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BRANQUEAMENTO EM MANTA A B l Reg pOJl Augusto Fernandes Milanez Celso Edmundo B Foelkel Susana Munhoz K Borges Pedro Paulo O Barth Riocell Rio Grande Cia de Celulose do Sul In tJl oducao o branqueamento da celulose pelo usa de gases como oxig nio dioxido de cloro cloro ear coloca a disposi ao da tecno logia de branqueamento novas op oes para a realiza ao do esta gio Complicados reatores misturadores ou enormes torres de brB queamento podem ser substituidos por equipamentos mais simples e de concep ao diferente do tradicionalmente conhecido Os gases quando aplicados sobre polpas nao branqueadas corn media para alta consistencia conseguem facilmente tomar contato corn as fi bras pela sua notavel capacidade de difusao E claro que is so nao se aplica para polpas corn baixas consistencias onde 0 gas tern que se difundir em urn meio liquido para alcan ar as fibras Por outro lado a utiliza ao de gases e particularmente reco mendada para estagios em inicio de sequencia onde as fibras ainda possuem uma capa de lignina a envolve las A rea ao dos gases corn essa lignina externamente depositada nas fibras e ra pida e 0 estagio pode ser realizado ern poucos minutos o branqueamento de celulose corn ar proposto por ZVINAKE VICIUS e t a t U 1980 veio colocar a mao do setor celulosico p peleiro uma alternativa barata e simples para a deslignifica ao Novos desenvolvimentos continuaram a ser realizados pelos auto res no intuito de explorar ao maxima as vantagens do uso do ar

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Page 1: oducao brB - Celso Foelkel. Branqueamento em … · queamento podem ser substituidos por equipamentos mais simples e de concep ao diferente do tradicionalmente conhecido Os gases

BRANQUEAMENTO EM MANTAA BlReg

pOJl

Augusto Fernandes Milanez

Celso Edmundo B Foelkel

Susana Munhoz K BorgesPedro Paulo O Barth

Riocell Rio Grande Cia de Celulose do Sul

IntJl oducao

o branqueamento da celulose pelo usa de gases como oxignio dioxido de cloro cloro ear coloca a disposi ao da tecno

logia de branqueamento novas op oes para a realiza ao do esta

gio Complicados reatores misturadores ou enormes torres de brBqueamento podem ser substituidos por equipamentos mais simples e

de concep ao diferente do tradicionalmente conhecido Os gases

quando aplicados sobre polpas nao branqueadas corn media para

alta consistencia conseguem facilmente tomar contato corn as fi

bras pela sua notavel capacidade de difusao E claro que isso

nao se aplica para polpas corn baixas consistencias onde 0 gastern que se difundir em urn meio liquido para alcan ar as fibras

Por outro lado a utiliza ao de gases e particularmente reco

mendada para estagios em inicio de sequencia onde as fibras

ainda possuem uma capa de lignina a envolve las A rea ao dos

gases corn essa lignina externamente depositada nas fibras e ra

pida e 0 estagio pode ser realizado ern poucos minutos

o branqueamento de celulose corn ar proposto por ZVINAKE

VICIUS et atU 1980 veio colocar a mao do setor celulosico p

peleiro uma alternativa barata e simples para a deslignifica ao

Novos desenvolvimentos continuaram a ser realizados pelos auto

res no intuito de explorar ao maxima as vantagens do uso do ar

Page 2: oducao brB - Celso Foelkel. Branqueamento em … · queamento podem ser substituidos por equipamentos mais simples e de concep ao diferente do tradicionalmente conhecido Os gases

como agente de deslignifica ao

o presente trabalho procurou aSSOC1ar as vantagens do uso

de urn gas como e 0 ar corn as vantagens de se branquear uma ca

mada de fibras celulosicas na forma de uma manta Embora a 1

deia possa parecer revolucionaria 0 conceito nao e totalmente

novo Na fabrica ao de tecidos tanto as fibras individuais co

mo 0 proprio tecido podem ser branqueados Na industria de cel

lose algumas fabricas chegam a pulverizar solu ao de peroxidode hidrogenio sobre folhas de celulose prontas visando reduzir

a reversao da alvura

A literatura em branqueamento de folhas de papel ou celula

se e escassae dispersa A primeira patente conhecida foi conse

guida em 1949 no Canada por McEWEN SHELDON que descreveram

ern detalhe urn procedimento para branqueamento de papel jorncorn ac ido peracet ico Al guns anos mais tarde DUSTMAN JR J 962

