o uso dos metadados de oa's nos repositórios

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UNEMAT UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO DEPARTAMENTO DE COMPUTAÇÃO CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO O USO DOS METADADOS DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM NOS REPOSITÓRIOS ANDERSON ANTONIO DA SILVA Cáceres / MT, Junho de 2010.

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Tecnicamente, Objetos de Aprendizagem são recursos digitais que dãosuporte ao ensino/aprendizado. Dentre suas características, destaca-se a reusabilidade,que reduz custo de tempo e esforços para criação destes objetos educacionais. Só épossível reusar um objeto quando este for recuperado. Geralmente, a recuperação domesmo é realizada em repositórios, locais destinados ao armazenamento de objetoseducacionais. Esta recuperação só é eficiente quando tais repositórios descrevem osobjetos indexados com metadados consistentes. Os metadados provêem uma descriçãoconcisa a respeito dos objetos. Além disso, os repositórios devem apresentar umainterface que facilita indexar e buscar objetos de maneira adequada. Este trabalhoconceitua objetos educacionais, repositórios e metadados. Analisa o padrão aderido poralguns repositórios e relata as dificuldades encontradas tanto na indexação quanto narecuperação dos metadados dos objetos.

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Page 1: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

UNEMAT – UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

DEPARTAMENTO DE COMPUTAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO

O USO DOS METADADOS DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM NOS

REPOSITÓRIOS

ANDERSON ANTONIO DA SILVA

Cáceres / MT, Junho de 2010.

Page 2: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

UNEMAT – UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

DEPARTAMENTO DE COMPUTAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO

O USO DOS METADADOS DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM NOS

REPOSITÓRIOS

Trabalho de Conclusão de Curso de

Licenciatura Plena em Ciência da Computação

da UNEMAT - Universidade do Estado de

Mato Grosso, para análise e aprovação.

Profº Me. Rhycardo Luiz Monteiro

Coordenador de TCC

Cáceres / MT, Junho de 2010.

Page 3: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

O USO DOS METADADOS DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM NOS

REPOSITÓRIOS

ANDERSON ANTONIO DA SILVA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de

Licenciado em Ciência da Computação. Aprovado em sua forma final pelo orientador

Profº Marcos Paulo de Mesquita, no Curso de Licenciatura Plena em Ciência da

Computação da UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso.

Aprovado por

Profº Marcos Paulo de Mesquita

Orientador

Page 4: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

BANCA EXAMINADORA

__________________________________

Orientador: Profº Marcos Paulo de Mesquita

Departamento de Computação - UNEMAT/Cáceres-MT

_________________________________

Banca: Profº Dr. Nivaldi Calonego Junior

Departamento de Computação – UNEMAT/Cáceres-MT

__________________________________

Banca: Profº Me. Gunnar Ramos Fermino

Departamento de Computação – UNEMAT/Cáceres-MT

Page 5: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

Aos meus pais, irmãos, parentes e amigos!

Page 6: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus por me iluminar durante toda a minha

caminhada estudantil, me dando forças para a realização deste trabalho.

Aos meus pais por terem me colocado no mundo, me darem educação, me

incentivarem nos estudos e permitirem que hoje eu aqui estivesse.

Aos meus amigos de faculdade, que juntos compartilhamos conhecimentos,

momentos e sentimentos durante toda essa jornada de estudos.

Ao meu orientador, Profº Marcos Paulo de Mesquita, por compartilhar e

fornecer idéias para elaboração deste trabalho.

À minha eterna e grande amiga Cynthia Larissa, por palavras incentivadoras

e apoio moral.

À todos os meus amigos que junto comigo compartilharam, dividiram

momentos de ansiedade e acreditaram no meu potencial.

Page 7: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

"Jamais considere seus estudos como uma obrigação, mas como uma oportunidade

invejável (...) para aprender a conhecer a influência libertadora da beleza do reino do

espírito, para seu próprio prazer pessoal e para proveito da comunidade a qual

seu futuro trabalho pertencer”.

(Albert Einstein)

Page 8: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

RESUMO

Tecnicamente, Objetos de Aprendizagem são recursos digitais que dão

suporte ao ensino/aprendizado. Dentre suas características, destaca-se a reusabilidade,

que reduz custo de tempo e esforços para criação destes objetos educacionais. Só é

possível reusar um objeto quando este for recuperado. Geralmente, a recuperação do

mesmo é realizada em repositórios, locais destinados ao armazenamento de objetos

educacionais. Esta recuperação só é eficiente quando tais repositórios descrevem os

objetos indexados com metadados consistentes. Os metadados provêem uma descrição

concisa a respeito dos objetos. Além disso, os repositórios devem apresentar uma

interface que facilita indexar e buscar objetos de maneira adequada. Este trabalho

conceitua objetos educacionais, repositórios e metadados. Analisa o padrão aderido por

alguns repositórios e relata as dificuldades encontradas tanto na indexação quanto na

recuperação dos metadados dos objetos.

Palavras-Chave: Objetos de Aprendizagem, repositórios, metadados, indexação,

recuperação.

Page 9: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... 10

LISTA DE TABELAS................................................................................................... 10

LISTA DE ABREVIATURAS ...................................................................................... 11

INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 13

OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 14

OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 14

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 15

1 OBJETOS DE APRENDIZAGEM: UMA ANÁLISE CONCEITUAL ................ 15

2 REPOSITÓRIOS DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM .................................... 20

3 METADADOS DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM ........................................ 25

3.1 Padrões de Metadados para Objetos de Aprendizagem .................... 26

3.1.2 Dublin Core ......................................................................................... 31

3.1.3 IMS ...................................................................................................... 32

3.1.4 SCORM ............................................................................................... 32

3.1.5 EML e PALO ...................................................................................... 33

4 DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS REPOSITÓRIOS INTERNACIONAIS ......... 35

4.1 CAREO ............................................................................................... 35

4.1.2 MERLOT ............................................................................................ 36

4.1.3 ARIADNE ........................................................................................... 37

5 PORTAIS BRASILEIROS: UMA DESCRIÇÃO MAIS DETALHADA ............. 40

5.1 RIVED ................................................................................................. 41

5.1.2 InterRed .............................................................................................. 45

5.1.3 Portal do Professor ............................................................................. 48

5.1.4 CESTA ................................................................................................ 50

6 USO DOS METADADOS NOS PROCESSOS DE INDEXAÇÃO E BUSCA ...... 53

CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 56

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 58

Page 10: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

10

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Metáfora dos blocos LEGO............................................................................. 19

Figura 2 - Entidades relacionadas aos Objetos de Aprendizagem ..................................... 22

Figura 3 - Estrutura da norma IEEE 1484.12.1 Learning Object Metadata (LOM) ......... 28

Figura 4 - Elementos mais usados do LOM ..................................................................... 30

Figura 5 - Tipos de recursos educacionais catalogados .................................................... 30

Figura 6 - SCORM como conjunto de especificações ...................................................... 33

Figura 7 - Campo de busca por OA no CAREO .............................................................. 35

Figura 8 - Campo de busca por OA no MERLOT ............................................................ 37

Figura 9 - Campo de busca por OA no ARIADNE e GLOBE .......................................... 38

Figura 10 - Arquitetura de Sistema IR ............................................................................. 40

Figura 11 - Campo de busca por OA no RIVED .............................................................. 44

Figura 12 - Formulário de cadastro de OA do InterRed ................................................... 47

Figura 13 - Campo de busca por OA no InterRed ............................................................ 48

Figura 14 - Campo de busca por OA no Portal do Professor ............................................ 50

Figura 15 - Campo de busca simples por OA no CESTA................................................. 52

Figura 16 - Campo de busca avançada por OA no CESTA .............................................. 53

Figura 17 - Metadados utilizados no Portal do Professor ................................................. 55

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Porcentagem de uso e metadados do ARIADNE ............................................. 39

Page 11: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

11

LISTA DE ABREVIATURAS

ADL Advanced Distributed Learning

API Application Program Interface

ARIADNE Alliance of Remote Instructional Authoring and Distribution Networks

for Europe

CAM Content Aggregation Model

CAREO Campos Alberta Repository of Educational Objects

CESTA Coletânea de Entidades de Suporte ao uso de Tecnologia na

Aprendizagem

DCMI Dublin Core Metadata Initiative

EML Educational Modeling Language

ESCOT Educational Software Components of Tomorrow

HTML HyperText Markup Language

HTTP HyperText Transfer Protocol

IEEE Institute of Electrical and Electronic Engineers

IMS Instructional Management System

IMS GLC Instructional Management System Project Global learning Consortium

IR Information Retrieval

ISO International Organization for Standardization

ISO/IEC International Organization for Standardization/International

Electrotechnical Commission

LALO Learning Architectures and Learning Objects

LDAP Lightweight Directory Access Protocol

LMS Learning Content Management Systems

LOM Learning Objects Metadata

LTSC Learning Technology Standards Committee

MEC Ministério da Educação e Cultura

MERLOT Multimedia Educational Resource of Learning online Teaching

OA/OAs Objeto(s) de Aprendizagem

PA/PAs Padrão(ões) Aberto(s)

PUC RIO Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

RIVED Rede Interativa Virtual de Educação

RTE Run-Time Environment

Page 12: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

12

SCORM Sharable Content Object Reference Model

SEED Secretaria de Educação a Distancia

SN Sequencing and Navigation

TCP/IP Transmission Control Protocol/Internet Protocol

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

USP Universidade de São Paulo

UNICAMP Universidade de Campinas

VRML Virtual Reality Modeling Language

XML eXtensible Markup Language

Page 13: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

13

INTRODUÇÃO

A constante evolução da área de informática permite que dados se tornem

cada vez mais disponíveis e acessíveis a um maior número de usuários. Por meio da

web, usuários podem disseminar e compartilhar os mais diversos tipos de materiais, de

natureza didática ou não. Dessa forma, tanto desenvolvedores de software como

usuários comuns têm a possibilidade de publicar seus documentos.

Tratando-se de softwares, especificamente na área educacional, os Objetos

de Aprendizagem (OAs), segundo Wiley (2002), por ser uma tecnologia instrucional,

apresentam-se como uma das melhores alternativas para o desenvolvimento de materiais

instrucionais, já que possuem um grande potencial de reusabilidade, generalidade,

adaptabilidade e escalabilidade (WILEY, 2002).

Em geral, Objetos de Aprendizagem podem ser encontrados em servidores

ou em qualquer outra página web. Entretanto, existem locais específicos na Internet

responsáveis pelo armazenamento dos mesmos, locais estes que são chamados de

repositórios.

Uma vez disponibilizado nos repositórios, esses OAs podem ser

recuperados, manipulados e reutilizados para outros fins. Essas atividades são realizadas

a partir dos dados contidos em cada pacote do objeto, ou seja, através dos metadados:

“Conjunto de dados estruturados que identificam os dados de um determinado

documento e que podem fornecer informação sobre o modo de descrição,

administração, requisitos legais de utilização, funcionalidade técnica, uso e

preservação” (TAYLOR, 2003).

Sendo assim, é necessário que os OAs possuam valores de metadados

consistentes. Existem muitas iniciativas que traçam regras de padronização de

metadados para os OAs. A IEEE (Institute of Electrical and Electronic Engineers) criou

o LOM (Learning Objects Metadata) que determina uma lista bem completa de

metadados, sendo estes, adotados, difundidos e utilizados como base para criação de

outros padrões, como: SCORM, IMS, EML etc.

Cada repositório adota um padrão. Desta forma pretendemos neste trabalho

analisar este padrão adotado, bem como obter índices estatísticos de uso dos metadados.

