.3 Esses crentes voltaram a ser “crianças espirituais”, a ponto de o escritor dizer que estavam precisando de que se soletrasse o bê-á-bá da fé novamente; estavam precisando de leite e não de alimento s�lido (Hb 5:13).

Ao invés de avançarem em seus conhecimentos e em sua prática da palavra de Deus, esses cristãos estavam precisando de uma atualização do ABC do evangelho. E o que mais chama � atenção é que eles não eram recém-convertidos; ao menos o v.12 sugere que não. Não foi a falta de tempo que os deixou assim, mas a falta de aplicação e esforço para amadurecerem no conhecimento bíblico. No v. 14, somos informa-dos de que o alimento sólido, ou seja, as verdades cristãs profundas, é reservado para os adultos. Quem é adulto espiritualmente sabe discernir entre o bem e o mal (v. 14), entre o que honra a Deus e o que o desonra; entre o que é da vontade de Deus e o que não é. Discernimento é sinal de maturidade. Diante disso, o autor os exorta a colocarem os assuntos elementares da doutrina de Cristo � parte e avançarem para a maturida-de (6:1): ... dei�emo-nos levar para o �ue � perfeito.

“Pôr de lado” não é abandonar ou desprezar, mas entender que as primeiras lições são isto mesmo: “primeiras”. As doutrinas elementa-res não são o ponto final, mas uma porta para o progresso espiritual. Perceba que o autor se inclui nessa caminhada. Ele não se gaba de ter atingido a maturidade nos assuntos espirituais. Todavia, não estava lento para ouvir, mas estava em busca do que é perfeito (maturidade). �aturidade espiritual não é algo que se consegue com esforço próprio. A forma passiva do verbo, no grego, aponta para a “entrega a uma in-fluência mais nobre, como se o processo de maturação não fosse uma questão da nossa engenhosidade”.4 É preciso depender de Deus, fazer a nossa parte e depender dele.

2. Perigo catastrófico pronunciado: Depois da exortação para que os leitores avançassem em maturidade, o autor de Hebreus anuncia um perigo real e catastrófico: a apostasia. A “lerdeza espiritual” pode “levar a que um cristão perca definitivamente tudo aquilo que lhe foi dado atra-vés de Cristo”.5 Pelo texto, ninguém é identificado como tendo cruzado a linha fatal e caído (Hb 6:9). A vida ainda não havia se apagado. �as havia

3. Guthrie (1983:127).4. Idem, p.129.5. Laubach (2000:99).

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algo que esses cristãos vacilantes e imaturos precisavam saber, e o autor os alerta sem titubear: é impossível um cristão genuíno que se apostatar ser outra vez renovado para o arrependimento (cf. Hb 6:4-6). Analisemos este perigo catastrófico.

Em primeiro lugar, é bom notarmos que o texto está se referindo a crentes verdadeiros e não a meros professos cristãos. Suas característi-cas, segundo a passagem em questão, são: 1) foram iluminados (Hb 6:4a), isto é, foram despertados pelo Espírito Santo sobre seus pecados e sua necessidade de salvação (Jo 16:8); 2) provaram o dom celestial (Hb 6:4b). O “dom celestial” está ligado � ideia de “dom da graça de Deus” (Rm 5:15; Ef 3:7), que diz respeito � abrangência da totalidade das bênçãos da salvação. Essas pessoas “provaram” esse dom, ou seja, desfrutaram, de maneira real e consciente, as bençãos da salvação; 3) tornaram-se par-ticipantes do Espírito Santo (6:4c). A palavra “participantes” é a tradução do grego met�chys, que significa, também, “associado, companheiro”. O autor de Hebreus está se referindo a gente que recebeu o Espírito e viveu em harmonia com ele durante um tempo.

Além dessas características, essas pessoas também 4) provaram a boa palavra de Deus (6:5a), isto é, conheceram, por experiência própria, os benefícios da palavra de Deus (KJV). Eles sabiam disso, porque, por muito tempo, viveram imersos na experiência cristã.6 Por fim, também 5) prova-ram os poderes do mundo vindouro (6:5b). No presente, essas pessoas já experimentavam as alegrias da salvação futura. Todas estas experiências são vivenciadas por cristãos regenerados, e não podemos admitir o con-trário. O texto está se referindo a crentes verdadeiros e não a meros sim-patizantes. Em segundo lugar, precisamos admtir que cristãos genuínos podem “cair” (Hb 6:6) e perder sua salvação. �as o que significa “cair”? É bom sabermos que não é uma referência a pecar, de modo geral. Ape-sar de não fazer do pecado um estilo de vida (1 Jo 3:6,9), mesmo depois de convertido, o cristão peca (1 Jo 1:8). Todavia, pode confessar-se (1 Jo 1:9), pois tem um advogado (1 Jo 2:1). “Cair” não é cometer adultério ou qualquer outro deslize moral, nem pode ser identificado com aqueles momentos de fraqueza na vida cristã.

“Cair”, então, é uma referência � apostasia e “envolve negar a Cris-to após ter experimentado sua graça e sua salvação (frequentemente abraçando outra religião, como por exemplo o judaísmo, o budismo, o

6. Guthrie (1983:134).

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ateísmo, etc.)”.7 Diz respeito a repudiar a salvação recebida em Cristo. A quem cai na apostasia, é impossível outra renovação para que se arrependa (Hb 6:6). É impossível, não porque Deus não tenha poder ou não queira salvar, mas porque quem repudia a Cristo, ultraja a graça. Então, o Espírito Santo, o único que pode convencer um pecador de seu pecado, já não contenderá com tal pessoa. Retira-se para nunca mais voltar. Daí a impossibilidade do perdão. O apóstata chega a um estado de coração e de vida que não lhe possibilita o arrependimento. Se alguém passou um tempo fora da igreja e voltou, é sinal de que não chegou a se tornar apóstata. A apostasia é uma ruptura completa de relação com Jesus. Não é o resultado de uma decisão rápida, “mas de um processo de endurecimento gradual dentro da mente que se cristalizou agora em uma ‘atitude constante de hostilidade a Cristo’”.8 Quem envereda por esse caminho, está crucificando novamente para si o Filho de Deus e expondo-o � vergonha (Hb 6:6b). Nos vv. 7-8 do capítulo 6, o autor ilustra a verdade que acabou de apresentar, compa-rando os apóstatas a uma terra inútil.

3. Esperança segura proclamada: O cenário descrito em Hb 6:4-8 não representava a realidade de nenhum dos cristãos hebreus. O autor fez a advertência, mas estava convencido de que os hebreus, embora cambaleantes, viviam situação muito melhor, sendo beneficiados com as bênçãos da salvação (v. 9). Embora a apostasia fosse um perigo real, nin-guém havia atingido esse estágio. Na verdade, o propósito desse trecho é encorajar. O escritor de Hebreus quer que seus leitores permaneçam firmes na fé, mostrando até o fim a mesma diligência (6:11). Por isso mes-mo, ele termina o capítulo lembrando-os de verdades gloriosas.

O autor lembra aos cristãos que Deus é justo. �esmo cambaleando na fé, eles continuavam a servir os santos (v. 10). Isso é impressionante! �esmo passando por um período de esfriamento de sua vida cristã, num momento de incertezas, esses cristãos nunca deixaram de servir outras pessoas. Diante disso, eles são informados de que Deus não � injusto para ficar esquecido do (...) trabalho deles e do amor que evidenciavam para com seu nome (v. 10). Deus não esquece e nem despreza o nosso serviço ao próximo. Conforme já dissemos, o profundo e intenso desejo do escritor dessa epístola é que seus leitores progredissem e se agarras-sem cada dia mais � “certeza da esperança” (v. 11b). A razão de ele ter

7. Arrington; Stronstad (2003:1576).8. Idem, p.1575.

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esse desejo é que a atração pelo judaísmo talvez os estivesse despojan-do da alegria dessa certeza.9

Qual a razão de terem a plena certeza da esperança? Ele responde: ... para �ue não se tornem indolentes, mas imitadores da�ueles �ue pela f� e pela longanimidade, herdam as promessas (v. 12). Se eles deixassem de ser diligentes para a eterna certeza da esperança, poderiam tornar-se indolentes. Essa esperança é a confiança na palavra e nas promessas de Deus. Ela será completa com a volta do Senhor Jesus (Hb 9:28). O autor segue seu argumento apresentando o exemplo de Abraão (Hb 6:13-17). Ele usa a figura do patriarca, que obteve a promessa, para mostrar mais firmemente �queles cristãos que as promessas de Deus são imutáveis e plenamente confiáveis. Abraão esperou com paciência e a alcançou. Na sequência do texto, somos informados de que é impossível que Deus minta. Então, aqueles que já correram para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança, tem forte alento (v. 18). O Senhor Jesus é nosso refúgio e nossa esperança, assim como era para aqueles cristãos.

Essa esperança é âncora segura e firme (v. 19). A figura da âncora é fabulosa. Seu “serviço é permanecer fixa no fundo mar sejam quais forem as condições marítimas. De fato, quanto mais violento o tempo, tanto mais importante é a âncora para a segurança”.10 A âncora é um símbolo ideal para a esperança cristã. Os leitores de Hebreus precisavam lembrar--se disso e agarrar-se a essa esperança. O autor da carta termina infor-mando-os que essa esperança penetra al�m do v�u, aonde Jesus, como precursor, entrou por n�s (v. 19-20). É interessante a palavra “precursor”. A imagem é a de um soldado, membro do corpo de reconhecimento de um exército, que vai � frente para assegurar que os que vêm depois sigam em segurança. O que Jesus fez, fez por nós, para que pudéssemos também chegar � presença de Deus. Saber disso é um encorajamento para continuarmos ao lado dele.

01. Leia Hb 5:11-14, 6:1-3; o item 1, e comente sobre o quanto é prejudicial estacionar na vida espiritual.

9. Guthrie (1983:140).10. Idem, p. 144.

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02. Leia Hb 6:4-5 e responda: A quem esse texto está se referindo? São crentes genuínos ou meros simpatizantes? Explique com base no comentário anterior.

03. Leia Hb 6:6 e comente sobre a possibilidade de um cristão genuíno perder a sua salvação. Isso pode acontecer em que situação? Por que essas pessoas não podem ser renovadas para o arrependimento?

04. O “caíram” de Hebreus 6:6 diz respeito a todo tipo de pecado? Se não, a que se refere? O que é apostasia? Ela acontece de uma hora para outra? Baseie-se no comentário anterior.

05. Leia Hb 6:9-20, o item 3 e fale sobre o desejo do autor de Hebreus para seus leitores. Que promessas ele lhes lembra, a fim de encorajá-los a continuar firmes na fé?

II. PRATICANDO A MENSAGEM DA CARTA

1. Não nos descuidemos da nossa maturidade.�uitos cristãos hebreus estavam cambaleando, correndo o risco de se

apostatar, porque não deram o devido valor ao crescimento espiritual. Tor-naram-se “preguiçosos” para aprender a palavra de Deus. Estavam vivendo

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uma infância espiritual prolongada. O problema de não amadurecermos como cristãos é que podemos regredir. Ninguém se torna apóstata do dia para noite. Apostasia é um processo. Pouco a pouco a pessoa vai perden-do o interesse pela palavra de Deus e pelo Deus da palavra. Pouco a pouco a oração torna-se dispensável. Pouco a pouco a comunhão cristã começa a não fazer sentido. Daí, estaremos a um passo do precipício: repudiar e depreciar a Cristo e a salvação oferecida por ele. Por isso, não descuidemos de nosso crescimento espiritual, apeguemo-nos, com firmeza, às verdades ouvidas (Hb 2:1), e avancemos para a maturidade (Hb 6:1 – NVI).

06. Que atitudes práticas podemos tomar para caminharmos rumo à maturidade na vida cristã?

2. Não nos desapeguemos da nossa esperança. A igreja de Cristo é uma comunidade de gente que tem esperança.

Esperamos que Cristo apareça pela segunda vez (Hb 9:28); esperamos novos céus e nova terra, nos �uais habita justiça (2 Pd 3:13). Esperamos o triunfo final do reino de Cristo e seu total estabelecimento. As nossas es-peranças devem fazer-nos seguir em frente, caminhar até o fim, de modo que não nos tornemos negligentes, mas imitemos a�ueles �ue, por meio da f� e da paciência, recebem a herança prometida (Hb 6:12). Lembrar a esperança proposta foi o que fez o autor de Hebreus no final do capítulo 6, para que qualquer desejo que houvesse de abandonar Cristo fosse deixado de lado. Ele os encorajou a permanecerem firmes baseado nas promessas de Deus para seus filhos. Nos tempos de fraqueza e de “baixa espiritual”, lembre-se disto: você é um herdeiro de promessas gloriosas. Você já tem o refúgio seguro de Cristo no presente (Hb 6:18) e terá mais presentes gloriosos no futuro.

