oab saraiva

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  • Advogado e consultor jurdico. Scio-fundador do escritrio Cometti, Figueiredo e Santiago Advogados. Doutorando e mestre em Direito das Relaes Sociais, subrea de DireitoCivil Comparado pela PUCSP. Ps-graduado em Direito Empresarial e Contratual. Professor de Direito Civil exclusivo dos cursos preparatrios para concursos e exame de ordem da Rede LFG/Praetorium.Professor de graduao e ps-graduao da Universidade So Judas Tadeu (USJT) e da Universidade Municipal de So Caetano do Sul (USCS). Lecionou na Faculdade de Direito Damsio de Jesus (FDDJ),no curso jurdico xito e na ps-graduao da Universidade Salesiana de Lorena (UNISAL). Foi coordenador pedaggico dos cursos preparatrios para concursos do Complexo Jurdico Damsio de Jesus(CJDJ) e coordenador-geral do Obcursos So Paulo. autor de vrias obras jurdicas e coordenador de colees preparatrias para concursos e exame de ordem publicadas pela Editora Saraiva. Contato e-mail: [email protected]./twitter:@fvfigueiredo

    Advogado e consultor jurdico. Doutorando e mestre em Direito Tributrio pela PUCSP. Professor dos cursos do COGEAE/PUCSP, do IBET e do Curso Ductor Campinas. Foicoordenador pedaggico dos cursos preparatrios para concursos do Complexo Jurdico Damsio de Jesus (CJDJ).

    Scio-fundador do escritrio Cometti, Figueiredo e Santiago Advogados. Vogal da Junta Comercial do Estado de So Paulo. Bacharel, especialista em Direito Empresarial e mestreem Direito Comercial pela Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo PUCSP. Doutorando em Direito Comercial pela Faculdade de Direito da Universidade de So Paulo FADUSP. Coordenadorpedaggico do IDEJUR Instituto de Desenvolvimento de Estudos Jurdicos e do curso de ps-graduao em Direito Empresarial pela Faculdade de Direito Prof. Damsio de Jesus. Professor de DireitoEmpresarial nos cursos de ps-graduao do COGEAE da PUCSP e nos cursos preparatrios para concursos pblicos e exame da OAB do Complexo Educacional Damsio de Jesus.

  • Rua Henrique Schaumann, 270, Cerqueira Csar So Paulo SPCEP 05413-909 PABX: (11) 3613 3000 SACJUR: 0800 055 7688 De 2 a 6, das 8:30 s 19:30

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    ISBN 978-85-02-15807-8

    Oliveira, Flvio Cardoso deDireito processual penal, 5 / Flvio Cardoso de Oliveira ;coordenao geral Fbio Vieira Figueiredo, Fernando FerreiraCastellani, Marcelo Tadeu Cometti. 6. ed. So Paulo :Saraiva, 2012. (Coleo OAB nacional. Primeira fase)1. Processo penal 2. Processo penal - Brasil I. Figueiredo,Fbio Vieira. II. Castellani, Fernando Ferreira. III. Cometti,Marcelo Tadeu. IV. Ttulo. V. Srie. CDU-343.1(81)

    ndice para catlogo sistemtico:1. Brasil : Direito processual penal 343.1(81)

    Diretor editorial Luiz Roberto CuriaGerente de produo editorial Lgia Alves

  • Editor Jnatas Junqueira de MelloAssistente editorial Sirlene Miranda de SalesProdutora editorial Clarissa Boraschi Maria

    Preparao de originais Ana Cristina Garcia / Maria Izabel Barreiros Bitencourt Bressan Arte e diagramao Cristina Aparecida Agudo de Freitas / Claudirene de Moura Santos Silva

    Reviso de provas Rita de Cssia Queiroz GorgatiServios editoriais Elaine Cristina da Silva / Kelli Priscila Pinto

    Capa Aero ComunicaoProduo grfica Marli Rampim

    Produo eletrnica Ro Comunicao

    Data de fechamento da edio: 23-11-2011

    Dvidas?Acesse www.saraivajur.com.br

    Nenhuma parte desta publicao poder ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prvia autorizao da Editora Saraiva.A violao dos direitos autorais crime estabelecido na Lei n. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Cdigo Penal.

  • minha famlia, pela pacincia e pelo apoio inestimveis. Aos meus amigos, pelo incentivo e pela crena no meu trabalho.

  • 1.1 Processo penal e direito processual penal1.2 Aplicao da lei processual penal

    1.2.1 A lei processual penal no espao1.2.2 A lei processual penal no tempo1.2.3 Interpretao extensiva e aplicao analgica da lei processual penal1.2.4 Prazo na lei processual penal

    Questes

    2.1 Princpio do devido processo legal (art. 5, LIV, da CF)2.2 Princpio da ampla defesa (art. 5, LV, da CF)2.3 Princpio do contraditrio (art. 5, LV, da CF)2.4 Princpio da presuno de inocncia (art. 5, LVII, da CF)2.5 Princpio da verdade real2.6 Princpio do juiz natural (art. 5, LIII, da CF)2.7 Princpio da motivao das decises (art. 93, IX, da CF)2.8 Princpio da publicidade (arts. 5, LX, e 93, IX, da CF)2.9 Princpio da durao razovel do processo (art. 5, LXXVIII, da CF)2.10 Princpio da identidade fsica do juiz (art. 399, 2, do CPP)Questes

    3.1 Conceito3.2 Caractersticas

    3.2.1 Dispensabilidade3.2.2 Forma escrita (art. 9 do CPP)3.2.3 Sigilo (art. 20 do CPP)3.2.4 Indisponibilidade (art. 17 do CPP)3.2.5 Forma inquisitorial

    3.3 Incomunicabilidade3.4 Curador3.5 Notitia criminis3.6 Formas de incio3.7 Providncias (art. 6 do CPP)3.8 Concluso (arts. 10, 1, e 23 do CPP)3.9 Prazo (art. 10 do CPP)Questes

    4.1 Conceito4.2 Condies da ao4.3 Classificao

    4.3.1 Ao penal pblica4.3.1.1 Ao penal pblica incondicionada4.3.1.2 Ao penal pblica condicionada4.3.1.2.1. Condicionada representao4.3.1.2.2. Condicionada equisio do ministro da justia

    4.3.2 Ao penal privada4.3.2.1 Ao penal privada propriamente dita (ou exclusiva)4.3.2.2 Ao penal privada personalssima4.3.2.3 Ao penal privada subsidiria da pblica

    Questes

    5.1 Requisitos5.2 Prazos5.3 Causas de rejeio da denncia ou queixa (art. 395 do CPP)5.4 Recursos contra rejeio ou recebimentoQuestes

  • Questes

    7.1 Jurisdio7.2 Competncia

    7.2.1 Critrios para a fixao de competncia7.2.1.1 Competncia em razo da matria ou natureza da infrao7.2.1.2 Competncia em razo do cargo ou funo do acusado7.2.1.3 Competncia em razo do lugar7.2.1.3.1 Lugar do crime7.2.1.3.2 Lugar do domiclio do acusado

    7.2.2 Conexo e continncia7.2.2.1 Conexo7.2.2.2 Continncia (art. 77 do CPP)

    7.2.3 Foro prevalente7.2.4 Separao de processos

    Questes

    8.1 Questes prejudiciais (arts. 92 a 94 do CPP)8.2 Processos incidentes

    8.2.1 Excees8.2.1.1 Exceo de suspeio (arts. 96 a 107 do CPP)8.2.1.2 Exceo de incompetncia do juzo (arts. 108 e 109 do CPP)8.2.1.3 Exceo de ilegitimidade de parte (art. 110 do CPP)8.2.1.4 Exceo de litispendncia e de coisa julgada (art. 110 do CPP)

    8.2.2 Conflito de jurisdio (arts. 113 a 117 do CPP)8.2.3 Restituio de coisas apreendidas (arts. 118 a 124 do CPP)8.2.4 Medidas assecuratrias (arts. 125 a 144 do CPP)

    8.2.4.1 Sequestro (arts. 125 a 133 do CPP)8.2.4.2 Hipoteca legal (arts. 133 a 136)8.2.4.3 Arresto (arts. 137 a 139)

    8.2.5 Incidente de falsidade (arts. 145 a 148 do CPP)8.2.6 Incidente de insanidade mental do acusado (arts. 149 a 154 do CPP)

    Questes

    9.1 Objeto de prova9.2 nus da prova9.3 Sistemas de apreciao da prova9.4 Prova emprestada9.5 Liberdade de prova9.6 Meios de prova

    9.6.1 Percia (arts. 158 a 184 do CPP)9.6.2 Interrogatrio (arts. 185 a 196 do CPP)9.6.3 Confisso (arts. 197 a 200 do CPP)9.6.4 Declaraes do ofendido (art. 201 do CPP)9.6.5 Testemunhas (arts. 202 a 225 do CPP)9.6.6 Reconhecimento de pessoas e coisas (arts. 226 a 228)9.6.7 Acareao (arts. 229 e 230 do CPP)9.6.8 Documentos (arts. 231 a 238 do CPP)9.6.9 Indcios (art. 239 do CPP)

    9.7 Busca e apreenso (arts. 240 a 250 do CPP)Questes

    10.1 Juiz10.2 Ministrio Pblico10.3 Acusado10.4 Defensor10.5 Curador do ru menor10.6 Assistente de acusao10.7 Auxiliares da justiaQuestes

    11.1 Disposies gerais11.2 Priso

    11.2.1 Disposies gerais11.2.1.1 Formas de priso

  • 11.2.1.2 Priso especial11.2.1.3 Priso nas eleies

    11.2.2 Priso em flagrante11.2.2.1 Hipteses legais de flagrante11.2.2.2 Espcies ilegais de flagrante11.2.2.3 Impossibilidade de flagrante11.2.2.4 Flagrante nos crimes11.2.2.5 Auto de priso em flagrante (art. 304 do CPP)11.2.2.6 Auto de priso em flagrante em juzo

    11.2.3 Priso preventiva (arts. 311 a 316)11.2.3.1 Priso domiciliar (arts. 317 e 318)

    11.2.4 Priso temporria (Lei n. 7.960/89)11.3 Outras medidas cautelares11.4 Liberdade provisria (art. 321 e ss. do CPP)Questes

    12.1 Princpio da correlao12.1.1 Emendatio libelli (art. 383 do CPP)12.1.2 Mutatio libelli (art. 384 do CPP)

    Questes

    13.1 Ritos do Cdigo de Processo Penal13.1.1 Rito ordinrio (arts. 394 a 405 do CPP)

    13.1.1.1 Recebimento da denncia/queixa (ou rejeio liminar).13.1.1.2 Citao13.1.1.3 Resposta acusao (arts. 396 e 396-A do CPP)13.1.1.4 Absolvio sumria ou designao de audincia13.1.1.5 Audincia de instruo e julgamento.

