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HISTORIA. )111

IRMÃO DE EL-HEI D .. JOIO 'IV

JOSl.~ UA:\rOS-COELI.lO

'OCIO r.OnllE~I'OXDt:Sn: DA ACAltt:lIl.\ RF.A1. J)AS ~CIF.XCI.\~ HE 1.15110 \

.: IlA nr.M. ACAIII;:UI.\ DF. Ll·CC.\

501:10 no lX~TITI'TO 1Ir. t:OUIIIII.\

I·; SúClú 1l0Xc.n.\Rlü DO (;.\lIIXI':n: I'OIlTn;n;z 1Jt: u:nTHA 110 lIAR."':-'lI.\V

r::~ :.::..;, L ,:.1 é' r. !.::.:i:·:.: j.:::.,:.!.;

".:1. '.::::r.h .;. '.:'1::'1. !:,: .. :~ : êr. L·:::.: l'::t~i::.:

TU.\lU I

L1 :,BOA

188!1

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HISTORIA DO

INFANTE D, DUARTE nmIo DE l~L-RE[ n. JOIO IV

W DR. f~,'''·~OZO F E R 1-} 1\ t·~ U E S ADV(..;'C/:-OO RUAP.·L.' -_".4 TELEFor,.!: t,,'; -, J 94 :I..ISEOA.-l.

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·. . .. -

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IlA.MOS COELHO

, ",(rll1_~ r,trrcr,Jlr.' 11' rlllS rnmn, hahr

1"Ilrti'd I"Ite.r.mr .Ir n,·',/lJrunr .I

J {II.1mJ. , . :E"mlllrm ''7.~'" .r!

Hist. do I. O, DU8rte

c.. I\ILVI>S rnot,

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HISTORIA DO

INFANTE D. DUARTE IRMAo DE EL-REI D. JOAO IV

POR

JOSÉ H~~OS-COELHO

:'OCIO CORllESPO:SDE~T( DA .,c.mElIIA REAL DAli SCIESCIAS DE I,ISRO.'

E DA RE.'L AC.mEMI" DF. Ll.'CCA

SOCIO 00 INSTITt:Ta fiE COUIDIU

t: ~OCIO HONORARlO no 1i.\RJ:SETE PORTl·"n:z DE I,EITUB.' DO 1I.\R.\NU.\/)

O:·r3, :· .. :;,h,1:l r.:-u !J:~iTL:L~i~::~,:: j2~':Il~~:lt:3

'; c':ln G~~,~b i:' ~::h;t<t, Da:",,:: : ::. L:.i3 FÚrimi i f!::t.t;ri13 d: ,r. C,,:, R':\i~

'fOlIO I

LISBOA

188U

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113

~=:~..a.:, .............. _. boDa !!I 0_ .................. "" .... .... ..., foi .ron.alBllIo oom .. ba

,~ .... a.. Vhiadao,. O"''''''' do_ ... '0l0I trahUJMJe cio Qbo de Alcmeaa lo __ .00 oaidac\oo _ ...... D •

... .. iIOltiIIÍI'D, Da ... OODti,acia no- .D. AI ... nche. Áeopen __

nMiMzia o. NU deeeJOI • .,...çu 001D0 Mtfnm.m pareoer AGI

-. ....... intermiDa ... o. QaaIdu !lO , ... D. no-.......... _. - aoali-__ Iooopoisoaodool Qaan .... depoiO

""'-- ...... do brPo poroo monta, do ligeiro veado, -:::~:~_-P-. o duque doo_ ;. _"'in_muoicaeo,eD.DuarIe

dD ..tado, qUDlu TeS8I, repoiaudo , tombra Da .... tapada de ViDa Viço.., ou n'aI·

... ,ae & JM"'OIMID, alo beberie.m ambo., em. ...... hIoruI. , IlUde du damu que Jheo 0--.,1 Auim dividido peI .......... r...

Aeeliuria pua 01 tnI irmIoI lUa" e .~ o -.pc. que _00 da ,".rIo do duque D. ao ·"meato do duque MIl euooeuor.

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a. -

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LIVHO III

o .... ~ ..,.,..wlldo de D. Duarte to de. D. Alaaud.te, parte pua ania ao I!ItC!OIIUO de D. LDiu.- Vae D. Duarte. .Bad.jln ewa· priIDeDIaI •• .-8abe estade.Badajo& com o duqu~ fi D. Duarte eD. A........., qae 1M IbejllDtaram na raia, fi enb'a em Elvu.-Ra­tIh ... o lIIAlrimcmio.-ChrogIlm .. "illA. YiçOH.-Cc.mo alava JIftIpU'&do o palaclo.- FMtaa pelo CU&ml'Uto.- E%eTeiciPl equefI­... de AntoDio Galvio.- Eneami .. da t'm que fignram D. Duarte • D. Ale:undre.-ToiradL-Vaoo duque com 8!!UI irm~ e o conde .. Niebla caçar' tapada.-JogA de eannu em 'lU'" tomam parte D. Durte 8 D. Alallodre..-Animaçlo do paço C!1)m ii. virult. da "'naa.-Naacimento de D. Theudoaio.- É D. Duart-e .cu padri­_.- Qaebra D.&.I rclaçiie. enlTe n. JoKo fi D. Duarte J)I')r c:ausll da 4haqaeu.-Motivoe qu~ • occ:uionlun.- Debrum D. Duarte c J). Aleuadre .. eaaa (ratema.- Fa.tem uma romuia a NOIIa Sf. • ..... de Guadrlupe, t'm BeaplUlha.-Decide n, Duarte .eguir a arnüa dai arma., para que r,;,. edncado.- Pllrte para Aliem.· u..- \1da d..-.rt'grada do duque. "xla a lua partida.-Sentimento de D. AJuandl'(! pela .Iltellcill do il'mlo.- Cbega D. Dunrtea MIL­drId.-NIo qUl'T O oonde-duq'lc rtceool-o. e porqnê'.- Mau eitado da ftl.çüe. do duque de 'Bnga.uç. com acllrte hellpanhola.-Atra­~ o relto de Heapanha.- PfW!.s I. Itali • .- Seu parcnteaco com .. daqaee de. Sabor., T03elUla, Mutua., Mode.na e Panna.-Cida· .. que l'uítaria.- Demon-lIt em M.dJo.-Caminho que lcvuia. at.61upruclt, capílaJ 00 Trrol.-Como 6 reccbidou'utaeidade.­Por OIIÜ ltgUiri •• t6 Yienna.-Queatào movida peJos ho.panbO)4!s _ e6r1ebaperiallObreo.eu tnllllmenlO.- Manda o imperador <Iue .... 1Iatado como principt.-Entra em VicnnD.-É acolbido cor­d.l ... te por Femando I I.-CortaquoClCrov6ao duque, narrall­dt-o.-Parle pan Stuttgart a eumprimcllwo rei de Uungria.qllc

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1~6

.hi eatava acampado.- Estrago. borrivN que ~ DO"­minho eauMdo .. pela peate e peJa guena.-Atraveua o campo de batllba de Nonlliaguen.-PerigoI que COmi. por puaar perto di» inimip.- CMp • Stuttprl.- É bem J'ecel,ido pelo rei de alUI-> gria.- Volta á ~i,rte.-Tern.8 que perOOrT'e e obHftuioe qae .... cebt.-Chtga • YieD.DL

I

Recebida a noticia de catar ajustado O lIeu CU&lDf!nto com a 6.1ha do duquo de lledina·Sidooi •• D. Joio, ar:om­pnnhado de D. Duarte e de D. AleuDdre, participou.o ao • .fidalgos da eôrlc, pelo que tod08 lhe beijaram a mlo. De· pois baixou com 08 irmlo:l á capeU .. , onde jA capera\'. o dela e dignidades, revestidos do capaa rica. de tela e cba· paria de oiro, assim como todos 0:1 capellilea fi cantarei, e, levantado pelo delo o 'l'e-Deum, foi proaeguido pelos muai­coa o cantoreR a trea cÓros. A noite, em aignal de 51egria, clteve o palacio iIIuminado com du.zcnta! tochas e toda a yiUIl paz luminarias. Em virtudo do contracto matrimonial, obrigou-se o duque de Medinll-Sidooia a dotar dila filha em cento e vinte mil ducados, e cm vinte mil em joias e mais coisas pertencentes ao seu elLXo\'1l1j 1\ pol-. ,lSUA custa na raia portugueza, e a entregarem-se-lhe por sua morte mais , -j ote o trcs mi l ducados, augmeoto do dote, quando n10 qUiZC86C cntrnr nM partilhas juntumeote eom o conde do Nicbla. A respeito dila graças cntão concedidas por Filippe IV ao duque de Bragança, diz a J/i$lQria genealQgica, se­guindo D. Francisco Mnnuel de MeUo no 'lllcitu portuyqc: : .Ern grande o dote quo 66 promettin e maiores ai promes-68.S, que oram a restituiçito da posse do ducado de Guima­rães, Illienado da. cala por dote invalido do duque D_ Theo­dosio T ao infante seu cunhadoj a rate6cação dos priyile­gios que tinham feito litigiosos 08 procuradores regios j o cumprimento de antigos alvitrcsj 08 commodos decentissi-

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.'Il10 .. -.n .... ~ .. a.. oln, por - doma_, • tIIlN""

.. _ do ptOprio D. Durto. • ~ cIoIoI, _ou \oso o a.q.o do

,[.~;~IIID _p_ ele 8. Lacar, oom .. DOtioia ~ D. Laia porIiria • _ .. j_ (do

pus POIIopI. A .... o """uo -tio po''''-qao oIIajl. _ ... _o, pelo que ....