07. Fale sobre a importância de sermos lembrados da esperança cristã, diante das incertezas na caminhada. É uma motivação para seguirmos em frente?

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CONCLUSÃO: Todo aquele que entregou sua vida a Cristo com sin-ceridade foi regenerado, justificado, adotado; tornou-se habitação do Espírito Santo , um crente em Jesus, e ganhou a vida eterna (1 Jo 5:13). É um salvo. A única maneira de ele perder essa bênção é se apostatando. A apostasia é um perigo real (Hb 6:4-8); é a quebra total da relação com Cristo; é o repúdio � salvação recebida dele. Há um processo até que se chegue a ela. Quem chega a esse estado, endurece tanto o coração que não pode mais ser renovado para o arrependimento. Por isso, um mo-mento de fraqueza ou de desânimo na vida espiritual não é apostasia. Quem passa por isso, pode reacender de novo o ânimo e praticar as pri-meiras obras. Apostasia é mais grave. Que o Senhor guarde o seu povo.

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26 MAI 2012

8Hinos sugeridos: BJ 203/ BJ 301

TEXTO BÁSICO: Agora, com efeito, obteve Jesus minist�rio tanto mais e�celente, �uanto � ele tamb�m Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas. (Hb 8:6)

INTRODUÇÃO: O autor do livro de Hebreus não se cansa de enfati-zar a superioridade de Jesus. O capítulo 8 é expressivo a esse respeito, quando afirma que o ministério dele é superior ao dos sumo-sacerdotes daquela época (vv. 4-6). Estes eram dignos de considerável respeito, afi-nal, tinham respaldo divino para entrar no Santo dos Santos. �as Jesus é superior a eles, pois se assentou à direita do trono da Majestade nos c�us (v.1). Ele ministra no verdadeiro tabernáculo, que não foi feito por homens (v.2). Logo, Jesus é Senhor! É Senhor do santuário e das alianças! Sobre estas, discorreremos a seguir.

I. ENTENDENDO A MENSAGEM DA CARTA

Nada menos que oito dos treze versículos do oitavo capítulo de Hebreus tratam das alianças. Daí a importância do assunto. O autor já

Ensinar ao estudante da Palavra de Deus que estamos vivendo sob a nova aliança, cujo mediador é Cristo, e que esta nos impulsiona a servir a Deus com seriedade e a conhecê-lo com profundidade.

Domingo, 20 de maio: .................... Hb 7:1-6Segunda, 21: ..................................... Hb 7:6-12Terça, 22: .......................................... Hb 7:13-18Quarta, 23: ...................................... Hb 7:19-24Quinta, 24: ....................................... Hb 7:25-28Sexta, 25: .............................................. Hb 8:1-6Sábado, 26: ........................................ Hb 8:7-13

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

O Senhor das alianças

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havia dito, no v.6, que o ministério de Jesus é superior. �as não para por aí. No mesmo versículo, ele declara que Jesus é mediador de su-perior aliança (grifo nosso). Essas palavras, por certo, soavam ásperas aos ouvidos de muitos crentes, pois não era fácil aceitar a ideia de que havia uma aliança superior � do Sinai. Para entendermos melhor o assunto, analisemos o significado, o mediador, a necessidade e as promessas da nova aliança.

1. A nova aliança e seu significado: O termo aliança deriva da pa-lavra grega diatheke, e significa pacto, acordo, testamento. No sentido teológico, trata-se de um pacto com critérios de aproximação e per-manência dos pecadores diante de Deus. É esse o sentido de aliança presente no texto de Hebreus 8. Para entendermos o significado da nova aliança, precisamos compreender a antiga. Esta se refere ao pacto sela-do entre Deus e o povo israelita. Dentro desse pacto, o povo prometia obediência �s leis divinas: Quando Mois�s se dirigiu ao povo e transmitiu--lhes todas as palavras e ordenanças do SENHOR, eles responderam em uníssono: “Faremos tudo o �ue o SENHOR ordenou” (Êx 24:3 – NVI). Ao mesmo tempo, Deus prometia “abençoar o povo e eles prometeram obedecer �s suas leis. �as a promessa deles, embora sincera, não con-dizia com sua ilegalidade interior”.1

Pelo caráter provisório desse antigo pacto, era necessário procurar lu-gar para outra aliança (v.7). O que caracteriza esta nova aliança? Para começar, não significa baixa de padrão de santidade exigido por Deus. Por isso, nela, a lei moral de Deus permanece em vigor. No versículo 10, lemos o seguinte: Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel [...]: na sua mente imprimirei as minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei. Sobre a nova aliança, podemos afirmar, ainda, que não � um novo sistema de leis. Deus não muda nem cancela a essência da aliança antiga, mas a forma de aplicá-la. Isso porque esta era sombra da nova aliança (v.5). Por exemplo, os ritos prescritos na lei cerimonial não permanecem. Os sacrifícios de animais deram lugar ao sacrifício único de Cristo e o tabernáculo terreno foi substituído pelo celestial, no qual Jesus é o sumo sacerdote (v.2).

Além disso, podemos afirmar que a nova aliança é a internalização da lei. As palavras do Senhor, antes escritas em tábuas de pedra, agora passam a ser escritas no coração do ser humano. É por isso que obe-

1. Taylor et al (2006:74).

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decemos a Deus por amor. A propósito, é isso que o Senhor espera de seus adoradores: obediência prazerosa, não obediência forçada. A nova aliança é, também, uma garantia essencialmente divina. Diferentemente do ocorrido na antiga, na nova aliança somente Deus se compromete em firmá-la. E isso ele faz colocando dentro de nós o Espírito Santo: Porei dentro de v�s o meu Espírito e farei �ue andeis nos meus estatutos, guar-deis os meus juízos e os observeis (Ez 36:27). O Espírito Santo nos ajuda a obedecer fielmente a Deus.

2. A nova aliança e seu mediador: O que é um mediador? É um árbitro; alguém que fica entre duas partes, a fim de estabelecer um acordo entre elas ou restaurar a paz e a amizade. �oisés serviu como mediador da antiga aliança, uma vez que foi por seu intermédio que as estipulações desta foram repassadas ao povo (Êx 24:3). Ele mesmo escreveu as palavras de Deus, no livro da aliança, e as leu (vv.4,7). Além dele, os sacerdotes também tinham o papel de mediadores entre Deus e os homens. Eles ofereciam sacrifícios a Deus pela remissão dos peca-dos das pessoas (Hb 8:3).

Cristo, porém, é Mediador de superior aliança (v.6). Sobre isso, deve-mos atentar para duas importantes verdades. A primeira delas diz respei-to � autoridade de Jesus em mediar a nova aliança. Ninguém mais, além dele, poderia ter um papel tão significante. E por que não? Porque Jesus é o único detentor tanto da natureza humana quanto da divina. Sendo ele Deus e homem, tem capacidade suficiente para estabelecer, de uma vez por todas, a nova aliança entre o criador e a criatura. Ele selou esse pacto não por meio de sacrifícios de animais, mas por intermédio do sacrifício de si mesmo (�c 14:24).

A segunda verdade diz respeito � miseric�rdia de Jesus em mediar a nova aliança. Ele pensou em nós, quando resolveu ser mediador da superior aliança. Esta envolve superior sacrifício. Bem profetizou Isaías: ... o castigo �ue nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados (Is 53:5b). Que ato misericordioso! Ele passou pelo sofri-mento para nos poupar de horrenda experiência. Logo, na nova aliança, cujo mediador é Jesus, podemos estar na presença de Deus, mesmo na condição de pecadores. Graças a ele, temos livre acesso ao Pai e a sua herança (1 Tm 2:5; Hb 9:15).

3. A nova aliança e sua necessidade: O versículo 7 do capítulo 8 de Hebreus sugere a necessidade de uma nova aliança: Pois, se a primei-ra aliança tivesse sido perfeita, não seria necessária uma nova aliança (NTLH). Por que a nova aliança era tão necessária? Consideremos alguns

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motivos. O primeiro deles se refere � infidelidade do povo à antiga alian-ça. A segunda parte do versículo 9, denuncia: ... pois eles não continua-ram na minha aliança. Deus não errou ao estabelecer a antiga aliança, mas o povo que não a cumpriu. Este foi infiel semelhantemente a alguém que trai o seu cônjuge.

Os cristãos precisam levar Deus a sério. Faz-se, portanto, necessário observar as palavras do sábio: Quando a Deus fizeres algum voto, não tar-des em cumpri-lo; por�ue não se agrada de tolos. Cumpre o voto �ue fazes (Ec 5:4). O segundo motivo se refere � e�ternalidade da antiga aliança. Não foi � toa que o autor de Hebreus fez questão de frisar as seguintes palavras proferidas por Deus a seu povo: ... na sua mente imprimirei as minhas leis, tamb�m sobre o seu coração as inscreverei (8:10b). A lei é mais eficaz quando escrita no coração do ser humano. Caso contrário, haverá recusa por parte deste em obedecer-lhe.

Assim, torna-se cada vez mais óbvia a necessidade de uma aliança superior. Isso porque os “pecadores precisam de um novo coração e de uma nova disposição interior, algo que somente a nova alian-ça pode oferecer”.2 Contudo, o terceiro e principal motivo que torna necessária a nova aliança refere-se � temporariedade da antiga alian-ça. Em outras palavras, esta duraria por um tempo determinado (v.8), pois, segundo o propósito de Cristo, o Senhor das alianças, nasceu para ser transitória. A razão disso é que a antiga aliança era sombra da nova (v.5). Logo, a nova aliança, perfeita e definitiva, “é a expressão final e duradoura da graça de Deus”.3

4. A nova aliança e suas promessas: O autor da carta aos Hebreus observa, no versículo 6 do capítulo 8: ... � ele tamb�m Mediador de supe-rior aliança instituída com base em superiores promessas (grifo nosso). Aqui, é importante entender que as “promessas não são melhores no sentido de serem mais confiáveis, mas melhores no sentido de terem um conteúdo superior. Deus promete uma substância melhor e termos melhores no novo concerto”.4 Quais são essas promessas? Em primeiro lugar, Deus promete um relacionamento estável: ... e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo (v.10c).

No antigo pacto, esse relacionamento era o ideal de Deus; porém, a infidelidade do povo fez com que tal relação entre criatura e criador

2. Wiersbe (2006:397).3. Wiley (2008:365). 4. Taylor et al (2006:72).

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ficasse desgastada. O Senhor propõe, na nova aliança, um relaciona-mento íntimo, em que podemos chamar-lhe: “�eu Deus!” e por ele sermos tratados de “�eu Povo!”. Em segundo lugar, Deus promete um conhecimento profundo de sua pessoa: ...todos me conhecerão, desde o menor deles at� ao maior (v.11). Conhecer a Deus é, em si, um tremendo privilégio (Jr 9:23). Todos os que tiverem a lei escrita no coração, sabe-rão, de fato, o que é isso.

Tal promessa não é um conhecimento teórico e superficial, mas prá-tico e profundo a respeito de Deus, por meio de Jesus. Em terceiro lugar, Deus promete perdão definitivo: Pois, para com as suas ini�üi-dades, usarei de miseric�rdia e dos seus pecados jamais me lembrarei (v.12). A “expressão ‘dos seus pecados jamais me lembrarei’ significa ‘não mais os acusarei de seus pecados’. Deus se lembra daquilo que fizemos, mas não nos acusa”.5

01. Após ler Êx 24:3 e o item 1, responda: O que se compreende por antiga aliança?

02. Leia Hb 8:10, o item 1 do comentário e responda: O que caracteriza a nova aliança?

03. Cristo é mediador de superior aliança. Que verdades confirmam essa afirmação? Baseie-se no item 2.

04. Após ler Hb 8:7 e o item 3, responda: Por que a nova aliança era necessária?

5. Wiersbe (2006:398)

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05. Quais são as promessas da nova aliança? Baseie a sua resposta em Jr 9:23; Hb 8:10-12, e no item 4.

II. PRATICANDO A MENSAGEM DA CARTA

1. Sob o novo pacto, obedeçamos a Deus com seriedade.Servir a Deus com seriedade é uma prática de poucos, pois envol-

ve compromisso constante. Por ignorar tal prática, o povo da aliança tornou-se infiel ao seu Deus e lançou por terra o pacto que havia esta-belecido com o Senhor. Por isso, este teve de tomar uma atitude rígida: ... não atentei para eles, diz o Senhor (Hb 8:9). E nós, como temos agido sob o novo pacto? Temos ignorado ou levado a sério a vontade de Deus? Será que ele tem se agradado de nossas atitudes? Pensemos a respeito. Agora, somos povo de Deus. Portanto, ajamos como tal.