Identificar quais os metadados mais freqüentemente utilizados.

Portanto, para desenvolvimento deste trabalho, realizou-se primeiramente

uma revisão bibliográfica a fim de coletar informações válidas que conceituam Objeto

de Aprendizagem (OA), metadados, padrões de metadados e alguns repositórios

Page 14: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

14

disponíveis na Internet, sendo eles: CAREO, MERLOT, ARIADNE, RIVED, InterRed,

Portal do Professor e CESTA. Para dar mais riqueza ao conteúdo, foi necessário realizar

análises individuais nesses repositórios, a fim de investigar a forma em que os objetos

educacionais estão disponibilizados, ou seja, qual o padrão estipulado por cada

repositório e se os metadados dos OAs são fornecidos corretamente tanto na catalogação

quanto na recuperação.

O trabalho está assim organizado: No capítulo 1 temos como partida uma

análise conceitual de Objetos de Aprendizagem. No capítulo 2 temos as principais

definições sobre repositórios. O capítulo 3 discute sobre metadados e os tipos de

padrões existentes para OAs. Já o capítulo 4 descreve sobre os principais repositórios

internacionais, os nacionais são descritos no capítulo 5 de forma mais detalhada. E no

capítulo 6 é apresentado uma discussão sobre o uso dos metadados nos processos de

indexação e busca, assim como as dificuldades encontradas pelos indexadores e

buscadores de OAs no que diz respeito a ausência de metadados e as soluções para estes

problemas.

OBJETIVO GERAL

Definir metadados de Objetos de Aprendizagem e identificar o real uso dos

metadados nos repositórios que hospedam estes recursos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Apresentar o conceito de Objetos de Aprendizagem.

Apresentar o conceito de Repositórios.

Definir metadados e os atuais padrões de metadados.

Identificar estatísticas de uso dos metadados nos repositórios.

Page 15: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

15

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1 OBJETOS DE APRENDIZAGEM: UMA ANÁLISE CONCEITUAL

O termo de Objetos de Aprendizagem (Learning Objects) foi popularizado

por Wayne Hodgins em 1994 quando ele criou um grupo de trabalho

chamado LALO (Learning Architectures and Learning Objects), que é uma

associação para gerenciar educação por meio de computador. A partir dessa

data o termo foi escolhido para ser utilizado ao se referir à objetos que têm

como objetivo informar algo ao usuário (CedMA, 2003 apud,

WARPECHOWSKI, 2005).

De acordo com Wiley (2000), ocorre um conflito ao tentar responder o que

seria um OA, pois existem diversos termos e definições para essa pergunta. O projeto

ARIADNE usa o termo “documentos pedagógicos”. A Educational Software

Components of Tomorrow (ESCOT) usa o termo “componentes de software

educacional”, enquanto que o projeto Multimedia Educational Resource for Learning

and On-Line Teaching (MERLOT) refere-se a eles como “materiais de aprendizagem

on-line”. Já a Apple Learning Interchange simplesmente se refere a eles como

“recursos”, ou seja, não existe a verdadeira resposta do que realmente seria um OA

(WILEY, 2000).

Perante tais colocações, nota-se que não existe uma definição formal para

Objetos de Aprendizagem, adotada e recomendada mundialmente, mas existem

propostas (WARPECHOWSKI, 2005), propostas que podem ser utilizadas sobre

diferentes formas e situações. Muzio (2001) relata que a definição de Objetos de

Aprendizagem pode ser considerada vaga e que não existe um conceito que seja

universalmente aceito. E como já mencionado, podemos dizer que existem sim muitas

definições, isso vai depender do contexto que o OA esta sendo utilizado (MUZIO, et al,

2001).

Analisando essa situação, compreende-se que ao buscar pela definição

“correta” sobre o termo Objeto de Aprendizagem (OA), tanto em livros, artigos e

publicações no geral, percebe-se que não existe uma resposta concisa para esclarecer de

uma vez por todas o que realmente seria um OA, mas que diante das idéias encontradas

pode-se imaginar ou entender o verdadeiro princípio ou funcionalidade do mesmo, o

que anunciaremos a seguir.

Para o Institute of Eletrical and Eletronics Engineers (IEEE), responsável

pela definição dos mais diversos padrões utilizados pela indústria eletroeletrônica

Page 16: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

16

mundial, Objeto de Aprendizagem (Learning Object) é definido como “uma entidade,

digital ou não-digital, que pode ser usada, reusada ou referenciada durante o ensino com

suporte tecnológico. Exemplos de ensino com suporte tecnológico incluem sistemas de

treinamento baseados no computador, ambientes de aprendizagem interativa, sistemas

instrucionais auxiliados por computador, sistemas de ensino a distância e ambientes de

aprendizagem colaborativa. Exemplos de Objetos de Aprendizagem incluem conteúdo

multimídia, conteúdos instrucionais, objetivos de ensino, software instrucional e

software em geral e pessoas, organizações ou eventos referenciados durante um ensino

com suporte tecnológico” (LTSC, 2010).

Essa definição inclui qualquer recurso que pode ser disponibilizado através

de rede sob demanda, e podem ser grandes ou pequenos. Exemplos de recursos digitais

reusáveis pequenos são imagens e fotos, pequenos bits de texto, animações, e pequenas

aplicações disponíveis na web, como uma calculadora Java. Exemplos de recursos

digitais reusáveis grandes incluem páginas web que combinam texto, imagens e outras

mídias ou aplicações, tal como um curso instrucional completo (WILEY, 2000).

Para tanto, Wiley (2000) relata que OAs são entendidos como entidades

digitais entregues via Internet, significando que qualquer pessoa pode ter acesso e uso,

simultaneamente a outros usuários. Ainda, segundo Wiley, essas são as diferenças

fundamentais entre a mídia instrucional tradicional e os OAs. O mesmo princípio pode

ser aplicado no projeto instrucional. OAs mais simples poderiam ser arranjados para

formarem um novo objeto mais complexo a ser aplicado em um novo propósito em um

contexto diferente. Questões como a produção em escala, diminuição do tempo de

confecção, diminuição do custo e reutilização, além da melhor organização do processo

de criação são relevantes e justificam a implementação e uso dos Objetos de

Aprendizagem (WILEY, 2000).

Segundo Machado e Silva (2005), um Objeto de Aprendizagem tem como

função atuar como recurso didático interativo, abrangendo um determinado segmento de

uma disciplina e agrupando diversos tipos de dados como imagens, textos, áudios,

vídeos, exercícios, e tudo o que pode auxiliar o processo de aprendizagem. Pode ser

utilizado tanto no ambiente de aula, quanto na Educação à Distância.

Pode-se utilizar um Objeto de Aprendizagem, por exemplo, para realizar

simulações de experiências e atividades práticas. Ele permite que o aluno

teste, de maneira prática e interativa, inúmeras possibilidades do exercício

proposto, que, se tivesse sido estudado apenas teoricamente, não estimularia

tanto a aprendizagem do conteúdo (MACHADO e SILVA, 2005).

Page 17: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

17

Diante de todas as idéias e opiniões já apresentadas, podemos citar as de

Bettio e Martins (2004):

Uma definição para o que são Objetos de Aprendizagem ainda esta sendo

pesquisada, provavelmente em um futuro bem próximo algum autor irá

conseguir explanar de maneira sucinta e que correspondam as idéias dos outros autores, neste caso esta proposta será aceita de uma maneira universal

e este acontecimento apenas trará benefícios à área (BETTIO e MARTINS,

2004).

Os objetos apresentam algumas características comuns, independente da

aplicação. E de acordo com pesquisas realizadas por Handa e Silva (2003), são elas:

Reutilizável - Um Objeto de Aprendizagem deve permitir o seu uso em diversos

cursos.

Portável - Um Objeto de Aprendizagem deve poder ser "transportado" para

diversas plataformas.

Modular - Um Objeto de Aprendizagem é sempre parte de um curso completo,

podendo conter outros Objetos de Aprendizagem ou estar contido em um ou

mais objetos ou em um ou mais cursos.

Metadata - É uma descrição completa do Objeto de Aprendizagem, seu

conteúdo e utilização. Este é um item importante, pois permite a catalogação e a

codificação do objeto, tornando-o compreensível para as diversas plataformas

(HANDA e SILVA, 2003).

Em um contexto um pouco mais amplo e detalhado, Longmire (2001)

sugere outras características para os objetos, onde estas devem resolver diversos

problemas existentes atualmente, sendo as mais importantes:

1 Flexibilidade: Como os OAs são construídos de maneira que possuam início,

meio e fim, eles já nascem flexíveis, podendo ser reutilizados sem necessitar de

nenhum tipo de manutenção.

2 Facilidade para Atualização: Como os mesmos objetos são utilizados em

diversos momentos, a atualização dos mesmos em tempo real é relativamente

simples, desde que todos os dados relativos a este objeto estejam em um mesmo

banco de informações.

3 Customização: A mesma característica que proporciona ao objeto flexibilidade,

também proporciona uma customização jamais encontrada em outro paradigma

educacional. Como os objetos são independentes, a idéia de utilização dos

mesmos em um curso, especialização ou qualquer outro tipo de qualificação,

Page 18: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

18

torna-se real, sendo que cada entidade educacional pode se utilizar dos objetos e

arranjá-los da maneira que mais convier.

4 Interoperabilidade: A criação de um padrão para armazenamento de OA cria

mais uma vantagem, a interoperabilidade, ou seja, a reutilização dos objetos não

apenas em nível de plataforma de ensino, mas também em nível mundial. A

idéia de um Objeto de Aprendizagem ser criado e poder ser utilizado em

qualquer plataforma de ensino do mundo.

5 Aumento do Valor do Conhecimento: A partir do momento que um objeto é

reutilizado várias vezes e em diversas especializações, este objeto vem ao longo

do tempo sendo melhorado, assim, sua consolidação cresce de uma maneira

espontânea. A melhora significativa da qualidade do ensino é mais uma

vantagem que pode ser considerada ao se pensar em OA.

6 Indexação e Procura: A padronização dos objetos virá também a facilitar a idéia

de se procurar por um objeto necessário. Quando um conteudista necessitar de

determinado objeto para completar seu conteúdo programático, a padronização

dos mesmos e a utilização de assinaturas digitais tende a criar uma facilidade em

encontrar objetos com as mesmas características, em qualquer banco de objetos

que esteja disponível para eventuais consultas (LONGMIRE, 2001).

Outro fator importante é esclarecer que os OA podem ser criados em

qualquer mídia ou formato, podendo ser simples como uma animação ou uma

apresentação de slides ou complexos como uma simulação. Os Objetos de

Aprendizagem utiliza-se de imagens, animações e applets, documentos VRML

(realidade virtual), arquivos de texto ou hipertexto, dentre outros. Não há um limite de

tamanho para um Objeto de Aprendizagem, porém existe o consenso de que ele deve ter

um propósito educacional definido, um elemento que estimule a reflexão do estudante e

que sua aplicação não se restrinja a um único contexto (BETTIO e MARTINS, 2004).

Várias metáforas foram utilizadas por pesquisadores para explicar o

conceito de Objetos de Aprendizagem e sua utilização. De acordo com Wiley (2001), as

metáforas são:

Metáfora LEGO: descreve Objetos de Aprendizagem como pequenas peças que

podem ser combinadas com outras peças de forma direta se tiverem o mesmo

modelo em comum.

Page 19: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

19

Figura 1: Metáfora dos blocos LEGO (ROHDE, 2004)

Metáfora molecular: caracteriza Objetos de Aprendizagem como pequenas peças

que, semelhantes aos átomos, só podem ser montadas em determinadas formas

previstas na sua estrutura.

