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“É uma honra para qualquer homem público estar à frente da gestão de um município que constroi uma grande história, que se tornou uma potência econômica graças à labuta diária de homens e mulheres que se dedicaram com imensa determinação à tarefa de erguer uma agropecuária forte, que foi capaz de incrementar os setores da indústria e comércio. Mineiros é hoje um dos esteios do processo produtivo da região Centro-Oeste”. AGENOR REZENDE MINEIROS DEU UM PASSO ADIANTE ANO 2 - Nº 11 JANEIRO/2016 R$ 10,90 7 898590 300500 /OlhakiRevista olhakirevista.com.br

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Olhaki Revista Edição 11 - Dezembro 2015 www.olhakirevista.com.br

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Page 1: Olhaki Revista11

“É uma honra para qualquer homem público estar à frente da gestão de um município que constroi uma grande história, que se tornou uma potência

econômica graças à labuta diária de homens e mulheres que se dedicaram com imensa determinação à tarefa de erguer uma agropecuária forte, que foi capaz

de incrementar os setores da indústria e comércio. Mineiros é hoje um dos esteios do processo produtivo da região Centro-Oeste”. AGENOR REZENDE

“É uma honra para qualquer homem público estar à frente da gestão de um

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ANO 2 - Nº 11JANEIRO/2016

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ÍNDICE

22 ANÁLISEComo se comportaram algumas empresas brasileiras em 2015? Alex Agostini, da Austin Rating, analisa quem ganhou no ano em que o Brasil Perdeu

40 FATO INCRÍVELUma inusitada visita do Juiz de Direito Everton Pereira Santos, em outubro, trouxe à tona a curiosa história de Antônio Calado, que vive há 25 anos numa caverna

11 ARTIGOAlgumas reflexões sobre a crise fiscalEverardo Maciel

12 ENTREVISTA“Transformamos Mineiros em canteiro de obras”Prefeito Agenor Rezende

21 ECONOMIAA revista inglesa The Economist prevê desastre econômico e político no Brasil em 2016

26 BRASILA ONU fez um alerta mundial sobre o desastre ambiental em Mariana. O Comissário, Zeid Ra’ad Al Hussein, responsabiliza também o Governo pelo acidente

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28 DE OLHO EM BRASÍLIARenata Carrijo

36 ACONTECE NO BRASILMarginais se passaram por Papai Noel para roubar um helicóptero e traficar drogas no estado de São Paulo

37 ESPORTEMineirinho e Gabriel Medina brilharam mais uma vez nas ondas gigantes de Pipeline, no Havaí, e transformaram o Brasil na nova “Pátria do Surfe”

44 NAVEGAR É PRECISOGutemberg Oliveira

52 SUPLEMENTO SAÚDEO verão começou com a ameaça de três vírus transmitidos pelo Aedes aegypti: Dengue, Chikungunya e Zika

60 NUTRIÇÃO E BOA FORMAA maioria das crianças torce o nariz para comidas saudáveis porque acham “sem graça”. Que tal uma tática nova que vem sendo utilizada no mundo inteiro?

62 OPINIÃO

Recessão bate Governo de 7 a 1David Kupfer

48 A GAFE DO ANOA gafe provocada pelo apresentador Steve Harvey teve repercussão mundial, mas não tirou o brilho da nova Miss Universo, a meiga Pia Wurtzbach, das Filipinas

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Circulação em 135 municípios de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Pará e Distrito Federal.

ANO 2 - Nº 11JANEIRO / 2016

REVISTA EDITADA BIMESTRALMENTE PELA OLHAKI REDAÇÃO, ARTE E

PUBLICAÇÃO LTDA.

EMAIL: [email protected]

CNPJ: 18.564.326/0001-07

SUCURSAIS

DISTRITO FEDERALRua 37 Sul, Lote 10, Edifício Espanha. Águas Claras, Brasília - DF.CEP: 71931-540Fone: (61) 8300-2020

GOIÂNIARua Geraldo Ney, nº 683, CampinasGoiânia – GO. CEP: 74515-020

MINEIROSAvenida Antônio Carlos Paniago, nº 75Sala 02, Setor Cardoso - Mineiros – GO. CEP: 75830-000Fones: (64) 3672-0304

DIRETORIA

DIRETOR GERAL:Fernando Brandão

DIRETORA EXECUTIVA:Renata Santos Carrijo

DIRETORA COMERCIAL:Glória Elaine M. Preto

DIRETOR OPERACIONAL:Gutemberg Viana Silva de Oliveira

EDITORES:Fernando BrandãoRenata Santos Carrijo

Diagramação: Rodrigo Martins

Revisão: Pite Rezende

Tiragem: 20.000 exemplares

SITE: www.olhakirevista.com.br

FACEBOOK: /OlhakiRevista

Administração: Roberto Pradel

Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Pará e Distrito Federal.

GOIÁS:Aparecida de Goiânia, Goiânia, Senador Canedo, Mineiros, Portelândia, Santa Rita do Araguaia, Chapadão do Céu, Perolândia, Estância, Caiapônia, Doverlândia, Palestina, Iporá, Arenópolis, Amorinópolis, Piranhas, Bom Jardim, Aragarças, Fazenda Nova, Jussara, Novo Brasil, Israelândia, Jaupaci, Firminópolis, São Luiz dos Montes Belos, Bom Jesus, Rio Verde, Itaguaçu, Paranaiguara, São Simão, Almerindópolis, Santa Helena, Aparecida do Rio Doce, Cachoeira Alta, Caçu, Jataí, Maurilândia, Castelândia, Porteirão, Aporé, Itajá, Lagoa Santa, Quirinópolis, Planalto Verde, Inaciolândia, Gouvelândia, Serranópolis, Goiatuba, Montividiu, Itumbiara, Catalão, Ipameri, Pires do Rio, Palmelo, Santa Cruz, Cristianópolis, Ouvidor, Vianópolis, Silvânia, Leopoldo de Bulhões, Bonfi nópolis, Cezarina, Palmeiras de Goiás, Paraúna, Jandaia, Indiara, Edéia, Pontalina, Itauçu, Itaberaí, Goiás, Sanclerlândia, Anicuns, Niquelândia, Uruaçu, Campinorte, Mara Rosa, Porangatu, Minaçu, Jaraguá, Goianésia, Itapaci, Rubiataba, Ceres, Rialma, Padre Bernardo, Alexânia, Abadiânia, Campo Limpo, Ouro Verde, Nerópolis, Petrolina, São Francisco, Pirenópolis, Piracanjuba, Caldas Novas, Rio Quente, Morrinhos.

MATO GROSSO:Cuiabá, Alto Araguaia, Alto Garças, Alto Taquari, Ribeirãozinho, Araguainha, Ponte Branca, Barra do Garças.

MATO GROSSO DO SUL:Campo Grande, Cassilândia.

TOCANTINS:Palmas, Gurupi, Alvorada do Norte, Porto Nacional, Paraíso, Miracema, Miranorte, Guaraí, Colinas, Araguaína, Colmeia, Araguatins, Pedro Afonso, Babaçulândia.

MARANHÃO:São Luiz, Santa Inês, Imperatriz, Balsas, Açailândia.

PARÁ:Belém, Marabá, Tucuruí, Parauapebas, Tucumã, Redenção, Conceição do Araguaia.

DISTRITO FEDERAL:Brasília.

Jardim, Aragarças, Fazenda Nova, Jussara, Novo Brasil, Israelândia, Jaupaci, Firminópolis, São Luiz dos Montes Belos, Bom Jesus, Rio Verde, Itaguaçu, Paranaiguara, São Simão, Almerindópolis, Santa Helena, Aparecida do Rio Doce, Cachoeira Alta, Caçu, Jataí, Maurilândia,

Jandaia, Indiara, Edéia, Pontalina, Itauçu, Itaberaí, Goiás, Sanclerlândia, Anicuns, Niquelândia, Uruaçu, Campinorte, Mara Rosa, Porangatu, Minaçu, Jaraguá, Goianésia, Itapaci, Rubiataba, Ceres, Rialma, Padre

Avenida Antônio Carlos Paniago, nº 75Sala 02, Setor Cardoso - Mineiros – GO.

Campo Grande, Cassilândia.

TOCANTINS:Palmas, Gurupi, Alvorada do Norte, Porto Nacional, Palmas, Gurupi, Alvorada do Norte, Porto Nacional, Paraíso, Miracema, Miranorte, Guaraí, Colinas, Araguaína, Colmeia, Araguatins, Pedro Afonso, Babaçulândia.

MARANHÃO:

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São Luiz, Santa Inês, Imperatriz, Balsas, Açailândia.

PARÁ:Belém, Marabá, Tucuruí, Parauapebas, Tucumã, Redenção,

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MARANHÃO:São Luiz, Santa Inês, Imperatriz, Balsas, Açailândia.

DISTRITO FEDERALBrasília.

EXPEDIENTE

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ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A CRISE FISCAL

A crise brasileira, multiface-tada e espetacular, tem des-fecho imprevisível. Para enfrentá-la, teremos que

percorrer um doloroso caminho, co-meçando por um vigoroso ajuste fiscal no curto prazo.

O ajuste, infelizmente, não logra prosperar, porque ganham proemi-nência questões políticas, como o im-peachment, as denúncias contra par-lamentares e o interminável circo de horrores da Operação Lava-Jato, com exibições diárias de práticas de clep-toparasitismo.

Só agora os resultados fiscais, após patéticas tentativas de acoberta-mento por meio de pedaladas, começam a assumir sua verdadeira e assustadora dimensão. Louve-se o empenho recente pela transparência.

Existem, todavia, muitos passivos não contabilizados nos resultados fis-cais, como os crescentes e impressio-nantes restos a pagar, os precatórios não pagos, os créditos tributários acumula-dos, as presumíveis dívidas do Tesouro com as instituições financeiras oficiais por conta das malsinadas pedaladas, as virtuais necessidades de aporte de re-cursos para empresas públicas morbida-mente deficitárias. Em algum momento, essas contas serão cobradas.

Muitos admitem, não sem razão, que estamos na iminência de ingressar em um dramático estado de dominância fiscal, em que serão infrutíferos os es-forços para debelar a inflação, recorren-do-se a aumento da taxa de juros.

Para superar esses problemas não existem fórmulas mágicas. Ainda que seja óbvio, é necessário, ao menos, ter clareza na formulação do problema, humildade para reconhecer erros, disposição para

negociar as opções possíveis e determi-nação para dar curso às soluções viáveis.

Infelizmente, sequer temos con-vicção quanto às possibilidades de cortes de despesas, porque se encontra interdi-tado o debate sobre a obrigatoriedade de determinados gastos, tamanho do Esta-do, vinculações orçamentárias, etc.

É certo que é desagradável e cansa-tivo lidar com cortes de despesas. Nossa tradição é criá-las, jamais cortá-las. So-mos devotos do Leviatã.

Pelo fascínio que exerce sobre os mortais, o tema tributário volta a so-bressair-se nas discussões sobre a crise fiscal. É mais cômodo, reconheço, recor-rer-se a aumento de tributos.

Esse aumento somente deve ser cogitado como último recurso, depois de hauridos, com absoluta transparência, to-dos os esforços para redução de despesas.

Se a sociedade não compreender a questão, será incapaz de admitir qual-quer pretensão de elevar, ainda que temporariamente, a carga tributária.

Suscitar discussões sobre a maté-ria tributária talvez seja uma das raras virtudes da atual crise. É certo que, aqui

e acolá, podem acontecer certas des-cortesias intelectuais. São escusáveis, contudo, porque minúsculas diante da importância do próprio debate.

Há inevitáveis riscos de dogma-tismos, esquematismos, proclamações da verdade única, pregações de evolu-cionismo social que almeja a univer-salização de paradigmas estabelecidos nos países desenvolvidos, abdicando de considerar traços culturais locais. Esses riscos, todavia, são inerentes ao embate de ideias

Não há que temer o novo. Em algum momento, ele foi tido como inusitado. Uma boa dose de realismo também é indispensável. Como ensina

Douglass North, prêmio Nobel de Eco-nomia, um fundamento primordial da escolha é não se cingir ao que é necessa-riamente ótimo.

Ao que acrescenta a refinada eco-nomista e escritora Eliana Cardoso (“Que país, meu querido, é esse? “, Valor, 12.08.2015): “Que se danem as ilusões dos economistas (de esquerda ou neoli-berais), donos de receitas infalíveis para nos colocar no bom caminho. Na prática, a teoria é outra. “

A 10ª lição de Stanley Fisher, assi-nala Delfim Netto (Valor, 17 10.2013), se dirige aos sacerdotes do “suponhamos que”, que se julgam portadores da ver-dadeira ciência econômica, demiurgos autoproclamados: “Numa crise...nunca digam nunca”.

Em outro artigo voltarei a explorar questões técnicas vinculadas a juros so-bre o capital próprio e a isenção na dis-tribuição de resultados, repudiadas pelo nosso “complexo de jabuticaba”.

Everardo Maciel é ex-secretário da Receita Federal, consultor jurídico e professor

do Instituto Brasileiro de Direito Público

“Muitos admitem, não sem razão, que estamos na iminência de ingressar em um dramático estado de dominância fiscal,

em que serão infrutíferos os esforços para debelar a inflação, recorrendo-se a

aumento da taxa de juros”

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ARTIGO Everardo

Maciel

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ENTREVISTA

Em entrevista exclusiva, prefeito enumera empreendimentos de infraestrutura que transformam a paisagem da cidade, cita realizações na educação, saúde, e destaca a conquista do curso de medicina. “Tudo é resultado da correta gestão, do rigor no trato para com os recursos públicos”, diz. Sobre o futuro político, mostra um indicativo: “Estamos entusiasmados para dar um novo passo adiante”

ENTREVISTA

‘TRANSFORMA MOS MINEIROSEM CANTEIR O DE OBRAS’

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AGENOR REZENDEAGENOR

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ENTREVISTA AGENOR REZENDEENTREVISTA

‘TRANSFORMA MOS MINEIROSEM CANTEIR O DE OBRAS’

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O prefeito Agenor Rezende (PMDB) traz a política no sangue. São mais de 30 anos de atividade pública. Advo-

gado, desde 1982, quando assumiu o pri-meiro mandato como vereador, não pa-rou de atuar e acumulou um repertório de grandes experiências na vida pública. Foi secretário de Administração (1983) e presidente da Câmara Municipal de Mineiros. O voo regional não demorou a acontecer. Em 1987 assume o man-dato de deputado estadual. Reeleito no pleito seguinte, chegou à presidência da Assembleia Legislativa de Goiás (1993-1994). Na sequência, atingiu o posto má-ximo ao ascender ao Governo do Estado com a renúncia do então governador Iris Rezende para candidatar-se a uma vaga no Senado da República (02 de abril a 31 de dezembro de 1994). A partir de 1998, assumiu o posto de Conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás, onde permaneceu por seis anos, tendo presidido aquele Tribunal.

Nas eleições de 2012, Agenor Re-zende aceitou o desafio de disputar a Prefeitura de Mineiros com a missão de retomar um ciclo positivo de desenvol-vimento. No seu recente balanço conta-bilizou mais de 100 obras e benfeitorias em execução na cidade, que de acordo com o slogan oficial está em “constan-

te transformação”. O prefeito destaca que são quase três anos de conquistas ininterruptas. Uma das ações recentes foi a 1ª Edição do Programa Prefeitura no Bairro, que realizou ações e serviços no setor Taninho.

“Transformamos a cidade em can-teiro de obras”, diz o prefeito Agenor Rezende nesta entrevista exclusiva. Ele cita as inúmeras obras de infraestrutura que transformam a paisagem na cidade. Mas observa que os investimentos são agora possíveis porque “continuamos a fazer o dever de casa, atuando com o máximo de rigor para fazer frente às nossas necessidades”. Neste contexto, ele cita as parcerias com o setor produ-tivo e a colaboração da sociedade.

Agenor Rezende descreve as di-versas realizações na educação e na saúde, mas faz questão de destacar a conquista do curso de medicina para a cidade. “Trata-se de um marco na his-tória de Mineiros e da Unifimes em seus 30 anos de existência”, avalia. As rea-lizações, segundo ele, “são resultado da correta gestão, do rigor no trato para com os recursos públicos”. Cotado para a disputa da reeleição, o prefeito diz apenas que “estamos muito focados na gestão, na viabilização de obras e tudo

tem o seu tempo”. Segundo ele, “o ano de 2016 vai, sobretudo, coroar todo um esforço realizado pelo conjunto da ad-ministração municipal”. E conclui: “Es-tamos entusiasmados para dar um novo passo adiante”.

Veja a íntegra da entrevista:Como o senhor se sente ao ad-

ministrar a cidade de Mineiros, hoje uma das maiores forças econômicas do Estado?

Agenor Rezende – É uma honra para qualquer homem público estar à frente da gestão de um município que constroi uma grande história, que se tornou uma potência econômica graças à labuta diária de homens e mulheres que se dedicaram com imensa determi-nação à tarefa de erguer uma agropecu-ária forte que, na sequência, foi capaz de impulsionar também os setores da indústria e comércio. Mineiros é um dos esteios do processo produtivo da região Centro-Oeste e mantemos nossa força-tarefa para incrementar as nossas atividades, para que possamos superar esse período de dificuldades econômi-cas pelas quais passa o país e alcançar, na sequência, novos saltos de cresci-mento.

