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OFENSA SEXUAL: CONCEITO, DIAGNÓSTICO E ABORDAGEM. MARIA CRISTINA MILANEZ WERNER, MSc, LMFT Diretora do IPHEM (Instituto de Pesquisas Heloisa Marinho); Conselheira da ATF/RJ (Associação de Terapia Familiar do Estado do Rio de Janeiro); Psicóloga, Sexóloga, Terapeuta de Casal e Família, Terapeuta em EMDR, Terapeuta em Ajuda Humanitária Psicológica. Mestre em Psicologia Clínica pela PUC/RJ; Especialista em Terapia Familiar Sistêmica pela Núcleo Pesquisas; Formação em Sexualidade Humana pelo Instituto Persona/SP; Formação em EMDR pelo Instituto Ibero Americano de EMDR; Formação em AHP pela ABRAPAH (Associação Brasileira de Programas de Ajuda Humanitária Psicológica). CONTATO: [email protected] Avenida das Américas, 3301 Bloco 1 sala 211. Barra da Tijuca Cep. 22.631-004 Rio de Janeiro RJ Brasil Telefone (55) (21) 2431-4788 e (55) (21) 9977-5400 RESUMO: A Antropologia advoga, com maestria que, se objetivarmos modificar um determinado comportamento precisamos, em primeiro lugar, modificar o discurso que se aplica sobre ele. Com base nesta premissa antropológica, esta pesquisadora vem propondo a mudança do emprego do vernáculo Abuso Sexual para Ofensa Sexual, visando mudança de mentalidade, de compreensão e de abordagem deste fenômeno. Em função da metacomunicação que a palavra Abuso Sexual transmite, se faz necessário

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OFENSA SEXUAL: CONCEITO, DIAGNÓSTICO E ABORDAGEM.

MARIA CRISTINA MILANEZ WERNER, MSc, LMFT

Diretora do IPHEM (Instituto de Pesquisas Heloisa Marinho); Conselheira da ATF/RJ

(Associação de Terapia Familiar do Estado do Rio de Janeiro); Psicóloga, Sexóloga,

Terapeuta de Casal e Família, Terapeuta em EMDR, Terapeuta em Ajuda Humanitária

Psicológica. Mestre em Psicologia Clínica pela PUC/RJ; Especialista em Terapia

Familiar Sistêmica pela Núcleo Pesquisas; Formação em Sexualidade Humana pelo

Instituto Persona/SP; Formação em EMDR pelo Instituto Ibero Americano de EMDR;

Formação em AHP pela ABRAPAH (Associação Brasileira de Programas de Ajuda

Humanitária Psicológica).

CONTATO: [email protected]

Avenida das Américas, 3301 – Bloco 1 – sala 211. Barra da Tijuca – Cep. 22.631-004

Rio de Janeiro – RJ – Brasil – Telefone (55) (21) 2431-4788 e (55) (21) 9977-5400

RESUMO: A Antropologia advoga, com maestria que, se objetivarmos modificar um

determinado comportamento precisamos, em primeiro lugar, modificar o discurso que

se aplica sobre ele. Com base nesta premissa antropológica, esta pesquisadora vem

propondo a mudança do emprego do vernáculo Abuso Sexual para Ofensa Sexual,

visando mudança de mentalidade, de compreensão e de abordagem deste fenômeno. Em

função da metacomunicação que a palavra Abuso Sexual transmite, se faz necessário

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que ela seja substituída, com urgência, por Ofensa Sexual, em prol de adequada

proteção integral de crianças e adolescentes. São estes os principais motivos desta

substituição proposta: a manutenção da palavra Abuso, além de liberar o uso indevido

de corpos infantis e adolescentes para os adultos, não entra na ambiência da Ofensa, que

é a da dor física e emocional, o grande flagelo da violência sexual. Além disso, impede

um acolhimento adequado, tanto da Figura Ofendida quanto da Figura Ofensora, uma

vez que ser referido com Abusado e Abusador gera perda e repulsa social no convívio

de ambos, na sociedade. Além disso, juridicamente falando, para se referir a sujeitos,

nos “crimes contra a pessoa” utiliza-se o termo “vítima”; nos “crimes contra o

patrimônio”; o termo “lesado”; e nos “crimes contra a honra e contra os costumes”, a

palavra utilizada é “ofendido” e não abusado. E para a ampla compreensão do

diagnóstico da Ofensa Sexual, nas famílias, será necessária análise dos Estressores

Verticais, através da Transmissão Transgeracional; e dos Estressores Horizontais,

através da Triangulação Perversa. Para ilustrar a aplicabilidade destes conceitos, dois

casos clínicos exemplificarão tais conceitos chaves da Teoria Sistêmica.

