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Ocorrência espontânea de espécies arbóreas nativas de Cerrado em um Latossolo
Vermelho degradado, remanescente de construção de usina hidroelétrica.
Carolina dos Santos Batista Bonini a*, Marlene Cristina Alves a, Thaís Monique de
Souza a, Otton Garcia de Arruda a & Débora de Cássia Marchini a.
a Faculdade de Engenharia, Universidade Estadual Paulista, Campus de Ilha Solteira.
* Autor para correspondências: +55 18 3742 1017. [email protected]
Palavras chave: área de empréstimo; degradação do solo; qualidade do solo; matéria
orgânica; recuperação do solo.
Recuperação de áreas degradadas
ABSTRACT
The choice of species that accelerate the soil chemical and physical balance is an
alternative to accelerate the recovery of degraded areas, and of great importance for the
ecosystem balance of the green manures, which are important in the initial coverage of
the soil. Techniques that aim to the recovery of degraded soils have been investigated.
Were evaluated the dry mass of Brachiaria decumbens Stapf. and development of
spontaneous native Savannah tree species, of a Red Latosol (Oxisol) that is in the
process of recuperation for 17 years using green manures, soil correction, gypsum and
brachiaria. The experimental design was a completely randomized with nine treatments,
four repetions and three samples per plot. The treatments were: one control (tilled soil
without culture) for seven years after implanted Brachiaria decumbens; Stizolobium
aterrium until 1999 after replaced by B. decumbens; Cajanus cajan until 1994 and then
substituted by Canavalia ensiformis until 1999 after replaced by B. decumbens;
lime+Stizolobium aterrimum until 1999 after replaced by B. decumbens; lime+Cajanus
cajan until 1994 and then substituted by Canavalia ensiformis until 1999 after replaced
by B. decumbens; lime+gypsum+Stizolobium aterrimum until 1999 after replaced by B.
decumbens; lime+gypsum+Cajanus cajan until 1994 and then substituted by Canavalia
ensiformis until 1999 after replaced by B. decumbens, and to two control, native
vegetation (savannah) and exposed soil (without recuperation practice). The treatments
were installed in 1992 and remained for seven years, in 1999 was implant to Brachiaria
decumbens. Were evaluated dry mass of B. decumbens, in four seasons and the rate of
growth of native tree species. The results were analyzed to performing analysis of
variance, Tukey test contrasts and a 5% chance to compare averages. The production of
dry mass of B. decumbens was influenced by treatments with the use of green manure,
gypsum and soil correction only in the dry season. In the soil occurred after 14 years
native species recovery.
RESUMO
A escolha de espécies que acelerem o equilíbrio químico e físico do solo é uma
alternativa para acelerar a recuperação de solos degradados, sendo de grande relevância
para o reequilíbrio do ecossistema os adubos verdes, que são importantes na cobertura
inicial do solo. Neste sentido foram avaliadas no ano de 2008, a produção de massa seca
da braquiária e a altura e diâmetro de espécies arbóreas nativas de Cerrado, em um
Latossolo Vermelho que está em recuperação há 17 anos, utilizando-se adubos verdes,
correção do solo, gesso e braquiaria. O delineamento experimental utilizado foi
inteiramente casualizado com nove tratamentos, quatro repetições e três pontos de
avaliações por parcela. Os tratamentos foram: Testemunha , sendo o solo mobilizado até
1999, após implantado Brachiaria decumbens; Mucuna-preta (Stizolobium aterrimum
Piper & Tracy) até 1999 após implantada a B. decumbens; Guandu (Cajanus cajan (L.)
Millsp), até 1994, após substituído por Feijão-de-porco e partir de 1999 foi implantada a
B. decumbens; Calcário + Mucuna-preta até 1999, após foi implantada a B. decumbens;
Calcário + Guandu até 1994, após substituído por Feijão-de-porco e partir de 1999 foi
implantada a B. decumbens; Calcário + Gesso + Mucuna-preta até 1999 após foi
implantada a B. decumbens; Calcário + Gesso + Guandu, até 1994, após substituído por
Feijão-de-porco e partir de 1999 foi implantada a B. decumbens e, duas condições de
solo para comparação (com alto grau de degradação e solo natural), isto é, Solo exposto
(sem técnica de recuperação) e solo sob Vegetação nativa de Cerrado. Foi avaliada a
produção de massa seca da braquiária a cada três meses e o diâmetro do caule e a altura
das espécies arbóreas. Os resultados foram analisados efetuando-se a análise de
variância, e teste de Tukey a 5 % de probabilidade para a comparação de médias. A
produção de massa seca da braquiária foi influenciada pelos tratamentos com o uso de
adubos verdes, gesso e correção do solo somente na época das secas. Após 14 anos
surgiram, de forma espontânea, espécies nativas de Cerrado no solo em recuperação.
