o uso de tecnologias digitais por estudantes universitários

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THAIS TIEMI YAMANARI O USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS POR ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS Londrina 2014

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Page 1: O uso de tecnologias digitais por estudantes universitários

THAIS TIEMI YAMANARI

O USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS POR ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

Londrina

2014

Page 2: O uso de tecnologias digitais por estudantes universitários

THAIS TIEMI YAMANARI

O USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS POR ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-Graduação em Docência no Ensino Superior, apresentado ao Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina. Orientadora: Prof. Ms. Dirce Ap. Foletto de Moraes

Londrina

2014

Page 3: O uso de tecnologias digitais por estudantes universitários

THAIS TIEMI YAMANARI

O USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS POR

ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-Graduação em Docência no Ensino Superior, apresentado ao Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina.

COMISSÃO EXAMINADORA

____________________________________

Prof. Ms. Dirce Ap. Foletto de Moraes Universidade Estadual de Londrina

____________________________________

Universidade Estadual de Londrina

____________________________________

Universidade Estadual de Londrina

Londrina, ______de_______________________ de 2014.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha orientadora, professora Dirce, quem tanto me ensinou

com paciência e dedicação.

Aos meus pais, irmã e Felipe, que estão sempre ao meu lado e enchem

minha vida de amor.

Aos amigos, sempre.

Page 5: O uso de tecnologias digitais por estudantes universitários

“(...) ler-se-ão, segundo espero, não as certezas de uma doutrina, nem mesmo as conclusões invariáveis de uma pesquisa, mas antes as crenças, as tentações, as provas de uma aprendizagem.”

Roland Barthes

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YAMANARI, Thais Tiemi. O uso de tecnologias digitais por estudantes universitários. Trabalho de Conclusão do Curso de Docência no Ensino Superior – Universidade Estadual de Londrina, 2014.

RESUMO

Essa pesquisa tem como objetivo identificar o uso que os estudantes universitários fazem das tecnologias digitais atualmente. Para o desenvolvimento do estudo, utilizou-se como metodologia de pesquisa pressupostos da abordagem quantitativa e qualitativa constituindo-se como exploratória e descritiva. A pesquisa bibliográfica e de campo compõem o conjunto de procedimentos investigativos. Para tanto, foram coletadas informações por meio de um questionário on-line com o propósito de identificar os hábitos e usos dos estudantes universitários. Os resultados indicam que embora os estudantes entrevistados considerem a internet uma ferramenta importante para a aprendizagem, o principal uso e dedicação das horas que passam conectados não é para finalidade acadêmica. Palavras-chave: Educação Superior, Comunicação, Tecnologias digitais.

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YAMANARI, Thais Tiemi. The use of digital technologies by college students. Post Graduation – Teaching in higher education. Universidade Estadual de Londrina, 2014.

ABSTRACT This research has as main purpose identify the actual use of digital technologies by college students. To develop the study, was used as research methodology assumptions of quantitative and qualitative approach becoming as exploratory and descriptive. The literature and field research make up the set of investigative procedures. Therefore, information was collected through an online questionnaire in order to identify the habits and practices of digital technologies by college students. The results indicate that although the students interviewed consider the Internet an important tool for learning, the main use and dedication of hours spent online is not for academic purpose. Keywords: Higher education, Communication, Digital technologies

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – TECNOLOGIA QUE MAIS UTILIZA NO DIA A DIA ................... 26 GRÁFICO 2 – IMPORTÂNCIA DA INTERNET EM SUA VIDA ......................... 28 GRÁFICO 3 – PRINCIPAL UTILIDADE DA INTERNET ................................... 29 GRÁFICO 4 – UTILIZAÇÃO ACADÊMICA X GRAU DE ESCOLARIDADE ..... 30 GRÁFICO 5 – PRINCIPAL FONTE DE PESQUISAS ACADÊMICAS .............. 32 GRÁFICO 6 – FREQUÊNCIA COM QUE UTILIZA A INTERNET .................... 33 GRÁFICO 7 – TEMPO QUE UTILIZA A INTERNET PARA PESQUISAS ACADÊMICAS ................................................................................................... 34 GRÁFICO 8 – TEMPO DIÁRIO X DEDICAÇÃO ACADÊMICA ......................... 35 GRÁFICO 9 – IMPORTÂNCIA DA INTERNET PARA A APRENDIZAGEM ..... 36

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – AMOSTRAGEM X PRINCIPAL USO DA INTERNET .................. 31