patenteou urn metodo de branquear superficies sOlidas incluindo

papel e papelao utilizando solu ao de peroxido de hidrogenio e

bicarbonato de amonio Em 1965 RAPSON WAYMAN ANDERSON deseJ

volveram maneiras de se branquear papel com acido peracetica p

roxidos e hidrossulfitos Diversos tipos de papeis foram bran

queados pelos autores em aplica oes isoladas ou sequenciais dos

produtos alvejantes 0 tempo de branqueamento era extremamente

curto variando de 5 a 30 segundos pa a os hidrossulfitos e aci

do peracetico e 1 a Z minutos para os peroxidos

Con forme se pode observar 0 branqueamento de folhas de p

pel da maneira como e conhecido ate 0 presente baseia se na a

plica ao de solu oes de produtos quimicos por pulveriza ao ou

por banho da folha com a solu ao

o conceito que os autores do presente trabalho apresent m

e ligeiramente diferente do tradicional No branqueamento em

manta 0 agente quimico gasoso passa atraves da manta avl

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Mate lat

Para os ensalOS de deslignifica ao foram escolhidos tres

tipos de polpas kraft nao branqueadas amostradas da linha 1n

dustrial de fabrica ao da Riocell Rio Grande Cia de Celulose

do SuI

A primeira e segunda amostras foram tomadas em campanhas

produ ao utilizando 75 de madeira de eucalipto principalmente

Euealyptu6 6allgna e 25 de madeira de Aeaeia mea n6ll ern vol

me Sobre essas polpas foram realizados os ensaios preliminares

que visavam conhecer e otimizar as variaveis do processo Aposo desenvolvimento da metodologia para a aplica ao do ar atraves

da manta de fibras decidiu se realizar uma serie mais completade ensaios sobre uma polpa de reconhecidamente maior dificulda

de para branqueamento Para isso tomou se uma terceira amostra

em uma campanha especial de produ ao de celulose utilizando se

100 de madeira de Eueatyp tu6 te etleo nl6 de terceira rebro

ta com aproximadamente 15 anos de idade

As caracteristicas das tres polpas eram as seguintes

Amo6t a 1 numero kappa 16 3 viscosidade intrinseca

1131 cm jg alvura 36 9 9GE

Am06tJl a 2 numero kappa 18 9 viscosidade intrinseca

1162 cm jg alvura 31 5 9GE

Amo6t a 3 numero kappa 20 4 viscosidade intrinseca

1020 cm jg alvura Z7 8 9GE

Metodoiogia

As amostras de polpa foram tomadas na saida do filtro en

grossador As polpas das amostras 1 e 3 foram lavadas e depuradas para remo ao de feixes e nodulos sendo a seguir desagudas transformadas em flocos umidos e armazenadas para 0 momen

to do ensaio A polpa da amostra Z nao foi lavada sendo utili

zada da forma como amostrada

Para a realiza io do ensaio fez se necessaria a constru

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Os propositos da aparelhagem eram a obten io de ar quentee pressuriza io desse ar sobre a manta para que ele passasse a

traves da mesma 0 ar era aquecido em urn trocador de calor aqucido a vapor de maneira indireta 0 ar quente saindo do troca

dor de calor era pressurizado ern urn reator hermetico que estava

mergulhado em um banho de agua proxima a ebuli ao Todos esses

cuidados tinham 0 proposito basico de suprir a temperatura ade

quad a ao processo Conforme se sabe a deslignifica io com ar emais efetiva a temperaturas acima de 90 ge Frente as dificulda

des de se manter a temperatura do reator na faixa adequada to

nou se obrigatoria a inje ao de vapor dentro do mesmo como on

te extra de calor E claro que essa medida seria dispensavel ca

so 0 ar quente fosse aquecido a temperaturas mais altas 0 quenao foi possivel com 0 sistema aqui desenvolvido Em grande pate as dificuldades de se alcan ar temperaturas elevadas apenascom 0 ar se deviam as perdas de caror do equipamento

o trabalho nessas condi oes exigia urn controle cuidadosodo operador pois a caso a pressio do vapor se elevasse deJIlillS havia queima da celulose b caso a pressio do ar se ele

vasse demais havia pressuriza ao exagerada sobre a manta e a

pressio expremia os reagentes da celulose c devia se evitar

enviar vapor com goticulas de agua para 0 reator para impedirque a celulose fosse lavada pela igua condensada