PALAVRAS-CHAVE: ofensa sexual, abuso sexual, violência sexual, teoria sistêmica.

A linguagem é ação e por meio dela é possível criar novos objetos e produtos,

transformar o mundo, abrir ou fechar possibilidades e construir futuros diferentes,

segundo Silva (2008). Seguindo este espírito transformador da linguagem, esta autora,

baseado em seu trabalho de mais de 30 anos com crianças e adolescentes ofendidos

sexualmente, propõe que a palavra Abuso Sexual seja substituída por Ofensa Sexual,

em toda e qualquer situação que a primeira seja empregada, a fim de cessar os

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equívocos que a primeira palavra meta-comunica; e para colher os benefícios que a

segunda oferece, especialmente em relação às crianças e adolescentes, as grandes

vítimas deste triângulo relacional perverso.

1- CONCEITO:

A proposta de mudança de nomenclatura, da troca de vernáculos, para lidar com

o fenômeno da violência sexual, no dia-a-dia, contra crianças e adolescentes, ampliaria

e auxiliaria a compreensão real dos fatos e dos danos causados a todos os personagens

envolvidos nesta trama de dor e de rotas alteradas. O objetivo, proposto por esta autora

é, ao mudar o vernáculo, mudar mentalidades, e ao mudar mentalidades, mudar a

maneira de agir, de lidar como o fenômeno e, ao fazê-lo, trazer mais proteção,

segurança e eficácia no auxílio e cuidados com a criança e adolescente e adequada

responsabilização e tratamento dos (das) ofensores (as). Esta premissa se baseia nos

estudos da Antropologia que nos mostra que, para modificar um comportamento,

precisa-se, primeiro, modificar o discurso que se faz sobre ele. Assim, de acordo com a

Antropologia, se não mudarmos a maneira de nos referirmos a um fenômeno, não

mudaremos mentes e em vão tentaremos modificar nossa forma de ver os fenômenos. A

linguagem e a forma como nos comunicamos, uns com os outros, é coisa séria e não

uma mera discussão vã de palavras. Einstein dizia que “uma mente que se abre a uma

nova ideia jamais voltará a seu tamanho original”. Trata-se, portanto, de disposição para

abrir-se para o novo, ampliar e crescer em uma nova forma de racionar, semanticamente

falando. Esta autora, baseando-se em seu trabalho clínico e como perita judicial, vem

propondo, desde a última década, a mudança do uso da palavra Abuso Sexual para

Ofensa Sexual (WERNER 2007, 2009, 2010, 2012), apoiando-se, além da

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Antropologia, também na Linguística, que nos traz a noção dos atos e dos fatos

linguísticos. No curso Linguística Geral, sobre Ferdinand de Saussure, o Professor

Antônio Jackson de Souza Brandão1, nos traz:

A fala, ao contrário da língua, por se constituir de atos individuais, torna-se múltipla,

imprevisível, irredutível a uma pauta sistemática. Os atos linguísticos individuais são

ilimitados, não formando um sistema. Já os fatos linguísticos sociais, bem

diferentemente, formam um sistema, pela sua própria natureza homogênea. Vale

ressaltar, no entanto, que tanto o funcionamento quanto a exploração da faculdade da

linguagem estão intimamente ligados às implicações mútuas existentes entre os

elementos língua (virtualidade) e fala (realidade).

O que falamos e o que escrevemos têm implicação direta na sociedade. Não nos

damos conta do alcance e da real dimensão das palavras. Longe de ser vã a discussão

sobre elas; é sobremaneira prudente admitir o poder que a linguagem tem. Para

Echeverría:

“Através dela, vamos também construindo nossas identidades, tanto as individuais

quanto as coletivas. O que dizemos, o que calamos, vai progressivamente contribuindo

para definir como somos percebidos pelos demais e por nós mesmos”.

