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# 161 ano XXXIX JULHO/AGOSTO 2012 ESPORTES A força transformadora de uma paixão universal

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# 161 ano XXXIX JULHO/AGOSTO 2012

ESPORTESA força transformadora

de uma paixão universal

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II informa

1º lugar – celularAnderson Munhoz

2º lugar – máquinaLauren Pereira

3º lugar – celularFrancisco da Cunha Melo

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1informa

Ao lado, fotos que receberam menções honrosas, de autoria de (a partir do alto, à esquerda, no sentido

horário) Olavo de Pinho, Lauren Pereira, Alex

Vasconcellos da Silva Guedes e Juliano de

Paula Santos

NeStAS PáGiNAS, AS iMAGeNS VeNCedOrAS dO CONCurSO eSPOrte eM FOCO, PrOMOVidO POr OdebreCht iNFOrMA

2º lugar – celularJosé Marcelo Arruda de Oliveira

3º lugar – máquinaerick Marcel Carvalho

1º lugar – máquinaCarolina Almeida de Souza

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informa

Edição online Acervo online

> O Programa de Caminhada e Corrida da Braskem, em São Paulo, mostra que não é preciso ser atleta profissional para manter hábitos saudáveis.

> O Clube de Corrida e Saúde Braskem em Ca-maçari (BA) e Paulínia (SP) tem como objetivo melho-rar a qualidade de vida dos integrantes da empresa.

> Conheça as histórias por trás das fotos vencedoras do concurso Esporte em Foco, promovido por Odebrecht Informa.

> Casamento coletivo na Arena Corinthians: trabalhadores que ajudam a construir o estádio da abertura da Copa de 2014 e seus cônjuges formalizam a união

> Acesse as edições anteriores de Odebrecht Informa, desde a número 1, e faça o download do PDF completo da revista.

> Relatórios Anuais da Odebrecht desde 2002.

> Publicações especiais (Edição Especial sobre Ações Sociais, 60 anos da Organização Odebrecht, 40 anos da Fundação Odebrecht e 10 anos da Odeprev).

www.odebrechtonline.com.br

> Você pode acessar o conteúdo completo desta edição em htML ou em PdF

# 161 ano XXXIX JULHO/AGOSTO 2012

ESPORTESA força transformadora

de uma paixão universal

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informa 3

Videorreportagem Blog

> Siga Odebrecht Informa pelo twitter @odbinforma e saiba das novidades imediatamente.

> Comente os textos do blog e participe enviando suges-tões para a redação.

> Conheça três dicas de leitura sobre desenvolvimento sustentável.

> A Organização Odebrecht é eleita uma das “50 empresas do bem” pela revista Isto é Dinheiro.

> Rio+20: plástico verde fabricado pela Braskem contribui para a discussão sobre sustentabilidade.

www.odebrechtonline.com.br > Leia Odebrecht informa no seu tablet e no seu smartphone.> reportagens, artigos, vídeos, fotos, animações e infográficos.

> Conheça os detalhes da construção da Arena Corinthians e da reforma do Maracanã, palcos, respectivamente, do jogo de abertura e da final da Copa do Mundo de 2014.

> Arena Fonte Nova e Arena Pernambu-co: inovação tecnológica e reaprovei-tamento de recursos fazem dos dois empreendimentos bons exemplos de engenharia sustentável.

> No interior de Pernambuco, a reforma do Salgueirão, estádio do Salgueiro Esporte Clube, promete esquentar os clássicos da Série B do Brasileirão.

> No Rio de Janeiro, o projeto Porto Ma-ravilha, que deverá se tornar um dos principais legados das Olimpíadas de 2016, possibilita descobertas arqueo-lógicas da época do Brasil Colônia.

> A PRESERvAçãO DO CONhECIMENtO

Núcleo da Cultura Odebrecht (NCO): uma visão histórica dos resultados alcançados pela Organização Odebrecht

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4 informa

#161

Conheça a história de integrantes da Organização que têm o esporte na cabeça e no coração – o tempo todo

Carlos José Cunha e o desafio de liderar a SuperVia em uma obra “permanente”, que atenderá 1 milhão de pessoas em 2016

Obras no Rio de Janeiro preparam a cidade para receber as Olimpíadas de 2016. E para muito mais

Projeto Olímpico Marinha do Brasil-Odebrecht ajuda a realizar o sonho de jovens atletas – e de um país inteiro

Vila dos Atletas, no bairro Ilha Pura, em execução na Barra da Tijuca, abrigará os heróis olímpicos no Rio em 2016

Projeto apoiado pela ETH ajuda a formar atletas que também são craques na sala de aula

Benedicto Junior fala da Copa de 2014, das Olimpíadas de 2016 e do legado do aumento da autoestima do povo brasileiro

Concurso fotográfico: integrantes da Odebrecht saem às ruas em busca de belas imagens do esporte

Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Pernambuco veem nascer (ou renascer) quatro arenas que serão motivo de orgulho para o país

American Airlines Arena, em Miami, contruída pela Odebrecht e inaugurada em 1999, é a casa da equipe campeã da NBA em 2012

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Capa: Praticante de vôlei na Ilha do Cabo, em Luanda. Foto de Guilerme Afonso

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ESPORTES58

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Memória: as inestimáveis lições proporcionadas pelos Jogos Pan-Americanos de 2007 no Rio de Janeiro

Veja de que forma as matérias-primas petroquímicas estão presentes no futebol e em muitas outras modalidades esportivas

Iniciativas com a participação da Braskem fazem do esporte uma ponte para a cidadania

Nas praias e nas ruas de Angola, uma nação dá provas cotidianas de seu amor pelo esporte

Abrindo Espaços: jovens de Macaé, no litoral fluminense, têm apoio para superar situações de risco social

Foz Águas 5: uma concessionária com uma missão fundamental no contexto das Olimpíadas

Corrida e Caminhada Odebrecht: um estímulo (cada vez mais bem recebido) para a prática de hábitos saudáveis

Marco Aurélio Fonseca escreve sobre o esporte como ferramenta de desevolvimento e inclusão social

No mapa, estão indicados em branco os países e os estados brasileiros onde são realizados os projetos e programas retratados nesta edição de Odebrecht Informa e onde vivem e trabalham as pessoas que protagonizam as reportagens

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EDITORIAL

Cada vez melhor

itius, altius, fortius. Mais rápido, mais alto (ou mais longe), mais forte. O lema olímpico ensina, inspira e incentiva: é preciso ir sempre além e superar os limites. É uma verdade que se aplica não apenas aos atletas, os heróis olímpicos, mitos de carne e osso que emocionam o mundo a

cada quatro anos. Ela vale também, ou principalmente, para as cidades que re-cebem os jogos e, mais ainda, para as pessoas que tornam essas cidades aptas a sediar aquele que é o evento esportivo mais importante do planeta, como será o caso do Rio de Janeiro em 2016. Sim, o Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa – recém eleita pela Unesco Patrimônio Cultural da Humanidade na categoria Paisagem Cultural Urbana –, está seguindo o lema olímpico ao pé da letra. A capital do estado fluminense passa por obras de infraestrutura – sobretudo no Centro e na Zona Oeste – que a colocarão em plenas condições de se tornar o centro mundial do esporte em 2016. Mas, na verdade, é muito mais que isso. Citius, altius, fortius. Os projetos em andamento no Rio de Ja-neiro tornarão a cidade apta a alcançar algo ainda mais importante que sediar os Jogos Olímpicos: com os empreendimentos ora em execução, a cidade proporcio-nará à sua população um extraordinário ganho de qualidade de vida, resultado do surgimento de avançadas soluções nas áreas de mobilidade urbana e habitação, por exemplo. É o que se define como legado.Antes, porém, o Rio e outras 11 capitais brasileiras serão palco de um aconteci-mento que está no mesmo patamar de importância e visibilidade das Olimpíadas: a Copa do Mundo. Em 2014, 32 países representados por suas seleções de futebol estarão em território brasileiro para disputar a supremacia do esporte mais popu-lar do mundo. A reforma do legendário Estádio do Maracanã e a construção das arenas Corinthians, Fonte Nova e Pernambuco são destaques entre as obras que prepararão o país para receber o maravilhoso torneio do beautiful game organi-zado pela Fifa. E muito mais: essas novas arenas proporcionarão novos espaços multiuso, que servirão ao esporte e também à arte, à cultura e ao entretenimento. E ainda: poderão contribuir para o nascimento de uma nova mentalidade na ges-tão do futebol brasileiro. Legado.Nesta edição de Odebrecht Informa, você lerá sobre tudo isso e também sobre os projetos que têm o esporte como instrumento de fortalecimento da cidadania. Sa-berá de que forma uma quantidade cada vez maior de pessoas está conseguindo tornar o esporte parte de sua vida cotidiana – não como uma obrigação, mas como uma grande paixão. Nas páginas a seguir, enfim, você conhecerá histórias de pes-soas, empresas, cidades e países que acreditam no lema olímpico e o vivem no dia a dia. Citius, atius, fortius. Sempre.

Boa leitura.

“Nas páginas a seguir, você

conhecerá histórias de pessoas,

empresas, cidades e países que acreditam

no lema olímpico e o vivem no dia a dia. Citius, altius, fortius.

Sempre”

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8 informa

APAIxONADOS PElO

esportetexto João Marcondes

8sporte é saúde. E obsessão, amor, arte,

ciência, raciocínio, terapia, meditação,

trabalho. É um jogo. É paixão também.

Nesta reportagem, Odebrecht Informa

conta a história de integrantes de duas

empresas da Organização (Braskem e Odebrecht In-

fraestrutura) que fazem do esporte, acima de tudo,

um estilo de vida. São enredos de tombos e medalhas.

E exemplos de quem quer tornar o mundo um lugar

mais aprazível para viver.

De Itapuã ao HavaíA relação de Kleber Batinga com o surfe nasceu por

uma feliz casualidade. Quando garoto, no início dos

anos 70, ele costumava concorrer, em companhia de

uma amiga, na Gincana da Primavera, em Salvador. A

menina tinha três irmãos surfistas ciumentos que até

hoje são seus amigos. Um dia, na praia do havaizinho,

na Pituba, eles o convidaram a subir em uma prancha,

mas “esqueceram” de passar a parafina (que dá a

aderência). Resultado: tombo atrás de tombo. A brin-

cadeira apenas estimulou Kleber a continuar. “Quando

consegui me firmar, nunca mais parei.” Quarenta anos

depois e com muitos títulos brasileiros e baianos na

bagagem, ele é hoje um dos mais antigos e queridos

surfistas e remadores de Salvador.

Carioca de nascimento, baiano por adoção, enge-

nheiro de profissão, suas paixões são a família, o tra-

balho e o mar. Costuma olhar serenamente para as

cores verde e azul do mar de Itapuã e se inspirar para

E

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9informa

esporte Surfe, xadrez, vôlei, remo, corrida, natação, maratona, tênis de mesa, motociclismo. Integrantes de vários pontos do país falam de seu fascínio pela prática esportiva

mais um passeio de SUP (Stand-Up Paddle) – uma de

suas modalidades favoritas, além do surfe e das cano-

as havaianas –, esporte em que o atleta rema em pé

sobre uma prancha para travessias marítimas. Kleber

já foi várias vezes assim de Salvador à Ilha de Itaparica.

Aos 59 anos, ele é Coordenador de Empreendimen-

tos da Braskem no Polo de Camaçari (BA). Considera

Itapuã seu “pequeno havaí”, mas também já dominou

o arquipélago do Pacífico (fez mais de 10 viagens para

lá) e é amigo de grandes big riders: havaianos como

Mark Foo e dos brasileiros Carlos Burle e Danilo Cou-

to. Fã do famoso salva-vidas de Waimea Bay, o havaia-

no Eddie Aikau, tanto no surfe quanto em seu traba-

lho na Braskem, seu lema é “segurança e prevenção

– pessoal e do meio ambiente”. Ele é autor de traba-

lhos premiados na área e costuma escrever decálogos

preventivos que são seguidos passo a passo em suas

atividades profissionais e esportivas, além de partici-

par da limpeza de praias onde rema e surfa, “tanto na

areia quanto dentro d’água”.

Balé no tabuleiroPalavras que se transformam em ações também

fazem parte da vida de Neemias do Nascimento Paris,

42 anos. Ele costuma citar a frase do enxadrista russo

Anatoly Karpov para melhor definir a batalha de tabu-

leiro: “É o único jogo que é arte, esporte e ciência”.

Soteropolitano de infância pobre e pais rígidos, Ne-

emias encontrou no estudo guarida ideal para a per-

sonalidade concentrada e sedenta por conhecimento.

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André Mombach na piscina: o amor pela natação começou com um susto

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10 informa

A história com o xadrez nasceu quase por acaso. Aos 21

anos, afastou-se do trabalho por problema de saúde. Co-

meçou a jogar Atari em casa e descobriu um cartucho

de xadrez. O resto é história de títulos baianos, regionais

e de jogos do Sesi. Seus filhos Esdras, 17 anos, e Eude,

14, seguem o mesmo caminho. Ambos já são campeões

baianos em suas categorias.

Neemias, Responsável por Operações Industriais da

Braskem no Polo de Camaçari, vê algumas similarida-

des importantes entre as exigências do xadrez e de seu

trabalho, como a necessidade de sistematização e racio-

cínio rápido, o apreço por estratégia e a tática.

Esporte e amizadeO vôlei também tem muito a inspirar as pessoas no

ambiente de trabalho. Paula Yuko Ogata, paulista de 24

anos, engenheira de Desenvolvimento de Produtos da

Braskem no Polo Petroquímico de Triunfo (RS), praticou

vários esportes, como ginástica olímpica e natação, mas

foi o espírito de coletividade do voleibol que a conquistou.

“É muito bom para fazer amigos”, destaca. Tanto que,

quando chegou à Porto Alegre, há nove meses, tratou de

ajudar a reunir os fãs do esporte, novatos e veteranos,

que andavam dispersos, para “bater uma bolinha” na

Aceb (Associação Cultural e Esportiva da Braskem), uma

vez por semana após o expediente.

Natural de Araraquara (SP), Paula deu suas primeiras

manchetes e cortadas com os primos. Foi campeã dos

Jogos Regionais Paulistas Mirim por sua cidade natal.

Seu maior ídolo no esporte é o jogador Giba.

“A Braskem estimula os integrantes à prática esporti-

va e à vida saudável. Um dos instrumentos para isso são

os informativos internos”, ela comenta. Foi por aí que

Paula descobriu sua turma.

Um vida para o remoCompleição física adequada (1,98 m de altura, ótima

envergadura), disciplina para acordar antes do ama-

nhecer e espírito de equipe. Sérgio Paiva Silveira esteve

bem perto de se tornar um atleta profissional do remo.

Quando jovem, seu desempenho chamou atenção e ele

foi convidado a treinar no Flamengo, no Rio de Janeiro.

Ele foi, mas ficou apenas três meses.

“Há pouco incentivo para o atleta no país. Preferi

me concentrar na profissão”. Isso não impediu Sér-

gio de continuar treinando, competindo. E ganhando.

Sua sala tem mais de 200 troféus e medalhas, uma

delas a de bronze do Campeonato Mundial de Mas-

ters, na Espanha, em 1999. Ele vai para a água ao

menos quatro vezes por semana. “Quero competir

até os 75 anos, que é a categoria ‘I’ de competição”,

garante o gaúcho de 48 anos, Técnico de Manuten-

ção da Braskem no Polo de Triunfo.

A família sempre esteve ao lado de suas investidas

esportivas, mas hoje a estrela da companhia é sua filha,

Sofia, de 12 anos, atleta promissora no voleibol do clube

Sogipa.

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Kleber batinga: um dos mais antigos surfistas e remadores de Salvador

Neemias Paris: xadrez é arte, esporte e ciência

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Upgrade na corridaA arquiteta Izabela Sander, 30 anos, nunca quis se

tornar atleta profissional. Seu objetivo era apenas ficar

em forma e, para isso, fazia corridas esporádicas. Até

que, por meio de uma iniciativa da Odebrecht Infraes-

turura, onde trabalha, entrou para um grupo de corrida,

que é acompanhado por uma assessoria esportiva pro-

fissional. O que era, de início, apenas entusiasmo trans-

formou-se em um envolvimento tal que a corrida pas-

sou a fazer parte de sua vida. “Os profissionais do grupo

me deram orientações importantes, que me levaram a

correr melhor! O tipo de pisada, o ritmo, a alimentação

e o aprendizado de como o corpo responde a tudo isso”,

relata. “Eu não sabia a diferença entre massa magra e

gordura e de sua importância para o desempenho e o

bem-estar. Eu me preocupava apenas com a balança”.

Fazer exercício tornou-se prazer, segundo Izabela,

que mora em Belo Horizonte. “Tudo melhorou na minha

vida. Hoje, me alimento melhor, tenho mais disposição,

um sono tranquilo, além, é claro, da resposta do cor-

po.” Casada, mãe de uma filha, Izabela levou seus novos

hábitos para dentro de casa. Conseguiu incentivar seu

marido, antes sedentário, a também adquiri-los. “Ele

mudou a alimentação, emagreceu 30 kg, entrou para a

academia e hoje corremos juntos!”, conta, satisfeita.

A piscina como segundo lar“Amor” também é a palavra usada pelo gaúcho André

Mombach para explicar o que sente pela natação. Quan-

do criança, ele foi a uma festinha de aniversário. Na casa,

havia uma piscina, e a garotada resolveu cair na água.

André foi atrás, mas não sabia nadar. “Quase me afoguei,

e minha mãe, de imediato, me colocou na natação”. A

história de amor nasceu assim.

A piscina virou seu segundo lar. No período mais duro

de treinamento, acordava às 4 horas da manhã, no frio

inclemente de Porto Alegre, para treinar todos os dias.

Mas ele não reclamava. “Quando estou na água, entro

em estado de meditação, penso na vida, tenho boas

ideias para o trabalho e para o estudo”, diz André, hoje

com 20 anos, Analista de Laboratório da Braskem e cur-

sando faculdade de engenharia de energia.

Em 2009, durante um carnaval no litoral gaúcho, ele e

amigos brincavam no mar quando um deles se desgar-

rou do grupo e “caiu” num buraco (desnível do mar). Se

não fosse André nadar contra a corrente para tirá-lo dali,

11informa

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Paula Ogata: “É muito bom para fazer amigos”

Sérgio Silveira: planos de remar até os 75 anos

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seria a história de mais um afogamento trágico.

A natação é parte da vida de Mombach, como é conhe-

cido. De brilhante carreira no infantil e juvenil, chegou a ter

índices para competir nacionalmente na categoria adulto,

quem sabe até para tentar grandes jogos, como Paname-

ricano e Olimpíadas. “Mas faltou o patrocínio”, brinca ele.

Ao lado de VanderleiO início do relacionamento de Pedro Jesus Figueiredo

com o esporte foi de pés descalços. Nascido e criado no

interior do Maranhão, ele costumava percorrer longas

distâncias desse jeito, sem nada a lhe proteger os pés.

Como quando, por exemplo, ia da cidade de Cidelândia à

fazenda onde morava sua irmã, na roça. Começou a dar

uns trotes para apressar o caminho. A partir de 8 km,

sentia-se relaxado, e a corrida fluía. Pensou: “Acho que

sou bom nesse negócio de correr”.

Virou corredor, maratonista na melhor tradição dos

fundistas quenianos, de história parecida à desse monta-

dor de trilhos da Expansão da Estrada de Ferro Carajás,

obra executada pela Odebrecht Infraestrutura.

Logo começou a se destacar e vencer pequenas pro-

vas. Treinava nas ruas de Cidelândia. O pessoal o via

passando e gritava: “Onde está indo, rapaz? Desse jeito

vamos ter que te amarrar!” Não amarraram. E ele foi

longe. Disputou 10 São Silvestres e ganhou 211 meda-

lhas ao longo da carreira de 20 anos.

“Um dos momentos mais emocionantes foi quando

disputei uma prova com Vanderlei Cordeiro de Lima (me-

dalhista de bronze nas Olimpíadas de Atenas 2004) na

prova do Círio de Nazaré, em Belém, em 1996. Ele chegou

em primeiro e eu, em terceiro”, relembra, com orgulho.

Aos 43 anos, residente em Açailândia (MA), ele pretende

representar a Odebrecht em sua 11ª São Silvestre.

Foco orientalDanilo Oshiro também precisa ser bom das pernas.

A bolinha pesa apenas três gramas e meia, mas voa a

uma velocidade de até 160 km/h, e é preciso rebatê-la

centenas de vezes por jogo. Resistência, destreza e con-

centração são características que acompanham Danilo,

31 anos, desde que começou no tênis de mesa, aos 14

anos, em sua Santos (SP) natal.

Analista de Planejamento da Braskem no escritório de

Porto Alegre, fã do mesatenista Cláudio Kano, ele treina

todos os fins de semana, em Porto Alegre, e representa a

empresa em jogos do Sesi. Em um campeonato, chega a

jogar sete partidas (de meia hora) em um único dia.

“O biotipo e a disciplina são armas que fazem os

orientais os mais fortes desse esporte”, analisa seu téc-

nico Jorge Fanck que, normalmente, enfrenta Danilo

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izabela Sander: conscientização em família

Pedro Figueiredo: longa experiência na São Silvestre

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13informa

em competições oficiais. “Um dos meus objetivos atuais é

derrotá-lo”, diz Danilo, brincando (mas nem tanto).

On the roadO esporte, para Geraldo Villin Prado, 54 anos, é, acima

de tudo, uma terapia. Ele é motociclista. “É higiene mental.

Não penso em nada quando estou na estrada”, assegura

ele, aficionado pelas máquinas de duas rodas desde crian-

ça, quando observava seu avô, que nunca guiou um carro,

apenas motos.

No início de 2012, Villin partiu para a aventura mais in-

crível de sua vida. Uma viagem de 8.200 km de São Paulo

até o Deserto do Atacama, o mais árido do mundo, no Chile,

e a volta a São Paulo. Ele e mais quatro irmãos, todos em

motos. Fizeram a travessia da Argentina para o Chile pelo

Passo de San Francisco (de raro uso) e desceram quase

5 mil m em apenas um dia.

Preparo físico é essencial para um tour desses. Afinal,

fica-se até 10 horas em cima da motocicleta. Ao longo de

17 dias, Villin foi recompensado com paisagens de tirar o

fôlego: florestas de araucária, cactus, deserto, cordilheira,

montanhas de sete cores.

“A principal virtude exigida de quem pilota uma motoci-

cleta é a atenção. Afinal, ele não é enxergado pelos outros

quando está na estrada”, comenta o Responsável pelo Pro-

grama de Investimentos da Odebrecht Infraestrutura, que

também já fez ralis de regularidade sobre duas rodas. O

sonho agora é estar novamente on the road, dessa vez na

Capadócia, Turquia.

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danilo Oshiro: início no tênis de mesa aos 14 anos

Geraldo Villin: preparo físico e atenção

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14 informa

Condutor de uma obra permanentePresidente da SuperVia tem a missão de liderar a empresa em um processo de aprimoramento que ultrapassa o horizonte das Olimpíadas

PERFIL: Carlos José Cunha

texto ElEa almEida foto marcos michaEl

C arlos José Cunha passou

30 dos seus 60 anos de vida

na Odebrecht, onde hoje

atua como Presidente da SuperVia,

operadora do serviço de trens urba-

nos da região metropolitana do Rio

de Janeiro, que tem a Odebrecht

TransPort como acionista majoritá-

ria. Depois de tanto tempo, ele não

apenas coloca naturalmente em

prática os princípios estabelecidos

pela Tecnologia Empresarial Ode-

brecht (TEO), mas busca aprimorá-

-los na realização de suas tarefas

cotidianas.

Ao chegar ao escritório, faz ques-

tão de apertar a mão de quem en-

contra pelo caminho e dar atenção

a quem quer conversar. “Aproxima-

mos os integrantes para que todos

possam se expressar. A porta da mi-

nha sala fica aberta. Todos têm total

liberdade de entrar e sair. E, cada

vez mais, demonstram orgulho de

pertencer à nossa empresa”, conta

Carlos José.

No cargo desde janeiro de 2011,

ele sabe o tamanho do desafio que

tem pela frente: a revitalização da Su-

perVia faz parte do legado que a Ode-

brecht, no controle acionário da com-

panhia desde 2010, quer deixar dos

eventos esportivos (Copa do Mundo

de 2014 e Olimpíadas de 2016).

Formado em Engenharia Civil

pela PUC do Rio de Janeiro em 1974,

o carioca Carlos José participou de

obras marcantes para a cidade nas

quatro décadas de sua carreira. Es-

teve na equipe que construiu a Ponte

Rio-Niterói, os aeroportos Galeão e

Santos Dumont, o Autódromo de

Jacarepaguá, os emissários de Ipa-

nema e da Barra da Tijuca, o Hotel

Marriott de Copacabana, entre ou-

tras obras.

Fora de sua terra natal, assumiu

responsabilidades do Rio Grande

do Sul ao Amazonas. Sua estreia

na Odebrecht foi em 1982, em Vi-

tória, na obra do Porto de Praia

Mole. “Acompanhei o crescimento

da Organização. Quando cheguei, a

Odebrecht já era grande, mas nin-

guém esperava que crescesse tan-

to”, afirma.

Em 1989, em Minas Gerais, teve

um de seus momentos mais de-

safiadores, na obra do maior shaft

vertical do Brasil, na mina de São

Bento, a 80 km de Belo Horizonte.

Na época, conquistou um prêmio

internacional pela execução de

1.100 m de túnel sem acidentes (a

média mundial era, então, de um

acidente fatal a cada 300 m).

Propostas da Organização para

trabalhar no exterior nunca lhe fal-

taram, mas ele optou por ficar no

Brasil. “Recebi cinco convites para

atuar em outros países, mas o des-

tino sempre me manteve por perto”,

diz. “Apesar de acreditar na impor-

tância de uma experiência interna-

cional, optei por contribuir para o

avanço do Brasil e, principalmente,

do Rio de Janeiro.”