Cada tratamento era realizado corn 0 equivalente a 10 gramas a s de celulose a qual era misturada ern uma solu io de

NaOH corn concentra io pre fixada Essa suspensao era filtrada

em urn funil de Buchner provido de tela plastica Como resulta

do obtinha se uma manta de celulose com gramatura a s de

800 gjm e consistencia de aproximadamente 25 Procedia se es

sa etapa em duplicata sendo uma amostra levada para 0 funil

que era utilizado no ensaio no rea tor e a outra para a determina io de NaOH que era expresso base polpa a s

o reator era pre aquecido corn vapor e encontrava se merguIhado em banho maria a quente Come ava se a controlar a temperatura do ar pelo aquecimento do mesmo no trocador de calor Logoque se obtivessem temperaturas uniformes no ar acoplava se 0

funil no reator fechava se 0 mesmo e acoplava se 0 ar quente e

o vapor ao vasa de rea ao A temperatura do ar de saida era mC

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dida durante 0 tempo de rea ao que variava de 2 a 5 minutos

As variaveis do processo eram as seguintes

carga de soda aplicada base polpa a s

temperatura do ar quente na entrada e saida

tempo de rea ao

Um total de 75 tratamentos foram realizados Os

50 serviram para a obten ao de

25 foram utilizados para obter

como branqueamento e refino

Apos 0 tratamento com ar a p lpa era analisada para nume

ro kappa viscosidade intrinseca e alvura

dados

polpa

preliminares e os

primeirosultimos

para testes subsequentes

Decidiu se continuar a pesquisa para se verificar a econo

mia em cloro ativo que era possivel se conseguir quando se u

sasse de ar para reduzir 0 numero kappa da polpa nao branqueadaPara isso as 25 polpas relativas a amostra 3 Eueatyptu6 te

etic o n6 e que sofreram 0 tratamento com arjalcali foram mi

turadas para se conseguir quantidade suficiente de material pa

ra 0 branqueamento Para fins de compara ao branqueou se tam

bem a celulose original da amostra 3 que nao houvera side des

lignificada corn ar

A sequencia de branqueamento a otada foi CEHV seguida de

lavagem com solu ao de S02 As cond oes a cada estagio eram as

seguintes

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Temperatura 60 9C

pH final 10 5 a 11 2

Tempo 90 minutos

Hipoeto aca o

Consistencia 10

Cl2 ativo 0 23 NV Kappa CE0

Temperatura 40 9C

pH final 9 6 a 10 0

Tempo 120 minutos

Vioxidaiio

Consistencia 10

70 9C

3 0 a 4 7

210 minutos

Temperatura

pH final

TempoCl2 ativo 1 60 para os tratamentos Ar l e A

1 78 para os tratamentos Ar 2 e B

Z OO para 0 tratamento C

Foram realizados cinco branqueamentos completos CEHV dois

sobre polpas previamente tratadas com ar Ar l e Ar 2 e tres

sobre polpas kraft normais A B e C

Nas polpas branqueadas determino se a alvura 0 numero de

cor posterior a viscosidade intrinseca e a solubilidade da po

pa em NaOH 5 As polpas branqueadas foram tambem refinadas ern

moinho Jokro Muhle sendo os testes realizados em folhas prepa

radas con forme metoda TAPPI T 205 corn 60 gjm2 Os ensaios fi

sicos mecinicos foram realizados de acordo com 0 metoda TAPPI

T 220

Re uitado6 e Vi eu a o

Dentro do proposito de conhecer a influencia das VariaV0is

do processo realizaram se algumas aplica oes sobre a amostrade

celulose nurnero 1 variando se a concentra io da solu io de NaOH

na qual a polpa era misturada as temperaturas de entrada e saida do ar 0 tempo de rea ao e a gramatura da manta Os resulta

dos alcan ados estio no Quadro 1 Observou se que realmente 0

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corria uma redu ao do numero kappa da polpa com 0 tratamento

corn arjalcali A redu io era bastante dependente das condi oes

do processamento Paralelamente a diminui io do numero kappapor deslignifica ao ocorria urn aumento da alvura da polpa Em

bora se notasse uma ligeira queda na viscosidade da celulose pra os tratamentos com alcalinidade mais elevada essa propriedde nio era afetada quando se utilizavam de cargas alcalinas

mais suaves Entretanto os melhores efeitos de deslignifica io

foram notados para as dosagens maiores de NaOH Observar que pra os trat mentos onde a concentra ao da soda era de 40 e 50 gjlo que dava em m6dia uma carga de NaOH base polpa a s de 6 2 c