(Echeverría, 2001, p. 53)

Quando comunicamos algo com alguém, estabelecemos laços cognitivos,

afetivos, profissionais, sociais, religiosos, jurídicos, filosóficos, enfim, compromissos

que nos unem uns aos outros, de forma indelével, porque a palavra, uma vez

pronunciada, permanece e ganha domínio público. Silva (2008), citando Flores (1997,

p. 44) afirma que:

1 http://www.jackbran.pro.br/linguistica/curso_de_linguistica_geral.htm, em 26 jul. 2010 22:15:48 GMT.

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Nada ocorre sem a linguagem, sendo necessário, portanto, para compreender qualquer

atividade organizacional, compreender os atos de falar e escutar (...) a linguagem não

deve ser compreendida apenas como um instrumento que utilizamos para representar

nosso pensamento, mas sim como conversações; especificamente “conversas para

ação” e “conversas de possibilidades”. (1997, p. 44)

Echeverría (1994) afirma que é a linguagem a chave para compreendermos os

fenômenos humanos, uma vez que somos constituídos pela e na linguagem e relações

sociais. Somos seres simbólicos porque temos linguagem, que nos procedeu ao

nascimento, e na qual nos inseridos, desde nosso nascimento biológico, tornando-se

seres sociais, como também apregoa Vigotsky e Bakhtin.

Citando Echeverría (2001), Silva (2008) nos esclarece que, no subdomínio da

linguagem existem competências que nos levam a falar e a escutar. No falar:

“cabe-nos distinguir diferentes ações que realizamos, cada uma das quais incide,

diretamente, na efetividade de nosso trabalho”. Chamamos a essas ações de “atos da

fala” ou de “atos linguísticos básicos”. Surgem, a partir daí, múltiplas competências

conversacionais concretas. Dentro delas estão incluídas, por exemplo, a maneira como

fazemos e fundamentamos nossos juízos. Silva (2008).

Bechara (2001) define atos linguísticos como sendo a realidade concreta da linguagem,

ou seja, o autor considera o ato linguístico como cada unidade de comunicação da

linguagem humana, quer uma palavra, quer uma frase.

Portanto, como psicóloga e pesquisadora, estou propondo um ato linguístico, que venha

constituir um fato linguístico, que tenha um papel político ousado: mudar mentalidades,

visando maior proteção de crianças e adolescentes em relação ao flagelo da ofensa

sexual.

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1.2 - SUBSTITUINDO A PALAVRA ABUSO SEXUAL POR OFENSA SEXUAL:

Quando estudamos o fenômeno da Ofensa Sexual geralmente encontramos a

palavra Abuso Sexual. Acredito que a continuação da utilização deste termo cronifica

uma mazela social e afetiva e ratifica uma visão, machista e sexista, de que adultos,

especialmente os homens, têm direitos de uso sobre o corpo de mulheres e de crianças,

fato inaceitável na sociedade e na cultura atual. Vamos às definições da palavra abuso,

em alguns dicionários. Em Bueno, acharemos “uso excessivo, exorbitância de

atribuições”. Em Ferreira, também acharemos “uso excessivo”. Em Koogan & Houaiss,

abusar é “fazer uso desmedido” e abuso, “uso excessivo”. Na Wikipédia, pela internet,

também acharemos abuso indicando um “comportamento excessivo”. Parece-nos que a

definição de usar em excesso é o que se repete nestes e em vários dicionários

pesquisados. Também no senso comum, quando falamos em abusar de algo,

compreendemos que é “ir além a algo permitido ou esperado”. Assim, quando falando

que um sujeito “abusou da comida”, compreende-se que alguém comeu (fato lícito e

correto), porém foi além do que devia; isto é, comeu em excesso. Igualmente quando

mencionamos a expressão que uma pessoa “abusou da bebida”, compreende-se que

alguém bebeu (fato social e aceitável em comemorações), porém extrapolou nas doses;

isto é, bebeu em excesso. Igualmente podemos lembrar a fala “abusou dos gastos”,

quando se compreende que alguém foi às compras, que é fato necessário à manutenção

da vida, porém o fez de forma pródiga; isto é, gastou em excesso. Poderíamos fornecer

mais exemplos com “abusou da velocidade ao dirigir o carro”, “abusou do tempo na

conferência”, “abusou das solicitações” etc. Em todos estes exemplos verificaríamos

que abusar, ou usar em excesso, refere-se sempre a algo que é, ou lícito, ou necessário,

ou primordial, ou aceito socialmente, ou esperado, ou tolerado; enfim, algo que, se

extrapolado, parte de algo permitido, aceito, reconhecido, suportado; portanto, o