O anúncio de que a capital flu-

minense seria palco da Copa e das

Olimpíadas fez com que Carlos José

procurasse Benedicto Junior, Líder

Empresarial da Odebrecht Infraes-

“Meu cliente é a população do

Rio de Janeiro”

14 informa

Page 17: OI 161 pt2

15informa 15informa

trutura, e pedisse para atuar nos

preparativos para os dois maiores

eventos esportivos do mundo. “Eu

queria concluir minha missão no Rio

assim. Quando me convidaram para

a SuperVia, pensei que não havia

sido compreendido, mas em menos

de 10 minutos me convenci de que

tal desafio tinha tudo a ver com os

jogos.”

Carlos José afirma que foi pre-

senteado com uma tarefa cuja rea-

lização possibilitará o atendimento

não apenas das demandas da Copa

e das Olimpíadas, mas, sobretudo,

de milhares de pessoas em várias

comunidades da região metropolita-

na. Os 160 trens da SuperVia circu-

lam em uma malha de cinco ramais

e 270 km de extensão, interligada

por 100 estações, e atravessam a

cidade do Rio de Janeiro e mais 11

municípios da região metropolitana,

totalizando 10 milhões de habitan-

tes. “Toda obra tem início, meio e

fim, mas essa aqui é permanente.

Não estarei aqui na SuperVia quan-

do a concessão acabar, em 2048,

mas temos que deixar esta semen-

te plantada: o sistema revitalizado,

com padrão de atendimento de ex-

celência”, reforça Carlos José.

Como parte da revitalização da

SuperVia, estão sendo feitos inves-

timentos de R$ 2,4 bilhões. Serão

comprados 120 trens novos, dos

quais 30 estarão em circu-

lação até o fim

deste ano. Desde janeiro, a SuperVia

tem um dos mais modernos centros

de controle operacional do mundo.

Um novo sistema de sinalização

reduzirá de 6 para 3 minutos o in-

tervalo entre os trens. Todas as es-

tações serão reformadas, inclusive

a histórica Central do Brasil. Com a

renovação total da SuperVia e a me-

lhoria da qualidade do atendimento,

a meta é atender 1 milhão de pas-

sageiros a partir de 2016. Hoje, são

570 mil. “Meu cliente é a população

do Rio de Janeiro, e minha prio-

ridade é satisfazer esse público”,

diz Carlos José.

Carlos José: “toda obra tem começo, meio e fim, mas esta aqui é permanente”

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16 informa

NOvA ONDA DE

transformaçãotexto José enrique Barreiro fotos geraldo Pestalozzi

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Centro do Rio de Janeiro recebe obras para sua revitalização e que também ajudarão a cidade a sediar as Olimpíadas de 2016 e jogos da Copa do Mundo de 2014

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17informa

transformação

em primeiro plano, o Viaduto da Perimetral, que dará lugar

a um sistema de túneis e avenidas, e, mais ao fundo, o

canteiro de obras do Museu do Amanhã, no Píer Mauá:

recuperação e revitalização da zona portuária do rio

Page 20: OI 161 pt2

ntre 1903 e 1906, o Rio de Janeiro viveu

uma transformação sem precedentes.

Com cerca de 1 milhão de habitantes, a

cidade, naquele tempo concentrada na

região hoje conhecida como Centro, expe-

rimentou uma reforma urbana que mudou completa-

mente sua feição. Foram abertas as avenidas Central

(atual Rio Branco), Mem de Sá, dos Passos, Beira-Mar

e Atlântica, ruas passaram por alargamentos, reforma-

ram-se praças e largos, ergueu-se o Teatro Municipal

e muitas outras obras foram construídas. Realizada du-

rante a gestão do prefeito Pereira Passos, e conhecida

popularmente como Bota Abaixo, a reforma demoliu

cerca de 1.600 prédios e o morro do Senado. Mas con-

feriu ao Rio a face pela qual a cidade ansiava.

As mudanças políticas (transição do Império para

a República, em 1889) e sociais (imigração europeia,

abolição da escravatura e expansão do trabalho livre,

na mesma época), haviam impactado o ambiente urba-

no, que conheceu um grande crescimento populacio-

nal e a disseminação de cortiços e outras habitações

precárias. As condições sanitárias eram péssimas. Não

havia redes de abas-

tecimento de

água nem de esgotos, o que propiciava a ocorrência de

sucessivos surtos de doenças e epidemias. Em parale-

lo, especialmente entre as elites, pairava a aspiração

de tornar a capital da República uma cidade moderna

e cosmopolita, no melhor estilo das principais cidades

europeias – e de Paris em particular, dada a forte influ-

ência francesa sobre o Rio naquela época.

Hoje, pouco mais de 100 anos depois da reforma de

Pereira Passos, o Centro do Rio de Janeiro vive uma

nova onda transformadora, que deverá produzir im-

pacto semelhante. Conhecido como Porto Maravilha, o

projeto em andamento congrega um amplo conjunto de

obras e serviços que estão recuperando e revitalizando

a região. O Prefeito Eduardo Paes comenta: “Uma cida-

de que não cuida da sua área de origem, que não cuida

de seu Centro, é uma cidade sem identidade. Um dos

primeiros desafios que estabelecemos ao assumirmos

a Prefeitura foi viabilizar esse sonho que parecia impos-

sível para o Rio de Janeiro, que era a recuperação da

sua zona portuária”.

Leandro Azevedo, Diretor-Superintendente da Ode-

brecht Infraestrutura no Rio de Janeiro, explica que a

cidade finalmente reuniu condições políticas e econô-

micas para que todos os investimentos em mobilidade

E

A Avenida Central (atual rio branco) recém-inau-gurada, em 1910: um dos ícones da reforma urbana que conferiu nova face ao rio de Janeiro

Page 21: OI 161 pt2

urbana e infraestrutura, planejados há mais de uma

década, fossem realizados. “O nosso maior desafio”, diz

ele, “é que todos esses investimentos estão sendo feitos

simultaneamente. Temos 10 mil pessoas trabalhando

na área central da cidade, construindo novas vias, redi-

recionando e reformando outras, mexendo no subsolo,

abrindo túneis e remodelando todo o sistema de esgo-

to, água, drenagem e telecomunicações da região, num

movimento que o Rio não via há muito tempo”.

Com o Centro de sua cidade transformado em um

grande canteiro de obras, o carioca vive os transtornos

provocados por esse mutirão, mas não se queixa. Ao

contrário, sabe bem o que isso significa. “Há 70 anos,

recuperação da zona portuária

inte-gra-ção do

Cen-

implantação de Veículo Leve sobre trilho

Av. VenezuelaAv. Rodrigues Alves

Av. Presidente VargasLinha do VLT

Av. Francisco Bicalho

Av. Rio BrancoSantoCristo

GamboaSaúde

AeroportoSantos

Dumont

Área abrangida:

490 hectares

Reforma e ampliaçãodo sistema viário

Implantação de VLT(Veículo Leve sobre Trilhos)

Novas redes de esgoto, água, energia e gás

Iluminação pública e galerias de águas pluviais

Novo sistema de telecomunicações

Centro

Baía da Guanabara

SP

MG ES

Rio de Janeiro

RJ

R i o d e J a n e i r o

recuperação da zona portuária

integração do Centro

com a zona portuária

implantação de Veículo Leve sobre trilho

a região portuária estava abandonada. O projeto Porto

Maravilha vem fazer esse salvamento, de forma séria

e profissional”, aprova Gabriel Catarino, Fundador da

Associação de Moradores e Amigos do Bairro da Saúde.

Obras por todo ladoToda a movimentação que ocorre no Centro do Rio

– e que também ajuda a preparar a cidade para rece-

ber as Olimpíadas de 2016 e o jogo de encerramento

da Copa do Mundo de Futebol de

2014 – só foi possível por conta

Page 22: OI 161 pt2

20 informa

de uma Parceria Público-Privada (PPP) voltada à rea-

lização de obras e à prestação de serviços na região.

O valor total dessa PPP é de R$ 7,6 bilhões (a maior

já realizada no Brasil), dos quais R$ 4,2 bilhões serão

destinados às obras e R$ 3,4 bilhões a serviços de lim-

peza, operação de tráfego, drenagem, manutenção de

praças e jardins, entre outros, dentro do prazo de 15

anos. A Odebrecht participa da PPP por meio do Con-

sórcio Construtor Porto Rio (responsável pelas obras)

e da Concessionária Porto Novo (operadora de serviços

públicos concessionados).

Ricardo Bueno, da Odebrecht, Diretor de Contrato da

Porto Rio, explica o conceito do conjunto de obras em

andamento: “Estamos fazendo tudo do zero, de forma

bem-feita e estruturada para atrair os investidores e

futuros usuários”. Bueno cita, entre outras interven-

ções infraestruturais, a construção e instalação de 84

mil m de redes e galerias (entre elas, uma galeria de

3,80 m por 2,20 m, espaço suficiente para passagem de

um automóvel) que deverão evitar enchentes na área,

26 mil m de rede de gás, 75 mil m de uma nova rede de

telecomunicações para fibra ótica e 500 mil m de redes

de energia elétrica (cerca de 3.700 postes hoje na su-

perfície serão desativados para que toda a rede aérea

passe a ser subterrânea).

O sistema viário da região portuária será profunda-

mente modificado. A demolição do Viaduto da Perime-

tral, prevista para ter início no primeiro semestre de

2013, é uma das intervenções decisivas, que possibili-

tará a integração da cidade com a Baía de Guanabara.

Em seu lugar, cerca de 3,5 km de túneis e um siste-

ma binário de avenidas passarão a atender os veículos

que se dirigem a Niterói, Baixada Fluminense e outras

regiões, e, no sentido inverso, os que seguem para o

Centro da cidade. “Com esse sistema, a capacidade de

tráfego passará dos atuais 7.600 para 10.500 veículos/h.

Não vamos apenas retirar a Perimetral, vamos subs-

tituir e ampliar o sistema”, reitera Bueno. Serão ainda

recuperadas vias secundárias e calçadas e implantadas

ciclovias.

Está prevista também a construção de um sistema

de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) integrado a outros

meios, o que deverá melhorar a articulação viária na

região, priorizando os pedestres e reduzindo a poluição.

A região ganhará ainda dois novos museus: o Museu

de Arte do Rio e o Museu do Amanhã, resultado de uma

parceria entre a Prefeitura do Rio e a Fundação Roberto

Marinho. O Museu do Amanhã, de autoria do arquite-

to espanhol Santiago Calatrava, é a “cereja do bolo” do

conjunto de obras no Centro do Rio. Sua construção, no

antigo píer da Praça Mauá, está a cargo do consórcio

Porto Rio. O museu terá um saguão de entrada com

Prédio tombado perto de obras em andamento na região da Avenida Primeiro de Março: cuidados com a preservação do patrimônio histórico

Obras na região do Morro da Providência: novas vias, melhorias sanitárias e teleférico

Page 23: OI 161 pt2

21informa

15 m de altura, ambientes largos e claros e cobertura

com aletas impregnadas com fotocélulas, que irão abrir

e fechar de acordo com as condições de melhor apro-

veitamento da luz solar.

Com vistas a expandir o parque hoteleiro do Rio

para as Olimpíadas, serão construídos dois hotéis,

num total de oito prédios, que irão abrigar a mídia

não credenciada do evento e, depois, serão transfor-

mados em prédios residenciais. Além da Odebrecht

Infraestrutura, a Odebrecht Realizações Imobiliárias

(OR) também participa desse projeto, denominado

Porto Olímpico.

Achados arqueológicosAs obras no Centro do Rio começaram com o pro-

jeto Saúde-Gamboa, que requalificou a infraestrutura

da área (água, esgoto, drenagem, telecomunicações e

conversão para rede elétrica subterrânea) e remodelou

praças e jardins nos dois bairros. As obras incluíram

várias avenidas, ruas e todo o Morro da Conceição. Em

seguida, foi a vez do Morro da Providência, onde tam-

bém foram feitas melhorias sanitárias e está sendo

construído o teleférico que ligará a Central do Brasil à

Cidade do Samba, na zona portuária, e que passará pela

Praça Américo Brum, no alto do morro.

Durante as escavações na área do projeto

Saúde-Gamboa foram encontrados vestígios dos an-

tigos Cais do Valongo e Cais da Imperatriz. O Cais

do Valongo recebia navios negreiros, que ali desem-

barcavam parte dos escravos trazidos da África.

Embora desativado em 1831, continuou a funcionar

clandestinamente durante vários anos. Em 1843, D.

Pedro II mandou construir sobre o Valongo, o Cais da

Imperatriz, para receber a Princesa Teresa Cristina

e também, segundo historiadores, para sepultar a

memória do tráfico negreiro.

As equipes do projeto encontraram parte das su-

perfícies dos dois cais bem preservadas, o que faci-

litou o trabalho de técnicos do Museu Histórico Na-

cional, liderados pela doutora Tania Andrade Lima,

que coordenou a pesquisa arqueológica na região.

Foram encontrados, segundo o último levantamen-

to, cerca de 80 mil peças, entre as quais âncoras,

balas de canhão, caixas de joias, colares, cachimbos,

moedas, pulseiras, pedaços de cerâmica e muitos

outros objetos que revelam um pouco do modo de

vida de uma época e da história da cidade.

“Todo o material está sendo cuidadosamente triado,

identificado e guardado pelo Museu Histórico Nacional,

para depois ser transferido para a guarda da Secreta-

ria de Cultura do Rio”, revela Eduardo Fontenelle, da

Odebrecht, Diretor de Contrato dos projetos Saú-

de-Gamboa e Morro da Providência. Fontenelle informa

ainda que foram recuperados os antigos Jardins Sus-

pensos do Valongo, com a Casa da Guarda e os mictó-

rios públicos que existiam na primeira década do século

19. “Trouxemos um restaurador da França, que se jun-

tou à equipe de historiadores e restauradores brasilei-

ros para deixar os Jardins Suspensos do Valongo o mais

próximo possível de seu formato original.”

Da construção de túneis à preservação de obje-

tos históricos, são muitas as vertentes de atuação da

Odebrecht no projeto Porto Maravilha. A dimensão e a

complexidade do conjunto de intervenções no Centro

do Rio, o modelo de financiamento não convencional

e o formato do projeto, em que se juntam a realização

de obras e a operação de serviços públicos concessio-

nados, oferecem um novo conhecimento às equipes

da empresa. “Toda essa experiência”, estima Ricardo

Bueno, “servirá para projetos similares em outras cida-

des do Brasil e será mais uma alternativa para atender

aos clientes nos países onde a Odebrecht atua”.

trabalhos de escavação na Praça Mauá: o Centro do rio de Janeiro se prepara para viver uma nova fase em sua existência

Page 24: OI 161 pt2

22 informa

DAS QUAtRO lINhASmuito além

texto edilson silva fotos carlos Júnior

22

Projetos da TransOeste, TransOlímpica e Linha 4 do Metrô, além dos investimentos na SuperVia, capacitam o Rio a ambientar os grandes eventos esportivos que estão por vir e preparam a cidade para o futuro

Page 25: OI 161 pt2

23informa

muito alémporteiro Edimilson Lima, 36 anos, tem bons

motivos para comemorar a inauguração da Via

Expressa TransOeste, no Rio de Janeiro. Mora-

dor do bairro de Pedra de Guaratiba, seu trajeto

diário até o trabalho, na Barra da Tijuca, passou

de duas horas para 40 minutos. “Enfrentávamos longos en-

garrafamentos bem cedo. Agora está muito melhor”, ele diz.

Inaugurada em 6 de junho, a TransOeste é o primeiro de qua-

tro projetos de mobilidade urbana que estão sendo realizados

na cidade por empresas da Odebrecht, como parte da prepa-

ração do Rio de Janeiro para sediar a Copa do Mundo de 2014

e as Olimpíadas de 2016.

Iniciada em 2010, a obra possibilita a ligação da Barra

da Tijuca aos bairros de Santa Cruz e Campo Grande, todos

na Zona Oeste da cidade. O projeto foi dividido em quatro

lotes, e a Odebrecht Infraestrutura construiu dois deles (lo-

tes I e II), totalizando um trecho de 24 km. Entre os desta-

ques estão a implantação do primeiro corredor da cidade

do tipo BRT (Bus Rapid Transit, popularmente chamado de

“ligeirão”) e a construção do Túnel da Grota Funda, com

extensão de 1,1 km, cujo funcionamento será gerenciado

por um moderno Centro de Controle Operacional (CCO). “O

túnel é a nossa menina dos olhos”, ressalta Tomnila Motta,

Gerente de Engenharia. Além do BRT e do túnel, foram exe-

cutadas a duplicação de vias, reforma das vias existentes e

a construção de viadutos e pontes.

25 estações para o BRTA Odebrecht construiu 25 estações para o BRT, cujos ôni-

bus que por ele irão trafegar terão (todos) ar condicionado e

capacidade para 140 pessoas. “Essa via é uma necessidade

antiga da população. A Prefeitura tinha um sonho, e nós o

realizamos”, comenta Pedro Moreira, Diretor de Contrato.

À inauguração estiveram presentes o Prefeito Eduardo

Paes, o Governador Sérgio Cabral, o ex-Presidente Luiz

Inácio Lula da Silva, Marcelo Odebrecht, Diretor-Presi-

dente da Odebrecht S.A., e Benedicto Junior e Leandro

Azevedo, respectivamente Líder Empresarial e Diretor-

-Superintendente da Odebrecht Infraestrutura. “Hoje, es-

tamos rompendo com uma histórica divisão social”, disse

Eduardo Paes, referindo-se ao Túnel da Grota Funda, o

primeiro feito no Maciço da Pedra Branca, uma serra que

divide os bairros mais desenvolvidos dos bairros mais ca-

rentes da Zona Oeste. Antes, na hora do rush, levava-se

cerca de 40 minutos apenas para atravessar a serra. Com

o túnel, menos de um minuto. Por dia, 220 mil pessoas

serão beneficiadas.

O

estação Novo Leblon da transOeste: ônibus com ar condicionado e capacidade para 140 pessoas

Page 26: OI 161 pt2

24 informa

TransOlímpica Com a TransOeste inaugurada, o Diretor de Con-

trato Pedro Moreira já se mobiliza para outro desafio:

construir a Via Expressa TransOlímpica, que interli-

gará o complexo olímpico da Barra da Tijuca ao de

Deodoro, também na Zona Oeste. Grande parte das

disputas das Olimpíadas será realizada nesses dois

complexos. “Quem faz esse trajeto hoje leva mais de

duas horas. Com a TransOlímpica, levará 15 minutos.

O deslocamento dos atletas será muito mais rápido,

assim como o dos cariocas que moram nessas áreas.

A previsão é que 50 mil carros passarão diariamen-

te pela nova via”, diz Fernando Góes, da Odebrecht

TransPort, Diretor Administrativo Financeiro da Con-

cessionária TransOlímpica S.A.

Formada por Odebrecht TransPort, Invepar e CCR,

a concessionária será responsável pela implantação

e operação da via, por meio de uma concessão de

35 anos. A Odebrecht Infraestrutura, a OAS e a Andrade

Gutierrez foram contratadas pela TransOlímpica S.A.

para realizar as obras.

A nova via terá 13,1 km com duas faixas para car-

ros em cada sentido e corredor segregado para o BRT.

Além de pontes e viadutos, serão construídos dois túneis

por sentido, com extensão total de 3,1 km. Orçadas em

R$ 1,7 bilhão, as obras serão iniciadas ainda em 2012.

Carlos Prado, Diretor Regional da Odebrecht Trans-

Port nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Es-

pírito Santo, salienta: “Os moradores da região terão

uma via totalmente nova para usarem com segurança,

conforto e rapidez”.

Pelos trilhosSe, de um lado, a Prefeitura investe, de outro o Go-

verno do Estado também faz seu papel. Até dezembro

de 2015, serão investidos R$ 7,4 bilhões na Linha 4 do

Metrô Rio, que ligará a Estação General Osório, em Ipa-

nema, à última estação da Linha 1, na Zona Sul (a ser

construída no bairro da Gávea), e, então, à Barra da Ti-

juca. A nova linha oferecerá mais 16 km de metrô aos

cariocas, com seis estações. Cerca de 250 mil pessoas

circularão por ela diariamente.

A primeira parte da obra está sob responsabilidade

do Consórcio Construtor Rio Barra (CCRB), formado

por Queiroz Galvão (líder), Odebrecht Infraestrutura,

Carioca Engenharia, Cowan e Servix. Corresponde ao

trecho entre Barra da Tijuca e a Gávea, numa extensão

de aproximadamente 12 km. As obras foram iniciadas

em setembro de 2010. O túnel, principal obra do projeto,

já está com 3,3 km de perfuração (1,6 km do trajeto do

metrô, mais o estacionamento dos trens e o vão da Es-

tação São Conrado). “Estamos bem embaixo do Parque

da Floresta da Tijuca. Nosso trabalho tem sido monito-

rado para evitar qualquer tipo de risco à flora e à fauna”,

diz Juliano Penteado, Gerente de Produção do CCRB.

A segunda parte da obra está com o Consórcio Li-

nha 4 Sul, formado por Odebrecht Infraestrutura (líder),

Carioca Engenharia e Queiroz Galvão, responsável pelo

trecho entre a Gávea e a conexão com a Estação Ge-

neral Osório. Nesse trecho, será utilizado o TBM EPB

A partir da esquerda, o Governador Sérgio Cabral, o ex-Presidente Luiz inácio Lula da Silva e o Prefeito eduardo Paes na inauguração da transOeste

túnel da Grota Funda: 220 mil pessoas beneficiadas por dia

trem da SuperVia: novas composições estão entrando em operação gradativamente

Page 27: OI 161 pt2

25informa

Convertible (Tunneling Boring Machine Earth

Pressure Balanced Convertible), o famoso

“tatuzão”. A perfuração do túnel começará

em 2013.

O TBM, que será utilizado pela primeira vez

no Rio de Janeiro, perfura o túnel e, ao mesmo tem-

po, instala os anéis de concreto que dão sustentação ao

vão e o revestem. “Com ele, atuaremos em solos areno-

sos e rochosos, como é o caso dos encontrados em Ipa-

nema e no Leblon. Sem o TBM, teríamos que abrir valas

a céu aberto nos trechos arenosos, o que provocaria um

grande impacto na vida dos moradores”, explica Marcos

Vidigal, Diretor de Contrato. “Vamos evitar ao máximo

os transtornos”, assegura Aluísio Coutinho Júnior, Ge-

rente de Produção.

SuperViaNo contexto dos projetos para melhoria do sistema

de transporte da cidade, a SuperVia, responsável pela

malha ferroviária da região me-

tropolitana do Rio de Janeiro e

que tem a Odebrecht TransPort

como acionista majoritária, está

implementando um programa de

investimentos de R$ 2,4 bilhões em

parceria com o Governo do Estado. Está pre-

vista a compra de 120 novos trens, sendo que 30 já estão

entrando em operação gradativamente, somando-se à

atual frota de 160 composições. Mais 60 serão licitados

até o fim do ano. Até 2015, os outros 30 serão compra-

dos.

No início de 2012, a SuperVia inaugurou um novo

CCO, dotado de moderno sistema de comunicação inte-

grado com os trens, do qual faz parte um painel digital

que concentra informações de toda a malha. Está em

curso a instalação de um novo sistema de sinalização

que reduzirá pela metade o intervalo entre os trens,

passando para três minutos. Além da construção de

três novas estações, uma das quais já foi inaugurada no

primeiro semestre, as 99 estações antigas e a infraes-

trutura (trilhos, rede aérea de cabos, estações e subes-

tações de energia) passarão por melhorias. “O legado

dos eventos esportivos será um transporte ferroviário

de qualidade para a população”, afirma Carlos José

Cunha, Presidente da SuperVia. A empresa pretende

passar dos atuais 540 mil passageiros por dia para 1

milhão em 2016.

Segundo Leandro Azevedo, a cidade está escreven-

do uma nova história no que diz respeito à mobilidade

urbana: “Por onde quer que andemos, há um grande

projeto em execução, todos eles pensados para trans-

formar de vez a cidade”.

1

2

TransOeste56 km ligando Barra da Tijuca a Santa Cruz e Campo Grande.A Odebrecht Infraestruturaconstruiu 24 km entre Barra da Tijuca e Pedra de Guaratiba.

TransOlímpica13,1 km ligando Barra da Tijuca a Deodoro, divididos em duas pistas com 3 faixas cada, sendo uma exclusiva para BRT. Serão construídos dois túnies por sentido, numa extensão total de 3,1km.

Linha 4 do metrô16 km entre a Barra da Tijuca e Ipanema, passando pela Gávea.

SuperViaNovos trens, centro de controle operacional de última geração, reforma de estações e novo sistema de sinalização. Deve atingir 1 milhão de passageiros por dia até 2016. Investimentos chegam a R$ 2,4 bilhões.

3

TransOeste Metrô Linha 4

Avenida Brasil

Linha AmarelaTransCarioca

TransOlímpica

Santa Cruz

Sepetiba

Pedra deGuaratiba

Guaratiba

Recreio dosBandeirantes

Barra daTijuca

SãoConrado

Jardim Oceânico

N. Sra.da Paz

Antero de Quental

Jd. deAlah Copacabana

Aeroportodo Galeão

Aeroporto Santos DumontCentroCampo Grande

3

1

2

4

4

Gávea

GeneralOsório

1

2

TransOeste56 km ligando Barra da Tijuca a Santa Cruz e Campo Grande.A Odebrecht Infraestruturaconstruiu 24 km entre Barra da Tijuca e Pedra de Guaratiba.

TransOlímpica13,1 km ligando Barra da Tijuca a Deodoro, divididos em duas pistas com 3 faixas cada, sendo uma exclusiva para BRT. Serão construídos dois túnies por sentido, numa extensão total de 3,1km.

Linha 4 do metrô16 km entre a Barra da Tijuca e Ipanema, passando pela Gávea.

SuperViaNovos trens, centro de controle operacional de última geração, reforma de estações e novo sistema de sinalização. Deve atingir 1 milhão de passageiros por dia até 2016. Investimentos chegam a R$ 2,4 bilhões.