, aia; ... oue aabiu de VíUa Vigoea .:Dn., 11& eompanhia de D. Duarte e de D. ia ll1IIIIeI'f*) Mq1Iito. Ve.tia o duque de campo,

ooIç1!oa • roapela do ........ üi .... e8. do ........... , bordadoa em ramo. de oiro e de obamIlote de ... , eom aJamarea da mesma

do '""'" dobrado, bordado d. laçariu" DepO, cia.tUbo de diaDWItel, a, por joia, 1UIl

de qaul meio palmo de diamantes, pluma. pard .. , eIato e adap doiradot, com oa tatabarte.ll de roca-­

bordado, meiu, ligai e roau pardat com pontilha de. !.: ~;;i..i-;; de poça de oiro, e lU mangu do jublo ~ de oiro. D. Du.ane e D. AJexaudre veatiam

ela lD8I1D6 e31' pvda, calç3e. e roupcta do dam&8CO .i>,.I01J_loolObre tela eace.rnada, f('rragoulo de eha.

1I8UI, forrado de tela encl'lI'Dada de 80~8, aI. ~;~ .. ::. TOItu de earacolilho de oiro, cintilbo e joiaa ~ plIUDM pwdat, espadas, cintos e adagne doi­~ __ •• tipa e roeu com pontilha de oiro, coll&rea

........ boMadal.

-):~::~~ deaceram o duque e &ena irmloll, com ~ Sdalgoe e maia CroadOI accre&Centado.

e atrvIm 01 troe D'um coche de velludo enCll'­

.~;:a.:00ID pregaria de prata, euju f'erTagena eram ~ • qae tiravam. 1Mri. muU ....

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00 cooh .......... """ ...... do - ....... 'l"'IIf ...... , II prru do meIJDo guarnecidaa de r-"''' praea, ........... 'mIo_ ........ : ... _ .... d"'l.' com ..u. • porla-m .. ~ de tela .........da_ lUDaDeI e laços de caraeolilbo de oiro, teu. da prupria'" freio, eatribeiru e ferngena de prata, ..... tribeirM ta­siadu de oiro; outro para D. Daarte, ruço ~ ... ao do duqWl no arreio, IÓ com a dil'enmp de ... & tIII 0& de roaaj e outro para D. Al8UDdre, melado, ..... de branco, com jaea811 verdes e guaroi~ de ... ele prata, tem d~ velhulo com rranju II borlu de prata.e .... Para A duqtl8&a iAm doia CAvaUO'; um d'e!lea aobre p!II­drapa de nllado negro levan am .ilhlo de oiro ao baIiI .. meio relovo, com variu figa .... , folbageoe I) omru o ... faital eom toda • deliead(>Z& e primor; a gaaldNpa .. toda de bordadara do oiro de dive-noalavore8, atraftlllãoa com chaparia. de oiro da tDeama largura do Iaçoe tra~ meiol &8tyroa e figuras; !l8 cabeçadaJ, qne desciam eobdoclD o pt"K'oço desde o arç.lo at~ aos copos do freio, eram __ bu~da. da mesma chaparia corn outTa ordem de peçu .. peql1en/Ul, como por gtlAmiçlo, &obre o. olhoa, que mal • diviBn",am, tendo 11m quadro do quatro 6g11IU em eirculOl p~I!O de um moio globo valado como rede; .. 6vellu, ,. ragena e o eatribo do voltu de oiro; cobria-lO com 1IID teIia de vcUudo negro, com borlas e fmnja. de oiro e Degro.. O outro ca.vaUo levava um ailbilo de prata com pouca diJ'e.. rença no feitio, gnamiçaea e chaparia egualmente .obre gualdrapa de "eludo negro. Ia lambem, para maior CGD­

modidadc dA duqueza, uma cadeira de mlos e wna liteUa de "eUndo cramezim com progaria doirada sobre pp., .... Doe de oiro, vestindo 08 cadeireiros vaqueiro8 de veDudo encarnado, guarnecid08 de paasamanes de oiro & 08 liteini.­TOtI da. mesma fÓrma. No dia antecedente já tinha partido para Eh'a, um coche 00110 6 rico feito em Roma, lavrado com grruu]e primor, assim nas talhaa como nos bronsea

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110 o _ do TeIWo __ , r..ndo a. .... .. __ a. ..... a. ............. ,

..... borIu de oiro • JUIII'O e oord8et com .. a. .oIIado ......,..., bonIadoo ....

a. ..... , • __ a. dom ..... &aajodu a. .. tbedo por .. eavaUOI raçoe rodadoI, ooat

iI!III'" a. _ .... , &aajodu a. ..... , ... ferra.. • de lIi1Io .tum-daa de oiro &0, oom di .... ..... em alpmu partee .. arm&I do daq,ue. priD.

,., ... _ ooboçada. a. que peadiam quko borl .. d • ..a...o. .. ..no. foram , mio ao\ Em. • o CD­

..... ao\ AqtoeIIa cidade por m.u... EoI. cocho -:::~a.! Ro .... por o ler ""viatlo d'olli d • .".... .. ~8 irmI do dlilqae D. TbeodOlio.

d· ... parte da comitiva ia WD. trombeta de libre ..... OVO' da estribeira, e logo 01 timbaleiro. e

1DODtadoa em canU. aeobmtadol de verde, va· ""'101 .oldados fardados de verd", com li­da muma côr, mei .. 6 ebapeoa aleonadOl, e

'ftI'daa ti aleoDaW. Meguiam·ac o. vinte e quatro

, ~:;::'; veeticloa de "elludo "mie, ea1ç&. e roa­-41 .abre taf'ettf. branco, ICOdo 01 goJpee ~

em mosca_ de pn&a, e &8 m&ng1U de ruo uul, ...... ele morenilho de pra\8, (erragoulOl de panno

s.aow. com oito buuI .. de volludo acaireladaa de cMpio e o maia como 01 moço. da guarda-roupa, que

e veetiam cal9Gea e roupctu de veUado ruo ver­IGbre &ela branca, botOOIl de prata, calç&a

mana- de razo azul agaJoadas a tres p-o DO _paço que havia entre una e outros ga­

eobre tela bruca, chapé08 negro_ com trauçu I'OIU"'" enereepadaa de pontilha de prata com

e uuee, cinto" I!IIpadu e adagas pra­~ de rua de F10rença verde, Corrados de ualoom al&oa de flore. braDei., meias Ugaa e r0.­

O

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130

___ oobertu do poDIilbu do P'",:'n~ ~:I~: p 6daJcoo .... ..- do tohi do " n. ele oiro, roupetu gaanaeoiclu IDIUZTr ...... oogaiIIw do _ anJ, ctaIfI!M .... aba .. a .... e bot3e. d. prata até , r .. oito, forndot de charulotet de ......... .. .......... tootadu, .... do .. __ .... JUIIoo .. "II!!.:~. ehamalote em ondal bcriadu como de 0U"'0'tIiDae a-ta, chapéoe Oegrol com cintillaot de o~ • bnucu e uuea, cinto. pl'llt.e.dOl, meiu, uu .. cobertas d. pootilha do ....... o. ...... DO •• JO ... ..: mara do duque IS da dnqaesa ftItiram .... eoaa " ..... . roupetu a. setim aveUadado negro, eh-""'" __ • Ji;. gu negra, ferngoulOl de panno viDtadOMllO aepo. ...... e quatro moçoe da estribeira acompanhavam o d..-, ~ tidos de velludo verde, CerragoulOl, calç&I • roapeIu .. preeilhae de prata, cintos, eepadae e adIgu ".te"" chapéoa negros, traoças torcido de WfU braDoo .... , ligu do melmo, mciaa Ullet e plulDU bruou • nra'l: e vinte e quatro bomena da lua guarda com calva- ....... petas atra"easadaa de faixas de vellado anl com "rifte branco., manga. de vcllndo azul com moreai1ho e hoea. de prata, capas rodeada, de UIn8 faixa do IDelIDO N1laae com vivos, e 01 capellol d'eIJas com duu fais.u, eU,.. negros, tranças torcidas de tafetá branco, plomu verde. • braDcu, meias azuca e brancas, e cintos, e.padu .... gaa doir4w. O seu tAmbor ia ,-eatido de tale" raesro todo cU. cheio de po.asamaneil de prata, com ligai bruau, meias e cbapéo negro com tranças e plumas bruCUo O .. pitlo d..'L guarda Frnncisco Serrlo da Veiga, vem.. capa. l'oupeta e entçüeB de riStO anogueirado, o rerragoulo rorr.a. de tela de oiro e.ncarnada com trinta alam&rel de oiro ..,

-6eia IllçadllB e doze furtados stru de carocolilho ele oiro; ti. roupeta e calçlles com os mesmos alam.aro. golpeac1oa sobre ti. mesma tela de oiro encarnada, chapéo negro e Joia

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t3t

..... --",-o ....... IIPO • -=. . ...:.- ................ - .. ,....,­

.. tola -.... qaoI OOO1iIia .... II.­_ao 0III0GIIIh0 ........ ailllo, oopoda ..... ---_ .. - .... j-....... loto ......... "" ...... 00iUI0 • _ o

........... 0 .... oIIa .. ltria. __ .... iam _. N. _ aIooa ...... ...-eryJacIrnw da ......... csreacloI, .. oe-

e ntroI • canDo, e .... a., duezdot M-da lU r.miJla, • canUo. Bata COIIÜtift ti

• ..ao pelo caminho, ele IIWlmra que o daqae,

~~::.:Et.~ ... o qoe f'oi ji _.1 ................... ca..neirol, ftoIU1IoI e obrigados leu8.

a. uma Iegaa .... da cidade, tendo o da-..... 001II0 D. Daarte e D. Aleundre, cavalgado, • JDIIII.a.do e juatiçu d'eUa reoebtd'OI a grude

...... com quui truoatoe cavtJleiroe, em que se COD­

lUtpI e geute DObre, veltidoa luaidamente COIIl

e _nllOI , deztn, e um D'IlIDero grande de du­• oatroa teatiDl, para celebrarem. aqueUu bodu, ao.