    13.1.2 Rito sumrio (arts. 531 a 538 do CPP)13.1.3 Rito do jri (arts. 406 a 497 do CPP)

    13.1.3.1 Fase de instruo preliminar13.1.3.2 Fase do juzo da causa

    13.1.4 Rito dos crimes de responsabilidade dos funcionrios pblicos (arts. 513 a 518 do CPP)13.1.5 Rito dos crimes contra a honra (arts. 519 a 523 do CPP)13.1.6 Rito dos crimes contra a propriedade imaterial (arts. 524 a 530, I, do CPP)

    13.2 Ritos de Leis Especiais13.2.1 Rito sumarssimo (Lei n. 9.099/95)13.2.2 Rito dos crimes de drogas (Lei n. 11.343/2006)13.2.3 Rito dos crimes falimentares (Lei n. 11.101/2005)13.2.4 Rito da ao penal originria perante o STJ e o STF (Lei n. 8.038/90)

    13.3 Suspenso condicional do processoQuestes

    14.1 Nulidades em espcieQuestes

    15.1 Teoria geral dos recursos15.1.1 Pressupostos recursais15.1.2 Efeitos dos recursos15.1.3 Reformatio in pejus15.1.4 Recurso de ofcio

    15.2 Recursos em espcie15.2.1 Recurso em sentido estrito (art. 581 do CPP)15.2.2 Apelao (art. 593 do CPP)15.2.3 Embargos infringentes e de nulidade (art. 609, pargrafo nico, do CPP)15.2.4 Embargos de declarao (arts. 382 e 619 do CPP)15.2.5 Carta testemunhvel (art. 639 do CPP)15.2.6 Agravo em execuo (art. 197 da Lei n. 7.210/84)15.2.7 Recurso ordinrio constitucional (arts. 102, II, e 105, II, a, da CF e arts. 30 a 35 da Lei n. 8.038/90)15.2.8 Recurso especial (art. 105, III, e arts. 26 a 29 da Lei n. 8.038/90)15.2.9 Recurso extraordinrio (art. 102, III, da CF e arts. 26 a 29 da Lei n. 8.038/90)15.2.10 Reclamao (art. 13 da Lei n. 8.038/90)15.2.11 Reviso criminal (art. 621 do CPP)15.2.12 Habeas corpus (art. 5, LXVIII, da CF e art. 647 do CPP)15.2.13 Mandado de segurana (art. 5, LXIX, da CF e Lei n. 12.016/ 2009)

    Questes

  • com muita honra que apresentamos a Coleo OAB Nacional, coordenada por Fbio Vieira Figueiredo, Fernando F. Castellani e Marcelo Tadeu Cometti,que, to oportunamente, editada pela Saraiva, com o objetivo de servir de diretriz a bacharis que pretendem submeter-se ao exame de habilitao profissionalem mbito nacional.

    Esta Coleo primorosa diz respeito s duas fases do exame da OAB: A) A 1 fase contm uma parte terica e outra destinada a exerccios de mltiplaescolha, abrangendo doze matrias divididas nos seguintes volumes: 1. Direito civil, sobre o qual discorrem Fbio Vieira Figueiredo e Brunno Pandori Giancoli;2. Direito processual civil, tendo como coautores Simone Diogo Carvalho Figueiredo e Renato Montans de S; 3. Direito comercial, aos cuidados deMarcelo Tadeu Cometti; 4. Direito penal, escrito por Luiz Antnio de Souza; 5. Direito processual penal, redigido por Flvio Cardoso de Oliveira; 6.Direito e processo do trabalho, confiado a Andr Horta Moreno Veneziano; 7. Direito tributrio, de autoria de Fernando F. Castellani; 8. Direitoadministrativo, da lavra de Alexandre Mazza; 9. Direito constitucional, a cargo de Luciana Russo; 10. tica profissional e Estatuto daadvocacia, redigido por Marco Antonio de Macedo Jr. e Celso Coccaro; 11. Direito internacional, do qual se incumbiu Gustavo Bregalda Neves; e 12.Direitos difusos e coletivos, que tem por autores Luiz Antnio de Souza e Vitor Frederico Kmpel. B) A 2 fase aborda sete matrias, contendo uma partedoutrinria e outra destinada a peas processuais, dividida desta forma: 1. Direito civil; 2. Direito do trabalho; 3. Direito tributrio; 4. Direitopenal; 5. Direito empresarial; 6. Direito constitucional; e 7. Direito administrativo.

    Cumpre dizer que os autores foram criteriosamente selecionados pela experincia que tm, por serem professores atuantes em cursos preparatrios para oexame de OAB e profundos conhecedores no s da matria por eles versada como tambm do estilo de provas de cada banca examinadora. Todos eles,comprometidos com o ensino jurdico, procuraram, de modo didtico e com objetividade e clareza, apresentar sistematicamente os variados institutos,possibilitando uma viso panormica de todas as matrias, atendendo assim necessidade de o candidato recordar as informaes recebidas no curso degraduao, em breve perodo de tempo, levando-o a refletir, pois a forma prtica de exposio dos temas abre espao ao raciocnio e absoro dos conceitosjurdicos fundamentais, dando-lhe uma orientao segura.

    Pela apresentao de um quadro devidamente programado, pela qualidade da anlise interpretativa dos institutos pertencentes aos vrios ramos jurdicos, pelarelevncia dada abordagem prtica, pelo aspecto nitidamente didtico e pela objetividade, esta Coleo, que, em boa hora, vem a lume, ser de grandeimportncia aos que pretendem obter habilitao profissional e a toda a comunidade jurdico-acadmica, por traar os rumos a serem trilhados na prtica daprofisso.

    So Paulo, 18 de abril de 2008.

    Maria Helena Diniz

  • A quinta edio do volume de Direito Processual Penal da Coleo OAB Nacional vem at voc, amigo leitor, para trazer a obra devidamente atualizada emvirtude da mais recente alterao legislativa na rea do processo penal. Na data de 5 de maio de 2011 foi publicada a Lei n. 12.403, alterando substancialmente oTtulo IX do Cdigo de Processo Penal, que disciplina a priso, as medidas cautelares e a liberdade provisria. Referida Lei, entre outras coisas, deu novaroupagem priso preventiva, liberdade provisria e inovou ao prever medidas cautelares que buscam evitar o encarceramento daquele a quem se imputa aprtica de uma infrao penal.

    Preocupamo-nos em incorporar os novos dispositivos da mesma forma sistemtica com que tratamos o tema nas edies anteriores, destacando as inovaes.Esperamos, assim, que, em sintonia com as frequentes mudanas que ocorrem em nosso ordenamento jurdico, possamos continuar oferecendo um estudo

    concentrado porm completo, objetivo desta obra.Sucesso nos estudos!

    O Autor

  • Destacamos a revogao da denominada Lei de Imprensa por nossa Suprema Corte. Em consonncia com sua deciso, suprimimos seus dispositivos queconstavam da obra, notadamente a anlise de seu rito processual. Em contrapartida, inserimos o procedimento contido na Lei n. 8.038/90, que cuida doprocessamento de feitos perante o STJ e o STF. notrio o interesse cada vez maior do Examinador da OAB por esse procedimento, da nossa preocupao emdele tratar. Alteramos tambm o tpico referente identificao criminal, em virtude da Lei n. 12.037/2009. Nessa esteira, acrescentamos ainda a Reclamaoentre os recursos do processo penal, bem como o Mandado de Segurana, que conta com nova disciplina legal Lei n. 12.016/2009.

    Por fim, acrescentamos algumas questes, a fim de que o estudante teste seus conhecimentos com o que h de mais atual nas provas.Desejamos sucesso a todos!

    O Autor

  • 1O ser humano socivel por natureza. Sabe-se que desde os primrdios da humanidade existem agrupamentos sociais. Para a harmnica convivncia dosintegrantes de determinado grupo, necessria a imposio de normas de conduta. Com a evoluo das sociedades, o controle das relaes sociais passou a serformalmente exercido pelo Direito.

    As normas jurdicas surgem, ento, para regular a relao entre os componentes de uma sociedade e tambm as relaes entre os indivduos e o prprioEstado. Quem viola uma norma de conduta est sujeito sano estatal. Existem normas, contudo, que dizem respeito ao interesse de toda a coletividade, ou seja, ordem social. Um homicdio, por exemplo, intranquiliza a sociedade e desestabiliza a ordem pblica. No se cogita, portanto, de deixar tal ilcito na esfera deinteresse do autor do fato e da vtima ou, no caso, de familiares dela, pois toda a sociedade tem interesse na represso a tal conduta, ao contrrio do que acontececom um acidente entre dois automveis, no qual um deles sai danificado e se impe ao motorista culpado a reparao daquele dano. Neste caso, apenas os doisinteresses esto envolvidos.

    Os bens cuja proteo importa a toda a coletividade ento recebem a tutela penal do Estado. Ser tutelado penalmente significa ter como reao sua violaoa mais grave das sanes: a pena. Nessa esteira, quando um ilcito penal praticado, surge para o Estado o direito de punir o autor do ilcito, ou seja, nasce para oEstado o jus puniendi. O jus puniendi pode ser definido como o poder que o Estado tem de sancionar aquele que violou uma norma tutelada penalmente.

    de lembrar que, como os interesses tutelados pelas normas penais so de interesse pblico, no se trata somente de um direito de o Estado punir o agentecriminoso, e sim de um verdadeiro dever, uma vez que, praticado um delito, a sociedade exige que seu autor seja punido.

    Como visto, praticado um ilcito penal e surgido o jus puniendi para o Estado, delineia-se uma relao jurdica de direito penal, isto , de um lado, o rgoestatal investido do poder de punir (Estado-juiz) busca, por meio dos mecanismos legais, efetivar a punio; de outro, aquele sobre quem pesa a imputao dehaver infringido a lei penal busca se defender, busca no se submeter sano.

    Estabelece-se, dessa forma, um conflito de interesses entre o Estado e o indivduo (ou, em casos excepcionais, a pessoa jurdica, como previsto na Lei n.9.605/98): um conflito entre o direito de punir e o direito de liberdade da pessoa (jus libertatis), pois, via de regra, o direito penal se utiliza da privao deliberdade como sano. Ao interesse de o Estado impor a sano penal denominamos pretenso punitiva.

    No instante em que h a oposio de uma parte pretenso punitiva estatal, passa a existir a lide penal, entendida como o conflito de interesses qualificadopela pretenso de um dos interessados e pela resistncia do outro (MIRABETE, 2006, p. 5). Tal conflito de interesses no pode permanecer sem soluo. Defato, de nada adiantaria o Direito estabelecer regras de conduta para a melhor convivncia entre as pessoas se um conflito permanecesse sem soluo; a ordemsocial estaria comprometida do mesmo modo. preciso, ento, utilizar-se de mecanismo dotado de regras e garantias destinadas aos sujeitos nele envolvidos. Oinstrumento estatal destinado a solucionar a lide penal o que denominamos Processo Penal. Tendo em vista tal definio, podemos dizer que o DireitoProcessual Penal consiste, na definio de Jos Frederico Marques, no conjunto de normas e princpios que regulam a aplicao jurisdicional do Direito Penalobjetivo, a sistematizao dos rgos de jurisdio e respectivos auxiliares, bem como da persecuo penal (apud TOURINHO FILHO, 2005, p. 13).

    Hoje a ideia de processo penal est ligada Constituio da Repblica. Impensvel a leitura do processo penal sem que seja luz da Constituio, pois, emgrande parte, as normas presentes em nosso Cdigo so absolutamente anacrnicas, inquisitivas, em descompasso com as garantias da Lei Maior. Assim, dontimo relacionamento entre processo e Estado deriva a introduo cada vez maior nos textos constitucionais de princpios e regras de direito processual, levandoao desenvolvimento de estudos especficos sobre as normas processuais de ndole constitucional. Entre ns, destaca-se o trabalho desenvolvido por Ada PellegriniGrinover, que deu especial ateno ao exame constitucional do direito processual. Pondera: O importante ler as normas processuais luz dos princpios e regrasconstitucionais. verificar a adequao das leis letra e ao esprito da Constituio (FERNANDES, 2007, p. 20).