3

TransOeste Metrô Linha 4

Avenida Brasil

Linha AmarelaTransCarioca

TransOlímpica

Santa Cruz

Sepetiba

Pedra deGuaratiba

Guaratiba

Recreio dosBandeirantes

Barra daTijuca

SãoConrado

Jardim Oceânico

N. Sra.da Paz

Antero de Quental

Jd. deAlah Copacabana

Aeroportodo Galeão

Aeroporto Santos DumontCentroCampo Grande

3

1

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4

4

Gávea

GeneralOsório

Page 28: OI 161 pt2

26 informa

26

DE tODOS OS DIASvencedoresParceria entre a Marinha e a Odebrecht forma atletas e cidadãos

araense da Ilha de Caratateua, o médio-ligeiro Wesley

Paiva, 18 anos, perdeu o pai quando tinha 9 meses. Foi

uma criança rebelde. “Eu brigava na rua, dava muita dor

de cabeça”, conta. O tio Francisco, ex-pugilista, viu no

boxe uma alternativa para domar essa agressividade. A

partir disso, sua vida mudou: “O esporte me disciplinou até para os es-

tudos”, diz. Wesley é um dos 18 atletas adotados pelo Projeto Olímpico

Marinha do Brasil-Odebrecht, realizado no Centro de Educação Física

Almirante Adalberto Nunes (Cefan), no Rio de Janeiro. “Nossa meta é

preparar jovens atletas de alto desempenho para representar o país

nas Olimpíadas. Mas, fora os resultados, que são excelentes, estamos

formando futuros adultos responsáveis, que servem de exemplo para

Ptexto Eduardo souza lima fotos rogério rEis

Page 29: OI 161 pt2

27informa

vencedores

outros jovens”, explica Marie Bendelac, coordenadora do proje-

to. Wesley não se tornou apenas um exemplo: com a bolsa que

recebe da Odebrecht, ajudou o tio a abrir uma academia, para

recuperar “meninos errados”, como diz que foi.

Além do boxe, o projeto apoia o levantamento de peso e o atle-

tismo. O pai de Rogério Nascimento da Silva, 16 anos, abandonou

a família quando ele tinha 8 anos. Carioca de Laranjeiras, ele le-

vanta peso desde 2010. “Hoje, é um esporte que mora no meu

coração”, enfatiza. Até completarem a maioridade, os atletas re-

cebem a assistência necessária para desenvolver suas aptidões.

Depois, dão lugar a outros jovens, com a possibilidade de ingres-

sar na Marinha. Rogério já se decidiu: “Quero ser fuzileiro naval”.

Dos atletas, são exigidos disciplina, respeito, bom desempe-

nho escolar e alto rendimento atlético. Rogério detém o recor-

de brasileiro em sua categoria. Também recordista precoce do

levantamento de peso, Emily Rosa Figueiredo, 14 anos, sonha,

desde os 6, ser campeã olímpica. “Sempre gostei de desafios”,

afirma. Ela vem conseguindo bons resultados desde que come-

çou a treinar: “Em menos de um mês, bati três recordes”. Já a

velocista Vitória Cristina Silva Rosa, 16 anos, carioca do bairro

de Santa Cruz, cada vez mais faz jus ao nome: é campeã esta-

dual e segunda colocada no ranking brasileiro juvenil nos 100 m

rasos, com o tempo de 12.7 segundos. Também é ótima aluna.

“Paixão por lutas”“Entrei para o boxe porque meu pai sempre teve paixão por

lutas”, conta Julio Cezar Sales Cardoso, 17 anos, de Vila Velha,

no Espírito Santo. Em 2010, ele participou da seletiva capixa-

ba para o campeonato brasileiro. “Venci a seletiva e ganhei a

medalha de prata no brasileiro”, relata. Depois que começou a

treinar no Cefan, o médio-ligeiro foi campeão brasileiro cadete e

medalha de prata no Pan-Americano do Equador. Os atletas re-

cebem bolsas que variam de um a três salários mínimos. “Meu

pai foi embora quando eu era recém-nascido, meus dois irmãos

começaram a trabalhar cedo. Eu agora posso ajudá-los”, conta

Renan Macedo da Costa, 18 anos, de Barcarena, no Pará. Mas

não foi fácil convencer a mãe de que havia futuro no boxe: “Mi-

nha primeira luta foi fugido”, diz. Hoje, o mosca-ligeiro é cam-

peão nacional cadete.

O velocista Luiz Gustavo dos Santos Ribeiro, de Macaé (RJ),

tem 18 anos e foi pai muito cedo. A bolsa o ajuda a criar o filho.

Começou a correr na escola, e o seu talento é nato: “Apresentei

bons resultados antes de começar a treinar. Fui campeão esta-

dual nas Olimpíadas Escolares nos 100 m rasos e vice brasileiro

no revezamento”. Luiz vem de uma família numerosa: tem seis

irmãos. De vez em quando, a saudade de casa aperta, mas ele

sabe que a chance de ter um futuro melhor está ao alcance de

seus pés: “O atletismo me abriu as portas”, diz. Que venham

agora as medalhas olímpicas.

O velocista Luiz Gustavo ribeiro (à direita nesta foto) e o médio-ligeiro Wesley Paiva (na foto menor): aproveitando a oportunidade de realizar um sonho

Page 30: OI 161 pt2

28 informa

CASA CARIOCA DOS hERóIS

olímpicos

28

texto Perla liMa fotos andré valentiM

A partir da esquerda, Antonio Pessoa, Carlos Carvalho e Carlos Armando Paschoal, no local onde será construída a ilha Pura: desenvolvimento urbanístico

Page 31: OI 161 pt2

29informa

Vila que abrigará os atletas que estarão no Rio em 2016 será resultado de um projeto inovador

Vila dos Atletas dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos a se-

rem realizados no Rio de Janeiro em 2016 é um projeto

inovador no Brasil e no mundo. Ao contrário do que histo-

ricamente ocorre com a maioria das “cidades olímpicas”,

construídas em áreas degradadas que precisavam de re-

vitalização, no Rio de Janeiro será erguida a Vila dos Atletas na Ilha Pura,

bairro que será desenvolvido ao longo de 15 anos pela empresa homônima.

A Ilha Pura é uma nova região da Barra da Tijuca, que se consolida como o

maior vetor de crescimento da área metropolitana da capital fluminense e

A

Page 32: OI 161 pt2

30 informa

que mais recebe investimentos em mobilidade urbana.

“A formação da empresa Ilha Pura, que transforma-

rá esse sonho em fato tangível, é resultado da união da

filosofia de atuação e da expertise da Odebrecht Reali-

zações Imobiliárias (OR) e da visão desenvolvimentista

e de perpetuidade da Carvalho Hosken”, afirma Carlos

Armando Paschoal, Presidente da empresa.

Mário Cilenti, Diretor de Relações com o Comitê

Olímpico e Paralímpico e Vila Olímpica, destaca que a

vila ficará a cinco minutos de carro do Parque Olímpi-

co, onde acontecerá a maioria das competições, e seu

padrão estará de acordo com o mercado imobiliário da

Barra da Tijuca. “Casamos as necessidades do Comi-

tê Olímpico Internacional (COI) com o compromisso de

venda das unidades”, salienta Mário. Todos os 3.604

apartamentos a serem utilizados pelos 18 mil atletas

estarão vendidos antes dos jogos e entregues aos clien-

tes finais em até um ano depois das competições. “O

interessante é que utilizaremos esse empreendimento

como um resort para os atletas, devido ao seu padrão.”

Antônio Pessoa, Diretor Regional da OR para o Rio

de Janeiro, afirma: “O desafio é desenvolver, vender e

entregar no prazo um projeto de alta qualidade, que su-

pere as expectativas do Comitê Organizador dos Jogos

Olímpicos e dos atletas”. Ele acrescenta: “Nossos clien-

tes adquirentes, o bairro Ilha Pura e o Rio de Janeiro

terão como legado um empreendimento que conciliará

sustentabilidade, luxo e qualidade de vida”.

Carlos Carvalho, Diretor-Presidente da Carvalho

Hosken, destaca que a Vila dos Atletas está inserida no

futuro centro da nova cidade que surge na Zona Oeste.

“A Ilha Pura marcará o desenvolvimento urbanístico do

Rio de Janeiro, pois já nasce como bairro planejado e

beneficiado por grandes obras de infraestrutura em seu

entorno.”

31 torres com 17 andaresA Ilha Pura tem 870 mil m2, dos quais 247 mil m2

estão reservados para a construção da Vila dos Atle-

tas. Carlos Armando Paschoal, Presidente da Ilha

Pura, ressalta que o projeto é um investimento pri-

vado e um desafio único no país. “Nunca se ergueu

31 torres com 17 andares cada, distribuídas em sete

condomínios, com total infraestrutura privativa, em

apenas três anos e meio. Isso implica lidar com quan-

tidades próximas às das grandes obras do setor de in-

fraestrutura.” Carlos Armando exemplifica: o volume

de concreto equivale à mesma quantidade utilizada

em uma barragem, e o número de trabalhadores no

canteiro poderá chegar a 5.500. “Temos a responsabi-

lidade e a singular oportunidade de formar pessoas e

criar sistemas de gestão inovadores de logística e de

sustentabilidade”, ele observa.

Em termos de legado, Carlos Armando destaca a

contribuição para o desenvolvimento sustentável do

Rio de Janeiro. “O projeto contempla um parque pú-

blico de 65 mil m2 e um viveiro de 20 mil m2, cons-

truídos especialmente para atender o paisagismo da

Vila dos Atletas, assinado pelo escritório do arquiteto

e paisagista Burle Marx.”

Trabalhadores das comunidades do entorno da

obra serão capacitados por meio do Programa de

Qualificação Profissional Continuada Acreditar, e o

aprendizado da informática será feito por meio do

Programa Caia na Rede. Carlos Armando enfatiza:

“Essa obra será exemplo de qualidade e sustenta-

bilidade. Será a melhor Vila dos Atletas de todos os

tempos!” Antônio Pessoa não tem dúvida em afirmar

que o bairro Ilha Pura, iniciado com a Vila dos Atletas,

“será um dos melhores lugares para se viver no Rio

de Janeiro”.

Mário Cilenti: empreendimento de alto padrão

Page 33: OI 161 pt2

31informa

31

Em Deodápolis (MS), o projeto Broto de Gente oferece reforço escolar combinado com cursos de artes e informática e treinamento esportivo

texto guilherMe oliveira

fotos Bruna roMaro

altoBOlAS (E NOtAS) PARA O

Participantes do projeto jogam vôlei em deodápolis: ocupação e estímulo para os jovens do município sul-matogrossense

eodápolis é um pequeno município

no interior do Mato Grosso do Sul. O

Censo de 2011 contabiliza que é o 46º

maior em população no estado, com

pouco mais de 12 mil habitantes. Boa

parte vive, direta ou indiretamente, das operações

de produção de etanol, energia elétrica e açúcar da

Unidade Eldorado da ETH Bioenergia.

A geração de oportunidades de trabalho e

renda é a grande contribuição da empresa para

o desenvolvimento da região, mas uma iniciativa

adicional tem chamado especialmente a atenção:

o projeto Broto de Gente, que oferece a 260 jovens

de 4 a 15 anos reforço escolar gratuito de por-

tuguês, matemática e língua estrangeira. Criado

em 2002 para cuidar dos filhos de integrantes du-

rante seus turnos de trabalho, o Broto de Gente

cresceu e se transformou em uma das principais

opções de cultura e lazer para os jovens do mu-

nicípio.

D

Page 34: OI 161 pt2

32 informa

A grande procura dos pais para colocar seus fi-

lhos em uma disputada vaga no projeto é facilmente

justificada: além das aulas, são oferecidos cursos e

treinamentos de informática, artes, teatro, dança,

capoeira, futebol e vôlei. Os esportes são os mais

procurados. “A regra é simples: quem vai bem na

escola, pode jogar”, explica Riverton Souza, Coor-

denador Pedagógico do projeto. O acordo é levado a

sério. “Realizamos um acompanhamento trimestral

de cada um nas sete escolas da cidade e ajudamos

na orientação dos pais, quando necessário”. Sem

pretensão de substituir a escola ou assumir o papel

indispensável dos pais, o Broto de Gente encontrou

no esporte uma ferramenta para educar, formando

jovens que valorizam o respeito, a disciplina e o tra-

balho em equipe.

“Com o tempo, percebemos melhoria nas no-

tas, mas o que impressionou foi a mudança de

postura dos alunos do Broto de Gente. Eles sa-

bem que quem desrespeita colegas ou profes-

sores fica de fora dos times”, diz Célia Moraes,

Diretora da Escola Estadual Scila Médici.

Realizando o sonho de ser jogadorRodrigo Felix é prata da casa e inspira os mais

novos. Filho de integrantes da ETH e aluno do

Broto de Gente desde os 7 anos, ele afirma que

rendia tanto no projeto que convenceu os pais a

mudarem-se de Nova Alvorada do Sul para Deo-

dápolis. Ele contou parte de sua história na edi-

ção 155 de Odebrecht Informa, quando tinha

13 anos: destacou o quanto gostava das aulas

de futebol e informática. “Eu queria ser jogador

de futebol, e o Broto de Gente era a minha maior

chance. Riverton confiou em mim”. O treina-

dor-professor passou a levar o jovem para peneiras

em clubes de São Paulo. Hoje, aos 17 anos, veste a

camisa do Osasco Futebol Clube, time formado para

revelar jovens de todo o país. A regra do Broto se

mantém: se não estudar, não joga.

Assim como Rodrigo, muitas crianças e jovens

do Broto de Gente sonham viver do esporte. Um

deles é Rafael Fernandes, 11 anos, o Rafinha.

Apoiado por Riverton e pelo irmão Dernivaldo

Manoel, integrante da Unidade Eldorado da ETH,

Page 35: OI 161 pt2

33informa

o garoto já participou de testes nos times de base

do São Paulo Futebol Clube, um dos mais impor-

tantes do país. Em setembro, Rafinha passará

mais uma semana no Centro de Treinamento do

clube, em Cotia (SP). A viagem de ônibus levará

mais de 12 horas. Mesmo com a pouca idade, o

atacante sabe que nem todos conseguem se tor-

nar profissionais, mas isso não o preocupa. “Vou

lá fazer amigos e me divertir”. Com uma rotina

diária de treinos no campo e na areia, além de

exercícios de arremate e habilidade, Rafinha não

hesita quando perguntado sobre o que mais lhe

ensinam no Broto de Gente: “Aprendo a educar as

pessoas para o bem. Assim como minha família

aprendeu na ETH, aqui aprendo a servir ao próxi-

mo e não desistir nunca”.

rodrigo Félix (ao centro): persistência e apoio para buscar seu objetivo. Na outra página, jovens dançarinas em ação: diversidade de modalidades é uma das características do projeto

Page 36: OI 161 pt2

34 informa

ENTREvISTA

34

texto cláudio lovato Filho foto holanda cavalcanti E mário grisolli

O MAIOR DE tODOS OS

legadosenedicto barbosa da Silva Junior é

empresário, é aficionado por futebol

(corintiano, “mais um do bando de

loucos”), mas, acima de tudo, é um

brasileiro que conhece seu país.

Aos 51 anos, Líder empresarial

da Odebrecht infraestrutura, ele é o condutor da

participação da empresa em um conjunto de projetos

que fazem parte da preparação do brasil para sediar

os dois maiores eventos esportivos do planeta: a Copa

do Mundo (2014) e os Jogos Olímpicos (2016). Como

empresário, sente-se motivado por participar de

empreendimentos complexos, com enorme conteúdo

de legado, inovadores, longamente esperados e, por

tudo isso, desafiadores. Como esportista, está feliz

por vivenciar de dentro o processo de surgimento

de grandes arenas (entre elas a do seu clube do

coração), as quais poderão vir a ter, segundo ele,

papel determinante na modernização da gestão do

futebol nacional. Como cidadão, benedicto Junior

está confiante – mais que isso, está convicto – de

que o país, “do seu jeito”, sediará a Copa do Mundo

e as Olimpíadas mais alegres e emocionantes dos

últimos tempos. O maior legado? “O de provarmos

para nós mesmos a nossa capacidade de realização

como povo.” O legado do aumento da autoestima do

brasileiro.

Odebrecht Informa – Como foi o processo de

capacitação da Odebrecht para participar de

projetos de grandes arenas esportivas? Quais são

os principais marcos dessa trajetória?

Benedicto Junior – No fim dos anos 1990 e no

começo dos anos 2000, os dirigentes do vasco

da Gama e, um pouco depois, do Botafogo e do

Fluminense, manifestaram o desejo de construir

novas arenas. Esses projetos acabaram não seguindo

em frente. houve outras iniciativas, também no Rio,

que terminaram por não evoluir para a Odebrecht,

até que a cidade foi escolhida para sediar os

Jogos Pan-Americanos de 2007. Assumimos a

reforma do conjunto formado pelo Maracanã e pelo

Maracanãzinho. E, mais adiante, ainda no contexto das

obras para o Pan, fomos contratados para as obras de

inteligência e acabamento do Estádio Olímpico João

havelange, o Engenhão, como carinhosamente os

cariocas o apelidaram. No decorrer desse contrato,

fomos desafiados a concluir o estádio no tempo

recorde de sete meses, substituindo o consórcio

que estava fazendo as obras de infraestrutura.

Nesse período, o grande desafio era a montagem

dos arcos da cobertura. O consórcio que estava

deixando a obra havia gastado 15 meses para realizar

25% dessa etapa, e nós teríamos que concluir os

restantes 75% em sete meses. O Engenhão, com a

nossa contribuição, foi eleito [pela revista britânica

SportBusiness] uma das 10 melhores instalações

esportivas construídas no mundo em 2007. Essa

atuação nas obras do Pan gerou um grande ativo

de engenharia para a Odebrecht. Nossa experiência

no Engenhão foi um marco na nossa trajetória de

construção de grandes arenas.

B

Page 37: OI 161 pt2

35informa

benedicto Junior: comprovação da capacidade do povo brasileiro de realizar grandes eventos

legados

Page 38: OI 161 pt2

OI – Faça um resumo da situação atual dos quatro

estádios que a Odebrecht está construindo ou

reformando para a Copa de 2014: Maracanã, Arena

Corinthians, Arena Pernambuco e Arena Fonte

Nova. Quais são, hoje, os percentuais de avanço em

cada obra?

Benedicto Junior – temos hoje, em São Paulo e

Pernambuco, um avanço de mais de 40% das obras.

No Rio e na Bahia, mais de 50%. Após o início das

obras, fomos apresentados a um desafio adicional no

Rio de Janeiro, em Pernambuco e na Bahia: os três

estádios passaram, em 2011, a fazer parte da lista de

sedes da Copa das Confederações, que será realizada

em 2013. Com isso, o prazo de execução foi reduzido

sensivelmente, em média 12 meses a menos, mas

tudo está correndo dentro do cronograma. O projeto

da Arena Corinthians está em ritmo acelerado.

Estamos concluindo, com o BNDES (Banco Nacional

de Desenvolvimento Econômico e Social) e o Banco

do Brasil, a estruturação financeira do projeto, sendo

o único ainda com financiamento pendente.

OI – Os projetos de construção de arenas não podem

levar em conta apenas o estádio. É preciso pensar

no entorno. Rio, São Paulo, Recife e Salvador são

quatro metrópoles com seu cotidiano repleto de

desafios. Quais benefícios a construção das arenas

trará para as comunidades?

Benedicto Junior – As arenas, por si só, são ativos

importantes para a comunidade, mas o legado de

inserção social que elas proporcionam é o grande

destaque. veja o exemplo da Arena Corinthians. O

bairro de Itaquera, onde ela está sendo construída, é

muito carente. Não tenho dúvida de que poderemos

dividir a história do bairro e da região em “antes”

e “depois” da arena. Não havia investimentos em

Itaquera. Com a arena, haverá mudanças profundas

em razão da melhoria na infraestrutura de transportes,

da valorização dos imóveis e da chegada de empresas,

estabelecimentos comerciais e prestadores de

serviço. hoje, existe uma valorização territorial

na região de algo como 50%. Em Pernambuco, o

cenário é outro, mas as expectativas são igualmente

animadoras. lá, graças à visão arrojada e moderna

do poder público, será criado, com a Cidade da Copa,

um novo vetor de desenvolvimento do Grande Recife

em direção ao interior do estado, que vai se somar

aos atuais, no sul e norte, nas regiões costeiras. Na

Bahia, com o renascimento da Fonte Nova, teremos

a requalificação de um ativo social histórico e com

vocação para valorizar ainda mais aquilo que o baiano

mais exporta para o Brasil, além do futebol: cultura e

shows de música popular. A Arena Fonte Nova será um

novo polo de diversão para os soteropolitanos. No Rio,

talvez tenhamos a mais emblemática das iniciativas

em curso: a reforma do Maracanã, inaugurado na

Copa do Mundo de 1950, que à época significou

uma demonstração da capacidade brasileira de

empreender obras complexas. Com a revitalização, o

Maracanã certamente se tornará uma referência de

conforto, segurança e avanço tecnológico, em sintonia

com as mais rigorosas exigências do século 21. Além

disso, o estádio, que sediará também disputas das

Olimpíadas, receberá em seu entorno um conjunto

de investimentos que transformará a realidade local

no que se refere à mobilidade urbana e habitacional,

entre outros aspectos, integrando esse gigante

histórico ao seu entorno.

OI – No Brasil, o futebol, como se sabe, é mais que

um esporte: é paixão nacional e elemento que ajuda

a definir uma identidade. Você, além de empresário

que lidera obras de arenas, é aficionado por futebol.

Na sua opinião, que tipo de impacto pode ter o

momento vivido hoje pelo país, com a construção de

grandes arenas esportivas em várias cidades? Quais

transformações isso pode ocasionar?

Benedicto Junior – O momento do futebol brasileiro

leva a importantes reflexões. Inicialmente, sobre as

novas formas de se construir arenas, mas, muito

mais do que isso, sobre a participação da iniciativa

privada na concepção e gestão dessas arenas. Os

dirigentes e torcedores dos clubes que não tiverem o

privilégio de modernizar sua “casa” se perguntarão:

por que o meu clube não tem uma arena moderna? O

que estamos perdendo? Mas isso é apenas a reflexão

inicial, porque há questões mais profundas que estão

vindo à luz. A execução de novas arenas tem levado

à descoberta de novas formas de gestão não apenas

das instalações físicas, mas dos próprios clubes. tem

levado a uma maior profissionalização. Aos poucos,

vamos nos aproximando da realidade dos clubes

da Europa, que vendem ingressos para os seus

jogos do ano corrente e do ano seguinte também. A

36 informa

Page 39: OI 161 pt2

37informa

presença da iniciativa privada está contribuindo para

a modernização da administração dos clubes. São

novas cabeças, com novas ideias e uma nova forma

de olhar velhos problemas. O futebol brasileiro não

pode perder essa oportunidade. É uma relação de

ganha-ganha.

OI – O Rio de Janeiro, além de receber jogos da

Copa do Mundo (entre eles, a partida final), será

sede das Olimpíadas. A cidade já está passando por

profundas transformações em sua infraestrutura.

A Odebrecht tem uma participação destacada na

preparação da cidade para esses que são os dois

maiores eventos esportivos do planeta. Como a

Odebrecht se preparou para dar essa contribuição?

De que forma a relação histórica da Organização

com o Rio de Janeiro ajudou nisso?

Benedicto Junior – Para começar, a Odebrecht se

“nacionalizou” no Rio de Janeiro. Nasceu no Recife,

cresceu em Salvador, tornou-se uma empresa

estadual na Bahia, regionalizou-se no Nordeste e

então passou a ter atuação nacional a partir do Rio.

Executou aqui obras de grande importância, como

o Aeroporto do Galeão, a Usina Nuclear Angra 1,

os edifícios-sede da Petrobras e do BNDES e o

Complexo do Rio Sul, entre várias outras. Em 1993,

quando muitas empresas estavam indo embora,

a Construtora Norberto Odebrecht transferiu sua

sede para o Rio. viemos para ficar mais perto de

alguns de nossos grandes clientes, como Petrobras,

Furnas e Eletrobrás, cujas sedes eram aqui. Sempre

acreditamos na cidade, em seu poder de superar

desafios, em sua capacidade de se recuperar.

Nós ficamos aqui, permanecemos e, por isso,

desenvolvemos uma relação que é longa, produtiva

e – por que não dizer? – emocional com o Rio de

Janeiro.

OI – Quais são hoje os destaques dessa relação?

Benedicto Junior – As Olimpíadas de 2016 definem o

horizonte de transformações pelas quais o Rio está

passando. A cidade terá um sistema de transporte

urbano muito mais abrangente e adequado. Um dos

primeiros melhoramentos nesse setor é o corredor

expresso de ônibus transOeste, que liga a Barra

da tijuca à Santa Cruz, com 56 km de extensão, na

Zona Oeste da cidade. Em breve, começarão as

obras da transOlímpica, nova via de ligação entre

o Recreio dos Bandeirantes e Deodoro, com pistas

exclusivas para o sistema BRt (Bus Rapid transit).

temos a expansão do Metrô, que segue avançada

em quatro direções – da Barra para São Conrado,

de São Conrado para a Barra e Gávea e de Ipanema

para a Gávea –, que já conta com mais de 2.200 m de

túneis e se completará com a abertura de mais obras

em Ipanema e no leblon. Outro grande desafio em

curso é a modernização do sistema de trens urbanos,

projeto realizado conjuntamente entre o Governo do

Estado e a Supervia, empresa da qual a Odebrecht

transPort é acionista majoritária. Este, com certeza,

é o maior desafio da Odebrecht no país. Mas não

há como deixar de reconhecer que as Olimpíadas

de 2016 serão lembradas, acima de tudo, no que se

refere às obras, pela revitalização e reurbanização

da Região Portuária por meio do projeto Porto

Maravilha, liderado pela Prefeitura e fruto da maior

operação de PPP (Parceria Público-Privada) urbana

em andamento no país.

