obras de misericÓrdia -...

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OBRAS DE MISERICÓRDIA Esta reflexão a respeito da obra de misericórdia prevista para o mês de janeiro pode ser feita individualmente ou em comunidade. Pode ser rezada também ao final da missa de cada dia e pode ser rezada junto com a Trezena de São Sebastião. É por isso que ela foi organizada em treze dias. Pode-se fazer esta oração diante de Jesus Sacramentado. Pode, enfim, ser feita do modo que a comunidade estiver acostumada. O importante é não deixar de refletir e, mais ainda, praticar a obra de misericórdia prevista para este mês de janeiro. Nem há necessidade de obedecer à sequência estabelecida para cada dia. Podem se fazer as orações apenas de alguns dias, conforme a realidade local. INÍCIO DA ORAÇÃO TODOS OS DIAS 1. CANTO (Parte do Hino da JMJ Cracóvia 2016) Sem seu perdão quando eu cair, quem poderá me levantar? Se Deus perdoa, quem somos nós para não perdoar? O sangue de Cristo nos resgatou. Ele ressuscitou! Grite pro mundo inteiro ouvir: Jesus Cristo é o Senhor! Bem-aventurados os misericordiosos porque eles alcançarão misericórdia! 2. INVOCAÇÃO P. Vinde todos! Ao Senhor vinde louvar! T. Ao Senhor que nos salvou nós queremos adorar! P. Bendito seja Deus em seu amor T. porque eterna é a sua misericórdia. P. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. T. Como era no princípio, agora e sempre. Amém. P. Neste Ano Santo, somos convidados a compreender e, mais ainda, a praticar as obras de misericórdia. Nossa Arquidiocese propõe que cada mês seja dedicado a uma obra. Em janeiro, vamos refletir e buscar caminhos para concretizar a visita aos encarcerados. Por causa das celebrações de S. Sebastião, padroeiro de nossa arquidiocese e nossa cidade, vamos fazê-lo em forma de Trezena. Todos rezam em silêncio por alguns instantes. Em seguida, invoca-se o Espírito Santo com um canto conhecido.

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OBRAS DE MISERICÓRDIA

Esta reflexão a respeito da obra de misericórdia prevista para o mês de janeiro pode ser feita individualmente ou em comunidade. Pode ser rezada também ao final da missa de cada dia e pode ser rezada junto com a Trezena de São Sebastião. É por isso que ela foi organizada em treze dias. Pode-se fazer esta oração diante de Jesus Sacramentado. Pode, enfim, ser feita do modo que a comunidade estiver acostumada. O importante é não deixar de refletir e, mais ainda, praticar a obra de misericórdia prevista para este mês de janeiro. Nem há necessidade de obedecer à sequência estabelecida para cada dia. Podem se fazer as orações apenas de alguns dias, conforme a realidade local.

INÍCIO DA ORAÇÃO TODOS OS DIAS

1. CANTO (Parte do Hino da JMJ Cracóvia 2016) Sem seu perdão quando eu cair, quem poderá me levantar? Se Deus perdoa, quem somos nós para não perdoar? O sangue de Cristo nos resgatou. Ele ressuscitou! Grite pro mundo inteiro ouvir: Jesus Cristo é o Senhor! Bem-aventurados os misericordiosos porque eles alcançarão misericórdia!

2. INVOCAÇÃO

P. Vinde todos! Ao Senhor vinde louvar!

T. Ao Senhor que nos salvou nós queremos adorar!

P. Bendito seja Deus em seu amor

T. porque eterna é a sua misericórdia.

P. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.

T. Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

P. Neste Ano Santo, somos convidados a compreender e, mais ainda, a praticar as obras de misericórdia. Nossa Arquidiocese propõe que cada mês seja dedicado a uma obra. Em janeiro, vamos refletir e buscar caminhos para concretizar a visita aos encarcerados. Por causa das celebrações de S. Sebastião, padroeiro de nossa arquidiocese e nossa cidade, vamos fazê-lo em forma de Trezena.