Diante dessa metáfora surge uma dúvida: Por que os átomos e moléculas

podem ser caracterizados como Objetos de Aprendizagem? Filho (2006) explica que

nem todo átomo combina com qualquer outro átomo. Átomos só podem ser

combinados em certas estruturas pré-determinadas por suas próprias estruturas

internas, tal que é necessário algum treinamento para se combinar átomos, além de

que moléculas possuem propriedades diferentes dos mesmos. Entretanto, a criação

de OA depende de conhecimentos (assim como combinação de moléculas) (FILHO,

2006).

Metáfora tijolos e argamassa (construção civil): caracteriza Objetos de

Aprendizagem como pequenas peças que, sendo uma variedade de formas e

tamanhos, são difíceis de reunir de forma significativa sem algum tipo de cola

contextual para mantê-los juntos e dar agregação (Wiley, 2001).

Em todas as metáforas acima, o pressuposto é que os Objetos de

Aprendizagem podem ser agregados, mas não adaptados, além de que nem todo o

objeto é combinável com qualquer outro objeto; a combinação é possível ou não

mediante as estruturas internas que os objetos apresentam; um objeto pequeno pode ser

combinado com outros para formar objetos maiores (ROHDE, 2004).

Tarouco e Dutra (2007) citam que, analogamente, os Objetos de

Aprendizagem surgiram como forma de organizar e estruturar materiais educacionais

digitais tendo em vista sua reusabilidade. A reusabilidade pressupõe também a

Page 20: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

20

existência de um sistema de catalogação de Objetos de Aprendizagem com vistas a

assegurar acessibilidade, pela possibilidade de acessar recursos educacionais em um

local remoto e usá-los em muitos outros locais. Portanto, Objetos de Aprendizagem são

mais eficientemente aproveitados quando organizados, catalogados e armazenados em

um repositório integrável a um sistema de gerenciamento de aprendizagem (Learning

Management System – LMS).

2 REPOSITÓRIOS DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM

Conforme Campos (2003), para permitir o armazenamento e o

desenvolvimento dos Objetos de Aprendizagem, além do relacionamento existente entre

eles, não podemos esquecer dos chamados repositórios de Objetos de Aprendizagem

(CAMPOS, 2003).

Segundo Rohde (2004), um repositório de Objetos de Aprendizagem seria

um banco de dados central que armazena e gerencia conteúdo de aprendizagem criado

por múltiplos autores. Os Objetos de Aprendizagem deste repositório podem ser

disponibilizados para os aprendizes individualmente ou agrupados em módulos maiores

ou mesmo em cursos inteiros (ROHDE, 2004).

Diante desta colocação, entende-se que repositório é um local organizado de

forma eficiente para armazenamento, busca e recuperação de Objetos de Aprendizagem.

Martins, et al (2008) define repositórios como coleções de informação

digital, que podem ser construídas de diferentes formas e com diferentes propósitos.

Podem ser colaborativos e com um controle suave dos conteúdos e da autoridade dos

documentos, tal como as dirigidas para o público em geral (a Wikipedia é um exemplo).

Mas podem, também, ter um alto nível de controle e ser concebidas para promover a

literacia e uma aprendizagem responsável, dirigidos a públicos específicos de

utilizadores, como, por exemplo, os estudantes (MARTINS, et al, 2008).

Já para Rossetto (2007), um repositório de OA pode ser definido como um

local, uma espécie de banco de dados, normalmente integrado a um sistema de

aprendizagem, no qual ficam organizados e armazenados os OAs com o objetivo de

facilitar a sua busca, seja para fins de uso ou de reuso, e facilitar a reutilização de

Objetos de Aprendizagem a fim de torná-lo adequado às necessidades do usuário. Os

repositórios armazenam os próprios objetos, e também metadados sobre os objetos

Page 21: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

21

armazenados. Através desses repositórios, é possível localizar, adicionar e obter os

objetos para o uso em diferentes formas de ensino.

Normalmente os OAs são armazenados em locais no qual ficam organizados,

com a finalidade de facilitar o acesso a eles. Através desses locais, é possível

localizar, adicionar e obter OA. Os repositórios permitem que a busca seja realizada de forma eficiente e mais precisa. A quantidade de repositórios de

objetos vem crescendo de forma rápida nos últimos anos (ROSSETO, 2007).

Analisando tais idéias, pode-se dizer que os repositórios é um “campo”

destinado a oferecer, receber e trocar informações a respeito de um Objeto de

Aprendizagem, isto é, ao ter acesso a um repositório, o usuário poderá fazer uma busca

e obter um software (OA) do seu interesse educativo, podendo utilizar e modificar as

informações contidas neste para criação de um novo material ou até mesmo

contribuindo adicionando novos objetos.

E como mencionado anteriormente, a principal característica dos Objetos de

Aprendizagem é sua reusabilidade, e esta é posta em prática através de repositórios, que

armazenam os objetos logicamente, permitindo serem localizados a partir da busca por

temas, por nível de dificuldade, por autor ou por relação com outros objetos.

Silva (2007) relata que os objetos são geralmente armazenados em

repositórios especialmente desenhados e podem ter seus métodos invocados por algum

Sistema Gerenciador de Aprendizagem (Learning Management System - LMS) e, de um

modo geral estão limitados a funcionar de uma forma específica.

Um LMS tem como um dos objetivos, simplificar a administração dos

programas de treinamento e ensino em uma organização. O sistema auxilia

no planejamento dos processos de aprendizagem e ainda permite que os

participantes colaborem entre si através da troca de informações e

conhecimentos (SILVA, 2007).

Partindo do mesmo princípio, Rohde (2004) diz que LMS é um software

que automatiza a administração dos eventos de treinamento. O LMS registra usuários,

trilha cursos em um catálogo e grava dados de alunos.

Com tais informações, percebe-se que um LMS é um tipo de sistema

baseado na web que controla as atividades ocorrentes em um repositório e nas diversas

modalidades educativas existentes, isto é, uma base de dados onde são guardados os

vários utilizadores e os conteúdos dos cursos disponíveis. A figura a seguir detalha o

esquema entre as entidades relacionadas aos OAs.

Page 22: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

22

Figura 2: Entidades relacionadas aos Objetos de Aprendizagem (SILVA, 2007).

Existem LMSs pagos e gratuitos, algumas universidades como a USP e

UNICAMP desenvolveram sua própria plataforma, uma vez que repositórios de OAs

associados à sistemas de registro facilitam a localização dos OAs para reaproveitamento

ou mesmo sua combinação em unidades de aprendizagem, previamente planejadas pelos

professores ou organizadas sob demanda para estudantes ou grupos de estudantes a

partir de algum diagnóstico de suas necessidades (TAROUCO e DUTRA, 2007).

Referente à colocação de Silva (2007), os repositórios devem fornecer

mecanismos para:

Gerenciamento dos Objetos de Aprendizagem - tais como a inclusão, alteração e

exclusão;

Localização dos objetos - a partir de um conjunto de dados especificados e

comuns aos objetos, ficando a critério de cada repositório como realizar esta

localização (SILVA, 2007).

Já para Campos (2003) estes repositórios são vistos como facilitadores na

montagem de novos cursos on-line e devem possuir alguns requisitos, tais como:

Armazenamento de metadados sobre OAs - Metadados sobre OAs descrevem os

mesmos com informações classificadas segundo diversas categorias.

Armazenamento de conteúdos de OAs - Conteúdos de OAs dizem respeito aos

elementos físicos (arquivos e links), contendo o conteúdo instrucional. Seu

Page 23: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

23

armazenamento e acesso devem ser oferecidos de maneira segura, eficiente e

padronizada;

Suporte à modelagem conceitual de cursos - Podemos modelar um curso e seu

material instrucional associado em níveis distintos de abstração, conhecidos

como níveis conceituais. A modelagem conceitual de um curso diz respeito aos

conceitos e seus inter-relacionamentos.

Já o material didático, por muitos visto como OA trata de elementos

físicos (arquivos) a serem utilizados pelo aluno na instrução de um ou mais

conceitos. Consideramos que um repositório deve permitir o armazenamento

distinto de objetos dos níveis conceitual e físico;

Integração com sistemas de LMS (Learning Management Systems) - Sistemas

responsáveis pela disponibilização de conteúdo educacional à distância. É

importante que o repositório de OAs ofereça uma interface para carga ou acesso

de seu conteúdo aos LMS.

Interface para carga de metadados e conteúdo - A interface para carga de

metadados e de conteúdo deve ser amigável e aberta do ponto de vista de

software de apresentação;

Segurança - Repositórios devem prover acesso a seu conteúdo mediante

autenticação do usuário, permitindo, inclusive a criação de grupos de usuários.

Serviços operacionais - Um repositório deve prover serviços básicos como

backup e restore (CAMPOS, 2003).

Para tanto, Rosseto (2007) cita que o uso crescente de repositórios está em

consonância com tendências internacionais de construção de repositórios interoperáveis

de OA que permitirá o desenvolvimento de sistemas de aprendizagem adaptativos

capazes de montar conteúdos sob demanda para prover aos estudantes situações de

aprendizagem e apoio em qualquer momento e a partir de qualquer lugar. Esta tendência

acompanha a intenção da maioria das pesquisas realizadas, onde a meta é buscar, cada

vez mais, sistemas que se adaptem às necessidades de cada usuário ou de grupos de

usuários (ROSSETO, 2007).

De acordo com as palavras de Oliveira e Medina (2007), no Brasil, um dos

programas de desenvolvimento de Objetos de Aprendizagem mais conhecidos, é a Rede

Interativa Virtual de Educação (RIVED), pertencente à Secretaria de Educação a

Page 24: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

24

Distância (SEED). O RIVED, além de produzir conteúdos pedagógicos digitais,

também realiza treinamentos e capacitações em instituições de ensino superior e na rede

pública de ensino, sobre a metodologia de produção e utilização de objetos educacionais

para a educação básica (Ensino Médio). Durante os últimos anos, foram produzidos

diversos conteúdos educacionais por instituições, grupos de desenvolvimento, etc., que

muitas vezes disponibilizam tais conteúdos na Internet, em sites (de modo geral), ou em

repositórios de objetos como é o caso do programa RIVED, permitindo desta forma que

todo este material possa ser acessado a qualquer hora e em qualquer lugar (OLIVEIRA

e MEDINA, 2007).

Dentre os repositórios nacionais, podemos destacar também o Portal do

Professor, o InterRed e o CESTA. Além desses, podemos encontrar os repositórios

internacionais, sendo eles: ARIADNE, MERLOT, CAREO, dentre outros. Todos esses

repositórios apresentam diferenciação na interface e na disponibilização do conteúdo,

mas partem do mesmo princípio, que é fornecer um sistema de busca e pesquisa por

OAs armazenados para reutilização.

Tarouco e Dutra (2007) citam que, adicionalmente, a reusabilidade implica

considerar aspectos relativos à interoperabilidade, pois para que se possam utilizar

componentes desenvolvidos por outros, é preciso que estejam resolvidas, de alguma

forma, as maneiras de integrar tais componentes, possibilitando passar informações

derivadas da execução do componente integrado para serem utilizadas por outro

componente e que este componente atenda a requisitos de interfaceamento para repassar

as informações derivadas de sua execução para outros componentes e assim

sucessivamente. Esse fato requer algum grau de padronização na especificação dessas

interfaces para a troca de informações entre os OAs e o Sistema de Gerenciamento de

Aprendizagem (LMS) (TAROUCO e DUTRA, 2007).