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emprego do vernáculo “abuso” está correto e adequado. No trabalho com álcool e

drogas, por exemplo, é corrente o emprego das palavras Uso, Abuso e Dependência para

trabalhar as gradações de perdas na vida do usuário advindas do uso, do uso em excesso

(chamado corretamente de Abuso) ou da total dependência da substância psicoativa

eleita, o que é um bom e correto emprego do vernáculo abuso.

Se abusar, como foi mostrado até agora, é “usar em excesso”, com a Ofensa

Sexual este pensamento não é suportável e nem aceito, porque adultos que abusam de

crianças não tem o direito sequer de usá-las sexualmente, quem dirá usá-las em excesso!

Diferentemente de quem come, bebe álcool, gasta dinheiro, dirige em alta velocidade,

gasta muito tempo em alguma atividade, como dormir ou dar palestras, ou faz pedidos e

reclamações, etc., que pode usar todos estes itens e, de tempos em tempos, até abusar

dos mesmos, em ocasiões específicas, quem pratica atos libidinosos com crianças e

adolescentes não pode nem fazê-los, e muito menos, faze-los em excesso. Quando

afirmamos que um pai “abusou sexualmente de sua filha” não podemos admitir que ele

usasse a filha sexualmente, e que seu erro foi usá-la em excesso. Não. Seu erro foi

primário, foi usá-la, porque ele não tem sequer este direito. Se continuarmos a usar o

termo abuso sexual estaremos meta-comunicando, isto é, comunicando

subliminarmente – e as palavras têm poder, através de atos linguísticos, como vimos -

que “usar sexualmente pode, o que não pode é abusar”, o que pode gerar frases

danosas como “estupra, mas não mata”, “foi só uma vez”, “mas nem teve introdução do

pênis!”, “mas ela ainda é virgem, não rompeu nem o cabaço (hímen)!”, frases que esta

pesquisadora costuma ouvir no dia-a-dia do atendimento clínico ou em perícias

judiciais.

Preconizo o uso das palavras Ofensa Sexual ao invés de Abuso Sexual. Ofensa

é um termo mais apropriado, por que:

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a) Em primeiro lugar, como vimos, a palavra abuso libera o uso, apesar de recriminar o

excesso do mesmo, enquanto que a palavra ofensa nada nos transmite sobre autorização

para usar, proibição para não usar ou liberação para usar excessivamente.

b) Em segundo lugar, a palavra ofensa já traz em si a noção da dor, mais

especificamente de sofrimento, tanto psíquico como físico, e não de um simples uso,

como a palavra abuso remete simplesmente remete, pois não faz alusão à dor.

c) Em terceiro lugar, as palavras abusado (a) e o abusador (a) carregam em seu bojo

preconceito e repulsa social; já ser referido (a) como ofendido (a) e a ofensor (a) muda a

forma de acolher e tratar as pessoas envolvidas neste triângulo relacional, mostrando

que ambos os vértices precisam de tratamento, para além dos procedimentos jurídicos

necessários nestas situações.

d) Em quarto lugar, juridicamente falando, para se referir ao sujeito, nos “crimes contra

a pessoa” o termo correto é “vítima”; nos “crimes contra o patrimônio”; o termo correto

é “lesado”; e nos “crimes contra a honra e contra os costumes”, o termo correto é

“ofendido” e não abusado.

Ofensa reme-nos à “lesão; injúria; ultraje; agravo; desconsideração;

menosprezo”, em Bueno; e também a “dano; desacato”, em Ferreira. Já em Koogan &

Houaiss, ofensa é “palavra, ação que fere alguém em sua dignidade; o próprio

sentimento ou ressentimento causado pela ofensa”. Ao trocarmos a ideia de uso por

dor, sofrimento entra-se na ambiência da ofensa, que sempre é carregada de muito

pesar, por fato tão danoso a todos: à criança ou ao adolescente (ofendido); a pessoa

praticante do ato (ofensor) e a pessoa, mais diretamente ligada à vítima, que não foi

capaz de impedir que a ofensa acontecesse (facilitador ou negligente). Apesar das

peculiaridades nas formas de pesar de cada um dos vértices deste triângulo familiar

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perverso, há uma conexão entre estes sofrimentos, e o tratamento destas dores está

interligado. Vamos analisar cada um destes vértices, cada uma destas dores.

