Obrigações Tributárias dos Municípiospara com a Receita Federal

Mar/2017 Divisão de Arrecadação e Cobrança Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil

9ª Região Fiscal

Esta apresentação visa, de forma resumida, dar conhecimento aos prefeitos eleitos das obrigações tributárias dos municípios para com a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB).

Também inclui outras informações de interesse das Prefeituras, tais como a obtenção de certidão negativa, parcelamentos, retenção e bloqueio do Fundo de Participação dos Municípios, convênios e infrações administrativas e penais.

Esclarecimentos adicionais poderão ser obtidos no Plantão Fiscal das unidades da RFB e no sítio da Receita Federal na internet (www.receita.fazenda.gov.br).

1. Introdução

a) Inscrever no Regime Geral da Previdência Social (RGPS) os segurados obrigatórios a seu serviço (se não estiverem vinculados a Regime Próprio de Previdência Social instituído pelo município);

b) Elaborar folha de pagamento mensal da remuneração paga, devida, ou creditada aos segurados a seu serviço, na forma da legislação;

c) Lançar mensalmente na contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores das contribuições sociais a cargo do órgão, as contribuições previdenciárias descontadas dos segurados, as decorrentes de sub-rogação, as retenções e os respectivos totais recolhidos;

d) Informar mensalmente por meio da Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social – GFIP os fatos geradores das contribuições sociais e outras informações de interesse da RFB e do INSS;

2. Obrigações Previdenciárias

e) Arrecadar a contribuição previdenciária descontada da remuneração, devida pelos segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais vinculados ao RGPS;

f) Fornecer ao contribuinte individual que lhe presta serviços o comprovante de pagamento da remuneração, na forma da legislação; g) Matricular as obras de construção civil executadas diretamente pelo órgão público;

h) Reter 11% (ou 3,5% quando se tratar de empresa sujeita à desoneração da folha de pagamento) dos valores dos serviços constantes em notas fiscais, contratados mediante cessão de mão de obra ou empreitada;

i) Consignar no orçamento as dotações necessárias ao pagamento das contribuições previdenciárias de modo a assegurar sua liquidação dentro do exercício;

2. Obrigações previdenciárias

j) Recolher a contribuição previdenciária devida nas seguintes alíquotas:

2. Obrigações Previdenciárias

● Enviar mensalmente o arquivo digital com a relação de alvarás de construção civil e habite-se concedidos no mês, informando inclusive quando não houver emissão desses documentos, mediante utilização do sistema Sisobrapref ou de sistema próprio para sua geração e do sistema Sisobranet para sua transmissão pela internet;

● Informar mensalmente na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF o valor do PASEP e demais tributos a que estiver obrigado a declarar e seu respectivo recolhimento;

● Informar anualmente na Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte - DIRF os rendimentos pagos a seus servidores ou a prestadores de serviço, bem como o respectivo imposto e contribuição retidos na fonte.

3. Entrega de Declarações e Arquivos

● Manter atualizado o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), principalmente quanto à mudança de responsável pelo órgão público;

● Exigir certidão que comprove a regularidade fiscal para com a Receita Federal na licitação, na contratação e em cada pagamento efetuado com base em contrato com o Poder Público, assim como quando da concessão de benefícios ou de incentivos fiscais;

● Exibir documentos e livros, prestar esclarecimentos e fornecer informações, quando intimado pela fiscalização;

● Efetuar a retenção do imposto de renda devido pelos seus servidores ou prestadores de serviço, mediante desconto das remunerações ou de outras importâncias pagas, e recolher por meio de Darf o valor cuja arrecadação não pertence ao município;

● Apurar e recolher o PASEP - Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, declarando o valor devido e pago na DCTF.

4. Demais Obrigações

5. Informações de interesse do município 5.1. Parcelamento – Lei nº 10.522/2002

5. Informações de interesse do município 5.2. Parcelamentos Especiais

5. Informações de interesse do município 5.3. Parcelamentos

Sr. Gestor Público: É importante verificar a quais parcelamentos o município aderiu, a fim de manter a regularidade dos pagamentos que forem devidos, evitando assim rescisões e problemas ao requerer a emissão de certidões de débitos .