06. Leia a primeira aplicação e responda: Como podemos obedecer a Deus com seriedade?

2. Sob o novo pacto, conheçamos a Deus com profundidade. A nova aliança proporciona um conhecimento amplo da pessoa de

Deus. Como está escrito: ... todos me conhecerão, desde o menor deles at� ao maior (Hb 8:11). Aqui, o conhecimento não deve ser entendido como algo superficial. Deus quer que o conheçamos de modo ínti-mo. A nova aliança nos proporciona um relacionamento constante de devoção a ele por meio da leitura da sua palavra, das orações e dos

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jejuns. O conhecimento da pessoa de Deus é prático e profundo. Por-tanto, é tempo de nos achegarmos confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna (Hb 4:16).

07. Leia a segunda aplicação e responda: Como podemos conhecer a Deus com profundidade?

CONCLUSÃO: Chegamos ao final deste estudo e não podemos dei-xar de frisar que, graças a Jesus, o Senhor das alianças, podemos nos deleitar nas promessas da nova aliança. Esta não é nacional; não se restringe a um grupo, a uma tribo nem a uma nação. É universal! Em outras palavras, a nova aliança é para judeus e gentios (�t 28:19; Rm 3:29; Rm 15:27). É para nós! Quando não tínhamos Cristo, estávamos separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa (Ef 2:12). �as agora, em Cristo, fomos apro�imados pelo sangue de Cris-to (v.13). Glória a ele! Amém!

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66 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2012

2 JUN 2012

9Hinos sugeridos: BJ 82/ BJ 24

TEXTO BÁSICO: Jesus, por�m, tendo oferecido, para sempre, um único sa-crifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus, aguardando, daí em dian-te, at� �ue seus inimigos sejam postos por estrado dos seus p�s. (Hb 10:12-13)

INTRODUÇÃO: Pela graça de Deus, chegamos � nona lição desta série de estudos baseados na Carta aos Hebreus. Na lição anterior, aprendemos que a nova aliança em Cristo é superior � velha aliança. Na lição de hoje, que está baseada no capítulo 9 e parte do 10, discorreremos um pouco mais sobre a antiga e a nova aliança; porém, enfatizando os ritos, diários e anuais, do sacerdócio levítico, em comparação com a exclusiva e excelente obra expiatória de Cristo. A proposta é que, ao final deste estudo, esteja-mos mais convictos da suficiência da obra de Jesus Cristo em nosso favor.

I. ENTENDENDO A MENSAGEM DA CARTA

Durante séculos e séculos, o judaísmo sobreviveu sob um mesmo sistema: dia após dia, sacerdotes se revezavam no serviço do templo, oferecendo sa-crifícios de animais em prol de si mesmos e de toda a nação. Este é o “pano de fundo” do nascimento do cristianismo. A igreja nasce nesse contexto. Os

�ostrar aos estudantes das Escrituras grandes verdades acerca da obra expiatória de Jesus Cristo, nosso sumo e eterno Sacerdote, que se ofereceu por nós, de uma vez por todas.

Domingo, 27 de maio: .................... Hb 9:1-4Segunda, 28: ....................................... Hb 9:5-8Terça, 29: ............................................. Hb 9:9-12Quarta, 30: ...................................... Hb 9:13-16Quinta, 31: ....................................... Hb 9:17-20Sexta, 01 de junho: ...................... Hb 9:21-24Sábado, 02: ..................................... Hb 9:25-28

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

De uma vez por todas

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primeiros cristãos judeus, por muitas vezes, assistiram e confiaram nesses sacrifícios para receberem perdão e purificação de seus pecados. No entanto, eles precisavam saber que esse sistema era imperfeito e transitório, que o salvador deles – Jesus Cristo – havia realizado um único e perfeito sacrifício, suficiente para lhes abrir um novo e vivo caminho até a presença do Pai.

1. Um sacrifício aguardado: O capítulo 9 da carta é introduzido com uma descrição objetiva acerca de dois componentes da primeira aliança: o taber-náculo e o serviço sacerdotal (vv.1-10). O autor da carta faz menção aos mes-mos e, em seguida, passa a discorrer sobre esse tabernáculo, que, certamen-te, não era desconhecido de seus leitores, como nos dá a entender o próprio texto: Dessas coisas, todavia, não falaremos, agora, pormenorizadamente (v. 5). O escritor refere-se ao tabernáculo original, cujo modelo foi revelado a �oisés, no monte, e no qual foram baseados os templos construídos depois.1

O autor menciona as repartições do tabernáculo e seus utensílios (cf. Hb 9:2-5). A parte da frente, chamada de Lugar Santo, era o lugar onde os sacerdotes ministravam diariamente. Era uma sala de cinco metros de largura, cinco de altura e dez de cumprimento. Alí se encontravam o candelabro de ouro com sete hastes, o qual iluminava o ambiente. Uma mesa com doze pães. Estes eram trocados pelos sacerdotes, todos os sá-bados, e só poderiam ser consumidos pelos mesmos (Ex 25:23-30; Lv 24: 5-9). O altar do incenso ficava junto ao véu que separava o Lugar Santo do Santíssimo Lugar. Neste, encontrava-se a Arca da aliança, uma caixa de madeira revestida de ouro com objetos sagrados dentro.

Após descrever a mobília e as repartições do tabernáculo, o escritor de Hebreus comenta sobre os serviços sacerdotais que eram realizados, diariamente, no Lugar Santo, pelos sacerdotes, e, uma vez por ano, no Santíssimo Lugar, realizado pelo sumo sacerdote (Hb 9:6-7; cf. Nm 18: 2-6; Lv 16: 2-34). O autor da carta conclui que, embora todas essas coisas tivessem origem divina, eram apenas “parábolas” para a era cristã e eram ineficazes e sujeitas a reforma (Hb 9:8-10). Essas ordenanças “serviam, na era anterior � cruz, como símbolos ou exemplos típicos do futuro minis-tério glorioso de Cristo e das realidades espirituais que ele realizaria”.2

Esses sacrifícios purificavam cerimonialmente o pecador, mas não lhe sa-tisfaziam os anseios da alma nem o aperfeiçoavam. O sangue dos animais dos sacrifícios, feitos dia após dia, pelos sacerdotes, cobria o pecado, “mas

1. Wiley (2009: 374).2. Unger (2006:618).

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não o lavava, nem podia mudar o coração e a mente dos adoradores”.3 Eram temporários e lidavam somente com a pessoa exterior. Esses atos temporários esperavam o tempo de uma reforma (Hb 9:10). Tal reforma diz respeito � nova aliança no sacrifício de Cristo. Seu sacrifício seria definitivo. Abriria acesso direto a Deus para todo o crente. Por causa deste sacrifício, as pessoas seriam mudadas exterior e, principalmente, interiormente.

2. Um sacrifício perfeito: Apesar de conhecerem a mensagem da cruz, alguns dos leitores originais estavam retornando a algumas leis cerimoniais, o que justificaria o contraste apresentado pelo autor entre o ineficiente e transitório sistema da primeira aliança e a perfeita obra de Cristo que deu início a uma nova aliança. O autor contrasta cada elemento do primeiro con-certo com a superioridade da ação e da pessoa de Cristo. Seu serviço divino como sacerdote é diferente do serviço levítico, tanto no que diz respeito ao lugar quanto no que diz respeito ao sangue sacrificial usado (Hb 9:11-15).4

Embora o povo adorasse, por cerca de, aproximadamente, mil e qui-nhentos anos, sob a antiga aliança, Deus, na plenitude dos tempos, es-tava, em Cristo, possibilitando um novo concerto. Cristo veio ao mundo como sumo sacerdote, a fim de levar os homens a Deus. Seu ministério ocorre num maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos huma-nas, isto �, não desta criação (Hb 9:11), como o tabernáculo feito por �oi-sés (Ex 35: 30-35). E mais: o “ministério de Cristo por nós era na presença de Deus, um lugar onde o sangue de bodes e bezerros não teria efeito”.5

Quanto ao sangue sacrificial usado por Cristo, não se trata de sangue de bodes ou de touros, mas de seu próprio sangue. Cristo é, ao mesmo tempo, o sumo sacerdote e o sacrifício. O sumo sacerdote levava o sangue de um animal para o Santo dos Santos, mas Jesus Cristo apresentou a si mesmo na presença de Deus como sacrifício completo e definitivo pelos pecados.6 O autor de Hebreus faz um apelo aos seus leitores para que percebessem que, no sangue de Cristo, há uma eficácia muito maior do que a que havia nos sacrifícios levíticos, em que muitos tinham confiado7 (Hb 9:13-14).

Jesus Cristo é o mediador de uma nova e perfeita aliança (Hb 9:15). Neste trecho do texto o escritor passa a falar sobre a autenticidade de um testa-mento e compara os dois testamentos (Hb 9:16-21). Segundo ele, o novo

3. Wiersbe (2009:748).4. Taylor et al (2006: 80).5. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal (2009:620). 6. Wiersbe (2006: 401).7. Wiley (2008: 396).

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testamento só passa a valer a partir da morte do testador; ou seja: a partir do momento da morte de Jesus Cristo, um novo testamento entrou em vigor. O sangue de Cristo foi derramado de uma vez por todas para perdão de peca-dos e salvação dos homens (Hb 9:22-28). Se o sacrifício de Cristo tivesse se-guido o padrão do antigo concerto, o Senhor teria de padecer muitas vezes. Contudo, seu sacrifício deu início a um novo concerto; foi perfeito e superior.8

3. Um sacrifício definitivo: No capítulo 10, algumas ideias principais dos capítulos anteriores são enfatizadas e ratificadas. O autor confirma: A Lei traz apenas uma sombra dos benefícios �ue hão de vir (...). Por isso ela nunca con-segue, mediante os mesmos sacrifícios repetidos ano ap�s ano, aperfeiçoar os �ue se apro�imam para adorar (Hb 10:1). A palavra “Lei” é uma referência a tudo aquilo que já foi mencionado anteriormente, e, segundo o escritor de Hebreus, é apenas uma “sombra” dos benefícios que estão por vir, não a rea-lidade destes. Uma sombra é uma revelação incompleta de seu objeto.9 Ob-viamente, pelo contexto, o autor de Hebreus está tratando das leis cerimo-niais, não da lei dos dez mandamentos, visto que esta permanece em vigor.

O sistema sacrificial era uma “sombra” da obra que Cristo realizaria na cruz, e, por isso, era inferior e incapaz de remover o pecado do adorador: Pois � impossível �ue o sangue de touros e bodes tire pecados (Hb 10:4). A repetição dos sacrifícios diários e o Dia da Expiação, ano após ano, revelavam a defici-ência do sistema como um todo.10 Os sacrifícios de animais eram um meio temporário de lidar com o pecado; não aperfeiçoavam o adorador, mas ape-nas o purificavam cerimonial e temporariamente. Podiam cobrir os pecados e adiar o julgamento, mas não traziam redenção definitiva. Aliás, essa nunca foi a intenção de Deus; esses sacrifícios eram temporários e apontavam para o futuro, para a vinda do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

Os animais nunca representaram o desejo final de Deus. Por isso mesmo, quando os israelitas começaram a sacrificar como mero ritual, enquanto viviam como bem desejavam, Deus não se agradou de seus sacrifícios. Rios de sangue de animais não podiam agradar a Deus. Ele não é ritualista.11 Os animais tão somente apontavam para Cristo. As-sim, �uando Cristo veio ao mundo, disse: Sacrifício e oferta não �uiseste, mas um corpo me preparaste; de holocaustos e ofertas pelo pecado não te agradaste (Hb 10:5-6). O que trouxe deleite a Deus, que já estava farto de

8. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal (2009:622).9. Arrington; Stronstad (2003: 1597).10. Wiersbe (2006: 405).11. �acDonald (2008:854).

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sacrifícios vazios e superficiais, foi a disposição do �essias em fazer a sua vontade: Então eu disse: A�ui estou, no livro está escrito a meu respeito; vim para fazer a tua vontade, � Deus (Hb 10: 7). Deus preparou um corpo humano para Cristo, que veio ser sacrificado pelo pecado.

O que fica evidente no texto é: a imperfeição da primeira aliança trouxe a necessidade e a urgência em se estabelecer a segunda através de Cris-to (Hb 10:10-11). Este, no ofício de sacerdote, acabando de oferecer, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à direita de Deus. Daí em diante, ele está esperando at� �ue os seus inimigos sejam colocados como estrado dos seus p�s (Hb 10:12-13). O sistema de sacrifícios não podia remover completamente o pecado; o sacrifício de Cristo fez isso. Cristo agora está assentado � destra de Deus. E por que ele pôde se assentar ali? Porque “o seu sacrifício foi completamente suficiente para se encarregar da questão do pecado”,12 que está mais do que expiado; está destruído!

