olá, meu amigo e minha amiga higienista. · laudo ou devo realizar mais algum tipo de cálculo?...

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Olá, meu amigo e minha amiga Higienista.

Quero começar este e-book fazendo com que você pense se alguma

vez você já se pegou fazendo as seguintes perguntas:

OK, eu terminei de fazer as minhas dosimetrias, mas e agora?

O que faço com todos estes dados que o equipamento me

disponibiliza?

Quais os dados que devo utilizar para comparar com os Limites

de Tolerância?

Os valores que estão aqui eu poderei utilizar direto no meu

laudo ou devo realizar mais algum tipo de cálculo?

Como devo organizar as informações?

Eu devo apresentar quais gráficos para meu cliente?

Você já se pegou fazendo ao menos uma delas, certo?

Fique tranquilo, você não foi o primeiro e nem será o último a fazê-

las!

Ao longo de todo este tempo que tenho trabalhado no mercado de

consultoria, muitas pessoas já trabalharam ao meu lado e já passaram pela

minha equipe e eu posso te afirmar que mais de 90% dos profissionais me

fazem essa pergunta no início de suas carreiras.

Essas são dúvidas e perguntas comuns para aqueles que estão

realizando as suas primeiras avaliações de ruído. Sendo assim, não se

preocupe, tudo vai dar certo, você apenas precisa entender o que são cada

um dos itens que o equipamento lhe fornece e onde eles se encaixam no

seu !

? Mas Gian, porque você disse “ESTUDO DE

RUÍDO” e não “LAUDO DE RUÍDO”?

Eu utilizei a expressão “ESTUDO DE RUÍDO” para que possamos

quebrar o paradigma de que na nossa área nós entregamos apenas

LAUDOS. O que eu quero dizer com isso é que o uso da expressão

“ENTREGAR O LAUDO” está se tornando cada vez mais banal, muitas

pessoas não ligam mais para os “LAUDOS” e apenas querem um monte de

papel para o cumprimento de exigências legais.

Eu costumo usar a palavra diagnóstico, pois eu geralmente enxergo o

meu cliente como um paciente. Fazendo esta analogia, eu poderia te dizer

que alguns clientes apresentam determinados tipos de doença e eu me

coloco na posição de um médico, que está ali para ajudá-lo a se curar o mais

rápido possível e ainda fazer com que ele se torne um paciente saudável

com o passar do tempo.

Continuando com a analogia e analisando os clientes de uma maneira

geral, nós teremos alguns com doenças mais sérias ou profundas e outros

que apenas apresentam alguns arranhões ou doenças meramente

superficiais. Porém, via de regra, quase todos apresentam algum tipo de

doença e necessitam ser examinados.

Outros ainda nem sabem que tipo de doenças têm e é esse tipo de

cliente com quem eu costumo me envolver mais. Esse é o tipo de cliente

que mais precisa de nós, pois precisa urgentemente de um diagnóstico

preciso e eficiente que possa traçar para ele estratégias de curto, médio e

longo prazo para que ele possa “se curar”.

Pense comigo. Se você estivesse doente:

Você gostaria de contratar o serviço médico em uma clínica que

o médico olhasse os valores dos seus exames e mandasse você

voltar para casa, sem nem ao menos lhe explicar sobre o que se

trata cada um daqueles indicadores?

Você gostaria que um médico te entregasse um os resultados de

um exame e não soubesse lhe explicar de onde vêm e quais as

consequências daqueles resultados?

Você gostaria de ouvir da boca de um médico: “seus resultados

estão realmente alterados, mas eu não posso te

recomendar nada para melhorá-los se não uma

Aspirina”? (Analogia com EPI.)

E o pior: você iria se sentir satisfeito com o

atendimento caso ele lhe dissesse: “estes são os seus exames, se

você quiser algo mais específico recomendo que procure outros

profissionais”?

Pois é... Tenho certeza que você JAMAIS aceitaria de bom grado

atendimentos de baixa qualidade como nos exemplos acima.

E é por isso que eu estou aqui, para lhe ajudar a entender todos os

pontos e aspectos técnicos da Higiene Ocupacional e, com isso, tentar

descomplicar algumas coisas e fazer com que você possa atender seu

cliente e melhorar os indicadores da sua empresa.

Ok, Gian, mas eu ainda não fiz dosimetrias e agora tenho que fazer uma.

O que devo fazer?

Calma!

Nós temos que ir bem devagar, quase que engatinhar. Vou te

ensinar tudo sobre ruído ponto a ponto, dB por dB, ok?