5. Informações de interesse do município 5.4. Programa de Regularização Tributária (PRT)

● O PRT permite aos municípios a liquidação, sob condições especiais, de quaisquer dívidas para com a Fazenda Nacional, vencidas até 30/11/2016, inclusive objeto de parcelamentos anteriores (rescindidos ou ativos) e de discussão administrativa ou judicial, nas seguintes formas:

1 – parcelamento da dívida em até 120 prestações, com parcelas menores nos 3 primeiros anos (0,5% da dívida em 2017; 0,6% em 2018; 0,7% em 2019 e 0,93% nos 84 meses finais), o que permite um menor comprometimento financeiro nesse período de crise, além de duplicar o prazo atual para parcelamento de dívidas, de 60 para 120 meses;

2 - pagamento à vista e em espécie de 20% da dívida e parcelamento do restante em até 96 prestações mensais e sucessivas;

3 – quitação de até 80% da dívida com eventuais créditos que possua junto à Receita Federal, desde que haja o pagamento de 20% da dívida à vista e em espécie; alternativamente, os créditos poderão ser utilizados para quitar até 76% da dívida, podendo os 24% restantes ser parcelados em 24 meses.

5. Informações de interesse do município 5.4. Programa de Regularização Tributária (PRT)

● Prazo para opção: 1º de fevereiro a 31 de maio de 2017;

● A adesão ao PRT deverá ser realizada exclusivamente no sítio da RFB na Internet, no endereço rfb.gov.br;

● A Prefeitura Municipal que já estiver em outros programas de refinanciamento poderá, a sua opção, continuar naqueles programas e aderir ao PRT, ou ainda migrar os débitos dos outros programas para o PRT.

● Legislação: MP nº 766/2017; IN RFB nº 1.687/2017.

5. Informações de interesse do município 5.5. Retenção e Repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM)

5. Informações de interesse do município 5.6. Bloqueio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM)

● A inexistência de débitos para com a União é condição necessária para que os municípios possam receber as transferências dos recursos do FPM;

● Se houver débito na RFB, é permitido o bloqueio integral do FPM, ainda que não haja previsão legal para utilização dos valores retidos para quitação da dívida que ocasionou o bloqueio;

● A situação do município quanto ao bloqueio do FPM poderá ser consultada na página da Secretaria do Tesouro Nacional - STN na internet (www.stn.fazenda.gov.br), sendo que a regularização deverá ser comprovada junto à unidade da RFB que jurisdiciona o município, a qual solicitará à STN a liberação dos recursos, que estarão disponíveis no dia útil seguinte ao da liberação.

5. Informações de interesse do município 5.7. Certidão de Regularidade Fiscal

● Abrange os tributos federais administrados pela Receita Federal, inclusive as contribuições previdenciárias, e a Dívida Ativa da União;

● É expedida conjuntamente pela Receita Federal e pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional com prazo de validade de 180 dias;

● Será emitida pela internet se não houver pendências;

● A emissão de certidão para órgãos públicos municipais depende da inexistência de pendências em todos os órgãos que compõem sua estrutura;

● A Receita Federal também emite a certidão com finalidade específica de averbação de obras de construção civil e a certidão relativa ao Imóvel Rural.

5. Informações de interesse do município 5.8.Compensação de Contribuições Previdenciárias

É o procedimento facultativo pelo qual o sujeito passivo utiliza valores pagos indevidamente ou a maior a título de contribuição previdenciária, deduzindo-os das contribuições previdenciárias a serem recolhidas em períodos subsequentes, observadas as condições estabelecidas pela RFB, entre as quais:

a) A compensação só poderá ser realizada no prazo de cinco anos, a contar da data do recolhimento indevido ou a maior;

b) O crédito de contribuições previdenciárias deverá ser utilizado nas competências subsequentes a sua apuração, informando-se a compensação em GFIP na competência de sua efetivação;

c) O município deverá estar em situação regular para com as contribuições previdenciárias lançadas, declaradas ou parceladas;

5. Informações de interesse do município 5.8.Compensação de Contribuições Previdenciárias

d) É vedada a compensação de crédito objeto de discussão judicial antes do trânsito em julgado da decisão que reconhecer o direito creditório;

e) Depende de homologação pela Receita Federal do Brasil e o requerente deverá manter à disposição da RFB os documentos comprobatórios do direito creditório;

f) Sobre os valores indevidamente compensados incidirão multa e juros de mora, após apresentação de declaração retificadora que corrija a informação incorreta em GFIP;

g) É facultado ao município optar pela formalização do pedido de restituição.