2- DIAGNÓSTICO:

a) O sofrimento do ofendido: é facilmente compreendido, pois seu corpo foi

violado, com lesões físicas mais ou menos agressivas, mas com lesões psicológicas

sempre profundas. A fronteira quebrada entre as gerações – entre pessoas que, pela lei

ou pelos costumes, não poderiam ter contato sexual e tiveram - é a mesma rompida,

independentemente da dimensão física ou numérica dos atos. Não se pode quantificar o

sofrimento pela quebra da confiança, da segurança, do respeito, do cuidar. Ainda não foi

criado um “dorômetro” ou um “sofriômetro” para quantificar a dor e o sofrimento de

quem sofre uma ofensa; quantificá-la pela extensão física é um dos maiores enganos

que um terapeuta pode fazer. Quando trabalho como profissional perita em ofensa

sexual [ver WERNER (2004 a), (2004 b), (2004 c) (2009)], no trabalho voltado para a

Justiça, visando à responsabilização penal (prisão) e civil (perda do poder familiar) do

ofensor, esta gradação nos interessa para o enquadramento legal no Código Penal

Brasileiro; mas quando nossa prática fica restrita à clínica [ver WERNER (2006a),

(2006 b), (2007) (2009)], o que se deve levar em consideração é que adentramos em

uma situação de alargamento de fronteiras, mesmo que a atuação do ofensor tenha sido

uma única vez, ou que a mesma tenha sido situações de masturbação e não de coito; o

trauma da perda da confiança é o mesmo; cada um sofre a seu modo e consegue lidar e

elaborar de acordo com sua capacidade de resiliência desenvolvida e trabalhada,

terapeuticamente. Há feridas que nunca conseguirão cicatrizar; outras serão elaboradas.

O EMDR tem se mostrado excelente ferramenta terapêutica para crianças, adolescentes

e adultos na prática clínica desta pesquisadora.

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b) O sofrimento do ofensor: ao contrário, não é assim tão visível, e esta é a

terceira razão para que substituamos a palavra abuso por ofensa. Ser visto como

abusador traz uma marca muito mais forte do que ser referido como ofensor. A

sociedade tem tendência a rotular as pessoas com termos pejorativos, em situação de

doenças mentais, psíquicas ou emocionais. Assim, o esquizofrênico vira “o louco”; o

dependente químico se torna “o bêbado” ou “o maconheiro” e o abusador,

especialmente quando pedófilo, é visto como “tarado” e pervertido. Por mais difícil que

seja, é preciso olhar o (a) ofensor (a) como alguém doente emocionalmente, que precisa

de ajuda, e que provavelmente sofre dificuldade com seu autocontrole, que não funciona

adequadamente, a ponto de conseguir impedi-lo de partir para o “acting-out”, para

atuação direta com seu objeto de desejo, incestuoso e proibitivo. Seu centro regulatório

de comportamento não funciona como deveria, e será necessária a construção de alguns

mecanismos regulatórios de conduta, para que a pessoa do ofensor possa, de novo, vir a

conviver com a pessoa ofendida. Enquanto esta construção (de novas estruturas afetivo-

cognitivas) não ocorre, a terapia em grupo ou grupo reflexivo, com outros (as) ofensores

(as), têm se mostrado útil nesta aquisição, nos casos de incesto. Até lá, é necessário que

ofensor (a) e ofendido (a) fiquem distantes, fisicamente, um (a) do outro (a).

c) O sofrimento do (a) facilitador (a) ou do (a) negligente: é perceptível, mas,

como em um primeiro momento, as sensações iniciais são variáveis e influem na

percepção da própria dor. Em alguns casos, a descrença sobre o fato, e a total

incapacidade em perceber sua participação (mesmo que passiva) no mesmo, impede o

contato com o sofrimento, uma vez que não há assunção de culpa, no sentido da

corresponsabilidade pela ocorrência da ofensa sexual. Entretanto, às vezes se dá,

justamente, o contrário. Os sentimentos de raiva, indignação violenta e revolta, pelo

conhecimento do incesto são, muitas vezes, acompanhados de sentimentos de menos

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valia, pela percepção, por parte da pessoa negligente ou facilitadora, de ter sido incapaz

de perceber tais fatos, mais precocemente, a fim de impedi-los ou de fazer cessar tais

danos às figuras dependentes. Nestes casos, o sofrimento é bem maior do que quando o

fato é, inicialmente, negado.

