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Rua Lizandro Nogueira 1640 Centro/N Teresina/PI [email protected] (86) 3225-4899 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DOS FEITOS DA FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DO PIAUÍ. SINDICATO DOS POLICIAIS CIVIS DE CARREIRA DO ESTADO DO PIAUÍ – SINPOLPI, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ nº. 10.412.813/0001-42, estabelecido na Rua Lizandro Nogueira, nº 1640, Centro/N, Teresina/PI, vem perante V. Exa., através do profissional signatário, com fundamento no art. 274 e ss. do CPC, propor Ação de OBRIGAÇÃO DE FAZER cumulada com COBRANÇA Com pedido de Antecipação de Tutela Contra o ESTADO DO PIAUÍ, com endereço na Av. Senador Arêa Leão nº 1650 - Bairro: Jockey Club, CEP:64049-110, Teresina-PI e, em litisconsórcio, a Secretaria de Administração do Estado do Piauí – SEAD e a Secretaria da Fazenda - SEFAZ, ambas com endereço na Avenida Pedro Freitas, s/n - Blocos I e C, Bairro São Pedro, Centro Administrativo, CEP. 64.018-200, Teresina-PI, pelas razões de fato e dos fundamentos de direito a seguir expostos:

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Page 1: Ofício nº 371-DEPRE/20080 Teresina, 21 de janeiro de 2008€¦ · encaminhando o Ofício nº 12.000.368-GS/14, datado de 20/05/2014, oriundo da Secretaria de Segurança Pública,

R u a L i z a n d r o N o g u e i r a 1 6 4 0 C e n t r o / N T e r e s i n a / P I

s i n p o l p i @ b o l . c o m . b r ( 8 6 ) 3 2 2 5 - 4 8 9 9

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA

DOS FEITOS DA FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DO PIAUÍ.

SINDICATO DOS POLICIAIS CIVIS DE CARREIRA DO ESTADO DO

PIAUÍ – SINPOLPI, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ nº.

10.412.813/0001-42, estabelecido na Rua Lizandro Nogueira, nº 1640,

Centro/N, Teresina/PI, vem perante V. Exa., através do profissional

signatário, com fundamento no art. 274 e ss. do CPC, propor Ação de

O B R I G A Ç Ã O D E F A Z E R c u m u l a d a c o m C O B R A N Ç A

Com pedido de Antecipação de Tutela

Contra o ESTADO DO PIAUÍ, com endereço na Av. Senador Arêa Leão nº

1650 - Bairro: Jockey Club, CEP:64049-110, Teresina-PI e, em

litisconsórcio, a Secretaria de Administração do Estado do Piauí – SEAD

e a Secretaria da Fazenda - SEFAZ, ambas com endereço na Avenida

Pedro Freitas, s/n - Blocos I e C, Bairro São Pedro, Centro

Administrativo, CEP. 64.018-200, Teresina-PI, pelas razões de fato e dos

fundamentos de direito a seguir expostos:

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I – DA LEGITIMIDADE ATIVA DO SINPOLPI – SUBSTITUTO PROCESSUAL

O Requerente [SINPOLPI] é legítimo representante da classe

dos policiais civis de carreira do Estado do Piauí, conforme bem

demonstra a documentação anexa (Docs. 01 – atos constitutivos), o qual

possui finalidades institucionais, dentre outras, de coordenação,

proteção e de representação legal, nos termos do art. 2º do seu

Estatuto (Docs. 01) e arts. 8º, III, e 37, VI da Constituição Federal.

De tal modo, estando a entidade sindical regularmente

constituída possui legitimidade para litigar pelos direitos e interesses da

categoria que representa. Assim, como substitutivo processual, tem

legitimidade para propor o presente pedido objetivando proteger direito

líquido e certo dos seus filiados, como estatuído no art. 28 e seguintes

da Lei Complementar nº 37/2004 (Estatuto dos Policiais Civis de Carreira do

Estado do Piauí), art. 9º, II e 33, III, da Lei Complementar nº 13/94 (Estatuto

dos Servidores Públicos do Estado do Piauí), vez que não foi registrado nos

assentos funcionais dos nominados, por conseguinte não pago.