7 6 respectivamente 0 nurnero kappa era reduzido de 16 3 a

cerca de 10 0 e a alvura subia de 36 9 para cerca de 45 9GE Ires

rnu em aplica oes de apenas 2 minutos Da analise do Quadro 1 e

possivel se concluir que desde que haja temperatura adequadaa variavel mais importante para 0 branqueamento em manta e a al

calinidade da polpa Ela inclusive tem que ser elevada por

que na passagem do ar atraves da manta ocorre compacta io da mes

ma com remo ao parcial da solu ao alcalina

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Diversas considera oes podem ser apresentadas frente a a

qui provada viabilidade do branqueamento em manta

Opii 1

Realizar urn estagio especial logo apos 0 cozimento para

reduzir 0 numero kappa da polpa em cerca de 40 Para isso

faz se imperioso usar alta aplica ao de soda caustica base polpa Esse procedimento nio seria adequado para 0 processamentokraft pois quantidades elevadas de soda caustica teriam que r

introduzidas no sistema provocando um desbalanceamento em alc

Ii no mesmo Infelizmente 0 licor branco kraft nao e urn ilcali

dos mais recomendados para substituir a soda porque 0 Na 2S tern

afinidade pelo ar sendo oxidado e perdendo sua eficiencia como

agente de deslignifica io Por outro lado a utiliza io desse

procedimento para 0 processo soda ou soda antraquinona e dos

mais promissores Pode se perfeitamente desviar parte do alcali

proveniente da caustifica io para lavar a polpa antes da aera

io da manta e 0 filtrado ser encaminhado em contra corrente ao

digestor ja que 0 consumo de soda nao e grande

Um exemplo de como seria possivel utilizar de rnaneira via

vel 0 branqueamento ern manta para 0 processo sodajantraquinonaesta esquematizado simplificadamente na Figura 2 E obvio que a

engenharia do reator ainda necessita ser desenvolvida Importate considerar que nio ha nem mesmo a necessidade de se lavar a

polpa saindo do digestor para encaminha la ao reator pois 0 alcali residual de cozimento e 0 calor que a polpa possui serao

uteis ao processo de deslignifica io corn ar

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Opcao 2

Aproveitar 0 calor e a alcalinidade residual da polpa apos

o cozimento kraft para num tratamento ripido em um filtro lava

dor especial conseguir a redu ao de alguns pontos no numero

kappa da mesma 0 tratamento sera melhorado caso se fa a a adi

ao de uma quantidade relativamente pequena de soda caustica

E claro que sendo 0 processo recente e ainda em evolu ao

existem muitas outras formas para otimizar a opera ao Pode se

mencionar por exemplo a introdu ao ern posi ao inicial de

chuveiros lavadores com solu ao alcalina em filtros lavadores

pressurizados com ar b pulveriza ao da solu ao alcalina juntoao ar quente fazendo se passar atraves da manta urn ar quenterico em goticulas de solu ao alcalina c utiliza ao de malor

vicuo no filtro lavador para acelerar a passagem de ar atraves

da manta etc

Para dar continuidade a pesquisa considerou se que 0 in

teresse mais imcdiato residia no que se considerou como opao Z

ou seja na redu ao de algumas unidades no numero kappa da pol

pa pela a ao do ar em baixa media alcalinidade Maiores estudos

se farao necessarios para melhor desenvolver a op ao 1

Dessa forma resolveu se realizar dois ensaios corn um nu

mero tal de repeti oes que garantisse urn aceitavel grau de con

fian a dos resultados

No primeiro desses ensalOS testou se uma polpa kraft de

eucalipto acacia amostrada logo apos 0 primeiro filtro lavador

de celulose da linha industrial da Riocell amostra Z Essa polpa nao era lavada para 0 ensaio assim mantinha 0 seu residual

de licor preto A polpa era diluida em solu ao de NaOH a 10 gUera a seguir filtrada ern funil de Buchner e a manta formada corn

