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Quarto numero da revista OLD, com portfolios de Jacob Fellander e Gabriela Lissa. Entrevista com Eder Chiodetto. Aproveitem!!

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Revista Old Número 04 - Setembro de 2011Equipe Editorial - Felipe Abreu e Paula HayasakiDireção de Arte - Filipe Werner e Felipe AbreuTexto e Entrevista - Felipe AbreuSocial Media - Pedro TestolinoCapa - Jacob Felländer

FotografiasJacob Felländerwww.jacobfellander.comCia de Fotowww.ciadefoto.com.brGabriela Lissa

EntrevistaEder Chiodetto

Parceiros:

Contato:[email protected]

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Com esta quarta edição a OLD começa o seu segundo ciclo de vida e nós só temos o que comemorar! Está saindo, junto com esta edição online, a primeira edição impressa da OLD, o que nos deixa muito orgulhosos e felizes. A fotografia brasileira mostra cada vez mais sua força e seu interesse!Também neste mês temos uma nova casa. A OLD começou uma parceria com o Samba-Photo. Estamos produzindo conteúdo para o blog deles e também passamos a morar lá! Agora todas as novas edições da OLD es-tarão hospedadas no Issuu e no Samba!Esta quarta edição chega com tudo pra começar esta nova etapa da OLD! Temos o portfolio do sueco Jacob Felländer, com panorâmicas feitas com múltipla exposição de diversos centros urbanos. É um trabalho muito diferente e muito curioso.Nossa entrevista do mês está especial! Eder Chiodetto fala para a OLD sobre seu trabalho como curador, sobre arte contemporânea e

sobre os novos rumos para a fotografia.Nosso segundo portfolio também é muito especial. Apresentamos o trabalho de Gabriela Lissa, fotografando a rotina e a casa de seus avós. Um ensaio muito tocante e muito profundo.Quero mais uma vez agradecer a todos que estão participando da OLD, nos ajudando a crescer cada vez mais e levar a fotografia autoral para um número cada vez maior de pessoas! Muito obrigado! E continuem sempre conosco aqui na OLD.

Felipe Abreu

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Jacob FelländerI want to live close to you

Jacob é um fotógrafo sueco que produz grandes panôramicas de centro urbanos de todo o mundo. Aqui na OLD vamos apresentar parte do seu ensaio I want to live close to you. As imagens passam por Nova York, Paris, Estocolmo, Dubai e outras cidades do globo. Prepa-rem-se para ficar enbasbacados com suas vistas urbanas.

Seu trabalho tem uma cara muito singular. Você pode explicar que técnica você usa?

É uma técnica de multi-exposição analógica que venho usando a cerca de dez anos.

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Nessas imagens grandes cidades do mun-do todo parecem bastante próximas.Como você se sente em relação a isso? Como foi a experiência de passar por tantos cen-tros urbanos, tão diferentes entre si?

Ironicamente eu não sou fã de cidades grandes, mas minha câmera é. Eu só tento segui-la e apertar o botão sempre que sinto que é a hora certa.

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Não há pessoas nestas imagens. Você acredita que elementos arquitetônicos são mais importantes do que os humanos em um contexto urbano?

Os edifícios que criamos para viver e tra-balhar são para mim muito humanos. O fato de termos criado essas cidades imensas só porque queremos viver próximos uns dos outros é para mim muito tocante.

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Você acha que a múltipla exposição é uma maneira de trazer mais informação para uma fotografia? É uma maneira melhor de contar uma história?

Eu trabalho com múltipla exposição porque gosto da sua complexidade. E também pelo fator espaço/tempo oferecido pela técnica. Normalmente a fotografia é um momento congelado em uma lugar específico. Nas minhas imagens são diversos momentos em diversos lugares. Não estou tentando contar uma história. Só estou tentando interpretar o que meu instinto me indica...

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Cia

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Eder Chiodettoentrevista

Eder Chiodetto é um dos mais prestigiados curadores de fotografia e arte contemporânea no Brasil. Sempre desenvolvendo novos projetos, cada vez mais instigantes, Eder falou à OLD de curadoria, fotografia e arte contemporânea.

Qual o papel da fotografia dentro da arte contemporânea?

