ojornal 12/08/2012

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Comandados pelo professor Jorge Luiz Lopes, estudantes fazem os levantamentos Projeto envolve muita dedicação e paciência dos estudantes participantes ornal J ornal J O ANO 19 NÚMERO 029 R$ 3,00 MACEIÓ, 12 DE AGOSTO DE 2012 DOMINGO ASSINATURAS: 82 4009.1919 CLASSIFICADOS: 82 4009.1930 PUBLICIDADE: 82 4009.1961 PABX: 82 4009.1900 BENEDITO BENTES Thiago Sampaio Eduardo Leite/Estagiário Cortesia SÉRIE D CSA tenta garantir a classificação contra Feirense O CSA precisa apenas de um empate para passar de fase na Série D do Campeonato Brasi- leiro. Hoje, o time recebe o Feirense-BA, às 17h, no Estádio Rei Pelé, e conta com a presença de sua torcida. BOM NEGÓCIO Em expansão, reciclagem já movimenta milhões de reais Materiais como latas, papel, papelão e restos de constru- ção são a base para um nicho de mercado considerado promissor. A reciclagem de produtos está em franca expansão no País e movi- menta bilhões de reais. DISPUTA EM MACEIÓ As promessas que o eleitor deverá ver no guia eleitoral O Jornal fez um levantamento das propostas dos candidatos a prefeito de Maceió sabatina- dos, na última semana, em série da Fecomércio. As promessas devem ir ao ar no horário eleito- ral gratuito. Lixo no mar é a causa de mortes de tartarugas A ingestão de lixo no mar é a principal explicação que os biólogos do Instituto Biota de Conservação têm para a grande quantidade de tartarugas que foram encontradas mortas na costa de Maceió nos últimos dias. Atualmente, os técnicos do instituto lutam para salvar a vida de uma tartaruga verde, encontrada na lagoa Manguaba. São poucas as expectativas de o animal sobreviver devido à grande quantidade de lixo que ele ingeriu. Em 10 dias, 14 tarta- rugas encalharam na costa de Maceió, mas 12 morreram. Estudo analisa 11 espécies de animais pré-históricos Fósseis de 11 espécies de animais pré-históricos – mamífe- ros da “Era do Gelo” – estão sendo estudados, analisados e catalo- gados num projeto executado no semiárido alagoano. Seleção de vôlei busca hoje o tri contra a Rússia OLIMPÍADAS Com chave de ouro No último dia das Olimpíadas, seleção masculina de vôlei tenta conquistar o primeiro lugar contra a Rússia 3 Cerimônia de encerramento dos Jogos está marcada para hoje E O JORNALl MACEIÓ, 12 DEAGOSTODE2012l DOMINGO www.mais.al l [email protected] 4 Esportes O Jornal 8 CSA precisa de umempate para chegar aos mata-matas O novo sentido que os filhos dão à vida dos pais PATERNIDADE Carol Abras celebra a volta de sua personagem à trama de “Avenida Brasil” S O JORNALl MACEIÓ, 12 DEAGOSTODE2012 l DOMINGO www.mais.al l [email protected] 6 SalaVIP + TV Produção de moda masculina, em Alagoas, segue na contramão do resto do Brasil 15 Divulgação medidas Amor did d di sem O poder transformador de ser pai é sentido mesmo antes de os herdeiros nascerem. Para Lucas Romariz, sua história de vida ganhou novo sentido quando soube que Lucca estava chegando 10 E11 Tartaruga Verde chegou ao Biota entre a vida e a morte após comer plástico no mar NOVA....................................................................17/8 CRESCENTE.............................................................24/8 CHEIA....................................................................31/8 MINGUANTE...............................................................9/8 06h06...................................0.7 12h06...................................1.5 18h26...................................0.8 FASES DA LUA MARÉS Chacina: 2 anos sem solução Amanhã faz quatro anos que três meninos, com idades entre 14 e 15 anos, e um jovem de 24, todos sem passagem pela polí- cia, foram mortos numa mata no Benedito Bentes. As vítimas foram obrigadas a ficar de joelhos antes de serem executadas com um tiro na nuca. Foram mortos: Bruno Mendes e Diego Henrique, 15 anos; Lucas Barbosa, 14; e José Ricardo, 24. Nesta edição, O Jornal conta como está o caso hoje e que criminosos não foram encontra- dos. Três adolescentes e um jovem foram mortos com tiros na nuca no meio de uma mata; crime caminha para a impunidade ESCLARECIDO A9 NO SEMIÁRIDO A2 A14 A18 A11

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OJORNAL 12/08/2012

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  • Comandados pelo professor Jorge Luiz Lopes, estudantes fazem os levantamentosProjeto envolve muita dedicao e pacincia dos estudantes participantes

    ornalJ ornalJOANO 19 NMERO 029 R$ 3,00MACEI, 12 DE AGOSTO DE 2012 DOMINGO

    ASSINATURAS: 82 4009.1919 CLASSIFICADOS:

    82 4009.1930

    PUBLICIDADE: 82 4009.1961

    PABX: 82 4009.1900

    BENEDITO BENTES

    Thia

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    io

    Edua

    rdo

    Leite

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    sia

    SRIE D

    CSA tentagarantir a classicaocontra Feirense

    O CSA precisa apenas de um empate para passar de fase na Srie D do Campeonato Brasi-leiro. Hoje, o time recebe o Feirense-BA, s 17h, no Estdio Rei Pel, e conta com a presena de sua torcida.

    BOM NEGCIO

    Em expanso,reciclagem j movimentamilhes de reais

    Materiais como latas, papel, papelo e restos de constru-o so a base para um nicho de mercado considerado promissor. A reciclagem de produtos est em franca expanso no Pas e movi-menta bilhes de reais.

    DISPUTA EM MACEI

    As promessas que o eleitor dever ver no guia eleitoral

    O Jornal fez um levantamento das propostas dos candidatos a prefeito de Macei sabatina-dos, na ltima semana, em srie da Fecomrcio. As promessas devem ir ao ar no horrio eleito-ral gratuito.

    Lixo no mar a causa demortes de tartarugas

    A ingesto de lixo no mar a principal explicao que os bilogos do Instituto Biota de Conservao tm para a grande quantidade de tartarugas que foram encontradas mortas na costa de Macei nos ltimos dias. Atualmente, os tcnicos do instituto lutam para salvar a vida de uma tartaruga verde, encontrada na lagoa Manguaba. So poucas as expectativas de o animal sobreviver devido grande quantidade de lixo que ele ingeriu. Em 10 dias, 14 tarta-rugas encalharam na costa de Macei, mas 12 morreram.

    Estudo analisa11 espciesde animaispr-histricos

    Fsseis de 11 espcies de animais pr-histricos mamfe-ros da Era do Gelo esto sendo estudados, analisados e catalo-gados num projeto executado no semirido alagoano.

    Seleo de vleibusca hoje o tricontra a Rssia

    OLIMPADAS

    Com chave de ouro

    No ltimo dia das Olimpadas, seleo

    masculina de vlei tenta conquistar o

    primeiro lugar contra a Rssia

    3

    Cerimnia de

    encerramento

    dos Jogos est

    marcada para hojeE

    O JORNAL l MACEI, 12 DE AGOSTO DE 2012

    l DOMINGO

    www.mais.al l [email protected]

    m.br

    4

    Esportes O Jornal

    8

    CSA precisa

    de um empate

    para chegar aos

    mata-matas

    O novo sentidoque os lhos do vida dos pais

    PATERNIDADECarol Abras

    celebra a volta de

    sua personagem

    trama de Avenida

    BrasilSO JORNAL l MACEI, 1

    2 DE AGOSTO DE 2012 l DOMINGO

    www.mais.al l [email protected]

    .br

    6

    SalaVIP + TV

    Produo de

    moda masculina,

    em Alagoas, segue

    na contramo do

    resto do Brasil 15

    Divulgao

    medidas

    Amordidddi

    sem

    O poder transformador de ser

    pai sentido mesmo antes de

    os herdeiros nascerem. Para

    Lucas Romariz, sua histria

    de vida ganhou novo sentido

    quando soube que Lucca

    estava chegando 10 E 11

    Tartaruga Verde chegou ao Biota entre a vida e a morte aps comer plstico no mar

    NOVA....................................................................17/8

    CRESCENTE.............................................................24/8

    CHEIA....................................................................31/8

    MINGUANTE...............................................................9/8

    06h06...................................0.7

    12h06...................................1.5

    18h26...................................0.8

    FASES DA LUAMARS

    Chacina: 2 anos sem soluoAmanh faz quatro anos que

    trs meninos, com idades entre 14 e 15 anos, e um jovem de 24,

    todos sem passagem pela pol-cia, foram mortos numa mata no Benedito Bentes. As vtimas

    foram obrigadas a car de joelhos antes de serem executadas com um tiro na nuca. Foram mortos:

    Bruno Mendes e Diego Henrique, 15 anos; Lucas Barbosa, 14; e Jos Ricardo, 24. Nesta edio, O Jornal

    conta como est o caso hoje e que criminosos no foram encontra-dos.

    Trs adolescentes e um jovem foram mortos com tiros na nuca no meio de uma mata; crime caminha para a impunidade

    ESCLARECIDO

    A9

    NO SEMIRIDO

    A2

    A14

    A18

    A11

  • Diferencial: Usar seus conhecimentos no exerccio dos mandatos de deputado estadual e federal para admi-nistrar a capital de Alagoas.

    Educao : Implantar centros de ensino integral, onde as crianas chegam pela manh e s saem noite, e valorizao dos prossionais da educao.

    Sade: Informatizao do sistema de sade do munic-pio, integrando marcao de consultas, exames e entrega de medicamentos, com o intuito de eliminar as filas, construo de dez postos de sade, j no comeo de seu governo. Trazer as academias do idoso - projeto do governo federal - e investir na sade preventiva dos idosos, o que

    reduziria o consumo de remdios.

    S e g u r a n a Pblica: Reforar o policiamento j existente com os homens da Guarda Municipal.

    Transporte e mobili-dade urbana: Licitao dos transportes pblicos, o que

    deve melhorar o preo e a quali-dade, por causa da concorrncia, item no qual dever requerer apoio ao Ministrio Pblico

    Estadual, alm da construo de ciclovias, e apoio implan-tao do Veculo Leve sobre Trilhos (VLT) na capital alago-ana.

    Da [email protected]

    PautaGeral

    A2 O JORNAL l MACEI, 12 DE AGOSTO DE 2012 l DOMINGO

    [email protected]

    A justicar

    Os cartrios eleitorais de todo o Estado j comearam a convocar, apenas via Correios e Dirio Ocial, os mesrios que atuaro nas eleies municipais deste ano. Em Macei, nas quatro Zonas Eleitorais, mais de 6.600 mesrios devem ser convocados para compor as mesas receptoras de votos. Os mesrios que forem convocados, mas que, por algum motivo, no podero comparecer para atuar no dia do pleito eleitoral, devem comunicar sua ausncia ao juiz eleitoral da respectiva Zona onde votam. As informaes so da assessoria de comunicao da Justia Eleitoral.

    O motivo para que o mesrio seja dispensado do servio eleitoral deve ser justo e plausvel, como problemas de sade fsica ou mental. Ningum ser dispensado por motivos banais ou infundados. O mes-rio um dos personagens mais importantes no processo eleitoral por representar o povo; o cidado atuando efetivamente na construo da democracia, disse o juiz eleitoral Carlos Cavalcanti de Albuquerque Filho, responsvel pela 2 Zona de Macei.O servio de mesrio obrigatrio e sempre gratuito. Em caso de recusa ou abandono injusticado, o mesrio faltoso poder ser punido adminis-trativa e criminalmente. Administrativamente, a punio o pagamento de multa, estipulada pelo juiz eleitoral. J no mbito Penal, o Cdigo Eleitoral determina que recusar ou abandonar o servio eleitoral sem justa causa pode acarretar em deteno por at dois meses e tambm o pagamento de multa.

    Dilma em AL 1A Braskem j encaminhou aos meios de comunicao convite para a inaugurao de sua fbrica de PVC em Alagoas, no prximo dia 17, a partir das 11 horas, no Polo Cloroqumico do Estado, em Marechal Deodoro. Tamanha a importncia do evento que a presena da presidenta da Repblica, Dilma Rousseff, j est conrmada.