“As Olimpíadas de 2016 definem o horizonte de transformações pelas quais o Rio está passando. A cidade terá um sistema de transporte urbano muito mais abrangente e adequado”

Page 40: OI 161 pt2

“Não adianta termos

uma Copa perfeita

no aspecto de

organização se ela não

for capaz de transmitir

a emoção que as

pessoas querem,

merecem e precisam

ter ao conhecer

nosso país”

OI – Você costuma dizer que a Odebrecht “acreditou

no sonho olímpico” do Rio de Janeiro.

Benedicto Junior – Sim, sempre acreditamos no

sucesso desse projeto, na realização desse sonho.

E mais: sempre acreditei que a escolha do Rio como

sede das Olimpíadas é, de certa forma, no plano

nacional, uma reparação para com a cidade, e um

reconhecimento mundial a ela, que é o cartão de

visita do Brasil.

OI – Reparação? Como assim?

Benedicto Junior – Quando, depois de dois séculos,

o Rio deixou de ser a capital do país, no início de

década de 1960, nada foi feito para compensar as

perdas que a cidade teria com a mudança. Não

houve um plano. O Rio passou então a sofrer um

processo de esvaziamento econômico e declínio de

sua importância política. Felizmente, esse processo

começou a ser sanado nos últimos anos. Mas ainda

faltava um plano para ressarcir a cidade pela perda

de sua condição de capital federal. Essa oportunidade

chegou com os extraordinários eventos que a cidade

irá sediar e as grandes exigências geradas por eles.

Isso irá resultar numa melhoria sensível na qualidade

de vida dos moradores e em um novo impulso para a

continuidade de uma trajetória de desenvolvimento

sustentável.

OI – Em resumo, por que é um bom negócio para um

país sediar uma Copa do Mundo? E por que vale a

pena para um município receber as Olimpíadas?

Benedicto Junior – vale a pena, sobretudo, porque

o país tem a oportunidade de mostrar a si mesmo

e ao mundo que é capaz de realizar projetos

extraordinários. No caso do Brasil, estou convicto

de que o maior legado da Copa do Mundo e das

Olimpíadas será este: o de provarmos para nós

mesmos a nossa capacidade de realização como

povo. O maior legado será o aumento da autoestima

do brasileiro.

OI – O Brasil estará preparado para sediar a Copa do

Mundo e as Olimpíadas de maneira impecável?

Benedicto Junior – A Copa do Mundo e as Olimpíadas

serão impecáveis, sim, mas do nosso jeito. Acho que

tudo pode ser expressado por uma frase que ouvi de

alguns técnicos especialistas em grandes eventos

pelo mundo afora: “A Alemanha fez o evento mais

organizado do planeta [a Copa do Mundo de 2006] e

o Brasil vai fazer o evento mais alegre do planeta”.

vamos ter a Copa mais alegre de todos os tempos,

a mais feliz. Não adianta termos uma Copa perfeita

no aspecto de organização se ela não for capaz

de transmitir a emoção que as pessoas querem,

merecem e precisam ter ao conhecer nosso país.

vamos fazer uma Copa do Mundo para os brasileiros

e os turistas sentirem-se felizes ao viverem uma

experiência que transcenderá à participação em um

evento de grande porte. Queremos proporcionar às

pessoas muito mais que isso e vamos conseguir.

OI – Uma pergunta ao Benedicto Junior torcedor: o

Brasil será hexa na Copa de 2014?

Benedicto Junior – Sim! É impossível trabalhar

no Maracanã, ver tudo o que está sendo feito e

não imaginar o Brasil jogando ali a final da Copa e

vencendo. temos que apagar 1950!

38 informa

Page 41: OI 161 pt2

IMAGENS DE CElEBRAçãO DA vIDAConheça os vencedores do concurso fotográfico Esporte em Foco, promovido por Odebrecht Informa

COnCuRSO

O assunto? Esporte. Ferramentas? Uma máquina

fotográfica ou um celular. Mais de 60 fotógrafos

amadores participaram do concurso Esporte em

Foco, promovido por Odebrecht Informa , que propôs o

seguinte desafio: por meio de um clique, os integrantes

da Organização deveriam mostrar como diferentes práti-

cas esportivas movimentam as comunidades onde vivem

e trabalham.

Carolina Almeida de Souza, da Odebrecht Energia, ven-

ceu na categoria Máquina Fotográfica, com um registro de

praticantes de stand up-paddle (esporte em que se usa

prancha e remo) em Copacabana, no Rio de Janeiro: “O

esporte está se difundindo na cidade e é bem comum ver

os praticantes nos fins de semana”, diz Carolina, que tra-

balha na capital fluminense. Lauren Pereira, da Odebrecht

International na Guiné-Conacri, e Erick Marcel Carvalho, da

Odebrecht Infraestrutura em Marabá (PA), ficaram com o

segundo e o terceiro lugares, respectivamente.

Outra foto resumiu como força e união caminham

juntas quando se trabalha em equipe. “Vi um grupo de

esportistas se exercitando na praia, no Rio de Janeiro.

Um dependia do outro para manter o equilíbrio”, explica

Anderson Munhoz, da Odebrecht Infraestrutura, que tam-

bém trabalha no Rio e foi o vencedor na categoria Celular.

Nessa mesma categoria, José Marcelo de Oliveira, da Foz

do Brasil em Limeira (SP), e Francisco da Cunha Melo, da

Odebrecht Infraestrutura no Rio, tiveram a segunda e a

terceira colocações.

Quatro integrantes receberam menção honrosa:

Alex da Silva Guedes e Juliano de Paula Santos, da

Odebrecht Infraestrutura no Rio, Olavo de Pinho,

da Foz do Brasil, em Cachoeiro do Itapemirim (ES)

e Lauren Pereira, única entre os participantes a ter

duas fotos escolhidas pela Comissão Julgadora.

A comissão do concurso foi formada por Mar-

co Antônio Antunes, Responsável por Comunica-

ção na Arena Corinthians, Sérgio Bourroul, Res-

ponsável por Relacionamento com a Imprensa na

Odebrecht S.A., Holanda Cavalcanti, Editora de

Fotografia de Odebrecht Informa, e pelo fotógrafo

Rubens Fernandes Junior, Diretor da Faculdade de

Comunicação e Marketing da Fundação Armando

Álvares Penteado (Faap).

Conheça a história por trás das fotos vence-

doras em reportagem que será publicada na edi-

ção online de Odebrecht Informa. Você poderá

acessar as imagens escolhidas nas duas catego-

rias e para as quatro menções honrosas – além

de uma seleção de imagens inscritas. Acesse

www.odebrechtonline.com.br

As fotos de Carolina Almeida de Souza e (abaixo) de Anderson Munhoz: primeiros colocados nas categorias Máquina Fotográfica e Celular

texto eManuella soMBra

39informa

Page 42: OI 161 pt2

40 informa 40

DE OlhO NA COPAFichas técnicas, notícias, fotos, câmeras online e vídeos fazem parte do site sobre obras em quatro arenas que

receberão jogos da Copa do Mundo de 2014

texto Júlio césar soares

A construção dos estádios

para a abertura e para

a final da Copa do Mun-

do de 2014 (Arena Corinthians e

Maracanã, repectivamente) e das

Arenas Fonte Nova e Pernambu-

co fizeram com que a Odebrecht

virasse frequentadora assídua

dos cadernos de esportes de jor-

nais impressos e dos sites es-

pecializados. “Para termos mais

ganho de imagem a partir des-

sa grande exposição, ficou clara

para nós a necessidade de ações

de comunicação integradas, que

potencializassem ainda mais as

iniciativas já em curso em cada

uma das quatro arenas”, diz An-

tonio Carlos de Faria, Responsá-

vel por Comunicação na Odebre-

cht Infraestrutura.

Essa constatação foi o ponto

de origem do site “Odebrecht na

Copa”, que, criado no primeiro

semestre de 2011, reúne fichas

técnicas, notícias, fotos, câme-

ras online e vídeos dos quatro

estádios em um único banco de

dados. “Cada obra desenvol-

ve suas ações de comunicação.

Com o site, oferecemos informa-

ção de forma homogênea, mos-

trando em conjunto a relevância

da participação da Odebrecht

Infraestrutura e de seus parcei-

ros”, explica Antonio Carlos.

COMuNICAçãO

tela de aber-tura do site “Odebrecht na Copa”: informações são usadas como fonte pelos jornalistas

reP

ro

du

çã

o

Page 43: OI 161 pt2

41informa

Nesse quase um ano de vida

e com mais de 1,6 milhão de vi-

sualizações de páginas, o “Ode-

brecht na Copa” possui alguns

marcos em sua história, como

a exibição da realidade aumen-

tada do Maracanã. Com uma

webcam e um código impresso,

torcedores podem visitar virtu-

almente um dos mais famosos

estádios do mundo. As imagens

da implosão do antigo Estádio

da Fonte Nova, que emocionou,

em especial, os torcedores da

Bahia, também foram desta-

ques. A maquete da Arena Corin-

thians, que chegou a ter mais de

300 mil visualizações em uma

só semana, é até hoje um dos

grandes atrativos. “O site vem

transmitindo a mensagem de

competência técnica e cuidado

com a comunidade, o que é es-

sencial para que o grande públi-

co conheça melhor a Odebrecht”,

argumenta Antonio Carlos.

Com frequência, as informa-

ções do site são usadas como

fonte pelos jornalistas. “É o ca-

minho mais fácil e rápido para

tirar dúvidas técnicas sobre as

obras”, diz Leandro Canônico,

repórter do globoesporte.com,

segundo Carlos Hermanny, Dire-

tor-Superintendente Copa 2014

da Odebrecht Infraestrutura, a

função do site é justamente esta:

“Oferecer mais informações do

que a mídia veicula, com enfo-

que na informação visual, de ca-

ráter técnico”. Ele acrescenta:

“Isso permite que os torcedores

conheçam melhor os estádios e

percebam que eles são fruto de

muito trabalho e dedicação”.

Em junho, algumas novidades

chegaram ao site. “Temos um

novo leiaute e câmeras, atenden-

do ainda melhor os visitantes”,

destaca Ana Carolina Martins,

Responsável pelo site na equipe

de Comunicação da Odebrecht

Infraestrutura. Posicionadas em

cada obra, as câmeras geram

imagens das 7 horas da manhã

às 7 da noite. “Teremos um de-

lay de uma hora para facilitar a

navegação e, após as 8 horas da

noite, os visitantes acompanham

em loop a última hora de filma-

gem”, detalha Ana Carolina.

Além disso, outras novidades

estão chegando, como as fotos

em 360º e um quiz por meio do

qual será possível ganhar con-

vites para visitas ao canteiro de

obras. “Tudo isso traz mais inte-

ração e uma participação maior

dos usuários. A meta é ter sem-

pre conteúdo novo para os visi-

tantes”, salienta Ana Carolina.

Fluxo de informaçãoA alimentação do site requer

dos responsáveis por esse tra-

balho muita atenção e rapidez.

São quatro estádios, objetos de

imensa paixão e com diversas

histórias a serem contadas. “En-

viamos informações para o ‘Ode-

brecht na Copa’ frequentemente

e, quando temos qualquer soli-

citação da equipe, a atendemos

de imediato”, explica Ana Luiza

Dornelas, da equipe de Comu-

nicação da Arena Pernambuco.

“Além do envio imediato de ma-

terial sobre algum fato relevan-

te, também buscamos atender

todas as demandas enviadas pe-

los internautas”, completa Mar-

co Antonio Antunes, Responsável

por Comunicação nas obras da

Arena Corinthians.

“Outras ações, como visitas

de comitivas da FIFA, programas

sociais e conteúdo interativo,

também são destinados ao site”,

observa Carine Aprile, Respon-

sável por Comunicação na Arena

Fonte Nova. Igor Lamy, Respon-

sável por Comunicação no Mara-

canã, ressalta: “O ‘Odebrecht na

Copa’ é uma ferramenta impor-

tante não apenas para divulgar

informações, mas para compar-

tilhar conhecimento com as ou-

tras obras”.

“O site vem

transmitindo a

mensagem de

competência

técnica e de

cuidado com

a comunidade”

Antonio Carlos de Faria

foto

: ca

rlo

s Jú

nio

r

Page 44: OI 161 pt2

42 informa

COM O CORAçãO NA

arenaNa Arena Corinthians e no Maracanã, o início e o fim de um evento que vai mobilizar o mundo em 2014

42

O Maracanã em obras: nova etapa na vida do mítico estádio carioca

Page 45: OI 161 pt2

43informa

texto luiz carlos raMos fotos aMérico verMelho (Maracanã) e Yann vadaru (arena corinthians)

m dois dias de 2014, metade da população

mundial estará com os olhos voltados para

os estádios das duas maiores cidades do

Brasil: a futura Arena Corinthians, em São

Paulo, e o renovado Maracanã, no Rio de

Janeiro. Além do público das arquibancadas, cerca de

3,5 bilhões de pessoas de mais de 200 países acompanha-

rão pela tv a abertura da Copa do Mundo, prevista para

12 de junho, na capital paulista, e um número semelhante

de telespectadores verá a final, a ser disputada no gigante

carioca em 13 de julho. Os dois estádios de futebol, símbo-

los do talento dos craques brasileiros e da paixão pelo es-

porte mais popular do planeta, estão em obras dia e noite,

em ritmo acelerado, que reforça a previsão de sucesso do

Mundial.

Além de participarem dessas duas obras, as equipes

da Odebrecht Infraestrutura também estão presentes na

construção de outros dois estádios da Copa: a Arena Fonte

Nova, em Salvador, e a Arena Pernambuco, na região de

Recife, os quais, assim como o Maracanã, terão jogos já

na Copa das Confederações, em junho de 2013.

O Brasil está de olho. O mundo todo está. E fazem uma

pergunta: tudo ficará pronto a tempo? Odebrecht Informa

visitou os estádios do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador

e Recife, conversou com líderes e integrantes das equi-

pes, que antecipam a resposta: sim, as obras estarão

E

Page 46: OI 161 pt2

44 informa

concluídas dentro dos prazos. E não apenas isso, mas

também contribuirão para o surgimento de novos para-

digmas na construção de grandes arenas esportivas no

país. Nesta reportagem, você conhecerá pessoas que

estão transformando em realidade o sonho do Maracanã

rejuvenescido e da Arena Corinthians em pé, pronta para

abrigar sua apaixonada e fiel torcida.

O renovado palco da finalO Maracanã de 2014 quase nada terá a ver com o da

Copa de 1950. A gloriosa história de 60 anos, com fotos

e relíquias de grandes craques e inesquecíveis clássicos

do futebol, ficarão em um museu, ao lado do estádio que

está sendo preparado para se tornar um dos mais mo-

dernos e confortáveis do mundo. “As mudanças são ra-

dicais e necessárias”, explica o Diretor de Contrato Paulo

Falcão Correa Filho. “O resultado final será um belo es-

tádio para 79.500 pessoas, uma arena multiuso.” Mais de

5 mil pessoas trabalham nas obras, diariamente.

A responsabilidade pelos serviços é do consórcio for-

mado pela Odebrecht Infraestrutura (líder) e a Andrade

Gutierrez. O Governo estadual, proprietário do Maracanã,

é o cliente, por meio da Empresas de Obras Públicas do

Estado do Rio (Emop), cujo Presidente, Ícaro Moreno, vi-

sita as obras todos os dias. O estádio foi fechado para o

futebol há dois anos. Ícaro prevê: “Apesar do tempo já de-

dicado à busca de solução para a cobertura das arquiban-

cadas, os trabalhos terminarão no início de 2013. Foram

concluídos os 55% mais difíceis. Restam 45%.”

O Gerente de Contrato Carlos Berardo Zaeyen, que

participa da obra desde o início, atuou também na re-

forma do Maracanã para os Jogos Pan-Americanos

de 2007. Ele reforça as afirmações otimistas de Paulo

Falcão e de Ícaro Moreno, anunciando uma nova e im-

portante etapa: a instalação da cobertura das arquiban-

cadas. “Os planos eram manter toda a antiga marqui-

se e ampliá-la por meio de uma extensão de aço, mas

percebeu-se que sua estrutura, condenada pelo tempo,

teria que ser demolida”, relata Zaeyen. “A marquise foi

demolida e agora está sendo instalado o anel de concre-

to do qual surgirão as hastes de aço que suportarão a

cobertura feita com resistente lona especial.”

Personagens de uma bela históriaZaeyen e Falcão sobem em um elevador até o plano

mais alto do estádio, de onde se vê todas as obras das

arquibancadas superiores e inferiores e do entorno, tendo

ao fundo o Corcovado, um dos símbolos do Rio. O lance

inferior ficará mais perto do gramado. E logo serão insta-

ladas as cadeiras de plástico.

Paulo Falcão relata que esteve recentemente na

holanda para conhecer a moderna Amsterdam ArenA:

“Aqui, será possível fazer o mesmo que acontece lá. Mal

termina um show musical, o gramado é recolocado no

lugar do palco e recebe o futebol”. Falcão foi à arena

holandesa ao lado de Carlos Alberto torres, capitão da

A partir do alto, no sentido horário, Arnaldo Cambraia e Almir Fontenele no estúdio da rádio estádio; a tricolor carioca raquel Souza da Silva; trabalhadores assistem a uma partida disputada por companheiros no canteiro de obras de itaquera; e a flamenguista Carla de Jesus Arthur: gente que está tornando realidade o novo Maracanã e a Arena Corinthians

Page 47: OI 161 pt2

45informa

seleção brasileira campeã mundial de 1970, no México.

Mário Jorge Lobo Zagallo, bicampeão em campo e

técnico do time do tricampeonato mundial, emocionou-

-se ao participar recentemente do Café com o Líder, en-

contro mensal no Maracanã com um convidado famoso

do futebol, para um bate papo com 13 trabalhadores de

diferentes funções na obra, além de Paulo Falcão e Car-

los Zaeyen. “Tem sido positivo para o diálogo entre os

líderes e os demais integrantes da equipe, pela união.

Os ex-jogadores Zico e Roberto Dinamite também já vie-

ram para o Café com o Líder”, relata Falcão.

A flamenguista Carla de Jesus Arthur, carioca de 27

anos, era uma das pessoas mais entusiasmadas com a

presença dos grandes craques do passado no canteiro

de obras do Maracanã. Ela foi jogadora de futebol e, há

um ano, trabalha como soldadora. “Tenho o futebol no

sangue. Fui zagueira do Madureira, do São Cristóvão e

do Botafogo e joguei ao lado da Marta na seleção brasi-

leira em 2000.”

A ajudante de produção Elisângela Soares torce para

o arquirrival do clube de Carla, o Vasco da Gama. Ela

se emociona ao falar de seu trabalho. “Nunca pensei

que, um dia, participaria dessa bela obra. É uma coisa

de destino”. O carpinteiro Joaquim de Oliveira, torcedor

do Vasco e do Corinthians, trabalha na base da cobertu-

ra. Ele garante: “Se depender do novo Maracanã, a Copa

será um enorme sucesso.”

Page 48: OI 161 pt2

Raquel Souza da Silva, carioca de 19 anos, mostra

seu capacete com um distintivo do Fluminense colado.

“Adoro futebol e o tricolor. Meu pai, Francisco, está aqui

como mestre de obras. E eu participo da contagem de

horas dos trabalhadores.” E o Botafogo? Sim, o clube que

revelou Garrincha no Maracanã também é representado

na construção: entre outros apaixonados botafoguenses,

estão os líderes Paulo Falcão e Carlos Zaeyen.

Onde a bola rolará primeiroAo ser concluída, em dezembro de 2013, a Arena Co-

rinthians terá estabelecido vários recordes graças, so-

bretudo, à sintonia entre cliente, construtora e governos

federal, estadual e municipal. Sorte do Corinthians, que

agora realiza um sonho centenário. O principal recorde: o

de rapidez da obra. A inauguração do estádio para 48 mil

pessoas, que será o palco da abertura da Copa de 2014

com 68 mil lugares (com a instalação de arquibancadas

removíveis para 20 mil), ocorrerá pouco mais de dois anos

e meio depois do terreno do bairro de Itaquera ter rece-

bido os primeiros trabalhadores da Odebrecht. Sorte da

cidade de São Paulo, palco da grande festa.

Em 30 de maio passado, a equipe de trabalho parou

por alguns momentos para a festa do primeiro aniversá-

rio do início da obra, no bairro de Itaquera, na Zona leste.

logo depois, com o mesmo entusiasmo, cada integrante

reassumiu seu posto de trabalho para erguer as arqui-

bancadas, que já ganharam forma. A rapidez confirma o

cronograma da Odebrecht, única empresa nesse projeto.

Em junho, estavam concluídos 40% das obras.

A área de 198 mil m2 onde está sendo construído o

estádio fica ao lado de uma estação de metrô e outra de

trem. O projeto é de autoria dos arquitetos Aníbal Coutinho

e Antonio Paulo Cordeiro, do escritório Coutinho, Diegues,

Cordeiro/DDG. O atual Presidente corintiano, Mário Gobbi,

e o vice, luiz Paulo Rosenberg, recebem informações diá-

rias sobre o estágio das obras.

Em sua sala, no canteiro de obras, o Diretor de Con-

trato Antonio Roberto Gavioli afirma que a proximidade

entre parceiros contribui para que a construção da arena

esteja em ritmo acelerado. “Nesta sala, o ambiente ajuda,

pois trabalho ao lado do representante do Corinthians e do

representante da Fifa. Na sala vizinha fica o Gerente Ope-

racional, Frederico Barbosa. “Converso sempre com os

trabalhadores, nas frentes de serviço, em cafés da manhã

e no Diálogo Diário de Segurança, realizado no início de

cada um dos três turnos de trabalho”, diz ele, que acres-

centa: “Percebo o orgulho de todos nesta obra de grande

visibilidade. lá fora, todo mundo quer saber como está a

Arena Corinthians. A resposta é simples: vai muito bem”.

O arquiteto Jorge Borja representa o Corinthians.

“Aqui, o segredo é o envolvimento de todos, já que esta-

mos num mesmo time, em busca de soluções.” Frederico

Barbosa está na obra desde o uso da primeira pá no terre-

no de Itaquera, há pouco mais de um ano. Em sua sala, há

fotos da maquete do estádio e um cartaz: “Aqui, sentamos

à mesma mesa, comemos a mesma comida, vestimos a

mesa camisa. Odebrecht Infraestrutura”. Acostumado a

obras em túneis, ferrovias e metrôs, ele se surpreendeu

ao chegar ao local do estádio para o início dos trabalhos.

“tive que dar entrevistas para dezenas de canais de tv,

rádios, jornais, revistas.”

Barcelama, Ruimadri...Fred, como é conhecido, orgulha-se de dizer que “a

bola já começou a rolar” na Arena da Copa. Em 21 de

maio, começou o Campeonato Brasileirinho, que reúne

40 times de futebol soçaite. Cada equipe tem seis traba-

lhadores da obra e a final será em 3 de dezembro. En-

tre os times, estão Barcelama, Ruimadrid, Os Ronaldos,

Marteleiros e Os Ferraduras. A quadra sintética cinza –

evitou-se o verde do Palmeiras, arquirrival do Corinthians

definindo as feições: Arena Corinthians, palco do jogo de

abertura da Copa do Mundo de 2014, toma forma em

ritmo acelerado

46 informa

Page 49: OI 161 pt2

47informa

–, que fica ao lado do setor de recreação Recanto do

Guerreiro, é o local dos jogos nos fins de tarde, com nar-

ração pela rádio interna.

Existe uma rádio de verdade na obra, a Rádio Estádio,

mantida por um engenheiro, o Gerente de Sustentabili-

dade Antonio Pigat Zuchowski, e por dois locutores – o

técnico em segurança Almir Fontenele e o engenheiro

ambiental Arnaldo Cambraia. O piauiense Almir, que tra-

balhou em rádio em sua cidade natal, Piracuru, explica:

“A rádio funciona 24 horas por dia e pode ser ouvida nas

áreas de convivência da obra, como o refeitório, com mú-

sicas e informações, além da narração dos jogos do nos-

so campeonato”.

Hoje, a obra em Itaquera tem a participação de

1.820 trabalhadores de 22 estados. O Piauí, de Almir, en-

tra com 218 e aparece em segundo lugar, atrás apenas de

São Paulo, que tem 373. Dos 250 que terminaram o cur-

so do Programa de Qualificação Profissional Continuada

Acreditar, 81 foram contratados e prosseguem na obra.

Torcedores do Corinthians são maioria, mas há também

são-paulinos, palmeirenses, santistas...

O paraibano Francisco das Chagas Lopes, Mestre

Pará, 38 anos de Odebrecht, arregimentou os primeiros

trabalhadores para Itaquera e sorri ao apontar as arqui-

bancadas erguidas. “Deu trabalho, mas está sendo muito

bom participar disso tudo”, diz. A mesma opinião tem ou-

tro mestre de obras, Valentim Valeretto, paulista de Biri-

gui: “Se tinha gente que duvidava, isso tudo dá a certeza

de que o estádio ficará pronto”. Ali perto, a frase pintada

em um muro representa esse estado de espírito: “A Copa

do Mundo 2014 começa aqui”.

Carlos Hermanny Filho, Diretor-Superintendente –

Copa 2014 da Odebrecht Infraestrutura, ressalta: “A Copa

do Mundo é um evento sui generis e, nas obras realizadas

em seu contexto, é preciso harmonizar a participação de

um grande número de atores fundamentais, como gover-

no, Fifa, investidores, bancos, Comitê Organizador Local

(COL), fornecedores, ONGs, sindicatos, órgãos de contro-

le e a sociedade de uma forma geral. Isso tem demanda-

do paciência, flexibilidade e determinação das equipes da

Odebrecht envolvidas com o evento”.

Segundo Hermanny, nesse cenário, entregar o

estádio de abertura da Copa, a Arena Corinthians, e o

de encerramento, o Maracanã, e viabilizar a constru-

ção das arenas de Pernambuco e da Bahia por meio

de Parcerias Público-Privadas (PPPs) representam

grandes desafios, que alcançam maior proporção

diante da decisão (tomada em 2011) de incluir três

dessas arenas na lista de sedes da Copa das Confe-

derações da Fifa, em junho de 2013.