Page 10: O uso de tecnologias digitais por estudantes universitários

LISTA DE APÊNDICE

1. QUESTIONÁRIO ........................................................................................... 43

Page 11: O uso de tecnologias digitais por estudantes universitários

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 12 1. TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO CENÁRIO SOCIAL E EDUCACIONAL ............................................................. 17 2.1. TDIC NO CONTEXTO EDUCACIONAL ..................................................... 22 2. ANÁLISE SOBRE O COMPORTAMENTO DO ESTUDANTE E SUA RELAÇÃO COM AS TECNOLOGIAS DIGITAIS ............................................... 26 2.1 CONCLUSÃO ............................................................................................. 38 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 41 APÊNDICE ........................................................................................................ 43

Page 12: O uso de tecnologias digitais por estudantes universitários

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INTRODUÇÃO

A preocupação em relação à necessidade de uma regulamentação para

o uso da internet levou, em abril de 2014, a presidente do Brasil, Dilma

Roussef, a sancionar o Marco Civil da Internet1, uma lei que estabelece

princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil, que

prevê, no Artigo 26, o cumprimento do dever constitucional do Estado em como

promover a educação em todos os níveis de ensino, o qual inclui a capacitação

integrada a outras práticas educacionais para o uso seguro, consciente e

responsável da internet como ferramenta para o exercício da cidadania, a

promoção da cultura e o desenvolvimento tecnológico.

Uma vez que legislamos sobre a tecnologia, podemos inferir que há um

impacto na sociedade. Isso significa que atualmente o uso das tecnologias

digitais é comum para diversas tarefas do cotidiano, desde as mais simples, até

as mais elaboradas. Atividades, algumas, inimagináveis sem a utilização

massiva das tecnologias digitais, como videoconferências, agendamentos on-

line, delivery on-line, entre outras. Até pouco tempo, não existiam celulares,

notebooks, tablets, internet, copiadoras e até mesmo projetores. As televisões

tinham poucos recursos e, para reproduzir um filme, era necessário uma fita

VHS e um videocassete. Nas salas de aula, utilizar a televisão era sair da

rotina. Hoje, os dispositivos habilitados com internet, não só possuem o recurso

de interação por ligações, mensagens, vídeos, bate-papo, mas também, dão

acesso a infinitas funções por meio de um simples clique.

Tais aparatos tecnológicos modificaram a rotina das pessoas, pois são

utilizadas para simples tarefas do dia a dia e para entretenimento, porém, com

pouco foco em ferramentas que auxiliam a aprendizagem. Nas universidades, a

utilização de celulares é algo comum, em algumas escolas da educação

básica, crianças já convivem com aparelhos touchscreen e diversos outros

recursos frequentemente. Essas crianças, ao chegarem ao ensino superior,

provavelmente, serão usuárias frequentes das novas tecnologias, utilizando os

1 Disponível em: http://www.andifes.org.br/wp-content/files_flutter/1398435500marcointernet.pdf. Acesso em agosto de 2014.

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recursos desde atividades para o dia a dia como profissionalmente, visto que

essa inserção no universo digital é um caminho sem volta.

É sabido que as tecnologias digitais impactaram o comportamento dos

seres humanos, em especial, nas últimas décadas em que as mudanças têm

sido cada vez mais velozes. Isso ocorreu não somente em razão do

desenvolvimento tecnológico, mas principalmente, pela adesão em massa aos

recursos proporcionados pelas tecnologias digitais. Essa massificação fez com

que a interação e a comunicação não presencial se tornassem frequentes, uma

prática que não era possível até a utilização constante de aparelhos móveis,

como o celular, munido de internet e linha telefônica, facilitando a comunicação

via telefone ou mesmo, videoconferência.

Embora as tecnologias tenham impactado as pessoas, essa mudança

não parece ser aproveitada nas salas de aula, onde a interação, palavra-chave

da educação se desencontra com o modo de uso dos aparelhos tecnológicos,

afastando-a das possibilidades educativas que tais ferramentas poderiam

oferecer.

Hoje, no cenário das Universidades públicas, poucas são as que

possuem aparatos para proporcionar o convívio entre aluno e tecnologia e

tentar extrair dessa relação benefícios para o trabalho acadêmico. Mesmo

assim, individualmente, os estudantes têm acesso à internet frequentemente e

ao observar este uso frequente das tecnologias digitais, pode-se notar uma

dependência por parte do estudante.