    Dilma em AL 2Com investimentos de R$ 1 bilho, a planta ter capacidade produtiva de 200 mil toneladas por ano. O montante eleva Alagoas ao posto de maior produtora da resina na Amrica Latina. Em todo o Brasil, a produo de PVC da Braskem de 700 mil toneladas por ano.

    Dilma em AL 3S lembrando, esta a segunda visita ocial de Dilma como presidenta da Repblica a Alagoas. Na primeira, no ano passado, ela foi a Arapiraca, onde lanou o projeto gua Para Todos, que faz parte do programa Brasil Sem Misria.

    SobrouO presidente da Cmara de Macei, Galba Novaes (PRB), disse esta semana que a Casa de Mrio de Guimares j tem cerca de R$ 4 milhes em caixa que deve ser devolvido ao Executivo, como sobra do duodcimo. No ano passado foram devolvidos R$ 8 milhes, que o vereador diz ter sido resultado da economia feita por ele e seus pares.

    Vaga no TCA Assembleia Legislativa ainda no desistiu da indicao da cadeira vaga no Tribunal de Contas do Estado. A Casa pretende recorrer novamente ao Supremo Tribunal Federal (STF) para conquistar o direito de indicar seu presidente, Fernando Toledo (PSDB). O Tribunal de Justia j decidiu que a indicao pertence ao procurador Gustavo Santos, do Ministrio Pblico de Contas.

    Termmetro

    Os aplicadores de adesi-vos automotivos com a chegada do perodo eleitoral: os chamados para novas apli-caes s cresce a cada dia no Estado.

    Os polticos com contas rejeitadas pelo Tribu-nal de Contas do Estado, que encaminhou a lista esta semana ao Tribunal

    Regional Eleitoral (TRE).

    O que os candidatosdevem propor no guia

    ELEIES EM MACEI

    O Jornal fez um levantamento dasideias que elesapresentaram nasabatina da Fecomrcio

    IRACEMA [email protected]

    O guia eleitoral comea a ser veicu-l a d o n o prximo dia 21, mas o que o eleitor pode esperar dos candi-datos a prefeito da capital? Embora no tenham o mesmo tempo para expor suas ideias

    na televiso e no rdio, os c a n d i d a t o s t i v e -ram a oportunidade de apresentar suas propostas durante a semana passada, na srie de sabatinas promovida pela Fede-rao do Comrcio

    de Bens e Servios de Alagoas

    (Fecomrcio) dispondo, cada um, de uma hora para respon-der questes da organizao do evento e da platia.

    O Jornal fez um resumo das propostas de cada candidato nas principais reas, com base em suas respostas durante as arguies na sabatina.

    Continua na pgina A3

    Diferencial: Pretende utili-zar seus conhecimentos como engenheiro civil, ex-prefeito, duas vezes governador e assessor especial do Minist-rio do Trabalho para governar. Foi o nico a falar da necessi-dade de novos cemitrios.

    Educao: Implantar escolas de tempo integral para

    a educao fundamental, com esporte, cultura, lazer e cida-dania. Valorizao dos pros-sionais da educao com melhores salrios e concurso pblico para suprir as carn-cias.

    Sade: Construir mais postos de sade, maternidade municipal, hospital muni-

    cipal e Unidades de Pronto Atendi-mento (UPAs) e PSF em 100% da cidade.

    S e g u r a n a Pblica: Investir na Guarda Munici-pal, equipando, treinando e garantindo melhores salrios aos agentes, alm de implan-

    tar videomonitora-mento nas ruas.

    T r a n s p o r t e e m o b i l i d a d e urbana: Planejar e fazer obras estrutu-rantes que garan-

    tam qualidade no transporte e na mobilidade para os prxi-mos 20 anos.

    Diferencial: Usar sua experincia no exerccio do mandato de deputado esta-dual para saber onde buscar recursos federais e onde empreg-los.

    Educao: Maior desafio do Poder Executivo munici-pal. Implantar uma escola em tempo integral, evitando que as crianas tenham contato

    com as drogas e colocando-as para aprender msica, teatro e praticar esportes.

    Sade: Lutar para ter 20 postos de sade que funcio-nem dia e noite na capital alagoana para atender popu-lao.

    Segurana Pblica: Colo-car em prtica a valorizao

    dos servidores da Guarda Municipal de Macei, torn-la melhor equipada e preparada para ter parceria com o governo do Estado e garantir a segurana da populao na capital alago-ana.

    Transporte e mobili-

    dade urbana: Fazer cumprir a lei muni-cipal que probe o trfego de cami-nhes na Avenida Fernandes Lima, no Farol, durante o dia e estend-la para a

    Via Expressa, na parte alta da cidade, alm da ampliao do alcance do Veculo Leve sobre Trilhos.

    RONALDO LESSA (PDT)

    JEFERSON MORAIS (DEM)

    Thiago Sampaio

    Diferencial: Prope a reti-rada do quartel do 59 BIMtz da Avenida Fernandes Lima (indo para uma rea fora do permetro urbano) e a instala-o de um Instituto Municipal de Educao Profissionali-zante no local, alm da trans-formao do Parque da Pecuria num Centro de Servios e Cursos.

    Educao: Investimento efetivo de 25% do oramento em educao, cursos profis-sionalizantes, primazia na qualidade de ensino, merenda escolar adequada e gestor como exemplo para as crian-as.

    Sade: Construo de maternidades pblicas, mais

    postos de sade e profissionais. Instrumentalizar a equipe da mater-nidade Denilma Bulhes.

    S e g u r a n a P b l i c a : Guarda Municipal ser trei-nada pela Polcia Militar e equipada com armas no-

    -letais. Criar o Fundo Municipal de Segu-rana Pblica.

    Tr a n s p o r t e e mobilidade urbana: Requalificao dos

    transportadores alternativos para empregarem sua fora de trabalho em outras frentes, como trens urbanos.

    NADJA BAA (PPS)

    RUI PALMEIRA (PSDB) Thiago Sampaio

  • Diferencial: contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, classificando-a como uma tendncia neoliberal, uma cartilha do FMI para tolher o desenvolvimento do pas e ele ser neo-colonizado. Acabar com o Mercado da Produo, no Centro, e transform-lo em estao de transbordo.

    Educao: Garantir matr-

    culas para todas as crianas e adolescentes, sem que os pais tenham que dormir nas filas para conseguir uma vaga. Ensino de qualidade em tempo integral.

    Sade: Buscar verba fede-ral para criar UPAs e melhorar os postos de sade j existen-tes. Levar o PSF para 100% da cidade.

    S e g u r a n a Pblica: Integrar a Guarda Munici-pal aos rgos de segurana pblica do Estado (Polcias Civil, Militar e Fede-ral), reforar o setor de inteli-gncia. No admite guardas municipais armados, pois podem ser transformar em uma milcia.

    Tr a n s p o r t e e mobilidade urbana: Implantao do BRT (Bus Rapid Transit ou trnsito rpido de autocarros/nibus), que so veculos

    articulados ou biarticulados que trafegam em canaletas especcas ou em vias eleva-das, com capacidade similar ao VLT.

    Diferencial: Quer dividir Macei em sete subprefeitu-ras, que sero responsveis por apresentar as demandas e acompanhar o trabalho das secretarias em cada regio da cidade, regionalizando a administrao.

    Educao: A primeira medida criar uma escola de tempo integral para cada

    uma das subprefeituras. Os alunos da educao funda-mental cariam na escola das 7h s 18h, com aulas do curr-culo normal, mais Esportes, Cultura, Lazer e Cidadania. Construo de creches em todos os bairros.

    Sade : Aumentaria a cobertura do PSF com a implantao de mais 148 equi-

    pes. Construir novos postos de sade, um hospital municipal e investir em sanea-mento bsico.

    S e g u r a n a Pblica: Ampliar o quadro da Guarda Municipal, equi-par, dar bons salrios. Investir em iluminao pblica e em polticas de Educao Lazer,

    Sade, Cultura.

    Tr a n s p o r t e e mobilidade urbana: A c r e d i t a q u e a Avenida Fernandes Lima no comporta

    VLT. A soluo seria metr de superfcie com um eixo do Pontal A Ipioca e outro do Centro at o Tabuleiro do Martins.

    ALEXANDRE FLEMING (PSOL)

    Diferencial: Quer usar sua experincia como vereadora e deputada federal, alm de gestora da Associao dos Decientes Fsicos de Alagoas (Adefal) para gerir melhor os recursos e fazer o SUS funcio-nar na capital.

    Educao: Construo de escolas em todos os bairros, manuteno e ampliao das

    unidades j existentes, realizar concursos pblicos, melhoria salarial para os profissionais. Investir em educao profis-sionalizante e construir escola de hotelaria do municpio.

    Sade: Recuperar as 60 unidades de sade da capital, apresentar projetos ao Minis-trio da Sade para a captao de recursos e gerir as verbas

    com responsabili-dade. Criar progra-mas de sade da mulher, do homem e da criana, alm de valorizar os profis-sionais.

    Segurana Pblica: Forta-lecer a Guarda Municipal. Implantar videomonitora-mento, ampliar a iluminao

    urbana e cercar os terrenos baldios (que so esconderi-jos para criminosos).

    Tr a n s p o r t e e mobilidade urbana:

    Pavimentao das ruas, cala-das adequadas, ciclovias, corredores de transporte espe-ccos, investimentos no VLT e implantao do metr.

    ROSINHA DA ADEFAL (PTDOB) Yvette Moura

    Diferencial: Pretende usar sua experincia de vereador h 16 anos, bem como de mora-dor da periferia de Macei e os inmeros projetos que j criou para melhorar a capital. Seu vice, o coronel da Pol-cia Militar Ivon Berto, ficar responsvel pela rea de segu-rana pblica, tendo em vista a experincia em seus anos como militar.

    Educao: Primeiro ato como prefeito destinar 40% do oramento para a Educa-o. Implantar a jornada integral com seis refeies, esporte, cultura e lazer.

    Sade: Garantir 100% de atendimento do PSF na capi-tal e utilizar esses profissio-nais para promover a sade preventiva de doenas como

    H P V, c n c e r d e mama, hansen-ase. Construir mais postos de sade e contratar mdicos, enfermeiros, dentis-tas e psiclogos.

    Segurana Pblica: Inves-tir no Bico Legal, que o emprego de policiais militares no policiamento do Centro de

    Macei durante 6 horas em seu hor-rio de folga, rece-bendo salrio-extra da prefeitura.

    Tr a n s p o r t e e mobilidade urbana: Reduzir de 600 para 500 o nmero de nibus nas ruas (ele defende que preciso que os nibus tenham maior velocidade).

    Batendo ponto-Mas, eu estou todos os dias na Assembleia. s vezes me desloco para o interior, mas sempre passo um expediente na Assembleia - garantiu o presidente Fernando Toledo.

    OndeSe eleito prefeito de Macei, o candidato Galba Novaes promete investir 40% do Oramento do municpio em educao. Nem So Paulo, o municpio mais rico do pas, dispe de tamanha folga oramentria e s tem dinheiro para investir 20% em educao.

    ComoNo pedido de habeas-corpus a defesa do ex-deputado federal Francisco Tenrio alegou que ele est em campanha eleito-ral. Mesmo assim, o pedido foi negado e o julgamento pelo assassinato do cabo PM Gonal-ves est marcado para este ms.

    Lngua aadaO ex-coronel Cavalcante ser a primeira testemunha de acusao contra o ex-deputado federal Chico Tenrio a ser ouvida pelo juiz Maurcio Breda.

    NotaA rede municipal de ensino em Arapiraca tem hoje 37 mil alunos matriculados para os dois turnos e, desses, 8 mil esto matricula-dos em escolas de tempo integral. Ou seja: 8 mil alunos chegam de manh escola e voltam para casa no nal da tarde alimentados e asseados.

    AzulPara no dizer que s existe notcia ruim em Alagoas, os dados positivos de Arapiraca esto sendo usados pelo ministro da Educa-o, Alosio Mercadante, como puxo de orelha indireto nos demais administradores munici-pais do pas - que nada zeram pela educao.