    Comearemos nosso estudo pela anlise das regras atinentes aplicao da lei processual penal.

    A lei processual penal aplica-se aos processos que vierem a se desenvolver em territrio brasileiro, sem prejuzo de convenes, tratados e regras de direitointernacional. a consagrao do princpio locus regit actum. Segundo o art. 1 do Cdigo de Processo Penal, os processos em regra sero regidos peloprprio Cdigo, exceto se houver lei especial regulando a matria. Nestes termos, a lei processual penal brasileira s vale dentro dos limites territoriais brasileiros.Se o processo tiver tramitao no estrangeiro, ficar sujeito s leis processuais do respectivo pas. Se o crime, apesar de cometido no exterior, desenrola-se noBrasil, a lei processual brasileira que o regula.

    No se pode esquecer, ainda, que o Brasil aceitou se submeter ao Tribunal Penal Internacional, criado pelo Estatuto de Roma em 1998. Sua incorporao se

  • deu por meio do Decreto n. 4.388/2002, havendo disposio expressa tambm no art. 5, 4, da Constituio da Repblica. Embora em um primeiro momentopossa parecer haver conflito entre as duas jurisdies, tal conflito se dissolve quando se observam alguns aspectos da redao do Estatuto.

    Em primeiro lugar, no se trata de jurisdio estrangeira, e sim de jurisdio internacional, qual todos os signatrios se submetem. Alm disso, oTPI tem carter subsidirio jurisdio interna de um pas, isto , nos casos dos crimes de sua competncia s dever agir se o Estado-membro no tevevontade ou foi incapaz de levar adiante inqurito ou procedimento. So crimes da competncia do TPI: genocdio, crimes contra a humanidade, crimesde guerra e crimes de agresso.

    Quanto aplicao no tempo, o processo penal adotou o princpio da aplicao imediata das normas processuais tempus regit actum sem efeito retroativo. o que estampa o art. 2 do CPP: A lei processual penal aplicar-se- desde logo, sem prejuzo dos atos realizados sob a vigncia da lei anterior.

    Assim, a lei processual penal que entra em vigor passa a reger os atos processuais dali para frente. Os atos praticados sob a gide da lei anterior soconsiderados vlidos. Vejamos um exemplo: um processo est em andamento sob as regras da Lei n. 1, em pleno vigor, que prev a oitiva de trs testemunhas paracada parte naquele tipo de procedimento, tendo todas elas j sido ouvidas. Neste momento, entra em vigor a Lei n. 2, aumentando o nmero de testemunhas,naquele procedimento, para cinco. No h que falar em ouvir mais duas testemunhas somente porque a nova lei autoriza, pois se trata de ato j praticado naqueleprocesso, ou seja, a Lei n. 2 no retroagir. Os demais processos que vierem a se desenvolver posteriormente obedecero nova disposio.

    H, porm, uma ressalva, que diz respeito s normas mistas, ou seja, de carter processual e material, conjuntamente. Se a norma contiver disposies deordem material, ou seja, que digam respeito ao jus puniendi estatal, alm de contedo processual, deve prevalecer, para aplicao no tempo, o contedo decarter material, aplicando-se o art. 2 e pargrafo nico do CP: se a norma beneficia o acusado, retroage; se no beneficia, no retroage.

    Dispe o art. 3 do Cdigo de Processo Penal que a lei processual penal admitir interpretao extensiva e aplicao analgica, bem como o suplemento dosprincpios gerais de direito. Assim, dentre as diversas formas de interpretar a lei, o processo penal autoriza expressamente a interpretao extensiva, isto ,ampliando o alcance da lei, extraindo-se de sua anlise que o dispositivo disse menos do que pretendeu o legislador. Exemplo: onde se l ru, no Cdigo, pode-se ler indiciado. Da mesma forma, autoriza a aplicao analgica, que significa o emprego da analogia, que a aplicao da lei a casos semelhantes por elaregulados (DAMSIO DE JESUS, 2006, p. 4). Exemplo: admitir a retratao da requisio oferecida pelo Ministro da Justia, na ao penal a ela condicionada.

    Muito embora os dispositivos disciplinadores da contagem do prazo em processo penal venham inseridos nas Disposies Gerais, parte final do Cdigo, noconstituindo, tecnicamente, objeto de aplicao da lei, convm, neste momento, traar algumas regras a seu respeito, com mera finalidade didtica.

    Para a contagem dos prazos processuais ao contrrio dos prazos penais , no se computa o dia do comeo e inclui-se o do final, nos termos do art. 798, 1, do Cdigo de Processo Penal. Dessa forma, se a parte intimada hoje de uma deciso, seu prazo comear a fluir amanh, a menos que no haja expedienteforense. o que explica a Smula 310 do STF: Quando a intimao tiver lugar na sexta-feira, ou a publicao com efeito de intimao for feita nesse dia, o prazojudicial ter incio na segunda-feira imediata, salvo se no houver expediente, caso em que comear no primeiro dia til que se seguir. Da mesma forma, se otrmino do prazo se der em domingo ou feriado, ser prorrogado at o dia til imediato (art. 798, 3, do CPP).

    A regra no processo penal correrem os prazos (art. 798, 5, do CPP): da intimao; da audincia ou sesso de julgamento em que for proferida a deciso, estando presente a parte; do dia em que a parte manifestar, nos autos, cincia inequvoca da sentena ou despacho.

    Assim, no h que falar em contagem do prazo a partir da juntada de mandado, cumprido pelo oficial de justia, ou de carta precatria, devolvida pelo juzodeprecante. este o teor da Smula 710 do STF: No processo penal, contam-se os prazos da data da intimao, e no da juntada aos autos do mandado ou dacarta precatria ou de ordem.

    1. (OAB/SP 117) Os prazos processuais so computados:

    2. (OAB/SP 121) Proferida sentena criminal condenatria em audincia numa sexta-feira, o dies ad quem para a interposio do recursoterminar na:

    3. (OAB/SP 122) O advogado intimado da sentena condenatria de seu cliente no dia 19 de novembro de 2003 (quarta-feira) deveria apelar at odia:

  • 4. (OAB/SP 122) A lei processual penal em vigor aplica-se:

    5. (OAB/DF 2005.1) Sobre a lei processual penal, assinale a alternativa incorreta:

    6. (OAB/SC 2006.2) Advogado intimado da sentena condenatria de seu cliente no dia 24 de julho de 2006 (segunda-feira) dever apelar dodecreto at o dia:

    7. (OAB/Unificado 2009.3) A lei processual penal

    A C B D A A B

  • O2

    s princpios so enunciados que orientam a compreenso do ordenamento jurdico, quer para sua aplicao e integrao, quer para a elaborao de novasnormas. Podem ser explcitos, isto , estampados em norma legal, ou implcitos, ou seja, extrados da interpretao que se faz do conjunto de normas.No Brasil, tendo em vista a importncia do bem jurdico em questo na discusso de uma causa penal via de regra, a liberdade , boa parte dos princpios

    informadores do processo penal est disposta na Constituio da Repblica, entre os direitos e garantias individuais. A maioria deles, por seu turno, repercussoda adeso do Brasil Conveno Americana de Direitos Humanos, conhecida como Pacto de San Jos da Costa Rica, ratificada pelo Pas em 25de setembro de 1992 e promulgada por meio do Decreto n. 678, de 6 de novembro de 1992.

    Vejamos quais so os mais importantes princpios informadores de nosso processo penal:

    Estabelece a Constituio da Repblica que ningum ser privado de sua liberdade sem o devido processo legal. a garantia de que s ser considerada legtimaa condenao de algum se o processo for desenvolvido na forma que estabelece a lei, ou seja, observando-se as regras e os princpios processuais. aconsagrao da impossibilidade de o Estado impor uma sano a algum, direta e arbitrariamente, to logo tome conhecimento da prtica de uma infrao penal.

    Em relao ao Processo Penal, exige-se maior rigor na observncia de formas legais, uma vez que ele informado por inmeras garantias constitucionais.Observar o devido processo legal assegurar as garantias constitucionais das partes. Pode-se dizer que o devido processual legal tambm importa diretamente sociedade, pois a eventual condenao com desrespeito s normas vigentes poder vir a ser desconstituda, confrontando o interesse social, que o da repressodo delito.

    Na realidade, o princpio em foco a verdadeira reunio da observncia de todos os demais aplicveis ao processo penal. A propsito, indicando a incidnciade regras processuais especificamente do campo penal, a doutrina menciona a existncia do devido processo penal, com as seguintes garantias:

    de acesso Justia Penal; do juiz natural em matria penal; de tratamento paritrio dos sujeitos parciais do processo penal; da plenitude de defesa do indiciado, acusado ou condenado, com todos os meios e recursos a ela inerentes; da publicidade dos atos processuais penais; da motivao dos atos decisrios penais; da fixao de prazo razovel de durao do processo penal; e da legalidade da execuo penal (TUCCI, 2003, p. 207-208).

    Consiste em o Estado proporcionar ao acusado todos os meios lcitos para se defender da imputao que lhe dirigida. Em outras palavras, tudo o que no forcontrrio lei pode ser utilizado, com o amparo estatal, pelo acusado para a promoo de sua defesa.

    A ampla defesa se perfaz pelo desdobramento de duas modalidades de defesa: a autodefesa a pessoal e a defesa tcnica por defensor. No se podeolvidar que faz parte tambm da ampla defesa assegurar ao acusado hipossuficiente a assistncia judiciria gratuita (art. 5, LXXIV, da CF).

    A autodefesa se realiza notadamente no interrogatrio, ato em que o acusado ouvido a respeito da imputao que lhe dirigida, mas se perfaz tambm coma participao na colheita da prova, precipuamente na participao em audincia.

    A defesa tcnica aquela exercida por profissional habilitado, qual seja, o advogado. Pode este ser constitudo, ou seja, escolhido e nomeado pelo acusado,ou dativo, nomeado pelo juiz. A defesa tcnica s atender ao princpio da ampla defesa se for eficiente. A respeito, a Smula 523 do STF: No processo penal, afalta de defesa consiste em nulidade absoluta, mas a sua deficincia s o anular se houver prejuzo para o ru. Lembre-se de que a nomeao de defensor dativoao acusado antes que ele possa constituir um de sua confiana fere o princpio em questo. A nomeao pelo juzo sempre subsidiria.

    Cumpre ressaltar que no Jri, nos termos da Constituio da Repblica, art. 5, XXXVIII, vigora a plenitude de defesa, que alguns entendem ser ainda maior doque a ampla defesa garantida nos processos penais comuns, como ser visto quando da anlise do rito para apurao dos crimes dolosos contra a vida.

    O princpio basilar da sistemtica processual estabelece que as partes devem ser ouvidas e ter oportunidade de se manifestar em igualdade de condies. Oprocesso s atingir seus fins se houver equilbrio entre as partes. conhecida a expresso paridade de armas, pela qual alguns autores se referem aocontraditrio. Ela condensa a ideia de que, no processo, as partes devem ter as mesmas oportunidades, no devendo uma ser mais municiada do que a outra. o

  • tratamento paritrio dos sujeitos parciais da relao jurdica processual.O contraditrio essencial ao processo, porm dispensado no inqurito policial. Por essa razo, no se pode condenar um acusado baseando-se

    exclusivamente em provas colhidas na pea informativa.