Todos rezam em silêncio por alguns instantes. Em seguida, invoca-se o Espírito Santo com um canto conhecido.

3. A PALAVRA DO SENHOR (Mt 25,31-46)

P. Disse o Senhor: “Estive preso e me fostes visitar! ”

T. Nós perguntamos: “Quando, Senhor, estiveste preso e te visitamos? ”

P. Disse o Senhor: “O que fizestes a um desses pequeninos foi a mim que o fizestes! ”

Momento de silêncio para a oração pessoal. Em seguida, passa-se à meditação do dia. Ela estará sempre no número 4.

1º Dia Visitar os encarcerados

4. MISERICORDIOSOS COMO O PAI

L. Viver o Evangelho significa amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo (Mt 12,34-40). Não existe separação entre o amor a Deus e ao próximo, pois quem ama a Deus ame também o seu irmão (1 Jo 4,21). Para nos ajudar a colocar em prática o mandamento do amor, muitas são as ajudas. Dentre elas, encontram-se as OBRAS DE MISERICÓRDIA. Ao longo do Ano Santo, vamos dedicar um mês inteiro a cada uma delas. Isso não significa que não possamos praticar as demais. A prática em comum de uma das obras, além de fortalecer a unidade, ajudará no testemunho diante de um mundo que parece já ter se esquecido de Deus, do amor e da misericórdia.

T. Que o Deus de misericórdia venha em nosso auxílio.

L. Em janeiro, vamos refletir sobre uma obra de misericórdia muito difícil de ser praticada em nosso tempo:

T. Visitar os presos.

L. Muitas são as razões para esta dificuldade. Uma, no entanto, sobressai. Em nossos dias, por causa do aumento da violência e da sensação de impunidade, acabamos desejando que as pessoas que cometem crimes sejam condenadas para que desapareçam de nossas vidas.

T. Estamos deixando de acreditar no ser humano. Estamos começando a acreditar mais no castigo que na recuperação, mais na destruição do que na conversão, mais na força do crime do que no amor de Deus.

L. Este é, portanto, um tempo propício para nos voltarmos à obra de misericórdia que nos convida a visitar os presos. No passado, essa visita poderia ser tomada ao pé da letra. Os cristãos tinham mais facilidade de ir às prisões para conversar, rezar e mesmo ajudar materialmente nos casos de maior necessidade.

T. Atualmente, é muito complicado ir às prisões. Temos medo e não conseguimos autorização com facilidade.

L. Neste primeiro dia de nossa trezena, peçamos a graça de não nos deixarmos levar por esse mundo violento, um mundo que descarta as pessoas, esquecendo-se de que também os aprisionados são filhos e filhas de Deus. Em suas veias, corre o mesmo sangue que corre nas nossas. Em seus

corações, passam dores e alegrias, em geral, muito mais dores que alegrias. Jesus veio para a nossa salvação e a deles também. Jesus nos enviou a eles.

Momento de silêncio para a oração pessoal. Em seguida, todos rezam juntos:

T. Senhor Jesus, / vós experimentastes a dor da prisão. / Mesmo sendo inocente, / vivestes o que muitos de nossos irmãos e irmãs vivenciam. / Não julgamos os que vivem a triste realidade da prisão. / Olhamos a pessoa que, independentemente das causas, seguiu por caminhos que ninguém deve trilhar. / Pedimos, Jesus, / misericórdia para os que estão aprisionados, / misericórdia para o nosso mundo / que transforma as prisões em locais de tortura e escolas de criminosos ainda mais perigosos, / misericórdia para nós que, / desejando viver plenamente a nossa Fé, / nem sempre vos reconhecemos em cada irmão e irmã aprisionados. / Libertai-nos, Jesus, do preconceito, / do desejo de vingança e destruição / e da satânica indiferença que fecha nossos olhos. / Mostrai-nos o caminho que devemos seguir / para que a realidade das prisões seja uma preocupação em nossa vida na Fé. Amém.