Antes de começar a explicar, eu gostaria apenas de dizer que entendo

o fato de que muitos que estão lendo este e-book agora nem ao menos

tiveram um contato com um dosímetro na vida, até porque eu sei que

muitas escolas profissionalizantes nem ao menos possuem um dosímetro

em suas dependências, e consequentemente não puderam disponibilizar

para os professores lhes mostrarem na prática como funciona um

equipamento desses.

Sendo assim, você pode ficar despreocupado, porque eu entendo

essa deficiência no ensino dos profissionais da nossa área e sempre que for

necessário darei exemplos com os dosímetros que eu utilizo todos os dias

nos clientes que eu atendo, ok?

Chega de enrolação e vamos lá!

Eu vou te mostrar agora quais realmente são os dados que os

equipamentos costumam nos fornecer, e quais realmente são úteis para os

nossos ”ESTUDOS DE RUÍDO”!

Meu amigo Higienista, se você já fez a dosimetria eu entendo que você

já sabe configurar seu dosímetro e, sendo assim, pularei direto para a parte

de montagem do relatório e manuseio dos softwares, onde trataremos os

dados avaliados.

INTE

NSI

DA

DE –

DB

(A)

TEMPO – MINUTOS

Praticamente todos os dosímetros do mercado já disponibilizam este

tipo de gráfico diretamente no software. Você deverá apresentar o gráfico

da intensidade de ruído pelo tempo (Intensidade vs Tempo), o que

representa o comportamento dos níveis de ruído durante o período

avaliado.

Quando você colar o gráfico de “Intensidade vs Tempo” no seu

relatório de dosimetria, tente inserir sobre o gráfico as linhas de

nível de ação e limites de tolerância para melhorar a visualização

do seu gráfico e o entendimento do seu cliente;

Ajuste o tamanho dos limites superior e inferir do seu gráfico

para que você possa ter uma melhor visão dos valores;

O gráfico acima está sendo apresentando com os dados de

intensidade em dB(A), não sendo necessária a apresentação do

gráfico com outras curvas de ponderação já que as

características do ruído nesta empresa não se fazem necessárias;

Quando necessário apresente o gráfico em mais de 1 ponderação

(A ou C);

Este gráfico nós chamamos de “Histograma de Frequência”. Nem

todos os dosimetros do mercado tem condições de lhe fornecer este gráfico

e as informações contidas nele. Se algum dia você quiser efetuar a compra

de um dosímetro, um fator muito importante junto a escolha deve ser o

fato de ele apresentar ou não os gráficos de “1/3 de oitava” ou de “1/8

oitava” e os valores das bandas de frequência por minuto (se possível por

segundo). Os valores das intensidades sonoras pelas bandas de frequência

serão de extrema importância para a análise e dimensionamento do uso de

Protetores Auriculares, bem como para todas as estratégias de contenção

de ruído.

Coloque sobre cada banda de frequência, os seus respectivos

valores em dB(A);

Após extrair os valores em dB(A) de cada banda de frequência,

organize-os em uma tabela e coloque na parte inferior do gráfico

para futuros estudos.

Quando necessário apresente o gráfico em mais de 1 ponderação

(A e C)

De maneira geral, os gráficos apresentados abaixo serão mais do

que suficientes para você montar seu relatório de dosimetria.

Tipo de

Dispositivo

SV

102

Serial N° 23566

Versão Interna de

Software

1.11.2

Nome do Arquivo

Original

@23860

Nome do Arquivo

Conjunto

&23895

Início da Medição 08:10:50

Data da Medição

[dd/MM/yyyy]

Integração ente

Leg/RMS

Linear

Delay Inicial 1.0s

Período de

Integração

8h

Repetição dos

Ciclos

1

Tipo de

Calibração

Por Medição

Data da

Calibração

30/05/2016

Horário da

Calibração

08:09:02 Canal Left Right

Fator de

Calibração Inicial

0,1 dB 0,21

dB

Fator de

Calibração Final

0,3 dB 0,15

dB

Filtros de 1/3 de

Oitava

Z Z

Profile Profile

1

Profile

3

Profile

1

Profile3

Filtro de

Ponderação

A Z A Z

Tipo de

Detecção

Slow Slow Slow Slow

Dosímetro

Tempo de Exposição

[hh:mm:ss]

08:00:00

Profile Profile 1 Profile

3

Limiar de Integração

do Lpeak

70,0 dB

Limite de Tolerância 85,0 dB 85,0 dB

Limiar de Integração 80 dB 80 dB

Taxa de Duplicação

(q-5)