São inúmeras as nossas iniciativas

“Mineiros é um dos esteios do processo produtivo da região

Centro-Oeste. Na prefeitura temos agido

sempre com a perspectiva de se projetar o poder

municipal como grande indutor do desenvolvimento

econômico ”14 | JANEIRO/2016 |

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AGENOR REZENDE

para fomentar a economia de Mineiros. Nos orgulhamos muito de sediar em nosso território grandes unidades da in-dústria de transformação ligada ao setor primário, como o Frigorífico Marfrig, o Brasil Foods BRF-perdigão e a Odebre-cht Agroindustrial. São grandes empre-sas que cumprem um papel essencial ao gerar milhares de empregos diretos e indiretos. Permanecemos com ações proativas que garantem o êxito dos se-tores agropastorial e industrial. Empre-endemos importantes ações conjuntas com os diversos segmentos produtores. Na prefeitura, temos agido sempre com a perspectiva de se projetar o poder municipal como grande indutor do de-senvolvimento econômico. Mineiros deu um passo adiante e vai continuar avançando, gerando mais progresso.

O senhor já foi vereador (pre-sidente da Câmara Municipal), de-putado estadual (presidente da As-sembleia Legislativa), governador de Goiás, conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e, ago-ra, prefeito de Mineiros. Qual função mais o motivou como político?

Agenor Rezende – Tenho essa bênção de Deus, que é a vocação natu-ral para o exercício de funções públicas, tanto no executivo como no legislati-vo. As coisas aconteceram de maneira natural na minha vida. Foi tudo muito

espontâneo, dentro de períodos históri-cos específicos os quais não poderia me abster de dar a minha contribuição. Não nego: a política corre em minhas veias, mas sempre com propósitos bem defi-nidos. Quero, sempre, servir as pessoas, lutar para que tenham melhores con-dições de vida, zelar para que realizem seus sonhos e sejam felizes. O poder pú-blico é um importante vetor para criar oportunidades e viabilizar a inclusão social. Todos os cargos que exerci foram importantíssimos e cumpriram um pa-pel fundamental. Como vereador, pude oferecer a minha contribuição a Minei-ros. Depois, na Assembleia Legislativa e no Governo de Goiás, participamos de grandes ações que em muito contri-buíram para o crescimento do Estado. Agora, na Prefeitura de Mineiros, man-tenho a mesma garra e o mesmo entu-siasmo do início da caminhada. Todas as atividades me motivaram enormemen-te. Cada uma cumpriu uma missão num determinado período da história. Não há como escolher apenas uma.

Como prefeito de Mineiros, qual foi o maior desafio que o senhor en-frentou até então?

Agenor Rezende – Sem dúvida, o início da gestão foi cercado de enormes desafios. Estávamos diante de tarefas muito complexas, desde as questões estruturais até as comportamentais. Tí-

nhamos que motivar. A cidade enfren-tava o marasmo, ao mesmo tempo em que nos debatíamos com a precariedade financeira tendo tarefas emergenciais.

Mas, como disse desde o início, não ficaríamos na lamentação, mas partirí-amos para o trabalho duro. Colocamos como missão inicial recuperar a estru-tura urbana e rural que passava por pre-ocupante abandono. No mesmo sentido, fizemos uma grande limpeza das ruas e dos córregos que cortam o município, a roçagem do mato que tomava conta dos lotes baldios, as operações para tapar os inúmeros buracos. Mesmo sem recur-sos, passamos por essa fase de grandes dificuldades e começamos a recompo-sição das finanças da prefeitura para implantar os nossos compromissos de campanha.

Hoje, dentre inúmeras atividades, acabamos de realizar a 1ª Edição do Programa Prefeitura no Bairro, com serviços de tapa-buracos, sinalização de trânsito, manutenção e limpeza de córregos no setor Taninho. Além dis-so, realizamos inúmeros serviços, en-tre os quais a entrega da documentação para escritura pública dos imóveis que passaram pela regularização fundiá-ria, atendimentos no setor de saúde, cadastramentos em programas sociais, matrículas em cursos profissionalizan-tes, atendimento jurídico, atividades de

“Fizemos muito no setor de pavimentação

asfáltica. Intensificamos o

trabalho de limpeza em áreas públicas. Os córregos são

bem cuidados para garantir a saúde da comunidade”

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cultura e lazer.Como estão as finanças do muni-

cípio hoje?Agenor Rezende – Enfrentamos a

drástica redução de repasse financeiro por parte do Governo do Estado e Fe-deral, ICMS e FPM. Desde o início, re-alizamos um grande ajuste com vistas a encontrar o equilíbrio. Foi uma ação muito bem articulada, que, por sua vez, implicou em grandes sacrifícios, com cortes drásticos nos gastos. Colocamos como tarefa naquele momento o má-ximo de rigor e economicidade, valo-rizando os recursos existentes para que pudessem ser transformados em serviços de qualidade, em obras e in-vestimentos que resgatassem a autoes-tima de nossa cidade. Tivemos muito êxito nessa empreitada. Recuperamos o equilíbrio nas finanças, mas conti-nuamos a nos deparar com os fatores estruturais da sociedade brasileira. A injusta partilha das riquezas produzi-das no país, a superconcentração dos recursos no âmbito da União são as-

pectos que penalizam, sobretudo, os municípios. Nas últimas décadas foram inúmeros os encargos que atribuíram às cidades, sem que existissem as con-trapartidas dos recursos que fossem suficientes para atender às crescentes demandas. Esses aspectos continuam a nos penalizar e se tornaram mais pro-blemáticos com o recrudescimento da crise econômica nacional. Portanto, continuamos a fazer o dever de casa, atuando com o máximo rigor para fa-zer frente às nossas necessidades. Mui-to realizamos, mesmo neste cenário adverso. Neste contexto, as parcerias com o setor produtivo e a colaboração da sociedade têm sido fundamentais para que pudéssemos realizar muito e alcançar grandes conquistas.

Sua gestão já contabiliza mais de 100 obras. O senhor destacaria as mais importantes e revelaria por quê?

Agenor Rezende – Parto do prin-cípio de que toda obra é importante, desde as pequenas até as grandes. Cada empreendimento serve comunidades

específicas e faz a diferença. Importa dizer que obras visam, sobretudo, me-lhorar a vida das pessoas. Por isso, todas são fundamentais e muito importantes.

Mineiros tem recebido um fluxo muito grande de novos moradores. A cidade está crescendo muito. Quais são os reflexos deste crescimento na admi-nistração? O que senhor tem feito?

Agenor Rezende – Desde o início da gestão estamos atentos à nova reali-dade que surge com a industrialização: a atração de trabalhadores de diversas re-giões do Brasil que para Mineiros vêm à procura de melhores condições de vida. Neste sentido, muito atuamos para di-minuir o déficit no setor de moradias, uma necessidade que cresceu nos últi-mos anos. Queremos ampliar projetos habitacionais em parceria com o gover-no federal para garantir dignidade às famílias, principalmente as com menor poder aquisitivo.

Quem visita a cidade de Minei-ros percebe que ela está limpa, bem cuidada, com investimentos signi-ficativos na área de urbanismo. Sua gestão ganha notoriedade neste as-pecto, não é mesmo?

Agenor Rezende – Sem dúvida, realizamos muito neste setor. Traba-lhamos intensamente para que a cidade permaneça bem cuidada, com bene-fícios para todos os bairros. Transfor-mamos a cidade em canteiro de obras. Fizemos muito no setor de pavimenta-ção asfáltica. Intensificamos o trabalho

“Recentemente a Prefeitura disponibilizou mais de 2 mil vagas para atender à educação infantil, pré-escola e ensino fundamental. Além disso, novos Cmeis estão em construção ”

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AGENOR REZENDE

de limpeza em áreas públicas. Os córregos são bem cuidados para garantir a saúde da comu-nidade. A revitalização do Lago Canto do Cerrado está conclu-ída. Construímos pontes. O embelezamento em canteiros e praças está em plena ativida-de. O processo de sinalização de trânsito e as ações educati-vas visam tornar a mobilidade mais segura. O projeto Minei-ros Mais Iluminada avançou com a troca de 1.200 conjuntos de luminárias.

A saúde pública de Mi-neiros é hoje uma das melho-res em Goiás. Fale-nos sobre a atenção que o senhor tem dado ao setor.

Agenor Rezende – Defendemos durante a campanha que nosso objeti-vo era resgatar o título “cidade-saúde”.Desta forma, adotamos inúmeras provi-dências para recuperar a dignidade em nossas unidades de atendimento, para que possam prestar serviços com qua-lidade, em respeito ao paciente.

São inúmeras conquistas. Recente-mente anunciamos em entrevista cole-tiva estes avanços que consolidam uma nova história neste setor no município: construção de seis Unidades Básicas de Saúde (UBS), ampliações e reformas dos postos já existentes, implantação de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), reforma do Hospital Munici-pal, contratação de mais profissionais da área, a consolidação de parcerias, a implantação de uma UTI e a abertura de inscrição para vestibular no curso de Medicina na Unifimes.

As diversas atividades visam a qualificação continuada dos profissio-nais para se garantir serviços de exce-lência a todos os usuários do sistema público. As campanhas de vacinação são frequentes. O prédio da Secretaria de Saúde foi reformado para melhor atender aos pacientes. A Prefeitura mantém transporte e casa de apoio para quem precisa fazer tratamento em Goiânia.

O Samu tem novas ambulâncias. O programa Melhor em Casa leva profis-sionais para tratar pacientes em estado grave nos próprios domicílios. A Aca-demia da Saúde proporciona bem-estar para a população. O projeto Cultivando Saúde faz atendimentos e prevenção. A Agência Transfusional volta a fun-cionar. São promovidas prevenções do câncer de mama e de próstata de forma unificada.

Implantamos em parceria com o Governo Estadual a tão esperada unida-de do Instituto Médico Legal (IML).

Na área de educação, que balan-ço o senhor faz? Quantas vagas fo-ram disponibilizadas com as últimas ações?

Agenor Rezende – Recentemen-

te a Prefeitura disponibilizou mais de 2 mil vagas para aten-der à educação infantil, pré--escola e ensino fundamental. Além disso, novos Cmeis estão em construção. Persistimos na meta de zerar o déficit de vagas, assim como ampliar e melhorar as condições físicas de escolas já existentes. A Pre-feitura valoriza os professores e servidores que se dedicam à missão educacional. As di-versas obras buscam ampliar unidades, reformar e moder-nizar as existentes, com mais salas de aula. Foram adquiridos equipamentos e mobiliários de

primeira qualidade. Mais de R$ 240 mil estão sendo investidos na compra de um grande lote de aparelhos eletrodo-mésticos, eletrônicos e utensílios.

Quadras cobertas são edificadas para atividades esportivas e recrea-tivas. O município oferece merenda balanceada e nutritiva. Diversas ações combatem o trabalho infantil. Mineiros recebe ônibus escolar pelo programa Caminho da Escola. O sinal de internet via satélite chega às escolas rurais do município. Os cursos de qualificação profissional visam preparar os jovens para o mercado de trabalho. No ensino superior, bolsas de estudos fornecidas pelo município beneficiam quase cen-tenas de universitários.

Um de seus grandes compro-missos de campanha foi solucionar o problema de abastecimento de água na cidade. Ele será cumprido?

Agenor Rezende – A construção da nova Estação de Tratamento de Água (ETA) vai elevar de 500 mil para 1 mi-lhão de litros de água/hora de qualida-de para todos os moradores. Os investi-mentos são superiores a R$ 5 milhões. Além disso, a Prefeitura de Mineiros e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) desenvolvem ações efetivas no sentido de iniciar o processo de despo-luição do Córrego Mineiros. Para que isso seja possível, está em andamento o projeto de uma nova Estação de Trata-

“A implantação do curso de medicina na Unifimes em muito

beneficiará o município que tem passado por

grandes transformações. Estou muito feliz por essa

conquista a qual não medimos esforço para se

tornar realidade ”

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mento de Esgotos, nas proximidades do Setor Taninho. A recuperação às mar-gens e canalização do esgoto oferecerá melhor qualidade de vida aos minei-renses, principalmente moradores da região ribeirinha.

Outra grande luta sua, junta-mente com a direção da Unifimes, foi trazer para Mineiros o curso de medicina. Mais uma conquista, não é mesmo prefeito?

Agenor Rezende – Sem dúvida, a implantação do curso de Medicina na Unifimes em muito beneficiará o município que tem passado por gran-des transformações. Estou muito feliz por essa conquista a qual não medimos esforço para se tornar realidade. As parcerias têm sido fundamentais para viabilizar esse sonho. Somos um polo de medicina e a viabilização do curso, sem dúvida, projetará ainda mais o nos-so município. Trata-se de um marco na história de Mineiros e da Unifimes em seus 30 anos de existência. Estamos em pleno processo de inscrições para o pri-meiro vestibular que oferece 60 vagas nesta etapa. As inscrições vão até o dia 13 de janeiro de 2016, e os exames serão realizados no dia 14 de fevereiro.

Como tem sido a convivência entre o Executivo e o Legislativo mu-nicipais?

Agenor Rezende – Desde o iní-cio da gestão manifestei minha inteira disposição para as parcerias com to-dos os poderes constituídos. Pelas mi-nhas origens como vereador, sempre tive um profundo respeito pela Câma-ra Municipal e tudo faço para garantir uma relação mais harmoniosa possível. Uma grande cidade como Mineiros só alcança novos saltos de desenvolvi-mento com a participação coletiva das instituições. Meu perfil é, sobretudo, democrático e considero muito impor-tante ouvir o conjunto da sociedade so-bre medidas e decisões. O Legislativo participa ativamente destas definições com seus questionamentos, críticas e sugestões. O papel fiscalizador cabe aos vereadores e temos um grande respeito por cada um dos pares. Manteremos o máximo de transparência e continuare-mos a buscar parcerias com a Câmara Municipal nesta grande ação em prol de Mineiros.

Mineiros tem recebido a aten-ção necessária do Governo Federal?

Agenor Rezende – Onde exis-

tirem recursos disponíveis no plano federal, Mineiros estará sempre a pos-tos para buscá-los, especialmente para suprir nossas demandas nos setores de saúde, educação, infraestrutura. Infe-lizmente, como todos os municípios brasileiros, Mineiros ressente-se da injusta distribuição dos recursos no Brasil, uma pesada herança históri-ca que traz inúmeros percalços para as gestões. Foram tantos os encargos destinados aos municípios sem que existisse a contrapartida dos recursos para que as comunidades possam ser assistidas com mais dignidade. O país precisa firmar um novo pacto federa-tivo, que redefina, de modo adequado e justo, as responsabilidades de cada ente federado. Enquanto isso, conti-nuamos a buscar boas parcerias em Brasília para dar sequências às obras e empreendimentos essenciais para nossa cidade.

Quais serão as prioridades para 2016, seu último ano de governo? Al-guma área da administração receberá mais atenção?

Agenor Rezende – O ano de 2016 vai, sobretudo, coroar todo um esforço realizado pelo conjunto da administra-

“A construção da nova Estação de Tratamento de Água (ETA) vai elevar de 500 mil para 1 milhão de litros de água/hora de qualidade para todos os moradores. Os investimentos são

superiores a R$ 5 milhões”

FOTO: EDUARDO CÂNDIDO

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AGENOR REZENDE

ção municipal. Alcan-çamos grandes vitórias e realizamos muito. São mais de 100 obras e benfeitorias de quali-dade. Nossa cidade per-manece em constante transformação. São quase três anos de de-senvolvimento ininter-rupto, com atividades positivas que colabo-ram de maneira efe-tiva para o bem-estar de todos. As inúmeras realizações são resulta-do da correta gestão, do rigor no trato para com os recursos públicos, da grande seriedade e responsabilidade de um governo municipal que sempre privilegia os interesses maiores do conjunto da socie-dade. Para o próximo ano, vamos manter o ritmo intenso de traba-lho para que a crise na economia nacional não afete de maneira drás-tica o desenvolvimento econômico do municí-pio. Vamos permane-cer buscando parcerias para realizar novas obras. Queremos, sem-pre, empreendimentos e serviços de qualidade.

Como está a base política que o elegeu? Ela está coesa em torno de sua administração?

Agenor Rezende – Buscamos va-lorizar desde o início os parceiros da base aliada, por isso tenho contado com o seu apoio administrativo. Queremos, sempre, valorizar a atividade política como instrumento positivo para fazer avançar e alcançar novas conquistas, como são os casos do curso de Medi-cina, das novas unidades na saúde, da valorização do setor educacional, das iniciativas que hoje mudam a paisagem

e a infraestrutura de Mineiros. Seu nome aparece nos bastidores

políticos como pré-candidato a Pre-feito. O senhor pretende postular a reeleição?

Agenor Rezende – Estamos mui-to focados na gestão, na viabilização de obras para Mineiros e tudo tem o seu tempo. Nossas definições políticas vão ser processadas no início de 2016 e va-mos nos esforçar muito para que todo o trabalho que realizamos tenha plena continuidade. Vamos insistir no nosso estilo de trabalho intenso em prol da

população, com muita responsabilidade e se-riedade.

Estamos chegan-do ao final de ano, qual sua mensagem. O que a população de Mineiros pode espe-rar do Governo Age-nor em 2016?

Agenor Rezende – Quero transmitir à população de Mineiros a nossa mensagem de fé, otimismo e plena confiança no presente e no futuro de nossa cidade. O ambiente de profunda instabili-dade na política e na economia nacionais não pode, em nenhu-ma hipótese, abalar as nossas convicções e ideais no sentido de construir uma socieda-de solidária e fraterna. O Natal e o Ano Novo são momentos muito especiais na vida de nossas famílias. Deve-mos, mais do que nun-ca, semear gestos e ati-tudes cristãs, sempre com o acolhimento aos que mais precisam. Na prefeitura, temos ab-soluta certeza de que 2016 será um ano de

colheita em abundância dos frutos das sementes que lançamos ao logo de três anos de muito trabalho e determinação para vencer adversidades e construir um ambiente favorável a investimen-tos. Novas e importantes obras serão realizadas ao mesmo tempo em que aperfeiçoaremos a prestação de ser-viços à população. Em tudo, rogamos a Deus para que continue a derramar bênçãos sobre Mineiros, para que cada morador possa conduzir suas vidas com saúde, prosperidade, harmonia e paz.