,;~~doqa~ e tratou com o maior agrado, deixmdo todos ~ IYabi • pouco chegou com &eu. aobrinhot o

D. 8ebutilo de Mattos de Noronha, que entlo go­~::& esnja elveo., com. formoao acompanhamento; • 01 aamprimento. de parte a parte, ontnlJ'1UD todos

tIüc1~ em cuja cathedral 011 noivOI deviam f'f'Ceber .. pua o que Elvas estava bem situada. pela sua

• qaui egaal di.tancia entre VilJa. Viçosa e Dada­..,. que .emna d. entrada em Portugal á duqoeza

O duque _petaeDtou-•• no palacio do bUpo, mandou por D. Antonio de ~ttllo, leU eI­

camprimentar D. Lai.za e saber como havia ... hlo .. Jomada.

B'1MJIUIIIe meaoo dia COm tree coche. de ereadOIl, partúl t.

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13t

D. Daarte pela polia. 6m de mi ..... .mq- em JIoà, jOll. 0Dde ., detinha uperaudo que __ "1I1Do 01 • .....,.

par. o ... """,bimeuto. O concIo de NJObIa, herdeiro doa eetadOl de Mediua-SidoDia, que acompuhava RI. irmI, ... hiu tõ ... da cidade em gnmde diataDci& & eDCODtrar se OOID

eDe. A viaita de D. Duarte duraria meia hora, .r acabada, raeolheu .. a Elv&I.

No outro dia, doze de janeiro, deixou. duque .. ~ no (lO(!he de Roma, aegttida de toeIoe 08 6daJsoa e DObJ.

d'aqueUa cidade, e dOI que de ~. Lucar lhe vinham ...... tindo; 01 quae., entre 6da1go., creadot, e peuou particu· lares, eram pouco menoa de quatrocento., Iuatroaamente tia­jadotl, e eom tanta riqueza e bizarria, que bem mostra" .. • grandeza. do duque de lIedina· 'idom.. Trazia lei. cochea de damas e fidalgos, sessenta e dUal cargu com repoateiroa e penachoa c ~ilorae& de caacav{'ia, e dei que eram da na recamara, com reposteiros de veUndo ene&rDado, eom bqr.. dado. de cortado com~8 armu do duque seu pu;" ue­mulas eom pcitorae. de franja, cabeçadas de Ieda, oa cu-­caveis, arrochos, ferrageDs, antollteiraa, c. laminaa, com .. armu, tudo de prata.

S.bida a approximaçlo da Doht . , o duque entrou 00 co­che, tinhAm dado nove I,oraa, e, sahindo de Elvas com toda • sua côrte, panou tl ponte do Caia, c a pouco espaço eu· controu a luzida comiti"a hespanJlola. }~ntlo emparelhou com & carroagem da duqucZJI, pll8sou-l!e a eUa com seu irmloa, c, fcitaa aqneUas cortc~i8ll, a \jue o respeito abri· gau, tomaram o 881icntO de deante 1). DuartG c o canele de Niebla e a estribeira direita D. Alexandre.

Era entre u tres c quatro boras da tarde, qU&Ildo che­garam a Elvas com grande CbUVR. Apearam-se no adro da Sé, onde a dl1quezll foi levada na cadeira, que 80 lhe pr&­venira, por quatro maçai da camara. do duque, ate. porta principal, junto da qual O bil.po estava esperando. Sahiu da cadeira a duqueu, cm corpo, deixando o bobeme i recebeu.

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~8t

oua .... _ .. partieutare. da nobreza, por caua da ordem para apt8leDtar 01 titulo! dOI bens que poeauia da eorGn, pelo atraso do ~to du te:nçaa, pelo deepruo com qat oe miDi,trol heapauhoCla tratavam 01 IeUl membro. , IOda • Tes que nlo MI Ibea oorvaatem bwni.ldea e reapei.· totoe, principalmente depoil que Diogo Soare. e Miguel de Vuooueello. preponderavam no anima deapoüco do COD~ de-duque, pela data. de muito. dOI cargo. publicol de Por­tup1 .. beapanhoea, pela vendA dOI habitol e eommondu da ordens militares, out'or. premiol honrosol e rendoao. de terriços prostadol , patri., e, torpeza e tyranoia incri­Teia! pela infamia empregada para .rrninar mllitot dOI &­daIgoa, calmnniando·oa e de.honrando-Ihes 88 irmla e .. &lhul

Aa queixas do clero tambe.m eram grandM. O resgate do aDt:igo au.beidio, pago por elle com ocnto " noventa mil crusadoa, do o eximira da.a oppreuõea dOI exactorc! j com o deevio que o govarDo hespanhol fizera dOI rendimentos da alfandega de Lisboa, perdera.-ae a garantia unica do pt«ameoto daa rondas de muito.! derigo., abbadiu, mOI­

teiro. e eatabelecimentol pi08 j e 01 repetidos lub.idios da cruzada, e outro. gravamea, in.tiga.vam 01 eccleliaatico'J 10· bretudo 01 jesuitas, contra o dominio do. oppressore •.

A tudo isto viera-ae ainda. juntar um novo motivo de CODflagraçlo: &8 dcsintclligcncias entl'e a côrie de Madrid e o auneio Cutracani, por causa das leis de desamortisaçio, detiatelligenciu que forçaram Hnspanba a prender o repre­eentante da Santa Sé, e e.te a dardejar os raios da egreja 10m o reino, pondo-ae o povo, incitado pelo amor da pa­tria e pelo sentimento religioso, da p!Lrte do DtlIlcio _

Faltava attingir o ponto mais importante: dar um golpe decisivo na inBuencia do duque de Braganç.a. Um dos al· vitrel para o conaeguir foi nomeai-o vice-rei da IJOmbardia, apartal-o por conaeguinte dos seus oatadGI e dG reioG, COD' faDdU-o com 01 outro. fidalgos de Hespa.uha, eotre os qll&6l,

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auim como entre 01 de Portogal, a cua de Bnsap 00-

capara aempre um logar separado, e obrigai· o • preRar naaallagem. Conheceu D. Joio que, debaixo d'NI!M .p­parenciall de honra e eltima, se occultava a perdiçao do aeu Bolar, e o damno do reino, e eximiu'lIe de acceitar o encargo, o quo lhe admihiram, DIo sem relnetaDcia. Eete projecto parece que procurava .rea.liw-o O cond.&-duq1l8, tah'ez desde antes de trinta e quatro. Já o vimos, B 'lu as IIUas diligencias ficaram entilo frulltradall. Ignoramo. H aa negociaçi'jes pararam, scndo aaRim, e foram depoia re­novadas, ou ae nll8eeram na epocha em que estamo •.

O oulro alvitre cifrava-se em encarregar o duqQB do ~ vérno geral da.e armas do reino. Semelhante eacolba e oe aprelltos militares cntilo feitos cncontran.m opportuno mo· tivo na anuada france ... a do Mccbispo de Bordeoa, que ao temw. atactUlse as n06sas costas. A carta de Filippe IV, participando no duque a nomeação, o a patente alo datadas do vinto o oito de janeiro de trinta e nove, e o'aqueUa de­clarava-so qU6 D. DllArte viria servir junto fie aeu inolo '. ESCUSOU-BO o duque, nlleglmdo "arios pretextos; mas el-rei Dlo Ib'oB aUendou e enviou-lhe as i1l8truC~ para oxercer o seu importnnte cnrgo, as quncs foram lavrad8.11 a vinte e cinco de março do mesmo anno ' . N'ellll8 se determinava aDo Jollo quo assistisse em Montcmór·o-Novo, por ser o poDto maia adequado pllm a boa orgnnis:\çio dOI apereeLimentoa militru'Cs, e por cllo aSbim O haver pedidoj que entraaae em Lisboa incognito j e que, da medma. maneira, visitasse .. fortnleza.8.

Muitos 60 admiraram de allsim pôr a côrte de Madrid a direcção de todM 8S forças militares do reino nlU mw do acnhor natural d'eJIo, e portanto do maior contrario do seu contestado dominio. Ou, cega pela soberba, e iIIudida pelo

I Bib. Nac., MIII., E, ó, 7. 'Id.