Acho que se a gente inverter a pergunta as coisas podem ficar mais claras. Qual é o papel da arte contemporânea dentro da fotografia? Creio que a fotografia impactou a arte contemporânea tanto quanto a arte

contemporânea causou sobressaltos na fotografia... A partir do início dos anos 1990, sobretudo,a fotografia “virou moda” no circuito de artes. Era a novidade que surgiu e por alguns anos vigorou como a principal vedete das grandes Bienais mundo afora. Hoje acho que ela passou a ser integrada de forma mais natural, sem tanto alarde. Mas a verdade é que a entrada da fotografia no mundo da arte contemporânea se deu sobretudo pelo trabalho dos fotógrafos alemães, com uma linha de fotografia conhecida como “inexpressiva” ou “fotografia de registro”. Ou seja, a fotografia entrou pela porta da frente do circuito de artes pela sua vertente de caráter mais documental que experimental, o que é curioso se observarmos como as vanguardas artísticas haviam levado a fotografia a um grau tremendo de experimentação que a afastavam desse viés.

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Como você desenvolve seu trabalho como curador?E a busca por novos artistas?

Pesquisa, pesquisa e pesquisa. Vejo trabalhos de muitos fotógrafos, leio o que os teóricos novos estão escrevendo e assim busco traçar estratégias que me levam a pensar questões conceituais que se desdobram em curadorias. Viajo bastante pelo país e para o exterior em função dos eventos de fotografia para

os quais sou convidado e sempre tento ver novas produções. Com o tempo as pessoas naturalmente começam a me indicar trabalhos e os próprios fotógrafos me procuram bastante. Mantenho dois grupos de estudo em fotografia onde as discussões me ajudam bastante nessas pesquisas.

Como foi o processo de desenvolvimento da exposição Geração 00?

Geração 00 é uma espécie de mapeamento das linhas de força da fotografia brasileira experimental e documental que surgiram e/ou ganharam musculatura na primeira década deste século, entre 2001 e 2010. É a primeira geração que produz a partir de vários preceitos novos: da (r)evolução tecnológica ocorrida nos últimos anos, a massificação das câmeras digitais, a solidificação da internet banda larga que acelera a circulação das informações e sobretudo das imagens,

a fotografia impactou a arte contemporânea tanto quanto a arte contemporânea causou sobressaltos na fotografia

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respostas do mercado, circuito de arte, editoras, etc. Logo, este projeto é também uma devolução resumida de tudo que vi, dos trabalhos que me impactaram, de artistas que eu trabalhei em diversos projetos. É uma curadoria que tem um viés científico e outro afetivo.

Como ocorreu a transição entre editor e curador?

Bem, talvez uma forte marca da minha personalidade seja a inquietação. Pensei em ser fotógrafo quando vi uma exposição do Araquém Alcântara em 1986, quando eu tinha 21 anos. Em 1991 estava no terceiro ano da faculdade de jornalismo e fui admitido na Folha como fotógrafo free lancer. Muito empolgado fiz um bom trabalho e fui contratado. Três anos depois já estava um pouco saturado da rotina de fotografar pelas ruas e ao mesmo tempo era solicitado para editar, já que eu palpitava em tudo. Por essa época tinha uma carência de gente para

a incorporação da fotografia no processo criativo de vários artistas não fotógrafos que finda por expandir o território das imagens técnicas, o impacto sem precedentes que a fotografia documental sofre em virtude do estreitamento agora mais claro entre realidade e ficção, entre outros aspectos.O fato de perceber que de fato nesta última década temos novas plataformas para pensar a fotografia e sua função social, artística, utilitária, etc. Não se trata de uma efeméride apenas, mas de um contexto histórico diferenciado em relação as últimas décadas. Este período marca também a minha atuação como crítico de fotografia na Folha e o começo e consolidação da minha atuação como curador.Por conta disso tive contato com muitos fotógrafos, pesquisei muito pelo Brasil, tive a oportunidade de ver e perceber um crescimento vertiginoso na qualidade da produção da nossa fotografia com ótimas

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escrever crônicas num espaço bacana que havia na Folha da Tarde e um dia apareci com um texto sobre uma contorcionista russa de um circo que passava por São Paulo. Logo estava fotografando, editando e escrevendo. Devem ter percebido a minha tendência a workaholic e me oficializaram como editor de fotografia. Em 1996 percebi que havia um movimento diferente na fotografia brasileira. Com artistas fotografando num registro que não era fotojornalismo. Fiquei danado com aquilo, fui nas exposições, conversei com os poucos fotógrafos não documentaristas que conhecia e fui estudar, autodidata, a história da fotografia. Logo estava eu escrevendo na Ilustrada sobre fotografia. Aí começaram a me chamar de crítico. Crítico eu? Pra quem tinha passado a adolescência achando a Ilustrada o máximo (e nos anos 80 era boa mesmo…), de repente virar crítico, parecia magia… Escrevi lá por 14 anos. Oito anos