5. Informações de interesse do município 5.9. Convênio para Fiscalização do ITR

● A celebração de convênio entre a Secretaria da Receita Federal do Brasil e os Municípios permite que estes possam fiscalizar, lançar e cobrar o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR;

● O convênio permite que o Município conveniado aumente sua arrecadação, pois 100% da receita do ITR dos imóveis rurais de sua jurisdição passa a ser a ele destinado (sem o convênio, o valor corresponde a apenas 50%);

● A vigência do convênio é por tempo indeterminado, cessando seus efeitos apenas se o próprio Município dele desistir ou se for denunciado pela Receita Federal por descumprimento das condições para a sua manutenção.

● Legislação: IN RFB nº 1.640/2016.

5. Informações de interesse do município 5.10. Convênio de Cooperação

● O convênio entre a RFB e a Prefeitura Municipal visa o intercâmbio de dados cadastrais e de informações econômico-fiscais, além da prestação de mútua assistência na fiscalização de tributos;

● O convênio permite aos dois órgãos ter acesso a dados que possam ajudar a combater a sonegação de impostos em suas esferas de governo.

● Legislação: IN SRF nº 20/1998

5. Informações de interesse do município 5.11. Convênio com a PGFN

● Mediante convênio, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional – PGFN pode delegar aos Municípios a inscrição em dívida ativa municipal e a cobrança judicial do ISS apurado no Simples Nacional, quer se trate de débitos constituídos por declaração da empresa ou decorrentes de lançamento de ofício (art. 41, §3º da LC nº 123/2006); ● Após a transferência dos débitos de ISS pela Receita Federal do Brasil ao Município conveniado, o recolhimento desses débitos deve ser realizado em guia própria do Município, e não mais em DAS. Da mesma forma, pedidos de parcelamento desses impostos devem ser solicitados diretamente à Prefeitura;

● Informações: no Portal do Simples Nacional (acesso na página principal do sítio da RFB na internet).

5. Informações de interesse do município 5.12. Infrações Administrativas

Entre os atos que ensejam a aplicação de multas ao município, destacam-se os seguintes:

5. Informações de interesse do município 5.13. Responsabilização Penal

Além da imposição de penalidades administrativas, determinados atos podem ensejar a aplicação de sanções penais ao gestor público que vier a praticá-los:

5. Informações de interesse do município 5.14. Informações Adicionais

Informações adicionais, inclusive sobre legislação, encontram-se disponíveis na página da Secretaria da Receita Federal do Brasil na internet (www.receita.fazenda.gov.br);

Alternativamente poderá ser consultado o Plantão Fiscal das unidades da Receita Federal do Brasil.

6. Base Legal

Constituição Federal de 1988; Código Tributário Nacional -CTN -Lei n°5.172, de 1966; Código Penal -Decreto-Lei n°2.848, de 07 de dezembro de 1940; Lei n°8.137, de 27 de dezembro de 1990; Lei n°8.429, de 02 de junho de 1992; Lei n°9.717, de 27 de novembro de 1998; Lei n°9.715, de 25 de novembro de 1998; Lei n°9.430, de 27 de dezembro de 1996; Lei n°8.213, de 24 de julho de 1991; Lei n°8.212, de 24 de julho de 1991; Lei n°10.522, de 19 de julho de 2002; Lei n°11.196, de 21 de novembro de 2005; Lei n°11.457, de 16 de março de 2007; Lei nº 11.960, de 29 de junho de 2009; Lei nº 12.810, de 15 de maio de 2013; Regulamento da Previdência Social -Decreto n° 3.048, de 1999; Regulamento do Imposto de Renda -Decreto n° 3.000, de 1999.

7. Créditos

Este material foi compilado pela Divisão de Arrecadação e Cobrança da Superintendência da Receita Federal do Brasil da 9ª Região Fiscal (PR e SC) a partir dos seguintes documentos:

● Cartilha com informações gerais sobre as obrigações tributárias dos Municípios junto à Receita Federal, elaborada pela Divisão de Arrecadação e Cobrança da Superintendência da Receita Federal do Brasil da 8ª Região Fiscal (SP), 2016;

● Informativo “Obrigações Previdenciárias dos Órgãos e Entidades da Administração Pública”, elaborado pela Superintendência da Receita Federal do Brasil da 4ª Região Fiscal (AL, PB, PE e RN), 2014;

● Legislação federal específica.