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~ lOC8IO do. animol, nIo fuia idéa do eetaclo de co..baetIo em que enee MI achAvam, ou, eonlieceado-o, com· meUi. uma grande temeridade, ou tamanha confiança nIo era &enio pretes.to pu& effeitUAr violentos e traidol'el pro­jectot, que (eli_mente DIo chegaram .. realiear-se. De tal modo penavam 01 amigo. e 011 inimigo. da côrte de Ma· drid.

O Hvero e facil cutigo da revoltA de Evora, 01 protestoa de lealdade, apresentado. n'e88a occ.silo pelo duque de llrqulça .. }o'ilippe IV"" attitude pauiva e indolente da Dobre .. , no meio da eft'ervOlCc{lcia doa tumultoB popularee. o abatimento em que jasia o paill, oada vez maia enfraque­cido, e .. in.&ana presumpç10 de o destruir dentro cm breve totalmente com o leU intolcravel syatemn. de extorsi'lOll, tudo ht.o contribuiu para enganar o conde-duque a respeito do nrdadeiro efitado daa coi8&S.

O povo, cl>worecido por tamanha desgraça, rooorria ao lODbo do seb46tianismo, cadeia my!lterioalL que ligava a glo­ri. do pR81!ado á índepcndencia do futuroj maa quo impor­ta .... o povo ignorante o vi8ionario ao potente \·alido de Fi· Iippe IV? N08 1)ulpit.o8 gagrado8 e DM convel'llaçllcl 8011-ftID. palavrae mystorioS&8, "lIul&8 perdidu, quo deixa. QID prelcnlir o dCl!lcjo C" crença do melhores erRai porém eue desejo o elSl\ crença acAbariam de todo com os ultimos e1ar3e1 da liberdade portugueza. Abundavam cm toda n. parte 01 dcscontcntea, e ha\'ia-<lll credorel dll mn.ior coosi· deraçloj mas un., gente rude, pouco \"Aliam, e quanto 408

outro" arrancadOI de entre 05 8CUI, servindo nos exercitol heepanhoes, 00 retido8 na côrte, vêr-Ie·biam obrigad08, eru que lhes pcSU8e, a calar o seu descontentamento. E 010 lAbia Heaprmha que a nobreza e o cloro se abraçavam com o po't'o D'umll unica aspiraçlo, a liberdade i que o Enco. berto, por que eete aguardava, já. 01.0 era o canHeiro de A1cacer·Kibir, o herce poetico e Jeod&rio, que havia de vir 1811tar...e Dovamente no seu throno, e oxpulaar d'elle os rtis

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18' eltrangeirol1 msa o dceceodente dOI monarehu ~ o duque de Bragança, porque tanto 01 fidalgol como • re­ligiosos, aproveitando o seotimento popolar, tinham eDCU'­

nado a. sua Mudade, o seu 1I0nhO, a tua eeperança, DO UDi· co homem quo 08 podia aalvu a todo., e uivar • paria, realisando tamberu auim as longu e queridu upiraçllea d'ellee ?

Outra CD.uaa. do lIegurança existia para. c6rte de .... drid, e que muito contribuiu a enganal·a: o caracter do proprio duque. Se o animasse o espirito varonil de D. C. tharinn., ou o aniIDO austero, exempto e ioqaebraotavel d. D. Tbeodosio lI, 01 tyrannol de Portugal RIo andariam tio desprevenidos e imprudentes, sobretudo apó ... mol· tas de Evor., e acha.ndo·se Hcspanha. a braço. com taJDa..

nba guerra, como a dos Trinta. Annos, e com tio bellicoao viainho, como a França. lias o duque D . Joio 010 trilhou o caminho nem da avó nem do pae nu relações com o. u8W'padores i transigiu até certo ponto com eUes, a, levado da índole froixa, e tulvez do desanimo que o tempo e os acontecimcntos trouxessem comsigo, se nlo se esqueceu doa seus direitos, pareceu ao menos conformar-se com A sua sorte. Ent1'egou-se portanto ao govcroo do ducado, " vida de familia, As excursoos "costa rias na sua f&mosa tapada, e a eompôr e ensaiar musicns pnra a c.npeUa ducal, .em mostrar em coisa nlguma cootrariodade ao governo eatab&­tecido, ou nlllbiçAo de um dia 11lpplnntal-oj antes, fugiu .. todas lUl OCCl18ii5el de comprometter a sua cnsa, ainda que precisasse abufar 01 impetos de um cornçao portuguez sob fal sos protestos de obediencia, como em trinta e aete, ou esconder-se ás provas de symputhja popular que a sua pr&­sença. def:lpcrtava. sempre_

Apesar dJisto, houve heapanhoes, e amigos ou pareiaoe d'eUes, que taxaram de temeridade a nomeaçAo do duque de Bragança. para governador dlll armas do reino, &eeU8&-o

çIo que diminuo muito de importancia, uo considerarmo.

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cpe Beepaha o rodeiava de otBeiael I6U', ou por D&IOÍ­

mento, ou vendidO$ ao leu oiro, e que lhe sujeitava os actoe 'decilllo de uma janta de defesa. Demail, quem pe­netra 01 iDteDtol do feroz conde.duque, ajudado dos coo· aeIhot perveno. de um Diogo Soares e de um Miguel do VueoncellOll? Se acreditarmol o que entllo le dilse e anda eecripto, o senhor da calla do Bragança devia ler preao tralçoeirameote, quando, pela obrigaçlo do cargo, vi.ituse .. fortaloul ou a esquadra hespanhola na l ua vinda ao Tejo: acto feio, inqualificavel, poato rugno de tal minittro o de taee coo.elheirol. AlIl'Iim o affirmam os tllcriptorell n&CÍoDael e algoDa estrangeiros, contando-se entre estel, o proprio auctor da Hutoria general de EspaPla, Modesto La­tiaente. NIo permittiu a Providencia, tastM vazeI, entlo e depoil, f.voravel á noua justa. causa, que !Ao negro crime te levaese & eff'eito, porque reservava D . Joio }Ja.ra o glo­rioao papel de restaurador da liberdade portugueza, e es­OllpoU 4a violcociu tramadas contra a aua peSSOA, ou por ae prevenir, acompanhaodo·ae, 001 laocel perigosol, de amigos leaes e decididos, como pretendem, ou por algum creuct ac&8Oa admira\'eis, que muitas vezes acontecem, e que nIo explica a intelligeocia hwna.na.

Para D. J oio conseguir elite fim, e pnra o bom deaem­penho daa suas obrigaç!1ea militareI, nlo cootribuiram pouco &II io.truCÇ3e1 que Lhe deu D. Francisco Manuel d6 MeUo. «Foi VOB8& magelltade encarregado, diz cUe, do governo du anDU d'este reino, pOlto, ao que entio S6 poude oh­.arvar 7 solicitado pelO$ inimigos de V08M mngestade, em cujo exercicio, a. este respeito, convinha. bnver grande vi­gilanciaj e porque aqueIlas mnteriaa 010 eram muito pre­I8Dtea a vOIsa mageatade, quiz vossa magestade que eu lhe apontasse o modo por que se devia haver na direcçlo daa UIIlUj e, 16m embargo de elltar ausente, eoviei • .,0 ....

mageatade um papeJ, pelo qual oft'erecia • vou. magestade iodai aI advertenciaa, 0.10 a6 competentes ao poato, Dl&I'

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conservaçlo da auctoridade da lua real peuoa, qa.e tua­bem ee logrou depois ' •.

Declarava, como j4 dissemol, Filippe IV, que D. Durte viria de Allemanh:!. para aS8istir 10 duque. A nOlilO ver iMo tõra quasi impossivel. Verdadeira loucura I~ria trazer o g0-

verno bf!8pnnbol plU"ll PortugaJ maia um ",lemento d(" ~ çl0, c tio forte, mais Iml pretendente á cOroa U3~ • colloca.r, na qualidadc de Ildjunto, perto do /!Ienhor do f&­

tndo de Bragança, o nobre principe portugucz, o valente general do impe.rndor, aureolado pela triplice COI'ÔA da .. regia prosllpia, da eua illtu1trnçAo e virtudes, e doa eani­ÇQs, que o hAviam tomado nolavel DA guerra que cnilo atr­trnbia todas aI atteoç.&s, e qUMi todos 08 esfo.tos da Eo­ropa. 80 nilo era um simples engodo annado 1\ D. Joio, para BlIlcgurnloo e captivar-lho a vontade, conjcctlU"8lD~, parece·nos, menos mal, que 08 hespanhoes 8Ó punham .. mira em npoderaNle de D_ Duarte, como do duque, para o que hllvcrill as mcsmas cauSAS, ou maiorcij_ Ncnhum outro vcstígio encontramos d'e!lte facto, no p ll8S0 quo o contra­rio.m a8 queixas de D. Duarte, a que já. nos referimos, poi. fiCAmos sabendo por ellns, que Filippe TV nunca acct"itou os 80US serviços, tendo-Ih'os offcrecido ella o seu írmlo, conformo 8uccedeu em trinta e oito e trinta e novo, che­gando, n'esta uhimA vez, Olivares a replicar a D. Joio qlle nito conhecia cm D. Duarte 8ufficicncia para. occllpar pOllto algum. Como 80 ajusta aflirmath-a tão explicita com a da cam de li'ilippe IV ao duquo? Não foi jámais a noticia da nomeação ao conhecime.nto de D. Duarte, ou, Dilo tendo efTeito, considerou-a esto como se nlto existisse?