Por meio de um único sacrifício, Cristo fez aquilo que uma infinidade de sacrifícios de animais jamais conseguiu fazer: ... ele aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados (Hb 10:14). A obra de Cristo proporcionou aos homens todas as condições de se santificarem ao Deus santo (1 Ts 5: 23-24). As leis de Deus seriam colocadas no coração deles e escritas em suas mentes. Seus pecados seriam perdoados de uma vez por todas (Hb 10:16-18). Agora, com os pecados perdoados, “os cristãos agora podem entrar na real presença de Deus. A culpa que permanecia sob o antigo concerto agora foi perma-nentemente removida”.13 Graças a Deus!

01. Leia Hb 9: 1-7; Ex 25:23-30; Lv 16: 2-34, 24: 5-9; Nm 18: 2-6; o item 1, e comente sobre o tabernáculo e o serviço sacerdotal que faziam parte da antiga aliança.

02. Leia Hb 9:8-10, o item 1, e comente a interpretação do escritor de Hebreus sobre os ritos e serviços da antiga aliança.

12. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal (2009: 624).13. Idem.

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03. Leia Hb 9:11-15, 24; o item 2, e comente a seguinte frase: “Seu serviço divino como sacerdote é diferente do serviço levítico, tanto no que diz respeito ao lugar quanto no que diz respeito ao sangue sacrificial usado”.

04. Leia Hb 10:1-4; o item 3, e responda: Por que o sacrifício anual oferecido pelo sumo sacerdote na antiga aliança era imperfeito?

05. Leia Hb 10:5-9; o item 3, e responda: Se Deus não se agrada de sacrifícios de animais, do que ele se agrada então?

II. PRATICANDO A MENSAGEM DA CARTA

1. Temos acesso a Deus por meio do sacrifício de Jesus: desfrute-mos esse privilégio!

O escritor de Hebreus foi enfático ao afirmar: Por isso mesmo, ele � o Me-diador da nova aliança (Hb. 9: 15). Na antiga aliança, os sacerdotes e o sumo sacerdote, da ordem levítica, eram os “mediadores” entre Deus e a nação de Israel. Com a morte de Cristo na cruz do Calvário, tudo isso mudou: sur-giu um novo, exclusivo e eterno Sumo Sacerdote. Paulo, em sua epístola a Timóteo, disse: Por�uanto há um s� Deus e um s� Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem, o �ual a si mesmo se deu em resgate por todos (1 Tm 2: 5-6). Somente Jesus Cristo pode nos levar � presença do Pai.

06. Leia a primeira aplicação e comente o texto paulino de 1 Tm 2:5-6.

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2. Temos o perdão de Deus por meio do sacrifício de Cristo: viva-mos como perdoados!

Aprendemos, ao longo da lição, que Jesus Cristo foi, ao mesmo tempo, o sumo Sacerdote e o sacrifício. Na antiga aliança, o sumo sacerdote entrava uma vez ao ano no Santo dos Santos e aspergia sangue de animais sobre o Propiciatório, a fim de purificar a si mesmo e ao povo. Todavia, esse rito apenas purificava cerimonialmente, mas não removia o pecado de uma vez por todas. Na nova aliança, o sangue derramado não foi sangue de bodes ou de touros, mas do próprio Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado mundo (Jo 1:29). Jesus Cristo é a solução para o maior problema da hu-manidade: o pecado. Se você o recebe como Senhor, tem seus pecados perdoados. Viva sem culpa, como uma pessoa liberta e perdoada por Deus.

07. Leia a segunda aplicação e comente sobre a eficácia do sacrifício de Cristo.

CONCLUSÃO: O estudo de hoje nos ensinou um pouco mais sobre a antiga e a nova aliança. Recordamos os ritos do sacerdócio levítico e os comparamos com a excelente e exclusiva obra sacerdotal do nosso Senhor Jesus. Aprendemos que fazemos parte de uma nova e perfeita aliança feita no sangue de Cristo. Aprendemos também que Jesus Cris-to é o único �ediador entre o Deus Santo e nós, pecadores redimidos. Aprendemos, ainda, que Cristo nos oferece perdão pleno, através de seu sacrifício perfeito. Que, a partir dessas verdades bíblicas, possamos con-fiar, ainda mais, na obra de Cristo em nosso favor.

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TEXTO BÁSICO: Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho �ue ele nos consagrou. (Hb 10:19-20)

INTRODUÇÃO: Existem algumas pessoas que são inacessíveis. Agen-das super lotadas, inúmeras reuniões etc. Já pensou se Deus fosse assim? Já pensou se, para falar com ele, tivéssemos de ligar para algum anjo agendando a conversa? Se ele atendesse apenas uma pessoa por vez? Nosso Deus não é assim! Não há secretária alguma; não há impedimento algum. Ele está disponível 24 horas por dia. Agora mesmo, se quisermos, podemos falar com ele e ser ouvidos com a atenção que só um Pai como ele pode nos dar. Se houvesse uma sala, a porta estaria sempre aberta. Na lição de hoje, meditaremos sobre isso e veremos como foi possível este acesso a Deus. Que tenhamos um proveitoso estudo.

I. ENTENDENDO A MENSAGEM DA CARTA

O texto de Hebreus 10:19-39, que servirá de base para esta lição, con-tém uma mensagem importante para o crente de hoje. É um convite para

9 JUN 2012

10Hinos sugeridos: BJ 06/ BJ 277

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

Domingo, 03 de junho: ................. Hb 10:1-6Segunda, 04: .................................. Hb 10:7-11Terça, 05: ........................................ Hb 10:12-18Quarta, 06: .................................... Hb 10:19-23Quinta, 07: ..................................... Hb 10:24-28Sexta, 08: ...................................... Hb 10:29-33Sábado, 09: ................................... Hb 10:34-39

�ostrar ao estudante que o verdadeiro caminho que nos conduz � presença de Deus foi aberto por Jesus Cristo, em sua morte, quando o véu do templo, que tipificava a nossa separação dele, foi rasgado.

Entre, a porta está aberta!

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que nos aproximemos de Deus pelo novo e vivo caminho. O “rasgar” do véu que separava o Santo do Santíssimo, ocorrido por ocasião da morte de Jesus, tem um importante significado figurativo: Significa que, a partir de então, o acesso ao Santo dos Santos, ou seja, o acesso a Deus, mediante Jesus Cristo, estava franqueado a todos. Todavia, o autor de Hebreus dirige seu convite aos “irmãos” (v. 19). Somente as pessoas que se entregaram a Cristo, que foram transformadas por ele em seus “irmãos”, têm acesso a esta bênção. Entendamos, de forma mais clara, esta mensagem na carta.

1. Entremos! O Pai aguarda por nós! O nosso texto começa dizendo: Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos. O convite está feito, cabe a nós a decisão de aceitá-lo. Este convite jamais seria aceito por um israelita, antes de Cristo. Jamais um adorador, sob a Antiga Aliança, teria a ousadia de tentar entrar no Santo dos Santos. O templo, onde se realizavam os sacrifícios, estava dividido em dois compartimen-tos: o Lugar Santo e o Santo dos santos. No Santo dos santos, só o sumo sacerdote podia entrar, uma vez por ano.

O espesso véu “que separava o santuário do lugar santíssimo era uma barreira entre o povo e Deus. Somente pela morte de Cristo é que esse véu foi rasgado (�c 15:38) e foi aberto o acesso para o santuário celes-tial, onde Deus habita”.1 O autor de Hebreus convida os seus leitores a entrar com “intrepidez”. O termo também poderia ser traduzido por “ale-gre confiança”. Como já dissemos antes, a nenhum adorador, na história do povo de Israel, era permitida a entrada no Santo dos santos. O acesso a esse lugar era permitido somente ao sumo sacerdote e apenas no dia da expiação, que ocorria uma vez por ano: no dia 10 do sétimo mês. En-tão, poder fazer isso agora, devia ser motivo de muita alegria.

Desde a entrada do pecado no mundo, o acesso direto � presença de Deus foi dificultado aos humanos, fazendo-se necessária a figura de um intermediário para tornar possível o relacionamento entre eles e Deus. A princípio, foram os patriarcas que exerceram esse papel; depois, vieram os profetas e os sacerdotes. Estes últimos, por centenas de anos, foram os representantes dos homens diante de Deus, pois tomavam conheci-mento das necessidades deles e as levavam a Deus, através dos sacrifí-cios que eram feitos anualmente pelos pecados do povo.

2. Quem abriu essa porta? O autor de Hebreus diz que temos acesso a Deus, pelo sangue de Jesus. A nossa “permissão de entrar na presença de Deus

1. Wiersbe (2006:407).

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não se deve ao sangue de animais, mas sim ao sangue que Cristo derramou”.2 Nos sacrifícios que eram feitos no passado pelos sacerdotes, com o objetivo de obter o perdão dos pecados do povo, era indispensável a presença do sangue de animais. O sumo sacerdote, encarregado desse serviço, tinha de oferecer sacrifício pelo seu próprio pecado, antes de orar e interceder pelo povo. Hoje, não temos mais necessidade de sangue de animais, nem de me-diação humana, nem de repetição do mesmo sacrifício, porque Jesus morreu por nós, abrindo-nos a porta e franqueando-nos a entrada até o trono do Pai.

No princípio, ainda no Éden, Deus demonstrou interesse em continuar mantendo boas relações com os seres humanos. E isto aconteceu por al-gum tempo. A Escritura afirma que, naquele tempo, Deus passeava pelo Jardim e conversava com o primeiro casal (Gn 3:20). Porém, o pecado interrompeu essas boas relações e, em consequência dele, os humanos se afastaram de Deus e passaram a necessitar de intermediários para se comunicarem com ele. Com a morte de Jesus, porém, o reencontro entre ambos se tornou possível: Mas agora em Cristo Jesus, v�s, �ue dantes es-táveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto (Ef 2:13).

O autor de Hebreus também diz que temos um grande sacerdote sobre a casa de Deus (v. 21). É interessante que Jesus, como sumo sacerdote, é chamado de “grande”, “como é a obra que Cristo fez por nós, que resultou na comunhão com a Sua pessoa e na vida em sua presença, as quais são as mais preciosas de todas as bênçãos. Foram estas o alvo de Seu sofrimento e triunfo”.3 Agora, qualquer um pode ir diretamente � presença dele, e sem medo, desde que utilize o caminho por ele indicado: Pelo novo e vivo caminho �ue ele nos consagrou pelo v�u, isto �, pela sua carne (Hb 10:20). O caminho é novo porque não depende mais do sangue de animais e nem de intermediários humanos. É vivo porque tem vínculo com uma pessoa viva: Jesus. Ele é o próprio caminho, e está vivo. Temos acesso a Deus, quando andamos por este caminho, quando temos comunhão com Cristo.

3. Privilégio responsável: Depois de exortar seus leitores a entrarem com ousadia no santuário do Senhor “pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou”, o escritor da carta aos Hebreus enumerou duas condi-ções a atender e dois estados preliminares necessários, para se aproxi-mar de Deus. Sobre as duas condições, a primeira é aproximar-se com coração sincero (v. 22a). Um coração assim é “fiel, em contraste com o árido e hipócrita. Deus sempre olha o coração e vê além das retenções e

2. Idem.3. Wiley (2008:445-446).

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superficialidades. O coração sincero é honesto diante de Deus”.4 Levando em conta tudo o que Cristo fez por nós, devemos nos aproximar de Deus sem fingimentos, sem intenções impuras em nosso interior.

A segunda condição é “em inteira certeza de fé” (v. 22b). O acesso � presen-ça de Deus está reservado �queles que têm fé, pois a mesma Escritura afirma: Mas o justo viverá da f�; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele (Hb 10:38); e ainda: De fato, sem f� � impossível agradar a Deus, por�uanto � necessário �ue a�uele �ue se apro�ima de Deus creia �ue ele e�iste (Hb 11:6). Então, para se aproximar de Deus é preciso ter fé: fé na sua existência, na obra expiatória de Cristo, na obra do nosso sumo sacerdote diante de Deus. Não podemos ter “dúvidas ou erros quanto ao livre acesso a Deus que nos foi aberto através de Cristo como nosso Sacrifício e supremo Sumo Sacerdote”.5

Os estados preliminares necessários para nos aproximarmos de Deus são os seguintes: 1) “tendo os corações purificados da má consciência” (v. 22c), e 2) “o corpo lavado com água limpa”. Os verbos, “purificado” e “lavado” referem-se a acontecimentos passados. Eles, claramente, se referem a duas funções do antigo sacerdote: a aspersão com sangue e água (um gesto que o sacerdote executava para a purificação dos pecados) e a lavagem com água (os sacerdotes, em seu ministério diário, deveriam lavar-se na bacia, pois, para os judeus, a lavagem exterior era muito importante; a água era de uso comum em seus rituais de purificação). Jesus preparou tudo isso para todos nós. Esses dois itens estão relacionados � nossa regeneração. Somente os que nasceram de novo foram perdoados e purificados, podem e devem aproximar-se com coração sincero e plena certeza de fé. Jesus nos purificou dos nossos pecados. Estes são incentivos para nos aproximarmos de Deus.