II – CONSIDERAÇÕES FÁTICAS E ASPECTOS LEGAIS

A promoção é forma de provimento derivado em cargo

público, no qual o servidor é elevado de uma classe para outra dentro

de uma mesma carreira (LC 13/94 art. 9º e 22).

Este pleito cinge-se à análise de preterição a direito a

promoção por antiguidade e merecimento, por conseguinte, com reflexo

remuneratório. Nos termos do art. 28 da LC nº 37/2004, a “promoção

por antiguidade ou por merecimento será feita de uma classe para outra

imediatamente superior dentro de uma mesma carreira”.

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A referida norma estadual informa em seu art. 30 que “as

promoções serão realizadas em 21 de abril e 28 de outubro de cada ano,

desde que verificada a existência de vaga e haja policial civil em

condições de a ela concorrer”. Os requisitos para ascensão

promocional estão elencados nos arts. 31 usque 35 da LC 37/04.

Em maio/2014 a SEAD oficiou a Secretaria de Estado do

Governo acerca da autorização do Governo do Estado do Piauí para

promoção dos policiais civis dos cargos de delegados, perito médico legal,

perito criminal, peritos papiloscopistas, escrivães e agentes,

encaminhando o Ofício nº 12.000.368-GS/14, datado de 20/05/2014,

oriundo da Secretaria de Segurança Pública, para edição de Decretos, com

efeito a partir de 1º de junho de 2014 (Docs. 02 – Ofícios e Memorando).

Verifica-se que todos os requisitos legais foram

reconhecidamente alcançados, sendo, pois, responsabilidade do

Requerido cumprir com os ditames legais, mormente tratando-se de

leis e normas por eles exaradas e que beneficiem servidores públicos

diretamente subordinados, devendo ser considerado, ao caso,

descumprimento do disposto no artigo 30 da LC 37/04.

Até o presente momento, contudo, malgrado oficiado através

das secretarias de governo [SEAD e Secretaria de Segurança], o Estado se

omite de publicar decreto de ato administrativo com vista ao

procedimento de promoção dos policiais civis [agentes, escrivães e peritos],

desta feita, causando prejuízos por ferir direito líquido e certo destes.

À guisa de esclarecimentos, os efeitos das despesas e valores

que importam ao erário público, segundo o Memo 200/2014/UGP/SEAD

(Docs. 02), datado de 22/05/2014, tem impacto mensal total para o

Estado de R$ 127.274,36 (cento e vinte e sete mil, duzentos e setenta e

quatro reais e trinta e seis centavos).

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Antevendo-se eventual discussão sob o crivo de violação da

Lei Complementar 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) e de gastos

não previstos, ab initio, convém transcrever dispositivo a ela inerente:

Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência. § 1º (...) § 2o A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência. Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados: I - União: 50% (cinqüenta por cento); II - Estados: 60% (sessenta por cento); III - Municípios: 60% (sessenta por cento). § 1o Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão computadas as despesas: (...) IV - decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da apuração a que se refere o § 2o do art. 18

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O entendimento jurisprudencial segue liame da tese nesta

discorrida, desprendendo-se de obstáculos quanto à negativa de

pagamento, verbis:

CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. AGENTE DE POLÍCIA CIVIL DO ESTADO. PROMOÇÃO FUNCIONAL COM EFEITOS RETROATIVOS. DIREITO AO RECEBIMENTO DOS VALORES ATRASADOS DEVIDAMENTE ATUALIZADOS. ALEGAÇÃO DE INDISPONIBILIDADE ORÇAMENTÁRIA. DESCABIMENTO. INTELIGÊNCIA DO ART. 19, § 1º, IV, DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS. CONHECIMENTO E DESPROVIMENTO DO RECURSO.