São os nossos votos à todos.

“Quero transmitir à população de Mineirosa nossa mensagem de fé, otimismo e plena confiança

no presente e no futuro de nossa cidade ”

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ECONOMIA

REVISTA BRITÂNICA PREVÊ DESASTRES ECONÔMICOS E POLÍTICOS PARA O BRASIL

O Brasil deveria começar 2016, ano em que o País será o pri-meiro da América do Sul a sediar uma Olimpíada, com

um humor “exuberante”, mas enfren-ta um “desastre econômico e político”, afirma a revista inglesa The Economist na principal reportagem em sua pági-na na internet, dia 30/12, ilustrada com uma foto da Presidente Dilma Rousseff. A publicação acredita que o novo Mi-nistro da Fazenda, Nelson Barbosa, pode conseguir realizar mais coisas na política econômica, por ter apoio do PT, mas vê dificuldades no avanço de reformas mais substanciais em meio às discussões so-bre o impeachment.

“Apenas escolhas duras podem co-locar o Brasil de volta aos trilhos. Mas Dilma Rousseff não parece agora ter estômago por elas”, afirma a Economist na longa reportagem sobre o País, que recebeu o título “A queda do Brasil”. A expectativa era de que o Brasil estivesse na vanguarda do forte crescimento dos emergentes, mas ao invés disso tem que lidar com turbulências políticas e eco-nômicas e “talvez com o retorno de uma inflação galopante”.

O texto relata uma série de eventos que ocorreu este mês no País, incluindo a saída do Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e a perda do grau de investimento pela agência de classificação de risco Fi-tch, a segunda a retirar a nota, este mês, após a Standard & Poor’s, em setembro. “Ao mesmo tempo, a coalizão do Governo do Brasil tem sido desacreditada por um gigantesco escândalo de corrupção em torno da Petrobras”, afirma o texto, desta-cando que Dilma enfrenta ainda a abertu-ra de um processo de impeachment.

A Economist destaca que a previsão é de que a economia brasileira encolha entre 2,5% e 3%, seguindo uma recessão em 2016. Mesmo a Rússia, afetada pela queda livre dos preços do petróleo e san-ções dos Estados Unidos e Europa, “deve ir melhor” no ano que vem, destaca a re-portagem.

Assim como outros grandes países emergentes, o Brasil vem sendo afetado pela queda mundial dos preços das com-modities, afirma a publicação inglesa. Mas Dilma conseguiu tornar as coisas ainda piores, ao tomar medidas de estí-mulo à economia consideradas pela Eco-nomist como extravagantes e impruden-tes, que incluem corte de impostos para o setor empresarial.

“Gestores de crise do Brasil não têm o luxo de esperar por tempos me-lhores para começar a reforma”, afirma a revista, destacando que a dívida bruta do País, que beira os 70% do Produto In-terno Bruto (PIB), é alta para um País de renda média e tem tendência de crescer mais se nada for feito.

BARBOSA Para a The Economist, Barbosa,

embora tenha participado do “desastro-so” primeiro mandato de Dilma, pode

POLÍTICOS PARA O BRASIL

ser capaz de realizar mais coisas na eco-nomia. “Ele tem apoio político dentro do PT. Também tem poder de barganha, porque Dilma não pode se permitir per-der outro Ministro da Fazenda”, afirma a reportagem. Um dos primeiros testes do novo Ministro será a capacidade de con-vencer o relutante Congresso a aprovar a CPMF, destaca a publicação.

Apesar das vantagens que Barbosa tem, a Economist afirma que é “difícil se sentir otimista com as perspectivas de re-forma” no Brasil neste momento. As dis-cussões sobre o impeachment devem do-minar a agenda política por meses e o PT não tem apetite por “austeridade” na po-lítica econômica, conclui a reportagem.

TEXTO: ALTAMIRO SILVA JUNIOR FONTE: AGÊNCIA ESTADO

“Apenas escolhas duras podem colocar o Brasil de

volta aos trilhos. Mas Dilma Rousseff não parece agora ter

estômago por elas”,AFIRMA A ECONOMIST

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ANÁLISE

QUEM GANHOU NO ANO EM QUE O PAÍS PERDEU?

Ao longo de 2015 as empresas brasileiras de capital aberto comprovaram a máxima popular de que “nada está tão ruim que não possa piorar”

Mês a mês em 2015, as em-presas brasileiras viram seu valor de mercado despencar a patamares que não eram

registrados desde 2009, depois da cri-se financeira global. Desde janeiro, o Ibovespa, principal indicador da Bolsa, caiu 12,2% e as companhias de capital aberto perderam R$ 151 bilhões em va-lor de mercado. Mas nem todo mundo chegou até aqui se lamentando. Há um grupo de empresas que vai se lembrar com certa satisfação do ano que a maio-ria quer esquecer.

Entre elas, no topo do ranking das que mais se valorizaram em 2015, estão exportadoras, empresas que atuam em mercados resilientes à crise, como o de medicamentos, e outras que, na visão de investidores, fizeram uma boa ges-tão, apesar da crise econômica e políti-ca. A lista de companhias foi elaborada pela Economática, empresa de informa-ções financeiras.

Para Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper, essas empresas têm uma característi-ca em comum: conseguiram combinar geração de caixa com menor endivi-damento. “Embora não seja uma regra a ser aplicada a todas as empresas de

commodity, podemos dizer também que o dólar valorizado beneficiou as exportadoras.”

As gigantes de papel e celulose, Kla-bin, Suzano e Fibria, lideram o ranking: na média, seus papéis subiram mais de 60%. Para Carlos Farinha, Vice-presi-dente da Pöyry, consultoria especializa-da neste setor, a celulose sofre menos do que outras commodities porque atende a uma emergente classe média global que busca novos produtos, como papel higiê-nico e fraldas descartáveis.

Com isso no radar, a Klabin, cujos papéis subiram 81% neste ano, está mu-dando sua estrutura de receita para que, já em 2016, metade das vendas venha do mercado externo. Hoje, 67% do fatu-ramento ainda se concentram no Brasil. Com essa divisão “meio a meio”, o Pre-sidente da Klabin, Fabio Schwartzman, diz que a empresa fica protegida das os-cilações de demanda aqui e lá fora.

A concorrente Suzano usou o mo-mento positivo - com preço de celulose estável e dólar alto - para reequilibrar suas finanças e acelerar investimentos. A meta estipulada para 2016, de uma alavancagem de 2,5 vezes o Ebitda (po-tencial de geração de caixa), deverá ser antecipada para

o primeiro trimestre, segundo Marcelo Bacci, Diretor de Relações com investi-dores da empresa.

Além das fabricantes de celulose, o dólar alto colocou na lista das ações que mais ganharam em 2015 os papéis da petroquímica Braskem. Apesar de ter seus dois maiores acionistas, a Pe-trobras e o grupo Odebrecht, no cen-tro das investigações da operação Lava Jato, a companhia foi a quarta que mais ganhou valor este ano. A empresa atri-

“Em épocas difíceis, o consumidor corta gastos com bens duráveis e direciona sua renda para produtos essenciais”.

ALEX AGOSTINI

grupo de empresas que vai se lembrar com certa satisfação do ano que a maio-ria quer esquecer.

Entre elas, no topo do ranking das que mais se valorizaram em 2015, estão exportadoras, empresas que atuam em mercados resilientes à crise, como o de medicamentos, e outras que, na visão de investidores, fizeram uma boa ges-tão, apesar da crise econômica e políti-ca. A lista de companhias foi elaborada pela Economática, empresa de informa-ções financeiras.

Para Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper, essas empresas têm uma característi-ca em comum: conseguiram combinar geração de caixa com menor endivi-damento. “Embora não seja uma regra a ser aplicada a todas as empresas de

busca novos produtos, como papel higiê-nico e fraldas descartáveis.

Com isso no radar, a Klabin, cujos papéis subiram 81% neste ano, está mu-dando sua estrutura de receita para que, já em 2016, metade das vendas venha do mercado externo. Hoje, 67% do fatu-ramento ainda se concentram no Brasil. Com essa divisão “meio a meio”, o Pre-sidente da Klabin, Fabio Schwartzman, diz que a empresa fica protegida das os-cilações de demanda aqui e lá fora.

A concorrente Suzano usou o mo-mento positivo - com preço de celulose estável e dólar alto - para reequilibrar suas finanças e acelerar investimentos. A meta estipulada para 2016, de uma alavancagem de 2,5 vezes o Ebitda (po-tencial de geração de caixa), deverá ser antecipada para

ganhou valor este ano. A empresa atri-

“Em épocas difíceis, o consumidor corta gastos com bens duráveis e direciona sua renda para produtos essenciais”.

ALEX AGOSTINI

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buiu o bom desempenho ao “sucesso das operações internacionais” e do “bom momento do mercado petroquí-mico global”.

A companhia atingiu no terceiro trimestre um lucro líquido de R$ 1,5 bi-lhão, o maior de sua história, e tem um cenário positivo pela frente. Em relató-rio, os analistas do Itaú BBA projetam aumentos de receita e geração de caixa e redução de endividamento para a em-presa até 2019.

Empresas ligadas a setores resis-tentes à crise, como Raia Drogasil e Hypermarcas, fabricantes de medica-mentos, também conseguiram ganhar valor este ano. “Em épocas difíceis, o consumidor corta gastos com bens du-ráveis e direciona sua renda para pro-dutos essenciais”, diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.

A Hypermarcas chegou a ser olha-da com desconfiança pelos investidores neste ano, mas fez as pazes com o mer-cado depois de vender, no início de no-vembro, sua divisão de cosméticos para a multinacional Coty, para se concen-trar em medicamentos.

Até o combalido setor elétrico con-seguiu manter representantes na lista das empresas que se destacaram. Num ano em que o consumo de energia caiu e as despesas financeiras aumentaram, duas companhias viram seus papéis su-birem mais de 25%: a EDP Energias do Brasil, que controla as distribuidoras Es-celsa (ES) e Bandeirante (SP), e a Equa-torial, com Cemar (MA) e Celpa (PA).

A primeira, na opinião de analistas, registrou alta fora da curva, já que seus papéis estavam muito desvalorizados no início do ano. “Mas esse ajuste não acon-tece se a empresa não entrega o que pro-mete”, disse Maytê Souza Dantas de Al-buquerque, Diretora Financeira da EDP. Ela destaca a venda de ativos não estra-tégicos e a compra dos 50% na usina de Pecém I como fatores que afetaram positivamente o valor de mercado. Já a Equatorial há tempos vem sendo tratada por investidores como porto seguro, so-bretudo pelos resultados da reestrutura-ção das distribuidoras do Maranhão e do Pará, que deixaram de ser deficitárias e saíram do ranking de pior atendimento.

Único do mercado financeiro na lis-ta das maiores valorizações, o Santander

atribui o bom desempenho a melhorias operacionais, como redução da inadim-plência e retirada do Banco do topo da lista de reclamações do Banco Central.

Ter se destacado em 2015 não garante tranquilidade em 2016. Ape-sar de, nos últimos meses, a regra no mercado de capitais ter sido de ações descendo a ladeira, muita gente defen-

de que a bolsa brasileira ainda não está barata. “Não dá para atrair investidores com base no valor atual das compa-nhias.”, diz Ilan Goldfajn, Economista--chefe do Itaú Unibanco. O grande fiel da balança, diz ele, será a redução da despesa financeira. Viriato, do Insper, não vê um horizonte favorável. “O ce-nário ainda é incerto.”

DILMA RECONHECE DIFICULDADES EM 2015 E FALA EM ‘ESPERANÇA

RENOVADA’ PARA 2016

Depois de enfrentar um ano in-teiro de crise política e econômica, a Presidente Dilma Rousseff terminou 2015 reconhecendo dificuldades, mas se disse esperançosa para o novo ano. Sem citar o pedido de impeachment que terá que enfrentar em 2016, Dilma afirmou que o País “é maior do que in-teresses individuais e de grupos”.

“Sei que tivemos um ano difícil, mas estou otimista com 2016. Acredi-to na força do nosso povo e na agenda que traçamos para o Brasil”, escreveu a Presidente na tarde de 31/12 em sua conta no microblog Twitter. “Desejo aos brasileiros e brasileiras um #Fe-liz2016, com esperança renovada de um Brasil justo, no caminho certo para um futuro melhor.”

Dilma afirmou que a agenda do ano que vem será de reformas que irão “aprofundar a democracia e fortalecer as bases do crescimento sustentável”. “Acredito na força do nosso povo e na agenda que traçamos para o Brasil”, escreveu. “Devemos nos empenhar no essencial: um País forte para todos os brasileiros”, afirmou.

“Sei que tivemos um ano difícil, mas estou otimista com 2016. Acredito na força do nosso povo e na

agenda que traçamos para o Brasil”. PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF

FOTO: AGÊNCIA BRASIL

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ANÁLISE

CONSERVADORISMO DEVE DOMINAR CENÁRIO DE 2016Os investimentos conservadores devem dominar o portfólio dos brasileiros no ano de 2016

A combinação das incertezas nas áreas econômica e polí-tica mostra que 2016 será um ano para correr pouco risco.

Por ora, as previsões para a economia do Brasil indicam que ele pode ser tão difí-cil quanto o ano de 2015.

O País deve continuar o seu turbu-lento processo de ajuste fiscal num ce-nário de forte recessão, inflação elevada e aumento da taxa básica de juros.

A inflação provavelmente vai descer do patamar de dois dígitos, mas tende a seguir insistentemente acima do teto da meta estipulado pelo Gover-no (6,5%), o que vai dificultar o ganho real do investidor. Como consequência, o Banco Central já sinalizou que deverá promover novos aumentos da Selic com o objetivo de conter a alta dos preços.

A dificuldade na área econômica ainda vai se somar a um quadro turbu-lento político de difícil previsão. “Em 2016 nós estamos muito impactados pelo tamanho do ajuste fiscal que o Governo de fato vai conseguir entregar”, afirma Luciane Ribeiro, diretora do Santander Asset Management.

Na lista de investimentos que tra-zem ganho garantido em períodos de subida de juros aparecem os tradicionais fundos de renda de fixa e DI.

“Esses produtos, na sua maioria, têm liquidez e a garantia de que estão tendo um retorno um pouco acima da inflação”, diz Marcos Daré, Diretor de Investimentos do Bradesco.

A composição de um portfólio mais conservador também pode englobar papéis do Tesouro Direto. Um título in-dexado ao Índice Nacional de Preços ao

Consumidor Amplo (IPCA) chega a pa-gar juros reais de 7,5% ao ano. “Ou seja, o investidor aplica num produto de bai-xo risco que paga, além da inflação, mais 7,5% de juros”, destaca Liao Yu Chieh, professor do Insper. “Para o investidor com um prazo mais amplo, é uma boa recomendação.”

DIVERSIFICAÇÃOMas a aposta em investimentos con-

servadores não significa que o brasileiro tenha de fugir de aplicações de maior risco e evitar a diversificação da carteira.

“Num período de incertezas, se o investidor tem tolerância a risco, ele pode ter um crescimento financeiro bastante grande”, afirma Daré.

Para definir uma estratégia é preci-so ter em mente qual é o prazo desejado e o tamanho do risco que se pretende correr. “A diversificação é sempre sau-dável. Muitas vezes, ficar conservador é tomar risco, porque no médio e longo prazos o investidor pode perder oportu-nidades”, afirma Luiz Sorge, Presidente da BNP Paribas Asset Management.

A importância da diversificação, diz Sorge, está na possibilidade de aprovei-tar a recuperação do mercado assim que ela ocorre. Isso porque, normalmente, as mudanças que podem trazer algum tipo de ganho são percebidas primeiro pelos investidores institucionais, e não pelas pessoas físicas.

EXTERIORCom essa ideia de pulverizar as

aplicações, uma das apostas está em ações de bolsas dos Estados Unidos e da Europa. O investidor consegue ter acesso a esse tipo de produto por meio de fundos locais que investem uma parcela do patrimônio fora do País. “Temos buscado diversificar mais fora do Brasil, dado o atual cenário interno recessivo, que deve ter um impacto no resultado das empresas. Acho bastante positivo aplicar em bolsas internacio-nais”, destaca Luciane.

TEXTO: LUIZ GUILHERME GERBELLI FONTE: AGÊNCIA BRASIL

“Em 2016 nós estamos muito impactados pelo

tamanho do ajuste fiscal que o Governo de fato vai conseguir entregar”.

Luciane Ribeiro

FOTO: SÉRGIO ZACCHI

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RESPONSABILIDADE POR MARIANA TAMBÉM É DO GOVERNO, DIZ ONU

A mineradora Samarco não é a única que deve ser respon-sabilizada pelo desastre am-biental em Mariana, Minas

Gerais, e o Governo também precisa as-sumir seu papel na proteção às vítimas. O alerta foi feito dia 15/12 pela principal autoridade da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre direitos humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein.

O alto Comissário da ONU para Di-reitos Humanos usou seu discurso anual aos governos em Genebra para destacar o desastre em Minas Gerais, como um dos temas de preocupação do ano, ao lado da guerra na Síria, a crise em determinados países e a situação dos refugiados.

Ao explicar que esteve com auto-ridades brasileiras, Zeid indicou que fez questão de tocar no tema do “recente desastre em Minas Gerais”. “Apelei por uma investigação profunda e imparcial”, disse o comissário.

Para a ONU, porém, não basta ape-nas colocar a culpa na empresa Samarco. “Recordei (as autoridades) para a respon-sabilidade compartilhada que Estados e empresas devem ter na proteção e respei-to pelos direitos humanos”, insistiu.