4. Adotemos os seguintes critérios: Nos versículos 23-25, do capí-tulo 10 desta carta, o autor faz outras recomendações igualmente im-portantes: a) Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; b) e consideremo-nos uns aos outros; e c) não deixando a nossa congrega-ção. Vejamos cada uma delas: a) “retenhamos firmes a confissão da nossa esperança”. Com base nestas palavras, Wiersbe entende que “os leitores desta carta estavam sendo tentados a abandonar sua profissão de fé em Jesus Cristo e voltar ao culto segundo a antiga aliança”.6 Por isso, as pa-lavras aí expressas têm o sentido de um apelo ao retorno daqueles que estavam querendo voltar atrás.

4. Idem, p. 446.5. Arrington; Stronstad (2003:1602).6. Wiersbe (2006:408).

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b) “... e consideremo-nos uns aos outros...”. A consideração mútua deve ser uma característica marcante na vida dos verdadeiros cristãos. A comu-nhão entre os fiéis seguidores de Cristo não deve e não pode ser interrom-pida sem prejuízo para toda a comunidade. O amor, a consideração e o respeito devem ser cultivados por todos, em todo tempo. A consideração a que se refere o versículo 24 do capítulo 10 desta carta é o estímulo de que cada um precisa para continuar praticando boas obras, pois, assim fa-zendo, cada um estará incentivando os demais a serem fiéis e obedientes.

c) “... não deixando a nossa congregação”. Estas palavras parecem ter sido dirigidas �queles crentes que, por razões que desconhecemos, esta-vam desmotivados quanto ao dever de frequentar a igreja. A participação nos cultos é muito importante, porque favorece o crescimento espiritual do crente e fortalece os laços da amizade cristã e religiosa entre os fiéis. Para evitar que essa negligência continuasse acontecendo, a recomen-dação dada foi a seguinte: ... antes admoestemo-nos uns aos outros; e tanto mais �uanto vedes �ue se vai apro�imando a�uele Dia. O “Dia” se refere ao retorno glorioso de Cristo. Quanto mais este dia se aproxima, ajudemo-nos uns aos outros com palavras de ânimo.

01. Leia Hb 10:19a, o item 1 e discuta com a classe o que representava o véu do templo para os judeus? Que convite temos neste texto? Isto é diferente do que acontecia entre os judeus?

02. Leia Hb 10:19b-20, o item 2 e comente sobre quem nos abriu a porta de entrada à presença de Deus e através de quê? Fale sobre o “novo e vivo caminho”.

03. Em Hb 9:11-12, 10:21, está escrito que Jesus é o nosso grande sacerdote sobre a casa de Deus. Em que o sacerdócio de Cristo difere do sacerdócio levítico?

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04. Leia Hb 10:22, o item 3 e discuta com a classe as condições e os pré-requisitos básicos apontados por esse escritor como necessários a uma melhor aproximação com Deus.

05. Leia Hb 10:23-25, o item 4 e responda: Que recomendações são feitas por esse escritor sagrado, envolvendo a confissão de fé, a consideração de uns pelos outros e a frequência aos cultos?

II. PRATICANDO A MENSAGEM DA CARTA

1. A porta está aberta! Entremos confiantes na presença do Pai. A oportunidade que nos foi dada por Deus de nos permitir chegar � sua

presença, por meio da morte de seu Filho Jesus Cristo, constitui um privi-légio que jamais poderemos esquecer. Hoje, ao contrário do que acontecia na Antiga Aliança, temos acesso ao trono do Pai, sem a intervenção de sangue de animais. O mais importante é saber que somos aceitos por ele. Por isso, sejamos suficientemente ousados, corajosos, seguros e confiantes, como nos recomenda a sua palavra, como está escrito em Hb 10:19. Por isso, conversemos com o nosso Pai. Em todo tempo, em todos os lugares.

06. Leia a primeira aplicação e comente sobre a bênção de podermos entrar “confiantemente” na presença do Pai. O que isso significa para você?

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2. A porta está aberta! Continuemos firmes na presença do Pai. A Palavra nos diz: Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança,

porque fiel é o que prometeu (v.23). Firmeza é a qualidade de que mais estamos precisando nesses tempos difíceis que estamos vivendo. Estar firme é ser perseverante na fé e na obediência; é não vacilar e nem de-sistir da caminhada, mesmo que ela seja espinhosa e difícil; é procurar o auxílio divino, sempre que o nosso bem-estar espiritual seja ameaçado. Deus estará sempre pronto a nos atender, se nos aproximarmos dele com verdadeiro coração e inteira certeza de fé.

07. Leia a segunda aplicação e responda: O que é necessário, de nossa parte, para que continuemos firmes na presença do Pai? O que significa estar firme?

CONCLUSÃO: Chegamos ao final de mais um estudo. Nele, foi-nos mostrada a diferença entre os servos de Deus do passado e os do pre-sente, no que diz respeito � oportunidade de acesso � presença de Deus. No passado, era o sangue dos animais sacrificados que possibilitava esse acesso, e o sacerdote, um homem tão imperfeito como qualquer de nós, era o intermediário nessa relação. Hoje, esse acesso nos é permitido, graças ao sacrifício de Jesus Cristo, que, feito uma única vez e de forma definitiva, foi suficiente para perdoar todos os nossos pecados. Sejamos gratos a Deus por essa providência.

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TEXTO BÁSICO: Ora, a f� � a certeza da�uilo �ue esperamos e a prova das coisas �ue não vemos. Pois foi por meio dela �ue os antigos receberam bom testemunho. (Hb 11:1-2)

INTRODUÇÃO: Atualmente, falar sobre a fé certamente é muito oportu-no, pois estamos vivendo um período em que muitas pessoas dizem ter fé e procuram demonstrá-la de várias maneiras. �as que tipo de fé é essa, e em que se fundamenta? Todos os dias, pela televisão, pela internet, pelos rádios etc., somos motivados a exercitar tal fé. �as será que conseguimos exercê-la sem primeiro compreender o que as Escrituras Sagradas, o manual da fé, nos ensinam? Portanto, mesmo vivendo num período em que a fé tem sido agu-çadamente explorada, teremos, através deste estudo, uma oportunidade de aprender o que verdadeiramente é a fé e como a Bíblia nos instrui a vivê-la.

I. ENTENDENDO A MENSAGEM DA CARTA

A carta aos Hebreus começa enfatizando a supremacia e a superiori-dade de Cristo sobre todas as coisas e sobre toda a criação (Hb 1:3-4). Ele

16 JUN 2012

11Hinos sugeridos: BJ 93/ BJ 121

Levar o estudante a compreender a definição do que é fé e como ela é imprescindível para a vida cristã.

Domingo, 10 de junho: ................. Hb 11:1-6Segunda, 11: .................................. Hb 11:7-10Terça, 12: ........................................ Hb 11:11-16Quarta, 13: .................................... Hb 11:17-22Quinta, 14: ..................................... Hb 11:23-28Sexta, 15: ....................................... Hb 11:29-34Sábado, 16: ................................... Hb 11:35-40

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

Afinal, o que é fé?

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é a imagem exata do Deus Vivo, consistindo no alvo único de nossa fé. Nele, e somente nele, deve estar alicerçada a nossa confiança. Portanto, através desta lição, estudaremos como a Bíblia Sagrada descreve o que verdadeiramente é a fé, quem foram seus maiores exemplos, o preço que se paga para viver pela fé e quais os benefícios e as bênçãos que a con-vicção em Deus nos proporciona. Sendo assim, vamos juntos aprender sobre a fé bíblica e de que maneira podemos continuar caminhando na verdadeira fé que está baseada em Jesus Cristo.

1. O significado da fé: �uitos, atualmente, acabam achando que a fé é uma crença no abstrato ou numa força interior (força do pen-samento), mas, para os evangelistas, para o Apóstolo Paulo e também para o autor de Hebreus, o centro da fé é Jesus Cristo (Jo 20:31; Rm 3:22, 10:17). As Escrituras Sagradas descrevem a fé como: ... a certeza da�uilo �ue esperamos e a prova das coisas �ue não vemos (v.1). A fé é um dos pontos fundamentais para o relacionamento com o criador. Na carta aos Hebreus, no capítulo 11, observamos que o termo utilizado para definir a palavra fé (pistis) está relacionado � confiança num Deus cujo caráter demonstra quem ele realmente é. O termo “certeza”, do grego hupostasis, diz respeito �quilo que se encontra sob uma fundamentação ou base, dando a certeza da realização.1

Nossa expectativa não é em algo incerto, mas naquele que cumpre o que diz e cuja palavra não volta atrás. Consequentemente, enquan-to aguardamos algo de Deus, temos a confiança de que podemos aguardar tranquilamente, sem temor. Portanto, a Bíblia ensina que a fé não é simplesmente um pensamento positivo. Também não é crer numa força mística e impessoal que influencia o ser humano. Pelo contrário, a fé é racional, já que acreditamos na revelação divina que está descrita nas Sagradas Escrituras. A verdadeira fé bíblica é a “con-vicção interior fundamentada na Palavra do Senhor (R 10:17)”.2 Atu-almente, muitas são as pessoas que afirmam ter fé, mas a verdadeira fé consiste em crer no que o próprio Espírito Santo registrou em sua palavra, por intermédio de homens santos, que foram instrumentos de Deus neste mundo. Tais homens, apesar de todos os sofrimentos e dificuldades que enfrentaram, confiaram plenamente no que ainda não viam, demonstrando uma convicção em Jesus Cristo que não dependia das circunstâncias.

1. Unger (2006:624).2. Wiersbe (2009:754).

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Ainda nesses versículos, a fé é apresentada como a prova das coisas que nós não vemos. Sobre essa afirmação, podemos até mesmo estar nos perguntando: Como crer no que não está ao alcance de nossos olhos? A resposta a essa pergunta é um dos objetivos principais do escritor de Hebreus: quando acreditamos na palavra de Deus, nós nos sentimos motivados por ela, a ponto de confiarmos plenamente que aquilo que ainda não contemplamos vai acontecer. Assim sendo, a fé é a crença na fiel palavra de Deus, pela qual o “crente é convencido de que as coisas que ele não pode ver são reais”.3

2. A exemplificação da fé: Em galerias de arte espalhadas pelo país e pelo mundo, podemos observar retratos e obras de homens que se tornaram importantes do ponto de vista da escultura e da pintura, como, por exemplo, �onet e Di Cavalcanti. Tais homens são referências no campo das artes. No capítulo 11 da carta de Hebreus, também temos homens que se tornaram referências, não por seus feitos ou por seus dotes artísticos, mas por sua vida de fé no Deus criador, que, por meio de sua palavra, criou os céus e a terra e tudo que neles há (Gn 1:1; 2:1). Sendo assim, esses homens entenderam e creram que o próprio Deus havia criado do nada todas as coisas, trazendo � existência, através de sua palavra, todo o universo.

Dentre esses homens, podemos citar o exemplo de Abel, que ofere-ceu a Deus um sacrifício superior ao de Caim. Pela f� ele foi reconhecido como justo, �uando Deus aprovou as suas ofertas (Hb 11:4). A Bíblia não especifica de que forma a oferta de Abel foi superior � de seu irmão; o que ela deixa claro é que sua fé, ao oferecer o sacrifício, tornou-o justo diante de Deus. Seu testemunho de fé foi tão significativo que fala a cada um de nós, ainda hoje. O que dizer, então, de Enoque? Ele viveu numa civilização que se desenvolvia do ponto de vista material, mas que estava perdendo sua perspectiva espiritual de eternidade. Esse homem exerceu uma fé tão íntima com o criador que o agradou. So-mente um homem com tamanha fé recebeu testemunho como o de Hb 11: 5: Pela f� Eno�ue foi arrebatado, de modo �ue não e�perimentou a morte; (...) pois antes de ser arrebatado recebeu testemunho de �ue tinha agradado a Deus.