INTRODUÇÃO
No Brasil, o desmatamento e as atividades agrícolas são os principais fatores
de degradação dos solos. As obras de engenharia (estradas, ferrovias, barragens) e as
atividades de mineração a céu aberto sensibilizam mais a população de modo geral. Isso
por serem atividades que são altamente impactantes.
Com o crescimento populacional e a demanda por maiores quantidades de
energia, a partir da década de 60, os governos passaram a empreender esforços para
suprirem suas necessidades, diversos usinas hidrelétricas foram projetadas para este fim.
Ainda que a hidroeletricidade, como alternativa para produção de energia, possa ser
considerada ambientalmente mais vantajosa em relação a outras opções, por utilizar um
recurso natural renovável e não-poluente, a formação de reservatórios implica na
ocorrência de diversos impactos ao ambiente (Cesp, 1998).
Como seqüelas da construção, diversas áreas, anexas ou não ao corpo da obra,
tendem a apresentar acentuada degradação, de onde são retirados materiais para
complementar os volumes de solos necessários à execução das terraplanagens e
fundações, entende-se por "áreas de empréstimo", que são áreas degradadas, pois
tiveram eliminado, juntamente com a vegetação, os seus meios de regeneração bióticos
como o banco de sementes, banco de plântulas, de sementes e rebrota. (Lopes et al.,
1994).
Pesquisas têm sido desenvolvidas com o objetivo de gerar soluções para
amenizar o quadro exposto. Várias técnicas têm sido utilizadas com o objetivo de
recuperar solos degradados, a maioria delas combina práticas mecânicas, que visam
romper camadas compactadas, com a adição de matéria orgânica. No processo de
recuperação, a seleção de espécies, bem como a determinação de requerimentos
nutricionais, constitui passos importantes para se obter o sucesso esperado.
Alves et al. (2007) trabalhando na recuperação de área degradada remanescente
de construção de usina hidroelétrica com adição de lodo de esgoto, adubos verdes,
cultivo de espécies nativas e braquiária verificaram um aumento de 27 vezes na
produção de B. decumbens avaliada após 274 dias da semeadura. Os mesmos autores
avaliando o diâmetro e altura das plantas de gonçalo-alves verificaram que o melhor
desempenho foi no tratamento com gonçalo-alves + lodo + braquiária e houve
concordância com o comportamento das condições físicas do solo observadas.
Portanto, com o objetivo de avaliar a recuperação de um Latossolo Vermelho
que está a 17 anos sendo utilizado com calagem, gesso e braquiaria, foi estudada a
produção de massa seca da Brachiaria decumbens e a taxa de desenvolvimento de
espécies arbóreas nativas de Cerrado cuja ocorrência foi espontânea.
METODOLOGIA
O experimento foi conduzido na Fazenda de Ensino e Pesquisa, pertencente à
Faculdade de Engenharia, Campus de Ilha Solteira, da Universidade Estadual Paulista
(UNESP), no município de Selvíria, MS. A mesma está localizada na margem direita do
Rio Paraná, apresentando as coordenadas geográficas de 510 22’ de longitude oeste de
Greenwich e 200 22’ de latitude sul, com altitude de 327 metros. Apresenta médias
anuais de precipitação, temperatura e umidade relativa do ar de: 1370 mm, 23,50 C e 70-
80 %, respectivamente.
O solo original da área de estudo foi classificado como Latossolo Vermelho-
Escuro distrófico (Demattê, 1980), textura franco argilo arenosa (Kitamura, 2007),
muito profundo, rico em sesquióxidos. A sua fração argila é de baixa atividade e
denominada essencialmente pela gibsita e caulinita. Pela nomenclatura atual no nível de
grande grupo é um Latossolo Vermelho distrófico (Embrapa, 1999).
