oficina de vegetação treinamento de campo exercício 1 · a observação é o passo inicial para...

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas Departamento de Geografia FLG 356 – BIOGEOGRAFIA Profa Dra Sueli Ângelo Furlan 1 Oficina de Vegetação – Treinamento de Campo – Exercício 1 Nome: Data: Período: Objetivos A finalidade deste treinamento de campo é introduzir algumas técnicas utilizadas no estudo da espacialização da vegetação. A partir deste treinamento os alunos deverão discutir em grupo quais procedimentos utilizarão em campo para obter informações sobre a biota que estudarão em suas áreas de estudo e incluir estes procedimentos no trabalho de campo específico. A observação é o passo inicial para que o aluno possa conhecer melhor a área de estudo, antes de propor os procedimentos de campo para levantamento de informações qualitativas e quantitativas. A aplicação de diferentes procedimentos de coleta de informações sobre o meio fornece-nos um conhecimento básico sobre o ecossistema, comunidade ou espécies individuais. Esse conhecimento prévio possibilita muitas vezes a extrapolação da informação ou comparação entre diferentes tipos de ecossistemas. Para se ter o mínimo de resultados a respeito das condições ecológicas presentes num determinado momento do ambiente, é necessário observar atentamente a vegetação presente, caracterizando-a quanto a sua fisionomia, estratificação, densidade, tipos mais frequentes nas camadas ou estratos, etc. É também importante descrever o local onde se encontra a vegetação. Desenhos e esboços da vegetação e do relevo auxiliam posteriormente a confrontação bibliográfica e cartográfica da área de estudo. A mesma atenção dada à vegetação deve ser dada a fauna local. Os animais são mais difíceis de observar, devido a seus ritmos biológicos. Além disso, a própria presença humana no ambiente afugenta os animais. O observador deve, no entanto, procurar reconhecer os diferentes habitats existentes na área e os vestígios deixados pelos animais. Ao mesmo tempo em que observamos os seres vivos é importante analisar as condições do meio físico no momento da observação, pois as variações destes fatores são limitantes da distribuição. Faremos 4 exercícios sobre a cobertura vegetal e a paisagem. Veja no Programa do curso a sequência.

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Oficina de Vegetação – Treinamento de Campo – Exercício 1 Nome: Data: Período: Objetivos A finalidade deste treinamento de campo é introduzir algumas técnicas utilizadas no estudo da espacialização da vegetação. A partir deste treinamento os alunos deverão discutir em grupo quais procedimentos utilizarão em campo para obter informações sobre a biota que estudarão em suas áreas de estudo e incluir estes procedimentos no trabalho de campo específico. A observação é o passo inicial para que o aluno possa conhecer melhor a área de estudo, antes de propor os procedimentos de campo para levantamento de informações qualitativas e quantitativas. A aplicação de diferentes procedimentos de coleta de informações sobre o meio fornece-nos um conhecimento básico sobre o ecossistema, comunidade ou espécies individuais. Esse conhecimento prévio possibilita muitas vezes a extrapolação da informação ou comparação entre diferentes tipos de ecossistemas. Para se ter o mínimo de resultados a respeito das condições ecológicas presentes num determinado momento do ambiente, é necessário observar atentamente a vegetação presente, caracterizando-a quanto a sua fisionomia, estratificação, densidade, tipos mais frequentes nas camadas ou estratos, etc. É também importante descrever o local onde se encontra a vegetação. Desenhos e esboços da vegetação e do relevo auxiliam posteriormente a confrontação bibliográfica e cartográfica da área de estudo. A mesma atenção dada à vegetação deve ser dada a fauna local. Os animais são mais difíceis de observar, devido a seus ritmos biológicos. Além disso, a própria presença humana no ambiente afugenta os animais. O observador deve, no entanto, procurar reconhecer os diferentes habitats existentes na área e os vestígios deixados pelos animais. Ao mesmo tempo em que observamos os seres vivos é importante analisar as condições do meio físico no momento da observação, pois as variações destes fatores são limitantes da distribuição. Faremos 4 exercícios sobre a cobertura vegetal e a paisagem. Veja no Programa do curso a sequência.