Com essa motivação, o IEEE criou o “Comitê de Padrões de Tecnologia de

Aprendizagem” (LSTC) para desenvolver esforços no sentido de padronizar a estrutura

dos descritores de OAs, através do Learning Object Metadata (LOM), de forma a

estabelecer uma estrutura comum de descrição desses OAs e também a reutilização

ampla dos mesmos (IEEE, 2002).

Page 25: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

25

3 METADADOS DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM

Até agora, neste trabalho, muito tem se visto a palavra “metadados”, que

sem dúvida é um dos principais fatores que determina um Objeto de Aprendizagem,

quando focamos no seu aspecto de reusabilidade.

Em um contexto geral, segundo Marchi e Costa (2004),

Metadados, ou dados sobre dados, funcionam de forma semelhante a um

catálogo de biblioteca. Eles fornecem informações sobre um determinado recurso, promovendo a interoperabilidade, identificação, compartilhamento,

integração, utilização, reutilização, gerenciamento e recuperação dos mesmos

de maneira mais eficiente. São dados descritivos que podem informar sobre o

título, autor, data, publicação, palavras-chaves, descrição, localização do

recurso, entre outros. Eles podem ser comparados a um sistema de rotulagem

que descreve o recurso, seus objetivos e características, mostrando como,

quando e por quem o recurso foi armazenado, e como está formatado.

Metadados são essenciais para entender o recurso armazenado, eles

descrevem informações semânticas sobre o recurso (MARCHI e COSTA,

2004).

Em se tratando de Objetos de Aprendizagem, Najjar (2008) cita que o

objetivo principal dos metadados é permitir a descoberta e a reutilização dos objetos

descritos. Com base nas propriedades de instrução e outras partes do objeto (por

exemplo, o título, o grupo de usuário de destino, o domínio de assunto ou

granularidade), os usuários podem encontrar Objetos de Aprendizagem relevantes.

Além disso, os metadados fornecem aos utilizadores a informação necessária para

decidir se um objeto é adequado para (re-)utilização em uma determinada tarefa ou

contexto (NAJJAR, 2008).

Tarouco (2003) relata que o metadado de um objeto educacional descreve

características relevantes que são utilizadas para sua catalogação em repositórios de

objetos educacionais reusáveis, podendo ser recuperados posteriormente através de

sistemas de busca ou utilizados através de Learning Management Systems (LMS) para

compor unidades de aprendizagem (TAROUCO, 2003).

Segundo Rohde (2004) os metadados são utilizados para descrever o que

compõe o conteúdo de um Objeto de Aprendizagem. Os objetos são catalogados usando

campos específicos para determinados assuntos, para facilitar a indexação, e a posterior

localização e reutilização. Os metadados incluem tipicamente informações sobre o

conteúdo educacional, como em quanto tempo o material deve ser completado, em qual

idioma ele está escrito, e quais os conhecimentos são pré-requisitos para se trabalhar

com o objeto (ROHDE, 2004).

Page 26: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

26

Analisando tais teorias, compreende-se que os metadados permitem que os

objetos sejam classificados, organizados e encontrados a partir de qualquer critério que

o descreve. Sem metadados apropriados nenhum conteúdo de aprendizagem será

realmente reutilizável, pois será difícil ou impossível identificar e recuperá-lo.

Por fim, quanto à organização dos objetos educacionais, os mesmos são

mais eficientemente aproveitados quando organizados em uma classificação de

metadados e armazenados em um repositório integrável a um sistema de gerenciamento

de aprendizagem (Learning Management System) (TAROUCO, 2004).

3.1 Padrões de Metadados para Objetos de Aprendizagem

Gomes (2007) lembra que a história da tecnologia tem mostrado que

mudanças revolucionárias não avançam se não houver adoção de padrões. Para a

eletricidade foi a padronização de voltagem e tomadas; para as ferrovias, a distância

entre os trilhos; para a Internet, os protocolos TCP/IP, HTTP e HTML e, no caso dos

Objetos de Aprendizagem, os padrões de metadados (GOMES, 2007), denominados

padrões abertos (PAs), que servem para prover a reutilização de um OA em diferentes

locais. Os PAs representam uma forma de organizar os dados do OA para fornecer

comunicação entre diferentes ambientes computacionais, bem como o seu acesso e

usabilidade, além de garantir sua interoperabilidade. Na literatura são encontrados

diversos tipos de PAs. Assim, o PA a ser utilizado para especificar um OA é

determinando pelo local onde o mesmo será disponibilizado (DIAS et al, 2009).

Para Rohde (2004), organismos de padronização como o IEEE e ISO (SC 36

WG 2 – Information Technology for Learning, Education, and Training) têm grupos

trabalhando na elaboração de propostas para a estruturação e categorização de

metadados. Outra importante iniciativa quanto ao desenvolvimento dos metadados é a

Dublin Core Metadata Initiative (DCMI), que se constitui em um fórum aberto para o

desenvolvimento de padrões para interoperabilidade de metadados para suportar uma

larga faixa de propósitos e modelos de negócios, sendo o Dublin Core, o primeiro

padrão a definir um conjunto simples de elementos de metadados para descrever objetos

de conteúdo disponíveis através de meios eletrônicos.

Ainda Rohde (2004), diz que dentre os vários padrões de metadados já

desenvolvidos, encontra-se o padrão proposto pela norma IEEE 1484.12.1 Standard for

Learning Object Metadata (LOM) desenvolvido pelo LTSC-IEEE, e utilizado como

Page 27: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

27

base para alguns padrões de e-learning como o IMS Learning Resource Metadata

Information Model e o ADL SCORM (ROHDE, 2004).

Diversos esforços para produzir sistemas de catalogação de material digital

foram sugeridos, mas foi a proposta do IEEE, 1484.12.1 Standard for

Learning Object Metadata que recebeu maior consenso e atualmente constitui um padrão amplamente utilizado (TAROUCO e DUTRA, 2007).

De acordo com as idéias de Tarouco e Dutra (2007), a IEEE e ISO, visando

dar suporte à catalogação dos OAs para que possam ser apropriadamente recuperados e

reusados, criaram grupos de trabalho que elaboraram propostas para a estruturação e

categorização dos objetos (metadados). A proposta de padrão IEEE 1484, usualmente

referida como Learning Object Metadata (LOM) contém um conjunto de atributos para

categorizar objetos educacionais. Estes atributos são organizados em categorias.

O LOM define nove categorias de metadados: geral, ciclo de vida, meta-

metadados, técnica, educacional, direitos, relação, anotação e classificação, as quais

reúnem um conjunto de atributos (ROHDE, 2004) que podem ser observados na figura

a seguir:

Page 28: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

28

Figura 3: Estrutura da norma IEEE 1484.12.1 Learning Object Metadata (LOM)

(ROHDE, 2004), (IEEE, 2002).

De acordo às concepções de Silva (2007) e Tarouco e Dutra (2007),

podemos definir esses metadados da seguinte forma:

Geral (General): agrupa informações gerais que descrevem os Objetos de

Aprendizagem como um todo. Exemplos de atributos: Identificador, Título do

objeto, Descrição, Palavras-chave, Linguagem, Escopo;

Ciclo de vida (Lifecycle): agrupa as características relacionadas com a história e

o estado atual do Objeto de Aprendizagem e como estas têm afetado o objeto

durante a sua evolução. Exemplos de atributos: Versão, Status, Tipo de

contribuição, Entidades que contribuíram, Data;

Meta-Metadado (Meta-Metadata): agrupa informações sobre a instância de

metadados. Exemplos de atributos: Esquema de catalogação, Referência de

catalogação;

Page 29: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

29

Técnico (Technical): agrupa as características e os requisitos técnicos do Objeto

de Aprendizagem. Exemplo de atributos: Formato, Tamanho, Localização, Tipo

de tecnologia, Nome da tecnologia, Requisitos, Duração, Comentários sobre a

instalação;

Educacional (Educational): agrupa as características educacionais e

pedagógicas do Objeto de Aprendizagem. Exemplos de atributos: Tipo de

interatividade, Recurso de aprendizagem, Nível de interatividade, Usuário final

esperado, Ambiente de utilização, Faixa etária, Contexto, Dificuldade,

Descrição;

Direitos (Rights): agrupa as propriedades intelectuais e condições de uso para o

Objeto de Aprendizagem. Exemplos de atributos: Custo, Direito autoral e

Condições de uso;

Relações (Relation): agrupa características que definem o relacionamento entre

o Objeto de Aprendizagem e demais Objetos de Aprendizagem relacionados.

Exemplos de atributos: Tipo (natureza do relacionamento), Recurso,

Identificação, Descrição;

Anotação (Annotation): provê os comentários sobre o uso educacional do objeto

de aprendizagem, além de prover informações de quando e por quem os

comentários foram criados. Exemplos de atributos: Entidade, Data e Conteúdo;

Classificação (Classification): descreve este Objeto de Aprendizagem em

relação a um sistema de classificação em particular. Exemplos de atributos:

Sistema de classificação, Identificação, Descrição, Palavra-chave.

Nem todos os atributos previstos no IEEE LOM são utilizados em

implementações atualmente existentes (TAROUCO, 2003), tanto que em um

levantamento realizado pela ISO/IEC, publicado em 2004, envolvendo sistemas como

do projeto ARIADNE da comunidade européia, o Learning and Teaching Support

Network for Economics na Inglaterra, o Campus Alberta Repository of Educational

Objects do Canadá entre muitos outros, constatou que os atributos mais utilizados eram

os indicados na Figura 4. Podemos observar também a freqüência de tipos de recursos

educacionais que a pesquisa encontrou catalogado nos repositórios em 2003, conforme

mostra a Figura 5 (TAROUCO e DUTRA, 2007).

Page 30: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

30

Figura 4: Elementos mais usados do LOM (TAROUCO e DUTRA, 2007).

Figura 5: Tipos de recursos educacionais catalogados (TAROUCO e DUTRA, 2007).

Diante de todas as idéias e dados mencionados sobre a definição de

metadados, podemos defini-los como um item indispensável para localização de objetos

educacionais, ou seja, os metadados permitem sua indexação e pesquisa por diferentes

critérios.

E o que deve ficar claro, é que os elementos de dados do padrão LOM são

todos opcionais, isto significa que uma instância que inclui valores de qualquer

elemento de dado definido no esquema está em conformidade com este padrão. Neste

Page 31: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

31

sentido, os ambientes de aprendizagem e os repositórios de Objetos de Aprendizagem é

que definem quais os elementos de dados serão obrigatórios (WARPECHOWSKI,

2005).

Sendo assim, o padrão IEEE LOM especifica como o modelo de metadados

pode ser estendido ou adaptado por adições ou restrições, respectivamente, tal que

outras iniciativas construíram seus padrões baseando-se na norma estipulada pela IEEE.

Como dito anteriormente, além do LOM, existem outros padrões que também são

usados para descrição dos OAs. Citamos alguns, tais como:

3.1.2 Dublin Core: A Dublin Core Metadata Initiative, ou "DCMI", é uma

organização aberta, empenhada no desenvolvimento de padrões de metadados

interoperáveis, que suportam uma ampla gama de propósitos e modelos de negócios.

As atividades da DCMI incluem trabalhos sobre arquitetura e modelagem, discussões e

trabalhos colaborativos em comunidades e grupos, a fim de promover aceitação

generalizada de padrões de metadados e práticas em ambientes educacionais (DUBLIN

CORE, 2003).