Em Paris, no mês de novembro, a Presidente Dilma Rousseff (PT) criticou o setor privado. “A ação irresponsável de umas empresas provocou o maior de-sastre ambiental na história do Brasil, na Grande Bacia Hidrográfica do Rio Doce”,

afirmou. “Estamos reagindo pesado com medidas de punição, apoio às populações atingidas, prevenção de novas ocorrên-cias e também punindo severamente os responsáveis por essa tragédia.”

Essa é a quarta vez que a ONU se pronuncia sobre o caso de Mariana.

O relator das Nações Unidas para o Direito à Água e ao Saneamento Básico, Léo Heller, também criticou o Governo por não estar garantindo condições dig-nas às vítimas do desastre ambiental em Mariana e alertou que análises do Rio Doce revelaram “níveis de elementos tó-xicos que superam os níveis aceitáveis”.

“São quase dois meses após o even-

to e centenas de milhares de pessoas dos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo ainda sofrem com interrupções no abastecimento de água e ainda não têm onde morar”, alertou o relator da ONU

SOCIALNo discurso, Zeid contou que tra-

tou ainda do impacto social da crise econômica no Brasil com as autoridade nacionais. “Reconheci os esforços feitos pelo Governo para reduzir a pobreza e desigualdade”, disse. “Mas expressei mi-nha preocupação sobre o fato de que o desenvolvimento positivo no Brasil foi recentemente desafiado por uma econo-mia em declínio e a introdução de novos projetos de lei que minam os padrões de direitos humanos em várias áreas.”

Entre as críticas está o Projeto de Lei 215, que transferiria o poder de de-marcação de terras indígenas do Execu-tivo para o Congresso.

Em sua reunião com o Governo, Zeid também se mostrou preocupado com a iniciativa de reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos. Mas também apontou para os desafios relacionados com segu-rança pública e violência. O comissário falou da situação das prisões, da corrup-ção, pobreza, exclusão e discriminação.

“Tal discriminação é manifestada na falta de acesso aos direitos econômi-cos, sociais e culturais básicos para um amplo segmento da sociedade”, indicou.

“São quase dois meses após o evento e centenas

de milhares de pessoas dos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo ainda sofrem com interrupções

no abastecimento deágua e ainda não têm

onde morar”.LÉO HELLER

BRASIL

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UM MAR DE LAMA EM MARIANA

Fauna, flora e economia foram seriamente prejudicadas após o rompimento de duas barragensda mineradora Samarco

O rompimento das barragens de rejeitos de mineração da Samarco, em Mariana (MG), dia 05/11, foi conside-rado pela Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, como a maior tragédia ambiental da história do Brasil.

“É a maior catástrofe ambiental do País, isso é inegável. Eu vi o acidente. É

impressionante o impacto na flora e nas atividades econômicas”, disse a Minis-tra. “No trecho do Rio Doce em Minas, a ictiofauna [espécies de peixe em uma região] na calha do rio principal acabou”.

A onda de lama se espalhou por uma extensão de 9 quilômetros e atingiu o mar, com consequências ainda imprevisíveis.

Por onde passou a lama arrastou tudo, vi-timou fatalmente seres humanos, animais domésticos, provocou a mortandade de peixes (foto) e deixou muitas perguntas sem respostas até então. Duas delas: De quem é a culpa? Quem vai pagar por isso?

Sem dúvida foi, até então, a maior tragédia ambiental do País.

BRASIL, BONITO NA FOTO

Caso Petrobras disputa ‘prêmio’ de maior escândalo de corrupção do mundo

O esquema de corrupção e desvios na Petrobras investigado pela Operação Lava Jato está concorrendo a um “prê-mio” internacional - o de maior escân-dalo de corrupção do mundo.

Desde o dia 09/12 a entidade Trans-parência Internacional - considerada referência mundial no combate à corrup-ção - abriu uma votação para escolher o caso mais simbólico. Os desvios na es-tatal brasileira investigados na Lava Jato foram escolhidos entre 383 “escândalos”. Na fase final o esquema alvo da operação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal ficou entre 15 finalistas.

A votação vai até o dia 9 de fe-vereiro. Entre os concorrentes estão os casos envolvendo o Banco Espírito Santo, de Portugal, o ex-Presidente da

Tunísia Zine Al Abidine Ben Ali, a Fifa, o ex-Presi-dente do Panamá Ricardo Martinelli, o ex-líder do Egito Hosni Mubarak, o co-mércio de pedras preciosas em Mianmar, entre outros. Além do esquema na Petrobras, outros casos que disputam o “prêmio” da Transpa-rência Internacional também têm liga-ção com o Brasil, como o da Fifa e o do Panamá, no qual a suspeita recai sobre a Odebrecht em esquema de pagamen-to de propina. A empreiteira afirmou, em nota, que todos os processos de li-citação dos quais participou “cumpri-ram integralmente com o disposto nas normas legais panamenhas”.

A votação faz parte da campa-

nha “Desmascarar a Corrupção”, que alerta para os casos mais simbólicos. “São exemplos de abuso de poder que beneficiam poucos à custa de muitos. Milhões são afetados (pela corrupção) pelo mundo”, diz a Transparência In-ternacional, que tem sede em Berlim. Um dos líderes da entidade, Jose Ugaz, afirmou que a opinião pública é impor-tante para “parar essa doença”.

TEXTO: JAMIL CHADE FONTE: AGÊNCIA ESTADO

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DISTRIBUIÇÃO DE REPELENTES PARA GESTANTES

O Governo parece sem rumo diante do grave surto de microcefalia que atinge o País. E aí começa a surgiu medidas de todo tipo. Veja uma delas. O Ministério da Saúde está avaliando a possibilidade de distribuir repelentes para gestantes como uma estratégia para tentar conter o avanço da epidemia de bebês com microcefalia no Brasil. Ainda não há um consenso sobre a ideia, mas o Ministro da Saúde, Marcelo Castro, admitiu

que a hipótese está em discussão pela sua pasta. “Estamos avaliando todas as possibilidades”, disse.

Outra medida avaliada pela equipe do Governo é a distribuição de telas para serem colocadas nas casas. Castro disse que, a exemplo da distribuição dos repelentes, ainda não há um consenso sobre o assunto. “Por enquanto, recomendamos o uso. A distribuição, se acertada, será numa outra etapa”, completou.

POR QUE NÃO SE TOMA DECISÃO?Por que, ao invés de perder

tempo com medidas paternalistas e paliativas, o Governo Federal não inicia um plano de ação, inclusive com visão no hoje e amanhã?

Chegou a hora de tratar o assunto com a seriedade e urgência que ele exige, tomando inclusive medidas duras e antipopulares. Por que não punir moradores que, ano após ano, transformam suas casas e/ou imóveis em potenciais criadouros do mosquito Aedes aegypti?

Se falta dinheiro para a

saúde pública e o Governo precisa arrecadar, de olho inclusive na reedição da velha CPMF, esta seria uma iniciativa justa. Seria uma forma de punir educando. Até duas notificações: conscientização. Quem for autuado mais de duas vezes criando o mosquito em casa: multa. Se não existe a lei, que se crie.

Com certeza, maioria da população brasileira apoiaria ações como esta. O momento exige.

É minha sugestão como patriota indignada.

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DE OLHO EM BRASÍLIA

CAIADO VOLTA A DEFENDER

ELEIÇÕES GERAIS

Com ampliação da crise política, o líder do Democratas no Senado Federal, Ronaldo Caiado (GO), reforçou a necessidade de antecipar eleições gerais no País após nova operação da Polícia Federal envolver ministros, parlamentares e o Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

De acordo com o Senador, que já defende essa iniciativa desde o final de novembro, o caos político que se criou com os principais quadros dos dois maiores partidos do Governo envolvidos, cria uma crise de legitimidade que só poderá ser reparada novamente com o voto popular.

“Não existe governabilidade. Não tem como conviver com uma situação insustentável como essa. Tenho defendido a tese de entregarmos os mandatos no Congresso e na Presidência para novas eleições. As urnas legitimariam um novo Governo. Ou nós buscamos uma solução para a crise, ou ela vai engolir o País. Nada é mais atual do que avançarmos para uma antecipação das eleições do Congresso e da Presidência”, afirmou.

FOTO: AGÊNCIA SENADO FOTO: REPRODUÇÃO

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Ciro Gomes será pré-candidato à Presidência em 2018. É o político mais preparado e habilitado para a função”. A afirmação foi feita pelo Presidente Nacional do PDT, Carlos Lupi, em coletiva de imprensa.

Entre tantas revelações feitas pelo pecuarista José Carlos Bumlai, durante seus interrogatórios na Polícia Federal, uma em especial chamou atenção dos investigadores: Ele afirmou que “a estrutura da Petrobras era do Partido dos Trabalhadores”.

A Deputada Federal e ex-Prefeita de São Paulo Luiza Erundina (PSB-SP) vai comandar no dia 22 de janeiro a plenária de fundação do seu próprio partido, a Raiz Movimento Cidadanista.

Desde que foi criado em 2001, o Conselho de Ética da

Câmara julgou cinco deputados acusados de mentir. Até agora somente o delator do mensalão Roberto Jefferson (PTB) teve o mandato cassado. Palco de embates e até de troca de agressões físicas em 2015, a Casa aguarda agora a análise de processo contra seu Presidente, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).A lista de políticos citados por delatores na Operação Lava Jato não para de crescer. Carlos Alexandre de Souza Rocha, um dos entregadores de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, disse em delação premiada ter entregue R$ 300 mil a um diretor da UTC no Rio de Janeiro, que informou que o montante seria encaminhado ao Senador Aécio Neves (PSDB-MG). Afirmou, também, que Youssef mencionou pagamento de R$ 200 mil ao Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Os senadoresnegam e cobram provas.

IMPEACHMENTTEM APOIO DE

67% NO DF

A maioria dos brasilienses continua a sonhar com a Presidente Dilma Rousseff fora do poder. Pesquisa do Instituto Exata de Opinião Pública (Exata OP) mostra que 67,2% são favoráveis ao impeachment, enquanto 30,3% dos entrevistados são contrários. Apenas 2,5% não souberam responder. Embora o número represente a maioria dos entrevistados, a pesquisa mostra um recuo dos favoráveis à saída de Dilma. Em julho deste ano, quando o processo de impeachment ainda não havia sido instalado, o Instituto Exata foi às ruas fazer a mesma pergunta aos brasilienses. E registrou que os favoráveis somavam 75% e os contrários eram apenas 22%. A pesquisa, que ouviu 600 pessoas em Brasília no dia 11 de dezembro, apontou que os mais jovens são mais favoráveis ao impeachment. Os índices dos que querem a saída de Dilma variam de 75% entre os mais jovens, baixando até 50% na faixa acima dos 60 anos. A rejeição à primeira mulher Presidente do Brasil é equilibrada entre homens e mulheres. Das pessoas ouvidas na pesquisa, 67% dos homens foram favoráveis ao impeachment, enquanto 68% das mulheres deram a mesma resposta. Os contrários somam 30% tanto de homens quanto de mulheres.

CURTAS...

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RenataCarrijo

Em artigo publicado na página do PT na internet, o presidente do Partido, Rui Falcão, cobrou “ousadia” na economia, se posicionou contra novos aumentos das taxas de juros e admitiu que os primeiros movimentos do segundo mandato da Presidente Dilma Rousseff geraram perda de confiança e frustração.

Falcão foi enfático: “No início de

2016 o Governo precisa se concentrar na construção de uma pauta econômica que devolva à população a confiança perdida após a frustração dos primeiros atos de Governo (...) Chega de altas de juros e de cortes em investimentos”, disse o

petista no artigo intitulado “Uma nova e ousada política econômica para 2016”.

PT ATACA: PAÍS PRECISA DE “OUSADIA” NA ECONOMIA

DILMA DEFENDE: “NÃO VOU FAZER GUINADA À ESQUERDA”

A Presidente Dilma Rousseff não gostou das colocações feitas por Rui Falcão e o respondeu através do Ministro-Chefe da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini: “O PT é um partido importante, mas não é o único partido do Governo. Temos consciência do papel do partido, mas quem está no Governo tem outras responsabilidades”, disse. “Não haverá guinada à esquerda”, avisou. “Não adianta fazer pressão. A Presidente não vai ceder”, garantiu o interlocutor.

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IPVA/ACIM

IPVA TERÁ REDUÇÃO MÉDIA DE 5% EM 2016

O IPVA dos veículos usados em Goiás terá redução média de 5% em 2016, conforme tabela elaborada pela Fipe (Funda-

ção Instituto de Pesquisa Econômica) e divulgada dia 29/12, pela Secretaria da Fazenda. O cálculo do imposto é basea-do no valor venal dos veículos. O carro novo adquirido em Goiás não paga IPVA no ano da compra. A instrução normati-va com os novos valores (IN nº1.243/15 de 22 de dezembro) foi publicada no Di-

ário Oficial do Estado dia 31/12.De acordo com o coordenador do

IPVA, Nivaldo Borges Damasceno, a fro-ta goiana gira em torno de 3 milhões e 600 mil veículos. Desse total, recolhe--se IPVA de 1 milhão e 600 mil. A pas-ta espera arrecadar, no próximo ano, R$1,1bilhão. A inadimplência estimada do imposto é de 12% a 15%. E de impos-to atrasado a Fazenda calcula receber R$ 150 milhões. Com o aumento da fiscali-zação deste ano foi arrecadado mais de

R$1 bilhão. “Só com as blitzen de IPVA nas cidades do Estado, conseguimos ar-recadar mais ou menos R$ 2 milhões por mês”, explica Nivaldo Damasceno.Con-tinua vigorando para 2016, como vem sendo feito desde 2012, o desconto de 50% para carros populares (1.0) e moto-cicletas (125 cc), desde que o veículo não tenha sido multado nos últimos 12 meses e que seu proprietário esteja em dia com o imposto. O IPVA pode ser pago à vista ou em três parcelas no próximo ano.

A pasta espera arrecadar, no próximo ano, R$1,1bilhão.A inadimplência estimada do imposto é de 12% a 15%

“É justamente no ambiente negativo que o empresário

precisa buscar oportunidadee ser criativo”Sirley Madureira

SIRLEY MADUREIRA PREPARA PLANO DE AÇÃO NA ACIM

Cautela. Foi a palavra usada pelo novo presidente da Associação Comer-cial e Industrial de Mineiros (ACIM), Sirley Madureira, para definir a con-duta que deve ser adotada pelo empre-sariado mineirense diante do cenário econômico de 2016.

Madureira assumiu a entidade dia 07/10 e, desde então, vem se reunindo com a diretoria para traçar um amplo plano de ação e apresentá-lo aos asso-ciados. “Estamos buscando alternati-vas e espero que os integrantes do co-mércio também estejam prontos para nos apoiar”, convocou.

Como estimular o empresário diante do quadro atual? Ele respondeu demonstrando otimismo: “O cenário é realmente preocupante, temos que ter cautela. Mas é justamente no ambien-

te negativo que o empresário precisa buscar oportunidade e ser criativo”.

Madureira afirmou que vem bus-cando a parceria do prefeito Agenor Rezende e já prepara projetos para movimentar o comércio em 2016. “O prefeito Agenor também está preocu-pado com o impacto sofrido pelo co-mércio mineirense e, ao lado da ACIM, se prontificou a buscar caminhos”,

disse o presidente, concluindo em seguida: “A ACIM vai buscar a parce-ria de outros órgãos públicos, como a Câmara Municipal, dos segmentos re-presentativos da sociedade. Só vamos superar os desafios se atuarmos jun-tos, unidos.

IPVA TERÁ REDUÇÃO MÉDIA DE 5% EM 2016

ário Oficial do Estado dia 31/12.De acordo com o coordenador do

IPVA, Nivaldo Borges Damasceno, a fro-

R$1 bilhão. “Só com as blitzen de IPVA nas cidades do Estado, conseguimos ar-recadar mais ou menos R$ 2 milhões por

A pasta espera arrecadar, no próximo ano, R$1,1bilhão.A inadimplência estimada do imposto é de 12% a 15%

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MUNICÍPIO

MINEIROS SEDIOU COM SUCESSO ENCONTRO DO TCM

Evento contou com a participação de prefeitos, vereadores e servidores públicos de Mineiros e municípios da região

O prefeito Agenor Rezende foi o an-fitrião da série dos Encontros

Técnicos Regionais de 2015, promovido pelo Tribunal de Contas dos Municípios – TCM/GO, dia 19/05, em Mi-neiros (5ª Região).

O evento, que lotou o auditório do Frank Green, trouxe em seu primeiro dia, autoridades e convidados ilustres, entre eles, o presi-dente do Tribunal de Contas dos Municípios Honor Cru-vinel de Oliveira, Giovane Ferreira de Carvalho, repre-sentante do Sebrae, prefei-tos, vereadores, secretários e servidores dos municípios que pertencem a 5ª Região.

Para Honor Cruvinel de Oliveira, presidente do TCM, é gratificante rea-lizar este evento no município em que o prefeito da cidade é, também, Conse-lheiro do TCM. “É uma honra estar nes-sa cidade ao lado de um companheiro de Tribunal, afinal, Agenor Rezende é Conselheiro aposentado e, com isso, au-menta nossa responsabilidade e o nosso respeito para com o prefeito e para com a cidade. O nosso objetivo aqui é capa-citar e nos aproximar, de fato, dos nosso jurisdicionados. Por isso a participação dos prefeitos, vereadores e presidentes de Câmaras é importante. Nós sabemos das dificuldades que os Municípios estão passando e o Tribunal deve ficar mais próximo deles, auxiliando em todo o tra-balho de prestação de contas”, explica.