Entrctanto o duquo, por maiores que foseem RS caute­las, e por mais que o rodeiPllsem do partidarios da cOrte " do afficiaes e ministroll hcspanhoel!, punluvso em contacto com as guarnições dAS praçll.8 e com outros muitos d08 m-

I Dib. Nae.., 1I1l1!., Memorial a D. JoiJ.o IV, do Plcsmo.

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taro. tabditoe, a quem a IQ& prelenÇA alentava. Quando ... a Almada, onde, a e:s:emplo dOI lelb, ficou, ante. de puur a Liaboa, visitaram-o todoa oe grandes e tenho. RI. que D'elle plUlham a eeperaDça, oUl&Ddo alguns 6tW­SOl até inainuar.Ute, juntamente com os qneixumell do a&­

tado mil8l'&vel em que se achava o I'eino, oa leus desejol de que acceituae 8 corOa, e oa ajnd&88C a libertar Il patria. E.cutou-oa o duque, mu temendo oomproml:'tter a SUA cae • • • causa. gtral, nem 011 desenganou, nem 01 ellpetaoÇDu,

aomo pretendiam. Grande enlhUliar.<lO sentiram os pOrtuguCZ6 pela vinda

de D. Joio a Lisboa, ape81U' de mal entrlU' na ~idade, poia, obedeocmdo As ordena cium(!DUls do go,'erno hellp"nhol l • que MI aft'rontAva com ealle cnthu'Iiasmo, apeoas lIaltou cm terra para Ir ao palncio real, 8ituf\do, como t!abemoll, , margem elo rio.

No primeiro de julho' tarde, embarcou o duque, abai­XO de Cacilhae, o'um bergo.ntim feito de novo para CItA

oceuilo, com leis remOI por banda, toldndo de rica tela com franja de oiro, arvorado o guiJo rcal, e 01 remeif'08 nstid08 de vermelho, le.vando com8igo unicamente dual ou tree penou. A comitiva do duque accommodou·ae em ou­trr.a embarcnçiSes tambc.m toldadEUI ricamente. A este tem­poj'o rio estava. povoado de barcos de toda a lIorte, oa maia d'aDea com os seUII toldos e as velas desfraldndlL8, aoltando &odoa ao vento bandeiras o galhardctcs de divcrsas cOres, em que vinha grando numero dos principnes fidnlg08, I!

muitas pe680P.8 nobres, e muito pOVOj e ccrn frndes pouco maia ou menos. Precedia t1to lustroso e verdndeiramonte regio acompanhamento, em outro barco, a aua trombeta. butarda. e toda fi, sua. musica, alvoroçando e alegrando 011

&DimOI . Sobreso.hia no cortejo mentimo um formoso na· ?io de Lubcck) chegndo recentemente, e que trouxera caro

I Bill. da Ajud~ MIl •. , &file., "01. :u, rol. 389.

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tu do D. Duarto para o duque, o qual, largando todo o panno, seguiu aempre o &eu bergantim, amiudando 1;lro. de groaaa artilheri. DO decuno d. viagem, e dando DO prin­cipio e no 6m d'ella dusa salvas genes, no q1l8 loi tegaD­

dado por todoa os navios, tanto de portuguez8I, como de eatrangeiros, aurtos no Tejo, os quaes, garbosamente 8111-pavesadoe com bandeiras e galhardeies de mil c4ree, .u­varam o duque á passagem.

Desembarcou este, com 8fl pelBOI8 do acu lequito DA ponte junto da casa da lndia, onde aguardava a demail fi­dalguia e nobreza, que, ou nllo poude ir para o acompa.­nhar pelo rio, ou de proposito do o fez para o TCceber em terra, todos 08 ministros e officiaes d'el-rei e uma im­men'8idade de gente tito espessa, que o duque, segundo. sua propria confisdo, DUDCA mais paz o pó em terTa até 110 palacioj te nilo 6 milito, diz o documento d'onde VIUDOl

tirando eslas noticias, que 08 fidalgos e nobreza le ..... Bem n08 braços e hombros ao duque, quando eUe com sua extraordinaria beocyolencia e affabilidade, com que a todos captivava, parecia que 08 le"ava todos n'abnsJ_

Enlrou pela porta. da CIl8& da ludia, onde o esperava o oapitlo da guarda, com a da. vice·rainha, parando ahi a que o leguirn. Era tambem dentro do paço avultadie­sima a concorrencia, e por ialO O duque, antes de chegar li 8ala, onde o sguardava a princeza, gutou bastante tem­po; foi meEomo preciso que a guarda aparta8se a multidlo, para lhe abrir :logar e A D. Margarida, poi8 mal podiam mover-8e. Esta, apena8 viu approximar-B6 D. Joio, desceu ires passos do eatrado, em que e8tava, debaixo do docel, e recebeu-o debaixo d'eUe, depois de grandes corteziaa de parte a parle. Chegou a cadeira a llua alteza o seu mor­domo-m6rj queria fazer o me8mo á do duque um ofBc:iaJ de sua alteza, mas n10 o coneentirnm D . Luiz de Noro­nha e Thomé de Sousa, que, á. porfia, Ih'&. chegaram am­bo8, A visita. durou um quarto de hora, e falaram todo o

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te.po _ 'foa ... 'baixa, que niDp-.lh .. OQ-ria. Dada; ao .. 8OCIWc:;eDUWIID lIIpu que nem eU • ., OIlrirun, adri. _ .te c1l1o ""8J'OÇlUIo ... pn>prio d"'l". o. q ..... ........ _ ... , ODlnrriata coJtH"aram-ao, durauto ella, de p6, e, SDeDOI 01 grandee, deecober&oa. Acabada, deepe­diu ... o duque com u mesmas corteziu, fi embatooq logo OOID o meamo acompanhamento ou triumpbo naval, deiau.­de em todo. 01 portnguezea muitas aaudadee fi muito. de­eejaa de o tornarem. a ver, e DOII beepanhoes o maior ... fado e reaentlmento de tio eepontanea e luzida reeepçlo ao l'8pre&entante, ao deacendento doI reis portuguesea, qu tato odiavam. Só o cutClUG de Lillboa, como orgia da _querença do governo intruJO, ficoll .ilenciolJO no meio 'de CamaDba feata. Nlo atnio eate acontecimento senlo para maie irritar o animo doa portuguezclI, que ao eapraiaram IID eommentario., pondo em parallelo a esplendida entra.. da do duque em Lisboa com a pouco concorrida da vio&­rainha, 6 a maneira por qU& um 6 outro foram acolhidos do povo, lendo o meirinho obrigado a f&zel ·o delCobrir, quando eUa pauaVll, ao p&ll~1J «ue, mal viam O duque, se cte.barretavam todos PI,r sua propria vontade, CODl8I'Van­

do-ae ... im emquanto o avi atavam I. Ê tambcm euriola a noticia que traz da entrevista Fr.

AP.conio Seyner, na Buloria dellcl1antamitnto de Prn1l1gaJ. O .uctor, e lambem o da relaçilo precedente, foi teatemllDh. doa Cactoa, e, como bespanhQI, tom .... IlO insuspeito nOi '6IUI encarecimentoa tavoravei, ao duque. NIo a transcrevemoll por brevidad.ej buta dizer (lue confirma o principal, e que contribue par& provar a popularidado do irmlo de D. Duarte.

O receio do governo beapanLol de algum acommetti­mento da armada. Ú'allcez.a, prlvcipalme.nte no Algarve 6

• Blb. da Ajud.,lb,., 1lia~'1 .01. 'I foI. Só, Carta do padn! J&.. •• tI Lv.ia .. ? de • de janbo de 1689.

.. I. D. D.- ... J. 19

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em. Li.boa, delvanecett-18 porém, POntue o ......... Bord8Ol nIo demaadou .. coatu de Portapl • ., depoiI a. tentar lan9U fogo ao. unoe que 88 armavam na 00IaDIaa, navegou no rumo de BiaeayA. Com iltO parte du fortu navaO'6 terre.trea, que eatavam DO reino, foram ..... clu em .uilio do Ho.panba.

II

Extinctos oa medos de llID ataque da esquadra tranoa·., o duque aproveitou o e.osejo, para 8e furtar ao pt"1IO doi negocios, e recolheu·ae nOVlUllcnte .os seua paçoll de V"illa Viçosa, empregando·se todo, como outr'ora, DOI paci&oo. entretenimentos da vida particular.

A aUlIcncia do D. JoJo, e a cautela de que usou em Al .. mAda, quando desviou e desattendeu as praticas que 88 ea­caminbavllm acoroal·o, lovaram os conspiradores, que viam. correr o tem!>o inutilmente, o nggravar-lI6, cada vea maia, a sitUAção do reino e a sua, n "oh'er 01 olhos a D. Duarte. Decidiram pois mnndlll-o chamo.r de Allomaoh., par& o qUe clu~gou a ser eleito o padre Nicolau da Maia de As&­vooo, de quem Ila.vnm os maiores segredos; mas, como DIa cstavam de todo delle~peral1çadol, e porque o p~rigo d. manda\'aremedio prompto, rC80lveram por maia conve­niente, aguardM, e amiudar BA in,tancias COm D. Joio. Isto lIuccedia nos fins de 1rint.'\ e 110\'0 e principiol de ql1&­renta.