3- ABORDAGEM:

3.1 - A VERTICALIDADE NAS FAMÍLIAS COM OFENSA SEXUAL: A

TRANSMISSÃO TRANSGERACIONAL.

A constatação de situações transgeracionais de ofensa sexual nas famílias reforça a

necessidade da mudança da nomenclatura, a fim de que comecemos um novo discurso

verbal, na esperança de que o mesmo influencie práticas sociais diversas das que hoje

temos, em relação ao incesto. A mudança de nomenclatura sobre a ofensa sexual irá

influenciar novas práticas sociais, jurídicas, clínicas e terapêuticas, modificando a forma

de atuação dos profissionais que lidam com fato tão nefasto à família e à sociedade, e

que requer atenção nos três vértices do triângulo: ofensor (a), ofendido (a), facilitador

(a) (ou negligente).

Em muitas famílias atendidas, de classe popular, no ambulatório do GEAL/UFF (Grupo

Transdisciplinar de Estudos em Álcool e outras Drogas, da Universidade Federal

Fluminense), em parceria e apoio do IPHEM (Instituto de Pesquisas Heloisa Marinho);

ou as de classe média ou alta, em consultório particular, pudemos constatar que o

fenômeno ofensa sexual nas famílias atendidas não era, em grande parte delas, recente.

Parece haver uma autorização velada para que a ofensa sexual contra crianças e

adolescentes se perpetuem de uma geração à outra. Necessário se faz que esta

“jurisprudência” familiar seja apagada, e não mais escrita. Nestes casos, é necessário

que a terapia de família se estenda até quantas gerações se fizerem necessárias,

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mobilizando a vinda, em consultório, não só do triângulo perverso

ofensor/ofendido/negligente, mas das famílias nuclear, de origem e ampliada, de acordo

com o desenrolar das sessões. Os fenômenos transgeracionais foram estudados

particularmente por Murray Bowen (1978) e Ivan Boszormeny-Nagy (1973), que nos

mostraram quão poderosas podem ser as forças familiares, movidas pelas memórias

multigeracionais. O caso clínico, a seguir, exemplifica este fenômeno transgeracional.

Caso Clínico A:

Adolescente Vítima de Ofensa Sexual: Mãe de adolescente de 12 anos procura o

GEAL/UFF, por orientação do Conselho Tutelar de uma cidade vizinha à Niterói,

Estado do Rio de Janeiro, Brasil, por denúncia por ela perpetrada, contra um tio-

paterno, que tentou bolinar sexualmente sua filha, sobrinha-neta do mesmo. A mãe

chegou muito nervosa e transtornada ao atendimento, exibindo um comportamento que

sugeria haver algo ainda mais denso, nos bastidores da família. Ao começarmos a

montar o genograma de sua filha, a mãe revive seu próprio drama familiar: ela foi

ofendida sexualmente pelo pai, dos oito aos dezoito anos, juntamente com suas outras

duas irmãs, mais jovens. Aquela oportunidade de atendimento foi catártica para ela, no

sentido de poder permiti-la elaborar, emocionalmente, os fatos que haviam acontecido,

há 23 anos. (naquela ocasião ela estava com 31 anos). Neste atendimento uma nova

significação foi trazida (conotação positiva), ao episódio da filha, visto como importante

para a revelação dos segredos da família e da fratria. Como o assunto começou a ser

comentado, novamente, tanto na família nuclear, de origem e ampliada, juntamente com

as providências domésticas, que começaram a ser tomadas na casa, a fim de evitar a

revitimização da adolescente – esta foi morar, temporariamente, com uma tia, em outra

cidade próxima - a avó também revelou ter sido ofendida, sexualmente, pelo padrasto,

após morte de sua mãe, quando passou a morar sozinha com ele. Neste caso, vemos três