Pode-se cantar conforme o costume e passar para a bênção de encerramento.

2º Dia Levar aos presos o que precisam para viver como seres humanos.

4. MISERICORDIOSOS COMO O PAI

L. Os presos são seres humanos. Têm as mesmas necessidades que todos nós. O sistema carcerário nem sempre fornece o mínimo necessário para que essas necessidades sejam atendidas. É por isso que, na visita aos presos, existe o costume de se levar, por exemplo, material de higiene pessoal.

T. É uma ajuda pequena para nós. Porém, é importante para quem a recebe.

L. É claro que existem regras que precisam ser observadas pelos visitantes. Essas regras têm como finalidade não permitir o ingresso de produtos que prejudiquem a segurança das prisões ou façam mal aos presos.

T. Se tais produtos forem levados aos presos, não estaremos cumprindo a obra de misericórdia.

L. Ao visitarmos a pessoa de cada preso, nós podemos levar objetos que amenizem um pouco a situação de sofrimento vivida dentro do cárcere. Saberemos cumprir as orientações e usar de bom senso para o fazer. Algumas comunidades, por não conseguirem fazer a visita, enviam o material arrecadado para a Pastoral Carcerária, que, então, faz a entrega.

T. Podemos também levar a Palavra de Deus. Podemos levar nossos corações e nossos ouvidos para escutar as histórias de vida, as dores, os lamentos e os sonhos do irmão encarcerado.

L. Não podemos chegar junto a um preso de mãos vazias. O primeiro passo pode ser, por exemplo, material de higiene pessoal. O segundo passo, bem mais importante que o primeiro, consiste em levar a nós mesmos, como instrumentos da misericórdia de Deus.

T. E, assim, damos o terceiro passo: ajudamos o irmão preso a perceber a presença misericordiosa de Deus ao seu lado.

Pai nosso... Momento de silêncio para a oração pessoal. Em seguida, pode-se cantar conforme o costume e passar para a bênção de encerramento.

3º Dia Apoiar as entidades que trabalham pelos direitos humanos dos presos

4. MISERICORDIOSOS COMO O PAI

L. Determinadas ajudas aos presos exigem preparo técnico. Em nome do Evangelho, superamos os preconceitos, visitamos os encarcerados, levamos materiais de que os presos estejam precisando e, acima de tudo, apresentamos a misericórdia de Deus. No entanto, os presos necessitam também de ajuda mais especializada. Algumas vezes, eles carecem de orientação jurídica ou de assistência psicológica. Nesses casos, quando a ajuda não pode ser dada diretamente, podemos praticar a obra de misericórdia tomando conhecimento de entidades sérias que façam este trabalho e, quando for o caso, estabelecendo a ponte entre a entidade, o preso e sua família.

T. Não podemos fazer tudo sozinhos. Não podemos achar que temos todas as soluções para todos os problemas.

L. Jesus Cristo é a solução para todos os problemas. Mas, Jesus quer também que cada pessoa faça a sua parte, inclusive aquelas pessoas que se prepararam para, através do conhecimento e da habilitação, fazer o trabalho especializado.

T. Agradeçamos a Deus pelas pessoas que, de coração sincero e generoso, ajudam os presos, colocando a serviço deles a experiência que possuem.

Pai nosso... Momento de silêncio para a oração pessoal. Em seguida, pode-se cantar conforme o costume e passar para a bênção de encerramento.

4º Dia Rezar pelos que estão presos

4. MISERICORDIOSOS COMO O PAI

L. Se nem sempre podemos visitar os que estão nas prisões, sempre podemos rezar por estes irmãos e irmãs. Rezar é uma ação ao mesmo tempo muito simples e muito profunda. Rezar nos liberta dos limites do tempo, pois podemos rezar a qualquer hora, e do espaço, pois podemos rezar em qualquer lugar. Rezar nos une a Deus e, por Ele e com Ele, nos une também aos irmãos.