N'clto meio tempo novi\8, felizes circumstancias concor~ riam para alentar oe conjurados. A grande armada beap.­nbola, cuja prelonça o conde-duque de Olivares espera,-. no Tejo, a fim de vibrttr o golpe decisivo na autonomia por­tugueza, foi deetrllida no Canal por Tromp, o celebre ai·

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melhor caminho de libertar o infante. A conv6niencia pu­blica decidiu o oontrario, tatvez para 010 en.cerbar dama,.. lÍadamente & colera de Hespanha, e 010 COnS6TVIU' DO reino .te fermento de inquietaç3es e revoltas contra a ordem de coiaaa estabelecida. Siri attribue a reaoluçlo de 16 lIoltar a es-vice-rainh. áa instancias do marquez de Breu, com­mandante da esquadra que Luiz Xlll mandou a Lisboa, em reau1tado do convenio entre &8 duas nações. Marinbo de Azevedo nito vae longe d'isto, quando 611C1'6V6 que D. Joio IV a deixou voltar a Hespanha livremente, atten­dendo &O leu parent(lfloo com a r.miLi. real de França I. O infeliz principe Coi por cODleguint-e sacrificado. Quem sabe porém se elporançaa de lua liberdade, entlo bavid&8 como quaai certaa, e aepois frustradas, nla tiveram grande pru1e DO abandono d' este meio de procural-a?

Por esta occasilo aconteceu um facto que Liga aind& mais a aahida da duquezn. de Mantua A historia do principe por­togues. Apenu ella chegou a Badajo~, um dos selUl pri­meiros cuidados foi communicar ao conde de Monterrey, go­vernador dAs armas da Estremadura hcspanhola, que, al­guns dias antes de deixar Lisboll, partira d'esta. cidade para Allemanha o padre Pr. Diniz Mascarenhas, da ordem de S. Domingoa, indo do conde de Obidoa, em habito re­gular, levando em aua companhia um barbeiro d'ella du­queza, chamado Lourenço Gaataldo, que se fôrn. sem sua licença, e fingia dirigir·se a Italia. Tinham ambos embar­cado em Setubal, e tencionavo.m, aegundo 8C dizia, pro­porcionar a fuga a D. DlULrte do C/Ll'ltello onde 8e acbava preso, o que participava para que 8us. mage8tade calbolica desse ordem, a fim de 8er guardado o mcsmo D. Duarte no imperio com mnito cuidado. Os signaea do frade eram: alto, boa figura, barba e cabeno preto8, e alguma coisa gordo. Outro aignal indicava ainda. D. Margarida para o

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uo conhecerem: talvez em Allemanha 86 apreeent&ue como Beu creado al imperatriz e & marqueza de Grana. Este aTiao communicou-Q o conde do )[onterrey, em vinte e teia de &gOsto (de quarenta e um), ao governo helpanhol, o qual logo principiou a tomar providencias para baldar 01 inten· tos de Fr. Dinis Mo.8Curenhas e de Lourenço Gutaldo I,

A partida. da. duqueza. de Mantua nlo acaba,.. porCa com a contra-revoluçilo, o que ulo tardou a patentear em toda a. aua hediondez a denuncia de um trama secreto para tmir Portuga.l nOVllmente a Hespanha. Era. chefe da c.n­spiração o arcebispo de Braga, D. Scbsstilo de M.àttoa de Noronhn, já n0880 conhecido desde o casamento de D. Jalo IV com D. Luiza, que fôra ministro de D. Margarida, ho­mem geralmente odiado dos portuguesesj e principa6!l CODS­

piradores: D. Luis de Menezc8, marquez de Vill& Real; o duque de Caminha, D. Miguel de Noronhaj o conde de Armamar, Ruy de Mattos de Noronhaj o inquisidor geral, D. Francisco de Cl\8troj D, Agostinho MlUmel de Vascon­cellos, o mesmo que teve parle na. feHIlra do tesu.mento do duque D, Theodosio, como vimos; Diogo de Brito Nabo; Belchior COlTeia da FranÇAj Pedro de Bnaçaj e Manuel Valente.

I].'amanho perigo exib';a punição condigna, que o povo pretendeu exercer por SUM proprias mitos, logo que 80Ube n traiç:10, contra clupados e inooceute8. PrecisaVA-se mos­trar a Portugal, ti. Ucspa.nbn, d. Europa., que D . Joio IV era e queria. ser rei, e que tinha. bastante arrojo, baataDte poder, porque cstava. do scu lado a nnçli.o inteira, po.ra cas­tigar esses poucos membro8 corrompidos que n deshonravam 6 pretendiam immolar nas Aras de seua mesquinhos inte­resses. Prenderam-se 08 reo8i caminhOIl breve o processo, 6, no dia oito de agosto de quarenta e um, o marquez de VilIa Rool, o duque de Caminha, o conde do Armamar e

I Areh. de Simane •• , Maço 2842, rol. ~ " e&rta do conde. Maa.

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D. Agostinho Manuel de V 8.IIconoollos, subiram os degraus do cadafalso, onde 8.11 Suai cabeças rolaram decepadaa pelo cuteUo do algoz, ao 10m das maldiçi5e1l do povo, e do. vi­vaa a D. J oio IV e á liberdade. Ao sopplício do. nobre. seguiu-se o dos plebcu.a: Diogo de Brito, Correia da Fran­ÇA, Pedro de Baeça, e Manuel Valente, que foram amu­tados, enforcados e esquartejados. O arcebispo de Braga morreu algum tempo depois no caroere.

Este acto de jWJtiça e energia salvou entlo, ou contri­buiu para salvar, 11 plLtria da hon1.vel tormenta que a amea­çava. O povo fiel e arreigado 8empre á terra que lhe deu o ser, porque vive mais em contacto com ellA, e mais das IUM entranhas, IlPplaudiu-o unanimemente, e quiz uté sub­stituir o algoz no castigo dos culpado8 i o clero e a nobreza, tão ciosos dos aeus privilegios e immunidade., curvaram a eabetA com respeito, beijando a mlo que soubera livrar fi.

todos, e sllcrificando as suas prerogativa. c amizades á. ra­zio do estado, muito superior Il ellasj em geral, a naçlo inteira, 8Obresa1tada pelos perigos internos e externos , aceroou-se do throno do soberano, prompta a defendel-oj e Filippe IV, conta-se que eltcln,mou, cheio de assombro por castigo tio expedito e rigoroso: «Agora sim, agor& é que o duque de Bragança se fez reiJ.

Foi tambem por estes tempos que começou verdadeira-­mente a guerra, cujas primeiras operaç<Ses tiveram logar DO dia nove de junho, e foi pouco depois que o general bespanhol, conde de Monterrey, marchou com um exercito de oito mil homens a tomar Olivença, o que Dilo conse­guiu. Foi egualmente por estes tempos, singular coinciden­cia, com relaçilo a um principe, cujo destino andava tio ligado ao da S11& patria, quo os perseguidores do infante o conduziram, para melbor executarem 08 seus pcrfido8 in­tentos, de Passaw ti. Gratz, onde o deixtlmos e voltaremos Q encontrar.

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LIVRO VII

Crnce o rigor contra o infa.nte em Grau, com a ifl" de Naurro._ O marqt1e~ de Caatello Rodrigo 8uccede COmo embllindOf a D· F rancisco de Mello, lIomeado governador dDi Pait.ee-Bam:...-Se "nomeaçlo d'uta foi llremia da prisão do infante.-Confilcam· ao-lhe em Portugal 01 benI, e ao ullrquez de CutalJo Rodrigo. -Continuam 08 heepauhocI a pl'OCurar a mudança. do inflUlte para alguma das lUa. (ortAluu.-Ae victoriu 1101 l ueeoa aprea­aam-a.-Duvidaa quanto 80 Jogar parlL Ollde.-Sabe-o o infante e etel'6V8 ao bilpo de Lamego, pua que o papa interceda. por el!e eom o imperadOl'.- Vcode-Q }'eruaDdo III a Eleapanha, faltando 'lua pahLVra.-Carta do infante ao imperadOfl&ra DIlo aahirde Allemanha, e relposta de.sr .. voraveI d'oate.- t&mbem infelia com O recurso li. Rom •. -Mall~ da clllbaiuda. portugueu. " UrhlUlo VID.-Mai, Dolieia. úeuca de Fernando Brandlo.- A inimiude eotre Dlle e o bilpo embaixador dellfavoreee II. liberdade do illf&nte.-Recebe o prelado segunda carta d'eetc,-Correapou. dencia entre nmOO. por meio de um jeanita morador em Roma.­