    Aula de reforoO problema que o ministro Alosio Mercadante, no puxo de orelha indireto, diz assim: At Alagoas avanou na educao. No caso, Arapiraca.

    O poAt junho de 2013, as empresas de nibus Massay, Piedade e Cidade de Macei tero de distribuir cestas bsicas com os seus 840 empregados, entre eles motoristas e cobradores. A sentena do Ministrio Pblico do Trabalho.

    NossoMas as empresas de nibus punidas no podem distribuir qualquer cesta bsica. O Minis-trio Pblico do Trabalho xou 12 itens considerados essenciais na cesta bsica e que no podem ser substitudos por alimentos genricos.

    Aliviando a cargaAs empresas de nibus s estaro dispensadas de distribuir a cesta bsica em novembro e dezembro, por causa do esforo nanceiro para o pagamento do 13o salrio.

    O absurdo

    Preocupado com a agilidade, a competncia e a ecincia da investi-gao do Ministrio Pblico, um grupo de delegado de polcia forou a entidade nacional da classe a agir para impedir que os promotores tambm possam fazer investigao criminal.Surgiu, ento, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 37, que impede o Ministrio Pblico de investigar. Trata-se de contra-senso, alm de agresso sociedade, porquanto o poder da denncia exclusivo do Ministrio Pblico.Para alvio da sociedade, a PEC 37 ou PEC do Absurdo est sofrendo forte oposio no Congresso Nacional - que se desmoralizar se aprov-la.

    Especial

    Arqu

    ivo

    Roberto [email protected]

    Contexto

    Expressas

    Em Arapiraca, o vereador Robrio Atade, que havia desistido da reeleio, voltou atrs e desistiu de desistir. Disse que havia se precipi-tado na deciso.

    - Fiquei nervoso com o resultado do exame que z para aferir minha diabetes, cuja taxa est altssima - disse o verea-dor Robrio, ao explicar que no desistiu da reeleio.

    O padre Vicente, de Joaquim Gomes, diz que a capela de Nossa Senhora de Ftima j est com 60% construda. Os 40% restantes viro de um novo mutiro da f previsto para este ms.

    Em Unio dos Palmares, a expectativa com o debate entre os candidatos a prefeitos Manoel Gomes de Barros e Beto Baa, que est marcado para o prximo dia 14.

    A3O JORNAL l MACEI, 12 DE AGOSTO DE 2012 l DOMINGO

    [email protected]

    O presidente da Assembleia, deputado Fernando Toledo, disse que nada poderia fazer para evitar o esvaziamento da Casa - que ainda no conseguiu se reunir. Ele explicou que existe um acordo regimental, pelo qual os deputados exibilizam os seus horrios em ano eleitoral.

    10h - Panetagem e adesivagem na orla da Ponta Verde.

    Dia dos Pais em famlia.

    8h - Panetagem na praia da Ponta Verde, em frente ao antigo Alagoinhas.

    17h - Caminhada no Vale do Reginaldo.

    No informou agenda. 7h - Caf da manh do Dia dos Pais, na Assembleia de Deus -

    Cohab Jacintinho;8h - Panetagem no sinal da Avenida Jatica;19h - Participao em culto da Assembleia de Deus - Aliana Reno-vada, no Graciliano Ramos.

    Dia dos Pais em famlia. No informou agenda.

    GALBA NOVAES (PRB)

    SRGIO CABRAL (PPL)

    Senado far audincia na 3NOVO CDIGO PENAL

    O ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justia (STJ), parti-cipa na prxima tera-feira de audincia pblica no Senado para falar sobre o projeto de lei que trata da reforma do

    Cdigo Penal.Dipp presidiu a Comisso

    de Juristas que elaborou o anteprojeto de lei da reforma do Cdigo Penal, com 543 arti-gos, agora transformado em PLS, a ser analisado por uma

    Comisso Especial Interna do Senado, que promove a audi-ncia pblica.

    OUTROS JURISTASO debate tambm contar

    com a participao do desem-

    bargador Jos Muios Pieiro e do professor Luiz Flvio Gomes.

    Ambos so membros da comisso de juristas que elaborou o anteprojeto de reforma do Cdigo Penal.

  • A4 O JORNAL l MACEI, 12 DE AGOSTO DE 2012 l DOMINGO

    [email protected]

    Candidato aparececomo o responsvelpor superfaturamentona aquisio de uma ambulncia

    DA EDITORIA DE [email protected]

    Ao contrrio do que o candidato a prefeito por Messias do PSDB, Jarbas Omena, informou em matria publicada na edio do ltimo dia 22 de O Jornal, o Tribunal de Contas da Unio (TCU) manteve, contra ele, acrdo que condena suas contas por superfaturamento na aquisio de um nibus com consultrio mdico-odontolgico para o municpio. Ele foi punido a pagar uma multa de R$ 5 mil e a devolver R$ 18 mil que foram desviados no golpe. Informa-o esta que veio na edio do ltimo dia 15 tambm de O Jornal. A unidade foi adquirida de uma das empresas investi-gadas pela Operao Sangues-suga, da Polcia Federal.

    A condenao de suas contas possibilita o enqua-dramento do candidato na lei complementar 135/2010, a

    Lei da Ficha Limpa. A norma impede a candidatura de quem teve contas rejeitadas pelo TCU. O relator do recurso de reconsiderao apresen-tado por Omena junto ao rgo de scalizao, ministro Augusto Nardes, aponta que o candidato no conseguiu apontar elementos capazes de afastar o valor do superfa-turamento apurado e que, por isso, deveria ser rejeitado o recurso do tucano.

    O ministro do TCU at narra que o candidato e ex-prefeito d e Me s s i a s a p re s e n t o u alegaes com o objetivo de demonstrar a regularidade na realizao dos dois proce-dimentos licitatrios, um para

    a aquisio do veculo e outro para a transfor-mao em ambuln-cia. Contudo, Nardes coloca que Omena no foi chamado em audi-

    ncia por tal ocorrncia e que, por isso, tais argumentos no tm o condo de modificar a deciso recorrida.

    Em seu voto, o ministro do TCU tambm aponta que todas as alegaes de Omena com o objetivo de afastar a conde-nao ao dbito resultante da multa e do valor a devolver aos cofres pblicos foram todas refutadas pelos tcnicos do

    rgo. O plenrio do TCU decidiu, com base no voto de Nardes, conhecer o recurso de Omena, mas rejeit-lo. E mais: dar conhecimento da deciso ao Fundo Nacional de Sade (FNS), Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) e Procuradoria da Repblica em Alagoas. O acr-do contendo deciso sobre o recurso movido pelo candi-dato do ltimo dia 24 de julho e est registrado no TCU sob o nmero 5409/2012.

    IMPUGNAOSemanas atrs, com base

    na condenao do TCU e na Lei da Ficha Limpa, a coliga-o Messias Pra Nossa Gente - que tem como candidato a prefeito Zacarias Pichilau, do PTdoB -, pediu a impugnao do registro de candidatura a prefeito de Omena para as elei-es deste ano.

    De acordo com a deci-so do ministro do TCU Aroldo Cedraz, de nmero 021.420/2009-0, a empresa fornecedora do veculo adqui-rido pela Prefeitura de Messias consta da lista de firmas participantes do esquema de fraudes em licitaes para aquisio de unidades mveis de sade identificados na Operao Sanguessuga.

    TSE xou as bancadas na Cmara

    Na sesso administra-tiva da ltima quinta--feira, o plenrio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou resoluo que dispe sobre a representa-o dos partidos que deve ser considerada para a distribui-o do tempo de propaganda eleitoral gratuita no rdio e na televiso nas eleies munici-pais de 2012. A resoluo do TSE serve de orientao aos juzes eleitorais na distribui-o do horrio de propaganda eleitoral no rdio e na TV entre os partidos e coligaes. O horrio de propaganda eleito-ral comea no dia 21 de agosto. As informaes so do site ocial do TSE na internet.

    De acordo com a resolu-o, os juzes eleitorais deve-ro observar a representao de cada legenda, nos termos do anexo da resoluo, para a distribuio dos dois teros do horrio destinado propa-ganda eleitoral gratuita de cada eleio entre os partidos e as coligaes que tenham candidato.

    O anexo da resoluo fixa as bancadas de deputados

    federais dos partidos, que serviro de parmetro para que os juzes eleitorais calcu-lem a repartio do tempo do horrio gratuito no rdio e na TV.

    O TSE aprovou o texto com base na deciso do Supremo Tribunal Federal (STF), que, ao julgar aes diretas de inconstitucionalidade, deniu como deve ser feita a distribui-o dos dois teros do tempo reservado propaganda elei-toral gratuita no rdio e na televiso.

    PSDO anexo da resoluo fixa

    em 51 os deputados fede-rais, titulares de mandato, que migraram para o Partido Social Democrtico (PSD) na condio de fundadores, ou seja, no prazo de 30 dias aps a criao da legenda. O partido teve o registro deferido pelo TSE no dia 27 de setembro de 2011.

    Em junho ltimo, o STF decidiu que, para efeito de distribuio do horrio de propaganda eleitoral no rdio e na televiso, o PSD

    tem direito ao tempo corres-pondente ao dos deputados federais que migraram para a legenda, considerando os que foram efetivamente eleitos e que se transferiram do partido de origem diretamente ao PSD.

    LEGISLAODe acordo com a Lei

    9.504/1997, a Lei das Elei-es, cabe aos juzes eleitorais distriburem os horrios reser-vados propaganda eleitoral gratuita no rdio e na televiso entre os partidos polticos e as coligaes que tenham candi-dato.

    Devem dividir um tero do tempo igualitariamente e dois teros do tempo propor-cionalmente ao nmero de representantes na Cmara dos Deputados de cada partido, considerado, no caso de coli-gao, o resultado da soma do nmero de representan-tes de todos os partidos pol-ticos que a integrarem. Para isso, os juzes devem tomar como critrio a representao de cada partido poltico na Cmara na eleio passada.

    OPERAO SANGUESSUGA

    TCU manteve condenaode Jarbas Omena, de Messias

    Informaes sobre valor das doaes eleitoraisPessoas fsicas e jurdicas

    que fizerem doaes para as campanhas de partidos e candidatos que concorrero nas eleies municipais deste ano podem informar ao Tribu-nal Superior Eleitoral (TSE) o valor das contribuies e das contrataes de bens e servi-os.

    A informao voluntria e fundamental para dar maior transparncia s contas de campanha dos polticos. Os

    dados sero utilizados pela Coordenadoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidrias (Coepa) do TSE na anlise da prestao de contas dos candi-datos. Nas eleies de 2010, o TSE recebeu 14.754 informa-es do tipo.

    Para enviar ao TSE infor-maes sobre as doaes e contrataes de bens e servi-os, as pessoas fsicas e jur-dicas devem se cadastrar por meio de um formulrio eletr-

    nico. No cadastro, o usurio ter de criar uma senha.

    O formulrio de cadastro tambm pode ser acessado em link disponvel no box Destaque, localizado na pgina principal do TSE. Basta clicar em Conra os dados da primeira prestao de contas parcial de campanha, alm de outras informaes sobre o tema e em Cadastro para informaes voluntrias de campanha.

    TEMPO NO GUIA

    Apesar de ter armado que havia revertido situao, Jarbas Omena continua com condenao de suas contas no TCU

  • A5O JORNAL l MACEI, 12 DE AGOSTO DE 2012 l DOMINGO

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    Origem de novos recursos precisa ser denidaDe acordo com a Secre-

    taria de Relaes Institucio-nais (SRI) da Presidncia da Repblica, que articulou a aprovao do recurso, o obje-tivo de levar o PNE a plen-rio fazer com que o debate

    seja ampliado j que o tema importante e envolve muitos recursos para ser discutido apenas por uma comisso especial com 16 deputados. A SRI questiona o fato de que o PNE no aponta de onde viro

    os novos recursos que vo bancar a ampliao do inves-timento e esse tpico precisa ser mais discutido.