Page 50: OI 161 pt2

48 informa

dO eSPOrte. e dAS ArteS. e dA CuLturA...

casasArenas Fonte Nova e

Pernambuco receberão, além do futebol, grandes

eventos nacionais e internacionais

de entretenimento e negócios

48

texto João Paulo carvalho fotos arthur ikishiMa (Fonte nova) e lia luBaMBo (arena PernaMBuco)

espaço multiuso: Arena Fonte Nova também ambientará shows, exposições e congressos

Page 51: OI 161 pt2

ão é só a ponte Presidente Dutra,

entre Juazeiro e Petrolina, que

une Bahia e Pernambuco. A paixão

pelo futebol e a expectativa de se-

diar um dos mais importantes es-

petáculos esportivos do planeta são novos laços

que ligam os dois estados.

Era 30 de outubro de 2007, quando o Presi-

dente da Fifa, Joseph Blatter, anunciou o Brasil

como sede da Copa do Mundo de 2014. O país já

sabia que seria escolhido, pois os demais con-

correntes haviam retirado suas candidaturas,

mas, após o anúncio oficial, a explosão de ale-

gria nas ruas foi a mesma de um gol em final de

campeonato.

Aliás, final de campeonato é uma situação à

qual as torcidas dos grandes times de Salvador

e Recife estão acostumadas. Os números estão

aí para provar. Enquanto o Esporte Clube Bahia

possui a maior torcida do Nordeste, de acordo

com pesquisa do Ibope encomendada em janei-

ro pela revista Lance!, o Santa Cruz, de Recife,

registra as maiores médias de público do Brasil,

mesmo com o time disputando apenas a Tercei-

ra Divisão do futebol nacional. Em fevereiro des-

te ano, em um jogo contra o Sport Club do Re-

cife – que tem a maior torcida do estado – pelo

campeonato pernambucano, nada menos que

45.109 torcedores compareceram para apoiar o

time coral, que terminou sagrando-se campeão

estadual este ano.

A Copa do Mundo de 2014 vem para coroar a

paixão dos brasileiros pelo futebol. As arenas

esportivas em construção são a materialização

de um sonho de milhões de aficionados baianos

e pernambucanos. Representam, além do orgu-

lho de receber um evento de tamanha magnitu-

de, a chance de promover o desenvolvimento de

suas capitais por meio de melhorias urbanas e

novas oportunidades de negócios que surgirão

com os equipamentos multiuso que estão por se

concretizar. O legado.

Alisson Jones, torcedor do Bahia, afirma: “O

sentimento é de profunda alegria por estarmos

voltando ao nosso caldeirão: o Estádio Fonte

Nova. Agora sim o Bahia vai voltar a jogar em

casa, com toda a história já vivida pelo clube

neste lugar. Sem desmerecer o Estádio de Pi-

tuaçu, não há nada melhor que assistir ao Bahia

na ‘Fonte’”.

O clube já assinou um Memorando de Enten-

dimentos com a Fonte Nova Negócios e Partici-

pações (FNP) – Sociedade de Propósito Especí-

fico (SPE) formada por Odebrecht Participações

e Investimentos e OAS e contratada pelo Gover-

no baiano para construir e operar a Arena Fon-

te Nova por 35 anos – atestando a intenção de

mandar seus jogos no novo estádio. O Esporte

Clube Vitória já foi contatado pela FNP, mas ain-

da não definiu se utilizará o espaço.

Operação inédita na cidadeSalvador começou a respirar o evento quando

viu o antigo Fonte Nova ser demolido para dar

lugar à nova arena. Para o trabalho de implo-

são, ocorrido no dia 29 de agosto de 2010 e que

consumiu 700 kg de explosivos, cerca de 1.300

profissionais estiveram encarregados dos deta-

lhes de uma operação até então inédita na cida-

de. Ao todo, 2.467 pessoas, entre moradores e

comerciantes, deixaram 962 imóveis das 7h às

12h daquele dia para que o trabalho obtivesse

êxito. E o sucesso foi tanto que rendeu à equi-

pe de comunicação e marketing da Arena Fonte

Nova o Prêmio Aberje 2011 Norte e Nordeste, na

categoria Relacionamento com a Imprensa.

Parte das 77 mil t de concreto do antigo Fonte

Nova virou escultura nas mãos do artista plás-

tico baiano Bel Borba. Com criatividade, ferros

retorcidos misturados ao cimento ganharam

forma e se transformaram em objetos de arte

que ficaram expostos de janeiro a março des-

te ano no Palacete das Artes Rodin Bahia, em

Salvador. Outra parte do concreto virou suvenir,

comercializado no Centro de Visitação da Arena

Fonte Nova, com a renda revertida em benefí-

cio das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). A maior

parte dos escombros, porém, foi reciclada e

reutilizada na própria construção da nova arena,

além de outras obras de infraestrutura realiza-

das na capital baiana.

Em Pernambuco, a nova arena será fruto de

uma obra que começou do zero. O terreno já era

de propriedade do Governo do Estado, que licitou

dO eSPOrte. e dAS ArteS. e dA CuLturA...

N

49informa

Page 52: OI 161 pt2

o projeto nos moldes propostos pelo caderno

de encargos da Fifa. Uma grande notícia para

a região metropolitana do Recife foi dada no

fim de maio pela Fifa, confirmando-a como

palco da Copa das Confederações, a ser rea-

lizada em junho de 2013, em seis das 12 sub-

-sedes da Copa do Mundo.

O trabalho nas obras das arenas segue em

ritmo frenético. Salvador já ultrapassou 62%

do total, enquanto Recife passou dos 43% e

acelera as contratações. Ambas encontram-

-se, neste momento, no pico dos serviços.

A Arena Fonte Nova conta com 3.300 traba-

lhadores, enquanto a Arena Pernambuco fi-

nalizou junho com 4 mil. A jornada começa

pontualmente às 7h da manhã e acaba depois

das 4h da madrugada.

Alexandre Chiavegatto, Diretor de Contra-

to do consórcio construtor da Arena Fonte

Nova, afirma: “Nossa meta é concluir a obra

até dezembro deste ano, seis meses antes da

Copa das Confederações, tempo suficiente

para que todos os testes necessários ao bom

A partir do alto, no sentido horário, a Arena Pernambuco em obras; o tricolor baiano Alisson Jones, na Arena Fonte Nova;

José rosano, encarregado de turno, e thiago da Cunha José, ajudante de elétrica, na Arena Pernambuco: futuros

endereços de grandes eventos esportivos e artísticos

50 informa

Page 53: OI 161 pt2

51informa

andamento do espetáculo sejam realizados”. No

dia 30 de maio, a Fifa divulgou a tabela dos jogos

e confirmou pelo menos uma partida do Brasil

em Salvador. Já Recife poderá receber a seleção

espanhola, atual campeã mundial.

Futebol e showsNa Bahia, o novo empreendimento também

funcionará como local para realização de gran-

des shows, uma carência de Salvador. Muitos es-

petáculos já deixaram de passar pela cidade por

falta de ambiente com infraestrutura adequa-

da. Para isso, a Arena Fonte Nova contará com

50 mil assentos cobertos, 70 camarotes para

1.250 pessoas, 2.100 assentos VIPs e 94 banhei-

ros, dos quais 23 serão destinados a portadores

de necessidades especiais. Terá ainda espaço

para convenções, restaurantes com vista pano-

râmica para o campo e para o Dique do Tororó

– um dos cartões postais de Salvador –, espaço

cultural, 39 quiosques de alimentação, área de

imprensa, 2 mil vagas de estacionamento, bici-

cletário e ampla área de circulação.

De acordo com Dênio Sidreira, Presidente da

Arena Fonte Nova, Salvador está prestes a rece-

ber um equipamento multiuso que a recolocará

em posição de destaque no cenário nacional. “A

partir de 2013, a cidade poderá receber gran-

des projetos culturais, como shows, exposições,

conferências e congressos, além de ter uma

nova opção para realização de eventos como

festas de formatura e casamentos, e abrigar um

museu do esporte e da cultura. É uma mudan-

ça de paradigma na forma de organizar e sediar

eventos em uma cidade tão vibrante como Sal-

vador”, destaca.

Para garantir o sucesso das operações do em-

preendimento, foi contratada a consultoria da

Amsterdam ArenA, empresa responsável pela

operação de espaço homônimo na capital holan-

desa, onde o time do Ajax manda seus jogos. A

Amsterdam ArenA recebe em média três eventos

por semana, mudando de cenários constante-

mente. Em menos de 24 horas, um jogo de fute-

bol dá espaço a um grande show musical, teatro,

dança ou eventos corporativos. O estádio é palco

do espetáculo The Sensation, um dos maiores

Page 54: OI 161 pt2

52 informa

eventos de música eletrônica da Europa e, en-

tre outros artistas, já recebeu Madonna, Micha-

el Jackson, U2 e Lenny Kravitz. De acordo com

Henk Markerink, Presidente da Amsterdam Are-

nA, a Arena Fonte Nova será um novo marco para

Salvador, assim como ocorreu em Amsterdam,

criando um novo destino para negócios, lazer e

entretenimento. “Essa parceria permitirá trazer

para a Arena Fonte Nova um padrão internacional

de operação, enriquecida com o ‘tempero’ local”,

afirma.

A Arena Fonte Nova ocupa uma área total de

116 mil m², dos quais 90 mil m² são dedicados à

arena multiuso. De arquibancadas são 36 mil m²,

totalmente cobertas, com previsão de conclusão

para o início de julho, assim como a estrutura

metálica do anel de compressão da cobertura.

A partir disso, serão colocados os cabos de aço

que farão a tensão da estrutura que cobrirá o

estádio. Também para julho está previsto o iní-

cio da fase de acabamento e, em outubro, come-

çarão a ser colocados os assentos e o gramado,

que terá dimensões de 108 m por 65 m. Ao todo,

serão utilizados 45 mil m³ de concreto, sendo

14 mil m³ em peças pré-moldadas e 31 mil m³

em peças moldadas no próprio canteiro.

Para auferir a qualidade da construção, a Are-

na Fonte Nova passou recentemente por duas

auditorias que lhes garantiram certificado inter-

nacional de qualidade e o título de Construção

de Arena Multiuso Padrão Fifa, chancelado pelo

Inmetro por meio da norma ISO 9001. A primeira

medição, que ocorreu entre os dias 23 e 27 de

abril, foi realizada pelo Bureau Veritas Certifica-

tion (BVC) para avaliar quesitos como ambiente

de trabalho, projetos de engenharia, controle

tecnológico dos materiais e produtos recebidos,

capacitação e qualificação do efetivo e controle

de documentos, entre outros itens. A segunda

avaliação ocorreu entre 21 e 25 de maio, efe-

ilustração mostra como será a Arena Pernambuco, que estará inserida na primeira Smart City da América Latina: novo vetor de desenvolvimento para o estado

Page 55: OI 161 pt2

tuada pela Fundação Vanzolini, para averiguar

a implantação de procedimentos e rotinas que

permitam realizar com o máximo de correção

todas as funções com o mais alto grau de acerto.

Legado pernambucanoPernambuco está aproveitando ao máximo a re-

alização da Copa do Mundo. Uma área a 19 km do

marco zero do Recife foi o local escolhido para abri-

gar a Arena do estado. A capital cresce em ritmo

acelerado e o adensamento de pessoas e veículos

vem gerando desafios que poderão ser superados

com a contribuição de um novo vetor de desenvolvi-

mento: a Cidade da Copa. Este é o nome da primei-

ra Smart City (Cidade Inteligente) da América Lati-

na, na qual a arena está inserida. De acordo com

Bruno Dourado, Diretor de Contrato da Odebrecht

Infraestrutura responsável pela obra, o estado sou-

be aproveitar a oportunidade para fortalecer ainda

mais o desenvolvimento da região metropolitana

do Recife por meio de ações em vários segmentos.

“Com a oportunidade da Copa do Mundo, Pernam-

buco está trabalhando para deixar um legado para

as futuras gerações. A população vai desfrutar de

melhorias na mobilidade urbana, investimentos

em hotelaria, entretenimento e segurança pública,

além de passar a ter uma das melhores e mais mo-

dernas praças esportivas do país, que será o cora-

ção da Cidade da Copa. Isso representa uma evo-

lução na qualidade de vida da população, e nós nos

sentimos orgulhosos com a participação da nossa

empresa nesse processo”, afirma.

A Arena Pernambuco, assim como a de Salva-

dor, abrigará muito mais que partidas de futebol. A

estrutura terá 46 mil lugares, 4.700 vagas de esta-

cionamento, 13 escadas rolantes, oito elevadores,

102 camarotes, em um total de 156 mil m² de área,

dos quais 24 mil m² são arquibancada. Para operar

o empreendimento, o Consórcio Arena Pernambu-

co, SPE formada pela Odebrecht Participações e

Investimentos e pela Odebrecht Infraestrutura,

contratou a americana AEG Facilities. A empresa,

líder mundial no setor de entretenimento, é res-

ponsável pela concepção e pelo gerenciamento

do LA Live, no centro de Los Angeles (EUA), e é

dona do Los Angeles Lakers (clube de basquete)

e do Los Angeles Galaxy (futebol). Opera mais de

100 arenas em 14 países, inclusive a O2 Arena, em

Londres, premiado como o melhor equipamento

indoor do mundo.

Segundo Marcos Lessa, Presidente do Consórcio

Arena Pernambuco, a associação com a AEG garan-

tirá a atração de nomes de peso do show business

mundial, fazendo de Pernambuco uma referência

nacional. “Se hoje, mesmo sem a estrutura que te-

remos em breve, já recebemos artistas do porte de

Paul McCartney, com a inauguração da Arena Per-

nambuco esses momentos de celebração deverão

se tornar cada dia mais frequentes.”

Além de toda a estrutura, a arena contará com

uma usina solar, implantada por meio de uma par-

ceria entre a Odebrecht Energia e o Grupo Neoe-

nergia. A usina terá capacidade de 1 MW, energia

suficiente para abastecer uma cidade de 6 mil ha-

bitantes, que alimentará, prioritariamente, a nova

arena e gerará crédito de carbono para o empreen-

dimento.

53informa

Page 56: OI 161 pt2

54 informa

DA CIDADEo caldeirão

54

Lance da partida final da temporada 2012 da NbA, na qual o heat sagrou-se campeão: festa em Miami

Page 57: OI 161 pt2

texto thais reiss

Casa do Miami Heat, atual campeão da NBA, o complexo American Airlines Arena pode ser configurado para receber diversos tipos de evento

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Page 58: OI 161 pt2

56 informa

et’s go Heat, let’s go Heat, let’s go Heat! En-

toado por mais de 20 mil torcedores na Ame-

rican Airlines Arena (AAA), o canto crescia a

cada passe, a cada arremesso, a cada ponto

do Miami Heat contra o Oklahoma City Thun-

der na partida final da temporada de 2012 da NBA, a pri-

cipal liga de basquate do mundo, na noite de 21 de junho.

Os fãs deliravam com os lances e os movimentos precisos

dos jogadores, em especial dos conhecidos como “Big 3”:

Dwayne Wade, LeBron James e Chris Bosh, que, ao lado

de seus companheiros, ergueram a taça de bicampeões.

Inaugurada em 31 de dezembro de 1999, com o Show

do Milênio da cantora Gloria Estefan, a AAA, casa do Mia-

mi Heat, campeão da NBA pela primeira vez em 2006, já

ambientou campeonatos de boxe, luta livre, artes mar-

ciais, tênis e ginástica olímpica, consolidando-se como

um dos principais complexos esportivos no sul da Flórida.

A arena, com 640 mil m2 de área construída e 112 m de

altura, tem capacidade para 23 mil torcedores e pode ser

configurada para acomodar diversos eventos. O complexo

já recebeu artistas mundialmente famosos como U2, Ma-

donna, The Rolling Stones, Lady Gaga e Paul McCartney,

e ícones brasileiros como Roberto Carlos e Ivete Sangalo.

Também já passaram por seus palcos espetáculos como

Disney on Ice, Blue Man Group, Latin Grammy Awards e

MTV Video Music Awards.

“Lembro-me até hoje da instalação do último viga-

mento. Foi incrível ver a magnitude daquela estrutura

de aço mantendo a cobertura do prédio, e os aparatos

suspensos utilizados na manutenção da iluminação, do

ar condicionado, das caixas de som...”, diz emocionado

Pablo Rodriguez, Responsável por Acabamentos na obra.

A construção da AAA foi marcada por diversos desa-

fios, como os impactos gerados por furacões e tempesta-

des tropicais, além dos cuidados em dobro relacionados

à preservação ambiental durante a obra de drenagem do

terreno, muito próximo à Baía de Biscayne.

As maiores exigências, entretanto, foram consequên-

cia de um cronograma extremamente ambicioso. A obra,

do tipo fast-track (sistema pelo qual o projeto é desenvol-

vido concomitantemente à sua construção), foi concluída

em 22 meses, apesar da necessidade de mudanças no

projeto ao longo da construção e do fato da equipe ter

apenas 30% dos desenhos no início da obra, situações

que fizeram parte de um contexto de realização do em-

preendimento em ritmo muito acelerado. “A superação

dos desafios só foi possível em razão do nosso excelente

relacionamento com cliente, projetistas e subempreitei-

ros. Lembro-me do clima de cooperação, da constante

troca de ideias e da postura proativa às necessidades da

obra, a fim de alcançarmos todas as metas, bem como

abordarmos e incorporarmos todas as mudanças requi-

sitadas”, diz Gustavo Lazaro, Responsável pelo Sistema

de Ar Condicionamento.

Pablo Rodriguez ressalta que o complexo foi entregue

dentro do cronograma proposto e que o alvará de ocupa-

ção foi emitido em tempo recorde. “Era algo que as auto-

ridades municipais não esperavam, por causa do porte do

projeto”, ele relembra.

Vivian Rojas-Keller, Responsável por Administração,

afirma que a recompensa pessoal e as amizades con-

quistadas são duradouras. “Éramos uma equipe muito

unida, e acredito que o espírito de servir foi o que nos fez

ser bem-sucedidos no programa como um todo. A satis-

fação de completar um projeto como esse e entregá-lo à

comunidade é ímpar.”

Steve Binford, Responsável pela Estrutura e que hoje

integra a equipe da Odebrecht em Nova Orleans, concor-

L

foto

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e

A American Airlines Arena e, na outra página, o estádio da Florida international university: conquistas da comunidade

Page 59: OI 161 pt2

57informa 57

da: “Foi um momento marcante na minha carreira e o

projeto mais gratificante do qual já participei. Sou louco

por esportes e sempre sonhei em construir um complexo

de ponta. Refiro-me com muito orgulho a essa obra há

mais de 12 anos”.

A AAA fica estrategicamente localizada no coração de

Miami, e contribuiu para a revitalização da área, dando

vida às propriedades adjacentes. A poucas quadras da

arena, encontram-se a famosa área turística de Bayside

e o teatro Adrienne Arsht Center for the Performing Arts

Center, também construído pela Odebrecht Estados Uni-

dos e inaugurado em 2006. Gustavo Lazaro observa que

a arena foi o início de uma nova fase da região, gerando

empregos não apenas na indústria da construção, mas

também no setor de serviços, devido ao surgimento de

novos edifícios residenciais, imóveis comerciais e espa-

ços gastronômicos.

Sempre buscando maneiras de ser mais eficiente em

termos energéticos e ambientalmente amigável, a AAA

foi certificada como edifício Leed pelo U.S. Green Building

Council. A certificação foi concedida com base no desem-

penho (e na melhoria) de sua operação. No caso da AAA,

isso significa eficiência no uso de água no paisagismo,

consumo de energia eficaz e estacionamento subterrâ-

neo (com redução da emissão de gases que retêm calor

na atmosfera), entre outros fatores.

Vivian Rojas-Keller ressalta: “Acredito que vivencia-

mos até hoje os efeitos perenes da construção da AAA.

Quem já visitou a arena e desfrutou do que ela tem a ofe-

recer, sabe o quanto a AAA proporciona uma experiência

intensa e com que força ela contribui para a polarização

da nossa comunidade”.

Estádio no campusA American Airlines Arena não foi a única instalação

esportiva construída pelas equipes da Odebrecht em

Miami. Houve outra que também teve (e continua tendo)

forte impacto na comunidade. Isso ficou claro, mais uma

vez, em 1º de outubro de 2011, quando 22.682 torcedo-

res apoiaram fervorosamente seus times no campus da

Florida International University (FIU). O Golden Panthers,

time de futebol americano da universidade, jogava contra

o Blue Devils, da Duke University, com recorde de públi-

co no estádio. Popularmente conhecido como “a jaula”,

por causa do nome do time (as “panteras douradas”), o

estádio foi construído entre 2007 e 2008 pela Odebrecht

Estado Unidos, no mesmo local onde ficava o antigo, de-

molido pela empresa.

“A abertura do estádio teve um grande impacto na co-

munidade. Além de ser uma das poucas universidades da

Flórida a ter seu próprio estádio, a FIU, com a inaugura-

ção da arena, proporcionou um novo motivo de orgulho a

dirigentes, corpo docente, alunos e atletas da instituição.

O esporte é capaz de unir as pessoas de uma forma muito

especial”, diz Carlos Nuñez, da Odebrecht. Ele passou de

Engenheiro de Projetos a Superintendente Geral durante

a obra.

Pete Garcia, Diretor Atlético da FIU, enfatiza: “A

Odebrecht construiu um estádio capaz de unir a comu-

nidade em vários tipos de eventos”. Ele diz que ter a

empresa como parceira foi a melhor decisão que to-

maram. “A obra foi finalizada dentro do cronograma

e do orçamento propostos. Foi uma experiência exce-

lente trabalhar com Gilberto Neves [Diretor-Superin-

tendente da Odebrecht Estados Unidos] e sua equipe.

Além da expertise que ofereceram, todos trataram o

estádio como se fosse seu!”.

Rudy Armenta, Diretor de Contrato da construção do

estádio, afirma com o mesmo entusiasmo dos tempos

de execução do projeto em Miami: “Foi uma experiência

inesquecível ajudar a construir um ícone como esse na

universidade na qual me formei!”.

Ace

rvo

Ode

brec

ht

Page 60: OI 161 pt2

58 informa

texto zaccaria Junior

Há cinco anos, de 13 a 29 de julho

de 2007, o Rio de Janeiro despontava

como palco de um dos eventos es-

portivos mais importantes do con-

tinente, os jogos Pan-Americanos,

em sua 15ª edição. O orçamen-

to da candidatura, o montante de

R$ 1,48 bilhão que englobava inves-

timentos e custos da organização,

trazia premissas orçamentárias que

estimavam a participação de cerca

de 25 mil pessoas, entre atletas, ár-

bitros e delegados, voluntários e jor-

nalistas credenciados, entre outros.

Colaborar com a realização dos jo-

gos Pan-Americanos era um desafio

para a Odebrecht e seus integrantes.

O envolvimento da empresa com

o megaevento começou em 2003,

quando o Comitê Organizador dos

jogos solicitou o apoio da empresa e

deu a largada para os preparativos

que tornariam a capital fluminense

apta a receber um evento de tama-

nha magnitude.

João Borba, Responsável por

Novos Negócios na Odebrecht In-

fraestrutura, relembra os fatos

com entusiasmo, como se tivessem

acontecido ontem. “O Pan foi muito

importante para a Odebrecht. Além

de termos enxergado a oportunida-

de de contribuir nas obras de infra-

estrutura e estádios, nos possibilitou

olhar para um novo tipo de negócio,

de encarar o esporte e o entreteni-

mento como um novo business”,

comenta.

O desafio da Odebrecht em parti-

cipar dos jogos Pan-Americanos foi

concretizado com a entrega à popu-

lação do Rio de Janeiro do Estádio

do Maracanã modernizado, um novo

Maracanãzinho (ginásio de espor-

tes), com ar-condicionado e quadra

de 800 m², e o Estádio Olímpico João

Havelange, o Engenhão, um dos mais

modernos do mundo, adequado a

competições do mais alto nível – é

um capítulo à parte na participação

da Odebrecht no Pan de 2007. O Está-

dio Olímpico é considerado um marco

da engenharia, especialmente pela

desafiadora construção de sua co-

bertura metálica, que, com mais de 4

mil t, passa a sensação de flutuar so-

bre o público, ao mesmo tempo que

protege da chuva e dissipa ruído e ca-

PROvA DE FOGOPreparativos para os jogos Pan-Americanos de 2007 mostraram a capacidade do Rio para sediar grandes eventos 58

MEMóRIA

Ace

rvo

Ode

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O estádio Olímpico João havelange em obras para o Pan 2007: projeto desafiador para o rio de Janeiro e para a Odebrecht

Page 61: OI 161 pt2

59informa

Page 62: OI 161 pt2

lor. Na parte superior, é sustentada

por quatro grandes arcos, a mais de

70 m de altura. A execução da co-

bertura não era, originalmente, tra-

balho da Odebrecht, mas a empresa

acabou assumindo uma parte dele e

entrou em campo para realizar aca-

bamento, instalações, automação

predial, bilhetagem, iluminação, ar-

-condicionado e telhas da cobertura,

entre outros itens constantes do edi-

tal da licitação.

Outra obra da Odebrecht no Rio

de Janeiro, também realizada para

servir ao Pan, foi o novo terminal de

embarque e desembarque do Aero-

porto Santos Dumont, no centro da

cidade, capaz de atender oito mi-

lhões de passageiros/ano.

O surgimento de um novo negócioQuando João Borba destaca a

ideia de um “novo business”, além

das obras de infraestrutura e os es-

tádios, ele se refere, em especial, à

liderança da Odebrecht na estrutu-

ração do processo de concessão do

Complexo do Autódromo de Jacare-

paguá, um projeto totalmente inova-

dor, desenvolvido para tornar o local

um dos mais modernos complexos

poliesportivos do mundo, e que sur-

giu a partir de um pedido de apoio do

Comitê Organizador para que se pen-

sasse em projetos que pudessem vir

a ser desenvolvidos na cidade.

“A partir de 2003, com nosso en-

volvimento nos preparativos do Pan,

comecei a ir para fora, conhecer o

que se fazia no mundo, com a visão

do esporte como um negócio, com

um olhar além da construção, o que

não era feito antes”, relata Borba.