em paralelo com minha função de editor e mais seis após sair do jornal em 2004. Antes de sair já havia feito minha primeira curadoria, em parceria com a arquiteta Marta Bogéa: “Derivas”, na galeria Vermelho (janeiro, 2004). Ao sair do jornal me chamaram para fazer parte do conselho consultivo de artes do MAM-SP, pois não havia ninguém especializado em fotografia. Assim fiz lá minha segunda curadoria: “Veracidade” (janeiro, 2005). Foi aí que começaram a me chamar de curador. Outro susto… de lá para cá perdi a conta de quantas exposições curei nesses sete anos. Na verdade a prática diária de edição aliada ao meu grande prazer em escrever, me levou a essa condição que jamais planejei.

Quais os caminhos que você vê para a produção fotográfica contemporânea?

Caminhos que nos levem a uma visão menos

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dogmática, sem separar no circuito de artes o documental do experimentalismo, numa tentativa tola de cercar e ditar o que é ou não artístico. Além disso vem aí uma geração incrível que tem a capacidade de pensar de forma randômica e fazer links entre imagens e referências que há de nos surpreender cada vez mais.

Há espaço para a fotografia documental dentro da produção imagética contemporânea?

Desde que o homem é homem ele se interessa por saber o que acontece em sua aldeia. Poucas coisas interessam tanto a humanidade como saber o que está acontecendo diariamente no mundo. Logo,penso que a produção da fotografia documental jamais estará em crise. Seu modelo pode ser repensado, mas ela estará sempre no centro de nossas atenções.

Qual a grande diferença entre ser editor e curador?

Sempre digo que, no meu caso, fazercuradoria foi uma sofisticação do trabalho de editor. Mas a grande diferença é que deixei de editar para um veículo e passei a pesquisar e expor a partir de premissas que eu mesmo crio. Também sai do campo jornalístico e hoje trafego por áreas que me estimulam muito mais, inclusive de crítica a circulação das imagens na mídia, etc.

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Gabriela Lissaensaio

A Gabriela Lissa tem uma fotografia muito suave, uma visão muito delicada do mun-do que ela apresenta. Aqui na OLD ela apresenta a casa de seus avós, são ima-gens muito tocantes e muito interessantes

Como é a relação de fotografar a sua famí-lia? Você se vê dentro destas imagens?

Acho que não me vejo dentro das imagens, acho que estou exatamente onde estou: olhando. Fotografar minha família, é uma forma de auto-retrato.

Seu trabalho tem dois momentos, um mais claro, mais observacional, outro mais escuro, mais focado nos persona-gens. Como ocorreu essa separação?

Essa separação aconteceu na vida mesmo, quando meu avô passou a ficar mais doente e simultaneamente houve um incêndio na casa dos meus avós. Daí o clima estava mais pesado, o foco não mudou muito, dos objetos para as pessoas, mas acho que eu temia pela segurança dos meus avós.

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Seu trabalho tem uma abordagem e uma sensibilidade muito tocantes. Como foi o surgimento dele?

Já não me lembro o porque de ter levado a máquina para o dia dos pais na casa da minha avó. Estava com uma câmera analógi-ca e um filme colorido, a luz do dia estava muito bonita. Passei muitos dias da minha infância naquela casa e acho que as fotos nasceram de uma nostalgia misturada com alguma fantasia que envolve aquele lugar.

Você fotografa cenas sem pessoas de uma maneira muito interessante. Como é seu processo de busca por essas cenas? Há alguma diferença de abordagem entre elas e as cenas povoadas?

Eu realmente não gosto dessa separação entre fotos com ou sem pessoas, embora compreenda que existe uma diferença nelas

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elas constituem o mesmo ensaio. É muito difícil explicar o processo das minhas esco-lhas fotográficas, não é uma coisa que se processa de uma maneira linear. É uma luz, um momento, uma memória, cores, com-posição, sentimento, afeto.

Você é artista plástica. Como você che-gou até a fotografia? De que maneira sua formação artística altera sua produção fotográfica?

Sou estudante de artes plásticas e no meu curso acabei tento aulas de fotografia com o João Musa, enfim, quase impossível não se apaixonar pela foto. Ficar no laboratório P&B é sempre um grande prazer, aos pou-cos fui tomando gosto pela cor e por aí fui. A arte fica parte de você, molda sua referência de cor, composição, desenho. Eu fotografo muito sem a máquina.

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Mande seu portfolio para [email protected]

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