O Dublin Core foi o primeiro padrão de metadados a existir. Esse esforço

foi notavelmente bem sucedido no que diz respeito ao fato que a maioria das propostas

de padronização de conteúdos instrucionais teve início com o mesmo. Na maioria dos

casos, o conteúdo da descrição do Dublin Core pode ser embutido no próprio

documento descrito (HTML, XML e outros), ou dependendo do recurso, a meta-

informação encontra-se separada do recurso catalogado. O conjunto de metadados

descrito pelo Dublin Core tem como principais características a simplicidade na

descrição dos recursos, o entendimento semântico universal (dos elementos), escopo

internacional e extensibilidade (o que permite sua adaptação às necessidades adicionais

de descrição) (GOMES, 2007).

O Dublin Core possui vários elementos organizados em grupos: conteúdo,

propriedade intelectual e instância. Estão presente nesses grupos:

Título, Criador, Assunto, Descrição, Publicador, Colaborador, Data, Tipo,

Formato, Identificador, Fonte, Idioma, Relação, Cobertura e Direitos (DUBLIN

CORE, 2003).

A DCMI estabeleceu diretrizes para refinar os elementos, uma vez que

elementos do Dublin Core são opcionais e podem ser repetidos, pois não há restrições

sobre a ordem de apresentação ou utilização dos mesmos.

Page 32: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

32

3.1.3 IMS: O IMS GLC (Instructional Management Systems Project Global Learning

Consortium) é uma iniciativa sem fins lucrativos que coopera com outras organizações

para melhoria do ensino e aprendizagem através de aplicações e recursos tecnológicos

(IMS, 2010), ou seja, desenvolve e promove a adoção de especificações técnicas abertas

para a interoperabilidade da tecnologia instrucional que permite ambientes de

aprendizagem distribuídos e a união de conteúdo de diversos autores. Em relação ao

LOM, o IMS contribuiu para a especificação de metadados de Objetos de

Aprendizagem. Além disso, representa esses metadados em XML (eXtensible Markup

Language), o que possibilita a importação e exportação dos mesmos de forma

independente de plataforma (MESQUITA, 2009).

3.1.4 SCORM: De acordo com a ADL (2010) (Advancend Distribuited Learning),

iniciativa que criou o SCORM (Sharable Content Object Reference Model), este é um

padrão que oferece uma metodologia completa para a estruturação de cursos dentro de

conceitos derivados da orientação de objetos. Por ser a primeira e mais utilizada

aplicação das especificações internacionais, acabou se tornando um padrão no mercado

por reunir os padrões disponíveis, isto é, incorporou o trabalho realizado pelos padrões:

IEEE, IMS e outros. O SCORM é um conjunto unificado de padrões e especificações

para conteúdo, tecnologias e serviços para e-learning. Cria Metadados em XML que é

chamado de IMSManifest e em conjunto com o recurso digital é empacotado num

arquivo ZIP.

Para estar em conformidade com o SCORM, um Objeto de Aprendizagem

precisa apresentar as seguintes características: acessibilidade, interoperabilidade,

adaptabilidade, custo, durabilidade e reusabilidade. Na versão atual SCORM 2004, 4ª

ed. (2009) as normas que constituem o padrão SCORM são descritas em quatro

modelos:

Visão Geral (Overview): inclui histórico do padrão, formas de adoção e uso,

bem como discussões sobre o seu futuro. Contempla os fundamentos do

SCORM.

CAM (Content Aggregation Model): modelo que inclui o dicionário de

metadados, de agregação de conteúdo, em que se especifica a maneira como os

conteúdos são criados, agrupados e armazenados;

Page 33: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

33

RTE (Run-Time Environment): modelo para ambiente de execução no qual se

especifica como se processa a comunicação entre o LMS e a disponibilização do

objeto educacional;

SN (Sequencing and Navegation): modelo de sequenciamento e navegação,

responsável pela apresentação dinâmica de conteúdos baseados nas necessidades

do aprendiz, apresentando a especificação da seqüência lógica da navegação

(ADL, 2010).

O SCORM segue as divisões de nove categorias do metadado LOM (Geral,

Ciclo de Vida, Meta-metadados, Dados Técnicos, Pedagógico, Direitos, Relações,

Anotações e Classificação). Dependendo do componente, alguns elementos são de

preenchimentos obrigatórios, ao contrário do próprio LOM que propõe os elementos

como opcionais. O SCORM também recomenda o uso de todos os vocabulários

definidos no LOM sem a necessidade de serem criados novos (ROUYET, 2004). A

figura 6 ilustra a organização do SCORM como um conjunto de especificações de

outras organizações contidas ou referenciadas no modelo.

Figura 6 – SCORM como conjunto de especificações (FABRE, et al, 2010).

3.1.5 EML e PALO: Educational Modelling Language (EML) se trata de um trabalho

realizado por uma iniciativa holandesa. Já a PALO é uma iniciativa espanhola. Ambas

as iniciativas são similares, e tem como objetivo modelar uma estrutura educacional

padrão. Semelhantes e compatíveis ao SCORM, buscam suprir algumas limitações

apresentada por este, no que tange a prática pedagógica, completando o meta-data com

Page 34: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

34

um modelo pedagógico que melhor contextualiza e relaciona diferentes tipos de objetos

de aprendizagem dentro de um objetivo educacional (EML, 2010).

Dessa forma, as diretrizes pedagógicas são postas como elemento

obrigatório na estrutura do curso, levando a criação de Objetos de Aprendizagem

melhores definidos do ponto de vista do seu projeto pedagógico. É um padrão que se

preocupa muito com os objetivos educacionais do material a ser produzido. E assim

como a IML, o sistema de notação utilizado pela EML e PALO é o XML (PALO,

2010).

No geral, segundo Scheer (SCHEER et al, 2004), estes padrões visam

atender as necessidades do desenvolvimento de um portal e podendo utilizar a

linguagem XML (eXtensible Markup Language), um simples formato de texto que foi

desenvolvido para descrever conteúdo de documentos e projetada para ser utilizada na

Internet. Ela propicia a descrição e armazenamento de dados para os metadados que

serão utilizados em um portal ou repositório. As tags XML, de forma semelhante às que

são utilizadas no HTML, definem o tipo de informação contida num elemento de dados.

As tags XML são criadas e definidas pelos desenvolvedores.

Portanto, cabe lembrar que a especificação e utilização de padrões garantem

a existência de um conjunto de informações comuns sobre um determinado tema ou

área. Padrões facilitam a compreensão, integração e o uso compartilhado de

informações entre usuários de diferentes formações, níveis de experiências e propósitos.

Um padrão de metadados é formado por um conjunto de elementos descritores que

podem estar relacionados. Geralmente padronizam-se nomes, informações ou grupos de

dados utilizados para descrever certo tipo de acervo. Como visto, a definição de padrões

de metadados é feita por um grupo que detêm o conhecimento sobre um determinado

tipo de acervo, e apesar da complexidade de alguns padrões de metadados, o conjunto

de descritores deve conter apenas informações apropriadas e suficientes para descrever

o dado. A informação nele contida deve ser compreendida por qualquer pessoa

(ARELLANO, 2006).

Page 35: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

35

4 DESCRIÇÃO DOS REPOSITÓRIOS INTERNACIONAIS

4.1 CAREO: O Campus Alberta Repository of Educational Objects (CAREO) é um

projeto que visa alinhar os objetos educacionais em um repositório para educadores pós-

secundários e uma comunidade que cria e apóia esses objetos. Os objetos neste

repositório estão destinados a ser livremente disponível para os educadores. É um

projeto desenvolvido pela Universidade de Alberta e Calgary, do Canadá, reconhecido

internacionalmente. De modo geral, é um repositório onde armazena, organiza e

controla o acesso a materiais digitais. Seu objetivo é permitir que um usuário tenha

acesso fácil à informação, em que eles estão interessados (CAREO, 2010).

Acessando o CAREO pelo endereço www.ucalgary.ca/commons/careo/, o

usuário encontrará algumas publicações e eventos referentes a repositórios e Objetos de

Aprendizagem, além de poder entrar em contato com os representantes do repositório.

Diferente dos outros repositórios, o CAREO possui um “applet java” para

realizar a busca por objetos, onde este fornece um campo para que o usuário digite uma

frase de pesquisa e pressione o botão “Search” (Pesquisar). Feito isso, aparecerá a lista

dos objetos encontrados, onde o usuário poderá optar por um e ser direcionado para a

página referente ao objeto. A figura abaixo mostra como o campo de busca do CAREO

é organizado:

Figura 7: Campo de busca por OA no CAREO (CAREO, 2010).

Page 36: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

36

4.1.2 MERLOT: Ao navegar pelo repositório do MERLOT (Multimedia Educational

Resource for Learning and Online Teaching) situado no endereço eletrônico:

www.merlot.org, conclui-se que o mesmo se trata de um ambiente virtual voltado ao

ensino on-line, possuindo uma coleção de materiais de aprendizagem catalogados por

membros registrados, desde funcionários, alunos e professores de todo o mundo, a fim

de construir, organizar, analisar e desenvolver aplicações de materiais on-line de ensino-

aprendizagem voltado a todos os tipos de disciplinas existentes.

MERLOT é um repositório construído pela Universidade do Estado da

Califórnia, EUA, que permite buscar e incluir material digital em quaisquer formatos. O

material não precisa ser, necessariamente, ter sido concebido como um Objeto de

Aprendizagem (na verdade, nem como um material educacional).

Neste repositório existem mais de 22.528 materiais disponíveis para

consultas e downloads, sendo a maioria destes oferecidos pelos membros registrados,

sendo a totalidade de 81.670 membros. Como membro, o usuário, além de poder

contribuir com novos materiais, poderá criar sua coleção pessoal, desenvolver seu perfil

e receber o reconhecimento dos colegas (MERLOT, 2010).

O MERLOT também é formado por comunidades acadêmicas, onde estas

são formadas por outros membros, e estes também compartilham com materiais de

acordo com as disciplinas, adicionando as atribuições e comentários, ajudando a crescer

a coleção MERLOT com um nível de qualidade significativo.

Para ter acesso aos materiais disponíveis no MERLOT, o usuário deverá

entrar no campo de busca. Existem 3 (três) maneiras de se realizar a pesquisa, sendo

elas: pesquisa direta, pesquisa avançada de materiais e busca avançada por membros. A

figura a seguir mostra uma parte dos critérios estabelecidos para se efetuar a busca

avançada de materiais.

Page 37: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

37

Figura 8: Campo de busca por OA no MERLOT (MERLOT, 2010).

4.1.3 ARIADNE: A Alliance of Remote Instructional Authoring and Distribution

Networks for Europe (ARIADNE), é uma associação Européia aberta ao mundo,

formada por uma grande equipe de entendedores, com finalidade de compartilhar e

reutilizar o conhecimento, ou seja, é uma rede de repositório para distribuição de

Objetos de Aprendizagem, que tem como objetivo promover o compartilhamento e

reuso de materiais eletrônicos pedagógicos entre corporações e universidades

(ARIADNE, 2010). O núcleo da infra-estrutura ARIADNE é uma rede distribuída de

repositórios de aprendizagem semelhante ao MERLOT.

ARIADNE possui dois objetivos principais com relação ao conjunto de

metadados: facilitar o esforço de indexação de conteúdos e tornar sua busca o mais

eficiente e fácil possível (GIRARDI, 2004). Os documentos pedagógicos encontrados

neste repositório são desenvolvidos por estudantes de áreas distintas, uma vez servindo

para que outros estudantes e professores possam reutilizá-los.