    Na redao constitucional, ningum ser considerado culpado at o trnsito em julgado de sentena penal condenatria. tambm chamado de princpio dapresuno de no culpabilidade, pois a Constituio da Repblica no presume a inocncia, mas diz que o sujeito no considerado culpado, ou, ainda, deprincpio do estado de inocncia, uma vez que indica o estado jurdico do acusado durante o processo.

    Diante da presuno de inocncia e do enfoque constitucional que merece o processo penal, a priso cautelar passou a ser medida de exceo em nosso sistemaprocessual, ou seja, ela s deve ser imposta em caso de comprovada necessidade, como verdadeira medida cautelar que . A respeito, deve ser lembrada decisoproferida pelo pleno do STF no julgamento do Habeas Corpus n. 84.078, em que se afirmou a possibilidade de o acusado que responde aos termos doprocesso em liberdade assim permanecer at o trnsito em julgado da deciso condenatria, ainda que recorra aos tribunais superiores.

    Na mesma esteira, se o ru presumidamente inocente, s poder advir condenao se o julgador tiver plena convico de sua culpa, bastando para aabsolvio a dvida. Se no foi possvel afastar a presuno, deve-se absolver. Da mesma forma deve ser feita a valorao das provas: na dvida, decide-se emfavor do ru (princpio do favor rei, corolrio da presuno de inocncia).

    No processo penal, deve-se buscar recriar os fatos como se passaram na realidade, no devendo o juiz se conformar com a eventual verdade formal criada nosautos. Ainda que se saiba que tal tarefa um tanto quanto difcil no caso concreto, deve-se buscar aproximar-se o quanto possvel da realidade dos fatos. abusca da verdade verdadeira.

    Difere do processo civil, no qual vigora a verdade formal, pois neste, para aplicar o direito, via de regra, basta ao juiz conformar-se com a verdade trazida aosautos; no h necessidade de buscar a verdade real.

    Tal princpio, contudo, comporta algumas excees no processo penal, a saber: impossibilidade de apresentar documentos no Plenrio do Jri, sem ter dado cincia outra parte, no mnimo, trs dias antes (art. 479 do CPP); impossibilidade de reviso criminal em favor da sociedade (art. 621 do CPP); inadmissibilidade de provas obtidas por meios ilcitos (art. 5, LVI, da CF); transao penal (art. 76 da Lei n. 9.099/95); extino de punibilidade (art. 107 do CP).

    Estabelece o princpio do juiz natural que o autor de uma infrao penal s poder ser processado e julgado perante o rgo jurisdicional competente, conformepreviso da Constituio Federal, ou seja, juiz natural aquele conhecido anteriormente ao fato acontecer.

    Da decorre que no haver tribunal nem juzo de exceo (art. 5, XXXVII, da CF), isto , aquele criado para julgar fatos determinados, praticadosanteriormente sua existncia, como ocorreu com o Tribunal de Nuremberg, na Alemanha, criado para julgar os crimes cometidos pelos nazistas durante a SegundaGuerra Mundial, e, mais recentemente, com os tribunais de exceo na ex-Iugoslvia e em Ruanda.

    A ttulo de ilustrao, vlido lembrar que o Tribunal Penal Internacional consistiu na tentativa de acabar com os tribunais de exceo pelo mundo,buscando concentrar o julgamento de determinados crimes basicamente quando o pas envolvido no desenvolve o regular processo para sua apurao.

    Cumpre lembrar, ainda, que o Supremo Tribunal Federal tem adotado, em suas decises, o princpio do promotor natural, que segue o mesmo raciocniodo juiz natural, isto , pelas regras de atribuio de funes, o membro do Ministrio Pblico j deve ser previamente conhecido e no ser designado para um fatoespecfico, aps sua ocorrncia.

    As decises judiciais precisam sempre ser motivadas para garantir as partes contra o arbtrio do julgador, que deve, assim, expor os motivos pelos quais decidiu detal forma, ou seja, por que decidiu em determinado sentido.

    Tal princpio encontra grande exceo em nosso sistema processual no que diz respeito deciso proferida pelos jurados, integrantes do Conselho de Sentena,no Tribunal do Jri. Os jurados decidem por ntima convico, sendo impedidos de manifestar as razes que os levaram a adotar um ou outro caminho na decisoda causa.

    Princpio que determina que os atos judiciais devem ser pblicos, afastando, via de regra, o sigilo, que caracteriza os procedimentos inquisitivos. Tal princpio verdadeiro instrumento de controle social, pois com a publicidade dos atos a sociedade se garante contra eventual arbtrio do julgador.

    A regra que a publicidade seja ampla, porm comporta excees. Ela ser restrita nos casos em que a defesa da intimidade e o interesse social exigirem.Neste caso, a publicidade dar-se- somente em relao s partes e aos seus procuradores ou somente em relao a estes.

    Presente na Conveno Americana sobre Direitos Humanos, foi adotado explicitamente pela Constituio da Repblica, aps a edio da Emenda Constitucional n.45/2004. Estabelece que o Estado deve garantir a celeridade necessria para que o processo termine em prazo razovel, ou seja, no tempo adequado para atingira sua finalidade, sem constrangimentos inteis.

    Especial ateno deve ser dada ao processo em que o ru esteja preso cautelarmente, evitando que perdure por longo tempo, pois, neste caso, alm do naturalconstrangimento por responder a processo criminal por longo perodo, a liberdade cerceada pode trazer srias consequncias para o indivduo, mormente se vier aser absolvido.

  • Antes presente no processo penal apenas a ttulo de exceo no julgamento pelo Conselho de Sentena, no Jri , o princpio da identidade fsica do juiz surgecomo regra atravs da nova redao dada ao art. 399 e pargrafos, do Cdigo de Processo Penal, pela Lei n. 11.719/2008. Estabelece que o magistrado quepresidiu a instruo criminal quem deve julgar o processo, ou seja, o juiz que tomou contato com a produo da prova quem vai decidir a causa.

    1. (OAB/NE 2005/1) S a defesa possui certos recursos e s defesa cabe requerer ao rescisria penal reviso criminal. Essa frase indica oprincpio

    2. (OAB/RJ 2005 adaptada) Mrio foi denunciado perante a 45 Vara Criminal do Rio de Janeiro. A pea foi recebida pelo Juiz titular, querealizou o interrogatrio do ru, presidindo a fase instrutria do processo. Encerrada a instruo do feito, foi prolatada sentena condenatria pelojuiz substituto daquela Vara. De acordo com a lei processual penal, assinale a opo correta:

    3. (OAB/MG 2005/3) Os atos do processo abaixo relacionam-se com a garantia da ampla defesa, exceto:

    4. (OAB/SP 131) Aponte a alternativa que no corresponde norma da Constituio Federal:

    5. (OAB/RS 01/2006) Os princpios constitucionais, no que se refere matria penal e processual penal, tm por objetivo:

    6. (OAB/DF 2005.03) O princpio da busca da verdade real, que rege a ao penal, permite ao Juiz do processo:

    7. (OAB/SP 110) A recusa do acusado em se manifestar quando de seu interrogatrio judicial pode ser recebida pelo juiz como prova capaz degerar o reconhecimento do crime a ele imputado ou:

    8. (OAB/SP 124 adaptada) O juiz indefere pedido do advogado de defesa para realizao de percia, aps o trmino da instruo. Aponte, entreas alternativas, a que representa proceder do advogado admitido pela legislao:

    9. (CESPE 2007.1) Com relao ao processo penal, assinale a opo incorreta:

  • 10. (OAB/Unificado 2008.1) Acerca do princpio da inocncia, assinale a opo correta.

    C A A C B A B A D A

  • 3Inqurito policial o procedimento administrativo, de carter investigatrio, que tem por fim a colheita de elementos para subsidiar a propositura da ao penal.Extrai-se desse conceito que o inqurito policial no processo, e sim procedimento administrativo informativo, que visa dar elementos para a propositura da

    ao penal ao seu titular. Por esse motivo no incidem as garantias aplicadas ao processo penal, tais como ampla defesa e contraditrio. Pode-se falar, dessaforma, que no h acusao no inqurito policial, h apenas investigao conduzida pelo rgo especializado para tal fim, tendo em vista a apurao de umainfrao penal e sua autoria.

    Como o inqurito policial mero procedimento informativo, eventuais vcios em sua elaborao no acarretam nulidade ao penal que vier a ser instauradacom base nele. Tais vcios podem macular o prprio ato, trazendo eventualmente alguma consequncia como ter por invlido o reconhecimento de pessoarealizado fora dos ditames legais ou o interrogatrio de indiciado sem observncia de suas garantias , mas no invalidam o todo, muito menos a ao penal.

    Pela mesma razo, o valor probatrio do inqurito policial relativo, ou seja, no possvel amparar condenao em provas colhidas exclusivamente noinqurito policial e no repetidas em juzo, pois, se tal fosse admitido, haveria violao ao princpio do contraditrio, que s existe na fase judicial da persecuo. Attulo de ilustrao, se uma confisso colhida em sede de inqurito, mas no repetida em juzo, nem amparada por outros elementos de prova, ela no autorizaeventual condenao, pois realizada longe do crivo do contraditrio, essencial para o desenvolvimento vlido e regular do processo penal.

    evidente que determinadas provas, como as percias, via de regra, no apresentam a necessidade de serem refeitas na fase judicial, uma vez que so realizadaspor rgos oficiais, tendo algumas delas, inclusive, momento oportuno para serem produzidas, sob pena de perecimento do objeto de anlise. Alm disso, pode apercia da fase policial ser impugnada na fase processual, caso o acusado queira apontar alguma irregularidade, possibilitando sua discusso sob a luz docontraditrio.

    Para melhor compreenso da essncia do inqurito policial, faz-se necessria a anlise de suas principais caractersticas. So elas:

    O inqurito policial, como pea informativa, importante para o recolhimento de elementos que elucidem o crime, para a apurao do delito, mas isso no significadizer que indispensvel. Caso o titular da ao penal j conte com elementos suficientes para formar sua opinio delicti, pode dispensar a instaurao deinqurito e utilizar-se dos mencionados elementos para amparar a denncia ou a queixa, consoante os arts. 12; 27; 39, 5; e 46, 1, todos do Cdigo deProcesso Penal. H crimes em que a prova acusatria essencialmente documental, de modo que, de posse desses elementos, tem-se o fumus boni iurisnecessrio para a propositura da ao competente, sendo de todo dispensvel a pea investigatria. o que acontece, em muitos casos, nos crimes de apropriaoindbita previdenciria (art. 168-A do CP), em que o prprio sistema informatizado do rgo previdencirio fornece os dados a respeito de eventual norecolhimento da contribuio previdenciria retida pelo empregador e no repassada Previdncia, nos termos da lei.

    Como o inqurito policial destinado colheita de elementos para amparar a propositura de ao penal, no se pode conceb-lo sob a forma oral. Nos termos doCdigo, as peas devem ser, portanto, escritas de prprio punho ou datilografadas, impondo-se, neste caso, a rubrica da autoridade. O dispositivo deve serinterpretado extensivamente para ler tambm digitadas as peas, tendo em vista a informatizao crescente dos rgos policiais.

