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OCORRÊNCIA DE DIFERENTES SOROTIPOS DE Escherichia coli EM CARNE BOVINA E COXA DE FRANGO COMERCIALIZADOS EM NITERÓI E NO RIO DE JANEIRO. Mantilla, Samira Pirola Santos; Leite, Analy Machado de Oliveira; Franco, Robson Maia; Cunha, Fernanda Lima. Universidade Federal Fluminense. Niterói-RJ. [email protected] As diferentes cepas de Escherichia coli são consideradas patógenos emergentes, e vêm sendo relacionadas a diversos surtos de doenças de origem alimentar. Os surtos decorrentes da infecção por E. coli são sempre severos e o sorotipo O157:H7 tem sido reconhecido mundialmente como um dos microrganismos mais envolvidos em doenças veiculadas por alimentos. O objetivo do estudo foi verificar a ocorrência de diferentes sorotipos patogênicos de E. coli em carne bovina e de frango obtidas em estabelecimentos com e sem inspeção sanitária, comercializadas no município de Niterói e do Rio de Janeiro. Trinta amostras de carne bovina (corte acém) e trinta de coxas de frango foram analisadas através de três metodologias a saber: Isolamento e identificação de Escherichia coli baseada em Merck (2000); Isolamento e identificação de cepas E.coli patogênicas (EIEC, ETEC, EPEC, EAEC) de acordo com Mehlman e Lovett (1984) e Isolamento e identificação de E.coli O157:H7 (EHEC) segundo Merck (1996). Os cultivos estocados foram sorotipados para verificação de E. coli pertencentes ao grupo EPEC, EIEC, EHEC- O157. Utilizou-se anti–soros polivalentes da Probac do Brasil LTDA. Para a soroaglutinação em placa seguiu-se metodologia descrita por Ewing (1986). Das amostras analisadas foram isoladas E. coli pertencentes às seguintes classes: EPEC A, EPEC B, EPEC C, EIEC A e EIEC B. A partir das amostras de carne bovina, foram isoladas e caracterizadas bioquímica e sorologicamente 113 cepas de E. coli patogênicas, sendo 107 (94,7%) pertencentes ao grupo EPEC e 6 (5,3%) ao EIEC. Das 30 amostras de coxa de frango analisadas, foram isoladas 150 colônias de E. coli patogênicas, sendo que 18 (12%) apresentaram-se contaminadas com os sorogrupos EPEC e EIEC, das quais 13 (72,2%) estirpes pertenciam ao sorogrupo EPEC e 5 (27,8%) ao EIEC. Os resultados indicam que a existência de um serviço de inspeção eficiente, em todas as fases do processo tecnológico de carne bovina e de frango, é muito importante para obtenção de um produto de qualidade e seguro. Desse modo, durante o processamento da carne o controle microbiológico apresenta-se como uma etapa essencial para o fornecimento de um alimento aceitável e seguro ao consumo, uma vez que a presença de microbiota contaminante e patogênica provoca alterações que podem descaracterizar o produto e até tornar o seu consumo perigoso para a saúde humana.

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III Congresso Nacional de Saúde Publica Veterinária e I Encontro Internacional de Saúde Pública Veterinária. Bonito, MS. 25 a 28 de outubro 2009.

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OCORRÊNCIA DE DIFERENTES SOROTIPOS DE Escherichia coli EM CARNE BOVINA E COXA DE FRANGO COMERCIALIZADOS EM NITERÓI E NO RIO DE JANEIRO.

Mantilla, Samira Pirola Santos; Leite, Analy Machado de Oliveira; Franco, Robson Maia; Cunha, Fernanda Lima. Universidade Federal Fluminense. Niterói-RJ. [email protected]

As diferentes cepas de Escherichia coli são consideradas patógenos emergentes, e vêm sendo relacionadas a diversos surtos de doenças de origem alimentar. Os surtos decorrentes da infecção por E. coli são sempre severos e o sorotipo O157:H7 tem sido reconhecido mundialmente como um dos microrganismos mais envolvidos em doenças veiculadas por alimentos. O objetivo do estudo foi verificar a ocorrência de diferentes sorotipos patogênicos de E. coli em carne bovina e de frango obtidas em estabelecimentos com e sem inspeção sanitária, comercializadas no município de Niterói e do Rio de Janeiro. Trinta amostras de carne bovina (corte acém) e trinta de coxas de frango foram analisadas através de três metodologias a saber: Isolamento e identificação de Escherichia coli baseada em Merck (2000); Isolamento e identificação de cepas E.coli patogênicas (EIEC, ETEC, EPEC, EAEC) de acordo com Mehlman e Lovett (1984) e Isolamento e identificação de E.coli

O157:H7 (EHEC) segundo Merck (1996). Os cultivos estocados foram sorotipados para verificação de E. coli pertencentes ao grupo EPEC, EIEC, EHEC- O157. Utilizou-se anti–soros polivalentes da Probac do Brasil LTDA. Para a soroaglutinação em placa seguiu-se metodologia descrita por Ewing (1986). Das amostras analisadas foram isoladas E. coli pertencentes às seguintes classes: EPEC A, EPEC B, EPEC C, EIEC A e EIEC B. A partir das amostras de carne bovina, foram isoladas e caracterizadas bioquímica e sorologicamente 113 cepas de E. coli patogênicas, sendo 107 (94,7%) pertencentes ao grupo EPEC e 6 (5,3%) ao EIEC. Das 30 amostras de coxa de frango analisadas, foram isoladas 150 colônias de E. coli patogênicas, sendo que 18 (12%) apresentaram-se contaminadas com os sorogrupos EPEC e EIEC, das quais 13 (72,2%) estirpes pertenciam ao sorogrupo EPEC e 5 (27,8%) ao EIEC. Os resultados indicam que a existência de um serviço de inspeção eficiente, em todas as fases do processo tecnológico de carne bovina e de frango, é muito importante para obtenção de um produto de qualidade e seguro. Desse modo, durante o processamento da carne o controle microbiológico apresenta-se como uma etapa essencial para o fornecimento de um alimento aceitável e seguro ao consumo, uma vez que a presença de microbiota contaminante e patogênica provoca alterações que podem descaracterizar o produto e até tornar o seu consumo perigoso para a saúde humana.