Este se trata de um dos repositórios mais completos que podemos encontrar

disponível na Internet, pois coopera com o IMS e o IEEE-LOM com o objetivo de gerar

o padrão de metadados para Objetos de Aprendizagem. Uma das ferramentas

Page 38: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

38

fundamentais do ARIADNE é a de busca por Objetos de Aprendizagem, nomeada por

SILO, que permite aos usuários fazer upload, descrever e publicar os Objetos de

Aprendizagem. Somente usuários que possuem conta podem publicar Objetos de

Aprendizagem através da ferramenta SILO. Além disso, a fundação ARIADNE é

membro do Global Learning Objects, que se trata de um sistema que envolve

organizações de todo o mundo, formando uma aliança para compartilhar recursos de

aprendizagem on-line, disponíveis para educadores e estudantes. A figura a seguir

mostra uma junção do campo de busca por OA’s do repositório ARIADNE e GLOBE.

Figura 9: Campo de busca por OA no ARIADNE e GLOBE (ARIADNE, 2010),

(GLOBE, 2010).

Analisando tais repositórios, vimos que ambos fornecem a ferramenta para

recuperar OAs através de seus metadados, que são elementos fornecidos para facilitar a

procura. A grande questão é: qual será a porcentagem de uso dos metadados fornecidos

em cada OA? Em uma análise estatística, Najjar e Duval (2006) detalharam os

elementos de metadados mais utilizados na indexação de OAs no repositório

ARIADNE. A tabela as seguir mostra o percentual dos elementos mais utilizados pelos

indexadores.

Page 39: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

39

Campo

Valor

Fornecido

(%)

Valor não

Fornecido

(%)

Valor mais

usado (M)

% de M

(preenchido)

% de M

entre todos

os casos

Granularidade 91.9 8.1 Lesson 92.7 85.2

Contexto

Didático

53.3

46.7

University

Degree

69.7

37.2

Nível de

Interatividade

53.2

46.8

Medium

67.7

36.1

Densidade

Semântica

52.4

47.6

Medium

76.4

40.0

Nível de

Dificuldade

52.2

47.8

Médium

72.8

38.0

Restrições

5.2

94.5

Contact

Author

90

5.2

Fonte 1.3 98.7 - - -

Versão 7.0 93.0 - - -

Descrição 11.2 88.2 - - -

Versão do

Sistema

Operacional

0.5

99.5

-

-

-

Observações

de Instalação

24.3

75.7

-

-

-

Outras

Considerações

0.12

99.85

-

-

-

Tabela 1: Porcentagem de uso e metadados do ARIADNE (NAJJAR e DUVAL, 2006).

Perante tabela envolvendo o repositório ARIADNE, nota-se que o metadado

mais fornecido esta interligado ao termo “granularidade”. E que mesmo com a

responsabilidade de fornecer valores consistentes aos metadados, muitos não são

preenchidos por se tratar de algo trabalhoso e que exige tempo, além de que muitos não

têm consciência de sua importância, ou por que se tem duvidas de que valores atribuir.

(WARPECHOWSKI e OLIVEIRA, 2005). Isso também é válido para outros

repositórios.

Segundo Najjar e Duval (2006) a complexidade de preencher manualmente

os metadados ainda é o gargalo para a recuperação dos objetos. Além de alguns

metadados não serem preenchidos, eles são escolhidos de maneiras diferentes pelos

indexadores, bem como os valores determinados para preencher cada um (NAJJAR e

DUVAL, 2006).

Page 40: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

40

5 PORTAIS BRASILEIROS: UMA DESCRIÇÃO MAIS DETALHADA

Como temos visto, as vantagens de um repositório estão intrinsecamente

relacionados às vantagens do conceito de OAs e à padronização de construção dos

mesmos. O uso de padrões na construção de Objetos de Aprendizagem e o

armazenamento desses objetos em repositórios abertos permitirão que conteúdos sejam

transferidos sem problemas entre plataformas, que um material educacional seja

facilmente pesquisado e localizado, que um ambiente de aprendizado virtual possa

utilizar produtos de diversos desenvolvedores sem conflito, combinando as

possibilidades mais convenientes (TEODORO et al, 2008).

Diante das definições de repositórios já citados, podemos classificá-los

também como um sistema de recuperação de informação. Gomes (2006) relata que a

Recuperação da Informação (IR - Information Retrieval) consiste em identificar, no

conjunto de documentos de um sistema, quais atendem à necessidade de informação do

usuário. O usuário de um sistema de recuperação da informação está interessado em

recuperar a “informação” sobre um determinado assunto. Basicamente, um sistema de

IR é formado por uma coleção de documentos previamente catalogados, um módulo de

busca e uma interface com o usuário. Na figura 10 é apresentado um diagrama

descrevendo as partes de um sistema de IR.

Figura 10: Arquitetura de Sistema IR (GOMES, 2006).

O usuário, através de uma interface faz a pesquisa passando como argumento

o que necessita. O módulo de pesquisa acessa os documentos indexados e retorna o

resultado para a interface do usuário (GOMES, 2006).

Analisando a figura 10, observa-se que o primeiro contato do usuário com

um sistema de IR é através da interface gráfica. Os repositórios também se enquadram

Page 41: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

41

nesse quesito, pois ao acessar um repositório, o usuário se depara com o design do site,

e se tratando de um design desagradável, pode desmotivar a pesquisa do usuário naquele

ambiente. A interface gráfica é um dos fatores que interferem na qualidade e aceitação

por parte dos usuários. Um repositório deve apresentar um conteúdo organizado de

forma simples, entendível e eficaz para facilitar a navegação, além de contribuir para

que a indexação e busca pelos metadados e objetos educacionais sejam efetuados com

praticidade.

Para que seja possível recuperar os metadados de um OA disponibilizado

em um repositório, este deve possuir critérios que favoreçam a boa navegação do

usuário pelo ambiente que se hospeda. Para verificar esta predisposição deve-se avaliar

tal ambiente segundo os atributos que estimulam a navegação conforme Dorfmann

(DORFMANN, 2003 apud NUNES, 2006), que sugere características desejáveis a uma

boa navegação virtual, sendo elas:

Conveniência: Facilidade para se obter o que se deseja;

Confiabilidade: Confiança do usuário em relação ao portal;

Acessibilidade: Facilidade com que o usuário acessa o portal;

Atualização: Periodicidade com que os conteúdos são atualizados;

Variedade de Serviços: Se o portal oferece exatamente o que o usuário necessita;

Personalização: Se o portal utiliza a linguagem do usuário;

Interatividade: Possibilidade que o portal oferece de interação entre usuários;

Navegação: Facilidade de o usuário acessar a diversas páginas do portal;

Conteúdo: Profundidade do assunto desenvolvido pelo portal;

Design: Impressão gráfica causada ao usuário.

Diante dessas colocações, partimos com o pressuposto de analisar, de forma

mais detalhada, se os repositórios brasileiros oferecem tais funcionalidades e se os

objetos disponíveis estão catalogados de acordo com o padrão aderido, ou seja, se

ambos estão descritos com metadados consistentes e se possuem interface amigável que

favoreça a catalogação e recuperação dos OAs em seus campos de indexação e busca.

5.1 RIVED: De acordo com o RIVED (2010), Rede Interativa Virtual de Educação, o

Projeto RIVED/Fábrica Virtual foi criado em 2004. É um programa da Secretaria de

Educação a Distância - SEED e tem como propósitos intensificar e transferir o processo

Page 42: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

42

de desenvolvimento e produção de recursos educacionais digitais (na forma de Objetos

de Aprendizagem). Tais conteúdos primam por estimular o raciocínio e o pensamento

crítico dos estudantes, associando o potencial da informática às novas abordagens

pedagógicas. A meta que se pretende atingir disponibilizando esses conteúdos digitais é

melhorar a aprendizagem das disciplinas da educação básica e a formação cidadã do

aluno. Além de promover a produção e publicar na web os conteúdos digitais para

acesso gratuito, o RIVED realiza capacitações sobre a metodologia para produzir e

utilizar os objetos de aprendizagem nas instituições de ensino superior e na rede pública

de ensino.

Os Objetos de Aprendizagem produzidos pelo RIVED são atividades

multimídia, interativas, na forma de animações e simulações. Os conteúdos do RIVED

ficam armazenados num repositório e quando acessados, via mecanismo de busca, vêm

acompanhados de um guia do professor com sugestões de uso. Os conteúdos produzidos

pelo RIVED são públicos. Esses conteúdos podem ser acessados por meio do sistema

de busca - repositório on-line, que permite visualizar, copiar e comentar os conteúdos

publicados (RIVED, 2010).

Nacionalmente, pode-se dizer que o RIVED é um dos portais mais

completo, pois o usuário não encontra dificuldade de navegação pelo seu ambiente, tal

que este portal possui uma interface amigável e de fácil entendimento, com menus

ilustrativos que esclarecem as dúvidas e o funcionamento do RIVED: do que se trata,

como usar, como acessar, artigos publicados, informações técnicas, padrões, notícias,

equipe, dentre outros. Neste repositório existe o menu “área restrita”, que se trata

de uma área usada para o cadastramento dos conteúdos e manutenção do repositório,

onde somente a equipe do RIVED tem acesso a ela, ou seja, usuários comuns não

poderão adicionar seus OAs, apenas fazer consultas e download dos objetos já

existentes.

Todos os objetos publicados que tiverem o botão para download podem ser

copiados e reproduzidos, basta clicar e salvar em sua máquina. Não há necessidade de

cadastramento no RIVED para acesso aos conteúdos e outras informações. Todos os

conteúdos do RIVED podem ser baixados. Há um botão em cada conteúdo que permite

o download e ali estão todos os arquivos que o compõem. Se quiser alterar é só abrir os

arquivos. Os objetos também podem ser visualizados em seu computador sem

necessidade de download (RIVED, 2010).

Page 43: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

43

Um fator importante que devemos levar em consideração ao portal do

RIVED, é que este possui padrões próprios, isto é, instrumentos que fazem parte do

processo de planejamento e desenvolvimento que auxiliam na produção dos Objetos de

Aprendizagem, sendo eles:

Formulário de Cadastramento: que contém os metadados do objeto.

Modelo de Design Pedagógico: que contém tópicos para detalhar a finalidade do

objeto de forma a despertar o interesse do aluno.

Modelo de Roteiro do Objeto de Aprendizagem: detalha as etapas de cada fase

do objeto.

Modelo do Guia do Professor: destinado ao professor que adiciona o objeto,

onde contém informações que servirá para orientar o aluno.

Definição do Padrão Visual: cada uma das disciplinas tratadas pelo projeto

RIVED recebe uma cor de identificação visual, isto é: um objeto de Biologia é

representado pela cor verde, de Matemática por vermelho, de Física por azul, de

Química por laranja, etc. Além disso, definem-se os padrões para formato web,

animações e simulações.

No início, o RIVED utilizava como padrão o IMS e EML. Depois

incorporou também o Dublin Core. Atualmente não há um padrão único definido

(SILVA e CAFÉ, 2008), isso se verifica acessando o formulário de cadastramento

(http://rived.mec.gov.br/arquivos/formulario.doc) de OA do RIVED, formulário este

que serve para descrever o objeto e é preenchido pela equipe RIVED. Os metadados a

serem informados nesse formulário são: Instituição, Ano, Autor, E-mail, Título, Área de

Conhecimento, Nível de Ensino, Série, Conteúdo, Documentação, Licenciado,

Identificação do Objeto, Tipo de Conteúdo, Objetivos de Aprendizagem, Conceitos,

Pré-requisitos, Características do conteúdo, Contexto, Tempo previsto, Método,

Avaliação, Observações e comentários.