T. O egoísmo, o medo e a revolta podem nos levar a não querer sequer rezar pelos que estão presos.

L. Mas, o coração do Pai do céu, que ama a todos, que faz chover sobre bons e maus (Mt 5,45-48), este coração olha igualmente para todos os seus filhos e filhas. Este coração nos pede para nunca nos esquecermos de que os presos são nossos irmãos e irmãs.

T. Se rezamos pelos familiares de sangue, por que não vamos rezar pelos familiares de Fé?

L. Lembremo-nos do pedido que, da prisão, São Paulo fez a todos os cristãos:

T. “Orai também por nós. Pedi a Deus que dê livre curso à nossa palavra para que possamos anunciar o mistério de Cristo. É por causa deste mistério que estou preso. (Cl 4, 3)

L. Rezemos pelos que estão aprisionados. Que esta prece seja rezada diariamente ao longo de mês como um dos nossos compromissos no Ano Santo da Misericórdia.

T. Senhor Jesus, rosto misericordioso do Pai, / ouvi nossa prece pelos irmãos e irmãs que estão nos cárceres. / Manifestai vossa misericórdia a cada um destes vossos filhos e filhas. / Fazei de nós instrumentos de nossa infinita misericórdia. / Que os encarcerados reconheçam seus erros. / Que eles se arrependam e busquem a conversão. / Que os injustamente encarcerados encontrem a justiça e a liberdade. / Que todos recebam o apoio de suas famílias, da sociedade em geral e das instituições que mais diretamente lidam com eles. / Que o sonho de liberdade venha acompanhado da transformação do coração. / Que deles se afastem a revolta, a descrença e a busca de soluções violentas. / Pai de misericórdia, / que vossos filhos e filhas encarcerados / sejam também eles, / uns para com os outros, instrumentos de vossa misericórdia. Amém.

Pode-se cantar conforme o costume e passar para a bênção de encerramento.

5º Dia Visitar as famílias das pessoas aprisionadas

4. MISERICORDIOSOS COMO O PAI

L. São Paulo nos recordou que, se um membro do corpo sofre, todo o corpo sofre também (1 Cor 12,26). Esta realidade acontece nas famílias dos que estão presos. A lista dos sofrimentos é grande. Estas famílias sofrem o preconceito e a discriminação. Se a pessoa presa é a que ajudava financeiramente a família a se manter, a penúria atinge a família. Como não lembrar do sofrimento da criança que tem seu pai ou sua mãe na cadeia? Como não lembrar das mães que, para visitar os filhos presos, sofrem em filas e revistas às vezes vexatórias?

T. Se não podemos visitar os presos, podemos visitar suas famílias.

L. As prisões podem se situar longe de nossas casas, mas é possível que, bem perto de nós, existam famílias que tenham pessoas aprisionadas. Com a sabedoria que brota do Evangelho e sempre unidos em comunidade, somos convidados a visitar estas famílias. Quando a paróquia se organiza por setores, com pequenas comunidades, estas visitas se tornam ainda mais fáceis. Os laços de amizade e vizinhança ajudam a abrir corações e partilhar histórias de vida. Por isso, é preciso perguntar sempre:

T. Existem, em nossa vizinhança, famílias com pessoas presas? Em que podemos ajudar para que o sofrimento dessas famílias seja amenizado?

Pai nosso... Se oportuno, partilhem-se informações sobre o que a comunidade está fazendo a respeito da visita às famílias do aprisionados. Com respeito e mesmo sigilo, podem-se indicar as famílias que precisam de visitas. Se nem todas as pessoas têm jeito para visitar tais famílias, os que se sentirem vocacionados a estas visitas sabem que podem contar com a oração de toda a comunidade.

Pode-se cantar conforme o costume e passar para a bênção de encerramento.