A usina Hidrelétrica de Ilha Solteira, SP teve o início de sua construção na década
de 60, da área em estudo foi retirado solo para a terraplanagem e fundação da barragem,
dando origem a uma área degradada, a qual é denominada de “área de empréstimo”. Foi
removida uma camada de 8,6 metros do perfil do solo original, sendo que o subsolo da
área em estudo estava exposto desde 1969 (Alves & Souza, 2008). Foi efetuada
também, uma aração e após essa operação, uma gradagem niveladora. Foi realizada a
caracterização físico-química da área; densidade do solo = 1.76 kg.m-3; P = 0.5 mg.dm-
3; M.O. = 5.5 g.dm-3; pH (CaCl2) = 4.1; K = 0.2 mmolc dm-3; Ca = 2.0 mmolc dm-3;
Mg = 1.0 mmolc dm-3; H+Al = 20.0 mmolc dm-3; SB = 3.2 mmolc dm-3; CTC = 23.2
mmolc dm-3 e V% = 14.
Os tratamentos foram instalados em 1992 e permaneceram por sete anos, até
que em 1999 implantou-se a Brachiaria decumbens em todas as parcelas experimentais.
Em 2006, avaliou-se a presença espontânea de espécies arbóreas nativas de cerrado.
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, constando
de nove tratamentos e quatro repetições. A dimensão de cada parcela foi de 10 m x 10
m, espaçadas de 2 m entre si.
Os tratamentos foram: Testemunha, sendo o solo mobilizado sem o cultivo de
plantas, até 1999, após foi implantada a Brachiaria decumbens; Mucuna-preta
(Stizolobium aterrimum Piper & Tracy) até 1999 após implantada a B. decumbens;
Guandu (Cajanus cajan (L.) Millsp), até 1994, após substituído por Feijão-de-porco e
partir de 1999 implantada a B. decumbens; Calcário + Mucuna-preta até 1999, após
implantada a B. decumbens; Calcário + Guandu até 1994, após substituído por Feijão-
de-porco e partir de 1999 foi implantada a B. decumbens; Calcário + Gesso + Mucuna-
preta até 1999 após implantada a B. decumbens; Calcário + Gesso + Guandu, até 1994,
após substituído por Feijão-de-porco e partir de 1999 foi implantada a B. decumbens e,
duas condições de solo para comparação, sendo o Solo degradado exposto (sem técnica
de recuperação) e solo sob Vegetação nativa de Cerrado.
Foi avaliada a produção de massa seca da braquiária a cada três meses. Foram
coletadas plantas contidas em 1,00 m2, de dois pontos de cada parcela. A massa de
matéria seca foi avaliada por pesagem (estufa a 60–70º C até atingir massa constante).
Os dados foram representados em kg ha-1.
Foram avaliadas as seguintes características das espécies arbóreas: o diâmetro
do caule e a altura. O diâmetro das plantas foi mensurado com um paquímetro, a 0,10 m
acima do nível do solo. A altura das plantas foi medida com o aparelho hipsômetro,
tomando como base a gema apical das plantas.
Os dados foram analisados efetuando-se a análise de variância e teste de Tukey
para as comparações de média no nível de 5 % de probabilidade. Foi usado o programa
computacional SISVAR (Ferreira, 2003) para a realização da análise estatística.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a produção de massa seca da braquiária (Tabela 1), observa-se que para
tratamento e época houve significância e para a interação tratamento x época não houve
significância. Comparando os tratamentos de recuperação, o tratamento C+Ge+G/F e o
C+Ge+M teve respectivamente menor e maior produção de massa seca da B. decumbens
e o tratamento C+Ge+M diferiu estatisticamente do tratamento C+Ge+G/F, mas entre os
tratamentos não houve diferença para a produção de massa seca. Já Andrade Júnior
(2004) trabalhando nesta mesma área experimental obteve maiores produções para o
tratamento C+Ge+G/F, resultados contrastantes foram encontrados neste trabalho. A
produção de massa seca de B. decumbens mostra que este solo está sendo recuperado,
com produções iguais ou superiores as encontradas por Kawatoko (1999) que verificou
produções entre 1.818 a 2.439 kg ha-1, em Latossolo Vermelho escuro sob condições
naturais.
INSERIR TABELA 1
Analisando a produção de massa seca nas diferentes épocas de coleta, (Tabela
5), notou-se que na 1ª época de corte o tratamento Calcário+Gesso+Guandu não teve
significância quando comparado com os tratamentos Calcário+Guandu, Guandu e
Calcário+Gesso+Mucuna.