650 a 980 g m2 era levada ao reator para a aplica ao de ar que

te durante 5 minutos Os resultados medios para 0 ensaio refe

rentes a quinze repeti oes estao apresentados no Quadro 2

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Quad o 2 Deslignifica ao em manta a baixa alcalinidade para

redu ao de alguns pontos no numero kappa Celulose

75 eucalipto 25 acacia Amostra 2

Condi oesjresultadosValores medios

15 repeti oes

Valores

Maxima Minima

Condi oe

Concentra ao da solu ao de 10

NaOH gt

Tempo minutos 5

Gramatura a s gjm2 840 980 650

Temperatura de entrada do 94 100 79

ar 9C

Temperatura de saida do 61 76 48

ar 9C

Ca lac te 26t ea6 da polp

NUmero kappa inicial 18 9

1lunero kappa final 17 4 16 1

Viscosidade inicial cm3 j g 1162

Viscosidade final cm jg 1108 1153 1053

Alvura inicial 9GE 31 S

Alvura final 9GE 34 2 36 4 32 4

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Os resultados apresentados no Quadro 2 embora mais modes

tos que os alcan ados quando do uso de mais alta alcalinidade

na manta durante a aera ao revelam que 0 objetivo de redu ao

de alguns pont os do numero kappa da polpa por um tratamenill sua

ve talvez aplicado no proprio filtro lavador pode ser plenamente alcan ado

o segundo ensaio que se seguiu depois de se ter eleito it

op ao como a que merecia maiores investiga oes no momento p

la suas maiores possibilidades de aplica ao imediata consistiu

num ensaio completo corn polpa kraft de Euea lyptu6 te etleo ni6

Amostra 3 Sobre essa polpa realizaram se 25 repeti oes do

tratamento cQm ar objetivando conhecer bem a repetibilidade do

ensaio e obter polpa suficiente para posterior branqueamento e

refino

Os resultados medios para 0 estagio de deslignifica ao em

manta dessa polpa estao mostrados no Quadro 3

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Quad o 3 Deslignifica ao ern manta a baixa alcalinidade para

redu ao de alguns pontos no numero kappa Celulcse

100 Euealyptu6 te et co n 6 Amostra 3

Condi oes resultadosValores medios

25 repeti oes

Desvio

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Coeficiente de

variaao

COHdloe 6

Concentra ao da solu ao 15

de NaOH g

NaOH na manta base 2 92 0 41 14 14

polpa a s

Tempo min 5

Temperatura de entrada 97 2 3 74 3 85

do ar 9C

Temperatura de saida 51 7 8 03 15 55

do ar 9C

Caftaete I6t ea6 da EElEC

Numero kappa inicial 20 40

Numero kappa final 18 44 0 52 2 80

Viscosidade inicial ern Ig 1029

Viscosidade final 1014 50 1 4 95

Alvura inicial 9GE 27 8

Alvura final 9GE 29 8 0 85 2 88

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Os resultados do Quadro 3 mostravam uma redu io de ern me

dia 2 pontos no numero kappa das polpas tratadas com ar e tarn

bern uma eleva ao de 2 9GE na alvura A viscosidade nao era pr

ticamente afetada

Comprovada a redu ao do numero kappa restava averiguar se

essa redu io era acompanhada por economia de produtos quimicosno branqueamento e produ io de polpa branqueada de boa qual ida

de Os resultados para consumo de produtos quimicos estagio por

estagio e para as condi oes de branqueamento e caracteristicas

das polpas estao apresentados respectivamente nos Quadros 4 e

5

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QuadJlo 5 Condi oes e resultados dos branqueamentos

TratarnentoCondi oesjresultados

Ar l Ar 2 A B C

ct2 ativo aplicado ern 1 60 1 78 1 60 1 78 2 00

D

Cl2 ativo total apli 5 16 5 37 5 79 5 87 5 96

cado

ct2 ativo total consu 5 15 5 32 5 61 5 63 5 68

mido

NaOf total aplicada 2 00 2 00 2 08 2 08 2 08

NaOf total conswnida 1 20 1 40 1 47 1 37 1 44

Alvura inicial 9GE 29 8 29 8 27 8 27 8 27 8

Alvura final 9GE 88 4 89 3 87 3 89 5 89 9

Viscosidade inicial 9GE 1014 1014 1029 1029 1029

Viscosidade final 9GE 872 831 856 835 81

Nlirnero kappa inicial 17 6 17 6 20 2 20 2 20 2

NUmero kappa apes CE 2 8 2 9 4 3 3 9 3 3

Nlirnero de cor posterior 0 75 1 12 1 05 0 71 0 61

Ss inicial 9 8 9 5 11 5 11 5 11 5

Ss final 9 1 8 2 8 8 8 8 8 7

Cl2 ativo em D e que diferencia os tratamentos Ar l e Ar 2

A B e C

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Os branqueamentos laboratoriais mostraram a mais facil bran