    Nos termos do art. 20 do Cdigo de Processo Penal, a autoridade assegurar o sigilo necessrio apurao dos fatos ou exigido pelo interesse da sociedade.Natural que seja o inqurito policial sigiloso, pois a publicidade, quando se trata de investigao, pode ser prejudicial ao seu desenvolvimento, mormente quando sealerta para os prximos passos que ela seguir.

    O dispositivo, contudo, no se aplica ao juiz, j que ele quem, como autoridade judiciria, em ltima anlise, vai verificar a legalidade dos atos investigatrios.Tambm no se aplica aos membros do Ministrio Pblico, uma vez que esse rgo o titular da ao penal pblica a regra em nosso sistema , constituindo-se,portanto, no destinatrio das investigaes policiais, alm de exercer o controle externo da atividade policial. Tem-se entendido que tal controle compreende a

  • possibilidade de o rgo ministerial acompanhar a produo da prova, acessar documentos colhidos na investigao, requisitar diretamente diligncias autoridadepolicial, entre outras medidas.

    E quanto ao advogado? Est ele submetido regra de sigilo ou no? A Lei n. 8.906/94, que dispe sobre o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil,estabelece, em seu art. 7, XIV, que direito do advogado examinar em qualquer repartio policial, mesmo sem procurao, autos de flagrante e de inqurito,findos ou em andamento, ainda que conclusos autoridade, podendo copiar peas e tomar apontamentos. Portanto, o advogado no se sujeita regra do sigilo,mesmo que no esteja na posse de procurao outorgada pelo cliente. Trata-se de prerrogativa do advogado, mas no s. tambm forma de garantir a ampladefesa constitucional do indivduo, que tem o direito de tomar conhecimento do que colhido a seu respeito. Caso o direito de acesso aos autos pelo advogadoseja obstado, poder ele impetrar mandado de segurana, uma vez que se trata de direito lquido e certo. Se invocar a ampla defesa do investigado, caber, ento,habeas corpus em seu favor. No bastasse o direito estampado na Lei, foi editada tambm no Supremo Tribunal Federal a Smula Vinculante n. 14, porproposta do Conselho Federal da OAB, com o seguinte teor: direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que,j documentados em procedimento investigatrio realizado por rgo com competncia de polcia judiciria, digam respeito ao exerccio do direito de defesa.Assim, percebe-se que possvel guardar sigilo de alguma medida que esteja em andamento ou prestes a acontecer no curso do inqurito, tendo em vista o bomandamento das investigaes. Porm, ao que j foi produzido, documentado, nos autos da pea informativa, o acesso pelo advogado do investigado, como bempondera o STF, deve ser amplo.

    Uma vez instaurado o inqurito policial, a autoridade policial no poder arquiv-lo. Isso quer dizer que, mesmo que nada seja apurado de consistente, no cabe aodelegado de polcia promover o arquivamento da pea; deve ele encerr-lo formalmente, nos termos da lei. Assim, encerradas as investigaes, frutferas ouinfrutferas, deve a autoridade policial promover o encaminhamento dos autos ao juiz competente, que abrir vista ao titular da ao penal para promov-la ou no,de acordo com o que foi apurado. atribuio do titular requerer o arquivamento e do juiz determin-lo.

    O inqurito policial tem natureza inquisitiva. Isso quer dizer que o procedimento se concentra nas mos de uma s autoridade, isto , toda a ao e a determinaode atos partem de um nico rgo, no havendo separao em rgos distintos. Lembre-se de que, em relao ao processo, vigora entre ns o sistemaacusatrio, no qual h a separao de funes entre rgos diversos: um julga, outro acusa e um terceiro defende o ru. Tal no ocorre no inqurito, o qual,como visto, no est sujeito s regras processuais. A forma inquisitorial, contudo, no traduz a ideia de que a autoridade policial possa agir arbitrariamente; hapenas concentrao de atos em um nico rgo. Sua conduta frente da investigao deve se pautar pela absoluta legalidade. Nos termos do art. 4 do Cdigode Processo Penal, e do art. 144, 4, da Constituio Federal, nos Estados da Federao, compete Polcia Civil, chefiada por delegados de carreira, aapurao das infraes penais e de sua autoria. No mbito federal, tal incumbncia da Polcia Federal (art. 144, 1, da CF).

    Reiterando o que j dissemos anteriormente, no h que falar em acusao no inqurito policial. Prova disso o dispositivo de que no se poder alegarsuspeio da autoridade policial art. 107 do Cdigo de Processo Penal , mas nem por isso, repita-se, o delegado de polcia est desobrigado a pautar-se pelaestrita legalidade na conduo das investigaes.

    A despeito de no haver contraditrio, o ofendido e o indiciado podem requerer diligncias (art. 14 do CPP), que, por sua vez, podem ser indeferidas pelaautoridade policial, salvo o exame de corpo de delito (art. 184 do CPP).

    Dispe o art. 21 do Cdigo de Processo Penal que a incomunicabilidade do indiciado depender sempre de despacho nos autos e somente ser permitida quandoo interesse da sociedade ou convenincia da investigao o exigir. Estamos diante da hiptese, ento, de impedir o contato do indiciado preso com outras pessoas,tendo em vista o interesse social e da investigao, o que s pode ocorrer mediante despacho da autoridade judiciria, pelo prazo mximo de trs dias, garantindo-se a entrevista com seu advogado, nos termos do art. 7, III, da Lei n. 8.906/94.

    A maior parte da doutrina considera que o dispositivo em foco no foi recepcionado pela Constituio da Repblica, uma vez que, em seu art. 136, 3, IV, aCarta veda a incomunicabilidade do preso durante o estado de defesa. Argumentam os doutrinadores que, se em um estado excepcional de restrio s liberdadesindividuais, como o estado de defesa, no se admite tornar algum incomunicvel, com menos razo poderia se admitir durante uma investigao comum, no cursode um inqurito policial.

    H quem sustente, contudo, a vigncia do instituto, como o caso de Damsio E. de Jesus: Em primeiro lugar, a proibio diz respeito ao perodo em queocorrer a decretao do estado de defesa (art. 136, caput, da CF), aplicvel priso por crime contra o Estado ( 3, I), infrao de natureza poltica. Emsegundo lugar, o legislador constituinte, se quisesse elevar tal proibio categoria de princpio geral, certamente a teria inserido no art. 5, ao lado de outrosmandamentos que procuram resguardar os direitos do preso.

    O art. 15 do Cdigo de Processo Penal estabelece a necessidade de um curador acompanhar o indiciado menor nos atos do inqurito policial. Acompanhamos oentendimento amplamente majoritrio da doutrina, no sentido de que tal regra encontra-se revogada pela entrada em vigor do novo Cdigo Civil (Lei n.10.406/2002), que fixou que a menoridade cessa aos 18 anos completos, quando a pessoa fica habilitada prtica de todos os atos da vida civil. A necessidadede nomear o curador ao indiciado dito menor fazia sentido sob a gide do revogado Cdigo, quando se concebia a maioridade aos 21 anos. Assim, o indiciadoque estivesse na idade compreendida entre 18 e 21 anos era considerado, pela lei civil, relativamente incapaz, devendo ser assistido nos atos da vida civil. Essaexigncia no existe mais, logo, o indiciado pode comparecer aos atos do inqurito sem assistncia.

    Refora essa linha de pensamento a revogao expressa do art. 194 do Cdigo de Processo Penal pela Lei n. 10.792/2003, que fez desaparecer dointerrogatrio judicial a figura do curador do ru menor.

    Trata-se do conhecimento, espontneo ou provocado, pela autoridade policial, de fato aparentemente criminoso (MIRABETE, 2006, p. 64). o que as pessoas,

  • popularmente, conhecem como queixa. A doutrina classifica-a em: de cognio direta ou imediata: aquela em que a autoridade policial toma conhecimento do fato criminoso por meio do exerccio de suas funes, por

    exemplo, a descoberta de um cadver. Nela se insere a denncia annima, tambm denominada apcrifa ou notitia criminis inqualificada; de cognio indireta ou mediata: a autoridade policial toma conhecimento por intermdio de algum ato jurdico, como comunicao de terceiro (art. 5,

    3, do CPP delatio criminis), requisio do juiz ou do Ministrio Pblico (art. 5, II, do CPP), requisio do ministro da justia, representao do ofendido(art. 5, 4, do CPP);

    de cognio coercitiva: ocorre nos casos de priso em flagrante (art. 8 do CPP).

    O Cdigo de Processo Penal no estabelece um rito para a formalizao do inqurito policial como faz para o processo, estabelecendo a ordem exata em que osatos devam ser praticados. Contudo, h previso de como deve dar-se o incio, quais providncias devem ser tomadas pela autoridade policial no seu curso ecomo se d o encerramento. Comecemos com as formas pelas quais pode ser iniciada a pea investigativa:

    De ofcio (art. 5, I, do CPP).O inqurito policial, neste caso, instaurado por ato da autoridade, sem que tenha havido pedido de qualquer pessoa. Deve fazer isso quando tomarconhecimento da prtica de alguma infrao penal, seja no desenvolver de suas atividades, seja por meio da comunicao de algum. O ato pelo qual o delegadode polcia instaura o inqurito policial chamado de portaria.

    Por requisio do juiz ou do Ministrio Pblico (art. 5, II, do CPP).Apesar de no existir hierarquia funcional entre as carreiras, ou seja, o delegado de polcia no subordinado nem ao magistrado nem ao membro do MinistrioPblico, ele no pode eximir-se de instaurar a pea quando houver requisio destes. A requisio equivale, assim, verdadeira ordem, determinao, porfora legal, no por relao de superioridade hierrquica.

    Por requerimento do ofendido (art. 5, II, do CPP). a possibilidade que a vtima tem de solicitar formalmente, da autoridade, a instaurao do inqurito policial. Em crime de ao pblica, normalmente ele instaurado de ofcio, mas, se no for, pode a vtima requerer. J em caso de ao privada, a regra s iniciar o inqurito se houver requerimento nesse sentido,pois se trata de ao que fica disposio da vontade da prpria vtima.O requerimento no tem a fora da requisio; portanto, de acordo com seu critrio, poder o delegado de polcia indeferir o pedido, cabendo, neste caso,recurso ao chefe de polcia, cargo cujo correspondente hoje na doutrina no pacfica: delegado-geral de polcia, para uns, e secretrio de segurana pblica,para outros.

    Por representao do ofendido (art. 5, 4, do CPP) ou requisio do ministro da justia.Quando se tratar de crime que se apura mediante ao penal condicionada, seja representao do ofendido, seja requisio do ministro da justia, somentecom o seu oferecimento que ter incio a pea informativa.

    Pelo auto de priso em flagrante (art. 8 do CPP). a chamada instaurao compulsria. Quando algum preso em flagrante, lavrado o auto respectivo, considera-se instaurado o inqurito policial. Nempoderia ser diferente, pois, se h indcios a ensejar a priso de algum, com mais razo h indicativos de crime a ser apurado.