Já na 2ª época não diferiu do tratamento Calcário+Gesso+Mucuna. Isto significa
que no período de chuvas estes tratamentos se equivalem quanto à produção de massa
seca da braquiária. Provavelmente devido ao volume de água fornecido em janeiro, as
plantas de braquiária de todos os tratamentos foram bem abastecidas de água, portanto
não diferenciando entre si. Resultados semelhantes foram observados por Oliveira
(2009). Vale ressaltar que o tratamento Guandu e Calcário+Guandu foram diferentes,
sendo que o segundo produziu mais massa seca.
Os tratamentos foram semelhantes na produção de massa seca de B. decumbens,
isso confirma os dados encontrados para a análise física e química da área que foram
semelhantes entre os tratamentos (Tabela 2).
INSERIR TABELA 2
Com relação ao tratamento com mucuna-preta na 1ª e 2ª época, onde não teve
limitação de água e fotoperíodo, os tratamentos em sua combinação foram os que se
destacaram na produção de massa seca de braquiária (Tabela 3). O tratamento com
mucuna e o uso de gesso+calcário produziu mais massa seca.
INSERIR TABELA 3
Em relação à ocorrência de espécies arbóreas espontâneas na área, foi feito em
outubro de 2007 um levantamento e verificou-se a presença de 3 espécies: Machaerium
acutifolium Vogel, Solanum lycocarpum St, Hil e Mimosa lacticifera Rizzini e Mattos
Filho. Foram identificadas no total, 88 plantas, sendo: 85 pertencentes à M. acutifolium,
duas de S. lycocarpum e uma de M. lacticifera. Já em 2009 as plantas da espécie S.
lycocarpum não estavam mais presentes na área, M. acutifolium tinham mais três
plantas na área e o surgimento de uma planta da espécie Curatella americana L da
família Dilleniaceae.
Pode-se observar que, das três espécies que se regeneraram naturalmente na área
de estudo, uma pertencia à Família Fabaceae (M. lacticifera). As Fabáceas são
consideradas essenciais para o sucesso de recuperação de uma área degradada, pela sua
rusticidade e alta capacidade de adicionar matéria orgânica ao solo (Costa, 2007).
Analisando a taxa de desenvolvimento no período de outubro/2007 a
janeiro/2009 da espécie M. acutifolium, que é a espécie presente em maior número,
sendo que no tratamento C+Ge+G/F foi a espécie que obteve a maior taxa de
crescimento (altura e diâmetro), seguida do tratamento M, G/F e C+Ge+M (Tabela 4).
Ferreira et al., (2007) ao avaliar o desenvolvimento de espécies arbóreas em uma área
degradada pela construção de uma Usina Hidrelétrica, constatou que, de todas as
espécies analisadas, as que apresentaram os maiores diâmetros médios e maiores alturas
foram as pertencentes à Família Fabaceae, reforçando a tese de que as espécies dessa
família são fundamentais para a recuperação de áreas degradadas, pois apresentam
rápido crescimento em ambientes adversos.
INSERIR TABELA 4
Alguns autores associam a competição da braquiária com o desenvolvimento de
outras espécies. Para Durigan et al. (1998), as gramíneas competem com as espécies do
cerrado, tornando lento ou até impossibilitando o processo de regeneração natural. Já
Reis & Kageyama (2003) salientam que, as gramíneas no geral, produzem substâncias
capazes de evitar o crescimento de outras espécies, por meio do processo denominado
antibiose. Por outro lado, isso não significa que as mesmas devam ser evitadas nos
processos de restauração, diante de sua capacidade de colonização, de produção de
matéria orgânica e da melhoria das qualidades do solo. Resultados deste trabalho
confirmam a informação de Seitz (1994), no qual, o mesmo afirma que, as espécies
anemócoras tendem a ser as primeiras a se estabelecerem após a destruição total da
vegetação.
Essas plantas podem ter chegado à área experimental por meio da dispersão das
sementes da planta adulta, trazidas pelo vento, já que é uma espécie anemócora, Isso
evidencia a importância da dispersão nos processos de regeneração de uma área
degradada. Portanto, pode-se dizer que para a espécie M. acutifolium, a variável número
de plantas foi influenciada pela proximidade da planta-matriz em relação às parcelas
experimentais. Uma vez que, o maior número de plantas desta espécie foi encontrado
nas parcelas mais próximas da planta adulta. O diâmetro do caule e altura das plantas foi
influenciado pelos tratamentos, pois os maiores diâmetros médios foram encontrados
nas parcelas adubadas com a combinação de adubação química e adubação verde. Isso
confirma o fato de que os tratamentos estão melhorando os atributos do solo em
recuperação (Alves & Souza, 2008), em decorrência disso, nessas parcelas adubadas, as
plantas obtiveram um melhor desenvolvimento, e confirmam os resultados encontrados
nas características físico-químicas do solo (Tabela 2).