queabilidade das polpas previamente tratadas corn ar pelo siste

ma branqueamento ern manta Para polpas correspondentes Ar l e

A Ar 2 e B ou seja polpas tratadas corn ar vs polpas nao tra

tadas notou se que as propriedades finais das polpas branqueadas ern termos de alvura reversao de alvura viscosidade e S5eram praticamente similares As polpas previamente tratadas com

ar mostraram como vantagem 0 mais baixo consumo de cloro ati

vo total em media 0 5 a 0 6 menor visto que exigiam menos

cloro ativo nos estagios da clora ao e hipoclora ao tendo em

vista seus menores numeros kappa antes desses dois estagiosA ultima interroga ao acerca da influencia do branqueamen

to em manta seria seu efeito sobre as propriedades fisico mecanicas das eeluloses branqueadas pelo novo sistema ern compara ao

ao sistema tradicional Os resultados dos ensaios fisico mecanicos das polpas branqueadas expressos a 25 9SR e 37 9SR estao

apresentados nos Quadros 6 e 7 Esses resultados permitem veri

ficar que nao existem diferen as sensiveis entre os dois tiposde polpas podendo portanto considerar se a celulose previamete tratada com ar pela tecnica do branqueamento ern manta como

de tao boa qualidade como a polpa branqueada da maneira tradi

cional

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Conelu6oe 6

Os resul tados dessa pesquisa indicaram ser tecnicamente via

vel 0 procedimento aqui denominado de branqueamento em manta

ai th ough bleaehing Atraves dessa tecnica e possivel a

redu ao do numero kappa de polpas nao branqueadas por remo ao

de lignina at raves da oxida aoda mesma pelo oxigenio do ar e

remo ao dos fragmentos de lignina por solubiliza ao em alcali 0

procedimento que consiste na passagem de ar quente atraves de

uma manta de fibra5 celulosicas contendo ilcali permite redu

ao variavel do numero kappa da polpa em fun ao da alcalinida

de utilizada desde que a temperatura do tratamento seja adequda Existem duas alternativas principais para 0 branqueamento

em manta a redu ao substancial do teor de lignina da polpacerea de 40 pelo uso de alta alcalinidade cerca de 6 8

base polpa a s b ligeira redu ao do teor de lignina cerca

de 10 pelo uso de baixa alcalinidade cerca de 2 3 base pol

pa a s Os ensaios realizados para redu ao de cerca de 10

donumero kappa de polpas kraft de eucalipto conduziram a pol

pas branqueadas de qualidade similar as polpas branqueadas con

vencionalmente corn menor consumo de cloro ativo total no bran

queamento cerca de 10 menos

Como conclusao final pode se considerar que a tecnologiado branqueamento em manta desde que uesenvolvida nos seus as

pectos de engenharia pode vir a se tornar economicamente via

vel pois utiliza como agente de deslignifica ao urn agente bara

to que e 0 ar alem de ser possivel 0 reciclo da solu ao alca

lina necessiria ao processo Por outro lado nao significa que

a tecnica esteja condicionada apenas ao uso do ar para desligni

fica ao Outros gases como oxigenio cloro e dioxido de cloro

poderiam ser testados com amplas possibilidades de sucesso

BibiiogJla6ia

DUSTMAN JR R B Patente norte americana n9 3 034 851 15 05

1962

McEWEN R L SHELDON F R Patente canadense

2211 1949

n9 461 242

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RAPSON W I WAYMAN M ANDERSON C B Paper bleaching A

new process Tappi New York 2 65 72 1965

ZVINAKEVICIUS C FOELKEL C E B MILANEZ A F KATO J

FONSECA M J O Branqueamento corn ar In Trabalhos Tecnicos

XIII Congresso Anual ABCP Sao Paulo p 85 93 1980