    O ltimo PNE esteve em vigncia entre 2001 e 2010. Atualmente o pas no tem um plano em vigor, j que o texto do novo PNE foi enviado para a Cmara em dezembro de 2010 e s foi aprovado em junho de 2012. Para a Campa-nha Nacional pelo Direito Educao (CNDE), uma das entidades da sociedade civil que participou de forma mais ativa da tramitao do plano, a ida do projeto ao plenrio uma irresponsabilidade dos deputados porque atrasa ainda mais a implantao das estratgias e o cumprimento das metas.

    Segundo o coordenador--geral da CNDE, Daniel Cara, caso o projeto v a plen-rio, no apenas a questo do financiamento pode ser mudada, mas tambm outros pontos do plano que foram negociados e debatidos com a sociedade civil na comisso especial.

    A entidade ir tentar dissuadir os deputados para que o requerimento no seja aprovado. Levar o PNE ao plenrio atrasar os rumos da educao para milhes de brasileiros, arma Cara.

    Governo defendediscusso ampliadasobre percentualmnimo para oinvestimento na rea

    BRASLIA O Plano Nacional de Educa-o (PNE), aprovado por unanimidade em junho pela comisso especial que analisou a matria, dever ir ao plenrio da Cmara. Um recurso de autoria do lder do governo Arlindo Chinaglia (PT-SP) para que o projeto seja

    votado no plenrio da Casa antes de seguir para o Senado j conta com a assinatura de 122 parlamentares o mnimo para que o requerimento seja apreciado so 51 deputados.

    O PNE estabelece 20 metas educacionais que o pas dever atingir no prazo de dez anos. A principal delas, alvo de muita polmica durante a longa tramitao do projeto, a que estabelece um pata-mar mnimo de investimento em educao atualmente o Brasil aplica 5,1% do Produto Interno Bruto (PIB) na rea. O governo defendia um ndice

    de 7,5% do PIB, mas os depu-tados da comisso especial aprovaram a meta de 10% do PIB.

    As 122 assinaturas esto sendo conferidas pela Mesa da Cmara porque pode haver divergncias ou duplicatas. H ainda a possibilidade de parlamentares retirarem o apoio ao recurso. Se for atin-gido o mnimo de 51 deputa-dos, o requerimento precisa ser aprovado no plenrio. Caso seja aprovado, todos os 513 deputados devero anali-sar e votar o projeto antes que ele possa seguir para o Senado.

    Daniel Cara teme que deputados faam modicaes ao texto que foi aprovado pela comisso especial em junho

    Brasil ir superar a extrema pobrezaASCOM / MDS

    BRASLIA - Consegui-mos cumprir todas as nossas metas. Por isso, temos certeza de que vamos superar a extrema pobreza no Brasil, armou a ministra Tereza Campello, do Desen-volvimento Social e Combate Fome, ao fazer o balano do primeiro ano do plano de superao da extrema pobreza, durante os Dilogos Governo e Sociedade Civil: Brasil Sem Misria, na ltima quarta-feira, no Palcio do Planalto.

    A ministra destacou a busca ativa, estratgia do Estado de ir atrs dos extre-mamente pobres, e as aes de qualificao profissional e assistncia tcnica rural. O Brasil Sem Misria atingiu suas metas para os primeiros 12 meses, disse,

    Segundo Tereza Campello, o governo no quer s propi-ciar melhoria de renda, mas

    que a populao saia da mis-ria em todos os sentidos.

    Quem extremamente pobre no tem acesso a um conjunto de bens e servios do Estado, lembrou Tereza Campello.

    Por isso, segundo ela, a grande meta cumprir trs grandes eixos: garantia de renda, incluso produtiva e acesso a servios.

    O Ministrio do Desen-volvimento Social e Combate Fome (MDS) pretendia, at o m do ano, incluir mais 660 mil famlias ao Cadas-tro nico para Programas Sociais do Governo Federal, mas no meio deste ano j havia chegado a 687 mil. sinal de que teremos de rever a meta, pois provavelmente havia mais gente excluda do que estimvamos, avaliou a ministra, levando em conta que 14% desse contingente so quilombolas, indgenas, ribeirinhos, povos e comuni-dades tradicionais.

    Assistncia social: recursos sobem 35%Os recursos para assis-

    tncia social cresceram 35% desde 2010, informou a titular do MDS, destacando a criao de equipes volantes (1.564), lanchas e barcos para chegar a populaes de difcil acesso (129) e Centros POP (93), que atendem populao em situ-ao de rua.

    F o r a m c o n s t r u d a s tambm 2.077 Unidades Bsi-cas de Sade (UBS) e ampliado o Mais Educao (escola em tempo integral), que de 15 mil passou a contemplar 33 mil escolas aquelas com crian-as do Bolsa Famlia subiram de 5,3 mil para 15 mil.

    Segundo a ministra, uma meta ousada a oferta de

    cursos de qualicao para 1 milho de pessoas at 2014. At julho, foram abertas 390 mil vagas em 189 tipos de cursos, com quase 200 mil inscries.

    Na rea rural, Tereza Campello apontou a assistn-cia tcnica a 170 mil famlias, a construo de cisternas para 137 mil lares e a ampliao e modicao do Programa de Aquisio de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA).

    A ministra tambm ressal-tou a importncia da parti-cipao social, como fruns e conselhos e disse que a proposta do governo garan-tir uma vez por ano um debate com todas essas instncias.

    Prossionais de 34 pases vo se reunir em SP

    C D N C O M U N I C A O CORPORATIVA

    SO PAULO - As inscri-es para a 68 Assem-bleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que acontecer entre os dias 12 e 16 de outubro, no Hotel Renaissance, em So Paulo, esto abertas. Com a participao de importan-tes jornalistas, empresrios e estudantes de comunica-o de 34 pases, o encontro contar com debates e painis sobre o presente e o futuro do jornalismo no continente americano, transformando a capital paulista, por quatro dias, na voz em prol da defesa da liberdade de imprensa e informao nas Amricas.

    A 68 Assembleia Geral da SIP espera receber em torno de 600 participantes que discutiro temas como liberdade de expresso, tica, o papel de reprteres e edito-res, novos modelos de empre-sas jornalsticas, ameaas imprensa, violncia contra jornalistas, a ao do narco-trfico, censura judicial e os processo de legitimao do controle da imprensa. Especialistas de internet, da rea jurdica e de estratgia de mdia tambm debatero assuntos correlatos.

    Inscries podem ser feitas at o dia12 de outubro

    A presidenta Dilma Rous-seff estar na abertura ocial, enquanto o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso discorrer sobre a liberdade de expresso e de informa-o como um direito natural. Ainda entre os palestrantes, o CEO do The New York Times, Arthur Sulzberger Jr., e o presi-dente do dirio espanhol El Pas, Juan Luis Cebrin.

    Tambm confirmados esto a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; Paul Steiger, da ONG Pro Publica, de Nova York; Ken Doctor, analista de mdias sociais nos EUA; Caio Tlio Costa, profes-sor de jornalismo da ESPM; Fernando Saguier, do jornal argentino La Nacin; Milton Coleman, presidente da SIP; Ricardo Gandour, diretor de contedo do Grupo Estado; entre outros.

    A realizao do evento na capital paulista vem ao encon-tro de desafios inquietantes para a categoria em plena era digital. Mais de 30 jornalistas do continente foram assassi-nados desde o incio de 2011, oito deles no Brasil, sendo quatro apenas este ano. O cenrio de abusos cometidos contra jornalistas se repete dentro e fora do territrio nacional, com casos registra-dos nos pases vizinhos como Mxico, Venezuela, Equador, Nicargua e Argentina.

    Na edio brasileira da Assembleia ser apresen-tado com destaque o resul-tado de uma pesquisa indita com editores de jornais das Amricas sobre as condies e o exerccio da profisso. As inscries podem ser feitas pelo site www.sipsaopaulo.com.br at o dia 12 de outubro.

    EDUCAOMINISTRA AFIRMA JORNALISMO

    PNE vai voltar Cmara para novo debate

  • Conseguimos cumprir todas as nossas metas. Por isso, temos certeza de que vamos superar

    a extrema pobreza no Brasil.

    TEREZA CAMPELLO, ministra do Desenvolvimento Social e Combate Fome, ao fazer o balano do primeiro ano do plano Brasil Sem Misria.

    Joo Lyra (Presidente), Jos Alfredo de Mendona Nelson Ferreira

    SuperintendenteSilvia [email protected]

    Diretora ComercialEliane [email protected]

    Diretor Adm.-FinanceiroBruno [email protected]

    Editor-ExecutivoVoney [email protected]

    Chacina da MataO que esperar de uma polcia judiciria que j levou dois anos para investigar uma chacina na qual quatro pessoas sem antecedentes criminais foram as vti-mas? Para a sociedade alagoana seria inte-ressante que, mesmo com todos os prazos expirados, a instituio mandasse s barras do tribunal os verdadeiros culpados pelo crime investigado. A pressa em esclarecer um crime de repercusso acaba fazendo isso.

    Quanto Chacina da Mata como a imprensa batizou a matana , o caso foi investigado de forma apressada e apresen-tados alguns suspeitos de envolvimento no crime. Mas, depois de alguns meses de inves-tigaes e com a priso de suspeitos que at hoje juram inocncia, o caso foi concludo e dado como encerrado.

    Mas no estava encerrado. Tanto no estava que o Ministrio Pblico Estadual devolveu as investigaes para a Polcia Civil tomar tenncia e fazer novas dilign-cias. Quando o representante do parquet estadual faz isso o mesmo que dizer: essas investigaes no servem para incriminar os suspeitos. Ou seja, so fracas na essncia

    da palavra. Mas o caso comeou errado porque essa

    matana aconteceu num sbado, e a polcia s iniciou as investigaes na segunda-feira, quase 72 horas. Nesses trs dias, os crimino-sos tiveram tempo suciente para destruir as provas e fugir deixando a menor quantidade de rastros possvel. Quando mais distante de um crime, mais diculdade a polcia ter para esclarec-lo a contento.

    Nesse caso da Chacina da Mata, muita gente foi presa, inclusive um capito da Pol-cia Militar. Na casa do ocial, a Polcia Civil recolheu cartuchos e plvora. O oficial era instrutor de tiros e usava esse material de segunda categoria nos exerccios.

    No entanto, todas as pessoas que foram presas j foram colocadas em liberdade por conta da falta de provas. Amanh, o crime faz dois anos e, ao que tudo indica, voltou para a estaca zero. As pessoas que foram presas durante as primeiras investigaes pedem a sequncia rigorosa das investigaes.

    Mas algumas delas no querem apenas isso. Querem ser indenizadas pelo Estado por danos morais. Est na lei.

    Datas & Fatos

    Tratado de Hay-Herrn Em 12 de agosto de 1903, o senado da Colmbia se

    nega a raticar o Tratado de Hay-Herrn. O documento esta-belecia o arrendamento de uma faixa de territrio do istmo do Panam aos Estados Unidos para a construo de um canal e o uso exclusivo por 100 anos.

    1546 - Morre Francisco de Vitoria, espanhol considerado o fundador do Direito Internacional.

    1806 - Tropas mandadas por Santiago Liniers recon-quistam Buenos Aires para os ingleses e fazem prisioneiros o general William Berestford e 1.200 homens.

    1821 - A Universidade de Buenos Aires inagurada na Igreja de Santo Incio, por iniciativa de Juan Martn de Pueyr-redn.

    1848 - Morre George Stephenson, inventor ingls da locomotiva vapor.

    1851 - O mecnico norte-americano Isaac Merrit Singer registra a patente da mquina de costura, em Boston.

    1866 - Nasce o escritor espanhol Jacinto Benavente, ganhador do Prmio Nobel em 1922.

    1881 - Nasce Cecil B. de Mille, produtor norte-americano de cinema.

    1888 - A Unio Geral de Trabalhadores (UGT) criada em Barcelona, durante o Congresso de Sociedades Operrias.

    1903 - O Czar Nicolas II ordena a criao de un prote-torado no Extremo Oriente. O Japo protesta por causa da presena de tropas russas na Coria.