Com a massificação do uso das tecnologias digitais, o cenário

acadêmico ampliou-se, enriqueceu-se e criou novos hábitos entre estudantes

universitários, que acabam trocando a biblioteca presencial pelas ferramentas

digitais de pesquisa e também utilizam este meio de comunicação como

espaço de relacionamento social e mais interação.

Isso se deve ao fácil intercâmbio de informações entre pessoas de

qualquer lugar do mundo, que, através de um clique, podem se comunicar com

o outro, e isso é possível, não apenas pela tecnologia, mas pelo

comportamento de se utilizar ferramentas como a internet em computadores e

celulares para difundir o conhecimento, criar bancos de conteúdos acadêmicos

relevantes e selecionados.

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Assim, levando em consideração que no contexto social o uso das

TDICs2 voltam-se quase que diretamente ao entretenimento e que são poucas

as instituições educativas que aproveitam o potencial que tais ferramentas

proporcionam para ampliar as experiências de aprendizagem.

Diante disto, a inquietação se dá em função de como e para que

propósito o estudante universitário utiliza a tecnologia e como se relaciona com

a internet e suas ferramentas para a aprendizagem.

Para tanto, surge um problema de investigação: Que tipo de uso os

acadêmicos fazem das tecnologias digitais? Eles as utilizam para fins

acadêmicos, especificamente para aprender, ou seu uso se volta para o

entretenimento?

A partir desta situação-problema, o objetivo é compreender o significado

das tecnologias digitais sob a ótica dos estudantes da educação superior em

suas atividades acadêmicas.

Para isso, alguns objetivos específicos foram delineados: identificar a

percepção dos alunos universitários sobre as tecnologias digitais de informação

e comunicação; entender para que fins utilizam as TDICs e identificar a sua

utilização pelos estudantes universitários.

Para responder aos objetivos aqui propostos esta pesquisa apresenta

uma abordagem qualitativa quanto aos meios de investigação, que

compreende uma [...] partilha densa com pessoas, fatos e locais que constituem objetos de pesquisa, para extrair desse convívio os significados visíveis e latentes que somente são perceptíveis a uma atenção sensível e, após este tirocínio, o autor interpreta e traduz em um texto... os significados patentes ou ocultos do seu objeto de pesquisa. (CHIZZOTTI, 2003, p. 221)

A pesquisa também se enquadra como quantitativa, uma vez que:

a coleta de dados enfatizará números (ou informações conversíveis em números) que permitam verificar a ocorrência ou não das consequências, e daí então a aceitação (ainda que provisória) ou não das hipóteses. (DALFOVO et al, 2008)

No que se refere a modalidade, esta é definida como exploratória e

descritiva. De acordo com GIL (2010, p.41), a pesquisa exploratória tem como

2 TDICs – Tecnologias digitais de informação e comunicação.

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principal objetivo o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições”.

Ainda de acordo com o mesmo autor, a pesquisa descritiva:

[...] tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis características mais significativas estão na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionários e a observação sistêmica. (GIL, 2010, p.1)

Nesta pesquisa foram utilizadas referências bibliográficas sobre o foco

de estudo em questão, um questionário com perguntas objetivas, o qual foi

disponibilizado por um período de dez dias por meio da ferramenta formulário

do Google Drive, disseminado por meio da rede social Facebook em grupos

universitários. O questionário foi direcionado para universitários de todos os

cursos de graduação e, pós-graduação, envolvendo lato senso e stricto senso.

As oito questões foram previamente testadas em um grupo de dez

pessoas a fim de identificar dificuldades na resposta e falhas na interpretação

das questões, sendo todas elas de múltipla escolha, o questionário foi ajustado

e validado. Dessa maneira, as questões se mostraram eficientes para que as

informações fossem analisadas quantitativa e qualitativamente para se

identificar um padrão entre as respostas e assim, responder aos objetivos da

pesquisa. As informações foram analisadas em forma de gráficos e texto e

justapostas às teorias relacionadas. A partir daí, têm-se, então, os objetivos

específicos e o geral compreendidos e material para pesquisas subsequentes.

Este trabalho está dividido em três capítulos que são: introdução;

tecnologias digitais e estudantes universitários e considerações finais.

A introdução explica a metodologia, objetivos e situação-problema a fim

de situar sobre a pesquisa e suas motivações. No primeiro capítulo, um

panorama sobre as tecnologias digitais de informação e comunicação é

apresentado na busca pela compreensão e contextualização do cenário atual

no que se refere às implicações comportamentais e mudanças educacionais

causadas pela presença e utilização massiva de tecnologias, nos âmbitos

sociais e educacionais.