6º Dia Rezar com e pelas famílias das pessoas aprisionadas

4. MISERICORDIOSOS COMO O PAI

L. São Paulo nos deu um conselho simples e direto. Ele nos disse:

T. Orai sem cessar (1 Ts 5,17)

L. Por isso, ao praticar a obra de misericórdia deste mês de janeiro, somos convidados a rezar pelas famílias que têm pessoas na prisão. Mais ainda, somos convidados a rezar com as famílias. Nas visitas que devemos fazer às famílias dos encarcerados, podemos dedicar um tempo à oração. É verdade que encontraremos famílias que não seguem a mesma religião que a nossa. Esse fato, porém, não deve nos desanimar. Deus é Pai de todos e ouve a oração dos que sofrem, dos que rezam unidos.

T. Ao rezar com as famílias de pessoas encarceradas, nós partilhamos um pouco do misericordioso amor do Pai do Céu.

L. Rezemos pelas famílias que têm pessoas nas prisões. Que esta prece também nos acompanhe ao longo de todo este mês.

T. Senhor Jesus, rosto misericordioso do Pai, / ouvi nossa prece pelas famílias cujos membros estão nas prisões. / Fortalecei seus corações, / uni as na fraternidade e no amor, / sarai-lhes as feridas e as livrai-as das mágoas e revoltas. / Que estas famílias se preparem para receber de volta os que estão presos. / Que, apesar de todas as dificuldades, elas ajudem os que regressam a se reencontrar como seres humanos e vossos filhos. / Que, enquanto seus parentes estiverem presos, / essas famílias não desistam de os acompanhar, visitar e manifestar apoio à conversão. Amém.

Pode-se cantar conforme o costume e passar para a bênção de encerramento.

7º Dia Ajudar materialmente as famílias que passam penúria

porque familiares estão na prisão.

4. MISERICORDIOSOS COMO O PAI

L. Algumas vezes, as famílias dos encarcerados passam por necessidades. Além da discriminação, podem sofrer carências materiais, chegando mesmo a situações de fome e perda do local de residência. São situações muito sofridas que nem sempre imaginamos existirem às vezes bem ao nosso lado.

T. Por isso, além de visitar e rezar pelas famílias dos encarcerados, precisamos descobrir também as necessidades materiais e ajudar no que for necessário.

L. Nossas comunidades têm grande experiência na ajuda com alimentos, roupas, remédios e outras carências. Nossas comunidades sabem como ajudar discretamente, evitando que a ajuda aumente ainda mais a humilhação sofrida com a prisão de um membro da família.

T. Nossas comunidades sabem olhar para as crianças cujos pais e ou mães acabaram nas prisões.

L. Nossa ajuda pode não se limitar a alimentos, vestes, remédios, material escolar ou reconstrução de uma casa. Podemos também ajudar as famílias a terem contato com os diversos grupos que lidam com direitos dos presos. Sabemos que as famílias, principalmente as mais pobres, não têm condições de arcar com os custos que aparecem junto com a prisão.

T. Unindo forças e ajudando sem nada esperar em troca, seremos capazes de fazer muito. Seremos capazes de testemunhar a misericórdia de Deus.

Pai nosso... Se oportuno, sejam passadas informações sobre entidades que tenham condições de ajudar os presos nos seus direitos. De modo especial, seja mostrado o trabalho da Pastoral Carcerária ou Penal. O nome não é importante. Interessa mesmo é o trabalho feito. Em seguida, pode-se cantar conforme o costume e passar para a bênção de encerramento.

8º Dia Apoiar os que tomam conta dos presos

4. MISERICORDIOSOS COMO O PAI

L. Pela Fé, sabemos que todos somos irmãos e irmãs uns dos outros. Pelo pecado, destruímos esta fraternidade. Diante dos presos, existem duas formas de apagar esta realidade. A primeira dela é deixar de considerar os presos como irmãos e irmãs. É olhar para eles como pessoas merecedoras dos piores castigos e até mesmo da morte. Quando chegamos a este ponto, na verdade, estamos longe de Jesus.