    1903 - Em 1903, o Senado da Colmbia se nega a raticar o Tratado de Hay-Herrn, que estabelecia o arrenda-mento aos Estados Unidos de uma faixa de territrio do istmo do Panam para construrem um canal e ter seu uso exclusivo por 100 anos. Os Estados Unidos organizaram uma rebelio no Panam que, depois da interveno de tropas norte-ameri-

    canas, culminou com sua independncia. 1905 - O presidente argentino, Manuel Quintana, sai ileso

    de um atentado terrorista preparado por um anarquista catalo. 1906 - O judeu Alfred Dreyfus deixa a priso depois de

    receber o perdo do governo francs. O capito da artilharia francesa foi vtima de preconceito e seu caso gerou um dos mais calorosos debates intelectuais do sculo XX.

    1907 - Nasce Miguel Torga, escritor portugus. 1908 - Os restos mortais do conquistador espanhol de

    Porto Rico, Juan Ponce de Len, so transportados do Convento de Santo Toms de Aquino para a Catedral de So Joo.

    1908 - A fbrica Ford Motor Company de Detroit (EUA) coloca no mercado o primeiro modelo de automvel Ford T 333.

    1911 - Nasce Mario Moreno, ator cmico mexicano. 1912 - Nasce Sam Fuller, cineasta norte-americano. 1914 - Nasce Luis Mariano, cantor espanhol. 1914 - Frana e Inglaterra declaram guerra contra o Imp-

    rio austro-hngaro. 1928 - A primeira escola de samba, denominada Deixa

    falar, foi fundada por sambistas do bairro do Estcio de S, no Rio de Janeiro.

    1936 - promulgada uma lei que estabelece no Peru o seguro social obrigatrio.

    1948 - Os Estados Unidos reconhecem o governo da Coria do Sul.

    1949 - Nasce Fernando Collor de Melo, poltico e ex-presidente brasileiro.

    1949 - Nasce Mark Knoer, guitarrista britnico, lder do grupo Dire Straits.

    1953 - A Unio Sovitica testa secretamente a bomba H, sua primeira bomba de hidrognio.

    1955 - Morre Thomas Mann, escritor alemo, ganhador do Prmio Nobel de Literatura em 1929.

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    A6 O JORNAL l MACEI, 12 DE AGOSTO DE 2012 l DOMINGO

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    Pai com o passar dos anos cada vez mais o admiro e vejo o quanto o senhor foi importante na minha vida e ainda continua sendo, mesmo estando em outro plano. Algumas pessoas dizem que eu pareo muito com o senhor tanto fisicamente, como nos gestos, expresses, comportamento e maneira de ser. Ora, como poderia ser diferente, sou lho, e sempre formos muitos ligados, deste a minha infncia at a fase adulta, tendo convivido com o senhor quase que diariamente por mais de 43 anos, como no poderia assimilar suas virtudes e excluir seus defeitos.

    Seus ensinamentos permanecem em minha mente e sempre procuro repass--los para meus lhos.

    Aps sua inda para outros mundos, no tenho com quem dividir meus, senti-mentos, sofrimentos, dificuldades e tomada de decises, entre outros fatores que me afligem no dia a dia. Em nosso tempo, o senhor era meu porto seguro, meu incentivador e orientador para a minha tomada de deciso, atravs de uma conversa franca, direta, objetiva e de homem para homem, sempre ressaltando, ande dentro da lei para o amparo da lei.

    Sempre que releio seus livros no consigo conter a emoo, parece que o estou vendo, em nossa casa, com a famlia ou s vezes com poucos amigos, naqueles dias animados.

    Um cronista Paraibano, mas radicado em nossa cidade, escreveu uma crnica neste mesmo peridico intitulada Aldo Flores, o cronista. Nesta crnica quantas coisas bonitas e verdadeiras foram escri-tas a exemplo Aldo, no um poeta no sentido do versejar, poeta, sim, na forma

    de captar a essncia das coisas, dos seres e do mundo. Suas crnicas so pingos de chuvas correndo pela vidraa, vendedora de amendoins, mulheres bonitas, roman-ces passados, meditaes sadias e engra-adas dentro da madrugada.

    meu pai, alm disto, o senhor com muito esforo e atravs do seu prprio brilho, foi oficial do exercito, jornalista, professor de ingls, funcionrio pblico, Promotor de Justia, Professor de Direito penal, Escritor e membro da Academia Alagoana de Letras, apesar, de como disse o ilustre amigo paraibano em sua crnica Admito que muitos no gostasse dele, pois Aldo Flores sempre se encaramujou, durante parte da vida, ilhou-se, dando a entender que estava de um Aldo e a huma-nidade de outro. No entanto a sua riqueza interior permitia, certo ou errado, tal atitude. A famlia era o seu porto seguro.

    Meu inesquecvel pai, o senhor cumpriu sua misso, no entanto ainda lhe peo que me oriente para eu possa me livrar dos inimigos amigveis, e conduzir o meu barco para nalmente aportar no to almejado porto seguro.

    Um beijo.

    Para meu pai

    Seus ensinamentos permanecem em minha mente e sempre procuro repass-los para meus lhos

    Alder FloresAdvogado, qumico, auditor ambiental e membro da Academia Maceioense de Letras e da Associao Alagoana de Imprensa

    Ao assistir a programas de TV com meus lhos, na hora do comercial, sempre escuto: Pai, compra! A minha esposa tambm vive essa experin-cia, e, claro, aproveitamos o momento para educar. possvel que voc tambm tenha crescido numa poca em que os presentes s eram dados em datas especiais: no aniversrio, no Dia das Crianas e no Natal.

    Os finais de semana e os feriados eram reservados para a to sonhada Coca--Cola e doce ou sorvete de sobremesa. Nesses dias, os meninos brincavam de pique - esconde, jogavam bola, pegavam frutas no quintal do vizinho, subiam em rvores e soltavam pipas. Muitos tambm brincavam de queimado, mas com receio, pois isso era considerado brinquedo de menina. Ganhar era uma maravilha e pouco se via de TV. No tnhamos tempo, pois queramos brincar.

    Na poca, as meninas brincavam de casinha e de escola. Como se fossem donas de casa, faziam comidinha e cuida-vam dos filhos, suas bonecas, reprodu-zindo o universo das famlias.

    As crianas no tinham uma educa-o cheia de vontades. As mochilas e lancheiras no eram as da moda. Elas eram usadas enquanto duravam e muitas vezes eram herdadas de irmos ou primos. Ningum nos forava a consumir nada alm do que realmente necessitvamos.

    Na escola, os professores eram rmes com a gente, e a diretoria... Nossa, que medo! Notas baixas nem pensar, e indisciplina na escola... Nossa, o que era isso? Minha me me tomava o ponto diariamente e amos crescendo assim, felizes.

    Hoje, o que mais escutamos dos lhos marca de roupa, de tnis e de eletrni-cos. Querem decidir o restaurante do nal de semana e at a roupa que ns, pais, devemos vestir.

    As mudanas aconteceram de forma gritante e, se no tivermos cuidado, perde-remos a oportunidade de mostrar aos lhos que a felicidade tambm est em coisas simples. No se trata de saudosismo, nem quero aqui dizer que a vida era melhor e a das crianas de hoje pior. Longe de mim! Cada gerao tem seu tempo. Mas importante considerar os exageros!

    preciso estar atentos a vrios aspec-tos: como est a disciplina das crianas? Esto recebendo valores ticos e morais? Esto estudando e cumprindo as obriga-es? Respeitando as pessoas? Voc est seguro quanto formao de sua criana? Tem oportunizado a ela uma boa acolhida emocional?

    preciso reetir sobre o modelo de educao que estamos dando aos lhos. Queremos que tenham todas as oportu-nidades, mas tambm que possuam uma boa cultura de valores. No os queremos fteis. Tero tudo o que lhes pudermos oferecer, sabendo que so privilegiados porque PODEM TER, mas devem ser ensi-nados desde pequenos que PRECISAM SER.

    Assim, chame-os ao dilogo sempre e faa-os valorizar o que conquistam. Tenha certeza de que teremos crianas felizes, seguras e conscientes, que sero adultos tambm felizes e seguros.

    Me, compra para mim?

    Querem decidir o restaurante do nal de semana e at a roupa que ns, pais, devemos vestir

    Jos Romero Nobre de CarvalhoProfessor e diretor-geral do SEB COC Macei

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    A7O JORNAL l MACEI, 12 DE AGOSTO DE 2012 l DOMINGO

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  • O primeiro tratado de limites entre o Brasil e a Bol-via foi assinado em 1867, quando ainda no se conhe-cia corretamente a situao geogrfica dos rios na Bacia Amaznica; tanto que um de seus artigos estabelecia a linha limite saindo do rio Madeira, por um paralelo para oeste, at as nascentes do rio Javari - estabelecendo ainda que se essas nascentes estivessem ao norte do para-lelo (o que de fato ocorreu), a linha deveria seguir desde a mesma latitude at aquela nascente. Em 1898, vericou--se que vista do Tratado de 1867, a regio do Acre perten-cia originalmente ao Peru, porm naquela regio havia

    uma populao consider-vel de origem brasileira. Isso causou diversos atritos, j que a populao no queria se submeter ao governo boliviano. Diversas revol-tas surgiram, e a situao de insubmisso se estendeu at 1903, quando o Brasil ocupou militarmente o territrio. Conseguiu-se ento pacifi-car o Acre, e atravs de uma multa paga aos arrendatrios anglo-americanos, declarou--se a desistncia dos arrenda-trios.

    No mesmo ano de 1903, reabriram-se as negociaes propondo-se, por parte do Brasil, um acordo de permuta equitativa de territrio, j que era interesse do Brasil

    manter sob seu domnio uma populao que era brasileira, apesar de o territrio ser, pelo Tratado de 1867, pertencente ao Peru. Depois de uma srie de propostas e contrapropos-tas, o Tratado de Petrpolis foi assinado, ficando acordado que mediante compensaes territoriais em vrios pontos da fronteira, a construo pelo Brasil de uma estrada de ferro (a Madeira-Mamor), a liberdade de trnsito pelo caminho de ferro e pelos fluviais at o Oceano Atln-tico e mais uma indeniza-o de dois milhes de libras esterlinas, a Bolvia cederia o Acre. E, desta vez, houve uma verdadeira expanso territo-rial.

    Entidades defendem referendo com chilenosA postura atual do estado

    chileno no representa a opinio de todos os cidados que o compem, diz a ativista Paulina Acevedo, cuja organi-zao tem uma rea de ao muito ampla e representa muitos setores sociais.

    Muitas organizaes sociais de diferentes natu-r e z a s s o f a v o r v e i s a encontrar uma soluo de sada para o mar para a Bol-via, com ou sem soberania. Sabemos que a perda desta sada no foi deciso sobe-rana, mas resultou de um

    conflito armado, comple-tou ela.

    Paulina considera que o Estado chileno insiste em no estabelecer uma relao duradoura com a sociedade civil organizada; por isso, no sabemos qual seria o resul-tado, em caso de um plebis-cito sobre a reivindicao boliviana.

    Esse tipo de consulta no possvel sem uma reforma constitucional, mas subme-ter o tema a um referendo no uma proposta apenas das organizaes sociais.

    Tambm houve pronuncia-mentos a favor por parte de guras importantes de todo o campo poltico e mesmo mili-tar. Em 2007, por exemplo, fez-se um gesto simblico, que expressou o ponto de vista dos movimentos sociais chilenos diante da reivindicao boli-viana. O prprio Evo Morales se surpreendeu, ao ser rece-bido por 20 mil pessoas que gritavam mar para a Bolvia, quando chegava Cpula dos Povos, paralela Cpula Iberoamericana que aconte-ceu em Santiago.

    O QUE DIZ A HISTRIA

    A8 O JORNAL l MACEI, 12 DE AGOSTO DE 2012 l DOMINGO

    [email protected]

    Grande parte do territrio do pasfoi tomada apsGuerra do Paccoe com Tratado de 1904

    OUTRAS PALAVRAS

    A sociedade civil organi-zada do Chile comea a se levantar como uma voz a favor de uma sada para o mar da Bolvia, ao considerar que um direito dos cidados daquele pas a recuperao de parte de seu territrio.