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gerações de ofensores sexuais: um bisavô, era padrasto da avó; um tio-avô paterno,

ofensor da adolescente; e um avô paterno, pai da mãe e das tias da adolescente, que

foram igualmente ofendidas. Também percebemos três gerações de mulheres ofendidas:

a avó materna; a mãe e as tias maternas; e a adolescente referida. O trabalho do

terapeuta familiar, em casos semelhantes a este, é o de trabalhar, junto à família, o

desmantelamento desta “tradição”, de homens violarem as mulheres da família. Neste

caso específico, havia um “motivo” alegado em comum: tanto o bisavô, padrasto da avó

materna, como o tio-avô paterno, que ofendeu a adolescente, ambos estavam “sem

mulher”: o primeiro estava viúvo e o segundo, separado. Ao invés de procurar parceiras

na sociedade, decidiram estes senhores, resolver suas carências sexuais e afetivas com

as mulheres jovens da família, como que este lhes fosse um direito inalienável, com o

gasto discurso de que “era apenas um carinho de tio com a sua sobrinha; não tem

maldade nisso” (sic).

Genograma:

GENOGRAMA A

DATA: JUNHO DE 2003 CRISTINAWERNER 2003

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3.2 – A HORIZONTALIDADE NAS FAMÍLIAS COM OFENSA SEXUAL: A

TRIANGULAÇÃO PERVERSA

A constatação de situações incestuosas de ofensa sexual nas famílias também reforça a

necessidade da mudança da nomenclatura, a fim de que fique mais visível a violência

intrafamiliar e o sofrimento que elas causam a todos envolvidos. Um caso de ofensa

sexual reverbera em todos que dele participem ou tomem conhecimento. Não é possível

ficar imune a uma revelação de ofensa sexual. No filme “Sobre Meninos e Lobos”, a

ofensa extrafamiliar modificou as rotas de vida dos três garotos, amigos na ocasião em

que um deles foi ofendido, por uma figura religiosa: um tornou-se policial, combatendo

crimes; outro virou bandido, envolvendo-se com o submundo das drogas; e o ofendido

tornou-se justiceiro, saindo à noite para salvar vítimas de violência. Cada um, a seu

modo, lidou com a perda da inocência e da traição da confiança; que ficou agravada,

neste caso, pela origem do ofensor (um religioso, pertencente a um alto escalão na

hierarquia da igreja), pois comprometeu outra instituição forte, além da família, em

nossa sociedade, a igreja, gerando mais uma a perda: a da crença religiosa.

Nas muitas famílias que atendemos no ambulatório do GEAL/UFF/IPHEM, ou nas

demais, no consultório particular, pudemos constatar que o fenômeno ofensa sexual na

família precisa não de dois atores (ofensor e ofendido), mas de um terceiro: o

facilitador. Estes três elementos formam um triângulo, figura bastante estudada na

terapia de família, especialmente através de Murray Bowen (1971). Mas este triângulo,

por suas especificidades, forma um triângulo perverso, descrito por Jay Haley (1967),

citado por Miermont (1994), que escreve que os triângulos perversos apresentam um

funcionamento específico e são empregados, de maneira disfuncional, para “qualificar

as relações em certas famílias nas quais a hierarquia e a repartição de poder são

confusas, provocando inversões de posições em relação às fronteiras intergeracionais.”

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(pág. 573). Sempre que estivermos diante de uma denúncia de uma ofensa sexual,

estaremos, necessariamente, diante, também, de outra forma de violência contra

crianças e adolescente: a negligência. A figura do negligente ou facilitador, aquele que

fecha o triângulo - que é a menor unidade emocional em uma família - também é uma

figura triste: ela não foi capaz de impedir a ofensa sexual, quer porque não suspeitou;

quer porque não preveniu o ofendido, quer porque não acreditou nos indícios que seus

sentidos captavam. De fato, admitir que o homem que se escolheu para companheiro,

prefere praticar atos sexuais com seus próprios filhos, sobrinhos ou netos, é uma

constatação extremamente dura e devastadora, para qualquer pessoa. Assim, enquanto

os fatos não forem gritantes demais, o ofensor e o ofendido formarão o bloco dos

“insiders”, enquanto a figura do facilitador/negligente assume a extremidade deste

triângulo perverso como o “outsider” da história. Quando, porém, acontece a revelação

da ofensa sexual, e sua devida crença e acolhimento, estas posições dentro do triângulo

se invertem: ofendido e facilitador tornam-se os “insiders” e o ofensor assume o outro

vértice do triângulo perverso, como o “outsider”.