    Iniciado o inqurito, determina o Cdigo de Processo Penal que o delegado de polcia proceda a determinadas providncias para apurao da infrao penal. Taismedidas, como dito anteriormente, no constituem um procedimento ou rito a ser seguido, pois no h verdadeiramente uma ordem para a realizao dasdiligncias, apenas uma indicao do que deve constar na pea informativa. Para apurao da infrao penal, deve a autoridade policial:

    Dirigir-se ao local dos fatos, providenciando para que no se alterem o estado e a conservao das coisas at a chegada dos peritos criminais. a chamada preservao do local do crime. Determina-se tal preservao para que no haja interferncia de ningum, de modo a prejudicar a percia.Apreender os objetos que tiverem relao com o fato, depois de liberados pelos peritos criminais.Tais objetos devem acompanhar o inqurito policial enquanto interessarem percia (art. 11 do CPP).

    Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstncias. a autorizao do legislador para a produo de qualquer prova lcita, a fim de apurar o delito, como requisitar documentos e ouvir tantas testemunhas quantassejam necessrias para a investigao. Alm disso, incumbe autoridade policial proceder ao reconhecimento de pessoas e coisas, realizar acareaes edeterminar, se for o caso, que se realize o exame de corpo de delito e quaisquer outras percias (art. 6, VI e VII).

    Ouvir o ofendido.A vtima pode ser a pessoa que mais tenha informaes a prestar a respeito do crime, dependendo da modalidade de infrao, por isso o Cdigo preocupa-seem determinar sua oitiva.

    Proceder reproduo simulada dos fatos (art. 7 do CPP). a chamada reconstituio do crime e tem lugar quando no contraria a moralidade e a ordem pblica.

    Ouvir o indiciado.O interrogatrio do indiciado deve ser realizado nos mesmos moldes do interrogatrio judicial, no que for aplicvel. Por no se tratar de processo, no hnecessidade de observar certas regras que dizem respeito ao contraditrio, como a possibilidade de as partes dirigirem perguntas ao indiciado, mas seus direitosconstitucionais devem ser garantidos, como o direito presena de advogado de sua confiana e o direito ao silncio (art. 5, LXIII, da CF).

    Identificar o indiciado pelo processo datiloscpico, se possvel, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes.Como se nota, a orientao do legislador no sentido de proceder chamada identificao criminal, isto , identificao pelo mtodo datiloscpico, emque so colhidas as impresses digitais do indiciado para confronto com aquelas constantes da base de dados do Instituto de Identificao. Com o advento danova Constituio da Repblica, a regra passou a ser a da identificao civil, ressalvadas as hipteses da lei (CF, art. 5, LVIII). Para regulamentar omandamento constitucional foi editada a Lei n. 12.037/2009, revogando a Lei n. 10.054/2000, que permite a identificao criminal do agente, ainda queidentificado civilmente, quando (art. 3):I o documento apresentar rasura ou tiver indcio de falsificao;II o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;III o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informaes conflitantes entre si;IV a identificao criminal for essencial s investigaes policiais, segundo despacho da autoridade judiciria competente, que decidir de ofcio ou mediante

  • representao da autoridade policial, do Ministrio Pblico ou da defesa;V constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificaes;VI o estado de conservao ou a distncia temporal ou da localidade da expedio do documento apresentado impossibilitar a completa identificao doscaracteres essenciais.Tais medidas so necessrias para impedir que um inocente tenha seu nome indevidamente envolvido em uma prtica delitiva, principalmente quando seusdocumentos foram subtrados ou extraviados. Acrescente-se que, nos termos da lei regulamentadora, a identificao criminal incluir o processo datiloscpico e ofotogrfico, que sero juntados aos autos de investigao ou ao auto de priso em flagrante (art. 5). No caso de no oferecimento da denncia, de sua rejeioou de absolvio, facultado ao indiciado ou ru, aps o arquivamento definitivo do inqurito policial ou do trnsito em julgado da sentena, requerer a retiradada identificao fotogrfica do inqurito ou do processo, desde que apresente provas de sua identificao civil (art. 7).

    Averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condio econmica, sua atitude e estado denimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contriburem para a apreciao de seu carter.A ideia contida na determinao a de tentar verificar a personalidade do indiciado e sua conduta social e familiar, a fim de que possa trazer elementos quefuturamente sirvam de apoio para seu julgamento no processo, bem como a eventual aplicao da pena, em caso de condenao.Importante esclarecer que o Cdigo no dispe expressamente a respeito do ato do indiciamento. Extrai-se a imposio de tal providncia da utilizao dapalavra indiciado pelo legislador e fundamentalmente da necessidade de ouvir e identificar o provvel autor do delito.Dessa forma, pode-se dizer que indiciamento a imputao da prtica de uma infrao penal a algum, havendo indcios de sua autoria. Em outras palavras, a declarao de que o sujeito o real suspeito de ser o autor de determinada conduta ilcita. No basta haver meros indcios, e sim indcios razoveis, suficientes,de que o indivduo o autor da infrao penal.So consequncias do indiciamento:

    a anotao dos dados do inqurito na folha de antecedentes; o interrogatrio do indiciado; a identificao do indiciado.

    Aponte-se, no que diz respeito s providncias no curso do inqurito policial, que, no caso de crime que envolva violncia contra a mulher, a autoridadepolicial dever remeter ao juiz competente, no prazo de 48 horas, expediente contendo pedido da ofendida, para a concesso de medidas protetivas de urgncia,consoante o art. 12, III, da Lei n. 11.340/2006.

    Deve-se anotar, ainda, que a Lei n. 9.034/95 (Lei do Crime Organizado) prev a infiltrao de agentes policiais e de inteligncia em organizaes criminosas,mediante autorizao judicial. Dispositivo semelhante h na Lei n. 11.343/2006, mais precisamente no art. 53, II, que prev a infiltrao de agentes policiais emtarefas de investigao, tambm mediante autorizao judicial.

    O inqurito policial encerra-se com o relatrio da autoridade policial. Nele, o delegado deve descrever as providncias adotadas durante o curso doprocedimento, declarando formalmente o fim da fase investigatria. Leve-se em conta que o delegado de polcia no deve manifestar-se a respeito do mrito dasprovas colhidas; nenhuma opinio a respeito do fato deve ser expressa por ele. A Lei n. 11.343/2006 (Lei de Drogas) criou uma exigncia a mais para o relatriodo inqurito policial nos crimes a ela relativos: dever ele conter justificativa do delegado de polcia a respeito dos motivos que o levaram capitulao do crime.

    Relatado, o inqurito policial enviado ao Juzo competente. Se for caso de ao penal pblica, o magistrado abrir vista ao Ministrio Pblico, que pode: oferecer denncia (no prazo de cinco dias, se o indiciado estiver preso, e de 15 dias, se o indiciado estiver solto); requerer o retorno dos autos de inqurito delegacia para novas diligncias (art. 16 do CPP); requerer o arquivamento.

    No caso de o Ministrio Pblico requerer o arquivamento e o juiz determin-lo, o art. 18 do Cdigo estabelece que, se tiver notcias de novas provas, aautoridade policial poder retomar as investigaes. A retomada do inqurito, frise-se, s tem lugar no surgimento de novas provas. o que estabelece a Smula524 do STF: Arquivado o inqurito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de justia, no pode a ao penal ser iniciada sem novas provas.O despacho de arquivamento irrecorrvel, salvo nos crimes contra a economia popular, em que cabe recurso de ofcio (art. 7 da Lei n. 1.521/51).

    Caso o Ministrio Pblico requeira o arquivamento e o juiz no concorde, determina o art. 28 do Cdigo que este dever enviar os autos ao procurador-geralde justia, que por sua vez:

    oferecer denncia, ele prprio; designar outro promotor para oferecer a denncia, caso em que este est obrigado a faz-lo; insistir no arquivamento, caso em que o juiz est obrigado a aceit-lo.

    Na esfera federal, caso ocorra a hiptese de o juiz no concordar com o pedido de arquivamento formulado pelo procurador da repblica, os autos seroremetido Cmara de Coordenao e Reviso do Ministrio Pblico Federal (art. 62, IV, da Lei Complementar n. 75/93).

    Caso se trate de inqurito que verse sobre crime de ao penal privada, a soluo ser diversa, conforme preceitua o art. 19 do Cdigo de Processo Penal.Encerrado o inqurito policial, ele encaminhado ao Juzo competente, onde aguardar provocao do ofendido, ou ser entregue diretamente ao ofendido,mediante seu requerimento e por traslado.

    Se o indiciado estiver em liberdade, o prazo para concluso do inqurito policial ser de 30 dias. Se o caso for de difcil elucidao, poder ser prorrogado,sempre que no estiver concludo dentro do prazo. Antes de conceder o prazo, o juiz deve ouvir o Ministrio Pblico.

    Se o indiciado estiver preso, o prazo para a concluso do inqurito ser de dez dias. Em regra, esse prazo improrrogvel, mas, na maioria das vezes, acabasendo superado, em virtude das diligncias indispensveis formao do inqurito policial. Neste caso, a pea deve ser remetida antes do prazo estabelecido e asdiligncias faltantes conduzidas parte, para posteriormente serem anexadas aos autos.

    Na Justia Federal, o prazo para concluso de 15 dias para ru preso, podendo ser prorrogado por igual perodo, conforme disposto no art. 66 da Lei n.5.010/66.

    A legislao especial traz, ainda, alguns prazos diversos dos previstos no Cdigo de Processo: Lei n. 11.343/2006 (Lei de Drogas): 90 dias para indiciado solto e 30 dias para indiciado preso, podendo ser duplicados a pedido da autoridade policial,

    ouvido o Ministrio Pblico; Lei n. 1.521/51 (Crimes contra a Economia Popular): dez dias para indiciado solto ou preso.

  • 1. (OAB/RS 2005/1) Sobre investigao policial e garantias constitucionais do investigado, assinale a assertiva correta:

    2. (OAB/NE 2005/2) Uma das funes do inqurito policial a de ser instrumento da denncia ou da queixa. Com base nessa afirmao e nostermos do Cdigo de Processo Penal, com relao ao trmino do inqurito policial, correto afirmar que:

    3. (OAB/SP 120) Nos crimes de ao penal privada, os autos do inqurito policial j relatados:

    4. (OAB/SP 124) O arquivamento do inqurito policial:

    5. (OAB/SP 132) A deciso judicial que determina o trancamento de um inqurito policial admite, por parte do defensor da vtima:

    6. (OAB/SP 132) Nos autos de um inqurito policial que apura crime tributrio, foi decretada judicialmente a quebra de sigilo bancrio doinvestigado. Seu advogado, constitudo regularmente, requer vista dos autos na Delegacia de Polcia, o que lhe negado. O Delegado argumenta queo inqurito agora corre em sigilo, pois foram juntados extratos e outros documentos bancrios. O advogado:

    7. (OAB/MG 2007) inconstitucional o dispositivo do Cdigo de Processo Penal que prev:

    8. (OAB/SP 113) Aps a colheita de provas pelo delegado de polcia, ao findar o inqurito policial, elaborado relatrio de tudo que tiver sidoapurado durante este procedimento. Na hiptese de a autoridade policial concluir pela inocncia do ru, dever ela:

    9. (OAB/DF 2005.02) Se o Ministrio Pblico requerer o arquivamento do inqurito policial, consequentemente:

    10. (OAB/Unificado 2007.1) Acerca do inqurito policial (IP), assinale a opo correta.