    Essa sociedade tem, em geral, um pensamento favo-rvel demanda martima do Estado boliviano, no entendi-mento de que os povos devem ser solidrios entre si e que isso constitui um obstculo para o desenvolvimento desse pas, arma a coordenadora de comunicao do Obser-vatorio Ciudadano, Paulina Acevedo.

    A Bolvia, um dos pases latino-americanos atual-mente sem litoral (como o Paraguai), perdeu seu acesso aos oceanos na Guerra do Pacco, de 1879 a 1884, contra

    o Chile, que tambm envol-veu o Peru. La Paz e Santiago firmaram um Tratado de Paz, Amizade e Comrcio em 1904, que deniu as fronteiras atuais e fez da Bolvia um pas sem litoral.

    Os cidados bolivianos consideram que o acordo limitou o desenvolvimento de seu pas, colocou obstcu-los ao comrcio e represen-tou uma ameaa segurana nacional. A falta de sada para o mar da Bolvia, e a reivindi-cao por uma, marcaram as relaes bilaterais, que desde 1978 se mantm limitadas a

    nvel consular.Entre 2006 e 2010, La Paz

    e Santiago aproximaram-se e trabalharam uma agenda de treze pontos, na qual, pela primeira vez, se abor-dou o tema martimo. Nesse perodo, o Chile era gover-nado pela socialista Michelle Bachelet (2006-2010); e a Bol-via pelo ndio de esquerda Evo Morales, que comeou seu primeiro mandato em 2006 e assumiu o segundo em 2011. Mas desde a chegada ao poder do direitista Sebastin Piera, no Chile, o dilogo bilateral cou congelado.

    Bolvia pode ter o mar de voltaCHILE

    Em 23 de maro deste ano, o presidente boliviano Evo Morales tomou uma ao controversa, ao anunciar a deciso de levar aos tribunais internacionais a disputa pela sada para o mar com o Chile, diante da falta de propostas concretas, teis e factveis por parte de Santiago. Em junho ltimo, deu novo passo adiante, ao se reunir em Haia

    com o presidente da Corte Internacional de Justia, Peter Tomka, quando exps a aspi-rao boliviana de resolver a disputa com ajuda do direito i n t e r n a c i o n a l . Ta m b m reuniu-se com representantes da Corte Penal Internacional.

    Antes, durante a Assem-bleia Geral da Organizao de Estados Americanos (OEA), realizada nos dias 4 e 5 desse

    ms, em Cochabamba (Bol-via), o chanceler anfitrio, David Choquehuanca, pediu ao governo de Piera a abertura de renegociao do Tratado de 1904. O chanceler do Chile, Alfredo Moreno, afirmou que Santiago no ir ceder parte de seu territrio assim como nenhum pas o faria, e que o Tratado de 1904 j havia estabe-lecido as fronteiras.

    Morales leva disputa a tribunais internacionais

    Disputas com o Brasil remontam a 1867Pesquisas mostram uma sociedade dividida

    Em abril de 2011, uma pesquisa do jornal chileno El Mercurio, o mais inuente do pas e de tendncia conservadora, avaliou que 64,2% das pessoas aceita-riam facilitar uma sada para o mar para a Bolvia, ainda que sem concesso de soberania. Em novembro do ano passado, uma pesquisa da empresa Adimark e da Universidade Catlica reve-lou que 40% dos entrevis-tados so a favor de dar benefcios compensatrios ao pas vizinho.

    Juan Carlos Skewes, dire-tor do curso de antropolo-gia da Universidade Alberta Hurtado, disse que no Chile

    existe uma civilidade no majoritria, mas significa-tiva, que permite que alguns reconheam os direitos que de outros povos. Por isso, teria surgido, da sociedade civil, uma reflexo mais cvica, uma inspirao mais cosmopolita e mais abran-gente com respeito Bolvia ao que, entendo, so suas demandas legtimas.

    O estudioso lembrou que no norte do Chile existe uma importante convivn-cia trinacional, com Bolvia e Peru. Baseia-se em uma raiz histrica e cultural que une o mundo andino e reco-nhece uma viso de mundo, prticas culturais, formas de

    vida e rituais que so patri-mnio comum da regio.

    Skewes assegurou que o Chile lidou com o cenrio internacional de uma forma muito individualista e sepa-rada de seu entorno regio-nal, o que faz com que o pas enfrente certas vulnerabi-lidades. Suspeita-se que o Chile j no tem e no ter a simpatia que historica-mente teve de pases como Brasil, muito menos, Peru ou Argentina, arma.

    E s p e r a n d o p o r u m a soluo, a Bolvia firmou acordos com Peru e Argen-t i n a q u e l h e p e r m i t e m acesso parcial ao Pacfico e Atlntico.

  • Nos ltimos dez dias, 14 animais foram localizados nas praias da capital alagoana

    LYRA SANTA [email protected]

    Dentro de um balde d e g u a s a l g a d a na sede do Inst i-tuto Biota de Conservao, em Ipioca, a tartaruga da espcie Chelonya Midas ou Verde como popularmente conhecida, luta para sobrevi-ver. A pequena foi encontrada por equipes do Batalho de Polcia Ambiental no final de julho, num dos canais da Lagoa Manguaba, est debi-litada e deve morrer. Essa no ser a primeira e nem a ltima tartaruga a encalhar em Macei, que acaba vindo a bito aps ingerir lixo urbano nos oceanos.

    A situao desse animal bem crtica. As chances dela sobreviver so mnimas, quase zero. Mas, estamos tentando tudo que podemos. Ela est fazendo um tratamento de fluidoterapia, medicada com antibiticos, sendo hidratada e com lavagens intestinais, contou o presidente do Biota, o bilogo Bruno Stefanis. Acreditamos que ela ingeriu muito lixo e isso acabou petri-cando o intestino, que culmi-nou com uma srie de doenas e fazendo com que ela no se alimentasse mais. Essa situ-

    ao se repete diariamente e com a maioria dos animais que encontramos encalhados na nossa costa.

    Apenas nos ltimos dez dias, 14 tartarugas foram localizadas nas praias da capital alagoana, s que doze delas estavam mortas. Um desses animais com vida foi encontrado na manh da ltima sexta-feira, na Praia da Guaxuma, por barraqueiros que tentaram salv-lo reti-rando-o da gua. Logo cedo, tartaruga estava na beira sendo arrastada pela mar. Tentamos coloc-la de volta ao mar, mas ela sempre voltava para areia. Decidimos retir--la, colocamos em um balde e chamamos o Ibama, que mandou chamar o Batalho Ambiental, que passou para os Bombeiros. Infelizmente, cam nesse jogo de empurra, comentou o barraqueiro Jos Ronaldo Lins.

    Q u e m a t e n d e u a o chamado de socorro foi mais uma vez a equipe do Biota, que a princpio recebeu uma liga-o, informando que o animal estava morto. Vamos recolh--lo, avisar ao Ibama que mais uma tartaruga foi encontrada, j que a guarda pertence a eles e iniciar os cuidados. A prin-cpio, sabemos que ela estava a deriva h alguns dias, est magra e desidratada. As chan-ces de sobreviver tambm so pequenas, mas iremos tentar, armou a diretora do instituto, a biloga Eri Arajo.

    Continua na pgina A10

    Thiago Sampaio

    Bruno Stefanis, do Biota, tenta salvar mais uma tartaruga encontrada na praia

    CidadesA9O JORNAL l MACEI, 12 DE AGOSTO DE 2012 l DOMINGO

    [email protected]

    Lixo matatartarugasem Macei

    Tartarugas encontradas so levadas para o Instituto Biota

  • Como no existe um rgo que cuide especificamente da vida marinha em Alagoas, uma estimativa das ONGs que trabalham com a preservao de tartarugas, como o caso do Biota, que apenas este ano mais de 47 tartarugas tenham encalhado no l i toral de Macei. Porm, este nmero pode ser muito maior. Esta-mos vivendo um momento delicado e preocupante. Acre-dito que esse nmero pode ser at cinco vezes maior do que contabilizamos, j que somos acionados apenas para os trechos urbanos. Muitas vezes as pessoas encontraram as tartarugas mortas e do destino para a carcaa, expli-cou Bruno Stefanis.

    A maioria dos animais que encontrada com vida levada para tratamento, porm no resiste e acaba vindo a bito. Esse ano conseguimos reintrodu-zir apenas uma tartaruga, o restante acabou morrendo. Infelizmente, quando elas encalham o estado de sade est bem agravado. um trabalho duro, com o acom-panhamento de veterinrio, disse o bilogo.

    A sacola plstica to usada nos dias de compras em supermercado pode ser o principal motivo para a cres-cente mortandade de tartaru-gas marinhas que chegam a costa alagoana. Com a proxi-midade do perodo de desova no incio de setembro, esses animais so os principais alvos dessa poluio que atinge os mares. Ao chegarem ao litoral para deixarem seus ovos, elas acabam confundindo os pls-ticos com guas vivas, seu alimento preferido.

    De acordo com o presi-dente do Biota esse nmero de tartarugas encalhadas pode aumentar ainda mais nos prximos meses. Estamos chegando a setembro, que o ms de incio da desova. Nesta poca as tartarugas se aproxi-mam ainda mais da costa e acabam se alimentando do lixo. Elas costumam confun-dir principalmente as sacolas plsticas com algas e termi-nam sufocando, relatou.

    Quando o Biota recebe um chamado para encalhes nas praias de Macei, eles enca-minham uma equipe para fazer todo o levantamento. A necropsia feita ainda no local e retirado material para anlise. Desse levanta-mento, pelo menos 90% dos

    resultados da coleta feita do estmago das tartarugas, o lixo domstico tem aparecido como causa aparente das mortes. J encontramos bola de sopro, teclado de compu-tador, pedao de haste exvel e sacolas plsticas no orga-

    nismo de tartarugas, comen-tou Eri Arajo.

    To d o s o s d a d o s d o s animais so computados e arquivados, alm de muitas vezes serem solicitados por pesquisadores da vida mari-nha. Fazemos um levanta-

    mento quantitativo e ainda coletamos material biolgico que servem para pesquisas. Atualmente, estamos em contato com dois pesquisado-res, que devem estudar a situ-ao dessa mortandade nas nossas praias. Isso pode nos ajudar a provar que Alagoas um estado com presena macia desses animais e que aqui eles correm risco, afir-mou Bruno Stefanis.

    APOIO E AESS e m i n c e n t i v o s d o

    Governo Federal ou Esta-dual, o Biota trabalha no lito-ral maceioense desde 2009 e tem se tornado referncia nos cuidados com tartaru-gas. As pessoas precisam entender que esse trabalho feito de forma voluntria. No estamos aqui para subs-tituir a ao do Estado, mas sim para buscar apoio e aes que possam mudar essa reali-dade, colocou o presidente do Biota.

    Hoje, nos registros do Projeto Tamar, Alagoas est fora do cenrio das tartaru-gas, com a presena apenas de um fiscal na Praia do Peba. Isso tem atrapalhado investimentos nesse setor e acabamos esquecidos. Tudo que fazemos com estrutura limite, atravs do nosso inves-timento e de voluntrios.

    Segundo Bruno Stefanis, a participao da populao nessa ao com as tartarugas muito importante. O nosso trabalho como feito de forma voluntria, precisa da ajuda das pessoas, inclusive no momento de localizar esses animais encalhados. Por isso, quem encontrar deve entrar em contato conosco atravs dos nmeros 9115-5516 ou 8815-0444 que iremos passar orientaes de como proce-der, ou mesmo ir at o local da ocorrncia. Dessa forma, estamos coletando dados ou mesmo ajudando a tartaruga a sobreviver, disse.

    O bilogo orienta ainda que as pessoas evitem tocar ou mover a tartaruga enca-lhada. No sabemos o que animal tem. Existem doenas nessas tartarugas, tumores especicamente, que podem ser transmitidos ao homem. melhor evitar, comenta. Recentemente, formos infor-mados ainda, que algumas pessoas estavam retirando o casco da tartaruga morta. Isso ilegal e sujeito a responder por crime ambiental. L.S.R.