-Avi.ao infante o biapo da anil venda c pede queo Iivre.-DA elite a intumbencia IL UDl fidalgo italiano, mll4 dctcobrem·o 01 help&­ohoe •. -Manda a Vene~a Fr, Luiz Coutinho para t rat.u do mM­mo eom Pieiui, m.u debl1de.- PU81L a França, como embaiudor, Q COlide da Vidigucira.- Motivoa que retardam a lua primeira ao­dieotia.- Apenr d'illo, cuida logo da liberd.de do iufautc.-De­termiua a Autonio MonU! de Carvalho que compollhA. um manifesto e promove a feitura d·OUtro8.- Sabelldo da venda e pallagem do infante a l tAli&, procura que 08 bandidoa ou o. griallOl o libertem DO caminho.-Demoru que houve em tratar dai coi ... do infante. -O infante paga oa de.euidol do goVI!nIO portugu~ dando·lhe

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eonac1bOll.- Manda &O impuador o padre SioabeJ pediodo que o do entregue &011 betpanboea.-Continú .. o lI1I.l'qoer de C ... teIlo­Rodrigo a. peneguil.o e &Oa leue.-Trato. erueil que fu dar • um .eu It'!rvidor para obter revelJ.ÇÜee.-Temoree por i.llo de 1II1II

religiolo, amigo do infante.- Providenciaa do warquel para O transito do infante pelo pail doa griaüea e peto Tyrol.-Nlo j\ me­DO' solicito NlI.v&rTO em guarei .. t·o em Grab.- En.ggerJ.9io de Anton.io de Soun d& Macedo. '" reapeito dos rigorea que entlo 8Of. rreu.- De&eon6. Na\'9.rro do leu confeelor ti de doi. tteadOl, e lirn·lh'OII.- Prel18rdivOll da. hesJlauhON para o colldulirem a IIi· li o.-Carl,.. do infante du VellpuIU da partidA uoticilUldo . ., e pedindo quu lhe valbam.-Parte pua Milito, 6 eomo.-Cami.Dho que It'gue.-pfe(!AuÇlies que torna NII.\'arto, perto do eltado de Veneza.-Cbcgarn ao Tyrot.-Demorl. na. vingem, e porque..­Carta que ae diz que o infante e5creveu entoo a um vlllido do imo 1~l1I.dor.- A tropa allemi que o conduI iUlubordilla·Itt!.-N.vlUTQ temuoao cede lia IUU e.rigenciaa.-Nov&I complicaçõe •. -Cbe· ga .. {orça. de Milão e toma conta do itÚ.&lIte.-Occaaiio que •• perdeu ele libertal-o.-Ordem que tinham de o matar u'ealc cuo. -Pusa o infante 011 Alpea.-FaJa com um doe loldadoa q.e o levam, que o conhecera pequcno.- ChegA II. Mortu~o.-Um QÚ.

nistro doe gri&üoe tenta aqui a lua liberdade.-- E descoberta .. telltativa.-püem·lhe gua.nlu dentro do qUA.rto.- DiligencifUI do. lle.pallhoca por iato e queWu do iDraDte.-Atraveu~ o I~ de Como I! chega li. cidade do mClmo nome.- Cuidado com que o ia· (nute foi levado por AlIcmlUlha e o era por lt.&lia.-Quercm·o livrar uos bamdido,.-Sl\bem·o 01 heepaulloea O evitam o reri· ",o.-Cbega o infante a lIfilio.

I

Já vimos como 01 miniatrol hespanhoes recorreram a Fernando m, por cau.sa do bom tratamento que o gover­nador do casteUo de Gratz dava 1\0 seu prelO, roceioS08 de que lhes pudease escapar, graças á liberdade que elle e

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lena ereadOB gosavam i e como coneeguiram facilmente que .e tomassem as energicaa providencias mencionadaa no li4 vro anterior. Tamhem já referimos &8 queixas do infante contra as prepotencias que 806'ria, e a repreBen~çIo que dirigiu ao imperador para o deixarem ouvir missa quoti­diana, vender alguns bena, Ber visitado pelaa peuoas da terra, e parti. se pcrmittir a seus creado8 andarem pela c.i­dade. Cremos que o resultado das Bupplicu foi nenhum, ao menos '!.uauto a08 dois ultimos pontos, o que a pene­guiçlo nilo diminuiu, antcs, augmentou com a ida de Na­varro para Grntz, no mez de fevereiro de quarenta e dois, em execuçl'ttl do ml.l.Ddndo de SUA mageatade cntholica I,

Este pano do governo de Ma(lrid erLL a contioUllç1'lo da mar­cha. que aeguira deade o começo: vigiar por todos 08 mciOB,

e por tod08 os S6n8 ministros no imporio o infl\ntc, em­quanto &Iii cstivcuo, c in.tar apertadamente com O monar­cha. aJlemllo para 1\ sua entrega, politica. indicado. pelo con 4

de4 duquc, mais de wnlL vez, e pelos outros membroa do conselho de eatado, seua COUCgR8, que não 8e mostravam menos desvelados D(l gunrdo. e pcrseguiçllo do principe por­tugllez'_

Dos docwnentos que temos á vista infer&-se que o 116-

eretario dn imperntriz,lIó dcsde entlo, esteve effectivamente com o infante em Gratz, e Dilo sempre, como lIe parece de4

prehender das relaçooll de Huet e Luiz Pereira de Sam­paio, embora, conforme catell pretendem, o acompanha.8lle na mudança de Pass8w á. cidade styria.

Passara eatrctanto D. FI·nocisco de MeUo, pela morte do infante D. Fernando d'Austri8, ao cnrgo de governador dos Paiz:ea Baixos, cargo para que foi nomeado por pa-

I Bib. de Madrid., MIl., Comee H, 74, Carta de Navarro ao ooDde­duque de 2G de agosto de 11>42.

J Areh. de Simaocaa, Maço 2842, foI. 89, Conaulta do CoUllelho de Eatado feita em Madrid a. 6 de julho de 164l. MIR.

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tente de vinle de janeiro de quarenta e doia t , e que j' aer­eia em vinte de abril t i c o marqucz de CasteUo-Rodrigo. renegado portuguez, como aUe, deixando a miulo diplo­matic8. qll6 exc.rcio. em Roma, fõra mandado residir no im­perio como embaixador, segundo jã vimos.

E screveu-56 que csta. merar,. concedida a D. Francisco ai· gniiicnvn premio da pria:to do infante j sobre o que, o terceiro conde da Ericeira a.dvertiu, defendendo-o, que, por oatru acções mais decorosas e verdz~deirrunente grandes, eUe ba­vill. merecido a cl·rei cntbolico mniorcalogareB. Tem razio, polo monoa appnrentemente, o auctor do Portugal f"UUIu­

rade. Nilo deparámos documento onde 86 confirme aqueDa asserçãoj mlUl, nem por i8s0 S6 entenda que 6ste serviço e 08 outros contr3. 08 sous, de que aUe S6 gaba tio dOBra­

çlldmncntc, como vamos ler, deumss6m de in6uir sensivel­mente na conceesilo de tamanho pÓBlo.

Aproveitado o enaejo, digamos aqui de uma vez quanto chegou ao no,ulO conhecimento a respeito dó galardilo d'6&­S6 e d'e&lIcs vergonhosos serviços, com o que evitnrc.moa repc!ições escusndas.

Com cffeito, D. Francisco pediu Il Filippe IV recom­pensn da sua negregadA acçlto, e obteve-a, mas foi diver­sa. Mostra-o o 8eu omeio de seis de maio de quarenta e

um, resposta ao despacho do governo de Madrid de vinte e nove de março, concornente ao info.nte s,c o Memorial~ relaciml de papelu3 copias de ClJ.rlá8/y"a:onu ,oore tl eum­plimíento de 1aJ/ merc«lu honorificas hecluJ8 alseflor D. 1"ran­cuco de Mello', que este, por mil seiacentoa e cincoenta.,

1 Bib. de Pari., Mas. Beapanbocs, n." 142 a 144, tom. n, foI. 139, a patente.

J Memorial hütQrieo upanol. J Areh. de Simaneaa, Maço 2342, foi. 89, Conllulta do Conselho de

Elltado feita cm Madrid a 5 de julho de 16t1. MSB.

~ Bib. da Ajuda, Mas., Do governo de Elelp&Uba, tom. W. Reque­riJneotos e prctençõea doa grandes e m.initltroll. ImpreNO.

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"7 dirigiu ao mesmo sooorano, e que aproveitaremos na parte para nós interel8ante.