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EXERCÍCIO 1 – OBSERVAÇÃO, DESCRIÇÃO, COLETA E HERBORIZAÇÃO. Este exercício deve ser feito em grupo mas cada aluno entrega uma ficha individual com suas anotações personalizadas na próxima aula. Não serão aceitos exercícios entregues em outro prazo.

Observações gerais do ambiente quanto à localização e descrição do relevo; Observações do ambiente no entorno do prédio da Geografia – História e seu paisagismo. Observe o ambiente quanto ao relevo, solo,

clima, fauna, etc.; Observações da vegetação;

As observações sensoriais devem ser feitas ao longo de todo o período de trabalho.

Procedimentos para sistematizar a observação Todas as informações devem ser anotadas no caderno de oficina individualmente. Essas fichas serão analisadas pelo professor ao final da atividade para avaliação. A entrega do Caderno de Oficina completo deverá ser feita na próxima aula dia: 18/11/2014. É importante que os alunos aprendam os procedimentos de tomada de dados de forma coerente e organizada. Utilize o registro fotográfico para enriquecer as atividades. Atividades:

1. Observação e descrição da vegetação. 2. Técnicas de coleta e herborização. 3. Decifrando a planta.

1. Observação e descrição

a) Descrição da área de estudo Há muitas maneiras de descrever uma paisagem. Porém, é importante descrevê-la detalhadamente em seus diversos aspectos e características, para que tenha numerosos elementos de análise no momento posterior ao trabalho de campo. Seguem abaixo dois exemplos de descrições:

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“Na Serra do Cafundó – ouvi trovão de lá, e retrovão, o senhor tapa os ouvidos, pode ser até que chore, de medo mau em ilusão, como quando foi menino. O senhor vê vaca parindo na tempestade...de em de, sempre, Urucúia acima, o Urucúia – tão a brabas vai. Tanta serra, esconde a lua. A serra ali corre torta. A serra faz ponta. Em um lugar, na encosta, brota do chão um vapor de enxofre, com estúrdio barulhão, o gado foge de lá, por pavor. Semelha com as serras do estrondo e do roncador – donde dão retumbos, vez em quando. Hem? O senhor? Olhe: o rio Carinhanha é preto, o Paracatu moreno; meu, em belo, é o Urucúia – paz das águas... É vida! (…) O senhor vá lá, verá. Os lugares sempre estão aí em sí, para confirmar” (ROSA, 2001, p. 43). “A ocupação do solo é bastante variada ao longo do trecho de rodovia que une Itaquá. Sucedem-se, a princípio, várzeas abandonadas, recobertas por brejos e capoeiras raquíticas. Capoeiras ralas revestem os outeiros cristalinos. Logo, porém, acentuam-se os traços de ocupação dos solos, através do aparecimento de sítios, granjas com aviários, floriculturas, olarias, vendas de beira de estrada e fazendolas. Entre Arujá e Itaquá contamos uma dezena de pequenas vendas, contando com prédios das mais diferentes formas de construção. Notamos, ainda, a presença de meia-dúzia de olarias, agrupadas em certo trecho da várzea, marginando a estrada. Por outro lado, já se fazem notar, na região, algumas casas de campo e sitiocas de recreio. Por grandes trechos, as capoeiras dos outeiros cristalinos passam a dar lugar a bosques de eucaliptos. As próprias seções da várzea, ainda não inteiramente ocupadas por atividades mais rendosas, sofreram a invasão dos eucaliptais, ali plantados, dominantemente, para a obtenção de lenha. À sombra dos pequenos bosques de eucaliptos, vêem-se habitações e pequenos sítios. Apesar da relativa ocupação dos solos regionais, é digno de nota o fato do povoamento se achar muito ligado à estrada. O pequeno vale favorecido pela presença da rodovia é uma exceção no conjunto das paisagens regionais, porque, de resto, os outros vales, morros e encostas suaves permanecem recobertos por capoeiras e vastos eucaliptais” (AB’SÁBER, 1951, p.48).