    11. (OAB/SP 109) Ao findar o inqurito policial, o delegado de polcia, em seu relatrio, imputa, ao ru Marcelo, o crime de furto qualificado pela

  • fraude, mas o promotor de justia o denuncia por estelionato. Nesta hiptese, deve o magistrado devolver os autos ao Distrito Policial para alteraodo relatrio final?

    12. (OAB/SP 116) Delegado de polcia, aps realizar todas as diligncias necessrias para a apurao de crime de estelionato, conclui noexistirem provas para determinar a autoria do fato delituoso. Diante desta premissa, qual das alternativas seguintes revela-se verdadeira?

    13. (OAB/Unificado 2008.3) Com base no CPP, assinale a opo correta acerca do inqurito policial.

    14. (OAB/Unificado 2009.1) Em relao ao inqurito policial, assinale a opo incorreta:

    15. (OAB IV Exame Unificado) Acerca das disposies contidas na Lei Processual sobre o Inqurito Policial, assinale a alternativa correta.

    D C C A D A C B D D A A A C C

  • 4Quando surge, para o Estado, a possibilidade de exercer o poder punitivo, tal poder no pode ser exercido sem que haja comprovao dos fatos e sem adeclarao judicial autorizando a punio, ou seja, julgando procedente a pretenso estatal. Para isso, exige-se a propositura de uma ao, pois, como sabido,vigora, em nosso Direito, a inrcia da jurisdio: ela no pode atuar por si s; exige ser provocada para se fazer atuar.

    Podemos, ento, conceituar ao como o poder de movimentar o aparelho jurisdicional estatal, a fim de satisfazer uma pretenso . Aopenal, por sua vez, o direito por meio do qual o seu titular pleiteia a condenao daquele a quem se imputa a prtica de determinada infrao penal(FERNANDES, 2007, p. 193).

    Para o perfeito exerccio do direito de provocar o rgo jurisdicional, conforme exposto anteriormente, faz-se necessria a observncia de determinadas condies,denominadas pela doutrina condies da ao. So elas:

    Possibilidade jurdica do pedido.Consiste na verificao, de plano, da correspondncia entre a pretenso do titular e a norma prevista no ordenamento legal. Em outras palavras, deve-seobservar se o fato que se imputa ao agente descrito como infrao penal, como fato tpico e antijurdico, de modo que seja possvel, ao menos em tese,vislumbrar a condenao de algum pela sua ocorrncia.

    Interesse de agir.Nos dizeres de Rogrio Lauria Tucci (2003, p. 93), o interesse de agir, que , sem dvida alguma, o interesse processual, tem lugar quando o autor precisada concesso daquilo que pleiteia, para reconhecimento ou satisfao de seu interesse material; isto , quando se torna necessria sua atuao perante o rgojurisdicional, a fim de conseguir o bem jurdico por ele almejado.

    Legitimidade para a causa.Diz respeito ocupao dos polos ativo e passivo da ao pelo seu legtimo titular, isto , de acordo com a modalidade de ao penal, o Ministrio Pblico ou oofendido parte legtima para prop-la; j no polo contrrio, deve figurar aquele a quem se imputa a prtica do delito.

    No Direito brasileiro, segue-se o critrio subjetivo para classificao das aes penais, levando em conta seu titular, ou seja, estipulam-se modalidades em razo dequem a parte legtima para exercer o direito de ao. Diante de tal critrio, podemos distinguir duas qualidades de ao penal: a pblica, de titularidade doMinistrio Pblico, e a privada, de titularidade do ofendido ou de seu representante legal. Ambas vo comportar ainda a subdiviso em espcies: aquela pode serincondicionada ou condicionada representao do ofendido ou requisio do ministro da justia; esta pode ser propriamente dita (ou exclusiva), personalssimaou subsidiria da pblica.

    Podemos visualiz-las no seguinte quadro:

    AO PENALPblica: incondicionadacondicionada: representao do ofendido

    requisio do ministro da justiaPrivada: propriamente dita (ou exclusiva)

    personalssimasubsidiria da pblica

    a regra em nosso Direito. de titularidade exclusiva do Ministrio Pblico por fora de dispositivo constitucional (art. 129, I, da CF). proposta sempre por

  • meio de denncia.Alm dos princpios processuais penais gerais, que informam toda e qualquer ao penal, conforme visto anteriormente, alguns princpios so especficos da

    ao penal pblica. Dentre eles, os mais importantes so: Obrigatoriedade (ou legalidade).

    Segundo o princpio da obrigatoriedade, se presentes os requisitos legais para a propositura da ao, o membro do Ministrio Pblico deve denunciar, nopodendo deixar de faz-lo por critrios pessoais. Em outras palavras, o Ministrio Pblico no tem poder discricionrio; uma vez presentes as condies para oincio da ao, est obrigado a oferecer denncia.A regra estabelecida pelo princpio em foco foi abrandada pela criao, em nosso ordenamento, do instituto da transao penal, prevista no art. 76 da Lei n.9.099/95. Consiste ela em verdadeiro acordo entre o Ministrio Pblico e o autor do fato, aplicvel aos crimes de menor potencial ofensivo (contravenespenais e crimes cuja pena mxima no seja superior a dois anos, cumulada ou no com multa art. 61 da Lei n. 9.099/95), em que o rgo ministerial podedeixar de oferecer denncia se aquele aceitar a imposio imediata de pena no privativa de liberdade (mais detalhes no Captulo sobre ritos RitoSumarssimo). Portanto, aqui no vigora o princpio puro da obrigatoriedade, e sim o que se denomina princpio da discricionariedade regrada.

    Indisponibilidade.Se verificados os requisitos para a propositura da ao e oferecida a denncia, o Ministrio Pblico no poder mais desistir da ao penal, nos termos do art.42 do Cdigo de Processo Penal. Ao contrrio de outros ramos processuais, nos quais, fundamentalmente, bens disponveis esto em jogo e a desistncia daao fica a critrio da parte, isso no acontece no processo penal. Note-se que tal regra no impede que o membro do Ministrio Pblico, no final da ao, peaa absolvio do ru. So momentos distintos. No incio, verifica-se a existncia de elementos para a instaurao da ao, que se destina apurao daverdade real. Se, no final, o parquet se convencer de que o ru inocente, poder pedir a absolvio, sem que isso implique desistncia.Exceo ao princpio em referncia a regra disposta no art. 89 da Lei n. 9.099/95, que traz a suspenso condicional do processo. Nela, o MinistrioPblico, aps oferecer a denncia e tendo verificado o preenchimento dos requisitos legais (acusado que no esteja sendo processado; no tenhasido condenado por outro crime e presena dos requisitos do art. 77 do CP ), prope a suspenso do processo por um perodo de dois a quatroanos, mediante a imposio de certas condies a serem cumpridas pelo acusado.

    Oficialidade.Significa que a ao penal pblica deve ser promovida pelo Estado, atravs de rgo oficial, que o Ministrio Pblico.

    aquela em que o Ministrio Pblico no se sujeita a qualquer condio especfica para o exerccio de seu direito de ao, alm das condies gerais da aopenal, ou seja, presentes os elementos para a propositura da ao, ele est livre para agir. Como j dissemos, a ao penal pblica a regra em nosso sistemaprocessual, e, dentro dessa modalidade de ao, por sua vez, a regra ser ela incondicionada.

    Dessa forma, se a lei silenciar sobre a modalidade a que se procede em determinada infrao, ela incondicionada; se, por outro lado, for ela condicionada ouprivada, a lei de direito material vai dizer expressamente. Alerte-se para o fato de que nem sempre a disposio a respeito da espcie de ao penal, aplicvel infrao, vem exposta no prprio artigo que tipifica a conduta, o que pode levar falsa impresso de que ali se procede mediante ao penal pblicaincondicionada. o caso, por exemplo, dos crimes contra a honra, elencados no Cdigo Penal nos arts. 138, 139 e 140. Em nenhum desses dispositivos hmeno sobre a modalidade de ao, que vem especificada no art. 145, que encerra o Captulo respectivo.

    aquela cujo exerccio se subordina a uma condio especfica, qual seja, representao do ofendido ou requisio do ministro da justia. Antes da verificaodessa condio, no pode o titular do direito de ao agir. importante ressaltar que a ao penal continua sendo pblica, exclusiva do Ministrio Pblico; apenaso seu exerccio depende da ocorrncia de uma das condies previstas na norma processual. Os casos em que se exige representao ou requisio, como j dito,esto sempre expressos na lei.4.3.1.2.1 Condicionada representaoO fundamento da existncia de tal modalidade de ao em nosso sistema ampara-se na ideia de que determinadas infraes atingem, de alguma forma, a esfera deintimidade da vtima, de modo que ela pode preferir que no exista processo em relao quela conduta. Representao , assim, a manifestao de vontade doofendido ou de seu representante legal, no sentido de ser instaurada a ao penal. Exemplos de crimes que exigem representao no Cdigo Penal: art. 129, caput(este por fora do art. 88 da Lei n. 9.099/95); art. 130; art. 147, e, em regra, os crimes contra a liberdade sexual arts. 213, 215 e 216-A (por fora da Lei n.12.015/2009).

    A natureza jurdica da representao de condio de procedibilidade, ou seja, condio para que o Ministrio Pblico possa intentar a ao penal,possa proceder ao, caso contrrio no poder agir. Ela verdadeira autorizao para que o rgo ministerial possa propor a ao penal. Note-se que arepresentao, oferecida pela vtima ou seu representante legal, no vincula o Ministrio Pblico, isto , no o obriga a oferecer denncia. O promotor ouprocurador dever analisar se esto presentes os requisitos para propor a ao. A vontade do ofendido importa apenas para autorizar o Ministrio Pblico aanalisar as condies da ao.

    O prazo para oferecimento da representao de seis meses a contar da data em que o ofendido vier a saber quem o autor da infrao penal,conforme o art. 38 do Cdigo de Processo Penal. O no oferecimento da representao dentro do prazo acarreta a extino da punibilidade pela decadncia(art. 107, IV, do CP). Assim, o prazo para a representao decadencial: no oferecida no prazo, ter o ofendido decado de seu direito. Lembre-se de que setrata de prazo penal; logo, no segue as regras do prazo processual. O prazo decadencial conta-se incluindo o dia do comeo e excluindo o do final.

    Quanto forma, no se exige qualquer rigor formal; basta a inequvoca manifestao de vontade do ofendido, no sentido de ver o autor do fato processado. Oart. 39 do Cdigo de Processo Penal, porm, indica que ela deve conter todas as informaes que possam servir apurao do fato e da autoria. importanteanotar que, se o ofendido representar apenas um dos vrios autores, o Ministrio Pblico poder denunciar todos eles. Isso o que se chama de eficciaobjetiva da representao.

    A titularidade do direito de representao : do ofendido, em regra; do representante legal, se o ofendido tiver menos de 18 anos ou for doente mental; do cnjuge, ascendente, descendente ou irmos (CADI), se o ofendido for morto ou declarado ausente; de um curador especial, no caso dos interesses do ofendido e do representante colidirem ou se no houver representante. Na hiptese de nomeao de

    curador, ele no est obrigado a representar; deve avaliar o interesse do assistido.No caso de ser pessoa jurdica a que deva oferecer representao, esta deve ser feita por meio da pessoa indicada no respectivo contrato social ou por seus

  • diretores e scios-gerentes.A representao poder ser dirigida ao juiz, ao representante do Ministrio Pblico e autoridade policial, nos termos do art. 39, caput. So os

    destinatrios da representao. Se for dirigida ao juiz, ele a reduzir a termo e remeter autoridade policial para a instaurao de inqurito (art. 39, 4, doCPP). O mesmo procedimento adotar o representante do Ministrio Pblico, se a representao a ele dirigida no contiver os elementos necessrios para apropositura da ao (art. 39, 5, do CPP).