“Comecei a pesquisar como funcio-

navam as arenas multiuso, o que se

fazia, como era possível ter um jogo

de hóquei no gelo pela manhã, por

exemplo, e à noite ter um show de

uma banda de rock. Foi aí que nas-

ceu o Rio Sport Plaza”, acrescenta.

O Rio Sport Plaza foi idealizado

para integrar, em um único local,

um complexo poliesportivo e outras

O Maracanã e o Maracanãzinho durante a reforma para o Pan-Americano e o Aeroporto Santos dumont então recém-ampliado: legado para a cidade

Page 63: OI 161 pt2

61informa

instalações no entorno, incluindo

empreendimentos na área de lazer e

entretenimento, hotéis e centros co-

merciais e de negócios. A área pre-

vista para a construção situa-se às

margens da Lagoa de Jacarepaguá,

na Barra da Tijuca, onde está atu-

almente o Autódromo Internacional

do Rio de Janeiro. “O conceito era

construir para os jogos, com nos-

sos recursos, uma arena multiuso,

um velódromo multifuncional e um

parque aquático e modernizar o au-

tódromo, que seria homologado pela

Federação Internacional de Automo-

bilismo para corridas da Fórmula 1.

Em contrapartida, a SPE (Sociedade

de Propósito Específico) do Rio Sport

Plaza teria o direito de explorar um

parque imobiliário que contaria com

hotel, shopping center, centro de

convenções, espaços destinados ao

lazer e entretenimento, além de edi-

fícios comerciais, em uma área total

de 900 mil m²”, ressalta Borba. Tudo

isso, ele salienta, seria desenvolvido

e construído com recursos próprios

da Odebrecht que, em contrapartida,

teria o direito de explorar comer-

cialmente a área pelo período de 50

anos. Para viabilizar os investimen-

tos, um project finance foi desenvol-

vido, tendo como carro-chefe a ven-

da de naming rights para o complexo

– uma equação que seria a grande

novidade para a época.

Parque OlímpicoA relação entre a novidade do

project finance, a falta de apoio po-

lítico, o prazo apertado para a reali-

zação do projeto e a complexidade

da estruturação acabaram não pos-

sibilitando sua concretização, mas a

semente já havia sido plantada. “O

tempo colaborou com a maturação

da ideia do projeto Rio Sport Plaza,

o que nos levou a investir hoje em

PPPs em um modelo muito pró-

ximo ao que foi pensado na época.

Pode-se dizer que a recente parti-

cipação na construção e operação

do Parque Olímpico é a evolução

daquela ideia”, afirma João Borba.

O Consórcio Parque Olímpico

Rio 2016, composto pela Odebre-

cht Infraestrutura, Andrade Gu-

tierrez e Carvalho Hosken, foi for-

mado para a participação em uma

licitação de projeto de PPP promo-

vida pela Prefeitura do Rio de Ja-

neiro para implantação, operação

e manutenção do Parque Olímpico

dos Jogos de 2016.

O empreendimento, com investi-

mento de R$ 1,5 bilhão, será cons-

truído no mesmo local onde, há oito

anos, havia sido idealizado o Rio

Sport Plaza. O complexo ocupará

uma área superior a 1 milhão de m²

e será composto de quatro ginásios

esportivos, dois estádios, 16 qua-

dras de tênis e uma arena olímpica

que incluirá o centro aquático e o

velódromo.

O projeto contempla ainda a

construção de equipamentos olím-

picos que formarão o legado dos

Jogos, incluindo três halls que abri-

garão competições de diversas mo-

dalidades e uma pista de atletismo.

Além disso, será construída toda a

infraestrutura do Parque Olímpi-

co, um centro de convivência, um

edifício comercial, que servirá de

Centro de Mídia para a maioria dos

20 mil jornalistas, e um hotel com

400 quartos. Principal complexo

esportivo das Olimpíadas de 2016,

o parque abrigará 15 modalida-

des esportivas e 11 paralímpicas.

“Certamente, outros investimentos

nesse tipo de parceria virão com o

tempo, consolidando a participação

da Odebrecht nesse business”, diz

João Borba.

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Page 64: OI 161 pt2

62 informa

texto eManuella soMBra fotos Fred chaluB

ENtRA EM CAMPOa matéria-primaDos antigos materiais, feitos de couro natural, até os equipamentos de hoje, produzidos com resinas termoplásticas, uma história de evolução tecnológica no esporte

62rolos de couro sintético produzidos pela Sintex: empresa fornece material para a fabricação de artigos esportivos de algumas das mais famosas marcas mundiais

Page 65: OI 161 pt2

63INFORMA 63INFORMA

a matéria-prima o início do século 20, elas eram feitas

de couro espesso, não possuíam tra-

vas e mais pareciam botas. A partir da

década de 1950, seus fabricantes des-

cobriram o couro de gado, que, mais

leve e maleável, permitia aos atletas mais agilidade

e maior controle da bola.

Conforme o futebol amadurecia, as chuteiras se mo-

dernizavam: no fi m dos anos 1950, Pelé usou modelos

de couro de canguru com travas que podiam ser troca-

das, que se adequavam aos diferentes tipos de grama-

do. Diego Armando Maradona experimentou as de sola

e trava de poliuretano, que pesavam 270 g, e Ronaldo

Fenômeno lançou moda com suas travas longitudinais

e cores chamativas. Hoje o supercraque Lionel Messi dá

nó em seus marcadores calçando modelos levíssimos,

de 150 g, feitos de couro e fi bra sintéticos.

“A evolução dos calçados esportivos foi gigantesca. A

produção setorizada de hoje permite aos fabricantes um

maior controle de qualidade”, explica Reginaldo Milbra-

dt, Presidente do Grupo Sintex, um dos cinco maiores

produtores de couro sintético do Brasil. Diariamente,

ele acompanha as diferentes fases de produção dos

materiais na fábrica localizada em Boraceia, município

pertencente a um estratégico polo calçadista no interior

de São Paulo.

Reginaldo detalha como funciona a linha de produ-

ção, sem tirar os olhos de uma imensa esteira de papel

moldável, onde um viscoso líquido negro é despejado.

Ali, esse líquido é espalhado, aquecido e depois resfria-

do, até se transformar em enormes rolos de couro sin-

tético preto, que logo são embalados e etiquetados. Em

meia hora, o líquido é substituído por outro, verde-cana,

e depois outro, prata, em um ritmo que precisa atender

à constante demanda dos clientes – algumas das princi-

pais marcas do mercado de artigos esportivos.

A Sintex fornece matéria-prima para fabricantes de

chuteiras, tênis, bolas e luvas de goleiro – o que corres-

ponde a 50% da produção total da fábrica, que também

atende o mercado calçadista. Tudo começa na mistu-

ra dos ingredientes. “É como executar uma enorme

receita de bolo: o leite é o plastifi cante, os ovos são os

pigmentos e a farinha é a resina de PVC”, compara Re-

ginaldo, com humor.

Mensalmente, de 75 a 120 t dessa “farinha” chega

à Sintex em caminhões da Braskem, responsável por

70% da resina de PVC fornecida à fábrica. Números que

N

Page 66: OI 161 pt2

64 INFORMA64 INFORMA

devem aumentar em razão da Copa das Confederações (2013) e da Copa do

Mundo (2014) que, segundo estimativa da Sintex, devem aquecer a produção

da fábrica em pelo menos 20%. A alta do dólar, por sua vez, deve contribuir

ainda mais para tornar o produto de fabricação nacional mais competitivo.

“Nossa produção está diretamente ligada ao consumidor fi nal. Se as

pessoas compram mais bola, teremos de produzir mais a resina de PVC”,

exemplifi ca Alex Ricardo Duarte, Gerente de Contas PVC da Braskem. Ele

explica que propriedades mecânicas do couro sintético – mais leve e re-

sistente que couro animal –, aliadas ao baixo custo em relação a outros

materiais, tornam o PVC um dos produtos mais requisitados pela indústria

esportiva.

Atenta às novas tendências e antecipando-se às demandas dos fabri-

cantes de artigos como tênis, chuteiras e bolas – cada vez mais preocu-

pados com o desempenho, o design e a durabilidade de seus produtos –, a

Braskem, maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, busca

soluções por meio de pesquisas, desenvolvimento de tecnologia e fi na sin-

tonia com seus clientes.

Resinas como o polietileno, produzidas pela empresa, tornam-se ma-

téria-prima para a fabricação de grama sintética – uma opção de gramado

de fácil manutenção e menos suscetível às condições climáticas. Insumos

como o butadieno se transformam em esteiras de academia, e solventes

como o tolueno viram adesivos para tênis de alta performance. E, contras-

tando com uma época em que os atletas vestiam camisas pesadas e shorts

de algodão, o cumeno é ingrediente para a produção do nylon utilizado na

confecção de uniformes.

Amsterdam ArenAEm outras frentes, a inovação exigida pela indústria esportiva é atendi-

da com soluções já conhecidas e testadas: tecnologia desenvolvida há seis

anos pela Braskem, a fabricação de plástico “verde” a partir do etanol da ca-

na-de-açúcar tornou-se protagonista do contrato fi rmado entre a empresa

e a Amsterdam ArenA, na Holanda. A partir dele, serão fornecidos em uma

primeira etapa 2 mil assentos feitos de polietileno de cana para a casa do

Ajax Football Club, clube de futebol que apresentou

ao mundo o genial Johan Cruyff.

“Trata-se de uma opção

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Page 67: OI 161 pt2

65INFORMA 65INFORMA

sustentável, que é produzir etileno a partir do etanol da cana”, afi rma Fabio

Carneiro, Diretor Comercial da Braskem para Negócios Renováveis. Além de

vir de fonte renovável – do etanol derivado do plantio da cana-de-açúcar –,

o etileno pode ser processado nos mesmos equipamentos que fabricam o

plástico convencional.

Na carona da preocupação global com a preservação dos recursos na-

turais, a iniciativa da Braskem foi tema de reportagem de destaque publi-

cada no site da CNN em fevereiro. De acordo com Carneiro, a perspectiva é

substituir todos os 54 mil assentos antigos do estádio holandês e viabilizar

esse tipo de alternativa em outros equipamentos esportivos do Brasil, a

exemplo dos estádios que sediarão a próxima Copa do Mundo.

É com os olhos voltados para a Copa que a indústria aposta suas prin-

cipais fi chas. E a Braskem já vem marcando presença nos preparativos

para o evento esportivo mais aguardado do planeta. Quem assistir à fi nal

da Copa do Mundo no Maracanã, em 13 de julho de 2014, desfrutará de uma

proteção metálica composta de resina hidrocarbônica licenciada e produzi-

da pela empresa no Polo Petroquímico de Santo André (SP).

A resina Unilene, que é exportada para países da Europa e para os Es-

tados Unidos, é um dos componentes de duas tintas fabricadas pela holan-

desa Akzo Nobel. Os Intergard 475HS e Interseal 670HS revestirão a cober-

tura e as estruturas metálicas do lendário estádio carioca, que vem sendo

reformado pelo Consórcio Maracanã Rio 2014, formado pela Odebrecht

Infraestrutura e pela Andrade Gutierrez.

“A Unilene tem como um de seus principais atributos a impermeabilida-

de à água, o que contribui para a maior proteção anticorrosi-

va das estruturas metálicas nas quais o revestimento

é aplicado. Para o fabricante, essa qualidade é

essencial na hora de tornar seu produto mais

competitivo”, avalia Arariboia Martins, Geren-

te Técnico da Akzo Nobel (Unidade M&PC

– Revestimentos Marítimos e de Proteção).

De acordo com ele, a multinacional negocia

a aplicação das mesmas tintas em outras

arenas que estão sendo construídas ou re-

formadas no país.

“É um tipo de resina

de grande aplicabilidade.

Está presente não só em tin-

tas, mas também em pneus de corrida, ade-

sivos para calçados esportivos, bolas de fu-

tebol...”, enumera Leonardo Fernandes,

Gerente de Contas Mercado Interno (MI)

Unilene na Braskem, deixando claro

que esses são apenas alguns entre

muitos exemplos.

Produção de couro sintético: matéria-prima utilizada pela Sintex é fornecida pela Braskem

Page 68: OI 161 pt2

66 informa

eu quero66elber Mateus: um dos jovens talentos da escolinha de beach Soccer do Pontal, em Maceió

Page 69: OI 161 pt2

67informa

eu queroE EU POSSO

riança, para sonhar, não precisa de mui-

to. Prova disso são dois projetos sociais

apadrinhados pela Braskem, que têm

proporcionado a cerca de 400 crianças

das periferias de Salvador e de Maceió

o sonho de chegar, um dia, a se tornar

atletas profissionais.

Em Salvador, a Braskem é parceira do Sesi (Serviço

Social da Indústria) no programa Atleta do Futuro, que

oferece 400 vagas em três modalidades – balé, futebol

e caratê – a jovens com idade entre 6 e 17 anos. Em

Maceió, a empresa apoia a Escolinha de Beach Soccer

do Pontal, que tem 43 alunos de 5 a 14 anos.

O Atleta do Futuro é abrigado pela Ação Social

do Mosteiro do Salvador, ONG que atende crianças

carentes dos subúrbios da capital baiana. A coor-

denação pedagógica é feita pela equipe do Sesi, e

a Braskem entra como empresa parceira – que, por

sua vez, possibilita a atuação conjunta entre Sesi e

Mosteiro - e supervisiona o projeto.

No balé clássico (primeira modalidade abraçada

pelo projeto, em 2010) 223 crianças estão matricula-

das. O apoio do Sesi ajudou a garantir a sobrevivên-

cia do curso, que já existia desde 2001, e a melhorar

a infraestrutura da sala de aula, que hoje tem cer-

ca de 50 m2 e é equipada com espelhos, barras de

apoio, aparelhagem de som e de iluminação e asso-

alho de madeira adequado.

“É um trabalho muito gratificante”, diz a professora

Ana Cristina Ferraz, formada em dança e credenciada

pela Royal Academy of Dance, de londres – cujo méto-

Cna Bahia, em Alagoas e em São Paulo, crianças ficam mais perto de realizarem o sonho de, um dia, se tornarem atletas profissionais

texto ricardo sangiovanni (Bahia E alagoas) E thErEza martins (são Paulo)

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Page 70: OI 161 pt2

68 informa

do, referência internacional em formação de bailarinos,

é seguido no Mosteiro. “Essas meninas chegam aqui

uns ‘patinhos feios’ e saem verdadeiros ‘cisnes’. A dan-

ça disciplina e educa”, afirma orgulhosa Ana Cristina.

Se os parâmetros forem a desenvoltura e a ele-

gância demonstradas por alunas como Deijane Gon-

çalves, 17 anos, a professora não exagera. Ao fim de

uma aula pública aplaudida por familiares das alu-

nas, a garota contou que a identificação com o balé

surgiu “logo de cara”, quando fez a primeira aula no

Mosteiro, há oito anos.

Deijane logo passou a cultivar o sonho de toda bai-

larina iniciante: ser aprovada nos testes do balé Bol-

shoi e se mudar para Joinville (SC), onde fica a sede

brasileira da companhia russa. Nas duas primeiras se-

leções, apesar da árdua preparação, não foi aprovada

– e chorou muito. Mas o desejo se realizaria em 2008,

quando, após uma audição do Bolshoi em Salvador, ela

finalmente foi indicada.

A temporada em Santa Catarina, porém, duraria

poucos meses, pois a estadia tinha que ser custeada

pelos pais da menina, que não tiveram condições de

bancá-la. Madura, ela soube compreender as dificul-

dades e voltou a Salvador, mas não parou de treinar no

Mosteiro nem desistiu da carreira de bailarina.

Moradora de Escada, subúrbio de Salvador, Deijane

acredita que o curso de balé “já salvou muitas pessoas”

da prostituição e do tráfico de drogas, comuns na re-

gião. Colega de Deijane até o final do ano passado, Gri-

maldo Oliveira Silva Filho, 17 anos, concorda. “É uma

atividade que nos mantém longe dessas coisas. Tenho

alguns amigos que foram para essa vida [do tráfico]”,

lamenta o jovem bailarino, morador do Alto de Coutos,

bairro vizinho.

Grimaldo começou a treinar aos 12 anos no Mosteiro.

Aprimorou-se tanto que, no início deste ano, foi aceito

numa companhia de dança da cidade, o Balé Jovem Sal-

vador. “Com o balé, passei a entender o que é cultura”,

diz ele, que não escapa do preconceito por ser homem e

dançar. “Eu não ligo: quando piso aqui no tablado, o res-

to fica lá fora, minha imaginação flui. É quando tenho a

certeza de que meus sonhos vão se realizar.” Ele sonha

alto: quer dançar na companhia russa Kirov.

Balé da bolaO sucesso da experiência com o balé clássico levou

o Sesi e a Braskem a estenderem o programa em 2012

deijane Gonçalves: perseverança para seguir a carreira de bailarina

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Page 71: OI 161 pt2

69informa 69informa

a outros dois tipos de “balé” - o da bola, com o futsal, e

o das artes marciais, com o caratê. O futsal tem cerca

de 40 matriculados, e o caratê, aproximadamente 50,

mas a meta é chegar a 120 em cada modalidade até o

próximo ano. As aulas começaram em março.

Alguns meninos, como o pequeno Salomão Brejeiro,

8 anos, gostaram tanto que praticam não apenas um,

mas os dois esportes. A mãe dele, a dona de casa Isa-

bel Brejeiro, 43 anos, diz que, em apenas três meses

de treinos, o garoto “já se desenvolveu muito”. E não

só como esportista: Salomão está mais engajado nos

estudos; afinal, só treina quem vai bem na escola, se-

gundo as regras do projeto.

“Gosto de caratê, mas quero ser jogador de futebol”,

diz Salomão, que, apesar de torcer pelo Bahia, sonha

mesmo em jogar “no time de Messi” - o Barcelona.

Desejo, aliás, compartilhado pelos colegas Carlos

Alberto Junior, 9 anos, Douglas Silva, 10, e Gessivaldo

Lima, 14. Habilidosos, eles têm se destacado nos trei-

nos e poderão ser indicados para as divisões de base de

clubes baianos, segundo o treinador Augusto Andrade.

“Mas o fundamental é o estudo”, salienta.

Escolinha de vidaA garotada da Escolinha de Beach Soccer do Pon-

tal, em Maceió, também tem os nomes dos craques do

Barça na ponta da língua. E, assim como os colegas

baianos, não podem descuidar dos estudos se quise-

rem seguir treinando.

A escolinha é capitaneada pelo ex-jogador de Beach

Soccer Rodrigo Willer, 30 anos. Morador do bairro do

Pontal, na periferia de Maceió, Willer montou a esco-

linha há dois anos, “para dar às crianças o que eu não

tive na infância”. Ele é integrante do Lagoa Viva, institu-

to criado pela Braskem e hoje parceiro da empresa em

projetos socioambientais.

Atualmente, ao todo, 43 meninos do bairro trei-

nam aos sábados os fundamentos do futebol de

areia, na quadra construída pela Associação de Mo-

radores com apoio da Braskem. Os pequenos atletas

se inspiram no vizinho de bairro e vice-artilheiro do

último Campeonato Brasileiro de Beach Soccer, Ta-

les Marcel, 25 anos. “Eu não tive essa oportunidade,

de treinar desde pequeno. Se vocês se dedicarem,

com certeza vão se tornar grandes jogadores, bem

melhores do que eu”, disse Tales, convidado espe-

cial da preleção à turminha.

Salomão e a mãe, isabel: desenvolvimento a olhos vistos

foto

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Page 72: OI 161 pt2

70 informa

Antes de a bola rolar, tem aula: uma mistura de

recreação com lições de respeito aos professores e

aos colegas, dicas de reciclagem e de uso racional da

água. Para envolver a garotada, Willer costuma apos-

tar refrigerantes com os alunos em divertidas dispu-

tas de pênaltis.

E, divertindo-se, as crianças assimilam melhor os

fundamentos do esporte. No jogo-treino contra a mole-

cada do bairro do Trapiche (outro bairro da periferia de

Maceió, que, porém, não tem a sorte de ter uma esco-

linha), os craques do Pontal – Everton Souza, 12 anos,

Elber Mateus, 12, e João Vitor Caetano, 13 – deram um

show não só de técnica individual, mas de consciência

tática coletiva. Placar final: 10 x 3. Goleada da cidadania.

Na piscina, com garoa e frioDe Maceió para São Paulo o clima muda, mas o de-

sejo de realizar sonhos é o mesmo. Nem mesmo a ga-

roa e o frio intenso do fim de uma tarde de outono desa-

nimaram as jovens participantes do grupo de natação

do Projeto Social Aceb-SP. Às 4h da tarde em ponto,

lá estavam elas, prontas para o primeiro mergulho e

o início do treino. Treino de atletas que deu a algumas

delas medalhas de campeãs.

É o caso de Nathália de Souza Giolo, 16 anos. Ela

participa da equipe de natação da Associação Cultural e

Esportiva Braskem (Aceb), em Santo André (SP), desde

os 11 anos. Já conquistou títulos nadando em piscinas e

em mar aberto. No ano passado, integrou a equipe que

levou o nome da Aceb-SP a Algarrobo, no Chile, para o

torneio anual realizado naquela que é considerada pelo

Guinness Book a maior piscina do mundo, com mais

de 1 km de comprimento, o equivalente a 20 piscinas

olímpicas oficiais. Nesse torneio, Nathália sagrou-se

campeã na categoria feminina juvenil.

“Foi uma experiência única. Conheci atletas reco-

nhecidos no Brasil e em outros países, pude ver como

treinam e ter um exemplo neles”, afirma. A Aceb-SP

esteve representada no torneio por 16 nadadores e pa-

trocinou a participação de cinco.

No mesmo grupo de Nathália, treinam as irmãs

Ana Carolina e Mariana da Costa Pires, de 9 e 11 anos,

respectivamente. No caso delas, a natação abriu as

portas para bolsas de estudos em uma escola parti-

cular da região. Quem conta a história é Marco Anto-

nio Pires, pai das meninas. “Elas estudavam em um

colégio municipal, mas minha esposa e eu queríamos

transferi-las para o ensino privado. A escola que nos

interessava oferece bolsa atleta para quem está apto a

disputar jogos esportivos pelo time interno. Elas quase

não sabiam nadar, mas se desenvolveram rapidamente

e, treinando na Aceb, conseguiram a matrícula, a bolsa

atleta e a participação no time da escola.”

Elo entre empresa e comunidadeO Projeto Social Aceb-SP foi criado em 2006, com

o objetivo de incentivar a inclusão social por meio do

esporte e de atividades educacionais. Além da natação,

Participantes do grupo de natação da Aceb-SP: acesso a bolsas de estudos

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an

Page 73: OI 161 pt2

71informa

o projeto oferece outras práticas, como futebol, bas-

quete, handebol e vôlei, aulas de música e recreação.

“A Aceb era subutilizada no período diurno, quan-

do a maior parte dos associados, integrantes da

Braskem, trabalha. Dessa forma, temos espaço e

tempo livres para atender às comunidades do entor-

no do Polo Petroquímico do Grande ABC, oferecendo,

por meio do projeto social, opções de lazer às pessoas

inscritas”, afirma Debora Hernandes Machado, ana-

lista de Relações Institucionais da Braskem, para as

regiões do ABC e de Cubatão.

A Associação está localizada praticamente em fren-

te às unidades produtivas PE 7 (polietileno) e Unib 3

(petroquímicos básicos) da Braskem em Santo André,

quase divisa com Mauá. Bairros populares cresceram

em áreas vizinhas e, assim, o projeto social foi criado

para atender essa população. “A Aceb é também um

elo entre os bairros da região e a empresa, um ponto

de encontro e de comunicação”, destaca Debora.

Mais de 500 pessoas dessa população vizinha, entre

crianças, jovens e público acima dos 60 anos, frequen-

tam a Aceb e usufruem de uma estrutura composta de

salas, áreas de recreação, piscinas e quadras. O ponto

alto das atividades é o esporte, por conta dos benefí-

cios que oferece e do interesse que desperta.

“A atividade esportiva ajuda o desenvolvimento da

criança e do adolescente, aprimora sua coordenação

motora, estimula a disciplina, a atenção, a responsa-

bilidade e a socialização, além, é claro, de fazer bem

à saúde em qualquer idade”, afirma Flávia Molla, pro-

fessora de educação física e coordenadora da equipe de

natação da Aceb.

Um dos requisitos para a inscrição no projeto social

é estar matriculado em escola de 1º ou 2º grau. O ou-

tro é manter vínculo com associações de bairro, pois as

inscrições no projeto da Aceb são feitas por meio delas,

cujas sedes também funcionam como ponto de encon-

tro das crianças e dos jovens, que são transportadas,

na ida e na volta, em ônibus fretados pela Braskem.

“Um monitor da associação comunitária sempre

acompanha os grupos”, informa Flávia.

Além do ônibus, a empresa também oferece uni-

forme e lanche aos participantes. O que Vinícius Nasci-

mento de Souza, 11 anos, torcedor do Santos, mais gos-

ta de fazer na Aceb é jogar futebol. “Em casa, não tenho

com quem brincar, fico jogando videogame”, afirma.

Vinícius de Souza: fascínio pelo futebol

Nathália Giolo: “Foi uma experiência única”

71informa

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Page 74: OI 161 pt2

72 informa

movimento

72 Partida de vôlei na ilha do Cabo, em Luanda: lazer e confraternização ao ar livre

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73informa

UM PAíS EM

movimento

Paixão pelos esportes, uma característica marcante do povo angolano, se manifesta nas praias, nas ruas e nas praças texto Eliana simonEtti fotos guilhErmE afonso

Page 76: OI 161 pt2

74 informa

a África, Angola é uma potência do

basquete: venceu 10 dos últimos 11

torneios de Afrobasket, o campeona-

to masculino continental que ocorre a

cada dois anos e é classificatório para

os Jogos Olímpicos e para o Mundial da modalidade.

O futebol mobiliza outra multidão no país. Grande

parte dos angolanos, de todas as faixas etárias, prati-

ca algum esporte.