Pode-se observar que a espécie M. acutifolium, não é competitiva, uma vez que
foram encontradas outras plantas aos arredores da planta matriz, podendo afirmar que a
mesma oferece condições para o desenvolvimento de outras espécies. Não foi
encontrada nenhuma planta da mesma espécie (M. acutifolium) próximo da planta
matriz, evidenciando que a área experimental (ambiente em recuperação), criou
condições benéficas para o estabelecimento da espécie M. acutifolium, uma vez que a
área de estudo estava em processo de recuperação há 17 anos, apresentando melhores
condições em relação às condições encontradas fora do experimento.
CONCLUSÕES
A produção de massa seca da B. decumbens foi semelhante entre os tratamentos
com diferentes adubos verdes, no período das águas, porém, para o mesmo adubo verde
a adição de calcário e/ou calcário+gesso aumentou a produção na época das secas.
A ocorrência de espécies nativas espontâneas foi um indicativo do processo de
recuperação do solo, sendo que a espécie M. acutifolium foi a mais adaptada.
A taxa de desenvolvimento da M. acutifolium foi maior nos tratamentos com
calcário, gesso e adubos verdes.
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AGRADECIMENTOS
Agradecimentos à FAPESP pelo apoio financeiro concedido.
Tabela 1. Valores de F, DMS - 5% e CV (%) e valores médios de massa seca da Brachiaria decumbens (kg ha-1) nos tratamentos estudados e épocas de avaliação. Selvíria, MS, 2008.
Causas de variação Valor de F
Tratamento 2.32* Época 7.628* Tratamento x Época 0.41ns CV - %- 33.78 Tratamentos Produção de massa seca SM/B 2505 AB MP/B 3077 AB G/FP/B 3096 AB C+MP/B 3148 AB C+G/FP/B 3115 AB C+Ge+MP/B 3522 B C+Ge+G/FP/B 2435 A DMS-5% 1077.3409 Época Produção de massa seca Janeiro 2917 A Abril 2858 A Julho 3712 B Outubro 2454 A DMS-5% 706.7073
Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade. LEGENDA: P res = fósforo; M.O. = matéria orgânica; pH = potencial hidrogeniônico; K = potássio; Ca = cálcio; Mg = magnésio; H + Al = acidez potencial; SB = soma de bases; CTC = capacidade de troca catiônica; V% = saturação por bases; Ma = macroporosidade do solo; Mi = microporosidade do solo; PT = porosidade do solo; Ds = densidade do solo; SM/B = Solo mobilizado até 1999, após implantada a Braquiária; MP/B = Mucuna-preta até 1999 após substituído por Braquiária;
G/FP/B = Guandu até 1994, após substituído por Feijão-de-porco e a partir de 1999 implantada a Braquiária; C+MP/B = Calcário+Mucuna-preta até 1999, após substituído por Braquiária; C+G/FP/B = Calcário+Guandu até 1994, após substituído por Feijão-de-porco e partir de 1999 implantada a Braquiária; C+Ge+MP/B= Calcário+Gesso+Mucuna-preta até 1999 após implantada a Braquiária; C+Ge+G/FP/B= Calcário+Gesso+Guandu, até 1994, após substituído por Feijão-de-porco e partir de 1999 implantada a Braquiária; MA = Vegetação nativa do Cerrado; SE = Solo Exposto.
Tabela 2. Propriedades físico-químicas do solo sob aos tratamentos e condições de Vegetação nativa do Cerrado e Solo Exposto, 2008.