Outro grande exemplo a ser destacado é o de Abraão. Ele creu no Senhor e foi justificado por meio de sua fé, que teve uma característica

3. Kistemaker (2003:436).

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muito peculiar: resultou em renúncia e obediência a Deus. Sua convic-ção era tão grande que ele saiu da sua terra natal (Ur dos caldeus) e, como peregrino, caminhou pela Terra Prometida como se estivesse em terra estranha (Hb 11:9). Da mesma forma, ele creu no cumprimento da promessa de que seria o pai de uma grande nação (Gn 15:5,6). Por tudo isso, Abraão é considerado o pai da fé (Rm 4:11). Poderíamos citar ainda vários homens e mulheres, como Noé, Jacó, �oisés, Davi, Raabe, Paulo. Todos eles entraram para a galeria dos heróis da fé, pois creram, incon-dicionalmente, nas promessas do Senhor.

3. As bênçãos da fé: A Bíblia afirma que todos aqueles que creem no Senhor desfrutam de suas bênçãos. Uma dessas bênçãos é a apro-vação: Pois foi por meio dela �ue os antigos receberam bom testemunho (Hb 11: 2). Essa aprovação não é proveniente do esforço humano, mas é concedida por Deus, mediante a concreta certeza em sua palavra e em suas promessas. Os antigos receberam essa aprovação por confiarem no Senhor de uma forma sincera. Todos eles tiveram sua vida e seu ministé-rio aprovados por Deus. Dessa maneira, puderam dar bom testemunho de sua fé a todos os homens. Os seus nomes foram gravados na história do povo de Deus, não por feitos poderosos, mas por sua fé alicerçada unicamente no autor e consumador da fé.

Outra bênção relacionada � fé é o entendimento: Pela f� entende-mos �ue o universo foi formado pela Palavra de Deus, de modo �ue a�uilo se vê não foi feito do �ue � visível (Hb 11:3). Ainda que a ciência esteja avançando a passos largos, trazendo consigo uma geração que precisa ver (ou provar) para crer, a fé bíblica está relacionada ao co-nhecimento e ao uso da própria razão humana. Portanto, quando as Escrituras Sagradas afirmam que, pela fé, entendemos, quer demons-trar que os antigos creram que o universo fora criado por meio da palavra de Deus. Esse aspecto corrobora a racionalidade da fé, e não sua irracionalidade, como vários cientistas afirmam. Do nada, o nosso Deus foi capaz de criar todas as coisas, utilizando somente sua palavra. Portanto, crer é também pensar.

Ainda relacionado �s bênçãos provenientes da fé, a Bíblia enfatiza que a melhor maneira de agradar ao Senhor é crer nele. Hb 11:6 diz: Sem f� � impossível agradar a Deus, pois �uem dele se apro�ima precisa crer �ue ele e�iste e �ue recompensa a�ueles �ue o buscam. Vivemos num período em que muitas pessoas querem se relacionar com Deus e desfrutar de suas bênçãos, sem, no entanto, conseguir agradá-lo. A maneira bíblica de agradar ao Senhor é crer na sua palavra e obedecer-lhe. Desta manei-

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ra, teremos proximidade com Jesus Cristo. Que, assim como os heróis da fé, agrademos a Deus com a nossa fé e a nossa obediência a ele.

4. Os custos da fé: Para muitas pessoas, o conceito de fé está relacio-nado a alcançar somente vitórias e nunca derrotas. �as a fé também tem o seu custo. É verdade que muitos homens fiéis a Deus derrotaram exér-citos, foram milagrosamente curados, enfrentaram fornalhas ardentes; mas tantos outros sofreram escárnios, privações, torturas e até mesmo prisões; porém, suportaram as adversidades e em nenhum momento se afastaram de Deus. Tais homens viveram pela fé porque sabiam que con-quistar o mundo e conseguir o sucesso não era um objetivo importante. Eles aguardavam uma vida superior, que somente Deus poderia propor-cionar. Podemos citar o exemplo de João Batista, que foi decapitado por dizer a verdade. E o apóstolo Paulo? Em 2 Co 11, ele enumera todas as dificuldades (que não foram poucas) pelas quais passou, por causa de sua fé em Cristo Jesus.

�uitos homens e mulheres de fé não foram libertos de situações ad-versas; no entanto, Deus contemplou a fé de cada um. Assim como Sa-draque, �esaque e Abede-Nego, devemos crer e obedecer a ele, mesmo que não sejamos libertos (Dn 3:16-18). O testemunho desses jovens nos dá uma lição de fé: mesmo que a nossa vida esteja em risco, mesmo que a doença nos assole; mesmo que o desemprego bata � nossa porta, mes-mo que a crise se apresente diante de nossa família, ainda assim exul-taremos no Senhor e nos alegraremos no Deus da nossa salvação (Hc 3: 18), pois por essa causa, tamb�m sofremos, mas não nos envergonhamos, por sabermos em �uem temos crido e estamos certos de �ue ele � poderoso para guardar o que lhe confiamos, até aquele dia (2 Tm 1:12).

Em muitos casos, o ser humano busca um reconhecimento na terra. Entretanto, o que a palavra de Deus menciona, em Hb 11:38, é que o mundo não era digno desses heróis da fé. Dessa forma, podemos concluir que, quando servimos a Deus com fé sincera e verdadeira, mesmo que não vejamos todas as promessas divinas cumpridas, de-vemos estar convictos de que aquele que prometeu é fiel para com-pletar toda a boa obra (Fp 1: 6), pois o que está prometido e garantido é uma cidadania celestial. Sendo assim, suportemos com fé os sofri-mentos da vida presente, na certeza de que, em Cristo, somos mais, muito mais do que vencedores.

01. Com base em Jo 20:31; Rm 3:22; 10:17, e no item 1, responda: Em que consiste o alicerce da nossa fé?

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02. Como Hb 11:1-6 define o que é fé?

03. Leia Hb 11:4-31, o item 2 e comente sobre o exemplo de um herói da fé.

04. Após ler o item 3, exemplifique uma bênção proveniente da fé.

05. Baseado em Hb 11:32–40; 2 Co 11:23-28; o item 4, responda: Quais são alguns custos da fé?

II. PRATICANDO A MENSAGEM DA CARTA

1. Creia: a fé em Deus é abençoadora. No decorrer desta lição, pudemos aprender que muitas bênçãos são

alcançadas por causa da fé. A Bíblia Aplicação Pessoal diz que o ponto inicial da fé é crer no caráter de Deus: ele é quem diz ser. O ponto final é

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crer nas promessas de Deus: ele fará o que diz.4 Quando temos essa fé, somos abençoados: recebemos aprovação, entendimento e agradamos a Deus. São bênçãos, sobretudo, espirituais. Para isso, devemos estar em-penhados em crer na palavra de Deus como nosso alicerce e em buscar andar com Deus, como Enoque andou. Portanto, agora que sabemos que a verdadeira fé nos proporciona bênçãos, peçamos ao Senhor da nossa vida que acrescente-nos a fé, sempre. Por meio de sua palavra, creiamos cada vez mais em quem Deus é e no que ele pode fazer.

06. Leia a primeira aplicação e fale sobre a fé abençoadora.

2. Siga: a fé em Deus é sustentadora. Ter uma fé verdadeira em Deus não é garantia de uma vida sem pro-

blemas. Hebreus 11 que o diga! O autor mostra como alguns servos de Deus sofreram pela fé. Para que os custos da fé não nos afastem do alvo maior, é imprescindível sabermos que viver pela fé é também confiar na fidelidade do Senhor. Podemos enfrentar as circunstâncias e situações mais adversas que esta vida terrena possa nos proporcionar, mas devemos estar bem certos de que aquele que nos alistou é fiel para nos conduzir em triunfo: Mas alegrem-se à medida �ue participam dos sofrimentos de Cristo, para �ue tamb�m, �uando a sua gl�ria for revelada, vocês e�ultem com grande alegria (1 Pd 4:12-13). Que permaneçamos pa-cientes, até a vinda de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A fé sempre “é testada; �s vezes, parece que é insensatez crer em Deus, mas, no fim, a fé sempre vence”.5

07. Leia a segunda aplicação e responda: Por que devemos crer na fidelidade divina?

4. Beers (2004:1744).5. Wiersbe (2009:756).

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CONCLUSÃO: O presente estudo mostrou vários aspectos do que re-almente é a fé e o que ela representa para aquele que serve a Jesus Cristo como Senhor, autor e consumador da fé (Hb 12:2): seu conceito, o exemplo de alguns heróis que viveram pela fé, além das bênçãos e dos custos que a ela estão relacionados. Compreender e praticar todos esses princípios deve ser o alvo de cada um de nós. Que, nesta geração pós-moderna, pluralista, consumista e relativista, nós, igreja e corpo de Cristo, possamos marcar o nosso tempo como homens, mulheres, jovens e crianças que confiam de todo coração e entendimento em Deus e em suas maravilhosas promessas.

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TEXTO BÁSICO: Portanto, tamb�m n�s, rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, depois de eliminar tudo o �ue nos impede de prosseguir e o pecado �ue nos assedia, corramos com perseverança a corrida �ue nos está proposta, fixando os olhos em Jesus. (Hb 12:1-2b – AS21)

INTRODUÇÃO: “Lembrai-vos dos primeiros dias” é o incentivo do au-tor de Hebreus aos cristãos judeus hesitantes, que estavam pensando em retroceder ao judaísmo (Hb 10:31-34). Nesse trecho de sua carta, ele mostra o quanto eles sofreram quando receberam a Cristo como Senhor; foi um grande desafio de sofrimentos (v. 32). Ora foram humilhados; ora, maltratados. Ora foram presos; ora tiveram bens confiscados. Não fazia nenhum sentido retroceder agora, depois de tudo o que já haviam pas-sado por Cristo. Por isso, demonstrando percepção de um bom pastor, o escritor dirige-se a estes crentes e os exorta a permanecerem firmes (Hb 10:35-36). No capítulo 12, que será a base desta lição, ele volta a fazer este mesmo chamado � perseverança. Nas lições anteriores, tratamos sobre a supremacia de Cristo; na presente lição, veremos a responsabili-dade dos crentes frente � superioridade de Jesus.

23 JUN 2012

12Hinos sugeridos: BJ 12/ BJ 87

Ajudar o crente a entender melhor sua responsabilidade no processo de santificação, a manter-se firme na fé e a ajudar os irmãos em Cristo em seus momentos difíceis.

Domingo, 17 de junho: ................. Hb 12:1-4Segunda, 18: ..................................... Hb 12:5-8Terça, 19: .......................................... Hb 12:9-12Quarta, 20: .................................... Hb 12:13-16Quinta, 21: ..................................... Hb 12:17-20Sexta, 22: ....................................... Hb 12:21-24Sábado, 23: ................................... Hb 12:25-29

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

Não tire os olhos dele!

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I. ENTENDENDO A MENSAGEM DA CARTA

Com o objetivo de facilitar a compreensão da mensagem por parte de seus leitores, o escritor da Carta aos Hebreus, no capítulo 12, utiliza figuras bem conhecidas em seus dias. Seus contemporâneos haviam de-senvolvido interesse especial pelos esportes1 e os cristãos do primeiro século conheciam bem essa realidade. Ele utiliza a figura da arquiban-cada com os espectadores, da arena com os atletas, da competição, da vestimenta do competidor, do preparo do atleta para competir bem, da necessidade de observar a pista da corrida. Santificação, foco, disciplina e responsabilidade corporativa serão analisadas a seguir.

1. Busquem a santificação: Para Deus, a santificação de seus filhos é questão prática e é demonstrada na maneira como se relacionam com o próximo – amigos, vizinhos, cônjuge, filhos, pais e, inclusive, inimigos (Hb 12:14) –; como administram seus negócios, suas finanças, seus bens, e, ainda, como se relacionam com ele, inclusive nos momentos difíceis. Paz e santificação caminham de mãos dadas e precisam ser vistas no dia a dia do crente. O cristão se diferencia dos não cristãos por seu compor-tamento, seus pensamentos e suas atitudes.

Sobre a busca pela santificação, o autor da Carta aos Hebreus diz: ... desembaracemo-nos de todo peso e do pecado �ue tenazmente nos assedia (Hb 12:1). Observe que são usadas as palavras peso e pecado. A primeira palavra (peso) refere-se a tudo que tornaria o atleta mais lento na corri-da – a túnica, que era comprida e não permitia passos largos, os calçados inapropriados. O atleta deveria por de lado, rejeitar, abandonar, desprezar o peso extra para correr bem. A vestimenta do corredor de longa distância é camiseta, shorts e tênis, e pesa menos de meio quilo.2 Peso pode não ser pecaminoso, mas, se tornar o cristão lento na corrida, torna-se pecado.

Já a palavra pecado tem sentido mais amplo. Todo tipo de pecado pre-cisa ser eliminado na vida do crente. Cada pessoa tem seu ponto fraco e é exatamente nesse aspecto que precisa vigiar mais. Qualquer um pode, em determinado momento, ser surpreendido em alguma falta, mas exis-tem aquelas situações constantes. O ponto fraco de alguns pode ser

1. Kistemaker (1990:512).2. Idem, p.519.

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o dinheiro; de outros, o poder, o sexo ilícito, e a lista não para por aqui. Cada um precisa conhecer-se e seguir a recomendação de Jesus para vencer seus pontos fracos (�t 26:41).