    Stefanis: Elas confundem sacolas plsticas com algas e acabam sufocando

    Vidro armazena material plstico retirado do estmago das tartarugas

    Fotos: Thiago Sampaio

    [email protected]

    A10 O JORNAL l MACEI, 12 DE AGOSTO DE 2012 l DOMINGO

    Cidades

    Sacola plstica o principal motivo das mortes

  • A11O JORNAL l MACEI, 12 DE AGOSTO DE 2012 l DOMINGO

    [email protected]

    Material retirado de campos em Delmiro Gouveia, Olho dgua do Casado e Piranhas

    VALDETE [email protected]

    Os animais pr-histri-cos esto muito vivos no Estado e habitam o Museu de Histria Natural da Universidade Federal de Alagoas. Naquele local, esp-cies representantes do perodo pleistoceno, so exaustiva-mente estudadas, analisadas, catalogadas e, acima de tudo, admiradas pela equipe do professor doutor em Paleonto-logia, Jorge Luiz Lopes da Silva.

    Atualmente, o especialista dedica-se ao Projeto Mape-amento, Prospeco e Coleta de Fsseis de Mamferos Pleistocenos no Semi-rido Alagoano que concen-tra as atividades de campo nos municpios de Delmiro Gouveia, Olho Dgua do Casado e Piranhas. So obje-

    tos de estudo, os mamferos da era do gelo. No total, so 11 espcies. So animais extintos sem qualquer relao direta de

    ancestralidade. Dependendo do exem-

    plar, o trabalho de escavao pode durar dias ou at mesmo

    meses. Jorge Luiz Lopes coor-dena um grupo de estudantes de Cincias Biolgicas.

    Entusiasmado, o professor

    doutor explicou que, propor-cionalmente, Alagoas um dos Estados em que h mais regis-tros de fsseis daquela poca.

    Somos o segundo menor Estado do pas e temos 60 stios paleontolgicos distribudos em 20 municpios. Cerca de 40% dos achados est concen-trada na regio semi-rida alagoana. Estamos falando de espcies de 10, 50 e at 80 mil anos atrs, detalhou ao acres-centar que tanto o fssil mais velho 84 mil anos e o mais novo 10 mil anos foram encontrados no municpio de Maravilha.

    Jorge Luiz Lopes fala tambm de outras rarida-des. Em Piranhas, relembra o pesquisador, foi encontrado o fssil de uma preguia gigante com um filhote na regio uterina. A preguia me morreu ainda durante a gestao. um achado nico no Brasil. O animal chegava a aproximadamente seis metros de altura, disse.

    Ao recolher o material em campo, a equipe do pesqui-sador leva-os at o Museu de Histria Natural e inicia os processos de limpeza, colagem e tombamento dos fsseis.

    MAMFEROS PR-HISTRICOS

    Museu estuda e cataloga fsseis

    Dependendo do exemplar,

    o trabalho de escavao pode

    durar dias ou at mesmo meses

    Fsseis revelampassado, clima e vegetao

    No Museu de Histria Natural, exemplares de ossos fossilizados de megamamfe-ros pleistocnicos de Alagoas d a sensao de que se pode viajar no tempo diante de dentes, meros, tbias, fbulas, fmures, escpulas, crnios, plvis, vrtebras, costelas, rdio, ulna, ossos da mo e do p de vrios animais da mega-fauna.

    Atravs desses fsseis sabemos como era o passado, o paleoclima, a vegetao, o que os animais comiam, como viviam. Precisamos entender o passado para termos mais responsabilidade no presente e nos precavermos para o futuro, ensinou o professor doutor.

    Jorge Luiz Lopes relembra que em Inhapi, foi encon-trada a carapaa de um tatu gigante com tamanho apro-ximado de um Fusca. Em Inhapi, foi encontrada a cara-paa de um tatu gigante com tamanho aproximado de um Fusca; em Olho D gua do Casado foi encontrado parte de um chifre de cervdeo (um veado campeiro, um animal pequeno) seu fssil ainda mais raro devido fragilidade dos osso do chifre; at mesmo ossos de pssaros e madeira fossilizada ns conseguimos encontrar.

    A presena de crianas nos locais em que so encon-trados os fsseis deixa o professor bastante animado. Os olhos das crianas se enchem de curiosidade e elas fazem questo de nos ajudar.

    PERODO PLEISTOCENOO Pleistoceno foi o per-

    odo quaternrio que ocorreu entre 1,8 milho a 11.000 anos atrs. A biologia pleistocnica era moderna, pois muitos gneros e espcies de confe-ras pleistocnicas, musgos, plantas ores, insetos, molus-cos, pssaros, mamferos e de outros seres vivos sobrevivem at hoje.

    Continua na pgina A12

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    A12 O JORNAL l MACEI, 12 DE AGOSTO DE 2012 l DOMINGO

    Cidades

    Contudo o Pleistoceno foi caracterizado tambm pela presena de mamferos e de pssaros gigantes. Mamutes e seus primos os mastodontes, bfalos, tigres dente de sabre e muitos outros mamferos grandes viveram no pleisto-ceno. No fim do Pleistoceno, todas estas criaturas foram extintas.

    Foi durante o Pleistoceno que ocorreram os episdios mais recentes de glaciaes, ou de idades de gelo. Muitas reas de zonas temperadas do mundo foram alternada-mente cobertas por gelei-ras durante perodos frios e descoberta durante os pero-dos interglaciais mais quentes em que as geleiras recuaram.

    O Pleistoceno viu tambm a evoluo e a expanso da espcie humana, Homo Sapiens, e no fim do Pleis-toceno os seres humanos tinham se espalhado por quase todo o mundo.

    O projeto pretende ampliar o conhecimento do passado para entender a evoluo da espcie, alm de contribuir

    com um acervo que patri-mnio histrico-cultural para o Estado.

    De acordo com Jorge Luiz Lopes, em Alagoas os prin-cipais Stios Paleontolgicos esto concentrados principal-mente na regio semi-rida onde os fsseis so encontra-dos em depsitos chamados de Tanques.

    O projeto Mapeamento, Prospeco e Coleta de Fsseis de Mamferos Pleis-tocnicos no Semi-rido Alagoano uma iniciativa vinculada ao setor de Paleon-tologia e em parceria com o setor de Geologia e que vem registrando vrias descober-tas nos stios paleontolgicos do Estado. A pesquisa nan-ciada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient-co e Tecnolgico (CNPq).

    O projeto tambm orienta a populao dos munic-pios em que os fsseis so encontrados sobre a impor-tncia do material e de como devem proceder no caso de um achado possivelmente paleontolgico. V.C

    Projeto busca ampliar conhecimento do passado para entender evoluo

    Como setornar umpaleontlogo

    No Brasil no existe um curso especfico para Pale-ontologia, ou seja, no existe graduao em paleontolo-gia. Os interessados em seguir esse campo do conhecimento cientfico, via de regra, deve fazer graduao em Biolo-gia ou em Geologia e, logo aps, ir para a ps-gradua-o (mestrado/doutorado) e concentrar seus estudos na pesquisa paleontolgica.

    Uma forma do aluno de iniciar sua preparao para se tornar um futuro paleon-tlogo, durante sua gradua-o em Biologia ou Geologia cursar disciplinas que de alguma maneira contribuam para sua futura formao.

    Um exemplo que podemos dar o caso do Curso de Cin-cias Biolgicas da Ufal que alm da disciplina obrigatria de Geologia e Paleontologia tambm possui disciplinas eletivas, como Paleoceano-graa, Bioespeleologia e Pale-ontologia dos Vertebrados. V.C

    Descobrindo a histria do Serto alagoano No fim do Pleistoceno na

    rea que atualmente corres-ponde ao serto de Alagoas, a vegetao arbustiva/arb-rea era escassa, o que pode ser evidenciado pelos dados obtidos atravs da anlise do istopo 13 do carbono nos dentes dos proboscdeos e das preguias gigantes, nos quais foram obtidos valores que sugerem que estes animais alimentavam-se de gram-neas.

    A associao faunstica encontrada em Alagoas, com ossos inteiros e at articulados alm da grande quantidade de ossos muito fragmentados, nos tanques indica que os animais pereceram na regio, de fome, sede ou doena e seus restos foram transporta-dos por uxo de detritos para o interior dos tanques, expli-cou o professor doutor.

    Conforme Jorge Luiz Lopes, foram encontrados registros de ocorrncia de mamferos pleistocnicos nos municpios de Igaci, Jarama-taia, Major Isidoro, Maravilha,

    Olho dgua do Casado, Ouro Branco, Palmeira dos ndios, Po de Acar, Poo das Trin-cheiras, Santana do Ipanema, Piranhas, Delmiro Gouveia.

    Outros trs so citados na literatura: Anadia, So Luiz do Quitunde e Penedo e os outros dois citados por moradores das localidades onde foram encontrados fsseis: So Jos da Tapera e Inhapi. Destes, apenas em So Jos da Tapera no houve confirmao por parte dos pesquisadores.

    O nico fssil de cerv-deo (veado) encontrado em Alagoas no municpio de Pira-nhas trata-se de um chifre esquerdo quase completo o qual por suas caractersticas e ramicaes est sendo atri-budo a espcie Blastoceros sp, conhecido como cervo do pantanal. o maior e mais robusto dos cervos viven-tes sul americano. Chegam a medir entre 1,0 e 1,25m de altura, possuem orelhas grandes e chifres grossos no muito longos., explicou o professor. V.C

    Ossos encontrados por equipe so, em grande quantidade, fragmentados

    Professor Jorge Luiz Lopes explica que descobertas indicam que animais pereceram de fome, sede ou doena

    Pesquisadores restauram fsseis de animais encontrados no Serto Iniciativa vem registrando vrias descobertas e analisando o material

    Museu de Histria Natural foi criado em 1990Criado em 1990 como

    um rgo suplementar de natureza tcnico-cultural, o Museu de Histria Natu-ral vem dando apoio cient-co-cultural s atividades de Ensino, Pesquisa, Extenso e Cooperao Tcnica, no campo das Cincias Naturais, aos estudantes, professores, pesquisadores, tcnicos e comunidade em geral.

    O Museu, desde a sua cria-o, vem desenvolvendo estu-dos nos ecossistemas locais, valorizando tambm o conhe-cimento das populaes tradicionais sobre o uso dos recursos naturais do Estado.

    Desses estudos resultam

    colees sistemticas cient-ficas, testemunhas de nossa biodiversidade (atual e fssil), das riquezas minerais e da ocupao humana no decor-rer da histria (arqueologia e antropologia).

    Com a misso de contri-buir para o enriquecimento cientfico do Pas, medida que difunde os resultados de suas pesquisas, o Museu de Histria Natural busca despertar o esprito cientco e o amor natureza, disse-minando os conhecimentos, valores e comportamentos voltados para a preservao dos ecossistemas.

    O Laboratrio de Paleon-

    tologia do Museu de Histria Natural realiza pesquisas pale-ontolgicas no Nordeste do Brasil, com nfase nas bacias Sergipe e Alagoas, em dep-sitos quaternrios continen-tais e costeiros no mbito da Paleontologia de Vertebrados (peixes, rpteis e mamferos), da Micropaleontologia e em ambientes crsticos (fsseis de cavernas e bioespeleolo-gia).

    A etimologia da palavra Paleontologia compe-se de trs razes gregas: palais antigo; ntos o ser, o que ; e lgos tratado, fundamento, razo. Em sentido literal, ensi-nou o professor doutor, pode

    ser expresso pela frase Estudo dos Seres Antigos.

    Como cincia, a Paleonto-logia engloba a anlise descri-tiva e interpretativa da vida, durante os perodos geol-gicos, atravs do estudo dos fsseis. O termo foi criado no sculo XIX por Blainville em 1825.

    Do ponto de vista da Geologia ela contribui para o entendimento dos paleo-ambientes, idade relativa das rochas e da evoluo cronol-gica do planeta. Do ponto de vista da Biologia ela contribui para entendimento da origem e evoluo da vida no planeta. V.C.

    Fotos: Eduardo Leite/Estagirio

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    A13O JORNAL l MACEI, 12 DE AGOSTO DE 2012 l DOMINGO

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    A14 O JORNAL l MACEI, 12 DE AGOSTO DE 2012 l DOMINGO

    Cidades

    Banca de caldo e salgados existe h 13 anos O autnomo Everaldo

    Ramos Nascimento, 41, tambm um caso de sucesso. Sua banquinha ocupa parte da calada da Secretaria de Estado da Sade (Sesau) h 13 anos. No local servido refrigerante, caldo de cana, salgados e guloseimas para clientes fixos e espordicos que passam constantemente pelo local.