T. A segunda forma de apagar a fraternidade consiste em não considerar os que, por profissão, devem tomar conta dos presos.

L. A triste realidade das prisões atinge os encarcerados, mas atinge também os que ganham a vida tomando conta deles. A desumanização de um sistema carcerário que não se preocupa com a pessoa atinge presos e carcereiros e a todos devemos anunciar o Evangelho.

T. Os carcereiros são nossos irmãos e irmãs. Sofrem as consequências de uma realidade desumana. A eles também se dirige a obra de misericórdia deste mês.

L. É possível que, nas vizinhanças ou em nossas comunidades, existam pessoas que trabalham diretamente com os presos. Em consequência do ambiente em que atuam, podem se tornar amargas, descrentes e até mesmo violentas. Esta profissão exige muito apoio da família e da comunidade. Os carcereiros precisam de gente que os escute, que lhes deixe desabafar, que os questione, à luz do Evangelho, a respeito do que fazem em seu dia-a-dia. Precisam de quem reze por eles e com eles.

Momento de silêncio para a oração pessoal.

T. Senhor Jesus, / olhai por aqueles irmãos e irmãs / que, para levar o sustento às suas famílias, / trabalham diretamente no cárcere. / Velai com misericordioso carinho por seus corações, / para que não se deixem envolver / pelas agruras de um lugar tão cheio de dores, / conflitos e violência. / Que os carcereiros se compreendam / como reeducadores de pessoas que perderam o rumo da vida. / Que a palavra, firme, mas compreensiva, seja seu maior instrumento de trabalho. / Que o testemunho seja a força de seu convencimento. / Abençoai-os, protegei-os, consolai-os. Amém.

Pode-se cantar conforme o costume e passar para a bênção de encerramento.

9º Dia Descobrir nas comunidades gente que seja sensível à causa dos aprisionados.

4. MISERICORDIOSOS COMO O PAI

L. De acordo com a organização do sistema carcerário, nem todas as comunidades possuem, em suas áreas, locais de prisão. Este fato, no entanto, não nos exime da responsabilidade de nos preocuparmos com os encarcerados. Este fato tampouco impede o Espírito Santo de tocar nos corações, fazendo surgir o dom para lidar com os presos.

T. O Espírito Santo sopra onde quer! (Jo 3,8)

L. Por isso, é bom verificar, na comunidade, quem tem esse dom, quem é sensível à realidade dos encarcerados. Estas pessoas devem ser encorajadas a se unir à Pastoral Carcerária, conhecer o trabalho que é feito, discernir o modo como se engajar, receber formação e começar a servir a Deus na pessoa dos presos.

T. Se Deus deu a vocação, então, é para colocar em prática. Deus deu a vocação e dará as forças necessárias para bem cumpri-la.

L. Neste Ano Santo da Misericórdia, exatamente neste mês de janeiro, em que nós nos voltamos para a obra de misericórdia que nos envia em missão junto aos presos, peçamos que o Espírito Santo nos ilumine. Peçamos a graça de muitos irmãos e irmãs de comunidade se interessarem pela Pastoral Carcerária e, deste modo, mesmo estando geograficamente distantes de um presídio, podermos ouvir de Jesus:

T. Estive preso e fostes me visitar!

Pai nosso... Momento de silêncio para a oração pessoal. Em seguida, pode-se cantar conforme o costume e passar para a bênção de encerramento.

10º Dia Criar e fortalecer redes de informações para integrar os serviços que atuam junto aos aprisionados.

4. MISERICORDIOSOS COMO O PAI

L. Vivemos no mundo da comunicação. Muita gente, em nossos dias, não consegue viver sem as redes sociais. Nelas, passam muitas informações. Algumas dessas informações poderiam ser descartadas e o mundo ficaria melhor. Ao contrário, todos os meios de comunicação precisam ser colocados a serviço do bem, em favor do próximo, do mais necessitado.