Segundo o Prefeito de Mineiros, Agenor Rezende, o Tribunal de Contas não existe para multar e nem para re-jeitar contas, ele existe para assessorar os municípios. “É uma alegria receber tantos prefeitos, vereadores e a direção do Tribunal de Contas dos municípios que veio orientar mais de 40 municípios do Sudoeste de Goiás, aqui representa-dos por seus gestores. Nós esperamos ter dois dias produtivos de orientação técnica porque, por mais sábio que seja o profissional, é importante se reciclar”, finaliza o prefeito.

O evento, que durou até o dia 20/05, teve como objetivo orientar ges-tores, agentes políticos e servidores mu-nicipais, além de falar sobre as exigên-cias e regulamentações necessárias para uma gestão eficiente e ética em benefí-cio da sociedade.

FOTOS: ODONEL PEREIRA

Prefeito Agenor Rezende, anfi trião do evento

MUDANÇA NA SINALIZAÇÃO OFERECE

MELHORIAS NO TRÂNSITOA Prefeitura de Mineiros, atra-

vés da Superintendência Municipal de Trânsito, tem intensificado a pin-tura, realizado alterações nos senti-dos das vias e implantado rotatórias com a finalidade de prevenir aciden-tes de trânsito.

Nos últimos dias foram criadas as rotatórias da Rua 20, esquina com a 15, no bairro Mineirinho e Avenida 03, esquina com a Avenida D-5, no Setor Marcelino Teodoro Gomes.

Além dessas ações, o SMT tem promovido palestras nas escolas para as crianças com o objetivo de formar futuros condutores, bem como, pre-parar os alunos a um comportamento mais adequado no trânsito.

Outra ação prevista para os pró-ximos dias é a ‘Campanha Nacional Maio Amarelo’ que tem como pro-posta colocar em pauta para a so-ciedade como todos podem ajudar a diminuir os índices de acidente em nosso município.

Implantação de rotatória

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PREFEITURA DE GOIÂNIA AMPLIOU SEUS INVESTIMENTOS EM 2015Dados do Tesouro Nacional apontam que a capital de Goiás foia terceira que mais investiu neste ano. Segundo Administração, R$ 1 bilhão foi aplicado em 60 obras

A desaceleração de investi-mentos municipais que atin-giu Natal, Campo Grande, Curitiba e outras 11 capitais

não chegou a Goiânia em 2015, é o que apontam os relatórios entregues pelas prefeituras ao Tesouro Nacional. Das 22 capitais que enviaram seus balancetes fiscais ao governo federal, apenas oito realizaram mais investimentos este ano do que no ano passado. Mesmo com um cenário econômico atribulado, a Prefei-tura de Goiânia foi a terceira que mais ampliou seus investimentos e aplicou 133% a mais em 2015 do que em 2014.

De acordo com o prefeito Paulo Garcia, este ano foi investido na capi-tal R$ 1 bilhão em 60 obras de infra-estrutura, meio ambiente, educação e saúde. “Com isso, injetamos capital e movimentamos a economia goianiense.

Além disso, equilibramos as contas pú-blicas com fortes atitudes como o corte de gastos com telefones, combustível e pessoal. Graças a essas ações e ao traba-lho de levar benefícios para a população, conseguimos ser destaque nacional em investimentos”, disse.

Ainda conforme os relatórios do Tesouro Nacional, é possível consta-tar que os investimentos despencaram até 90% este ano. As maiores quedas ocorreram em Natal (-89,8%), Curitiba (-63,7%) e Vitória (-46,4%). Por sua vez, os grandes investimentos ocorreram em Cuiabá (197,35%), Porto Velho (156,22%) e Goiânia (133,81%).

INVESTIMENTOS PARA 2016De acordo com a prefeitura, dos R$

5,2 bilhões previstos como receita em 2016, 23,07% devem ser aplicados em in-

vestimentos. Isso representa mais de R$ 1,2 bilhão direcionado a projetos como melhoria na mobilidade urbana coletiva (R$ 403,5 milhões), ampliação das uni-dades escolares (R$ 101,4 milhões) e, en-tre outros, obras habitacionais (R$ 96,3 milhões). Os recursos projetados para investimentos em 2016 são 340% acima da expectativa para este ano, que inicial-mente era de R$ 277 milhões.

“Vamos continuar até o ano que vem investindo de maneira atuante na capital. Estamos com grandes inter-venções em andamento, como o BRT Norte-Sul e o Programa Ambiental Macambira Anicuns, e elas vão con-tinuar dentro do cronograma”, acres-centou Paulo Garcia.

TEXTO: Thiago AraújoFONTE: Secretaria Municipal

de Comunicação (Secom)

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ACONTECE NO BRASIL

PAPAI NOEL DO CRIME ATACOU EM 2015

Papai Noel do mal deu o ar da gra-ça no final de ano. Bandidos usa-ram a magia do ‘bom velhinho’ para aprontar no Brasil.

Um homem vestido de Papai Noel roubou um helicóptero no interior de São Paulo. O helicóptero é um modelo Robson 44, muito usado no transporte executivo.

O piloto contou que foi contrata-do para fazer uma viagem do Campo de Marte, em São Paulo, até uma chácara em Mairinque (SP). Como o Natal estava perto ele não achou estranho o cliente chegar vestido de Papai Noel.

O homem disse que participaria de

uma confraternização e chegar de heli-cóptero fazia parte da festa. Foram 30 minutos de voo. Quando se preparava para pousar, o piloto foi rendido.

“O próprio Papai Noel, armado, ren-deu ele. No momento que chegou outro in-divíduo, que estava aguardando a chegada do helicóptero, ele foi rendido, tirado do helicóptero, amarrado e levado até o in-terior de um banheiro de uma residência próximo à área rural”, conta o tenente Ra-fael Alvarenga, da Polícia Militar.

O homem vestido de Papai Noel e o comparsa fugiram de helicóptero. O piloto só conseguiu se soltar depois de cinco horas e aí foi pedir ajuda.

O crime foi desvendado dia 07/01, com a prisão do suposto “Papai Noel”, Nabiel da Silva Cordeiro, e o instrutor de voo Rodrigo Senna.

DROGASOutro caso aconteceu em Ribei-

rão Preto, São Paulo. Policiais civis prenderam três homens suspeitos de vender porções de cocaína do Papai Noel. Os adesivos com o rosto do ‘bom velhinho’ eram colados nos pinos plásticos usados para embalar a droga.

Os três, rapazes de 20, 23 e 26 anos, foram detidos no Jardim Hele-na, zona leste da cidade.

Marginais usaram a magia do Papai Noel para roubar um helicóptero e traficar drogas no estado de São Paulo

POLÍCIA ENCONTRA NO PARÁ ‘SUBMARINO DO TRÁFICO’

Um submarino com 17 metros de comprimento por três de diâmetro, ca-paz de levar 30 pessoas e até 30 tone-ladas de carga, estava em fase final de construção em plena selva amazônica para servir ao tráfico internacional de drogas. A embarcação foi encontrada dia 15/12, em um braço do rio Guajará--Mirim, na região das Ilhas de Vigia, nordeste paraense, pela Polícia Civil do Pará. O submarino foi rebocado e transportado para a base do Grupa-mento Fluvial do Estado, em Belém, capital do Estado.

De acordo com o delegado João Bosco Rodrigues Júnior, diretor de Po-lícia Especializada, o veículo fluvial es-tava praticamente pronto e, apesar da fabricação artesanal, contava com mo-tor de alta potência, sonar e sistema de

refrigeração interna. Ele acredita que a construção era financiada pelo narco-tráfico colombiano para escoar grande quantidade de drogas para fora do País, possivelmente Estados Unidos e conti-nente europeu.

A descoberta foi feita após denún-cia anônima. Uma equipe de policiais foi à região e localizou o estaleiro mon-tado para a construção do submarino. O local, com estrutura para abrigar 15 pessoas, havia sido abandonado pelos ocupantes e ninguém foi preso.

No acesso, uma placa advertia os ribeirinhos e moradores da região: “Não entre sem permissão”. Segundo a polícia, o grupo havia se instalado no local em setembro e tinha vigilân-cia ostensiva na entrada, com o uso de falsos fuzis feitos de madeira para

afugentar curiosos.Além de vários tanques de com-

bustível, foram encontradas inscrições em espanhol, como “La Columbia” e “Guerrilla 762” em embalagens. “Eles impediam que ribeirinhos fizessem a pesca na área, o que incomodou a comu-nidade”, disse o delegado. No interior da ilha foram encontrados alojamen-tos como beliches, mesas, alimentos e roupas. Havia alimentos no fogo, o que indica que o local foi abandonado às pressas. A polícia paraense investiga se há grupos brasileiros envolvidos na construção do submarino.

Nabiel Cordeiro, o suposto “Papai Noel”, foi preso

FOTO: REPRODUÇÃO

FOTO: AGÊNCIA BRASIL

Submarino tem capacidade para levar 30 pessoas

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“Cheguei ao topodo mundo graças a R$ 30, que foi o valor que o meu

irmão pagou para comprar a minha primeira prancha”.

Mineirinho

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BRASIL, VIRA ‘PÁTRIA DO SURFE’

País mostrou hegemonia em 2015 com o título mundialde Mineirinho e a Tríplice Coroa de Gabriel Medina

O Brasil terminou 2015 como “campeão de tudo” no surfe. Adria-no de Souza, o Minei-

rinho, conquistou o título mun-dial e o Pipe Masters, tradicional etapa vencida pela primeira vez por um brasileiro. Já Gabriel Medina levou a Tríplice Coroa Havaiana. Sem contar que Caio Ibelli foi campeão do WQS, a di-visão de acesso ao Circuito Mun-dial.

“O Brasil está bem. Ano passado fui campeão mundial, esse ano o Adriano, teremos dez atletas na elite no próximo ano e espero que tenha uma evolução. É mui-to bom ver o esporte crescendo no meu país. Fico feliz de fazer parte de tudo isso e de ter sido o primeiro campeão mundial e que fez todo mundo a acreditar nos seus sonhos”, afirmou Medina.

Os dez surfistas citados pelo cam-peão mundial de 2014 são o próprio Medina, Mineirinho, Filipe Toledo, Italo Ferreira, Wiggolly Dantas, Jadson André, Miguel Pupo, Caio Ibelli, Alejo Muniz e Alex Ribeiro. Para completar, os três primeiros ficaram entre os quatro mais

bem colocados do Circuito e Italo, sétimo do ranking, foi o estreante do ano.

Falando o sobre o signifi-cado da conquista, Mineirinho lembrou-se do irmão: “Che-guei ao topo do mundo graças a R$ 30, que foi o valor que o meu irmão pagou para com-prar a minha primeira prancha quando a gente não tinha con-dição de ter um gasto desses. Dedico essa vitória a ele”.

Para Mineirinho, muita coisa boa deve vir nos próxi-mos anos. “A fase dos brasilei-ros é muito boa. Eu me sinto

muito feliz por ter ajudado neste cami-nho. O Gabriel foi campeão mundial no ano passado, agora fui eu. Podemos ter outros no futuro. O importante é traba-lhar sério, se dedicar e acreditar sem-pre”, concluiu o campeão mundial.

Gabriel Medina e Mineirinho comemoram sucesso no surfe

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ESPORTE

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A Poizé tem umalinha completa de

produtos para que os melhores momentosda vida tenham um

sabor especial.

São temperos, molhos, pimentas e diversos

alimentos com garantia e sabor incomparável.

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HOMEM VIVE NUMBURACO HÁ 25 ANOSO isolamento social, o silêncio e o mundo imaginário criado por

Antônio Francisco Calado saiu do anonimato em outubro, quando ele recebeu a visita do Juiz de Direito Everton Pereira Santos

Cavar buracos e morar den-tro deles faz parte da vida de Antônio Francisco Calado, 57, há 25 anos. E por viver assim,

o homem chama a atenção dos 3,5 mil moradores da pequena cidade de Nova Roma, distrito judiciário da comarca de Iaciara e distante 517 quilômetros de Goiânia. A história do “homem do bu-raco”, despertou também o interesse do Juiz Everton Pereira Santos. Ao analisar o processo de Antônio, logo determinou uma inspeção judicial no local, com o objetivo de constatar não somente a sua incapacidade, mas principalmente suas condições de vida.

Para chegar à “casa” de seu Antô-nio, a viagem foi longa e o Juiz precisou

da ajuda de Raimunda Tereza Calado, irmã dele. A equipe que acompanhou o magistrado saiu do Fórum de Iaciara num final da tarde e só duas horas de-pois, às 18h30, encontrou seu Antônio. Foram 50 quilômetros de asfalto até chegar em Nova Roma, mais 30 de estra-da de chão e quase um quilômetro a pé até o buraco.

O horário foi proposital. Segundo a irmã, Antônio sai do buraco todos os dias bem cedo e só retorna no fim da tarde. Calmo, com panos que usa como roupa e carregando preso ao corpo objetos como facão, faca, punhal, isqueiro e um artefato para acender fogo, ele recebeu os visitan-tes enquanto misturava a comida, que lhe serviria como jantar: arroz mal cozido,

molho de pimenta com poucas verduras, tudo preparado por ele. “Não vou ofere-cer, vocês não vão querer porque eu não lavo a panela tem uns 10 anos”, revelou. O alimento foi dividido com uma raposa que ele pegou no mato e que lhe faz com-panhia. “Tem também esse aí, o Barão”, disse, apontando para o cachorro. Os ani-mais são os únicos companheiros dele.

As frases desconexas não permi-tiram uma conversa longa entre o ma-gistrado e o homem do buraco. Ao ser questionado sobre a sua mãe, que mor-reu em 2012, ele respondeu: “Ela não foi embora, de vez em quando falo com ela, todos dias”, disse, confuso. “O trovão e o raio também dizem o que eu devo fazer”, acrescentou.

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“A minha televisão é aqui em cima”, mostrou.

A “televisão” era um pequeno furo de ventilação

no teto da caverna, por onde ele, deitado, consegue

ver o céu e as estrelas.

SAIBA MAIS...

“NUM BURACO NO CHÃOVIVIA UM HOMEM…”

No mundo imaginário de Se-nhor dos Anéis, do escritor J.R.R. Tolkien, existe uma raça conhecida como hobbit. No que diz respeito a este povo é que estão contentes em ignorar e serem ignorados pelas pes-soas do grande mundo. O coração de um hobbit reside na paz e na quietu-de e todos compartilham o amor por coisas que crescem, proveniente da boa mãe terra. Resumindo: um povo simples. A peculiaridade dos hob-bits, porém, vem de suas residências: moram em buracos debaixo da terra.

Essa é a curiosa história de An-tônio Francisco Calado, de 57 anos. Na cidade onde mora, Nova Roma, 517 km de Goiânia, localizada na re-gião Norte do Estado, é conhecido como “homem do buraco” ou “ho-mem do mato”.Seu Antônio vive em um enorme buraco há mais de 25 anos. O juiz Everton Pereira San-tos, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), realizou uma inspeção no local para determinar as condições de vida desta excêntrica e incom-preendida figura. O magistrado foi acompanhado da irmã de Antônio, Raimunda Tereza Calado.

OUTROS EREMITASUm eremita ou ermitão é um

indivíduo que, usualmente, por pe-nitência, religiosidade, misantropia (aversão ao ser humano e à natureza humana) ou simples amor à nature-za, vive em lugar deserto, isolado.

Pode soar loucura alguém que-rer se isolar do mundo e de todas as pessoas por longos anos ou para sempre, porém, essa prática já foi estabelecida por figuras considera-das nobres.

Santo Antão, conhecido como Pai dos Monges, foi o mais famoso dos Padres do Deserto: eremitas reli-giosos que viviam no deserto. Quando seus pais morreram, aos 18 anos, ele ouviu um sermão sobre Jesus e então vendeu todos os seus bens e herança e foi viver sozinho no deserto.

Outro ermitão de destaque foi o escritor e ativista americano Hen-ry David Thoreau. Seu mais famoso livro é “A Desobediência Civil”. Um ensaio escrito na cadeia de como se opor a um Estado opressor, injusto e arbitrário. Thoreau inspirou a revo-lução de Gandhi, na Índia e foi cha-mado por outros como “o precursor do anarquismo”. (NASSER NAJAR)

Em alguns momentos, ele demons-trava ter conhecimentos de como utilizar o fogo e sobre armas para caça. Respon-dendo somente o que lhe era perguntado, afirmou que não tem medo de o buraco desabar sobre ele porque tem plástico e madeira que protegem o local. Antô-nio apresentou a “casa”. Na entrada, um oratório com pequenas imagens que ele afirmou serem seus irmãos; depois um lugar para guardar ferramentas. Havia ainda uma espécie de antessala com uma rede pendurada, e, por fim, uma base de madeira com panos velhos por cima, que lhe servia de cama. “A minha televisão é aqui em cima”, mostrou. A “televisão” era um pequeno furo de ventilação no teto da caverna, por onde ele, deitado, consegue ver o céu e as estrelas.

As técnicas usadas por ele para construção do buraco e a produção de desenhos em relevo esculpidos fora e na parede do local chamaram a atenção. De acordo com ele, alguns animais são frequentadores da caverna. “As abelhas e formigas vêm me visitar. Elas também não gostam de luz”, contou.

Cerca de 50 minutos depois, na despedida, foi generoso com o sorriso e agradeceu a visita. Disse que não sabia o que estava acontecendo e que era feliz. Ao ser questionado se precisaria de algo, foi enfático. “Sou feliz aqui. Não preci-so de nada. Sou feliz com os animais. Eu durmo com eles”, destacou, antes de, mais uma vez, a conversa ser interrom-pida pelo “relâmpago” que estava falan-do algo para ele. “Ele me fala as coisas que eu preciso fazer”, completou.