(TJ-RN - AC: 106399 RN 2011.010639-9, Relator: Des. Vivaldo Pinheiro, Data de Julgamento: 13/10/2011, 3ª Câmara Cível)

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EM MANDADO DE

SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO

ESTADUAL. INCORPORAÇÃO DE QUINTOS. CORREÇÃO

MONETÁRIA. DIREITO DECORRENTE DE LEI E

RECONHECIDO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. RECUSA

DE PAGAMENTO. LIMITES ORÇAMENTÁRIOS. LEI DE

RESPONSABILIDADE FISCAL. MOTIVAÇÃO INIDÔNEA. ATO

ILEGAL E ABUSIVO. CRITÉRIOS DE ATUALIZAÇÃO DE

VALORES. INOVAÇÃO RECURSAL. INADMISSIBILIDADE NA

VIA DO AGRAVO INTERNO.

1. O direito do servidor público do Estado de

Rondônia à incorporação dos quintos e às respectivas

atualizações monetárias foi reconhecido tanto pela

Administração Pública quanto pelo Tribunal local,

mas a negativa de pagamento da mencionada vantagem

pessoal foi baseada apenas na falta de dotação

orçamentária, tendo sido realçado o caráter

discricionário do orçamento.

2. Este Tribunal Superior consagrou o entendimento

de que os limites previstos nas normas da Lei

de Responsabilidade Fiscal (LRF) - mormente

os relacionados às despesas com pessoal de

ente público - não são aptos a justificar o

descumprimento dos direitos subjetivos do

servidor público, como é o recebimento de

vantagens asseguradas por lei (cf. art. 22,

parágrafo único, da LC nº 101/2000).

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3. O tema acerca dos critérios de correção

monetária a serem empregados no pagamento dos

quintos incorporados não foi apreciado pelo

Tribunal de origem, tampouco a matéria foi

suscitada nas razões ou contrarrazões do recurso

ordinário, caracterizando-se, pois, clara

inovação recursal que não pode ser conhecida

neste momento processual.

4. Agravo regimental a que se nega provimento.

STJ / AgRg no RMS 30359 / RO AGRAVO

REGIMENTAL NO RECURSO EM MANDADO DE

SEGURANÇA 2009/0171806-9 / DJe 11/10/2012

Destarte, possível alegação do Estado acerca de princípios

orçamentários que alicerçam a atividade da Administração Pública, sob

o pálio dos art. 167 e § 1º do art. 169 da Constituição Federal e da Lei

de Responsabilidade Fiscal, de per si, não podem servir de óbice para

que se estabeleça direitos já incorporados ao patrimônio dos

servidores, uma vez considerado que os policiais já cumpriram com os

requisitos para a promoção na carreira, estas que devem ser efetivadas

cabendo ao administrador público a adoção de todas as medidas

necessárias à readequação aos limites, conforme previsão dos arts. 22

e 23 da LC 101/2000.

Ademais, destaque-se que os prejuízos aos servidores públicos

aptos à promoção não são somente de ordem remuneratória, os quais, por

certo, traduzem em infortúnios às condições de vida e demais expectativas

dos servidores policiais civis e seus familiares, mas, considerando a

natureza jurídica de remuneração, também de outros direitos assegurados

por lei como a disposição, exercício, atuação funcional e aposentadoria,

todos disciplinados pelos artigos 28 e ss. da LC 37/04 e 18, § 8º, 22 e ss. da

LC 13/94, não devendo ficar sob a discricionariedade do administrador

público a efetivação do direito à promoção funcional, como assim já

decidiu o E. TJPI, conforme pede venia para transcrição jurisprudencial:

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201300010042955 Des. Raimundo Eufrásio Alves Filho

Classe: Apelação / Reexame Necessário

Julgamento: 18/03/2014

Órgão: 1a. Câmara Especializada Cível

Ementa:

REEXAME NECESSÁRIO E APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORIDNÁRIA DE

OBRIGAÇÃO DE FAZER JULGADA PROCEDENTE. SERVIDOR PÚBLICO.