Na Ilha do Cabo, em Luanda, onde equipes da Ode-

brecht Angola reformaram, ampliaram e moderniza-

ram a avenida, as calçadas e a sinalização, e também

instalaram equipamentos para a prática de esportes,

a frequência de pessoas é impressionante. “Os an-

golanos têm enorme prazer de desfrutar de locais

bem-cuidados, de promover seu bem-estar e dessa

forma, rapidamente se apropriam das áreas revita-

lizadas pelo projeto, ajudando inclusive na sua con-

servação”, diz Eduardo Badin, Diretor de Contrato do

Projeto Vias de Luanda, líder das obras realizadas na

Ilha do Cabo.

“Já vínhamos aqui jogar vôlei na praia antes que a

Odebrecht trouxesse redes. Agora nossa frequência é

maior”, diz Peterson Patrício, arquiteto de 33 anos que

encontra os amigos para praticar o esporte às terças e

quintas-feiras, após o trabalho, e aos sábados de ma-

nhã. Peterson, que participou dos confrontos armados

no interior do país e estudou na África do Sul depois de

completar o ensino médio em Benguela, nota com sa-

tisfação o aumento no número de pessoas que se exer-

citam nas praias e praças de Luanda. “Nosso povo está

a buscar resultados crescentemente positivos”, afirma.

Como leva o esporte a sério, Peterson deixa para ir

com as filhas à praia aos domingos, quando não joga com

os companheiros. Aos fins de semana, muitas famílias

aproveitam o espaço melhorado. Em meados de maio,

Wilson e Lara Cunha, empresários do setor de informá-

tica, caminhavam ali com o filho Ricardo, de um ano e

meio. Eles não moram perto da ilha, mas todos os dias,

às 5h da manhã, Wilson pode ser encontrado fazendo

seus primeiros aquecimentos antes da corrida e da mus-

culação que o deixam pronto e bem disposto para o dia a

N

Participantes do programa Vida Ativa e, na foto ao lado, Wilson e Lara Cunha com o filho ricardo: investimento na saúde e no bem-estar

Page 77: OI 161 pt2

75informa

dia. “A paisagem, os equipamentos instalados na beira da

praia, tudo nos convida a procurar uma saúde melhor, a

encarar a vida da melhor maneira”, diz ele.

Vida ativaA receptividade dos angolanos levou a Odebre-

cht, em parceria com o Governo Provincial de Lu-

anda, a dar um passo além. Aos finais de semana,

logo no começo da ilha, junto aos equipamentos de

ginástica, ficam um disc-jockey e um professor de

ginástica aeróbica disponíveis para os que queiram

fazer exercícios com orientação profissional. Os

candidatos passam primeiramente por uma tria-

gem: um técnico em enfermagem anota os dados

gerais de cada um: pressão arterial, batimentos

cardíacos e temperatura. Depois, podem juntar-se

àqueles que mexem braços e pernas, pulam e se

divertem no calçadão. “Chegamos a ter mais de 200

pessoas em aulas oferecidas às 7h da manhã do

domingo”, revela Virgínia Machado da Silva, Res-

ponsável por Programas Sociais e Relações com a

Comunidade do Projeto Vias de Luanda.

Esse programa de atividades físicas orientadas por

profissionais chama-se Vida Ativa. Foi lançado em

29 de janeiro e, em maio, contava com 1.800 inscri-

tos, a maior parte deles frequentadores das aulas de

aeróbica ou de uma das quadras de vôlei, basquete

e futebol disponibilizadas na área. “Sempre malhei

para ter o corpo em ordem, mas fazer ginástica com

orientação organiza as coisas, é mais eficiente”, reco-

nhece Manuel Fernandes, relações públicas em uma

empresa de consultoria, que caminha uma hora de

casa à ilha para participar das aulas nas manhãs dos

fins de semana.

Flávio José Mateus, aficionado por basquete: Angola é potência continental nesse esporte

Page 78: OI 161 pt2

A equipe do Vias de Luanda tomou outra iniciativa

bem aceita pelas comunidades da capital angolana.

Ao revitalizar vias, largos e calçadões de avenidas,

instalou quadras ou equipamentos de ginástica – o

que fosse mais adequado para o espaço e a região.

O resultado é notável. Em todos os fins de tarde, por

onde quer que se ande nessas áreas revitalizadas da

capital, há muita gente reunida. Não há equipamento

desocupado. Arborizados, calçados e cercados com

alambrados, os largos têm brinquedos para a crian-

çada e, sempre, ao menos meia quadra de basquete.

É assim com o Largo Cambambe, no bairro Cru-

zeiro, vizinho ao Bairro Operário. Flávio José Mateus,

19 anos, e Candido Antonio Gaspar Madureira, 17,

treinam basquete ali, haja ou não mais companheiros.

“Após as aulas, sempre nos encontramos na quadra

para treinar”, conta Flávio, cujo sonho é ingressar na

Força Aérea de Angola. Candido, que começou a jogar

basquete há quatro anos, já foi chamado para compor

a seleção sub-17 de Angola. “Desejo representar bem

meu país, ser reconhecido no exterior e poder jogar

entre os melhores, na liga de basquete dos Estados

Unidos”, diz ele, confiante. “Meu técnico diz que tudo

é possível, portanto, trabalho duro para realizar meus

sonhos”, completa.

Jovens em situação de riscoFlávio e Candido são primos. Eles e mais cinco jo-

vens vivem com dona Emília, mãe de Cândido, no Bair-

ro Operário. As condições de vida são difíceis, mas já

foram piores. Atualmente, todos frequentam a escola e

têm, pelo menos, uma atividade extracurricular. O mais

novo dos garotos, Ivanilson, 7 anos, também filho de

dona Emília, pratica capoeira em outra instalação, cujo

surgimento tornou-se possível com a contribuição do

Projeto Vias Estruturantes, executado pela Odebrecht

Angola: quadras esportivas construídas e repassadas à

irmandade Dom Bosco, que se dedica a promover pro-

jetos educativos em Angola.

A parceria entre a Odebrecht e a Congregação Sale-

diretores de contrato e outros integrantes da Odebrecht Angola no estádio Nacional de Ombaka, em benguela: uma experiência para se eternizar na memória e no coração

76 informa

Page 79: OI 161 pt2

77informa

siana de Dom Bosco em Angola completou 10 anos em

2011. A equipe do Projeto Vias Estruturantes construiu,

em 2011, oito quadras poliesportivas onde ocorrem, dia

e noite, atividades como futebol, basquete, vôlei, capo-

eira e ginástica olímpica, dirigidos a crianças e jovens

que vivem em situação de risco. “Apoiamos a iniciativa

porque acreditamos que o esporte é um meio para a

inserção dos jovens na sociedade, pois proporciona a

eles uma oportunidade, um caminho a seguir”, afirma

o Diretor de Contrato Tiago Britto.

A brasileira Larissa Cristina Ribeiro, professora de

ginástica voluntária em missões salesianas, está em

Angola há dois anos. Ela dá aulas de ginástica olím-

pica para crianças e adolescentes. É muito benquista

pelos alunos. “Todos gostam de aprender, de se sen-

tir queridos, de progredir. Nas atividades em que os

movimentos devem ser muito precisos é necessário

desenvolver atenção e disciplina. As mudanças que as

atividades físicas promovem nas crianças e nos jovens

fazem bem a eles e a todos nós”, ressalta Larissa.

Exercício dentro da empresaPara os integrantes da Odebrecht, fatos como

esses são conhecidos, compensadores e, também,

estimulantes. O cuidado com o corpo é uma das

obrigações dos trabalhadores que desejam estar

bem, a cada dia, para produzir o seu melhor. Em

todas as instalações da Odebrecht há uma quadra

de esportes ou uma sala de musculação que fun-

cione como fator de incentivo para as pessoas se

exercitarem.

Inédita foi a experiência que ocorreu em Bengue-

la, no litoral sul de Angola, no início de maio. Estava

agendada para ocorrer na cidade a reunião de coor-

denação mensal, com a participação de todos os di-

retores de contrato e todos os integrantes da OD (Or-

ganização Dinâmica) do DS (Diretor-Superintendente)

da Odebrecht Angola, Ernesto Baiardi, que também

esteve presente no encontro. Para encerrar o even-

to, a equipe da empresa em Benguela organizou uma

surpresa: uma partida de futebol no Estádio Nacio-

nal de Ombaka – palco de algumas partidas da Copa

Africana das Nações (CAN), realizada em 2010 –, com

direito a uniformes padronizados pendurados nos ar-

mários do vestiário, ingresso dos times no campo ao

som de Waka Waka (canção oficial da Copa do Mun-

do de 2010, na África do Sul), jogo mediado por uma

equipe de árbitros da Liga de Futebol de Benguela, e

entrevista no fim da partida.

O autor do primeiro gol do certame, Felix Augusto

Martins, Diretor de Infraestrutura no Sul de Angola,

que cuida de um novo projeto de mineração de ferro, é

fanático por futebol. Segundo ele, jogar em um estádio

profissional foi a realização de um sonho. “Foi muito

prazeroso perceber que não estamos unidos ao povo

angolano somente pelos aspectos culturais e pelo

idioma, mas também pelo amor e respeito ao espor-

te”, diz. Segundo Marcus Felipe de Aragão Fernandes,

Diretor dos Contratos de Benguela e Kwanza Sul, “o

melhor desse evento foi a convivência e a integração

das pessoas numa situação descontraída, de prática

esportiva”. José Carlos Pinheiro, o Zeca, Responsável

Administrativo e Financeiro, preparara, com apoio de

todos os integrantes da equipe da Odebrecht em Ben-

guela, a infraestrutura completa para a realização da

partida. Ele chegou a Angola em janeiro de 2011 e sen-

te-se em casa. “Fui diretor da liga de futebol da cidade

de Mundo Novo, na Bahia”, explica.

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78 informa

78

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luta

Page 81: OI 161 pt2

79informa

Em Macaé (RJ), adolescentes têm apoio para superar situações de risco socialtexto Júlio césar soarEs fotos marcElo Pizzato

Kemille de Jesus (à esquerda) e Agata de Oliveira: mais calma e equilíbrio

Page 82: OI 161 pt2

80 informa

aicon da Silva Fernandes, 17 anos, é

aluno do Colégio Municipal Botafogo,

em Macaé (RJ). Ele estuda pela ma-

nhã e pratica judô e caratê à tarde, na

escola. Morador do bairro Malvinas,

um dos mais carentes da cidade, Maicon viu no esporte

a possibilidade de escapar de um cotidiano de violência

e buscar um futuro de paz e crescimento. “Eu era um

cara brigão, que não levava desaforo para casa”, conta.

“Com as artes marciais, aprendi a me controlar, a ser

mais paciente e a ter a disciplina que tenho nas lutas”.

Agata Almeida de Oliveira e Kemille Peçanha de Je-

sus, também da mesma escola, têm histórias seme-

lhantes à de Maicon. Falam do dia a dia difícil da favela e

de como suas vidas passam por uma transformação há

pouco considerada improvável por muitos. “Deixamos a

rua e agora estamos seguros na escola”, explica Agata.

“Praticar artes marciais trouxe calma e equilíbrio”. Ke-

mille reforça: “Sou uma pessoa melhor hoje, mais aten-

ta às aulas e respeitosa com os funcionários da escola”.

Maicon, Agata e Kemille participam do Programa

Abrindo Espaços, iniciativa da Odebrecht Óleo e Gás

(OOG) com apoio da Unesco (o órgão da Organização

das Nações Unidas que atua com a educação) e da Se-

cretaria de Educação de Macaé. Localizada no norte do

estado do Rio de Janeiro, Macaé é conhecida por sua

pulsante indústria petrolífera. Empresas nacionais e

internacionais se estabeleceram na cidade e ajudaram

a transformá-la na oitava mais rica do país em 2006.

Contudo, mesmo mantendo bons números econômi-

cos desde então, o município ainda enfrenta grandes

desafios sociais.

Criado em 2007, dentro da estratégia de apoio à

superação de obstáculos e promoção da melhoria das

condições de vida de crianças e adolescentes, o Abrin-

do Espaços faz parte do Programa Escola em Ação, que

desenvolve ações com foco em educação, esportes,

lazer, qualificação profissional de jovens, geração de

renda, inclusão digital e educação ambiental, com es-

tímulo ao envolvimento comunitário e ao voluntariado.

A mudança de comportamento dos alunos que par-

ticipam do Programa Abrindo Espaços é enfatizada e

elogiada pela Diretora do Colégio Botafogo, Luiziana

Simões de Almeida. Há 15 anos no cargo, ela recor-

da de tempos difíceis: “Nossa escola mudou muito.

Não temos mais portas quebradas e desrespeito com

os funcionários. Os alunos sentem que esse espaço é

MMaicon Fernandes: em busca de um futuro de paz e crescimento

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Page 83: OI 161 pt2

81informa

patrimônio deles”. E acrescenta: “A parceria entre os

setores público e privado é essencial para que possa-

mos transformar a vida dessas crianças”.

Formação de cidadãos conscientesO Abrindo Espaços busca incluir a prática esporti-

va nos colégios como alternativa às comunidades com

pouco ou nenhum espaço de lazer disponível e como

contribuição para a superação de um cotidiano marca-

do pela violência. Já beneficiou mais de 19 mil alunos

de sete instituições de ensino e uma associação cultu-

ral ao longo dos seus cinco anos de existência. Baseado

nos quatro pilares da Educação elaborados pela Unesco

– “aprender a conhecer, a fazer, a conviver, a ser e a

transformar (a si mesmo e a sociedade)” –, o programa

busca formar não apenas atletas, mas, sobretudo, cida-

dãos conscientes do seu papel na sociedade.

“Quando não formo grandes atletas, formo grandes

professores, pessoas que vão passar o ensinamento

adiante e ajudar suas comunidades”, argumenta Paulo

Cesar Maillet, mestre de jiu-jitsu no Espaço Art e luz.

lutador há 17 anos e treinado pela tradicional Família

Gracie, Paulo é voluntário no programa.

“Não se trata do esporte pelo esporte”, diz Domi-

ciano de Souza, integrante do Programa de Sustenta-

bilidade da OOG. Principal canal entre a empresa e as

escolas, Domiciano, ou Domi, como é conhecido nas

comunidades de Macaé, acredita no potencial forma-

dor do projeto. “trabalhamos para formar cidadãos

conscientes, que entendam as necessidades das suas

comunidades e lutem para mudar o quadro atual”.

O apoio da OOG inclui o fornecimento de materiais

para a prática esportiva, o apoio às viagens que os

alunos fazem para disputar campeonatos e o envol-

vimento direto no planejamento, no monitoramento

e na avaliação das atividades e na articulação com a

comunidade e as famílias. A ideia principal pode ser

formar cidadãos, mas sem dúvida alguns alunos re-

velam ter “DNA” de futuros grandes atletas. É o caso

de Renan Souza Pereira, 16 anos, estudante da Escola

Engenho da Praia. Esguio e com quase 1,80 m de altu-

ra, demonstra técnica nos treinos de atletismo e pensa

em transmitir seus conhecimentos. “Quero ensinar

crianças que, assim como eu, não têm oportunidade

de praticar esportes”, diz. Ele também se imagina de-

fendendo o país no futuro. “Meu esporte predileto é o

futebol de salão e luto para um dia representar a sele-

ção brasileira”, revela.

Leonardo Campos (à esquerda) e ezequias rocha: cotidiano seguro e produtivo

Page 84: OI 161 pt2

82 informa

82 Inauguração da ETE em região do Rio de Janeiro quesediará diversas disputas das Olimpíadas de 2016 marca início de atuação daconcessionária Foz Águas 5

A TODA PROVAágua

texto alinE Brandão fotos mario grisolli

Page 85: OI 161 pt2

83informa

O líder comunitário Carlos renato Sampaio: um projeto para elevar a

autoestima da comunidade

Page 86: OI 161 pt2

84 informa

magine um filme em que histórias de vida

distintas se encontram em um determinado

momento. O cenário, o Rio de Janeiro, mais

precisamente a Zona Oeste, distante dos fa-

mosos cartões-postais de uma das mais be-

las cidades do mundo e com uma série de desafios

sociais e ambientais a serem superados. O enredo

tem como personagens os quase 2 milhões de ha-

bitantes da região e os atletas dos Jogos Olímpicos

de 2016. Celebridades da elite do esporte mundial

e pessoas comuns, heróis do cotidiano que suam a

camisa todos os dias, vão se cruzar em uma pelícu-

la feita para ter um final feliz.

No âmbito do Programa de Infraestrutura para

as Olimpíadas de 2016, a Prefeitura inaugurou em 5

de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, a Estação

de Tratamento de Esgoto (ETE) Constantino Arruda

Pessôa, em Deodoro. O evento marcou o início da

atuação da Foz Águas 5 – concessionária consti-

tuída pelas empresas Foz do Brasil e Saneamento

Ambiental Águas do Brasil (Saab) –, que será res-

ponsável pelos investimentos em infraestrutura e

operação do sistema de esgotamento sanitário por

30 anos da chamada AP-5 (Área de Planejamento

5) da capital fluminense (dividida em cinco grandes

áreas de planejamento urbano). A região, que com-

preende 48% do território do município, é composta

de 21 bairros e receberá, nas Olimpíadas, as provas

de hipismo, pentatlo e tiro, entre outras.

Mudança de vidaSe para os atletas é a oportunidade de mostrar

ao mundo o seu talento, para a população da re-

gião é a vez de ter acesso aos serviços de coleta e

tratamento de esgotos. O saneamento básico pode

mudar, e muito, a vida das pessoas. É o caso do

líder comunitário Carlos Renato Sampaio, o Cacá,

morador do bairro de Deodoro desde que nasceu,

há 39 anos. Formado em Educação Física e Serviço

Social, casado e pai de quatro filhos, ele passou

a maior parte da infância e da adolescência ten-

tando ganhar a vida como jogador de futebol. Aos

23 anos, pendurou prematuramente as chuteiras

e abriu uma escolinha para crianças e jovens da

região. Percebeu que o esporte é um importante

veículo de promoção social e, hoje, se dedica a for-

mar jovens atletas no Piscinão de Deodoro.

“Um bom atleta precisa ter saúde física e emo-

cional para conseguir superar seus próprios li-

mites. Para atingir alto rendimento, ele deve ter

um corpo forte e sadio e, sobretudo, autoestima”,

ressalta Cacá, que tem boas expectativas em re-

lação às melhorias que serão feitas na região em

virtude das Olimpíadas. “A ausência de saneamen-

to básico causa problemas de saúde, e as pessoas

têm dificuldade para formar uma boa imagem de

si mesmas, na medida em que ainda é frequente

a existência de esgoto a céu aberto”, argumenta.

“Teremos inúmeras facilidades perto da nossa

comunidade, novos acessos com rodovias, cons-

truções modernas, mas ainda nos falta o básico:

precisamos de serviços essenciais, como a coleta

e o tratamento dos esgotos. Muitos moradores ain-

da convivem com valas negras, e isso traz grandes

impactos à saúde da população”, ele acrescenta.

Em mais um projeto que confirma que o cami-

nho para a universalização dos serviços de água e

esgoto passa pela união de forças dos setores pú-

blicos e privados, a Foz Águas 5 investirá, ao longo

do período da concessão, mais de R$ 2,6 bilhões

I

Page 87: OI 161 pt2

85informa

para nos próximos 10 anos tratar 100% do esgoto

coletado das casas de 1,5 milhão de pessoas. Até

o início das Olimpíadas, deverão ser tratados 95%

dos esgotos coletados de 40% da população da re-

gião, com investimentos iniciais de R$ 600 milhões.

“É uma vitória fantástica para a Zona Oeste. São

essas intervenções que, de fato, qualificam o meio

ambiente e mudam a vida da gente”, disse o Pre-

feito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, no evento de

inauguração da ETE.

Pesquisas mostram que as melhorias no sane-

amento básico proporcionam uma cadeia de bene-

fícios socioeconômicos que vão da valorização dos

imóveis à economia de recursos para o sistema

público de saúde. Um estudo feito pela Fundação

Getulio Vargas (FGV) para o Instituto Trata Brasil

apontou que, em 2009, quase 70 mil crianças entre

0 e 5 anos foram internadas por diarreia no país e

quase 220 mil trabalhadores tiveram que se afas-

tar do trabalho por conta desse problema.

“Temos um grande desafio pela frente, mas com

os investimentos previstos e a expertise da Foz do

Brasil e da Saab estamos certos de que em bre-

ve os moradores da região já poderão perceber

os resultados positivos de nosso trabalho”, afir-

ma Fernando Bessa, Presidente da Foz Águas 5.

“A iniciativa da Prefeitura de priorizar a Zona Oes-

te na ampliação do acesso ao saneamento básico

por meio de um modelo de concessão e a parceria

com a Nova Cedae [companhia estadual responsá-

vel pelos serviços de água e esgoto do Rio] para a

gestão comercial do fornecimento de água poten-

cializarão os ganhos econômicos e sociais que esta

região obterá com as Olimpíadas de 2016.”

Além dos benefícios em termos de qualidade

de vida e preservação ambiental, o serviço pro-

porcionará a curto prazo mais eficiência e rapidez

no atendimento e na prestação do serviço de es-

gotamento sanitário. A expectativa é que, com a

estruturação e o desenvolvimento do sistema, os

jovens da região possam, além de assistir aos Jo-

gos Olímpicos em uma comunidade com infraes-

trutura, ter melhores condições de se tornar os re-

presentantes do Brasil em futuras olimpíadas.

Fernando bessa e a ete: potencialização dos

ganhos econômicos e sociais para a região

Page 88: OI 161 pt2

86 informa

niciativa concebida para estimular a prática esporti-

va, a Corrida e Caminhada Odebrecht, realizada pela

primeira vez em 2007, já faz parte do calendário da

Organização. O evento, sob a responsabilidade da

Área de Apoio à Saúde do Escritório de São Paulo,

surgiu como parte da programação comemorativa ao Dia

Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril.

Realizada duas vezes por ano, sempre aos sábados, no

Parque Villa Lobos, em São Paulo, a Corrida e Caminhada

Odebrecht – que reúne integrantes dos vários negócios da

Organização e seus familiares – procura demonstrar como

determinadas ações podem levar ao aprimoramento do

bem-estar: atividade física, alimentação saudável, recre-

ação infantil, lazer, descontração, música, convívio entre

amigos e familiares e contato com a natureza.

O desafio de vencer o sedentarismoA programação tem início com as orientações de

educadores físicos da Assessoria Esportiva MPR, par-

ceira do evento, que abordam a importância da prática

de esportes para a saúde. Em seguida, uma sessão de

alongamento garante a preparação de todos os partici-

pantes para os exercícios físicos. De acordo com a prefe-

rência e o preparo de cada pessoa, são formados grupos

para caminhada leve, caminhada rápida, trote e corrida.

O final das atividades é marcado pela apresentação do

Coral formado por integrantes da Organização e por um

café da manhã composto de alimentos saudáveis.

Estatísticas levantadas pela Área de Apoio à Saúde

mostram que o sedentarismo atinge cerca de 55% dos

integrantes. “Precisamos conscientizar as pessoas de que

a melhoria do estilo de vida é fundamental para a manu-

tenção da saúde e para a prevenção das doenças”, afirma

Alice Sawamura, Enfermeira do Trabalho na Organização.

Desde a estreia, a Corrida e Caminhada tem registra-

do aumento contínuo do número de participantes. Eram

ICorrida e Caminhada Odebrecht reúne integrantes e familiares para celebrar

o esporte e cultivar o bem-viver

ISSO AQUI É BOM

demais

86

texto rEnata mEyEr

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87informa

200 pessoas em 2007, e a última edição, ocorrida em 14

de abril de 2012, teve cerca de 1.900. Neste ano, o even-

to ocorreu também em Brasília, iniciativa da Odebrecht

Realizações Imobiliárias (OR), e em Salvador, sob res-

ponsabilidade da Braskem.

Frequentadora assídua da Corrida e Caminhada

Odebrecht, Galbênia Costa, que integra a equipe de

Pessoas e Organização da Odebrecht S.A., participou

de quase todas as edições do evento. Adepta da prática

de esportes, ela faz questão de levar o marido, Jomar,

que também é integrante da Organização. “Essa é uma

oportunidade especial para confraternizar com os cole-

gas e conhecer seus familiares. O evento proporciona

um momento ímpar de descontração e integração, im-

possível na correria do dia a dia”, afirma.

Uma equipe de treinadores e recreacionistas presta

atendimento aos participantes, com supervisão da equi-

pe da Área de Apoio à Saúde. Nos últimos dois eventos,

um líder da Organização foi convidado a transmitir uma

mensagem de sustentabilidade. “Temos muita sorte de

trabalhar em uma Organização que pensa seriamente em

sustentabilidade”, disse Marcelo Arantes, Responsável por

Apoio ao Empresariamento (RAE) Pessoas e Organização,

Tecnologia da Informação e Suprimentos da Braskem,

na última edição da Corrida e Caminhada Odebrecht. Na

ocasião, todos os participantes receberam sacolas da ETH

Bioenergia produzidas com o plástico “verde” da Braskem.

Segundo Galbênia Costa, o grande desafio das empre-

sas é conectar o tema Saúde à estratégia de cada negócio

como fator de geração de valor. “Programas como esses

devem ser incentivados e vistos como investimento, pois

contribuem para a melhoria da qualidade de vida dos in-

tegrantes e para o consequente aumento da produtividade.

Além disso, estimulam a prática de hábitos saudáveis, pro-

porcionam a criação de uma cultura de saúde e colaboram

para um mundo mais sustentável”, argumenta.

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Galbênia Costa e o marido Jomar: cultura de saúde. Ao lado integrantes da braskem fazem aquecimento e, abaixo corrida no Parque Villa Lobos: combate ao sedentarismo

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88 informa

ARGuMENTO

88

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89informa

ESPORtE E INClUSãO SOCIAlEm Macaé (RJ), um exemplo de como a prática esportiva pode contribuir para a construção de vidas cidadãs

Marco Aurélio Fonseca é Responsável por Sustentabilidade na Odebrecht Óleo e Gás (OOG)

prática de esportes, além dos benefícios

para corpo e mente, é uma importante fer-

ramenta de socialização, e os motivos que

levam crianças e adolescentes a praticarem uma

determinada atividade desportiva são muitos. Seja

a oportunidade de fazer novos amigos ou a vontade

de superar suas próprias limitações, quem prati-

ca uma atividade física reconhece sua importância

para a melhoria da capacidade motora e cognitiva

e, por vezes, serve de incentivo para aqueles que

estão em volta.