Na cidade, as pessoas conhecem An-tônio como o “homem do buraco”, “ho-mem da caverna”, “o homem do mato” e muitas delas não entendem o porquê de ele ter essa vida. Esta pergunta não foi respondida por ele, nem pela irmã, única

pessoa que cuida dele. “Mas ele não faz mal para ninguém. As pessoas não preci-sam ter medo dele”, disse Raimunda.

O medo, realmente, é infundado e isso fica claro quando se fala com ele.

Sujo e com um cheiro forte, Antônio é calmo e tranquilo. Segundo a irmã, ele não toma banho, não faz a barba e muito menos corta as unhas. “Já tentamos dar banho nele, mas ele não quer. Diz que os

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animais não tomam banho e ele também não”, contou. Ela disse ainda que a água que ele toma é de um rio que passa no fundo da fazenda. “Ele não aceita nada que a gente dá para ele. E também não come carne, só salame.”

ESQUIZOFRENIA PARANOIDE

A irmã dele contou que desde 1990 Antônio vive nessas condições. Segun-do ela, várias tentativas para mudar a vida do irmão foram feitas. Porém, todas frustradas. “No começo, ficamos sem en-tender. Depois, ficou confirmado que ele é doente”, disse.

O laudo médico anexado aos autos atestou que Antônio tem esquizofrenia paranoide, uma perturbação mental gra-ve caracterizada pela perda de contato com a realidade (psicose), alucinações e delírios (crenças falsas). No caso de An-tônio, percebe-se que existe uma lógica perfeita dentro do delírio, só que ela não corresponde à realidade.

“Periciado tem déficit cognitivo e desorientação mental com alienação mental sendo incapaz para a vida inde-pendente e para o labor”, constatou a ava-liação do médico perito. O laudo pericial foi realizado uma semana antes da data da audiência e na porta do fórum. “Tive que buscá-lo e prometer que o levaria de volta. Ele não saia de lá há mais de ano”, frisou Raimunda, irmã dele. “A vida dele é isso aqui. Ele não aceita nada e diz que não precisa de nada. Sabemos que é doente e que precisa se tratar”, destacou a irmã.

BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOSCom o sol se pondo a equipe deixou

o local e chegou à comarca de Iaciara às 21 horas. A experiência deixou o magis-trado intrigado. “É diferente de tudo que a gente já viu. Ali é o mundo dele. Ser Juiz é isso”, desabafou. No outro dia, Everton Pereira, além de instruir e julgar a ação de interdição de Antônio, sentenciou os processos de pensão por morte dos pais dele, por ele ter sido considerado incapaz.

“O autor se isolou no meio da mata, abdicando de cuidados higiênicos, moran-do num buraco por ele construído, crian-do animais e com alimentação precária. A inspeção judicial reforçou a incapacidade já atestada no laudo médico pericial”, destacou o Juiz. Com isso, Antônio rece-berá a pensão do pai e da mãe. No enten-

ENGENHARIA ‘FANTÁSTICA’O Juiz Everton Pereira Santos fi-

cou impressionado com a situação do homem: “Ele criou um sistema para que a água da chuva não entre no buraco e ele poder utilizá-la depois. É fantásti-co. Quem ensinou isso para ele? Tenho a impressão que ele tem contato com outro ser. Ele se inspira em alguém, é muito estranho”, diz.

A residência de Antônio também impressionou o Juiz. A construção, em formato oval e com aproximadamente

8 m², tem os cômodos divididos e só é possível chegar a pé. Ao entrar, exis-te a sala. De um dos lados, um oratório com duas imagens de santos e do outro o quarto, onde ele dorme sobre um pe-daço de madeira com panos velhos. O homem cozinha do lado de fora com utensílios sujos e rudimentares. A co-mida é tudo que ele encontra na natu-reza: pequi, pimenta e outras verduras cultivadas no local. Antônio não come carne. (SÍLVIO TÚLIO)

Ao ser questionado se precisaria de algo,Antônio Calado foi enfático. “Sou feliz aqui. Não preciso de nada. Sou feliz com os animais. Eu durmo com eles”

dimento do Juiz, “é possível a cumulação de pensões por morte em decorrência do falecimento de ambos os genitores do fi-lho menor ou maior e inválido”.

Ainda de acordo com ele, não há vedação à percepção conjunta em decor-rência do óbito de ambos os genitores. “Portanto, do ponto de vista estritamente legal, mostra-se possível a concessão de ambas as pensões por morte”, reafirmou.

O advogado do caso, Eder César de Castro Martins, admitiu que o resultado positivo da sentença só foi possível devi-do à iniciativa do Juiz. “O fato de ele ter ido ao local para conferir as informações

fez com que Antônio recebesse o que lhe é de direito. Se isso não tivesse acon-tecido, ele não iria receber porque não ia sair da zona de conforto dele”, frisou.

Ainda de acordo com o advogado, se não fosse o mutirão, o processo demoraria de três a quatro anos para ser resolvido. “Antônio já teve seu problema soluciona-do. É uma iniciativa muito boa. O TJGO está de parabéns, levando Justiça aos luga-res mais inusitados”, elogiou sorrindo.

TEXTO: ARIANNE LOPESFONTE: CENTRO DE COMUNICAÇÃO

SOCIAL DO TJGO

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10 APARELHOS QUE DEVEM DESAPARECER COM O AVANÇO DA TECNOLOGIA

Matéria assinada pelo jornalista Leonardo Pereira, no olhardigital.uol.com.br, assegura que o smartphone é o principal responsável por uma onda de aposentadorias tecnológicas que nós, consumidores, promovemos diariamente. Alarmes, relógios de pulso, aparelhos de GPS, câmeras de vídeo e até controles de TV estão na lista de dispositivos ameaçados pelo telefone, mas não são os únicos que tendem a desaparecer, de acordo com um levantamento feito pela PIXmania.com.

A loja virtual listou dez produtos que estão em extinção e, embora o smartphone seja o principal “vilão”, é o nosso estilo de vida que está matando certas tecnologias.

Os docks que conectam iPods a caixas de som são parte dessa lista, já que nem fios são necessários atualmente para amplificar o volume

do tocador de músicas. Players de Blu-ray e DVD também correm perigo por disputarem com serviços de streaming.

Até os celulares da BlackBerry, antes voltados apenas ao mercado corporativo, são dados como quase mortos, assim como as televisões portáteis - já que tablets têm mais funções e imagens melhores.

O RANKING TODO FICOU ASSIM:1)Despertador2) GPS3) Dock para iPod4) Câmera tipo Flip5) Blu-ray player6) DVD player7) Relógio de pulso8) BlackBerry9) Controle remoto10) TV portátil

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VOCÊ SABE O QUE É A INTERNET DAS COISAS?Acertou quem a definiu como uma

revolução tecnológica, que visa, acima de tudo, conectar os itens usados do dia a dia à rede mundial de computadores.

A 2S Inovações Tecnológicas acaba de colocar no ar um site totalmente dedicado ao IoT - Internet das Coisas, com conteúdo local e

inédito, entrevistas com especialistas brasileiros e internacionais, infográficos, dados de mercado, casos de sucesso, artigos e e-books para download.

Já está disponível o primeiro e-book: IoT em Transportes/Cidades Inteligentes: http://www.2s.com br/iot/transporte.html

O objetivo da integradora

2S é ser uma fonte de consulta e conhecimento sobre esse novo conceito, que já é uma realidade em muitos segmentos em muitos países.

No Brasil, a 2S é pioneira ao implementar em vários clientes projetos inovadores para a transformação dos negócios no setor de transporte e logística.

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NAVEGAR É PRECISO

MENSAGENS DE ÓDIO NA WEBSÃO MONITORADAS

O ano de 2015 foi marcado por fatos desagradáveis, com ataques racistas e viralização de fotos

íntimas de pessoas famosas e/ou anônimas na internet. Mas foi-se o tempo que crimes desta ordem ficavam impunes. Um aplicativo já

está monitorando postagens de ódio, racismo e intolerância nas redes sociais. Criado pelo Laboratório de Estudos em Imagem e Cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo o monitor foi lançado a pedido do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.

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QUAL A MAIS BELA BLOGUEIRA DO MUNDO?

O que era para ser uma brincadeira sadia lançada aqui na coluna, já ganhou proporções fora do Centro-Oeste brasileiro. Várias sugestões chegaram para a edição 11 da revista e, não podendo divulgar todas, priorizamos o primeiro e-mail recebido.

A indicação da mais bela blogueira do mundo vem de Imperatriz-MA. O leitor Túlio César A. Siveira mandou

fotos da blogueira espanhola Natalia Cabezas, que trocou o Direito pelo Jornalismo e transformou seu blog em uma promissora fonte de renda. Atualmente, no blog e nas redes sociais, a morena Natália divide dicas de looks e viagens, fotos de moda de rua, tutoriais de beleza e receitas saudáveis.

PARTICIPE - mande sua musa preferida para o e-mail: [email protected].

VZ

brincadeira sadia lançada aqui na coluna, já ganhou proporções fora do Centro-Oeste brasileiro. Várias sugestões chegaram para a edição 11 da revista e, não podendo divulgar todas, priorizamos o primeiro e-mail recebido.

do mundo vem de Imperatriz-MA. O leitor Túlio César A. Siveira mandou

TSE ADOTA QR CODE NAS ELEIÇÕES DE 2016

Criada pela Mullen Lowe Brasil, campanha anuncia o uso da leitura digital que permitirá acessar os resultados gratuitamente no celular.

Campanha do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) comunica a utilização da tecnologia QR Code durante as eleições de 2016. Criado pela Mullen Lowe Brasil, o filme reforça a credibilidade, segurança e transparência do processo eleitoral e mostra como funciona a tecnologia que permitirá que os eleitores confiram todos os resultados de cada seção de forma gratuita no seu celular.

A partir das próximas eleições, o QR Code virá impresso no Boletim de Urna, após o término das votações e, assim como já é feito normalmente, uma cópia impressa do boletim será fixada em cada seção eleitoral e disponibilizada online no site do TSE. Com a leitura digital, cada cidadão poderá consultar informações, como município, UF, candidatos votados e o número de votos obtidos em uma seção específica, comparecimento e número de eleitores que faltaram, votos por partidos, brancos e nulos. Tudo em sigilo, sem identificação de quem votou e em qual candidato.

(Fonte: meioemensagem.com.br)

MAIORIA DE SMARTPHONES COM VÍRUS ESTÃO NO SUDESTE

De acordo com o estudo divulgado pela fabricante de antivírus PSafe, quase 50% dos smartphones infectados por vírus e outros tipos de malware estão na região Sudeste do Brasil.

O trojan - programa malicioso que se instala no computador do usuário disfarçado de software legítimo - é o tipo mais comum dentre os registrados, com 51,8% do total. Ele torna o aparelho mais vulnerável a outros tipos de vírus. Cerca de 2 milhões de celulares em todo o País estão em risco.

“O trojan funciona como um foguete. Ele leva a ogiva até o celular e dá espaço para entrar no sistema”, diz Marco DeMello, CEO da PSafe e especialista em segurança digital. No ranking das ameaças, o adware -

malware escondido em anúncios de sites - é a segunda mais comum, com 38,8% das infecções no Sudeste.

O motivo é a falta de segurança dos celulares. “Ainda existe a ideia de que só existe vírus em PC. Mas já existem mais smartphones do que PCs. Então, o número de ameaças também é maior”, diz DeMello. Para o estudo, a empresa analisou os aparelhos de 20 milhões de usuários do aplicativo da PSafe no País.

A internet levou um total de 4 anos para atingir um público de 50 milhões; o rádio levou 38 anos e a televisão 13 anos.

Em 1995, a revista Newsweek publicou um artigo ridicularizando o futuro da internet. Ela riu da ideia de que as pessoas iam ler notícias, aprender ou comprar passagens de avião on-line. A matéria ainda está disponível em seu site, ironicamente.

Um dos primeiros casos reconhecidos de democracia na Internet foi visto em 1998, quando Hank, o anão bêbedo irritado, ganhou o prêmio de “50 pessoas mais bonitas dos EUA”. Ele venceu Leonardo DiCaprio por mais de 215 mil votos.

Uma sueca de 75 anos de idade tem a conexão mais rápida do mundo – 40 Gigabits/segundo.

CURIOSIDADES...

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GutembergOliveira

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Ele é uma parada quase obrigató-ria para quem percorre os cerca de 140 km que separam Brasilia (saída pela BR 070) de Pirenó-

polis, uma das mais importantes cidades históricas do Estado de Goiás. O Salto do Corumbá, uma queda d’água conhecida internacionalmente depois de se tornar capa, em dezembro, da renomada revista de viagem e natureza: a Traveler, da Na-tional Geographic.

“O Salto do Corumbá é um patri-mônio do Brasil. Estamos envaidecidos com o fato de que essa paisagem de Cer-rado do interior de Goiás, um paraíso de águas limpas, possa ser vista por pessoas de todo o mundo. É a região dos Pirineus (que engloba Corumbá e Pirenópolis) entrando em mercados que nunca ima-ginamos”, comenta Rodrigo Estivallet, proprietário do complexo do Salto do Corumbá.

A cachoeira que ilustra a capa da revista americana é apenas uma das sete existentes no complexo turístico com 40 hectares destinado ao turismo. Sediado no município de Corumbá de Goiás, dis-tante 18 km de Pirenópolis, o local rece-be cerca de cinco mil pessoas nos finais de semana mais movimentados para atividades relacionados ao ecoturismo (tirolesa, boia, trilhas, passeio a cavalo, entre outros).

Além de estampar a revista ame-ricana, o Salto do Corumbá está tam-bém na rota da tocha olímpica em seu tour pelo Brasil. Em maio de 2016, depois que desembarcar em Brasília, o salto será a primeira paisagem natural onde a tocha fará uma parada em seu deslocamento em direção a Corumbá de Goiás.

O clique, que deu notoriedade ao

Salto do Corumbá, é do morador de Brasília Victor Lima. Ele venceu mais de 34 mil concorrentes no concurso promovido para fotógrafos profissio-nais e amadores pela National Geogra-

fic em vários países. A edição traz tam-bém a lista dos 20 melhores destinos turísticos eleitos pela revista, entre os quais o Rio Grande do Norte.

FONTE: ASCOM/TURISMO

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Paisagens naturais encantam os turistas na cachoeira Salto do Corumbá (GO)

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DE CORUMBÁ PARA O MUNDOSalto do Corumbá ganha concurso internacional e coloca destino goiano na capa de

uma das mais conhecidas publicações do mundo. A edição traz também a lista dos 20 melhores destinos turísticos eleitos pela revista, entre os quais o Rio Grande do Norte

TURISMO

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GAFE DO ANO

MISS UNIVERSO BRILHOU, COM GAFE DE APRESENTADOR E TUDO MAISUm dos assuntos mais comentados no mundo foi proporcionado pelo apresentador Steve Harvey. Ele confundiu e anunciou a Miss Colômbiacomo vencedora do Miss Universo 2015

Nem mesmo a gafe constran-gedora do apresentador do evento, Steve Harvey, com repercussão mundial, tirou o

brilho da nova Miss Universo, a meiga Pia Wurtzbach, das Filipinas. O concurso foi realizado dia 20/12 no The AXIS, Las Vegas, Estados Unidos.

Na hora de revelar a grande ven-cedora Steve anunciou que a grande campeã da noite era a Miss Colômbia, Ariadna Gutiérrez. Mas após ela colocar a coroa, receber flores e fazer o famoso tchauzinho de miss, ele percebeu que se confundiu.

O apresentador teria, suposta-mente, lido errado a ordem dos no-mes no envelope e, quando percebeu o erro, teve que se explicar e ainda dar o primeiro lugar para a Miss Filipinas, Pia Wurtzbach.

Mostrando para a câmera o cartão que recebeu em mãos, com o anúncio das finalistas: ele justificou: - Ok, gen-te... Eu tenho que pedir desculpas. A primeira vice-campeã é a Colômbia. Miss Universo 2015 é a Filipina. Isso é exatamente o que está no cartão. Eu sou totalmente responsável por isso. O erro horrível foi meu. Por favor, não descon-tem nas meninas”.

Errar é humano e o mundo não pode e não vai crucificar eternamente Steve, mesmo porque ele teve a dignida-de de assumir o que fez. Coisa que pou-cos fazem.

A GRANDEZA DE DUAS VENCEDORASEm sua conta no Instagram, a

filipina Pia Wurtzbach postou uma mensagem de ano novo e encheu a segunda colocada, Ariadna Gutierrez, de elogios:

“Você é uma mulher incrível e agora estamos conectadas para sem-pre por causa de uma experiência úni-

ca. Nas últimas três semanas em que estivemos juntas, eu vi como você é forte e bonita por dentro e por fora. Você representou seu país com honra e eu sei o quanto todos devem estar orgulhosos. O destino tem um plano para você, e eu estou animada para ver o que vem pela frente”, escreveu Pia.

“Você é uma mulher incrível e agora estamos conectadas para sempre por causa de uma experiência única”.

Escreveu Pia Wurtzbach para a amiga Ariadna Gutiérrez

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Agora, cuidar de seu corpo pode ser mais confortável. Sua pele aprova!

Conheça a nova linha de produtos Poizia.

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NOVO VISUAL

Cabelos coloridos e cortes assimétricos saíram das passarelas e estão em alta no próximo verão

Nosso cabelo, tanto a forma como o arrumamos quanto o corte, demonstra as caracte-rísticas de nossa personalida-

de, reforçando a individualidade de cada um. Dessa maneira, é sempre importante renovar o visual, apostando nas alterna-tivas que mais nos agradam. Os cortes de cabelo que são tendência para o verão de 2016 podem auxiliar neste aspecto: eles já fizeram enorme sucesso nas passare-las e são os estilos mais requisitados por atrizes e cantoras de todo o mundo.