Uma vez preenchido o formulário, o OA já poderá ser adicionado no

repositório, e sendo assim, outros usuários poderão reutilizá-lo, recuperando-o através

do sistema de busca citando qualquer um dos metadados referente ao mesmo.

Para baixar ou visualizar os Objetos de Aprendizagem basta digitar um

conceito ou uma área de conhecimento no campo de busca. Ao digitar a área de

conhecimento o sistema listará todos os conteúdos publicados naquela área. A figura a

Page 44: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

44

seguir mostra o campo de busca no portal RIVED, onde se pode realizar pesquisa por

nível de ensino, disciplina ou palavra-chave.

Figura 11: Campo de busca por OA no RIVED (RIVED, 2010).

Após isso, o resultado da busca possibilita ao usuário conhecer e selecionar

a atividade de seu interesse. Cada atividade possibilita:

O Guia do Professor: com sugestões de uso do conteúdo.

O Download: que permite baixar e arquivar para uso posterior.

A Visualização: que permite a execução diretamente da Internet.

O Detalhes: que trás informações técnicas e pedagógicas sobre o conteúdo.

O Comentar: que permite opinar, criticar, sugerir sobre cada atividade vista.

Aqui as experiências de todos os usuários são compartilhadas. Os comentários

podem ser visualizados no botão “Detalhar”.

No resultado da pesquisa, o OA é pré-detalhado de acordo com as

informações fornecidas no formulário de cadastro, servindo para que o usuário tenha

certeza de que a sua busca foi eficiente e de que aquele OA encontrado é o que se

procurava, e daí então, podendo fazer o download de todo material.

O grande problema do RIVED, é que nem sempre é possível efetuar o

download com sucesso, pois muitas vezes a página de download não é encontrada.

Portanto, não basta que um sistema apresente somente os metadados consistentes, e sim

que todo o conteúdo seja disponibilizado de forma eficiente e prática.

Page 45: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

45

Para ter acesso ao site do RIVED basta entrar no endereço eletrônico:

http://rived.mec.gov.br/.

5.1.2 InterRed: O projeto Interred (2010), acessível pelo endereço:

http://interred.ifce.edu.br/interred/, visa implantar um sistema de disponibilização,

compartilhamento, busca e recuperação de conteúdos digitais visando a educação

profissional e tecnológica, tanto na modalidade presencial quanto na modalidade à

distância concorrendo para um sistema que forme uma rede temática específica que

interligue bases de conteúdos educacionais de instituições credenciadas. Várias

instituições colaboraram para a criação e desenvolvimento do projeto InterRed,

contribuindo significativamente para seu desenvolvimento. Fazem parte desse conjunto

de Instituições sete Centros Federais de Educação Tecnológica, uma Escola Agrotécnica

Federal e uma Escola Técnica Federal. A expectativa é de aumentar a rede, contando

com a cooperação de mais Instituições que compartilhem a mesma filosofia.

O InterRed visa o livre compartilhamento de conhecimento e de recursos

educacionais para a Educação Profissional e Tecnológica, o conteúdo pedagógico

digital catalogado é de responsabilidade de seus autores, cedido em caráter gratuito,

podendo ser livremente acessado, utilizado e/ou reaproveitado por qualquer usuário do

sistema (INTERRED, 2010).

No sistema do InterRed inserem-se seis perfis de usuários:

Autor: com acesso irrestrito ao repositório do sistema, responsável por alimentá-

lo e publicar seus Objetos de Aprendizagem, bem como mantê-los atualizados;

Administrador: responsável pela manutenção geral do sistema e pela aprovação

do credenciamento de novas instituições;

Coordenador: responsável pela administração no contexto de sua própria

instituição;

Designado, associado a um autor, responsável em catalogar objetos em nome do

mesmo;

Catalogador: que tem função semelhante a do designado, catalogar objetos que

ficarão sob responsabilidade do autor, mas diferentemente do designado, o

catalogador tem uma função institucional.

Page 46: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

46

Visitante: usuário que pode acessar e fazer download de todo o conteúdo

disponibilizado, porém não é permitido que ele faça catalogação de Objetos de

Aprendizagem (OA) de sua autoria no ambiente (DOURADO et al, 2008).

Portanto, diferentemente do RIVED, no InterRed, qualquer usuário que

possuir cadastro poderá indexar um OA no sistema. Acessando com um login

cadastrado, o usuário poderá disponibilizar seu material. Para isso, o mesmo deverá

preencher um formulário que descreverá seu objeto. Este formulário possui metadados

ilustrados com asterisco e negrito, designados como campos obrigatórios a serem

preenchidos, sendo eles: Identificação: Título, Autores; Palavras-chaves; Idioma; Estado

do Material; Área de Conhecimento; Nível de Ensino; Tempo de Aprendizagem.

O formulário de cadastro de novos objetos oferecido pelo InterRed é

baseado no padrão LOM. É um formulário simples. Possui uma interface amigável e de

fácil entendimento por parte do usuário. Certamente, o usuário que tiver acesso a ele

conseguirá preenchê-lo com facilidade. O grande problema é que os metadados que não

estão em destaques são opcionais. Fazendo análises, percebe-se que estes metadados

opcionais se dizem a respeito do perfil pedagógico do OA, do contexto didático, das

restrições de uso, entre outros metadados essenciais necessários para uma recuperação

eficiente do OA, ou seja, se o usuário quiser, ele poderá preencher somente os campos

obrigatórios, e sendo assim, os metadados pedagógicos não são fornecidos, e o OA

descrito com um conteúdo pobre. A figura a seguir mostra como é organizado o

formulário de cadastro de OA no InterRed.

Page 47: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

47

Figura 12: Formulário de cadastro de OA no InterRed (INTERRED, 2010).

Uma vez catalogado com sucesso, este objeto fará parte do sistema, e sendo

assim, outros usuários poderá recuperar este mesmo objeto para estudos ou reutilização

como já mencionamos. Isso pode ser feito tanto através de busca simples como também

por busca avançada. Na busca simples, o usuário digita apenas um metadado do objeto

que ele procura. Na busca avançada, o sistema oferece vários campos relacionados aos

que foram usados no formulário. Além disso, o InterRed oferece uma lista dos objetos

educacionais “mais consultados”, dos “adicionados recentemente”, das “palavras-chave

mais procuradas” e também a listagem completa de todos os OAs. A figura a seguir

mostra como é oferecido o sistema de busca no InterRed.

Page 48: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

48

Figura 13: Campo de busca por OA no InterRed (INTERRED, 2010).

Ao digitar qualquer metadado no campo de busca do InterRed, o sistema irá

mostrar a lista dos OAs com metadados referente ao digitado. Optando por algum da

lista, este irá apresentar não só o metadado utilizado na consulta, e sim, todos os

metadados que o descreve, sendo eles: autor, instituição, área de conhecimento,

descrição, idioma, estado do material, url, nível de ensino, tempo de aprendizagem,

responsável, palavras-chave e observações. Desta forma, podemos ver que na maioria

dos casos, os OAs encontrados não possuem informações sobre aspectos

didáticos/pedagógicos e nem aspectos técnicos, isto é, deficiência causada no

preenchimento do formulário, como dito anteriormente.

Tecnicamente, é um repositório simples e com bom conteúdo. Sua estrutura

é agradável, pois permite que o usuário altere o ambiente da forma que desejar, ou seja,

possui opção de regulagem para tamanho das letras que nomeiam os ícones e opção para

alterar o contraste das cores.

Diferente do RIVED, ao optar para baixar o arquivo, rapidamente o usuário

é direcionado ao link de download.

5.1.3 Portal do Professor: O Portal, lançado em 2008 em parceria com o Ministério

da Ciência e Tecnologia, tem como objetivo apoiar os processos de formação dos

professores brasileiros e enriquecer a sua prática pedagógica. Este é um espaço público

Page 49: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

49

e pode ser acessado por todos os interessados, produzindo e compartilhando sugestões

de aulas (PORTAL DO PROFESSOR, 2010).

O Portal oferece materiais em diferentes mídias como vídeos, animações,

simulações, áudios, hipertextos, imagens e experimentos práticos. São materiais

previamente selecionados para atender a todos os componentes curriculares e temas

relacionados, ou seja, uma coleção de recursos multimídia publicados para todos os

níveis de ensino e em diversos formatos, podendo ser baixados, copiados e distribuídos.

No total, há 7.771 objetos multimídia disponíveis no repositório (NASCIMENTO,

2009).

O Portal do Professor disponibilizado na rede pelo MEC possui grande

quantidade de recursos tecnológicos além de aulas, softwares, jornais, e conteúdos

pedagógicos. Pode ser acessado pelo endereço: www.portaldoprofessor.mec.gov.br.

Esses recursos foram localizados em instituições educacionais, fundações, institutos e

organizações públicas e privadas de diferentes países, logo cedidos para a publicação no

Banco Internacional de Objetos Educacionais (http://objetoseducacionais.mec.gov.br/).

Todo esse material é avaliado por universidades brasileiras e catalogado seguindo o

padrão DUBLIN CORE. Posteriormente, são migrados para o Portal do Professor para

que, junto com outros tipos de recursos, possam auxiliar os professores em seu

planejamento didático. O acesso a esse material é livre e não exige inscrição no Portal

(PORTAL DO PROFESSOR, 2010).

Entretanto, somente professores membros do setor administrativo que

catalogam os objetos neste portal. Usuários cadastrados podem fornecer idéias de aulas,

interagir e compartilhar idéias através de chats e fóruns.

Navegando pelo portal, nos deparamos com uma boa interface e

apresentação do conteúdo disponível. Os ícones, fonte e design favorecem a aceitação

por parte do usuário, além que de o mesmo poderá regular o tamanho da fonte.

O item “recursos educacionais” disponível no portal, se trata do local onde

estão os OAs, que podem ser pesquisados, acessados e recuperados através do sistema

de busca. Isso pode ser feito tanto por busca simples como também por busca avançada,

como mostra a figura a seguir:

Page 50: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

50

Figura 14: Campo de busca por OA no Portal do Professor (PORTAL DO

PROFESSOR, 2010).

Vê-se que o sistema possui alguns itens para o modo de pesquisa. Quanto

mais itens usar para a pesquisa mais refinada será o resultado dessa busca. Selecionando

o nível de ensino ou modalidade, o sistema trará componentes curriculares e temas de

acordo com a sua estrutura curricular. Poderá selecionar o nível e temas, como também

somente o nível de ensino e clicar em “Buscar”. Além disso, é possível pesquisar pelo

tipo de recurso catalogado no Portal (vídeo, áudio, animação/simulação, imagem, mapa,

experimento prático) e por ordem de classificação (ordem de publicação, mais

comentados, melhor classificados, ordem alfabética, mais acessados).

Para conhecer todos os recursos publicados no Portal basta selecionar o

nível de ensino ou modalidade e clicar no botão “Buscar”, ao final da página. Observe

que alguns recursos necessitam de plugins/programas para o seu funcionamento. Essa

informação está publicada nos campos “Descrição” ou “Observação” da ficha técnica

do recurso, caso seja necessário. Os plugins/programas estão localizados na página

principal dos recursos para serem instalados em sua máquina (PORTAL DO

PROFESSOR, 2010).

Uma vez realizada a pesquisa e selecionado um OA, este apresentará seus

metadados, que são: título, estrutura curricular, objetivo, descrição, observação, autor,

fonte do recurso, origem, licença, idioma e tamanho do arquivo.