5,0 dB 5,0 dB

Tipo de Dispositivo Nome do seu

equipamento

Serial Nº Número de registro

de fabricação

Versão Interna de

Software

Versão de

atualização do

software

Nome do Arquivo

Original

Nome do arquivo

para registro

Nome do Arquivo

Conjunto

Nome do arquivo

para registro

Início da Medição Horário de início do

período de avaliação

Data da Medição Data da medição

Integração entre

Leg/RMS

Formato de integração

Delay Inicial Período em que a informação é processada (de 1 em 1 segundo é o

ideal)

Período de Integração Tempo total da jornada de trabalho do colaborador monitorado

Repetição dos Ciclos Se a medição será reiniciada automaticamente ou não

Tipo de Calibração Se a calibração verificada é a calibração anual, bienal, ou a realizada

antes e depois da dosimetria

Data da calibração Data da calibração realizada

Horário da calibração Horário da calibração realizada

Dosímetro

Tempo de Exposição Tempo total da jornada do colaborador monitorado

Profile Os dosímetros mais atuais possuem mais de 1 “profile”, ou seja,

podemos configurar vários padrões de avaliação no mesmo

equipamento e na mesma avaliação

Limiar de Integração

do Lpeak

A partir de que nível de intensidade a avaliação de pico passará a

registrar os valores

Limite de Tolerância Limite de tolerância (irá variar conforme o tempo total da jornada)

Limiar de Integração A partir de que nível de intensidade a valiação passará a registrar os

valores

Taxa de Duplicação (q-

5)

É a taxa de Incremento de Duplicação de Dose.

Lembrando que a taxa q-5 atende a NR-15 do TEM e a q-3 atende a

NHO-01 da Fundacentro

Obs: Quanto aos valores de Dose, LAVG, NEN, LAEQ, discutiremos em outro e-

book, porém eles devem entrar em seu relatório e devem ser calculados

através do valor de Dose do seu dosímetro.

Obviamente que você poderá montar o relatório de dosimetria da

maneira que você quiser, contanto, é claro, que você apresente as

informações que discutimos acima. Este é um formato bastante elogiado

pelos clientes que eu atendo e agora você poderá baixa-lo gratuitamente.

APROVEITE!

Canal Alguns dosímetros possuem 2 canais, para efetuar dosimetrias

simultaneamente, como no caso dos dosímetros que realizam

medições do tipo (Ouvido Real – M.I.R.E.)

Fator de Calibração

Inicial

Valor obtido ao realizar a calibração antes de iniciar a dosimetria

Fator de Calibração

Final

Valor obtido ao realizar a calibração após o final da dosimetria

Filtros de 1/3 de

Oitava

Se as intensidades das bandas de oitava serão obtidas na

ponderação A, C, ou Linear (Z)

Profile Qual profile será escolhido

Filtro de Ponderação Curva de Ponderação atribuída aos valores obtidos

Tipo de Detecção Fast ou Slow

Maravilha...

Montamos nosso relatório com as informações provenientes do

equipamento. Entretanto, ainda há muito trabalho a fazer.

Teremos que montar uma planilha com todas as informações das

dosimetrias do Grupo Homogêneo, além de realizar o cálculo da Dose

Média, para definição do valor médio do Grupo (Valor Global do GES).

Além da definição do valor Global do GES, deveremos iniciar um estudo

frente a utilização de proteção auditiva.

Se a empresa ainda não estiver distribuindo a proteção auditiva

a seus funcionários, e após o estudo nós descobrirmos que a

utilização se faz necessária, nós deveremos recomendar o uso de

protetores auriculares adequados às características dos tipos de

ruído encontrados.

Caso a empresa já esteja distribuindo protetores auriculares a

seus funcionários, nós deveremos iniciar um estudo a respeito da

correta neutralização dos efeitos nocivos do agente por parte dos

equipamentos de proteção atuais. Nós deveremos analisar se os

protetores hoje utilizados se adequam as características do ruído

existentes na empresa. O estudo será realizado através da

utilização dos valores de NRRSf e através de um estudo

aprofundado sobre o valor global retirado do cálculo das

intensidades das bandas de frequência obtidas nas dosimetrias.

Eu sei, eu sei... Tiveram várias coisas neste e-book que talvez você ainda não

tenha visto, não é mesmo?

Vamos fazer o seguinte, clique ali em cima e me acompanhe nas redes

sociais, pois lá eu irei continuar te fornecendo conteúdo sobre ruído e muito

mais sobre Higiene Ocupacional.

E caso você tenha interesse em se aprofundar ainda mais sobre as técnicas

de “ESTUDO DE RUÍDO”, clique aqui e se inscreva no meu curso RUÍDO 100

MEDO, onde me aprofundarei muito mais nas técnicas e lhe mostrarei tudo

o que eu aprendi ao longo da minha carreira de higienista Ocupacional, ok?

Até mais! Abraço,

Giancarlo Vazakas.