De acordo com o hairstylist Gil Prando, os cortes médios, assimétricos e desconectados são tendência nos cabe-los para o verão de 2016. “O corte mé-dio é uma ótima opção para o verão, pois

permite que você mantenha os cabelos soltos por mais tempo”, afirma Prando, antes de lembrar que esse comprimen-to também é ideal para as estações mais frias, pois proporciona uma harmonia com lenços, cachecóis e outros acessó-rios da época.

Outra tendência para o próximo ano é apostar nas colorações: “Cabelos com mechas coloridas estão super na moda e ficam lindos”, diz Gil. O especialista co-menta que as mais ousadas podem inves-tir em uma coloração marrom combinada com mechas rosas ou cor de cobre.

Entretanto, quem prefere manter a mesma cor, apenas mudando um pouco o visual, uma dica é aderir ao ombré hair, técnica em que o cabelo adquiri um som-

breado capaz de trazer uma característi-ca marcante e ao mesmo tempo suave. O ombré hair valoriza o corte com uma ilu-minação tom sobre tom a partir do meio dos cabelos, que podem tanto ser claros ou escuros.

Fios platinados também continua-rão na moda. Mas nesse caso é importan-te não descuidar da manutenção, pois a cor super loira pode resultar no resseca-mento dos fios, o que pede uma atenção a mais. “Essas cores são ótimas opções, pois não desbotam com facilidade e, se desbotarem, ainda permanecem com um tom bonito”, e um tonalizante com 5 mi-nutos de pausa, traz refrescância a qual-quer cor, explica Gil Prando.

TEXTO: BEATRIZ SANTOS

Cabelos com mechas coloridas ou com fios

platinados, além de lindos, são tendências para 2016

CONFIRA AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DE CABELOS PARA 2016

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DENGUE, CHIKUNGUNYA, ZIKA...

É VERÃO NO BRASIL

Pela primeira vez o verão bra-sileiro terá circulação de três tipos de vírus transmitidos pelo Aedes aegypti. Dengue, fe-

bre chikungunya e Zika são doenças com sintomas parecidos, sem tratamento es-pecífico e com consequências distintas. Até abril deste ano não havia casos de Zika registrados no Brasil.

Para a coordenadora do Comitê de Virologia Clínica da Sociedade Brasilei-ra de Infectologia, Nancy Bellei, o con-trole de focos do mosquito será impera-tivo durante a estação, que começou dia 21/12.

Em entrevista à Agência Brasil, Nancy lembrou que o aumento de casos de infecção pelos três tipos de vírus du-rante o verão já era esperado por causa de características biológicas do Aedes aegypti. Os ovos do mosquito, segundo ela, podem sobreviver por até um ano e cinco ou seis dias após a primeira chuva

já formam novos insetos. “No verão cho-ve mais e o clima ajuda, já que a tempe-ratura ideal para o mosquito é entre 30 e 32 graus Celsius”.

Outra dificuldade a ser enfrentada, segundo a infectologista, é a semelhança entre alguns sintomas, que se manifes-tam de formas distintas em cada quadro. A febre, por exemplo, pode aparecer em todos os casos, mas, na dengue, é mais elevada; na febre chikungunya dura me-nos; e no Zika é mais baixa. Manchas na pele, segundo ela, são bastante comuns em casos de Zika, desde o início da do-ença, e nas infecções por dengue e chi-kungunya, quando aparecem, chegam entre o terceiro e o quinto dia.

“A dor de cabeça pode aparecer nos três casos, sendo que, na dengue, é mais intensa. O quadro de mialgia (dores no corpo) também pode se manifestar nas três doenças. Já a articulação inflamada é pior na febre chikungunya e dura até

três semanas. Temos também a conjun-tivite, que pode aparecer em infecções por chikungunya e Zika, mas por dengue não”, explicou.

As grávidas já eram considera-das grupo de risco para infecções por dengue e agora também são motivo de preocupação para infecções por Zika, diante da relação do vírus com casos de microcefalia. A especialista defendeu a urgência no desenvolvimento de soro-logia (detecção do vírus por exame de sangue) para as três doenças, para que se tenha precisão no diagnóstico e melhor acompanhamento de cada quadro.

“Precisamos juntar esforços. Este é o momento para isso. Devemos recrutar universidades, institutos de pesquisa, fazer uma força tarefa para avançar no diagnóstico dessas doenças. Se a gente não souber quem tem e quem não tem, vamos ficar apenas nas hipóteses e nas suposições”, alertou.

Aumento dos casos de infecção pelos três tipos de virus era esperado por causa de características biológicas do Aedes Aegypti

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SUPLEMENTO SAÚDE

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Nunca se falou tanto no Brasil do tal Zika vírus. Virou até piada entre os mais animados para definir a tosse, o estresse, a ira de alguém. – ‘Ele (a) tá com a Zika’... Brincadeiras a parte, o assunto é sério, para não dizer grave.

A doença é transmitida por meio da picada do Aedes aegypti, mesmo mosquito transmissor da dengue.

A suspeita é de que o vírus, que está sendo identificado pela primeira vez na América Latina, tenha chegado ao País durante a Copa do Mundo, trazido por tu-ristas africanos ou asiáticos, re-giões onde a doença é bastante comum.

O QUE É O ZIKA VÍRUS?Da família Flaviviridae e do gêne-

ro Flavivirus, o zika vírus provoca uma doença com sintomas muito semelhan-tes ao da dengue, febre amarela e chi-kungunya.

O vírus foi isolado pela primeira vez no fim da década de 1940, por meio de estudos realizados em macacos que habitavam a floresta de zika, na Uganda.

O primeiro caso da doença docu-mentada em um humano é de 1964 e relata os mesmos sintomas observados atualmente. O primeiro surto da doença observado fora dos continentes da Ásia e da África foi registrado em 2007, na Oceania.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS PROVOCADOS PELO ZIKA VÍRUS?

De baixa letalidade, a chamada fe-bre zika causa febre baixa, hiperemia conjuntival (olhos vermelhos) sem se-creção e sem coceira, artralgia (dores nas articulações) e exantema maculo--papular (manchas ou erupções na pele com pontos brancos ou vermelhos), do-res musculares, dor de cabeça e dor nas costas.

COMO O ZIKA VÍRUS É TRANSMITIDO?

O zika vírus é transmitido pela pi-cada dos mosquitos da família Aedes (aegypti, africanus, apicoargenteus, fur-cifer, luteocephalus e vitattus). A partir da picada infectada, a doença tem um período de incubação de aproximada-mente quatro dias até os sintomas co-meçarem a se manifestar, e os sinais e sintomas podem durar até 7 dias.

QUAL É O TRATAMENTO PARA O ZIKA VÍRUS?

Como não existe um medicamento específico contra o vírus, o tratamento é feito apenas para aliviar os sintomas. Assim, o uso de paracetamol, sob orien-tação médica, é indicado nesses casos.

Conforme orientações do Minis-tério da Saúde, deve-se evitar o uso de ácido acetilsalicílico e drogas anti-infla-matórias devido ao risco aumentado de complicações hemorrágicas, como ocor-re com a dengue.

COMO SE PREVENIR DO ZIKA VIRUS?

Como o zika vírus é transmitido por meio da picada do mosquito Aedes aegypti, as medidas de prevenção e con-trole são as mesmas já adotadas para a

dengue, febre amarela e chikun-gunya, como: eliminar os possíveis criadouros do mosquito, evitando deixar água acumulada em reci-pientes como pneus, garrafas, vasos de plantas, fazer uso de repelentes, entre outros.

HÁ RELAÇÃO ENTRE O ZIKA VIRUS E MICROCEFALIA?

A microcefalia é uma mal-formação congênita associada a uma série de fatores de diferentes origens, com o uso de substâncias químicas durante a gravidez, como drogas, contaminação por radiação e infeccção por agentes biológi-cos, como bactérias, vírus e radia-

ção. No dia 17 de novembro, o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, apontou a existên-cia de uma forte relação entre a circula-ção do zika vírus e a ocorrência de casos de microcefalia em algumas regiões do país. De acordo com ele, resultados de exames feitos em dois fetos com mi-crocefalia mostraram que as gestantes foram infectadas pelo zika. Porém, ainda não há nenhum estudo conclusivo e uma força-tarefa foi criada pelo governo para investigar melhor os casos.

Por enquanto, o Ministério da Saúde recomenda às gestantes que fa-çam exames pré-natal, evitem álcool e drogas, não usem medicamentos sem orientação médica e se protejam de mosquitos. Também é importante que as gestantes e suas famílias adotem medi-das que possam reduzir a presença dos mosquitos transmissores de doenças, re-tirando recipientes que tenham água pa-rada e cobrindo adequadamente locais de armazenamento de água, colocando telas em portas e janelas ou mantendo--as fechadas. Outra recomendação é para que as gestantes usem calça e cami-sa de manga comprida e utilizem repe-lentes para evitar as picadas.

SAIBA MAIS...

ZIKA VÍRUS: CONHEÇA OS SINTOMASE SAIBA COMO SE PREVENIR DA DOENÇA

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Microcefalia, número de vítimas não para de subir

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A chefe do serviço de infectolo-gia pediátrica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Angela Rocha, não pensa duas vezes ao dizer: a epidemia de nas-cimentos de bebês com microcefalia que o Nordeste e outras regiões do Brasil enfretam é um problema de dimensões ainda maiores do que o registrado com a talidomida. “Estamos assistindo ao surgi-mento de uma geração de sequelados. O impacto será gigantesco”, diz.

A talidomida é um medicamento desenvolvido na década de 1950, que por anos foi usado por gestantes para combater enjoos. A droga, no entanto, interrompia o crescimento de membros dos fetos. Como consequência, cerca de 10 mil bebês tiveram má-formação.

Angela avalia que a epidemia de microcefalia vai exigir uma série de adaptações nos serviços. Ela não tem dú-vida de que o número de neuropediatras terá de ser ampliado e vagas nos servi-ços de especialidade - já tão difíceis de serem obtidas - terão de ser garantidas.

No Oswaldo Cruz, por exemplo, mais especialistas deverão ser recruta-dos. “Não é uma tarefa fácil ou rápida”, ressalta Angela. E reconhece que nos primeiros dias até ela ficou muito abala-da emocionalmente com a situação dos bebês. “Todos nós do serviço ficamos tocados.” A maior angústia é não ter a resposta para várias das questões levan-

tadas pelas famílias.Crianças com microcefalia apresen-

tam um perímetro cefálico menor que 32 centímetros - conforme protocolo internacional que passou a ser seguido

pelo País. O cérebro desses bebês tam-bém apresenta tamanho reduzido. A má--formação pode ser provocada por pro-blemas genéticos, exposição da gestante a drogas ou por transmissão vertical de vírus como herpes, HIV, citomegalovirus.

Nas síndromes que têm como causa doenças infecciosas, bebês apresentam calcificações no cérebro. “Nessas áreas, o cérebro não se expande, obrigando ou-tras áreas a tentarem se desenvolver”, diz Angela. Essas alterações fazem com que sejam altos os riscos das crianças apre-sentarem convulsões. Os bebês também têm maior risco de apresentar problemas na visão, auditivos e locomotores.

Isso significa que esses pacientes precisam ser acompanhados por oftal-mologistas, otorrinos e fisioterapeutas. Além de serviços públicos terem de se adaptar, algumas regras precisam ser estabelecidas para garantir que pais e cuidadores não tenham uma queda mui-to significativa nos rendimentos. Isso porque a rotina de tratamento desses bebês é intensa. Na primeira fase, quan-do ainda não completaram 3 meses, o ideal é que façam exercícios de terapia ocupacional; mais tarde, fisioterapia e neurologia.

Pais terão de levá-los às consultas muita vezes durante o horário de traba-lho. “O impacto será emocional, econô-mico e social”, disse Angela.

MÉDICA FALA EM ‘GERAÇÃO DE SEQUELADOS’

“Estamos assistindo ao surgimento de uma geração de sequelados. O impacto

será gigantesco”ANGELA ROCHA

ARQUIVO PESSOAL

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O avanço da microcefalia no País persiste. Dados divulgados dia 05/01, pelo Ministério da Saúde mostram que casos da má-formação subiram 6,6% em uma semana, alcançado a marca de 3.174 registros, ante os 2.975 casos apresenta-dos pelo levantamento passado.

A doença também se espalha em território nacional. Menos de dois me-ses depois de o Ministério da Saúde de-cretar estado de emergência nacional em virtude do aumento de nascimento de bebês com o problema em Pernam-buco, os casos já alcançam 21 Unidades da Federação.

Apenas os Estados de Acre, Ama-pá, Paraná, Roraima, Santa Catarina e Rondônia não tiveram até o momento registros de bebês com suspeitas da sín-drome, que em 90% leva os bebês a ter deficiência mental. O número de cida-des com casos chega a 684.

O maior número de casos conti-nua a ser apresentado por Pernambuco:

1.185, o equivalente a 37,33% do total registrado em todo o País. Em seguida, estão os estados da Paraíba (504), Bahia (312), Rio Grande do Norte (169), Ser-gipe (146), Ceará (134), Alagoas (139), Mato Grosso (123) e Rio de Janeiro (118).

Nesta semana, um caso suspeito de microcefalia foi identificado no Ama-zonas, o primeiro desde que o acompa-nhamento começou a ser realizado por autoridades sanitárias.

A explosão do número de nasci-mentos de bebês com microcefalia foi relacionada pelo Ministério da Saúde à infecção do feto, ainda durante a gesta-ção, pelo zika. O vírus, transmitido pelo mesmo vetor da dengue e da chikun-gunya, o Aedes aegypti, chegou ao País em 2015 e provocou uma epidemia nos Estados do Nordeste. Exames em fetos com microcefalia identificaram a pre-sença do vírus no líquido amniótico de dois fetos.

O ministério recomenda que ges-

tantes mantenham o acompanhamento e consultas de pré-natal e que adotem medidas para tentar evitar picadas do mosquito: uso de blusas de manga lon-ga e calças, a aplicação de repelentes e, se possível, colocar telas em portas e janelas.

“O uso de roupas de manga longa é desafiador, diante do calor feito no País”, reconheceu o professor de saú-de coletiva da Universidade Federal de Goiás, João Bosco Siqueira Filho. “E telas as casas representa um inves-timento que nem todos podem arcar. Mas são medidas que podem ajudar”, completou.

Diante do aumento de casos, o go-verno formou uma força-tarefa, integra-da por 19 ministérios, para combater o Aedes aegypti. Em dezembro, o Ministé-rio da Saúde enviou mais 17,9 toneladas de Larvicida para os estados do Nordeste e Sudeste, totalizando 114 4 toneladas para todo o País.

CASOS DE MICROCELAFIA JÁ ULTRAPASSAM A MARCA DE 3 MIL E ATINGEM 21 ESTADOS

EM 22 MESES, VÍRUS ATINGE 9 PAÍSES DAS AMÉRICAS

O zika vírus chegou à América há menos de dois anos e já atinge nove pa-íses do continente, de acordo com a Or-ganização Mundial da Saúde (OMS). O rápido avanço está registrado no alerta mundial para as infecções divulgado no dia 1º/12. Ao todo, 22 países no mun-do já relataram casos desse “primo” da dengue. Segundo o relatório, até feve-reiro de 2014 não havia nenhum caso confirmado de infecção pelo vírus nas Américas.

O primeiro registro no continente ocorreu naquele mês, na Ilha de Páscoa, província do Chile que fica no Pacífico, a 3.700 quilômetros da costa do País. De-pois de 15 meses, em maio de 2015, o pri-meiro caso foi notificado no Brasil. Em outubro foi registrado o primeiro caso na Colômbia. No mês seguinte foram confir-

mados os primeiros casos em outros seis países: Paraguai, Venezuela, Suriname, El Salvador, Guatemala e México.

Segundo outro relatório publicado em outubro pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do gover-no dos Estados Unidos, além dos países latino-americanos, casos de transmissão do zika vírus foram registrados também em países da África, da Ásia e da Oce-ania, além de ilhas do Oceano Pacífico.

Na África houve casos de pacien-tes infectados em Camarões, Burkina Faso, República Centro Africana, Costa do Marfim, Nigéria, Senegal e Uganda. Na Ásia houve registros de transmis-são do vírus no Camboja, na Indonésia, na Malásia, nas Filipinas, na Tailândia e no Vietnã. Na Oceania e no Pacífico, o vírus foi registrado nas Ilhas Cook, na

Micronésia, na Polinésia Francesa, na Nova Caledônia, nas Ilhas Salomão e em Vanuatu.

HEALTHMAP.ORG

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Conhecida por provocar a peste ne-gra, que dizimou quase metade da popu-lação da Europa no século 14, a bactéria Yersina pestis já infectava humanos des-de a Idade do Bronze, há 4.800 anos, de acordo com um novo estudo publicado nesta quinta-feira, 22, na revista Cell. A data é cerca de 3.300 anos anterior ao registro mais antigo confirmado de in-fecção pela bactéria.

Cientistas já haviam confirmado anteriormente que, além da peste negra, a bactéria também foi responsável pela praga de Justiniano, que devastou todo o mundo conhecido durante o Império Bi-zantino, há cerca de 1.500 anos, matan-do 50 milhões de pessoas. Mas até agora não haviam sido registradas infecções anteriores.

No novo estudo, os pesquisadores sequenciaram o DNA de amostras de dentes de 101 indivíduos que viveram na Idade do Bronze - de 3.000 a.C. a 1.500 a.C. - na Europa e na Ásia. Sete deles fo-ram infectados pela Yersina pestis, por volta do ano 2.800 a.C. Segundo os auto-

res do estudo, isso significa que a mesma bactéria pode ter sido responsável pela famosa peste de Atenas, que matou 25% da população ateniense durante a Guer-ra do Peloponeso, a partir de 430 a.C., quando a cidade-Estado se encontrava sitiada pelos espartanos.