PROFESSOR. PROMOÇÃO. PRESENÇA DOS REQUISITOS AUTORIZADORES

PARA PROGRESSÃO FUNCIONAL. RECURSO CONEHCIDO E IMPROVIDO. I- A

Progressão se situa no patamar de um mecanismo, ou instrumento

administrativo, selecionado pelo legislador local, para impedir que a

carreira se imobilize e para promover dinâmica horizontal que prestigie e

motive a permanência do servidor em atividade, assegurando sua

mobilidade remuneratório-funcional. II- E para garantir a eficácia de

mencionado instrumento, a já mencionada Lei Municipal n.° 699/2010, que

regulamenta o Plano de Carreira, Cargos e Vencimentos e Remuneração

dos Profissionais da Educação do Município de Batalha, veio a estabelecer

dois tipos de progressão ao profissional da educação: a progressão

funcional e a progressão salarial, conforme se depreende dos seus arts. 24

e 28. III- Por conseguinte, calha salientar que, em relação à Progressão

Funcional, o art. 24, da Lei Municipal n° 699/2010, define que a evolução

de Classe, se dá de maneira automática em função da qualificação ou

titulação exigida, sendo portanto, desnecessária a realização de avaliação

de desempenho, que somente se dará em casos de progressão salarial, o

que não ocorre nos autos em comento. IV- Desse modo, para efeito da

progressão funcional, o Professor Classe “B”, que apresentar habilitação

específica em Nível Superior, obtida em curso de Especialização, terá

automaticamente direito à Progressão à Classe “C”, de acordo com o art.

25, da Lei Municipal n.° 699/2010. V- E compulsando-se os autos, observa-

se que a Apelada exerce o cargo de Professora Classe “B”, tendo postulado

administrativamente a sua mudança para a Classe “C”, por ter concluído

curso de Pós-Graduação Latu Sensu em Psicopegagogia Institucional, área

específica de atuação de um professor, sendo a progressão funcional

medida que se faz. VI- Portanto, presentes os requisitos que autorizam a

progressão funcional da Apelada para o cargo de Professor Classe “C”, não

é lícito ao administrador apreciar a oportunidade e conveniência de sua

prática, porquanto este se encontra vinculado ao dispositivo legal que

prevê o instituto, em conformidade com os princípios norteadores da

Administração Pública insculpidos no art. 37, caput, da CF. VII- Recursos

conhecido e improvido. VIII- Jurisprudência dominante dos Tribunais

Superiores. IX- Decisão por votação unânime.

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Decisão:

Como consta da ata de julgamento, a decisão foi a seguinte: acordam

componentes da 1ª Câmara Especializada Cível do Tribunal de Justiça do

Estado do Piauí, à unanimidade, em CONHECER DA APELAÇÃO CÍVEL e do

REEXAME NECESSÁRIO, ante o preenchimento dos pressupostos de

admissibilidade, e, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, MANTENDO

incólume a SENTENÇA DE 1º GRAU em todos os seus termos. Custas ex legis.

I I I – D O P E D I D O D E T U T E L A A N T E C I PA D A

Diante da situação ora exposta, entende-se que a omissão

atacada viola direito líquido e certo dos policiais civis, demostrado que

está o fumus boni iures fundamentado no reconhecimento da própria

Administração Pública para a efetivação da promoção dos cargos de

agente, escrivães, peritos criminal, médico legal e papiloscopistas da

polícia civil do Estado do Piauí.

O periculum in mora está evidenciado, pois além de gerar

prejuízo financeiro para a categoria reivindicante supramencionada, efeito

natural do acesso à hierarquia superior, a omissão decerto gera

insatisfação para os policiais civis, logicamente podendo afetar ao

destinatário final, ou seja, a prestação de serviço público para a sociedade.

O exposto, por certo, autoriza a concessão antecipada do

pedido em favor do Requerente, mediante antecipação de tutela, nos

moldes do art. 273, I e II do Código de Processo Civil, que assim reza:

“Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:

I- haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou

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II- fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu.”

Logo, os pressupostos necessários à procedência da tutela

antecipada ora defendida estão preenchidos, tendo em vista que os

requisitos exigidos pelo art. 273, I e II do CPC são alternativos, isto é:

pode haver periculum in mora ou ocorrência de manifesta intenção

protelatória do réu.