T. Precisamos colocar os meios de comunicação a serviço também dos encarcerados.

L. Em nossos dias, ninguém precisa mais ficar restrito aos limites do local onde mora para trabalhar pelo bem. Se, por exemplo, alguém abre um espaço nas redes sociais em favor dos presos, vai atingir pessoas que residem até mesmo muito longe. É possível que, por causa do preconceito, venham comentários agressivos, ofensivos. Esses comentários poderão ser deletados. Já a prática do bem, essa nunca é deletada do coração de Deus nem dos corações ajudados.

T. Sejamos criativos. Que os grupos da PASCOM – Pastoral da Comunicação – em nossas comunidades se motivem a acrescentar mais esse serviço: juntar pessoas que queiram irradiar a misericórdia de Deus para os irmãos aprisionados.

L. Um simples local onde as informações possam ser reunidas: material para uso pessoal, gente habilitada para trabalhar com os presos, entidades e assim por diante. Quem tem a informação acelera a solução.

T. Pai nosso.... Momento de silêncio para a oração pessoal. Em seguida, pode-se cantar conforme o costume e passar para a bênção de encerramento.

11º Dia Esforçar-se para que o cumprimento das penas sirva para recuperar as pessoas e não para punir ou, pior, destruí-las ainda mais

4. MISERICORDIOSOS COMO O PAI

L. O preso é também conhecido como apenado, isto é, ele está sofrendo uma pena, um castigo por algo de errado que fez. A pena não existe somente para castigar. Ela existe, antes de tudo para recuperar. Sem a recuperação, a pena deixa de cumprir sua maior finalidade e o resultado é muito pior.

T. Infelizmente, para várias pessoas, a função da pena é somente castigar, é fazer sofrer.

L. Quem pensa assim está olhando apenas o pecado. Não consegue olhar a pessoa do pecador. Olhar a pessoa não significa passar a mão na cabeça e dizer que está tudo bem depois de um crime cometido. Olhar a pessoa significa repetir para ela o que Jesus dizia aos pecadores:

T. Vai em paz e não peques mais! ” (Jo 8,11)

L. Nosso mundo anda descrente diante de tanta violência e de tanta impunidade. Com isso, corremos o risco de achar que os presos não têm mais chance de se recuperar. É verdade que certas condições do sistema carcerário acabam sendo escolas de revolta e crime. Mas, a partir daí, dizer que a pessoa não tem condições de se recuperar significa, na prática, negar o poder regenerador de Deus.

T. Viver o Ano Santo da Misericórdia e praticar a obra de misericórdia ligada aos presos exige de nós um esforço muito grande para que nosso mundo continue acreditando nas pessoas e no poder de Deus.

L. Existem várias maneiras de ajudar um encarcerado a se recuperar. Estas maneiras estão disponíveis em diversos locais. É só procurar um pouquinho. O importante é mostrar, através do testemunho, que dá certo acreditar na recuperação da pessoa porque nossa Fé e nossa Esperança se encontram no poder de Deus.

T. Pai nosso... Momento de silêncio para a oração pessoal. Em seguida, pode-se cantar conforme o costume e passar para a bênção de encerramento.

12º Dia Combater vigorosamente a mentalidade de vingança e morte para os aprisionados.

4. MISERICORDIOSOS COMO O PAI

L. Continuamos hoje insistindo no mesmo tema da reflexão passada. Os encarcerados não podem esperar de nós apenas castigo, vingança e morte. Não se trata de negar a gravidade de determinados crimes. Trata-se, como Jesus ensinou, a separar o pecado do pecador.

T. Ao pecado, a extinção. Ao pecador, a redenção.

L. Não podemos nos esquecer de um fato importante: a gravidade de algumas situações aliada ao que chamamos de impunidade, essas duas realidades juntas podem tornar nossos corações descrentes de qualquer possibilidade de recuperação.

T. Mas, então, negamos o poder salvador de Deus!

L. A obra de misericórdia que nos envia em missão junto aos presos também nos convoca a não aceitar de forma alguma a mentalidade que prega o castigo e a vingança para quem comete algum crime. É preciso pregar a misericórdia. É preciso anunciar a força libertadora do perdão, da reconciliação, da regeneração.