Veja também alguns exemplos de descrição da Mata Atlântica, feitas pelos viajantes naturalistas:

“Pouco a pouco, foi-se fechando a perspectiva cada vez mais; passávamos junto de profundos, pavorosos abismos, cobertos de densa vegetação, e vindo de campos claros, nos vimos de repente de novo na escuridão do mato. Densas grinaldas de lianas, com cortinas de flores

de todos os matizes, ligam árvores gigantescas umas às outras, entre as quais se elevam fetos escamosos, formando majestosas alamedas verde-escuras e frescas, que trespassa o viajante, num enlevo solene, interrompido apenas pelos gritos estridentes dos papagaios, o martelar

do pica-pau ou os urros dos monos”. (SPIX; MARTIUS, 1823, p.218).

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"Sublime, pitoresca, cores intensas, predomínio do tom azul, grandes plantações de cana-de-açúcar e café, véu natural de mimosas, florestas parecidas, porém mais gloriosas que aquelas nas gravuras, raios de sol, plantas parasitas, bananas, grandes folhas, sol mormacento. Tudo

quieto, exceto grandes e brilhantes borboletas. Muita água (...), as margens cheias de árvores e lindas flores". Charles Darwin (1809-1882), ao passar pelo Rio de Janeiro em 1832.

“As Bignonáceas de cinco folhas crescem ao lado de Caesalpinia, e as flores douradas de Cassia se espalham, ao cair, sobre os fetos arborescentes. Os ramos multidivididos dos mirtos e Eugenia fazem ressaltar a simplicidade elegante das palmeiras, e, entre as Mimosáceas de

folíolos pequenos, a Cecropia estende suas largas folhas e ramos que se assemelham a imensos candelabros”. (SAINT-HILAIRE, 1975. p.20).

b) Descrevendo a Vegetação

Lendo as descrições acima, observe o paisagismo do jardim e escreva um texto ao seu estilo narrativo sobre o que observa.

Agora escolha uma posição para descrever aspectos sobre a vegetação. Para uma boa descrição, veja se consegue dissertar sobre as seguintes questões:

Como é a vegetação quanto ao porte?

Como são as copas das árvores quanto à difusão de luz?

Como é a estratificação interna? Há presença de cipós, trepadeiras e epífitas?

Observe as características fenológicas de algumas plantas (floração, frutificação, folhagem). As características fenológicas são muito úteis para identificação botânica de uma planta.

Como é o grau de agregação da formação estudada (crescimento isolado, em tufos, agregados pequenos, agregados extensos)?

Comente sobre a presença de fauna na área e como esta interage com a vegetação.

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Veja alguns exemplos de estratificação da vegetação:

DESCRIÇÃO DA VEGETAÇÃO (FAÇA NUMA FOLHA A PARTE E ENTREGUE COM O CADERNO)

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CROQUI DA VEGETAÇÃO

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2. Técnicas de Coleta e Herborização

Todo o trabalho seja ele quantitativo ou qualitativo, deve ser seguido da identificação das espécies. Para o pesquisador de campo, não

especialista é muito importante saber coletar corretamente.

Tecnicamente para identificação devem-se coletar no mínimo 5 (cinco) exemplares de ramos com folhas, flores e frutos. No caso de árvores

coletar um ramo inteiro, no caso de herbáceas coletar até a raiz. Após a coleta do material botânico, este deve ser secado em herbário e

enviado para identificação. Na secagem muitas das características fisionômicas podem ser perdidas, como cor, disposição das folhas no

ramo, etc. Por isso cada espécie coletada deve receber um número sequencial e no caderno de campo deve ser descrita suas características.

Aspectos importantes a serem considerados na descrição do caderno de campo:

Cheiro característico (amassar a folha e sentir se exala aroma);

Verificar se o exemplar está com sementes, flores e frutos;

Verificar se produz látex e suas características (leitoso, hialino, etc);

Disposição de folhas no ramo;

Cor das flores, tronco, folhas, verificar a presença de espinhos;

Observar o ambiente de crescimento da planta (declividade, disponibilidade de luz, etc).

DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE ((FAÇA NUMA FOLHA A PARTE E ENTREGUE COM O CADERNO)

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HERBORIZAÇÃO Siga as orientações de campo e faça um passo a passo em casa para lembrar como proceder corretamente na coleta.

3. Decifrando a planta Atividade exploratória de observação de características distintivas entre as plantas e noções básicas de sucessão natural.

Atividade 1: Plantas e suas características

a. Principais sistemas de classificação ao longo da história (de Lineu a Cronquist)

b. Caracterização das diferenças morfológicas que auxiliam o uso de chaves de identificação em campo (ramo, raiz, folha, flor e

frutos);

c. Diferenças entre folhas simples, compostas (pinadas) e recompostas (bipinadas);

d. Diferenças entre frutos secos, carnosos, deiscentes e indeiscentes;

e. Diferenças entre plantas epífitas e parasitas (hemi e total).

Tarefa (FAÇA NUMA FOLHA A PARTE E ENTREGUE COM O CADERNO)

Pesquisar sobre as características de uma família presente na Mata Atlântica. Fazer uma radiografia de suas características, incluindo a

que momento da sucessão ela pertence, com apoio de bibliografia (pesquisa com bibliografia).

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ANEXO 1: IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES ARBÓREAS NA MATA ATLÂNTICA

Objetivo: conhecer a nomenclatura botânica utilizada na caracterização morfológica de espécies, facilitando a utilização de guias e manuais de identificação de espécies, para um melhor conhecimento da flora estudada nos estudos de campo.

1– CASCA

Estriada Apresenta faixas longitudinais de

textura e/ou coloração variáveis.

Fendilhada Apresenta fendas

longitudinais e transversais, dando a impressão de formar figuras geométricas

(quadrados ou retângulos).

Fendida ou Sulcada Apresenta sulcos longitudinais de

largura e profundidade

variáveis.

Suberosa Apresenta ritidoma

espesso, macio e leve, (consistência de

cortiça).

Ritidoma = conjunto de tecidos mortos do

caule.

Rugosa Apresenta

protuberâncias em forma de rugas

transversais.

Lisa Não apresenta saliências ou reentrâncias.

Tuberculosa Apresenta nódulos de

forma e tamanhos variáveis.

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2 – FOLHA Uma folha típica compõe-se de um limbo, com uma rede de nervuras, e pecíolo (haste da folha). Podem ser simples, quando há somente um limbo, ou composta quando o limbo é dividido em folíolos separados. São classificadas pelo formato do limbo ou folíolo, pelo ápice, base, margem, venação, textura, indumento e coloração.

Principais componentes da folha

Principais componentes da folha: Bainha: parte basal e achatada da folha, que a prende ao caule envolvendo-o total ou parcialmente. Estípula: cada um dos apêndices, geralmente laminares e em número de dois, que em certas plantas se formam de cada lado da inserção da folha no ramo, pode ser interpeciolar (quando se encontra entre os pecíolos) ou intra-peciolar (quando está entre o pecíolo e a gema na axila da folha). Limbo: parte expandida da folha ou lâmina. Nervura ou Vasos Condutores: conjunto de condutos, em geral bem visíveis, o mesmo que veias. Pecíolo: parte da folha que prende o limbo ao caule, em formato de haste. A folha pode ter um pecíolo curto ou longo, quando não possui pecíolo é considerada uma folha séssil.

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2.1 - LIMBO Simples: quando o limbo apresenta-se inteiro ou recortado, mas não subdividido.

Unilobar Multilobada Acicular Escamiforme

Composta: quando o limbo é dividido em folíolos, sustentados pelos peciólulos (pecíolo dos folíolos).

Imparipinada

Terminada com um folíolo.

Paripinada

Terminada com um par de

folíolos.

Trifoliada

Três folíolos partindo do

ápice do pecíolo principal.

Digitada

Com três ou mais folíolos

saindo do ápice do pecíolo principal.

Palmiforme palmada

Palmiforme pinada

Bipinada

Presença de folíolos

compostos, folhas

duplamente compostas.

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2.2 – NERVAÇÃO

Paralelinérvia

Com nervuras secundárias paralelas à principal, quando

esta existir.