5.1.4 CESTA: O projeto CESTA (Coletânea de Entidades de Suporte ao uso de

Tecnologia na Aprendizagem) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Page 51: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

51

é formado por uma equipe capacitada para criação e gerenciamento de OAs. Foi

idealizado com vistas a sistematizar e organizar o registro dos objetos educacionais que

vinham sendo desenvolvidos por uma equipe da própria universidade. A catalogação

destes recursos está sendo feita em consonância com normas do padrão IEEE 1484 e os

dados de catalogação serão disponibilizados em diretório on-line. Sendo assim, uma

especificação inicial de metadados para os objetos educacionais foi elaborada e, a partir

da mesma, um serviço de registro e catalogação de objetos educacionais foi colocado

em operação, usando um servidor LDAP, isto é, para a construção deste sistema,

utilizou-se como recurso de armazenamento e consulta a estrutura de diretórios LDAP

(Lightweight Directory Access Protocol), um protocolo aberto para acessar serviços de

diretórios na Internet.

A iniciativa do projeto CESTA, em criar um repositório de objetos

educacionais para fins de reuso não representa uma iniciativa isolada, mas está em

consonância com tendências internacionais, a fim de prover aos estudantes situações de

aprendizagem e apoio em qualquer momento e a partir de qualquer lugar. (CESTA,

2010).

O CESTA é um repositório que permite consulta e busca por Objetos de

Aprendizagem, assim como o cadastramento de usuários e novos objetos. Para cadastrar

objetos educacionais é preciso entrar em contato com a equipe responsável pelo projeto

e solicitar registro como usuário com direito de cadastramento. Tendo esse direito, o

usuário deverá preencher o formulário de cadastro do OA e assim fornecer os

metadados do mesmo. O formulário do CESTA sugere os seguintes metadados:

Informações Gerais do Objeto: título, idioma, descrição, palavras-chave.

Informações Técnicas sobre o Objeto: formato, tamanho, localização.

Requisitos Técnicos Para Funcionalidade do Objeto: tipo da tecnologia, nome da

tecnologia.

Duração do Objeto: tempo de duração.

Ciclo de Vida do Objeto: versão, status.

Contribuições Para o Objeto: tipo de contribuição, entidade que contribuiu, data

da contribuição.

Características Educacionais e Pedagógicas do Objeto: tipo de interatividade,

tipo de recurso educacional, nível de interatividade, usuário final esperado,

ambiente de utilização, faixa etária, descrição.

Page 52: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

52

Propriedade Intelectual do Objeto: requer pagamento, possui direito autoral,

condições de uso do objeto.

Como dito, os metadados do CESTA estão em conformidade com o padrão

LOM. E pensando na dificuldade que os indexadores encontram ao preencher o

formulário, a equipe do CESTA criou um tutorial onde explica passo a passo como

preencher cada campo e também o significado de cada item. Este tutorial pode ser

encontrado no próprio repositório, respectivamente no endereço:

http://penta3.ufrgs.br/CESTA/tutorial/CadastrarObjetos/.

Além de tutoriais, O CESTA possui um menu contendo: descrição e

arquitetura do projeto, equipe, publicações, outros repositórios de OAs, notícias,

consultas e cadastramento de OAs. Clicando em consulta e cadastramento, o usuário

será direcionado para a página de cadastro e busca por OA. Existem duas maneiras de se

efetuar a consulta, sendo elas: consulta simples e consulta avançada. Optando por

consulta simples, o sistema realizará a consulta somente através de palavras-chave, tal

que o mesmo já oferece a lista de todas as palavras-chave existente.

Figura 15: Campo de busca simples por OA no CESTA (CESTA, 2010)

Já optando pela consulta avançada, o sistema abrirá um campo contendo

todos os elementos utilizados no formulário de cadastro, como mostra figura a seguir:

Page 53: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

53

Figura 16: Campo de busca avançada por OA no CESTA (CESTA, 2010).

Da mesma forma que no RIVED, o CESTA também apresenta dificuldade

para visualização do conteúdo e download dos arquivos encontrados, isto é, repositório

desatualizado. Para ter acesso ao site do CESTA e conferir todos os benefícios

oferecidos por ele, basta acessar o endereço eletrônico: www.cinted.ufrgs.br/CESTA/.

6 USO DOS METADADOS NOS PROCESSOS DE INDEXAÇÃO E BUSCA

Do todo conteúdo já apresentado neste trabalho, vale lembrar que um

Objeto de Aprendizagem possui muitas características, cuja descrição é feita pelos seus

metadados. Além dessa descrição, os OAs têm seus objetivos de reutilização e de

interoperabilidade atendidos se eles estiverem catalogados de forma consistente e

armazenados de forma organizada em repositórios (RICHARDS et al, 2003 apud

GONÇALVES 2008).

Dos repositórios mencionados, vimos que todos eles possuem um campo

para se efetuar a busca dos objetos armazenados. Esse mesmo campo de busca (sistema

de busca) é baseado no formulário de cadastro dos objetos (sistema de indexação). Este

Page 54: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

54

formulário é preenchido pelo usuário que irá disponibilizar um novo material, ou seja,

para cadastrar um novo material, tal usuário precisa preencher um formulário com

várias perguntas referentes ao objeto: autor, título, linguagem, ano de criação, etc. Uma

vez preenchido adequadamente, o usuário estará descrevendo e fornecendo os

metadados do objeto para que outros usuários, através dos dados fornecidos, possam ter

acesso, recuperar e reutilizar todo conteúdo do objeto adicionado.

O grande problema em questão, é que, por se tratar de um formulário com

muitas perguntas, ocorre de os usuários responderem as mesmas com certa

“desconsideração”. Najjar (2008) cita este caso como indisposição por parte dos

usuários em fornecer estas informações, já que os mesmos estão interessados em

catalogar e encontrar objetos nos repositórios com menor esforço e tempo possíveis.

Desta forma, em muitos casos, os metadados são fornecidos de forma incorreta ou

inconsistente, o que gera sérias dificuldades de busca (NAJJAR, 2008).

Najjar (2008) também aponta a influência das interfaces dos sistemas de

busca e indexação no processo de recuperação dos OAs. Algumas interfaces de

indexação possuem campos obrigatórios e opcionais no momento em que um OA está

sendo catalogado, fato que encontramos no portal do InterRed. Existem trabalhos que

demonstram que os usuários não informam os metadados corretamente e que os

elementos de metadados opcionais raramente são fornecidos. A ausência ou

inconsistência nos metadados pode ser atribuída ao desconhecimento do usuário ou por

“falhas” nas interfaces dos indexadores, além de que o usuário possa ter dificuldades em

entender o significado de alguns elementos de metadados (NAJJAR, 2008).

Todos os repositórios adotam um padrão e apresentam uma estrutura para

auxiliar no processo de indexação e recuperação desses objetos. A indexação é feita de

maneira manual, onde o usuário define o conjunto de metadados que descrevem o

objeto. Muitos metadados requerem conhecimentos específicos, e geralmente, estes não

são informados ou são preenchidos com valores incorretos. Se por um lado, os padrões

determinam vários elementos de metadados, na prática, uma quantidade bem pequena

deles é utilizada na formulação das consultas. Najjar (NAJJAR, 2008 apud

MESQUITA, 2009) diz que em média 2 elementos de metadados são selecionados em

uma consulta. Dos elementos mais freqüentemente utilizados, os de categoria

pedagógica são os menos referenciados, e os de informações técnicas raramente

referenciados, como mostraram os gráficos anteriores (figura 4 e tabela 1).

Page 55: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

55

Em levantamento realizado no repositório Portal do Professor, foi possível

identificar os tipos de metadados adotados pelo repositório. O gráfico a seguir mostra

quais desses metadados são frequentemente utilizados.

Figura 17: Metadados utilizados no Portal do Professor

Diante das análises, verificou-se que mesmo com a responsabilidade de

fornecer valores consistentes aos metadados de um determinado recurso, muitos dos

metadados não são preenchidos pelos indexadores, ou porque não se tem consciência de

sua importância, ou ainda, porque se tem dúvidas de que valores atribuir

(WARPECHOWSKI e OLIVEIRA, 2005).

Os metadados mais utilizados se dizem respeito ao titulo do objeto, nome do

criador, idioma e palavras-chave. Os metadados com ausência maior se dizem respeito

às informações sobre aspectos didático-pedagógicos e aspectos técnicos, sendo eles:

objetivos, observações, público alvo, URL, ferramentas de desenvolvimento,

composição e dependência de software.

Page 56: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

56

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando o que foi apresentado, percebe-se que a maioria dos autores

concorda que um Objeto de Aprendizagem deve se tratar de um recurso educacional

digital que permita flexibilidade de uso independente do tamanho ou mídia usada, e

acima de tudo, que possa ser reutilizável. Para facilitar o reuso desses materiais, os

mesmos são armazenados em repositórios, de onde podem ser pesquisados e

recuperados. Essa pesquisa e recuperação são baseadas nas características dos objetos,

isto é, em seus metadados. Sendo assim, é necessário que os Objetos de Aprendizagem

possuam valores de metadados consistentes para que a pesquisa e recuperação sejam

eficientes.

Em análise, foi possível verificar que existem muitos repositórios, e estes

apresentam uma diversidade de objetos. Cada repositório descreve seus OAs de acordo

com um padrão, como mostra a tabela a seguir:

A maioria dos repositórios adere o padrão LOM, mas nem todos os

elementos são usados na sua totalidade, já que esta não é uma obrigatoriedade, tanto que

muitos repositórios utilizam elementos alternados e outros repositórios construíram o

próprio padrão, ou seja, acabam usando perfis de aplicação diferentes, dificultando a

interoperabilidade de OAs. Outro problema é que nem todos oferecem um grau de

interatividade, boa interface e qualidade no ambiente de navegação, o que dificulta na

participação do usuário.

A principal função dos repositórios seria cadastrar e recuperar OA de forma

simples, prática e com metadados consistentes. E diante de pesquisas, foi notável que

todos os repositórios sofrem com algum tipo de deficiência. Alguns repositórios não

apresentam ferramenta para catalogação de OAs, outros possuem interface mal

REPOSITÓRIO PADRÃO

CAREO LOM

MERLOT LOM

ARIADNE LOM

RIVED IMS, DUBLIN

CORE...

INTERRED LOM

PORTAL DO

PROFESSOR

DUBLIN

CORE

CESTA LOM

Page 57: o Uso Dos Metadados de Oa's Nos Repositórios

57

distribuída, em alguns casos, o link para download não está mais disponível, ou seja,

repositórios com conteúdo desatualizado e pobre (falta de manutenção). Existem sim,

repositórios que apresentam todas essas funcionalidades, mas, geralmente pecam em

algum quesito. A maior carência dos repositórios está relacionada aos metadados

fornecidos pelos indexadores, pois os formulários de cadastro são complexos e muitos

não entendem o significado dos elementos. Desta forma, são fornecidos apenas os

metadados simples como: título, autor, nível de ensino, área de conhecimento, idioma,

etc.

Para solucionar tal problema, os repositórios devem estipular um padrão

onde “todos” os metadados sejam preenchidos de forma obrigatória, fornecendo um

tutorial de manuseio do sistema indexador e de busca dos objetos, a fim de despertar aos

indexadores a importância de se fornecer metadados consistentes e de maneira correta,

garantindo acessibilidade e interoperabilidade.

Outra forma seria estabelecer regras que dependesse menos do esforço do

usuário, estipulando um padrão único e obrigatório para todos os repositórios de modo

que a intervenção humana fosse necessária apenas para a criação do objeto, onde

ferramentas automatizadas possam descobrir certas descrições e informá-las, ou seja,

criação automática de metadados para os Objetos de Aprendizagem, que efetuará uma

indexação de qualidade onde os OAs serão muito mais facilmente recuperados nas

buscas.

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