2. Olhem para ele: Ninguém vence na vida, se não tiver foco. Quando aqueles crentes estavam enfrentando a tentação de se desconcentrar e perder o foco, com o risco de abandonar sua fé, o autor da carta que lhes é destinada, a de Hebreus, incentiva-os a manter o foco na posição certa: ... olhando firmemente para o autor e consumador da fé, Jesus. Essa afirmação sugere desviar os olhos de pessoas ou coisas e olhar exclu-sivamente para Jesus. Diz respeito � impossibilidade de olhar em duas direções simultaneamente.3 Trata-se de olhar para Jesus sem distração nenhuma. Então, todas as demais coisas se tornam secundárias.4

Jesus é o autor e consumador da f�. A salvação está em Cristo. Ele é o agente, o promotor da salvação (Hb 2:10). A palavra grega teleiontes, tra-duzida por “aperfeiçoador”, refere-se a alguém que leva alguma coisa até o seu fim. A informação clara, neste texto, é que Jesus quer que o crente permaneça firme, e se manterá ao lado dele, até o fim, para que este objetivo seja alcançado. Jesus nunca desiste dos seus (Jo 17:12). Com relação a isso, Paulo apresenta a seguinte certeza: ... a�uele começou boa obra em v�s há de completá-la at� ao Dia de Cristo (Fp 1:6).

Em determinados momentos, é possível ceder, como Elias, ao pensa-mento de estar sozinho (1 Rs 19:9-10). É preciso manter a consciência de que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas (Hb 12:1). São os heróis da fé que estão presentes, através de seu testemunho (Hb 11), e, acima de tudo, Cristo, que está sempre com os seus. O autor e consu-mador da f�, através da sua palavra, garante a todo crente a ininterrupta assistência divina na corrida que lhe está proposta. Contemplar, pela fé, a Jesus, na posição elevada em que está, traz segurança ao coração e certeza de sua presença constante (�t 28:20).

3. Aceitem a disciplina: Deus corrige seus filhos. Aceitar a correção é não tentar fugir dela; é permitir que a disciplina do Senhor realize a correção necessária; é cair de joelhos perante Deus e, assim, aprender as lições que ele preparou para o crescimento do crente (Rm 8:28-29). A disciplina para os filhos pode parecer contraditória, até que se perceba que não é extensiva aos que não são de Deus (Hb 12:8). É importante ter em mente o propósito final da disciplina: levar o crente a participar da santidade divina (Hb 12:10).

3. Guthrie (1983:234).4. Kistemaker (1990:520).

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Ao citar Pv 3:11-12, o escritor sagrado está comunicando aos seus leitores que Deus se dirige aos seus filhos por intermédio de sua palavra, orientando e incentivando-os. O crente é filho de Deus e precisa viver como tal, sentir que a mão de Deus está agindo em sua vida, mesmo na adversidade e saber que as adversidades podem ser instrumentos divinos para seu crescimento espiritual (Jó 2:10). Assim, o crente não se sentirá desencorajado ante a adversidade, mas ficará firme, por saber que Deus é seu pai e está agindo para o seu bem.

É difícil aceitar a disciplina, enquanto ela está acontecendo (Hb 12:11). Quando, na hora do almoço, o pai não permite que o filho coma so-mente doce, mas lhe dá alimento saudável, está sendo responsável e amoroso; está pensando no futuro do filho, pois a disciplina, dentro de seus limites, pode parecer ruim, na infância, mas produz bons resultados na vida adulta. Através de diferentes situações, Deus limita seus filhos, impedindo que façam o que não deveriam ou que não façam o que de-veriam. Ele é pai amoroso e pensa em seu futuro.

4. Exercitem o companheirismo: A recomendação registrada em He-breus 12:13 é novamente um empréstimo tomado do mundo esportivo. O autor está se expressando como um treinador de um time esportivo,5 e usa dito familiar aos seus leitores e ao mundo dos esportes da época.6 Os corredores precisam de encorajamento, durante a corrida, que, �s vezes, é desgastante. Esse encorajamento é expresso no dito proverbial: “Firmai as mãos cansadas e os joelhos vacilantes”. Ele ainda diz mais: Endireitem os caminhos para os vossos p�s. Era comum o atleta observar a pista da corrida, antes de a iniciar, para perceber possíveis deficiências, para evitar quedas, machucados e a sua desqualificação. Por isso, os ca-minhos deveriam ser nivelados. Ao fazer isso, os atletas mais preparados estavam fazendo um trabalho importante. Nem todos os competidores têm a mesma condição física. Desta maneira, até os corredores menos preparados, que, no texto, são chamados de “coxos ou mancos”, pode-riam completar a corrida.

A mensagem aqui transmitida é sobre a necessidade, a obrigação e a responsabilidade corporativa que os crentes têm (Hb 3:13; 4:1; 6:11). Noutras palavras, “as decisões corretas que forem tomadas pelos fortes beneficiarão os fracos, e assim todos poderão completar juntos a carrei-

5. Wiersbe (2006:420).6. Kistemaker (2003:536).

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ra, sem que alguns se desviem”.7 Entre os cristãos hebreus, havia vacilan-tes, que estavam em dúvida entre o cristianismo e o judaísmo.8 O apelo, então, era em favor do fraco e do desanimado, que estavam manquejan-do na fé. O corpo de Cristo é formado de muitas partes (1 Co 12:12-27) e todas formam uma unidade, sendo que nenhuma parte existe por si mesma, mas cada uma é responsável pelo todo e a totalidade do corpo é responsável por cada parte individualmente (Rm 15:1).9 O membro do corpo de Cristo tem a tarefa de cuidar do outro em questões espirituais, de maneira que a ninguém seja permitido extraviar-se, sem que receba orientação e seja animado a permanecer na fé.

Não deve haver indiferença, como a que Caim demonstrou (Gn 4:9). É preciso trabalho árduo para remover as pedras e tornar o caminho reto. Quando o cristão segue pelo caminho errado ou quando acrescenta dificuldades ao caminho, torna-se mau exemplo para os que virão de-pois. O crente deve ter em vista não apenas a própria sobrevivência, mas também o fato de que outros seguirão pelo mesmo caminho. Portanto, a orientação é também no sentido de que se deve fazer o melhor para que os outros, que virão em seguida, não sejam prejudicados, e os me-nos qualificados, ao invés de caírem, se fortaleçam e sigam os exemplos de seus antecessores, que fizeram o melhor, aplanando o caminho para facilitar-lhes a caminhada.

01. Leia Hb 12:1,14; Mt 26:41; o item 1, e responda: Qual o sentido das palavras peso e pecado, e como se cresce na santificação pessoal?

02. Leia Hb 12:2, 2:10; Fp 1:6; o item 2, e comente sobre Jesus, o autor e consumador da fé. Fale, ainda, sobre o desejo do Senhor Jesus de que cada crente permaneça firme até o fim.

7. Arrington; Stronstad (2003:1634).8. Wiley (2008:517).9. Kistemaker (2003:537).

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03. Após ler Hb 12:5-11; Rm 8:28, e o item 3, comente sobre o propósito da disciplina de Deus.

04. Leia 1 Co 12:12-27; Hb 3:13; 4:1, 6:11, os dois primeiros parágrafos do item 4 e fale sobre a responsabilidade do membro em relação ao corpo.

05. Leia Hb 12:13, o terceiro parágrafo de item 4 e fale sobre a responsabilidade do crente em ser exemplo.

II. PRATICANDO A MENSAGEM DA CARTA

1. Olhar para Jesus é não ir pelos atalhos.Somos chamados e orientados para a corrida; precisamos saber que

não temos a opção de escolher como correr. A Bíblia nos aponta a corrida �ue nos está proposta (Hb 12:1). Corra a corrida que Deus lhe propõe, sa-bendo que cada um tem sua própria pista com seus obstáculos. �uitos es-tão fora tentando imaginar como seriam felizes, se estivessem no lugar de outro, e, com isso, perdem tempo e desperdiçam energia. Deus não errou, ao lhe propor a sua corrida. Reclamar é o mesmo que dizer a Deus que ele errou. Pare de reclamar. Volte para a corrida e não tire os olhos de Jesus.

06. Leia 1 Co 10:10, a primeira aplicação e comente a sobre a corrida que nos está proposta. Discorra também sobre a afirmação “sabendo que cada um tem sua própria pista com seus obstáculos”.

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2. Olhar para Jesus é também perceber o próximo.Nenhum crente é autossuficiente, no processo de santificação e no

relacionamento com Deus. Todos precisamos de ajuda e todos podemos ajudar. Essa é a dinâmica do corpo de Cristo. Irmãos na fé podem estar em dificuldade, assolados por problemas familiares, financeiros e outros que também afetam a vida espiritual. Alguns se enfraqueceram e estão a ponto de se afastar da fé. A indiferença faz com que não tenhamos nenhuma percepção da necessidade destas pessoas. Palavras de encora-jamento, citações de textos bíblicos, orações são formas de ajudar.

07. Leia Rm 12:15, a segunda aplicação e comente sobre a postura certa em relação aos que precisam de ajuda. O que você pode fazer, a fim de que não se extravie o que é manco; antes, seja curado?

CONCLUSÃO: O capítulo 12 da Carta aos Hebreus é um estímulo � perseverança. A santificação é um processo que requer tal virtude. �ui-tos são os obstáculos, e o crente precisa manter os olhos fitos em Cristo, que é o grande exemplo. Por causa da alegria que viria depois, ele supor-tou injúrias e sofrimentos. A disciplina divina nunca é perda de tempo. É uma ajuda no amadurecimento do crente, para que, depois de passadas todas essas coisas, este possa contemplar o Senhor em sua perfeição. A responsabilidade do crente é ficar firme e crer que a capacitação para vencer vem de Deus.

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TEXTO BÁSICO: Saiamos, pois, a ele, fora do arraial, levando seu vitu-p�rio (...). Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, �ue � o fruto de lábios �ue confessam o seu nome. (Hb 13:13,15)

INTRODUÇÃO: Não é dentro do arraial, mas fora dele, que nos identifica-mos com Cristo (Hb 13:13). O nosso compromisso não se restringe a quatro paredes de um templo, mas se estende, também, � vida secular. O capítulo 13 de Hebreus é uma lição de espiritualidade. Portanto, se você almeja ter uma espiritualidade sadia, leia este capítulo com atenção e não hesite em meditar profundamente no conteúdo deste estudo. Ser um crente espiritual, segundo as Escrituras, é muito mais que estar na igreja, nos dias de culto, cantando, ofertando, pregando etc. É disso que trataremos a partir de agora.

I. ENTENDENDO A MENSAGEM DA CARTA

O livro de Hebreus não poderia terminar de modo tão adequado. O autor trata, no capítulo 13, sobre a espiritualidade cristã. Ele dá a enten-der, propositadamente, que a verdadeira espiritualidade sempre será ali-cerçada na pessoa de Jesus. Caso contrário, ela não passará de ritualismo

30 JUN 2012

13Hinos sugeridos: BJ 173/ BJ 79

Ensinar ao estudante da Escola Bíblica que a verdadeira espiritualidade envolve boas obras que beneficiem o próximo e prestem adoração a Deus.

Domingo, 24 de junho: ................. Hb 13:1-4Segunda, 25: ..................................... Hb 13:5-8Terça, 26: .......................................... Hb 13:9-11Quarta, 27: .................................... Hb 13:12-15Quinta, 28: ..................................... Hb 13:16-17Sexta, 29: ....................................... Hb 13:18-19Sábado, 30: ................................... Hb 13:20-25

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO

A verdadeira espiritualidade

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vazio. Era esse o caso de muitos daqueles irmãos para os quais a carta fora endereçada. Eles achavam que o que os tornava cristãos verdadei-ramente espirituais eram as práticas dos rituais no templo. �as estavam equivocados. O capítulo em questão mostra-nos que, para ser verdadei-ramente espiritual, o cristão deve agir de algumas maneiras. Vejamo-las.

1. Cultive o amor: Sem amor, é impossível alcançar uma espiritualida-de sadia. Nos dois primeiros versículos de Hebreus 13, aprendemos que o amor deve ser cultivado de duas maneiras. Em primeiro lugar, deve ser cultivado para com os de dentro. O texto diz: Seja constante o amor frater-nal (v.1). Dentro da família de Deus, todos somos irmãos. Por isso, é de-sejo do Pai que seus filhos se lembrem dos encarcerados, como se presos com eles (v.3a). Naquela época, muitos crentes eram levados presos em razão de não abrirem mão de sua fé. Além disso, os “prisioneiros depen-diam dos parentes e amigos para receber comida, roupas e ter outras ne-cessidades atendidas”.1 Logo, cabia ao cristão livre ajudar o encarcerado.