No segundo e último capítulo, o questionário feito com estudantes

universitários é explicado e, juntamente, apresenta-se a análise dos dados

coletados sobre o uso das tecnologias digitais da informação e comunicação

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pelos estudantes universitários. Nas considerações finais, resultados obtidos

são discutidos e os objetivos e problemas propostos pela pesquisa são

retomados.

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1 TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO CENÁRIO SOCIAL E EDUCACIONAL

As tecnologias digitais, principalmente aquelas mediadas pela internet,

vem mudando o comportamento das pessoas que têm acesso e usufruem de

suas possibilidades. De acordo com Reinaldo Galvão (2012), as tecnologias

digitais de informação e comunicação são um conjunto de equipamentos e

aplicações tecnológicas, que têm na maioria das vezes, a utilização da internet

como meio de propagação e que se tornam um canal de aprendizagem.

Através da internet é possível compartilhar informações de maneira

instantânea, como explica Coll, Monereo, et al:

Graças à interligação entre diferentes computadores digitais e à internet chegamos, assim, strictu sensu, à sociedade da informação, que poderíamos definir como um novo estágio de desenvolvimento das sociedades humanas, caracterizado, do ponto de vista das TIC, pela capacidade de seus membros para obter e compartilhar qualquer quantidade de informação de maneira praticamente instantânea, a partir de qualquer lugar e na forma preferida, e com um custo muito baixo. Neste momento, por outro lado, já estamos iniciando uma nova subetapa, caracterizada pelo desenvolvimento das redes sem fio e pela internet móvel, os quais podem tornar possível a velha conectividade total. (COLL, MONEREO, et al, 2010, p. 20)

Como explica Coll, Monereo, et al (2010), quanto maior for a

acessibilidade e a adaptabilidade das tecnologias de informação e

comunicação, maior será a usabilidade e vice-versa. Assim, quanto maior a

usabilidade, mais impacto na rotina e no cotidiano das pessoas. Apesar da

universalização do acesso ainda ser uma utopia, ela avança de maneira

enorme e não parece ter retorno. Nesta etapa em que as tecnologias estão

inseridas e sendo frequentemente utilizadas, empresas de hardware e software

sentem a necessidade de aproximar os computadores das mentes dos

aprendizes, colocando o usuário como protagonista e despertando o interesse

em participar desse desenvolvimento de maneira colaborativa. De acordo com

o mesmo autor, essa corrente que coloca o usuário como difusor de conteúdo é

conhecida como web 2.0. 3

3 Termo criado por Tim O`Reilly em 2003, em que classifica a internet como uma plataforma onde o usuário não apenas usufrui, como também contribui.

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Na web 2.0 os usuários, além de consumidores de informação são

produtores de conteúdo, um papel, antes, pouco provável, já que anteriormente

a informação era apenas consumida, vinha pronta dos meios de comunicação

de massa. Isso se deve à quantidade e à velocidade como as pessoas

recebem as notícias, fazendo com que, além de consumir, passem também a

produzir conteúdos de maneira livre e sem fronteiras, em um ambiente onde a

disseminação das informações seja mais democrático.

Assim, pode-se considerar que a internet, sobretudo através dos blogs que facilitaram extremamente os procedimentos de criação de um site, possibilita uma considerável democratização da produção de informações uma vez que torna possível, a qualquer cidadão comum, explicitar suas opiniões dispondo dos mesmos recursos que uma grande corporação de comunicação – uma rede mundial de computadores – sendo capaz de atingir potencialmente, o mesmo número de pessoas que tais corporações. Comparativamente, pode-se dizer que a internet é muito mais democrática do que o jornal, a TV e o próprio rádio na medida em que torna menos complexo tecnicamente e menos oneroso economicamente para o indivíduo, sozinho, fazer-se presente na mídia. (ESCOBAR, 2005, p.5)

Os blogs, por exemplo, abriram o cenário para a democratização da

produção de informações que vem se alterando desde então. Hoje, as redes

sociais se transformaram em canais de venda, de entretenimento e em

especial, de produção e consumo de informações. É possível, por exemplo,

observar claramente a exposição pessoal, ideológica e/ou mercadológica por

trás das informações propositalmente transmitidas e como os usuários se

utilizam dessas ferramentas.

De acordo com Lévy (2007) esse processo comunicativo em que os

usuários também produzem conteúdos e disseminam informação é chamado

de inteligência coletiva, pois é uma forma de utilizar a internet de forma plena e

interativa. Essa possibilidade de interagir entre as pessoas instantaneamente

favoreceu a troca de ideias e informações de maneira rápida e simultânea, que

a cada dia, seduz mais e mais usuários.