T. “Onde houve bastante pecado, a graça de Deus se manifestou ainda mais!” (Rm 5,20)

L. Não desistamos de qualquer ser humano, esteja ele onde e como estiver. O Senhor Jesus deu Sua vida por todas as pessoas, em especial pelas pecadoras, pelas mais pecadoras. Se buscamos justiça, busquemos a justiça que brota da misericórdia. Busquemos a justiça que visa a recuperação.

T. Pai nosso... Momento de silêncio para a oração pessoal. Em seguida, pode-se cantar conforme o costume e passar para a bênção de encerramento.

13º Dia Trabalhar incansavelmente para que nossa sociedade não se esqueça de olhar os aprisionados como filhos e filhas de Deus

4. MISERICORDIOSOS COMO O PAI

L. Somos cristãos e, por isso, somos necessariamente missionários(as). Nossa missão consiste em anunciar Jesus Cristo e sua mensagem de amor, paz e reconciliação. Para os encarcerados, Jesus veio anunciar a libertação (Lc 4,18). Quando for possível libertar das grades físicas, que assim aconteça. No entanto, sempre é possível libertar grades do pecado.

T. Esta é a nossa missão: unidos a Jesus Cristo proclamar um ano da graça do Senhor, um tempo de misericórdia, época própria para a regeneração dos pecadores.

L. Quando falamos dos encarcerados, não podemos deixar de pensar nos jovens e, dentre esses, nos que, por idade mais baixa, estão sob medidas socioeducativas. Esses têm a vida inteira pela frente, tantos sonhos, tantas possibilidades. Correm o risco de perder esses sonhos e as possibilidades.

T. Neste ano, celebraremos mais uma Jornada Mundial da Juventude. Acontecerá em Cracóvia, no mês de julho.

L. Convertamos nossos corações. Olhemos com carinho para todos os presos, em especial para os jovens que não estão em liberdade. Desejemos um mundo capaz de acolher de volta os que precisaram ser retirados do convívio social por algum tempo. Façamos o que for possível para que se reintegrem na família e na sociedade. Esta é a nossa missão. Assim cantamos na Jornada da Juventude no Rio de Janeiro:

T. Cristo nos convida: “Venham, meus amigos! ” Cristo nos envia: “Sejam missionários! ”

Pai nosso...

ENCERRAMENTO DA ORAÇÃO Em 1997, a Igreja no Brasil celebrou a Campanha da Fraternidade exatamente com o tema da realidade prisional. Terminemos a cada dia este nosso momento de oração rezando juntos a oração que, naquele ano, há dezoito anos atrás, o Brasil inteiro rezava.

Pai, aceitai nosso louvor / por vossa infinita clemência e misericórdia. / Confiantes, vos pedimos: dai-nos um coração novo, / capaz de amar e de perdoar! / Vosso Filho bendito e nosso irmão Jesus / esteve preso, foi torturado e morto, mas ressuscitou / para nos dar vida. / Ele nos liberta de todas as prisões! / Olhai para nossos irmãos encarcerados / e para suas famílias! / Enxugai as lágrimas, / sarai as feridas / das inúmeras vítimas das violências! / Livrai-nos de todo sentimento de ódio e de vingança / Envolvei-nos em vossa misericórdia / e transformai tantas mortes, sofrimentos, / em semeadura de vida nova, / de vida fraterna para todos! / Nós vos pedimos por Jesus Ressuscitado, / no amor do Espírito Santo. / Amém.

P. Deus nos abençoe hoje e sempre. Que sua bênção nos acompanhe.

T. Amém.

P. Lembrai-vos dos encarcerados, como se vós mesmos estivésseis presos com eles (Hb 13,3).

T. Com a graça de Deus. O momento de oração se encerra, se possível, com um canto à escolha conforme o costume.