Em segundo lugar, o amor deve ser cultivado para com os de fora. O v. 2 diz: Não negligencieis a hospitalidade. O amor cristão não pode se restringir �queles que fazem parte do corpo, mas também aos de fora. Aqueles irmãos deveriam estender o amor de seu próprio círculo para todos os homens. Eles deveriam acolher os estranhos, isto é, mostram o amor de Cristo, ao abrir seus lares aos viajantes. As estalagens daquele tempo eram lugares inseguros.2 É óbvio que a hospitalidade era prati-cada também para com os irmãos em Cristo que não tinham onde pou-sar, mas não deveria ser negligenciada para com os de fora, pois alguns, praticando-a, sem o saber acolheram anjos (v.2).

2. Preserve a pureza: Além do cultivo do amor, é necessário, para se alcançar uma espiritualidade sadia, preservar a pureza. O v.4 não deixa a desejar em sua clareza: Que o casamento seja respeitado por todos, e �ue os maridos e as esposas sejam fiéis um ao outro. Deus julgará os imorais e os �ue cometem adult�rio (NTLH). A vida matrimonial de uma pessoa diz muita coisa de sua espiritualidade. Esta não pode progredir, se aquela não estiver bem. Por isso, o casamento deve ser levado a sério. Ele é uma instituição divina e deve ser mantido puro.

De acordo com o texto, a pureza deve ser preservada, pelo menos, de duas formas. A primeira delas é evitando-se a infidelidade. O autor adver-te as pessoas para que não quebrem os votos do casamento cometendo

1. Kistemaker (2003:572).2. Idem, p.571.

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adultério. O casamento é sagrado, e a corrupção dele é um pecado.3 A infidelidade conjugal é a causa do esfacelamento de muitas famílias. A segunda � evitando-se a fornicação. O texto observa que Deus julgará os imorais. Os termos “imorais” ou “impuros” derivam da palavra grega pornos, e significam entrega � relação sexual ilícita, fornicação. Para o mundo, “Sexo é diversão, não pecado. �as aos olhos de Deus o sexo ilícito é um pecado que merece punição”.4

3. Busque o contentamento: Ser espiritual é, entre outras coisas, viver com contentamento. Não vivem assim os que se entregam � avareza, isto é, aqueles que se apegam ao dinheiro. Quem vive dessa maneira, está sempre insatisfeito e isso é pecado, pois contraria a advertência bíblica: Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas �ue tendes (v.5a). Os cristãos daquela época precisavam ouvir estas palavras, pois “os adeptos do judaís-mo diziam continuamente: ‘Nós temos o tabernáculo. Nós temos o sacer-dócio. Nós temos as ofertas. Nós temos o belo ritual. O que vocês têm?’”.5

�as os cristãos não deveriam deixar-se levar por tais afrontas. Isso porque eram portadores de promessas mais excelentes. Eles deveriam contentar-se com o maior tesouro que alguém pode ter: Cristo. Portanto, ainda hoje, é necessário cuidado para não nos envolvermos nos laços traiçoeiros do amor ao dinheiro, pois é a raiz de todas as espécies de males (1 Tm 6:10). Por amor ao dinheiro, muitos matam e morrem; ludi-briam os incautos; pervertem valores e se apostatam do evangelho. Se quisermos estar em paz com Deus, fujamos dessas coisas, pois grande fonte de lucro � a piedade com contentamento (1 Tm 6:6).

4. Permaneça submisso: Além de amoroso, puro e contente, o cristão deve ser, de acordo com o autor da carta, submisso. Submissão e espiritua-lidade sadia andam juntas. Não há meio termo. O versículo 7 diz que é pre-cisamos lembrar os nossos pastores que antes nos ministraram a palavra e nos encorajavam a imitar a fé que eles tiveram. �as a primeira parte do versículo 17 vai além: “Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles”. O sentido de sujeitar, nesse texto, é ceder, obedecer � autoridade ou � admo-estação de alguém. Nesse caso, o texto se reporta � autoridade eclesiástica.

Aqui, é importante questionarmos: Temos levado a sério essa adver-tência? Temos nos revestido de humildade, a ponto de nos submetermos � autoridade pastoral? Reflitamos. Além de terem sido comissionados por

3. Idem, p.573.4. Bengel apud Kistemaker (2003:573).5. �acDonald (2008:871).

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Deus, os pastores velam por vossa alma, como �uem deve prestar contas (v.17). Não se pode ignorar a importância dessa tarefa. A ele, foi dada a incumbência de pregar a palavra e advertir-nos, por meio dela, dos nos-sos maus caminhos (Ez 3:17,18). Portanto, tenha em mente que o ato de submeter-se graciosamente, sem revolta, rabugice ou altivez, é a verda-deira marca da grandeza e também da vida cheia do Espírito (Ef 5.18-21).6

5. Disponha-se à abnegação: Era fora do acampamento que os cor-pos dos animais utilizados em sacrifício, no Dia da Expiação, eram quei-mados (v.11). Foi, também, fora das portas de Jerusalém que o Cordeiro que tira o pecado do mundo, Cristo, foi crucificado (v.12). Sabendo disso, o que fazer? A resposta é clara e sem rodeios: Portanto, saiamos at� ele, fora do acampamento, suportando a desonra �ue ele suportou (v.13 – NVI). O texto instiga cada cristão a focar-se em Jesus, a buscar a cruz de Cristo. �as, para que isso aconteça, é necessário sair do acampamento, ou seja, abandonar os antigos rituais de culto que envolviam os sacrifí-cios de animais e os demais serviços do tabernáculo terreno.

Sair ao encontro do �estre, porém, tem um preço. É preciso suportar a desonra �ue ele suportou. Cristo, ao ser pendurado na cruz, estava sob a maldição de Deus (Dt 21.23). Logo “ir até alguém que carrega a mal-dição de Deus é compartilhar ‘desgraça que ele carrega’”.7 Desse modo, escolher a Cristo significava, para aqueles irmãos, negar a si mesmos e estar dispostos a enfrentar perseguições, prisões, dores e morte. É hora de os filhos de Deus saírem do arraial, pois é fora dele que temos uma vida cristã mais prática. É fora das portas do templo que temos acesso aos presídios, aos hospitais, �s favelas. É fora do arraial que obedecemos ao Ide de Jesus. É lá que estão as pessoas mais carentes de Cristo. Re-nunciemos a nós mesmos, a ponto de encontrarmos Jesus fora do arraial.

6. Ofereça louvor: O sacrifício que Deus aceita não consiste em se oferecer holocaustos, pois Cristo já os aboliu, de uma vez por todas, ofe-recendo-se em sacrifício (Hb 7:27). O sacrifício que ele almeja de seus adoradores é o sacrifício de louvor (13:15). Este deve ser oferecido a Deus de modo contínuo e agradecido. A Bíblia Viva traduz o versículo 15 de Hebreus 13 da seguinte maneira: Com o au�ílio de Jesus, n�s oferecere-mos continuamente o nosso sacrifício de louvor a Deus, ao contar aos nossos a glória do seu nome (grifo nosso). Quando testemunhamos de Deus, expressamos gratidão pelo que ele é e faz. O salmista dá a enten-

6. Taylor et al (2003:130).7. Kistemaker (2006:590).

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der isso, quando exclama: Bendiga ao Senhor a minha alma! Não es�ueça de nenhuma de suas bênçãos! (Sl 103:2 – NVI).

Esse sacrifício de louvor deve ser contínuo e agradecido por um moti-vo muito simples: Sempre estaremos em dívida para com Deus, ou seja, sempre dependeremos dele a fim de não perecermos (Lm 3:22). Tam-bém não podemos esquecer que glorificamos a Deus por meio de nossa vida obediente (1 Co 10:31). Logo, engana-se quem pensa que o louvor ao Senhor está restrito a quatro paredes de um templo. �uitos pensam desse modo. Acham que é importante exaltar o nome de Deus no tem-plo, mas ignoram a santificação fora deste. Isso é errado e nocivo � vida espiritual de qualquer pessoa. Entenda: louvor e santidade estão intima-mente ligados um ao outro.

01. Leia Hebreus 13:1-3, o item 1 e responda: De que maneiras o amor deve ser cultivado?

02. De que formas a pureza deve ser preservada? Baseie-se em Hb 13:4 e no item 2.

03. Por que precisamos evitar a avareza e com o que devemos nos contentar? Comente com base em Hb 13:5 e no item 3.

04. Com base em Hb 13:13,17 e nos itens 4 e 5, responda: Por que devemos levar a prática da submissão a sério? Por que precisamos ir para “fora do arraial”?

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05. Que tipo de sacrifício devemos oferecer a Deus? Por quê? Baseie a sua resposta em Hb 13:15 e no item 6.

II. PRATICANDO A MENSAGEM DA CARTA

1. Sejamos espirituais: acolhamos ao próximo.A hospitalidade é uma virtude. O Espírito Santo fez questão de dar-

-lhe a devida atenção, no último capítulo de Hebreus: Não negligencieis a hospitalidade (Hb 13:2). O ato de acolher os viajantes em suas casas era uma prática um tanto necessária e uma prova de amor ao próximo. Conosco não deve ser diferente: precisamos acolher uns aos outros, isto é, receber o próximo com agrado, oferecer-lhe refúgio. Quantas pesso-as chegam a nossa congregação e não lhes damos a devida atenção? Quantas pessoas precisam de um refúgio, de uma palavra amiga, de um abraço, e, muitas vezes, agimos com indiferença? Sejamos espirituais: ajamos de modo diferente, acolhendo o próximo.

06. Qual a importância de acolhermos o próximo? Baseie-se na primeira aplicação.

2. Sejamos espirituais: adoremos a Deus. Além de darmos a devida atenção ao próximo, precisamos atentar para

a adoração a Deus, como está escrito: Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, �ue � o fruto de lábios �ue confessam o seu nome (Hb 13:15). Dos nossos lábios, devem sair expressões que exaltem o nome do Senhor. Por isso, tenhamos cuidado com as palavras que proferi-mos! Isso porque a adoração ao nosso Deus envolve uma vida santa dentro e fora do templo. Portanto, não hesitemos em declarar: Ningu�m há seme-lhante a ti, � Senhor; tu �s grande, e grande � o poder do teu nome (Jr 10:6).

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07. De que modo devemos adorar a Deus? Baseie-se na segunda aplicação.

CONCLUSÃO: Graças ao bom Deus, chegamos ao final de mais um estudo. Também chegamos ao final de mais uma série de lições bíblicas. Durante este trimestre, focamos nossas atenções na pessoa de Jesus, que nos é apresentado, com muita ênfase, no livro de Hebreus. Não é � toa que a proposta desta série é: Olhe para Cristo! Isso tem muito a ver com o estudo de hoje. Afinal, olhar para Jesus é, também, imitá-lo. Por isso, é necessário que cultivemos o amor, preservemos a pureza, busquemos o contentamento, permaneçamos submissos e nos disponhamos � abne-gação. Não ignoremos a importância de acolhermos o próximo e adorar a Deus. Que ele nos abençoe. Amém.

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VISÃO GRÁFICA DA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DAS CONVENÇÕES DAS IGREJAS ADVENTISTA DA PROMESSA

Para um melhor entendimento do organograma, consulte os estatutos e regimentos no website da IAP:

www.portaliap.com.br

ASSEMBLEIA GERAL DA CONVENÇÃO

ASSEMBLEIA GERAL DA CONVENÇÃO REGIONAL

JUNTA GERAL DELIBERATIVA

JUNTA REGIONAL

Diretoria da Convenção Regional

Comissões permanentes

Comissões temporárias

• Administração• Finanças• Teológica

DERME • RESOFAP • RUMAPDIJAP • DASAP • DEMAP

Departamentos regionaisDepartamentos regionais

IGREJA LOCAL

Conselho Fiscal

Conselho Fiscal

CâmaraRecursal Regional

CâmaraDisciplinar Regional

Câmara Teológica

Comissão Eleitoral

Colegiado

Colégio Eleitoral

Câmara Recursal

Câmara Disciplinar

DIRETORIA GERAL DA CONVENÇÃO

ConselhoEditorial

DECDEMAPDEMI

FESOFAPFUMAPDIJAP

DepartamentosJunta de Missões

FATAP

Editora

CEAP

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Pedidos:Gráfica A Voz do CenáculoTelefone (11) 2955-5141

Adquira a nova série de lições juvenis da IAPAdquira a nova série de lições juvenis da IAP

Estão disponíveis o Manual do Professor e a Lição do Aluno

1º ano - 3º quadrimestre.

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