Pres M.O. pH K Ca Mg
H + Al
SB CTC V% Ma Mi PT Ds
Tratamentos
mg dm-3 g dm-3 CaCl2 mmolc dm-3 m3 m-3 kg dm-3
0.00-0.10 m SM/B 8 7 5.0 0.45 5.00 2 17 8.3 25.2 32.25 0.114 0.324 0.438 1.450 MP/B 8 10 4.7 0.80 4.75 2 17 7.8 25.2 30.25 0.093 0.319 0.415 1.485 G/FP/B 7 9 5.0 0.57 6.00 3 17 10.0 27.2 36.75 0.096 0.321 0.419 1.476 C+MP/B 8 8 5.0 0.72 4.75 3 18 10.0 26.5 36.50 0.133 0.298 0.434 1.423 C+G/FP/B 8 9 5.0 0.65 4.75 3 18 8.8 26.2 32.75 0.126 0.292 0.419 1.460 C+Ge+MP/B 6 6 5.0 0.70 5.00 3 17 9.5 26.5 36.25 0.094 0.305 0.400 1.512 C+Ge+G/FP/B 7 7 5.0 0.75 4.75 2 17 8.5 25.5 32.50 0.122 0.312 0.434 1.446 MA 4 8 4.0 0.82 1.25 2 31 4.8 36.0 12.50 0.184 0.270 0.454 1.265 SE 3 6 5.0 0.27 2.75 2 15 6.3 21.5 32.50 0.055 0.307 0.365 1.717 0.10-0.20 m SM/B 4 5 4.5 0.15 3.75 1 19 5.0 23.5 21.50 0.061 0.308 0.368 1.665 MP/B 4 8 4.2 0.20 3.25 1 17 3.8 21.7 18.00 0.058 0.305 0.375 1.666 G/FP/B 4 5 5.0 0.22 4.00 2 17 6.3 22.7 28.25 0.055 0.310 0.367 1.660 C+MP/B 3 7 4.7 0.32 5.00 2 17 7.5 22.7 31.25 0.079 0.300 0.375 1.609 C+G/FP/B 6 7 4.7 0.22 6.25 1 17 5.5 24.5 35.25 0.066 0.297 0.364 1.696 C+Ge+MP/B 4 5 5.0 0.22 4.25 2 16 6.8 22.2 31.00 0.059 0.302 0.362 1.633 C+Ge+G/FP/B 3 5 4.7 0.25 3.75 1 17 5.0 21.7 23.75 0.060 0.302 0.363 1.637 MA 3 8 4.0 0.35 1.00 1 28 2.0 30.2 7.75 0.130 0.242 0.375 1.527 SE 3 5 4.2 0.12 1.25 1 17 2.5 19.7 12.75 0.055 0.295 0.347 1.725 0.20-0.40 m SM/B 4 2 4.2 0.17 1.75 1 18 2.8 20.5 14.00 0.066 0.290 0.356 1.745 MP/B 3 2 4.2 0.12 1.50 1 19 2.5 21.5 12.00 0.052 0.305 0.359 1.730 G/FP/B 3 2 4.2 0.12 1.50 1 18 2.3 21.2 11.50 0.045 0.306 0.352 1.779 C+MP/B 3 2 4.5 0.20 2.00 1 18 3.3 21.0 18.25 0.054 0.293 0.348 1.766 C+G/FP/B 4 3 4.5 0.17 2.25 1 18 3.3 21.0 16.25 0.061 0.292 0.353 1.763 C+Ge+MP/B 3 2 5.0 0.15 2.25 1 17 3.5 20.7 20.00 0.046 0.300 0.347 1.799 C+Ge+G/FP/B 3 2 5.0 0.17 2.00 1 17 3.0 20.5 15.50 0.057 0.296 0.356 1.700 MA 3 3 4.0 0.15 1.00 1 27 2.0 28.7 7.50 0.162 0.237 0.400 1.397 SE 3 2 4.2 0.10 1.25 1 17 2.3 19.5 11.75 0.032 0.295 0.327 1.860
Tabela 3. Valores médios para a massa seca da Brachiaria decumbens (kg ha-1) nos tratamentos estudados nas 4 épocas de coleta. Selvíria, MS, 2008.
Época Tratamento
janeiro abril julho outubro SM/B 2432 1877 3572 2139 MP/B 3508 2711 3539 2551 G/FP/B 3089 2778 4021 2495 C+MP/B 2770 3532 3452 2839 C+G/FP/B 3164 2864 4093 2339 C+Ge+MP/B 3214 3792 4237 2845 C+Ge+G/FP/B 2245 2455 3070 1970 Quadro 4. Taxa de crescimento de plantas da espécie Machaerium acutifolium Vogel (Jacarandá do Campo) de outubro/2007 a janeiro/2009. Selvíria, MS.
Tratamento No de Plantas Diâmetro (cm) Altura (m) SM/B 21 0.41 0.67 MP/B 7 1.29 2.01 G/FP/B 19 1.20 1.91 C+MP/B 13 0.11 0.42 C+G/FP/B 9 0.76 1.83 C+Ge+MP/B 10 1.04 1.18 C+Ge+G/FP/B 5 1.87 2.96