Caso Clínico B:

• Criança e Adolescentes Vítimas de Ofensa Sexual: Família procurou

atendimento no GEAL/UFF por encaminhamento do Juizado e da Promotoria da

Infância e Juventude, de cidade vizinha à Niterói, Estado do Rio de Janeiro, Brasil, em

função do flagrante de uso e porte de maconha pelo filho de 15 anos. A família foi

encaminhada ao Ambulatório de Terapia de Família e Sexualidade porque a mãe do

adolescente relatou que o mesmo fora ofendido sexualmente pelo padrasto, assim como

suas outras duas irmãs, sendo uma enteada e a outra filha biológica. Com o decorrer das

sessões, foi revelado que outra filha biológica, a mais velha, do casamento anterior do

pai, também fora ofendida por ele. Este é um caso clássico de reincidência familiar de

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incesto, com um “ofensor serial” pedófilo e com forte presença de violência doméstica,

por problemas ligados ao álcool e de comportamento, por parte do ofensor. Havia dois

focos sistêmicos – uso de álcool por parte do pai/padrasto e de droga, por parte do

adolescente referido, e a ofensa sexual, praticada pelo pai/padrasto - e quatro pacientes

identificados. Optamos por focar as questões sexuais e delegar as relativas ao uso de

álcool e droga às assistentes sociais e conselheiros químicos, que trabalhavam no

atendimento de dependência química. Iniciamos a abordagem familiar, focando,

inicialmente, a irmã do adolescente referido, de 13 anos, que se encontra grávida de

quatro meses, a fim de trabalhar elaborações na área da sexualidade e maternidade que

se avizinhava. Em seguida, foi trabalhada a fratria (o adolescente, a adolescente grávida

e a irmã de nove anos). O passo seguinte foi trabalhar o sofrimento da mãe, que não

soube perceber a ofensa sexual, que migrou de seu filho mais velho, até sua filha mais

nova, quando enfim deu-se conta do que ocorria à noite, em sua casa, quando

surpreendeu o companheiro ofendendo sexualmente sua própria filha, há de nove anos,

utilizando, para intimidá-la e para manter o silêncio, uma “peixeira” (tradicional faca

utilizada no Nordeste brasileiro), colada a seu pescoço, enquanto mantinha relações

sexuais com a criança. A mãe relata que rapidamente percebeu que estes episódios já

deviam acontecer a muito tempo. Optou por “fingir” que não viu a cena, com medo de

que a percepção, por parte do pai, de que ela tivesse visto a cena pudesse comprometer a

vida da filha. Na manhã seguinte, fugiu de casa com os quatro filhos, inclusive o mais

novo, um menino de cinco anos, que provavelmente seria a próxima vítima do pai, se a

mãe não tivesse quebrado o elo perverso da ofensa sexual, rompendo com seu papel

passivo e negligente; e assumido papel ativo e protetivo em relação aos seus quatro

filhos.

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• Genograma

GENOGRAMA B

DATA: NOVEMBRO / 2003

Cristina Werner / 2003

CONCLUSÃO:

Sem a substituição da palavra abuso por ofensa, parte dos esforços que são envidados na

proteção de crianças e adolescentes, contra a violência sexual, tornar-se-ão inúteis se

continuarmos a meta-comunicar (a comunicar subliminarmente), a permissão de uso dos

corpos de crianças e adolescentes para o prazer equivocado de adultos com “erro de

alvo”, pela autorização de uso que a palavra abuso continua a permitir a cada vez que é

empregada, até por parte daqueles que pretendem proteger crianças e adolescentes.

REFERÊNCIAS:

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Intensiva – aspectos teóricos y practicos. Traducción Francisco Gozález

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20. WERNER, Maria Cristina Milanez (2004) (c). Perícias em direito de família –

Perícia em abuso sexual de crianças e adolescentes. IN: Abusos e proteção de

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21. WIKIPEDIA – Enciclopédia virtual. www. wikipedia.org.