O Programa Abrindo Espaços, parte do Progra-

ma Escola em Ação, uma iniciativa da Odebrecht

Óleo e Gás (OOG) em parceria com a Unesco e a

Prefeitura de Macaé (RJ), oferece, desde 2007, ati-

vidades esportivas como atletismo, judô, capoeira e

hóquei a crianças e adolescentes de escolas muni-

cipais de comunidades carentes da região. Nos fins

de semana, essas escolas são abertas, e voluntá-

rios das próprias comunidades participam das au-

las, que têm atraído cada vez mais alunos.

Os benefícios são reconhecidos por familiares,

professores, diretores das escolas e, principal-

mente, pelos jovens participantes do projeto, que

veem seu rendimento escolar, sua concentração e

sua sociabilidade melhorarem significativamente.

Por meio das aulas, os alunos têm a oportunida-

de de se reunir, trocar experiências e melhorar a

capacidade física e mental. Em comunidades onde

não há espaços de lazer disponíveis, a abertura das

escolas nos fins de semana representa, muitas ve-

zes, a única oportunidade para crianças e adoles-

centes desses locais conviverem.

À diminuição da evasão escolar soma-se o re-

conhecimento e a valorização do espaço escolar.

Isso pode ser medido com a diminuição e a me-

lhoria da conservação das escolas participantes do

Abrindo Espaços. Além disso, os jovens que fazem

parte das atividades esportivas servem de espelho

para os demais, que passam a ver as conquistas al-

cançadas e desejam participar delas também. São

medalhas e campeonatos conquistados por crian-

ças e adolescentes que, em sua maioria, nunca ha-

viam saído de Macaé ou mesmo realizado alguma

atividade esportiva anteriormente. Assim, ao ve-

rem esses resultados e a maior sociabilidade entre

quem participa das atividades, os de fora passam a

querer entrar nos grupos também.

Contudo, não são apenas os jovens e seus fa-

miliares os únicos que se beneficiam da prática

de esportes. A sociedade também sai ganhando.

Com a promoção de atividades esportivas, todos

ganham. Além da redução do vandalismo nas

escolas, há também a diminuição do número de

jovens envolvidos em ambientes e grupos pauta-

dos pela violência e pelo tráfico e uso de drogas.

A OOG entende que, ao contribuir para a melho-

ria da qualidade de vida nas comunidades em que

está inserida, está investindo na inclusão social

dos jovens (especialmente) e apoiando seu cresci-

mento e sua adaptação à vida adulta.

A

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90 informa

Page 93: OI 161 pt2

91informa

92

veja a seguir reportagens sobre realizações recentes das equipes da Organização Odebrecht no Brasil e no mundo

No Baixo Sul da Bahia está em andamento a implantação de

um modelo de turismo agrícola, ecológico e sustentável

luiz de Mendonça, líder Empresarial da Eth, fala do ritmo

acelerado de crescimento da empresa

Defesa e tecnologia: a contribuição da Odebrecht para a

proteção dos ativos do país

Gente: Rafela Araújo, Sílvio Freitas e Bruno Gonçalves falam

de seu dia a dia e de suas paixões

&PESSOASNOTíCIAS

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Page 94: OI 161 pt2

92 informa

Trilhas para novos mundos

Desenvolvimento sustentável

texto gaBriEla vasconcEllos fotos almir Bindilatti

Em meio às belezas da

Mata Atlântica, os chei-

ros se confundem: pés de

tangerina e canela preenchem o

ar e tornam a trilha ainda mais

exuberante. Árvores seculares

rodeiam cada passo, acompa-

nhadas pelos cultivos de dendê

e piaçava, característicos do Bai-

xo Sul da Bahia. Nesse cenário,

tem início o Roteiro Turístico

Ecoétnico, que está sendo estru-

turado na região pelo Instituto de

Desenvolvimento Sustentável do

Baixo Sul da Bahia (Ides).

A proposta é que os visitantes

sejam recebidos por agriculto-

res como Juvenal Divino, mora-

dor da comunidade Rio das Ma-

tas, localizada em Taperoá (BA).

Pequeno produtor, ele guia, há

quatro anos, grupos interessa-

dos em conhecer modos de vida

de populações rurais. “Enquan-

to caminho pela roça vou falan-

do sobre as diferentes culturas,

mostro na prática o conhecimen-

to que tenho”, conta. Para Divino,

o turismo é uma oportunidade

de incrementar a renda da famí-

lia. “Recebo uma diária e muitas

gorjetas”, brinca.

O fim da trilha com o agricul-

tor revela um presente: o Rio das

Almas, que corre sem pressa

pelos municípios baianos de Ta-

peroá e Nilo Peçanha. Em suas

águas, os turistas têm a possi-

bilidade de praticar tirolesa e

rafting (descida em corredeiras

utilizando botes infláveis). O pri-

meiro dos três dias de viagem

que contemplam o roteiro, reali-

zado em parceria com a agência

Ativa Rafting e Aventuras, chega

ao fim na pousada Rio das Matas,

onde é possível dormir ao som

dos pássaros.

Logo após o amanhecer do

segundo dia, é o momento de co-

meçar a vivenciar a cultura local

de Nilo Peçanha (localizada a 284

km de Salvador). A primeira para-

da é na sede da Cooperativa das

Produtoras e Produtores Rurais

da Área de Proteção Ambiental do

Pratigi (Cooprap), que comerciali-

za peças de artesanato, vassouras

e biojoias produzidos com fibra de

piaçava pelos moradores da re-

Roteiro Turístico Ecoétnico: um novo vetor de desenvolvimento para o Baixo Sul

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93informa

gião. Assim como o Ides, a Coo-

prap é uma instituição ligada ao

Programa de Desenvolvimento e

Crescimento Integrado com Sus-

tentabilidade do Mosaico de Áreas

de Proteção Ambiental do Baixo

Sul da Bahia (PDCIS), apoiado

pela Fundação Odebrecht.

A viagem segue. Na comuni-

dade quilombola de Jatimane,

os turistas têm a oportunidade

de conhecer mais um pouco da

rotina de trabalhadores da zona

rural, como Miltaides do Rosário,

nascido e criado ali. Dono de um

restaurante às margens do Rio

Jatimane, Miltaides oferece pas-

seios de canoa e visitas a cacho-

eiras. “Organizando o turismo,

sei que vamos crescer. Já recebi

consultores do Sebrae (Serviço

Brasileiro de Apoio às Micro e

Pequenas Empresas) para fazer

o diagnóstico e levantar as nos-

sas necessidades”, relata.

De acordo com Márcia Mattos,

Líder da Aliança Cooperativa do

Turismo do Ides, esse tem sido

o papel da instituição. “Estamos

apoiando as comunidades a ar-

ticularem parcerias que con-

tribuam para o aprimoramento

do roteiro Ecoétnico. Buscamos

cursos de qualificação profissio-

nal e apoio à comercialização.

A ideia é podermos realizar as

adaptações para atrair mais pes-

soas”, salienta.

A parceria com o Sebrae foi

iniciada em 2011, quando o rotei-

ro Ecoétnico foi selecionado pelo

Projeto Talentos do Brasil Rural.

A iniciativa é fruto da integração

entre os Ministérios do Desenvol-

vimento Agrário, do Turismo e do

Meio Ambiente, do Sebrae e da

Agência de Cooperação Alemã,

Juvenal divino: “enquanto caminho pela

roça vou falando sobre as diferentes culturas”

Miltaides do rosário:

“Sei que vamos crescer”

Page 96: OI 161 pt2

94 informa

que está incentivando a inserção

de produtos e serviços da agri-

cultura familiar no turismo.

Zenilda do Rosário, também

moradora de Jatimane, já conta

com o apoio do Sebrae. A maris-

queira, além de participar de ca-

pacitações, recebe consultoria

para o seu Restaurante Quilom-

bola Pedro Sorriso, nome dado em

homenagem ao marido. Com isso,

realizou mudanças na estrutura e

na organização do estabelecimen-

to. “Aprendi um pouco em cada

reunião. Assim estamos virando

referência na região. Muitos vêm

de outros lugares para almoçar”,

diz ela, que foi convidada pelo Se-

brae para compartilhar sua expe-

riência em um evento no Rio Gran-

de do Sul. “Lá vou contar sobre o

meu pirão, meu peixe defumado e

minha moqueca, minhas especia-

lidades.”

Após saborear os pratos pro-

duzidos por dona Nida, como é

conhecida, o segundo dia do ro-

teiro tem fim na Praia do Pratigi,

localizada no município de Itu-

berá (BA). Com aproximadamen-

te 15 km de extensão, a praia é

quase deserta, ocupada apenas

por algumas barracas.

Um novo olharPara dar continuidade à des-

coberta da cultura local, no ter-

ceiro e último dia o turista tem

a oportunidade de visitar a sede

do grupo folclórico Zambiapun-

ga, ter aulas de percussão com

o grupo Olopunga e de capoeira

com o grupo Capoarte. “Nos uni-

mos pelo Baixo Sul, aqui mos-

tramos nossas tradições. So-

nhávamos com isso e agora está

se tornando realidade”, destaca

Walmorio do Rosário, Presiden-

te do Zambiapunga de Nilo Pe-

çanha.

Segundo Liliana Leite, Di-

retora Executiva do Ides, o Ro-

teiro de Turismo Ecoétnico é o

primeiro passo para consolidar

uma prática diferenciada. “O

turismo de sol e praia já está

materializado na região. Preci-

samos aproximar os visitantes

da cultura local e fortalecer

o protagonismo comunitário,

com o desenvolvimento de uma

consciência que traz como base

estruturante a sociobiodiversi-

dade”, argumenta. “Buscamos o

convívio harmônico com a natu-

reza, com preservação da identi-

dade cultural dentro de um pro-

cesso produtível e sustentável

para, dessa forma, consolidar

o agroecoturismo e proporcio-

nar renda complementar para a

unidade-família”, acrescenta.

Zenilda do rosário: “estamos virando referência”

Page 97: OI 161 pt2

95informa

Organização

O chamado das novas fronteiras

texto luciana lana foto dario dE frEitas

Com quase 6 mil m de alti-

tude, o Monte Kilimanja-

ro, no norte da Tanzânia,

perto da fronteira com o Quênia,

é o ponto mais alto do continen-

te africano. Antigo vulcão, tem o

topo coberto de neve e é rodea-

do por savana. Foi nesse lugar

fascinante e desafiador que veio

à mente do engenheiro Luiz de

Mendonça, pela primeira vez, a

ideia de ser o Líder Empresarial

da ETH Bionergia.

“Eu estava de férias, subindo o

monte com meus filhos, quando

fiquei sabendo da oportunidade

que se abria na ETH”, conta Luiz.

Ele refletiu sobre sua trajetória

profissional dentro da Organiza-

ção e achou que era hora de en-

carar um novo desafio. Na época,

ele ocupava o cargo de Vice-Pre-

sidente da Unidade de Negócios

Internacionais e Negócios Verdes

da Braskem.

Com 10 anos de trabalho na

Organização Odebrecht, Luiz vol-

tou do Kilimanjaro para encarar

um desafio de proporções se-

melhantes à subida do monte: a

ETH é uma empresa nova, com

crescimento significativo nos últi-

mos anos e enorme potencial de

expansão. Atuando na produção e

Luiz de Mendonça tem a missão de liderar a ETH em sua trajetória de crescimento

Luiz de Mendonça: “Nossa intenção é dobrar a capacidade instalada da empresa até 2020”

Page 98: OI 161 pt2

96 informa

comercialização de etanol, energia

elétrica e açúcar para os mercados

nacional e internacional, a empre-

sa tem como meta se tornar a líder

brasileira na geração de energia

limpa e renovável. Atualmente,

conta com nove unidades indus-

triais – duas adquiridas e sete pro-

jetos greenfield (iniciados do zero),

nos estados de Goiás, Mato Gros-

so, Mato Grosso do Sul e São Pau-

lo, e tem 15 mil integrantes.

“As unidades agroindustriais

da ETH são referência no setor.

Descarregamos um treminhão

(espécie de trem rodoviário) por

minuto. Mas não é isso o que

impressiona alguém que vem da

petroquímica. Quando visitei pela

primeira vez uma frente agrícola

da ETH, entendi a complexida-

de da operação: para descarre-

gar um treminhão por minuto

é preciso um esforço enorme e

sinergia impecável, envolvendo

plantio, colheita, programação

de tratores, caminhões, pesso-

as, troca de turnos, alteração

de clima e uma série de aspec-

tos logísticos”, enfatiza Luiz, que

acrescenta: “Este é o momento

em que a ETH começa a atingir

uma estabilidade. Até aqui, a em-

presa integrou, em média, cerca

de 3 mil pessoas a cada ano, e

encerrou 2011 com a conquista

de 100 mil novos hectares plan-

tados. Agora é hora de aprimorar

todos os nossos processos”.

“Plantar melhor” é o primeiro

passo, segundo Luiz de Mendon-

ça – e isso significa planejar, tra-

tar o solo, replantar o que for ne-

cessário, arrendar novas terras,

entre outras iniciativas. Uma das

metas é reduzir o custo do plantio

dos atuais R$ 5.600/hectare para

R$ 4.300/hectare.

Capacidade de moagemCem por cento mecanizadas, as

nove unidades que compõem os

cinco polos produtivos da empre-

sa têm capacidade de moagem de

40 milhões de toneladas de cana,

para gerar 3 bilhões de litros de eta-

nol e 2.700 Gwh de energia elétrica.

Entretanto, para atingir essa produ-

ção, é preciso investir nos canaviais

e acrescentar a cada ano, até 2014,

100 mil novos hectares plantados.

Em 2011, foram moídos 13 milhões

de toneladas de cana. Para este

ano, a previsão de moagem é de

20 milhões e, para 2013, de 29 mi-

lhões de toneladas de cana.

“Nossa intenção é dobrar a

capacidade instalada da ETH até

Page 99: OI 161 pt2

97informa

2020, ano ao qual pretendemos

chegar sendo capazes de realizar

a moagem de mais de 80 milhões

de toneladas de cana”, adianta

Luiz. Para chegar a esse patamar,

serão necessários novos projetos

greenfield, aquisições e associa-

ções, e Luiz tem por base a avalia-

ção positiva do mercado: só para

atender a demanda nacional de

etanol será preciso duplicar a pro-

dução. Há também uma série de

projetos em estudo com empre-

sas parceiras. Com a Braskem,

por exemplo, está sendo discu-

tida a implantação de uma nova

unidade de polímeros “verdes”

acoplada a uma unidade da ETH.

Com empresas de biotecnologia,

está sendo avaliada a produção do

chamado etanol de segunda ge-

ração (feito a partir do bagaço da

cana) e também o desenvolvimen-

to de produtos químicos diversos

a partir do caldo da moenda (óleos

graxos para as indústrias cosmé-

tica e de lubrificantes).

Não fosse bastante, existem

ainda projetos no exterior. Em

Angola, a ETH apoia a construção

de uma usina de açúcar, com 32

mil hectares e capacidade para

produzir 2 milhões de toneladas

do produto. Na América do Sul,

a equipe de Desenvolvimento

de Negócios da empresa estuda

oportunidades na Colômbia, no

Peru e no México.

Do desenho de um canavial

à luminosidade necessária para

o crescimento da cana, Luiz de

Mendonça diz que tem muito a

aprender sobre seu novo mercado

de atuação. “Até que as explosões

solares descalibravam o GPS das

colhedeiras eu fiquei sabendo”,

brinca. Mas o que mais o atrai, diz,

é o desafio de recrutar pessoas,

capacitá-las e engajá-las, além de

contribuir para o desenvolvimen-

to das comunidades. “A ETH está

explorando novas fronteiras agrí-

colas. Quando chegamos a uma

cidade, além de gerar cerca de

3 mil oportunidades diretas de tra-

balho, transformamos a vida das

pessoas, investindo em educação,

saúde, infraestrutura e inclusão”,

afirma Luiz. Ele acrescenta: “O

que mais impressiona é que tam-

bém levamos às comunidades

uma nova forma de pensar. Hoje,

nossos integrantes são empre-

sários, todos já conhecem a TEO

(Tecnologia Empresarial Odebre-

cht). Em tão pouco tempo, fizemos

um excelente trabalho de acultu-

ramento, e isso é um grande moti-

vo de orgulho para nós”.

unidade da eth em eldorado (MS): oportunidades diretas de trabalho e investimentos em educação, saúde, infraestrutura e inclusão social

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Page 100: OI 161 pt2

98 informa

um tema soberanoCriada em 2011, a ODT concentra todas as iniciativas da Organização em um setor fundamental para o crescimento do país

Defesa e Tecnologia

texto Fabiana Cabral

O Brasil é o quinto maior

país do mundo, ocupa 47%

da América do Sul e tem

uma geografia privilegiada. Possui

23 mil km de fronteiras, sendo mais

de 15.700 km terrestes – com 10

países vizinhos – e 7.300 km maríti-

mas. Com geologia, relevo, clima e

vegetação variados, o território bra-

sileiro é conhecido por sua ampla

biodiversidade, grandes reservas

hídricas e potencial energético. O

país agora se prepara para explorar

a “Amazônia Azul”, área de cerca

de 4.500 km2 onde se encontram,

entre outras riquezas, as reservas

do pré-sal.

Recentemente, o Brasil deu

mais um importante passo para

consolidar seu papel no cenário

geopolítico internacional, partici-

pando, como líder, de intervenções

militares no Haiti e do Comando da

Frota das Nações Unidas, na costa

do Líbano.

Nos últimos 30 anos, porém,

poucos investimentos foram reali-

zados para a proteção do território

nacional. Tornou-se necessário,

então, atualizar os sistemas de

defesa e segurança, assegurar a

soberania da nação e resguardar

fronteiras, riquezas, população e

democracia. Iniciou-se a criação

de uma indústria de defesa nacio-

nal autônoma e tecnologicamente

independente. “Uma indústria de

defesa sólida gera desenvolvimen-

to de novas tecnologias e oportu-

nidades de trabalho qualificadas”,

afirma Roberto Simões, Diretor

Executivo da Odebrecht Defesa e

Tecnologia (ODT).

Defesa nacionalPara garantir o monitoramento

das fronteiras e proteger os re-

cursos naturais do país, o Governo

brasileiro lançou, em dezembro

de 2008, a Estratégia Nacional de

Defesa (END), visando a moder-

nização das Forças Armadas e o

fortalecimento dos setores espa-

cial, cibernético e nuclear. Uma das

primeiras iniciativas foi a instituição

do Programa Nacional de Desen-

volvimento de Submarinos (Pro-

sub), da Marinha do Brasil.

Escolhida pela francesa DCNS -

uma das líderes mundiais em defe-

sa naval –, a Odebrecht passou a in-

tegrar o Consórcio Baía de Sepetiba

(CBS), que gerencia o programa, e

a Itaguaí Construções Navais (ICN),

empresa responsável pela constru-

ção de quatro submarinos conven-

cionais e de um submarino nuclear,

com transferência de tecnologia. A

Odebrecht Infraestrutura foi desta-

roberto Simões: desenvolvimento de tecnologias

O Prosub iniciou a fabricação de quatro submarinos convencionais, como o desta foto, e de um submarino movido à energia nuclear, previstos para estarem prontos em 2017

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Page 101: OI 161 pt2

99informa

cada para a construção do estaleiro

e da base naval, em Itaguaí, no Rio

de Janeiro, onde serão fabricados

e operados os submarinos. No ano

passado, cortaram-se as primeiras

chapas das seções dos primeiros

submarinos.

A participação da Odebrecht no

setor não parou por aí. Em 2010, a

empresa formou uma joint venture

com a Cassidian, do grupo europeu

EADS, para atuar na integração de

sistemas críticos na área de defe-

sa e segurança. No ano passado,

adquiriu o controle da Mectron,

empresa com 20 anos de serviços

prestados às Forças Armadas, in-

tegradora de sistemas complexos

para os setores de defesa, espaço

e segurança pública.

A Mectron fabrica sistemas de

mísseis e produtos de alta tecno-

logia para o mercado aeronáu-

tico, como radares, sistemas de

comunicação, comando e contro-

le para aviões. Para o setor es-

pacial, fabrica a parte eletrônica

embarcada nos veículos lança-

dores e subsistemas de satélites,

como sistemas de energia, ar-

mazenamento de dados, teleme-

tria e telecomando.

Proteção dos ativos do paísA atuação nesses projetos fez

com que a Organização, em 2011,

concebesse a Odebrecht Defesa e

Tecnologia (ODT), que concentra to-

das as iniciativas na área de defesa

e segurança. “A Organização sentiu

que o setor é fundamental para o

crescimento e desenvolvimento do

país, com proteção dos seus ativos,

como água, energia e biodiversida-

de”, salienta Roberto.

Desde então, a ODT passou a

operar na concepção de grandes

projetos em ambientes de alta com-

plexidade, na estruturação da arqui-

tetura financeira dos investimentos e

em absorção, elaboração e emprego

de tecnologias avançadas. Segundo

Roberto Simões, a empresa contri-

bui, ainda, para a modernização do

Sistema Nacional de Defesa, como

vetor de desenvolvimento e estímulo

à produção industrial brasileira. “Te-

mos capacidade de relacionamento

político e estratégico e de absorção

de tecnologia, e competência indus-

trial para colaborar com a END e

com os programas do Ministério da

Defesa, como o SISFRON, na fron-

teira ‘seca’, e o SisGAAz, na fron-

teira ‘molhada’”, ressalta Roberto

Simões.

Mectron: desenvolvimento e fabricação de equipamentos aeronáuticos embarcados em aeronaves civis e militares

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Vida de mestre

Seu Sílvio ingressou na tenenge em 13 de no-

vembro de 1958, como soldador. em 1967,

observando os engenheiros com capacetes bran-

cos, resolveu usar um modelo personalizado, pre-

to – sua marca até os dias atuais. integrante da

Odebrecht engenharia industrial na obra PtA POY

Pet, em Pernambuco, Sílvio Freitas completará 80

anos em outubro. Chega ao canteiro às 6h da manhã

e não para até o sol se por. Cursou apenas quatro

séries do ensino fundamental, mas é um mestre.

“Aprendi tudo o que sei no trabalho e com o traba-

lho”, ensina.

Sílvio: há 52 anos na Organização, sempre com seu capacete preto

Tempo de realizações

Sempre tive vontade de aprender, e a Odebrecht me possibilitou,

mais que aprender, transmitir o que sei aos meus companhei-

ros e à minha família”, diz bruno Miguel Gonçalves, encarregado de

Mecânica nos projetos da Odebrecht na Província de benguela, em

Angola. integrante há 12 anos, ele diz que a empresa tem sido sua

mais importante escola. “Meus líderes me ensinaram até a cuidar

da economia doméstica”. bruno aproveita seus momentos de folga

para curtir os filhos. Frequentemente vai à praia com os mais ve-

lhos: ronaldo, que quer trabalhar na área de eletrônica, e rivaldo,

cujo sonho é ser um astro do futebol angolano.

Trabalho e família

Rafaela vive um momento muito especial – no trabalho e na vida

GENTE

Bruno transmite seus aprendizados aos companheiros e aos filhos

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A engenheira Rafaela Elaine Araújo é Gerente de Ope-

rações da concessionária Rota dos Coqueiros, em Per-

nambuco. Trata-se de uma concessão de 33 anos para

implantação, operação e manutenção do trecho rodoviá-

rio de 6,5 km que liga Recife aos municípios de Cabo de

Santo Agostinho e Ipojuca, no sul do estado. A Rota dos

Coqueiros, da qual faz parte a Ponte do Paiva, sobre o Rio

Jaboatão, tornou-se, segundo Rafaela, “um cartão-postal

de Pernambuco”. Nascida em Campina Grande (PB), ela

está grávida do primeiro filho, esperado para setembro,

e aproveita ao máximo o lugar onde trabalha. Em seus

horários de lazer, de manhã ou ao cair da tarde, sempre

pode ser encontrada caminhando na praia e apreciando a

paisagem. “Estamos em um local de natureza privilegia-

da”, afirma Rafaela.

100 informa

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Fundada em 1944, a Odebrecht é uma organização brasileira composta de negócios diversificados, com atuação e padrão de qualidade globais. Seus 160 mil integrantes estão presentes nas três Américas, na África, na Ásia e na Europa.

reSPONSáVeL POr cOMuNIcAçãO eMPreSArIAL NA cONStrutOrA NOrbertO Odebrecht S.A. Márcio Polidoro

reSPONSáVeL POr PrOGrAMAS edItOrIAIS NA cONStrutOrA NOrbertO Odebrecht S.A. Karolina Gutiez

cOOrdeNAdOreS NAS áreAS de NeGócIOS Nelson Letaif Química e Petroquímica | Andressa Saurin Etanol e Açúcar | Bárbara Nitto Óleo e Gás | Daelcio Freitas Engenharia Ambiental | Sergio Kertész Realizações Imobiliárias | Coordenadora na Fundação Odebrecht Vivian Barbosa

cOOrdeNAçãO edItOrIAL Versal Editores editor José Enrique Barreiroeditor executivo Cláudio Lovato Filho Arte e Produção Gráfica Rogério NunesIlustrações Karmo e Adilson Seccoeditora de Fotografia Holanda Cavalcanti

tiragem 5.650 exemplares • Pré-impressão e Impressão Pancrom

redAçãO: Rio de Janeiro (55) 21 2239-4023 / São Paulo (55) 11 3641-4743email: [email protected]

Próxima edição:Meio Ambiente

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102 informa

“Os melhores executores, em qualquer profissão,

veem sempre nas pessoas que treinam e desenvolvem

o mais esplêndido monumento que podem

deixar atrás de si”

TEO [Tecnologia Empresarial Odebrecht]

foto

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