No presente caso, a primeira alternativa (periculum in mora)

entende como perfeitamente aplicável para fins de conceder os efeitos

da antecipação da tutela, com vistas a determinar ao Estado do Piauí,

no prazo judicial, adote medidas necessárias para que os policiais civis

indicados em lista e chancelados pela própria Administração, sejam

devidamente promovidos, pelo critério de antiguidade e merecimento,

conforme indicado pelo Conselho Superior de Polícia Civil, com efeito

retroativo à partir de 1º de junho de 2014.

I V – D O S P E D I D O S

Os fatos em destaque estão devidamente comprovados

através da documentação que se agrega ao presente pedido, assim como,

na legislação em voga inerente à espécie, destarte preenchendo-se os

requisitos, critérios e condições legais regulamentados para autorização

das promoções, por demais, apresentando-se direito líquido e certo.

Assim, estando presentes todos os requisitos de

admissibilidade e presentes os demais para julgamento, requer digne-

se V. Exa., julgar o presente pedido em favor do Requerente, por seus

associados substituídos, estes indicados em lista anexa, para tanto:

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1. Que seja concedida, inaudita altera parte, a antecipação dos

efeitos da tutela, determinando-se ao Estado do Piauí a adoção de

medidas necessárias para que, no prazo judicial e razoável, os

policiais civis indicados em lista e chancelados pela própria

Administração, sejam devidamente promovidos, para tanto,

obrigando-se o Requerido a editar Decreto Governamental de

promoção dos associados substituídos, então relacionados às

referidas Classes a que fazem jus e com do reflexo remuneratório,

observado o efeito retroativo a partir de 01/06/2014;

2. Determine a CITAÇÃO do Estado do Piauí e os litisconsortes

passivos, Secretarias de Administração (SEAD) e da Fazenda

(SEFAZ) para, no prazo legal, apresentarem contestação;

3. No mérito, julgar PROCEDENTE o presente pedido, condenando o

Estado do Piauí a providenciar a edição de Decreto Governamental

de promoção por antiguidade e merecimento dos substituídos –

policiais civis – relacionados às referidas Classes e de acordo com

lista anexa e indicadas pelo Conselho Superior de Polícia Civil, com

efeito retroativo, conforme indicado no OF.GAB.SEAD. Nº

1343/14, a partir de 01/06/2014, APÓS, que seja determinado ao

Estado do Piauí a implantação imediata nos registros,

assentamentos funcionais e com as respectivas percepções

remuneratórias devidas nos vencimentos dos policiais civis,

conforme suas referidas classes, então promovidos em Decreto;

4. Que seja condenado o Estado do Piauí ao pagamento das

percepções remuneratórias devidas aos substituídos nominados

em lista, em face da promoção funcional (merecimento e

antiguidade) contadas a partir de 01/06/2014, com reflexo nas

nas verbas salariais (férias e 13º salário) as atualizações monetárias

e juros legais devidas;

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5. Que seja fixada MULTA diária para o caso de descumprimento de

ordem judicial, nos termos do art. 461 do CPC;

6. Insta pela intimação do Ministério Público Estadual, para

manifestar-se acerca do presente pleito;

7. Que seja o Requerido condenado ao pagamento de custas

processuais e honorários advocatícios;

8. Que seja possibilitado provar o alegado utilizando-se de todos os

meios de provas admitidos em direito, especialmente através de

prova documental e testemunhal.

Dá à causa, para meros efeitos fiscais, o valor de R$ 1.000,00

(mil reais).

Nestes termos,

Pede deferimento.

Teresina/PI, 22 de janeiro de 2015.

Luís Moura Neto Adv. OAB/PI 2.969

CPF. nº 504.141.783-00

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DOC UMENTOS ANEX AD OS :

DOCS. 01 – Procuração, Atos Constitutivos Sindicais (Estatuto, Registro MTE, Ata de Posse);

DOCS. 02 – Ofícios e Memorando;

DOCS. 03 – Lista (Aptos à Promoção)