“Descobrimos que a linhagem da Yersina pestis se originou e se espalhou muito antes do que pensávamos e ago-ra temos uma ideia bem mais precisa de quando ela se desenvolveu. Esse estudo muda nossa visão sobre como a peste influenciou as populações humanas e abre novas vias para o estudo da evolu-ção das doenças”, disse um dos autores, Eske Willerslev, da Universidade de Co-penhague, na Dinamarca.

Segundo os pesquisadores, o estudo indica também que, embora a peste já existisse há 4.800 anos, foi preciso pelo menos mais um milênio até que a bac-téria adquirisse um gene que permitisse sua sobrevivência no interior do orga-nismo das pulgas, tornando-a capaz de se espalhar entre humanos usando o in-

seto. “O gene, no entanto, estava presen-te no genoma da bactéria em um indiví-duo da Idade do Ferro. Isso sugere que a peste se tornou transmissível por pulgas em um período entre 3.700 e 3 mil anos atrás”, disse Willerslev.

Trabalhos recentes coordenados por Willerslev e por Kristian Kristian-sen, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, levantaram a hipótese de que a peste pode ter dado forma às popula-ções humanas ao longo dos milênios. Há alguns meses eles publicaram um estu-do genômico de indivíduos da Idade do Bronze e mostraram que o período foi altamente dinâmico, envolvendo migra-ções de grande escala, que deram forma à maior parte da estrutura demográfica atual de Europa e Ásia.

A razão dessas migrações, no en-tanto, não estava clara. “Um dos cenários que discutimos foi a ideia de que grandes epidemias pudessem ter impulsionado essa dinâmica”, disse outro dos autores do novo estudo, Morten Allentoft, da Universidade de Copenhague.

BACTÉRIA DA PESTE NEGRA JÁ INFECTAVA HOMENS HÁ 4.800 ANOS

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O acesso universal à saúde é direito de todos os cidadãos e dever do Estado, segundo a Constituição Federal. As famí-lias ainda gastam mais do que o governo com a saúde. Mas, em 2013, o ritmo de crescimento das despesas dos consumi-dores diminuiu, enquanto o do governo acelerou, segundo os últimos dados da Conta-Satélite de Saúde 2010-2013, di-vulgada pelo Instituto Brasileiro de Ge-ografia e Estatística (IBGE).

Dos R$ 424 bilhões gastos com bens e serviços de saúde no ano, R$ 190 bi-lhões foram referentes a despesas de consumo do governo, o equivalente a 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2013. O montante é 3,7% superior à despesa registrada em 2012.

Outros R$ 234 bilhões, ou 4,4% do

PIB, eram despesas de famílias e insti-tuições sem fins lucrativos a serviço das famílias. O valor é 1,3% maior do que o registrado no ano anterior.

A despesa per capita com consumo de bens e serviços de saúde foi de R$ 1.162,14 para famílias e instituições sem fins lucrativos a serviço das famílias em 2013, contra R$ 1.058,48 em 2012. Já o gasto per capita com saúde do governo ficou em R$ 946,21 em 2013, ante R$ 830,39 no ano anterior.

O principal gasto das famílias é com serviços de saúde privados, que incluem os planos de saúde: R$ 141,3 bilhões, ou 2,7% do PIB de 2013. No governo, a prin-cipal despesa é a saúde pública, o equi-valente a R$ 149,9 bilhões, 2,8% do PIB.

Os gastos com saúde representa-

ram 18,9% do consumo final do governo e 7,1% do consumo final das famílias no PIB do ano.

Bens e serviços de saúde. O setor de saúde aumentou sua participação no PIB brasileiro. As despesas com consu-mo final de bens e serviços de saúde no País subiram de 7,8% do PIB em 2012 para 8,0% em 2013, quando atingiram R$ 424 bilhões.

Desse montante, 77,6% foram des-tinados ao consumo de serviços e 20,6% foram gastos com medicamentos.

TEXTOS: PAULA LABOISSIÈRE, FERNANDA DUARTE FONTE, LÍGIA FORMENTI,

FÁBIO DE CASTRO E DANIELA AMORIM

FONTES: AGÊNCIA BRASIL, PORTAL EBC E AGÊNCIA ESTADO

FAMÍLIAS GASTAM R$ 234 BI COM SAÚDECONTRA R$ 190 BI DO GOVERNO

Os gastos com saúde representaram 18,9% do

consumo final do governo e 7,1% do consumo final das

famílias no PIB do ano.

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MERCADO DITO E FEITO

“Jamais esqueça que sua riqueza não está nas coisas que você possui, mas naquelas que você jamais trocaria por dinheiro”.PADRE MARCELO ROSSI

“No dia que seu filho começar a achar que você

é um idiota, é melhor tomar cuidado. Aliás, é melhor tomar

cuidado antes disso”. MARCELO TAS

“Se você quer ver a grandeza de Deus na sua vida, você tem que ter a grandeza de perdoar”.EDIR MACEDO

“Quando nasciveio um anjo safado

O chato dum querubimE decretou que

eu tava predestinadoA ser errado assim

Já de saídaa minha estrada entortouMas vou até o fim”... CHICO BUARQUE

“Quando alguém encontra seu caminho precisa ter

coragem suficiente para dar passos errados. As decepções,

as derrotas, o desânimo são ferramentas que Deus utiliza para mostrar a estrada”.

PAULO COELHO

“Eu não faço da minha vida um problema. Eu procuro sempre enaltecer as coisas boas da minha vida”.VAL MARCHIORI

“Na minha vida hoje é tudo mais verdadeiro. Não busco nada. Quero apenas ser”.

DEBORAH SECCO

“Eu prezo sempre pela minha sanidade mental, mas

quero uma vida gaiata, de uma forma feliz. Não quero ficar presa a nada, senão a gente

vira prisioneiro de coisas que inventaram para a gente do

que é certo e errado”.ANGÉLICA

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PRATOS CRIATIVOS E SAUDÁVEIS PARA AS CRIANÇAS

Já imaginou oferecer ao seu filho uma refeição composta de “mini árvore”, “planeta vermelho” e “vagens do poder”? Essas podem ser algumas opções para você se referir aos brócolis, tomates e vagens

A maioria das crianças torce o nariz para comidas saudáveis porque acham “sem graça”. Que tal uma tática nova, que

vem sendo utilizada no mundo inteiro? Já imaginou “desenhar” a alimentação dos pequenos? Tudo muda se o prato ti-ver uma cara diferente, como uma flor-zinha, ursinho ou um campo de futebol.

O visual da alimentação da criança é super importante. Pratos bem coloridos e divertidos podem ser uma alternativa na hora de servir as refeições para elas.

Até os 2 anos de idade é o período que você molda o paladar da criança. É importante fontes de proteína, carboi-dratos, vitaminas e minerais nas refei-ções.

Uma dica saudável é usar os ali-mentos da época. Um alimento comer-cializado fora da época costuma ter mais agrotóxico.

Pesquisa realizada com 186 crian-ças de quatro anos indicou que a inges-

tão de alimentos quase dobrou por conta das inovações no jeito

de se referir a eles. Segundo o levantamento, mesmo de-pois que um tipo de vegetal voltou a ser chamado pelo nome “original”, as crianças continuaram a comer prati-camente 50% a mais do que

eram acostumadas.De acordo com o líder

de uma ampla pesquisa sobre o tema, Brian Wansink, da Cornell University, dar nomes diver-tidos à comida faz as crianças pensarem que vai ser mais legal comê-las, pois a mudança cau-sa uma expectativa diferente em relação ao alimento, o

que traz uma nova experiência, mesmo que a comida seja a mesma.

A nutricionista Kelly Fu Yu Chen explica a importância desses alimentos na infância: “Nessa fase, a taxa de desen-volvimento (tanto físico quanto o cogni-tivo) é significativa e por isso as crianças precisam se abastecer de nutrientes. Já é consenso que as verduras, os legumes e as frutas são riquíssimas em proprieda-des nutricionais. É também na primeira infância que a criança começa a adqui-rir os seus hábitos alimentares e, nes-te período, os pais ainda exercem uma grande influência, por isso é importante proporcionar uma alimentação de boa qualidade, o que inclui quantidades sufi-cientes e também muita variedade. Usar a criatividade também na preparação pode ajudar a criança a se habituar com os sabores de cada alimento, por exem-plo: omelete de espinafre, arroz com brócolis, salada de beterraba, tomate e cenoura com iogurte light, lasanha de berinjela e arroz com ervilhas”.

É HORA DE ENTRAR EM AÇÃOAdultos, mexam-se então! Sejam

criativos. Os famosos banquetes de “comer com os olhos” estão inspirando mães, pais, babás e responsáveis pela difícil tarefa de alimentar crianças com qualidade e quantidade suficiente para uma nutrição adequada. E tais explosões criativas estão ganhando o coração dos pequenos, dos leitores desta revista e in-ternautas, que viralizam fotos e receitas das mais diversas e engraçadas possíveis.

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NUTRIÇÃO E BOA FORMA

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Uma ideia muito divertida que tem funcionado como estratégia de sucesso entre mães ao redor do mundo são os pratos decorados com formas que chamam a atenção dos pe-quenos, como animais, figuras geométricas ou coisas que as crianças se identifiquem... Confira alguns:

DICAS DE PRATOS DIVERTIDOS PARA COMER COM OS OLHOS E, DEPOIS, COM A BOCA

Referências: www.soumae.org, www.emagrecendo.com.br, www.vidaeestilo.terra.com.br, www.aventurasgastronomicas.com

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Um prato de arroz, feijão, legumes e carne pode ficar muito mais divertido se os alimentos formarem uma carinha ou uma casinha.

PRATOS DIVERTIDOS ESTIMULAM A CRIANÇA A EXPERIMENTAR ALIMENTOS

Todos sabem que uma alimentação equilibrada é importante para suprir as necessidades nutricionais, principal-mente na infância. Porém, há muitas crianças com dificuldade para comer ali-mentos saudáveis e isso pode prejudicar o crescimento e o desenvolvimento.

“Uma das formas de agradar e esti-mular os pequenos é usar a imaginação para montar os pratos”, garante Iara Pas-qua, nutricionista do Hospital Benefi-cência Portuguesa de São Paulo, que em parceria com as nutricionistas Daniela Almeida Lopes e Jessica de Freitas ensi-nam o que você pode fazer na cozinha.

Cortes diferentes Legumes como pepino, cenoura e be-

terraba podem ser cortados em fatias lon-

gas, triângulos e cubinhos. No caso das ver-duras, como a couve, o corte das folhas é o chiff onade , que consiste em colocar uma folha em cima da outra, enrolar e cortar.

Acessórios culinários Com o boleador, a decoração dos

pratos fica bem variada. Você pode usá--lo em legumes, como as batatas, e nas frutas, como o mamão. Lance mão dos cortadores em formatos diversos, inclu-sive no pão de forma para fazer o lanche da garotada.

Brinque com as cores Quanto mais cor tiver no prato da

criança, mais saudável e atraente ela será. Pense em fazer as refeições com alimen-tos coloridos. Os vermelhos, ricos em li-

copeno, são antioxidantes, como o toma-te, melancia e o pimentão vermelho.

Já os roxos, como o repolho, raba-nete e a berinjela protegem o cérebro, enquanto que os amarelos (laranja, pês-sego e milho) têm betacaroteno, antio-xidante que combate os radicais livres, prevenindo o envelhecimento.

“Vale incluir os brancos, como ar-roz, cebola e couve-flor, fontes de nu-trientes como cálcio e potássio, e os verde-escuros, como abobrinha, brócolis e couve que contam com minerais, entre eles, o magnésio, importante para o bom desenvolvimento”, explica Iara.

Por fim, lembre-se de colocar tam-bém os marrons, que são as oleaginosas e os cereais integrais, que atuam no com-bate dos níveis do colesterol ruim.

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O famigerado 7 x 1 que a Alemanha impôs ao Brasil na semifinal da Copa do Mundo do já longínquo ano de 2014 marcou não somente

pela goleada, mas também pela passividade da comissão técnica da seleção brasileira, que assistia àquela chuva de gols sem tomar qualquer atitude. Pois o mesmo ocorreu com a economia brasileira no ano de 2015 que, felizmente, acabou de ser deixado para trás.

É raro na história brasileira o PIB cair 3,5% em um ano. Pior, as expectativas para 2016 também convergem para um novo tombo que, em se confirmando, significará um recorde negativo quase secular, dado que o Brasil não enfrenta dois anos segui-dos de retração desde o biênio posterior à crise de 1929.

Porém, mais do que a sucessão de números desastrosos, o que mais chama a atenção em um balanço do desempenho da economia em 2015 é a apatia com que a po-lítica econômica foi conduzida ao longo de todo o período.

Vista da perspectiva de um final de jogo, a política econômica de 2015 foi in-compreensível. Parece que todas as deci-sões foram condicionadas por uma tentati-va desesperada de evitar a perda do grau de investimento pelo País ou, talvez, por esfor-ços, nesse caso desesperançados, visando induzir os agentes a precificar essa perda de forma gradual, evitando-se um grande choque em uma economia já combalida. Se essa era a missão principal de Joaquim Levy, explica-se a mudança do treinador, quer dizer, do ministro da Fazenda. Esse jogo terminou com uma derrota fragorosa.

A diferença é que enquanto no fu-tebol o jogo tem duração determinada, na economia ele se repete indefinidamente. A partir de 2011, com base em um diagnóstico equivocado, que superestimou o sucesso da saída da crise global em “V” e subestimou a dificuldade de adaptação da economia na-cional ao novo quadro da economia mun-dial, desenhou-se uma política econômica como se houvesse uma capacidade inesgo-

tável de financiar medidas anticíclicas. Contudo, a dinâmica fiscal brasileira é

extremamente vulnerável ao ciclo econô-mico. Isso ocorre devido tanto ao compor-tamento da receita, posto que essa é muito apoiada em impostos sobre produtos, quanto da despesa, dado que essa é, em grande par-te, inflexível. Historicamente, a correção do desequilíbrio fiscal que acompanha os momentos de retração econômica sempre demandou soluções que envolveram algu-ma forma de ampliação da carga tributária. Como hoje prevalece o entendimento social de que essa carga já atingiu o limite do su-portável, o compasso de espera, que já con-sumiu o ano de 2015, expressa a contagem do tempo necessário para que a sociedade se convença de que não há outra opção.

O grande problema é que, no plano substantivo, muito mais do que o reequilí-brio fiscal, pura e simplesmente, a saída da recessão passa pela recuperação da produ-ção industrial.

Indústria. É bom que se diga que isso é assim não porque a indústria seja um setor eleito, mas porque é ela que reúne as ativi-dades produtivas com maior poder multi-plicador da renda. No entanto, a indústria brasileira está em um processo latente de crise desde 2007, pelo menos. Esse resul-tado não poderia ser diferente haja vista a política macroeconômica hostil para a indústria que predominou nos últimos 20 anos, que teve doses elevadas de valoriza-ção cambial, manutenção de juros altos e de alta dos custos sistêmicos (tributação, infraestrutura, custos salariais etc.)

Os efeitos cumulativos de longo prazo trazidos por essa combinação de tendên-cias provocaram um hiato crescente de competitividade que, por sua vez, reduziu o ritmo de investimentos e quebrou o prin-cipal circuito que impulsiona o progresso técnico da indústria, que é a construção de novas fábricas. Daí sobreveio a defasagem de inovação, que explica a estagnação da produtividade da indústria.

Embora rudimentar, o seguinte exer-

cício busca dimensionar o crescimento do hiato de competitividade. Em 2006, quan-do a trajetória de perda de competitividade industrial tornou-se nítida, as exportações brasileiras de manufaturados (exclusive derivados de petróleo) foram de US$ 87 bi-lhões, contra exportações mundiais de US$ 8,607 trilhões, correspondendo, portanto, a uma participação de 1,01%. Em 2014, esses números evoluíram para US$ 101,3 bilhões e 12,954 trilhões, respectivamente, redu-zindo a fatia do País para 0,78%.

Se o Brasil tivesse conseguido manter a participação de 2006, as exportações em 2014 poderiam ter sido US$ 29,6 bilhões su-periores ao efetivamente verificado. Quer dizer, o hiato de competitividade em rela-ção a 2006 “roubou” da indústria brasileira cerca de R$ 120 bilhões (pela taxa de câm-bio atual de cerca de R$ 4).

Quanto desse valor será recuperado tão somente com a desvalorização cambial o tempo dirá. Mas há razões para se acre-ditar que não será a maior parcela. A re-composição da competitividade estrutural requer a realização de investimentos, a mo-dernização do parque industrial, a mudança na pauta de produção, enfim, todo um pro-cesso a percorrer para quebrar o círculo vi-cioso acima mencionado. Claro que isso vai exigir tempo e apoio da política econômica.

A troca de um ministro da Fazenda por outro que também exibe perfil emi-nentemente técnico, e mesmo que ademais detenha maior conhecimento do que é o mundo da produção, dificilmente trará mu-danças significativas na essência da política econômica de curto prazo.

Isso simplesmente porque há muito pouco espaço para alternativas a um grande esforço fiscal e a um enfrentamento duro da inflação Resta, então, esperar que a supres-são da esquizofrenia que marcou a política econômica em 2015 possa melhorar o canal da previsibilidade e assim contribuir para recolocar a economia em movimento.

David Kupfer é economista e professor da UFRJ

RECESSÃO BATE GOVERNO DE 7 A 1A diferença é que enquanto no futebol o jogo tem duração determinada,

na economia ele se repete indefinidamente

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OPINIÃO DavidKupfer

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