    Uma vez oferecida a representao, possvel voltar atrs, ou seja, retratar-se? Sim, desde que a retratao seja realizada antes do oferecimento da denncia,como estampado no art. 25 do Cdigo de Processo Penal. No possvel aps esse momento, pois, a partir da, o Ministrio Pblico j conta com a autorizaode que necessitava e no pode dispor da ao, como visto anteriormente. Nunca demais lembrar que se trata de ao pblica, de titularidade do MinistrioPblico.

    A Lei n. 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, d tratamento diverso representao nos crimes de violncia domstica contra a mulher. Segundoo art. 16, a renncia representao ser feita perante o juiz, ouvido o Ministrio Pblico e antes do recebimento da denncia. Por renncia representaodeve-se entender retratao, pois no faria sentido a designao de audincia unicamente para a ofendida dizer que no deseja representar contra o ofensor.Nesse sentido: No se disciplinou a hiptese de a mulher, antes do exerccio da representao, manifestar vontade de no acionar a autoridade pblica para finsde iniciar a persecuo penal. Se o art. 16 tratasse desse caso incomum, estaramos diante de um incrvel excesso de formalismo: a autoridade pblica notificando aofendida para que, perante o Juiz, em audincia especialmente designada com tal objetivo, manifestasse a vontade de no representar contra o ofensor, ouvidodepois o Ministrio Pblico (DAMSIO DE JESUS, 2006, http://cjdj.damasio.com.br/?page_name=art_058_2006&category_id=339).

    Quanto retratao da retratao , isto , possibilidade de o ofendido representar, retratar-se e voltar atrs novamente, desejando fazer valer arepresentao anteriormente oferecida, silencia nosso Cdigo de Processo. A jurisprudncia, contudo, tem-na admitido, desde que dentro do prazo decadencial.4.3.1.2.2 Condicionada requisio do ministro da justiaTambm se trata aqui de condio de procedibilidade, uma vez que o Ministrio Pblico no pode agir sem esta condio especfica. O fundamento paraa existncia de delitos que exijam a requisio o de que, em determinados casos, o ministro ocupante da Pasta da Justia deve ponderar se vale a pena processaro autor do fato, prevendo no s a repercusso jurdica como tambm poltica que pode dele advir (cf. NUCCI, 2007, p. 181). Exemplo: crime contra a honra doPresidente da Repblica ou chefe de governo estrangeiro (art. 141, I, c/c o art. 145, pargrafo nico, do Cdigo Penal).

    O Cdigo de Processo Penal silencia a respeito do prazo para a requisio. Entende-se, ento, que no h limite temporal para a referida requisio, desdeque, obviamente, ela seja oferecida antes do prazo prescricional do crime, pois, aps este momento, est extinta a punibilidade do agente, faltando, assim, condiopara o exerccio da ao penal.

    No que diz respeito retratao da requisio oferecida, isto , possibilidade de o ministro da justia voltar atrs em sua deciso, a maior parte da doutrinaentende no ser ela possvel, sob o argumento de que tal conduta seria inadmissvel em ato administrativo oriundo de agente pblico que ocupa cargo de tamanharelevncia, alm da falta de previso legal para tanto. Em sentido contrrio, o instituto da retratao aplicvel requisio por analogia (art. 3 deste Cdigo). Ofundamento das duas condies de procedibilidade (a representao e a requisio) o mesmo: oportunidade e convenincia da persecutio criminis, diferindoapenas em que uma tem natureza particular e a outra poltica. Em determinado momento podem ter desaparecido as razes que levaram o Ministro da Justia requisio (DAMSIO DE JESUS, 2006, p. 36).

    Questo interessante se a requisio vincula o Ministrio Pblico. Apesar de a lei utilizar o termo requisio, o que poderia supor uma verdadeira ordem,tal qual acontece no inqurito policial, em relao requisio do juiz e do prprio Ministrio Pblico, o certo que ela no vincula a atuao do rgo ministerial,que deve observar se esto presentes os requisitos legais para a propositura da ao penal. Nem poderia ser de outra forma, j que a instituio goza deindependncia funcional e no est submetida a qualquer ordem de hierarquia ao Ministrio da Justia.

    a espcie de ao penal cuja titularidade pertence ao ofendido ou seu representante legal, conforme o caso. Observe-se que, nesta modalidade de ao, oEstado, titular exclusivo do direito de punir, apenas transfere a legitimidade para a propositura e conduo no polo ativo da ao penal vtima ou ao seurepresentante legal. O exerccio do jus puniendi continua a pertencer ao Estado, que vai ser responsvel pela prolao do provimento final, impondo a sano,caso o autor do ilcito venha a ser condenado. iniciada por queixa ou queixa-crime.

    O fundamento de haver previso da ao penal de iniciativa do particular em nosso ordenamento, apesar de o Direito Penal lidar com bens via de regraindisponveis, evitar que, em alguns casos, o processo cause para o ofendido mal maior que a impunidade do criminoso. o chamado strepitus judicii , ouseja, o escndalo do processo. Assim, o interesse da vtima se sobrepe ao interesse pblico. o caso, em princpio, dos crimes contra a honra (arts. 138 a 145do Cdigo Penal).

    Na ao penal privada, as partes tm denominao diferente do que se costuma ter numa ao penal pblica. A nomenclatura autor e ru substituda porquerelante (ofendido ou seu representante legal) e querelado (autor do crime). Lembre-se de que, na ao penal privada, o Ministrio Pblico no parte, massempre atuar na condio de custos legis, ou seja, fiscal da lei, podendo at mesmo aditar a queixa, caso entenda que ela no contm os elementos necessriosao seu recebimento, conforme dispe o art. 45 do Cdigo de Processo Penal. O prazo para aditamento de trs dias (art. 46, 2, do CPP).

    Assim como a ao penal pblica, a ao penal privada conta com alguns princpios informadores especficos. So eles: Oportunidade.

    Estabelece que o ofendido tem a faculdade de propor ou no a ao, de acordo com sua convenincia. Como dito, a lei outorgou ao ofendido a iniciativa daao penal nos crimes em que a intimidade possa ser de alguma forma atingida. Portanto, fica a critrio do ofendido decidir se a ao deve ser intentada ou no.Ele quem deve considerar oportuna tal medida.

    Disponibilidade. decorrncia do princpio da oportunidade. Da mesma forma que o ofendido pode decidir se prope ou no a ao, pode tambm desistir dela depois deintentada. Se pode o mais, que propor a ao, tambm pode o menos, que desistir de nela prosseguir. Para tanto, como veremos, tem o ofendido os institutosdo perdo e da perempo a seu dispor.

    Indivisibilidade.O ofendido pode escolher entre propor ou no a ao, mas no pode escolher quem ir processar, no caso de mais de um autor do delito. Ou ele processatodos ou no processa ningum, j que a queixa contra um se estende aos outros, nos termos do art. 48 do Cdigo de Processo Penal. Se escolher um s, oMinistrio Pblico, segundo entendimento majoritrio, no poder aditar a queixa. Se o ofendido renunciar a um, a renncia se estender a todos (art. 49 doCPP).A titularidade do direito de queixa a mesma para o exerccio do direito de representao. ela:

  • do ofendido, em regra; do representante legal, se o ofendido tiver menos de 18 anos ou for doente mental; do cnjuge, ascendente, descendente ou irmos (CADI), se o ofendido for morto ou declarado ausente; de um curador especial, no caso de os interesses do ofendido e do representante colidirem ou se no houver representante. Na hiptese de nomeao de

    curador, ele no est obrigado a representar; deve avaliar o interesse do assistido.Comparecendo mais de uma pessoa com direito de oferecer a queixa, a preferncia ser do cnjuge, seguindo-se o parente mais prximo, na ordem antes

    apresentada. Contudo, caso o querelante desista da ao, qualquer delas poder nela prosseguir (art. 36 do CPP).No caso de a queixa ser oferecida por pessoa jurdica, deve ser feita por intermdio da pessoa indicada no respectivo contrato social ou por seus diretores e

    scios-gerentes (art. 37 do CPP).Se o ofendido for pobre, de modo que no possa prover s despesas do processo sem privar-se dos recursos necessrios sua subsistncia e de sua famlia, o

    juiz nomear advogado para promover a ao penal privada (art. 32 do CPP). A nomeao, onde houver, dever recair sobre a Defensoria Pblica, rgocompetente para representar a parte hipossuficiente e para a comprovao do estado de pobreza basta atestado da autoridade policial da localidade onde residir oofendido.

    O prazo para oferecimento da queixa , regra geral, de seis meses, a contar da data em que o ofendido vier a saber quem o autor da infrao penal.Esto presentes na ao penal privada alguns institutos que ditam as regras de convenincia para prop-la ou dela desistir. So eles: a decadncia, a perempo,

    a renncia e o perdo. Vejamos um a um.A decadncia consiste na perda do direito de ao pelo decurso do prazo sem o oferecimento da queixa (vale tambm para a representao). ela causa

    extintiva da punibilidade do agente (art. 107, IV, do CP) e, obviamente, somente opera antes do incio da ao. O prazo decadencial no se interrompe e no sesuspende, nem mesmo pela instaurao de inqurito policial.

    A perempo a perda do direito do autor de conduzir a ao em virtude da ocorrncia de ato que configure negligncia processual. A ao extinta, salvona ao penal privada subsidiria da pblica, em que a titularidade volta para o Ministrio Pblico, ocorre aps o incio da ao penal, nas seguintes hipteses (art.60 do CPP):

    quando o querelante deixar de promover o andamento processual durante 30 dias seguidos; quando, falecendo o querelante ou sobrevindo sua incapacidade, no comparecer em juzo, para prosseguir no processo, dentro de 60 dias, qualquer pessoa

    a que couber faz-lo (CADI), ressalvado o disposto no art. 36 do CPP; quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente ou deixar de formular o pedido de

    condenao nas alegaes finais; quando, sendo o querelante pessoa jurdica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

    A renncia o ato em que o ofendido deixa de promover a ao privada pelo no oferecimento da queixa. ato unilateral e que ocorre, como resta claro,somente antes da ao. Pode ser expressa ou tcita, quando se pratica ato incompatvel com a vontade de propor a ao. Como visto anteriormente, a rennciaem relao a um dos autores do crime se estende aos demais (art. 49 do CPP). Estabelece o Cdigo de Processo, no art. 50, que a renncia expressa constar dedeclarao assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais. A renncia tcita, por seu turno, admitir todos os meios deprova (art. 57 do CPP).

    Ressalte-se que, na sistemtica dos Juizados Especiais Criminais (Lei n. 9.099/95), a composio civil implica renncia ao direito de queixa e representao.Aqui, h exceo indivisibilidade da renncia, pois somente quem comps com o autor do fato que renuncia ao exerccio da ao.

    J o perdo do ofendido o ato pelo qual o querelante deixa de prosseguir na ao penal, oferecendo seu perdo ao querelado. Somente pode ocorrerantes do trnsito em julgado da deciso. Trata-se de ato bilateral, isto , que de