N'aqueLle documento, D. Francisco diaeorre Acerca. do I~ gar dos catados bespanho6s a que convinha levar D. Duarte, para aaaegurar a sua priaio, aconselhando de preferencia a cidade de Napoles i conta, &feiando-a, & cODspiraçlo tra· mada contra a sua vida, com o fim de libertar o prelo, por Fr. Timotheo Ciabra Pimen~el, D. Pedro de la Cneva, e

• outros, cujo pouco valor já. conhecemos; apparentando zelo fervoroso, mostra-se offendldo de ter o infante D. Fernan­do encarregado a D. Miguel de Salamanca que pedisse ao i.mperador enviasso o infn.nte para Flandres, sem o deixar ao arbitrio d'oUe D. Francisco, e scm cousultal-oj e alar­deia pomposamento o que fez quanto a. conducçlo de tro­pas de AUemanha ti. cate cstado, em 6ubstituiçlo das que marchavam d'elle a Rcspallha, 8uggcrindo que ficI1"& pen­sando nloutroa meios molhores para 8e dobelln.rtlm as su­blevaçQc,; na. penins\11a, que tanto careciam do remedio de exercitos estrangci1tla_ Attendendo a esta exposiçlo, o con­selho de estado, composto do conde·duque, cardeal Borja, cende de Oi"iate, confessor inquisidor geral, marquez de Santa Cruz, mnrque.z de lI1irabel, conde de Castrillo, du­que de ViUa-Hcrmos:\, cardeal Spinola, e marqllez do Cas­trofuerto, votou unanimemente, em consulta de cinco de julho, que S6 deviam gnJardoar os 1UIsignalados serviços de D. Francisco de hlollo, não no presente, porque o mar­quez de Castcllo Rodrigo, o outros nobres portuguezes, que tinham ficado em Hespanha, se considerarinm ofl'endidos, mAS no futuro, com l!U'gtl mercê cm fazenda e honra, do que ao lavrou decreto .

eD. Francisco de lIello, quando se rebellou Portugal, dill alIo meamo, falando de .i no alludido Memorial, cra vice·rei da Sicilia, embaixador e ministro plenipotenciario em AUemanha, e gOOOl'al do exercito de vossa magestado; a, pela forma porque procedeu, prendendo D. Dllarte, seu

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aobrinho, indo do duque de Bragança, mantendo o eser. cito com a pouca asaiatencia que aquelles tempos permit­tiam, conservando-o, e mudando-o inteiramente a Ftandres) lho fez vossa magcetade mereê ••. de uma. cua grande, quando se recuperasse Portugal, ou em Heapanha, egul as maiores de qualquer outro vn.saallo"

D'esta. mercê, concedida por carta de vinte e sois de ou· tubro do mesmo anno de quarenta e um, e em que julga­mOI ver o resultado da consulta de cinco de julho, o g0-

verno heapnnhol, já. perdido o medo de escandalizar o ID&I'­

quez de CastelJo Rodrigo, e outros portugnczea traidoree, passou i\ declarar as grnças quo fazia a D. Francisco, e foram eUas, segundo o Memorial: a grandeza de Hespa­nha, em sua vida, o na do seu filho mais velho, aIgumae cidades, e a do Tordelaguna, ou outrM em seu Jogar, fi

a1gum:u; rendM, o titulo de conde ou de ma.rquez para • grandeza de IIcapanha, e pura a. de Portugal o titulo que D. Prancisco escolhesse u'este reino, e, mais tarda, n gran­dezll de Hcspanha perpetua na sua cusa, mu sem poder cobrir-se, declarando-se-lhe 1\0 mesm!) tempo, que, a. 010 se julgar bem recompensado, pedi8se outras graças.

Agora, antecipando um l>QueJ) os factos, vejllmos como o governo de Madrid satisfez 68 suna promeULL8. Volvoram alguns annos, e no de cincoentl1, pouco mais ou menal, D. Francisco pediu n Fitippe IV (no dito Memorial) que so cumprissem inteirameute as mercês outorgadas. Das ho­norificas, dizia D. FrancifICQ, unieas de que trtltAva, por nllo b,aver n'isso inconveniente á fazenda e cstado de sua magestnde catholica, só 86 reAlisMa, paro. a grandeza de Hespanba a do marquezado, no titulo da marquez de ViI­loscas. Uma das que faltavom era o titulo em Portugal, para. a grande:ta d'l!!lte reino, e D. Francisco escolhia o de du­que de uma. das suas villas n'eHe; nlo entrando, n.ccrea­centava, n'outras maiores pretençGcs de que tinha falado; quem sabo se relativas II. n1guns projectos ambiciosos que

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o mlniatro hl'.pul"'11 (10m Vemna II ......... It'nda rugir do euteUo.-Ia~'­

"IUUtoe o guardam ou. Hnem ..,. 11M IOIlbtftm .. If!U nIIIprito. ~ o q ........ pf'itu do. bttolluboe:e.- EuIra..-. .. Gailerill e u duqae de ao illrautto, ofl'ereeeudo-.e W'aula IftU&Ddo 110, " HCft!Te-lbe QOfD o em de • o ioraate C(1M d8lae loto .. 810 ialem>pdoo ale- a ... .-. foi"

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cularidadcs {leerca do trnma.-Projeeto de Pieini para livrar o inffl.nte.-Ordena o conde tia Vidigueira a TBlluet flue passe da Sui,;sa fi. Yeneza para tratar com este.-Chega Taquet a Veneza e informa o conde favoravclmente dll. pessoa de Pieini. -Tem com elle a primeira entrevism.-Meios que Picini pro-pUe, e resposta de Tnquct.-Outra entrevista com alteração de meios, e o que Tl\quet faz em vista d'isto.-Extranha o eonde as propostas de Picini, mas não despreza a negociação. -Duarte Nunes da Costa, sahendo-as, modera as esperanças que depositava n'clla.-Vistas as instrucçõcs de D. FrlUli(luc para a guarda (lo infante, o governo hespanhol altera-as, aper­tando-lIs, sendo um dos pontos, que se lhc tirem todos os creados menos dois.-Reeehe o infante a noticia, obediente, e pede que lhe rcstituam o eonfessor que tinha em Allemanha, o que D. Fradique segunda.-Mostra-se este humano no cumprimento das ordens dc Madrid.-Quanto aos creados, deixa-lhe, além de lIuct e de XOl~, outros menores.-Quaes os erendos que lhc sào tirados.-O que o infante mais sente é reconheeerem-o os guardas, durante a noite.-l'rohihem·lhc receher dinhl'iro, fóra o ,lns mensalidadcs.-Cartns do infante a Duarte Nunes da Costa, queixan!lo-se e contando-lhe o aeontecido.-A exe­eução das ordens de Madrid eoincide eom o termo das dili­gcncias Ílccrca do projccto do duque de Saxonia, o que lhes dá mais força.-Dctennina Filippe IV ao conde de ~irucla que limite o gasto com o infante ao indispellsavel.-Mas, por outro lado, galnrdôa alguns dos que auxiliaram a sua prisão e comlucção a Italia.-Nllvarro por prendcl-o e guardal-o.-O burgrave (o g'overllador do castello dc Gratz?) e o seu tcnen. te.- A archiduqucza Claudia pela passagem que deu ao com­boio.- O harão de Stuhemberg por acompanl1al-o atô no limite do imperio.-O capitão Vllldcrahano que foi com elle aU: Mi­lilo.-E agradece no marfluez de CaMtello-Rodrigo ter conse­guido transferil-() a esta cidadc.-Correspondencia do infante eom Gaspar de Mngalhlles, Fernando Bran,hlo, Fontanella e Duarte Nunes da Vosta.-Correspondenciaque tcm eomDllal'te Nuncs, por intermcdio do gO\'cmador do c8stello.- Cartcia-se este tamucm eom Duarte Nuncs e recehe pr('sentes scus.­Quando ('omeçou a corrcspondcncil\ de Taquet.-Intermedia-rio m)"sterioso da eorrespondencia 010 infante e por tiue modo elIu. se ext>cutavll.- Her\'ia-sc, egualrllelltl', o infante para a mesma de ljoldadl)s quI' coml'rava.-Perigo:! por sua causa e

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rncommclIdaçÜCB quc fl1z para eYital,oB.-Impmdendas q' commcttc.- Correspondcllcia amorosa com uma senhora, s ui da c ronscntida pelo governador do castcllo.-V crsos itali nos seus j', mcsma senbora.-Um dos principaes fins da corre pondcnria do infante era alcançar novas de Portugal.-)[an, 11 Tuqllet que I1S publique cm ltalia.-Quer que os emblux dorrs Ih'ss CllVÍt'IIl.-Que o conde da Vidigueira lhe rcmet' quauto sc imprimir a fllvor tIo reino.-Pl'Cle a Taquet "aril obras sobrc a usurpação dOI! Filippcs c restauração d", Po tngo.l.-Nottls lJuc compilc para. se rrfutar Caramuel e eh1 maccrn.-Algumas trll\lscripçül'S ll'cllal!.-Apesnr de tacsl nitiv()s, a situa\·ito do infllutc é uem penosa .. " .••••.•...

N()'l'AS .......•..................•.....•...•••.••••••

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EUR.\T AS PRlNCIP AES

rMl. US. FoRRO I:XEllDA.

XIII ~;, D. Duarte de Bragança Esboço ldsforicCl de D. DI/arte df~ Bragan~'a

XIX 27 Antonio José 17 <Ia II poscn taria n poselltlldorio.

l(>''} 30 Mntheo Homero Mathias Hosmarin lHa 1!l Mndrhl Milào 2[,7 at }!S8. num. 2121, Uno Ms~., Livro :lG7 14 /,iograpltioo l,istorico 40-1 21j com a 1/a 406 1:1 Uamiro Hnmires 431 9 Umnirl.l UnmircB 477 1!l M:Lznrilli M~zarillo

<)~ ~I Mnzarilli Mazarillo

[d!l fI Mnrtllgho )rortllgno f,!;) 2:? ~ud"e~te HUt'~stC f,r,I 12 pcrsuadidos persuadido 6::1:? 2 c scgllnllo parcce, depois segundo parecc, e depois

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