    A s s i m c o m o t a n t o s outros, Everaldo sai ainda de madrugada do Conjunto Frei Damio, no Benedito Bentes, onde mora, para, ainda bem cedo, j ter comeado a traba-lhar.

    Para agradar os clientes, ele espalha mesas e cadeiras fazendo do local uma lancho-nete improvisada.

    E a iniciativa tem dado

    certo. Sem revelar faturamen-tos, ele apenas confirma que no tem do que reclamar. A gente trabalha muito, mas tem o respeito dos outros e consegue administrar sua prpria vida.

    Para Everaldo, o inverno representa o pior perodo, mas, mesmo assim, ele nunca tentou mudar o rumo de sua vida prossional.

    Dois anos e crime continua sem culpadosVALDETE [email protected]

    A Chacina da Mata como ficou conhecida a execusso de quatro jovens completa dois anos amanh. Bruno Mendes da Silva, de 15 anos, Diego Henri-que da Silva Galvo, 15, Lucas Barbosa, 14, e Jos Ricardo da Silva, 24, foram assassinados no dia 13 de agosto de 2010, em um crime que chocou os alagoanos. Todos foram mortos com tiros na cabea. As vtimas moravam no Conjunto Cidade Sorriso, rea disputada por tracantes.

    Passados dois anos, o capi-to da Polcia Militar Paulo Eugnio Freitas apontado pelas investigaes policiais como autor da chacina e que teve o nome inocentado posteriormente tem o direito de responsabilizar o Estado por ter apontado seu nome como autor da chacina.

    H alguns dias, o capito esteve reunido com a direo--geral da Polcia Civil com o objetivo de pedir celeridade na concluso do inqurito policial que investiga o crime. Nos ltimos dois anos, o ocial Paulo Eugnio tem gasto todo seu tempo para reunir informaes para provar sua inocncia e apontar erros que a polcia teria cometido para, segundo sua defesa, incri-min-lo.

    O inqurito foi concludo pela delegada Sheila Carvalho e remetido Justia em outu-bro de 2010. Ele foi devolvido posteriormente Delegacia de Homicdios por falta de elementos que apontassem os autores materiais e intelec-tuais do crime.

    Segundo o escritrio de advocacia que atende ao capito, o oficial foi deson-rado e apontado como alvo de investigaes e proces-sos administrativo e judicial, teve a residncia vistoriada e submetida busca e apreen-so judicial.

    Familiares do capito afirmaram que seus filhos caram em estado de depres-so e tiveram a rotina e a honra expostos acusaes injustas. Queremos apenas Justia. Por ns e pela famlia dos jovens que foram mortos. As investigaes acontece-ram rapidamente e de forma errada. Tinha-se pressa em apontar para a sociedade os culpados. O que acabou no acontecendo. Ele [capito Paulo Eugnio] foi apontado como bode expiatrio. Tanto que as pessoas apontadas como os criminosos foram comprovadamente inocen-tados. E at hoje os verdadei-ros criminosos esto soltos e, inclusive, podem estar matando mais pessoas, disse um parente do oficial, que acredita que seu nome foi apontado porque o mili-tar desenvolve um trabalho de combate ao trfico de drogas na regio do Benedito Bentes e que desagrada a um pequeno grupo poltico.

    Desde a chacina, o militar procura o Conselho Estadual de Segurana, o Minist-rio Pblico Estadual (MPE) e a Ordem dos Advogados do Brasil, em uma saga que pretende levar Justia com pedidos de retratao e inde-nizao por danos morais. Segundo a famlia, foram dois crimes: a chacina e as acusa-es sobre o capito.

    Crime causou repercusso em AlagoasO crime causou grande

    repercusso em Alagoas e apontou o capito Paulo Eug-nio como um dos autores do crime. Posteriormente, ficou provado que o militar nada tinha a ver com a chacina.

    poca, o oficial era instrutor de tiros e possua vrias munies em sua resi-dncia para ministrar estas aulas. De acordo com as investigaes, as munies eram as principais evidncias de que o ocial seria o autor do crime.

    Os familiares das vtimas disseram polcia que os jovens no tinham passagem pela polcia e eram do bem e que, no dia do crime, tinham apenas ido buscar lenha no loteamento para fazer fogo j que em casa no possuam fogo. Familiares disseram que os rapazes teriam sido vtimas de vigias do lotea-mento.

    Tambm foram presos durante a investigao poli-cial: o cabo Ccero Nasci-mento, o cineasta e lder comunitrio no Benedito Bentes, Leonardo Francisco da Silva, Eliberto Marcelino da Silva e Jaime Jos de Lima.

    Naquele ano, as investi-gaes apontavam a existn-cia de uma milcia agindo no bairro do Benedito Bentes. Os justiceiros foram apontados como policiais e ex-policiais militares.

    Investigaes Retomadas A tese inicial das investigaes as milcias foi derrubada e

    deu lugar a uma segunda linha de investigao. A hiptese aponta para quatro trafican-tes da Grota da Alegria, que queriam se vingar do mais velho dos rapazes chacina-dos, o servente Jos Ricardo da Silva. Segundo uma teste-munha secreta, Ricardo teria provocado a ira destes suspeitos, que so indiciados em vrios outros crimes, sem ter noo do perigo em que estava se metendo.

    Figura conhecida no Conjunto Cidade Sorriso, Ricardo era tido como farrista e mulherengo, quase sempre encontrado em bares da regio. Em meio a esta vida desregrada, o servente teria se envolvido em um desenten-dimento com os suspeitos de trco.

    No final do ms passado, as investigaes comearam a ser conduzidas pela Delegacia de Homicdios, que ganhou um novo formato depois da implantao do Plano de Segurana.

    De posse de alguns dados, o Ministrio Pblico Esta-dual solicitou diligncias com objetivo de obter mais infor-maes sobre alguns suspei-tos para posterior denncia. H expectativa que nos prxi-mos dias o caso chegue ao m com a priso dos envolvidos.

    Atravs de assessoria de comunicao, a Delegacia de Homicdios informou que no ir se pronunciar porque as investigaes esto ocorrendo conjuntamente com o MPE.

    CHACINA DA MATAINFORMALIDADE

    O comrcio nas ruas e caladas da cidadePara garantir o oramento familiar, muitos improvisam e recorrem ao mercado informal

    ELISANA [email protected]

    Eles fazem da rua seus locais de trabalho. Transformam caladas em lanchonetes, estaciona-mentos, pontos de venda e tudo o mais que pode render dinheiro para garantir o ora-mento familiar. Sem acesso ao mercado formal, a sada para centenas de pessoas foi impro-visar na gerao de renda. E o resultado para muitos foi positivo: mesmo sem querer revelar o montante do fatu-ramento mensal ou semanal, os autnomos admitem que o lucro ultrapassa mais que o salrio mnimo e os deixam independentes para tocar seu prprio negcio.

    A Tia da coxinha um exemplo de independncia e prosperidade financeira. H 19 anos, a potiguar Vnia Maria da Cruz, 42, trabalha na Rua Professor ngelo Neto, no Farol, vendendo coxinhas para um leque de clientela xa que inclui alunos e profes-sores de escolas, cursinhos pr-universitrios e universi-dades da redondeza, alm de hospitais, empresa de comu-nicao, residncias e muito mais.

    Mesmo sem ter revelado o valor do lucro, d para ter ideia da margem do seu fatu-ramento. Segundo a prpria tia, como chamada por todos, a mdia da venda diria do produto fica em torno de 200 a 250. Cada unidade custa entre R$ 2 a R$ 2,50, depen-dendo do sabor escolhido.

    No posso reclamar, pois minhas coxinhas saem muito mesmo, admite a ambulante. E ela tem razo. Em um curto espao de tempo chegam a parar carros em frente ao seu carrinho. Eles vm de vrias partes da cidade s para sabo-rear o salgado.

    Procura por lanchemotivou deciso de abrir o negcio

    O incio da carreira pros-sional de Vnia teve incio quando o cunhado dela, que taxista, comentou que todos os dias muitos alunos ficavam querendo fazer um lanche rpido quando saiam da escola. Foi quando a ideia de colocar um carrinho ofere-cendo coxinha e refrigerante comeou.

    E, de l para c, a rotina se mantm. A ambulante sai do Jacintinho, onde mora, s 5h da manh para, s 7h, j estar a postos na sua lancho-nete. Ela permanece no local at s 21h. Fao o que gosto, tenho os meus clientes e, o mais importante, no tenho patro, comemora.

    Para no passar por impre-vistos no futuro, Vnia paga o Instituto Nacional de Seguri-dade Social (INSS) como aut-noma.

    Guardar carros para garantir a renda da famliaJ o guardador de carros

    Jos dos Santos, 47, no teve a mesma iniciativa. H mais de 30 anos, ele toma conta dos carros que estacionam na Rua S e Albuquerque, em Jaragu. Mas, at agora, nem sequer pensou em pagar INSS. Acho que me faltou informao, justicou.

    A rotina de Jos dos Santos - tambm chamado de cole-guinha por alguns de seus tantos clientes [funcionrios pblicos municipais e fede-rais, bancrios, comerciantes, comercirios, empresrios e tantos outros] rdua.

    Ele sa de sua casa, no Benedito Bentes, por volta das 4h. s 7h30, no mximo, j pode ser visto andando de um lado para outro em Jaragu. Para angariar mais clientes, Jos dos Santos se desdobra em fazer milagres para arru-mar aquela vaguinha to

    bem-vinda... Mas no s isso: caso

    chova, Coleguinha arruma um guarda-chuva; se preci-sar de um recado ou levar alguma encomenda, tambm s cham-lo... Na prtica, alm de guardador de carros Ofce-boy e at segurana, pois ca de olho em quem se aproxima de seus clientes.

    No sei como consegue ser to rpido. A impresso que se tem de que fica em vrios lugares ao mesmo tempo. Gosto muito dele. muito prestativo e est sempre de bom humor, disse o bancrio Marcos Luiz dos Santos.

    Jos dos Santos no esta-belece uma quantia espec-fica para guardar cada carro. O cliente d quanto pode, explica.

    Com esse discurso, ganha diariamente - dependendo do

    fregus e de cada um deles - de centavos a R$ 50,00. A mdia diria, porm, de R$ 1 a R$ 2. Os melhores clientes, segundo conta, so os deputados, quando aparecem na Prefei-tura de Macei. As gorjetas deles so no valor de R$ 50. muito bom!, festeja.

    Mas o que no revela, de jeito nenhum, quanto conse-gue apurar no final do ms. difcil saber porque varia muito, argumenta, acrescen-tando que, apesar da incerteza do futuro, gosta muito do que faz.

    Consegui criar meu lho de 16 anos com o dinheiro daqui. com este dinheiro que ele est estudando e, se Deus quiser, entrar em breve em uma universidade. No posso reclamar de falta de sorte na vida, pois tenho condies de comer e uma casa para morar, diz.

    Vnia aproveitou a proximidade com uma escola e montou um negcio para vender salgados e refrigerantes

    H mais de 30 anos, Jos dos Santos toma conta dos carros que estaciona na Rua S e Albuquerque, no Jaragu

    Fotos: Eduardo Leite/Estagirio

  • Relatrio mensal mostrou que lagoas apontam as condies de potabilidade no complexo

    A Diretoria de Labora-trio do Instituto do Meio Ambiente apre-senta sexta-feira (10) o resul-tado das anlises feitas nas amostras colhidas em 19 dife-rentes pontos do complexo estuarino-lagunar Munda--Manguaba. Considerando o perodo do ano, os resultados so apontados como aceit-veis, quanto potabilidade, pela equipe tcnica.

    Todos os parmetros analisados seguem a reso-luo n 357, de maro de 2005, do Conselho Nacio-n a l d o Me i o A m b i e n t e ( Co n a m a ) . No re l a t r i o podem ser observados itens como: nmero mais provvel (NM