Palminérvia Com nervuras que saem todas do mesmo ponto, divergindo

em várias posições.

Peninérvia Com nervuras secundárias ao

longo da principal.

Curvinérvia Com nervura secundária curvas

em relação à principal.

2.3 – FORMA

Acicular Forma de agulha longa,

fina, rígida e pontiaguda.

Assimétrica Folha assimétrica, dividida pela nervura principal em duas partes de forma ou

tamanho desiguais.

Cordiforme Forma de coração, base mais larga, com lobos

arredondados, também chamada de cordada.

Elíptica Forma de elipse, mais

larga no meio.

Espatulada Forma de espátula, longa

e ápice mais largo.

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Falciforme

Formato de uma lança, semelhante a uma foice.

Lanceolada Forma de lança no meio

ou perto da base, estreita nas extremidades.

Linear Forma estreita e

comprida, bordos paralelos.

Lobada Limbo inteiro, porém

partido em vários lobos.

Oblonga Forma mais longa que

larga, bordos quase paralelos.

Obovada

Forma ovada com a parte mais larga no ápice, isto

é, ovada invertida.

Orbicular Forma mais ou menos

circular.

Ovada Forma de ovo, mais larga

perto da base.

Peltada Forma de escudo, com o pecíolo inserido no meio

ou próximo, na fase dorsal do limbo.

Sagitada Forma de seta, base

reentrante, com os lobos pontiagudos voltados para

baixo.

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2.4 BORDO DA FOLHA ( MARGEM)

Aculeado Com pontas agudas e rígidas na margem do

limbo.

Ciliado Presença de tricomas

ao longo da borda.

Crenado Com dentes obtusos

ou arredondados.

Dentado Com dentes regulares

não inclinados.

Inteiro Liso, sem deformação ou

divisão.

Fendido Recortes que

chegam próximo ou até a metade do

semilimbo ou limbo.

Ondulado Com ligeiras ondulações.

Revoluto Margem virada para

baixo ou enrolada sobre si mesma.

Serrado ou Serreado Dentes como os da

serra, inclinados para o ápice.

Serrilhado ou Serrulado Serrado, porém com

dentes diminutos.

Lobado Com limbo dividido em lobos mais ou menos

arredondad

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2.5 – ÁPICE

Acuminado Limbo estreitando-se gradualmente para o

ápice e terminando em ponta aguda.

Agudo Terminando em ângulo

agudo.

Arredondado Margens formando um arco regular através do

ápice.

Cuspidado Terminando subitamente

em ponta fina.

Emarginado Terminando com uma

reentrância pouco profunda.

Mucronado Terminando subitamente

em ponta curta, dura e isolada.

Obtuso Terminando em ângulo

obtuso.

Retuso Ápice truncado e

ligeiramente emarginado.

Truncado Ápice aparecendo ter sido cortado transversalmente.

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2.6 – BASE

Arredondada ou orbicular Quando a margem da base

da folha forma um arco.

Atenuada ou cuncada Forma de cunha, base de

bordos retos e convergentes, estreitando-se gradualmente.

Cordada Base reentrante, com lobos arredondados.

Hastada Base reentrante, com os

lobos agudos e voltados para o ápice.

Decorrente no pecíolo

Oblíqua Terminando por lados

desiguais e assimétricas.

Obtusa Terminando em ângulo

obtuso.

Sagitada Base reentrante, com

lobos pontiagudos voltados para baixo.

Truncada Base parecendo ter sido

cortada em plano transversal.

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Referências Bibliográficas:

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EMPERAIRE, Laurence (Ed.). A floresta em jogo. O extrativismo na Amazônia central. São Paulo: Editora UNESP: Imprensa Oficial do Estado, 2000. 233p.

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RICHARDS, P. W. The tropical rain forest: an ecological study. Cambridge University Press. Cambridge, 1998. p.115-116.

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SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem pelas províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Trad. Vivaldi Moreira. São Paulo: Edusp, 1975.

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TABARELLI, Marcelo. Clareiras e a dinâmica sucessional de um trecho de floresta na serra da Cantareira, SP. 1994. Dissertação (Mestrado em Ecologia) Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1994.

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