É importante ressaltar que o número de usuários ativos nas redes sociais tem crescido cada vez mais. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), Nielsen Online, unidade do Grupo IBOPE que promove pesquisa sobre internet no Brasil e na América Latina, em julho de 2012, um total de 40,3 milhões de pessoas acessaram sites como Facebook e Twitter, blogs, fóruns e outras páginas de relacionamento. O estudo

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complementa que o número representa um aumento de 5,7% na comparação com o mesmo período de 2011. (GALVÃO, GROSSI, et al, 2014, p. 11 e 12)

Lévy (1999) denomina esse novo meio de comunicação que surge da

interconexão mundial dos computadores de ciberespaço, que permite, ainda de

acordo com o autor, o surgimento do neologismo “cibercultura”, que é o

conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de

modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o

crescimento do ciberespaço.

A emergência do ciberespaço é fruto de um verdadeiro movimento social, com seu grupo líder (a juventude metropolitana escolarizada), suas palavras de ordem (interconexão, criação de comunidades virtuais, inteligência coletiva) e suas aspirações coerentes. (LÉVY, 1999, p.123)

Esse grupo líder que Lévy (1999) cita abriga, em sua grande maioria, os

jovens, dentre eles, os estudantes universitários. Estes fomentam a virtualidade

e o ciberespaço, onde experimentam novas formas de interação. O novo homem não é mais uma pessoa de ações concretas, mas sim um performer (Spieler): Homo ludens, e não Homo faber. Para ele, a vida deixou de ser um drama e passou a ser um espetáculo. Não se trata mais de ações, e sim de sensações. O novo homem não quer ter ou fazer, ele quer vivenciar. (FLUSSER, 2007, P.58)

Como explica Flusser (2007), o homem busca a experiência, o

sentimento e a sensação, em detrimento do real. A virtualidade, as tecnologias

digitais, em sua universalidade e riqueza de informações e conteúdos,

permitem ao usuário acesso à situações antes possíveis apenas com a

presença. Por meio do uso das tecnologias atuais é possível compartilhar

informações atualizadas sobre e de qualquer parte do mundo

instantaneamente, despertando a sensação de estar em locais diferentes e de

viver situações virtualmente.

Esse novo comportamento e satisfação em viver no mundo virtual

impactaram a sociedade. Jorge Werthein (2000) explica o termo Sociedade da

Informação como uma maneira de transmitir o conteúdo específico do novo

paradigma técnico-econômico, em que o fator-chave não se refere mais os

insumos de energia, mas aos insumos de informação, propiciados pelos

avanços tecnológicos. Essa sociedade tem como características fundamentais:

Page 20: O uso de tecnologias digitais por estudantes universitários

20

informação como matéria-prima, efeitos das novas tecnologias têm alta

penetrabilidade na sociedade, predomínio da lógica de redes, flexibilidade e

crescente convergência de tecnologias.

Nessa perspectiva, os celulares devem ser compreendidos como instrumentos que podem aumentar as possibilidades de emissão e de recepção de informações, ampliando as probabilidades de comunicação mas não garantindo, necessariamente, um maior enriquecimento do processo comunicativo. Isso vai contra os jargões da época que insistem em nos dizer que estamos na sociedade da comunicação, de uma ampliação das formas de comunicação humana... A era da conexão não é necessariamente uma era da “comunicação”. (LEMOS. P. 9)

Ainda de acordo com Lemos (2005), a grande mudança está mais ligada

à mobilidade do que as tecnologias. Hoje, com a internet sem fio, o Wi-Fi, não

temos “pontos de acesso”, mas sim, “ambientes de acesso”, que descentraliza

o usuário. Nesse novo cenário, não é o internauta que vai à rede e busca locais

para se conectar, é a rede que vai ao internauta, em salas de aula, em casa e

no trabalho. A pesquisa Juventude Conectada aponta que 75% dos jovens já

utilizaram a internet na escola para atividades propostas em aula e 82%

utilizaram a internet em casa para realizar as atividades. Números condizentes

com a preferência por professores que também utilizam os recursos das

tecnologias digitais e internet.

A informatização da sociedade, que começa na década de 70 do século XX, parece já estar estabelecida nas principais cidades ocidentais desenvolvidas. O que está em jogo nesse começo de século XXI é o surgimento de uma nova fase da sociedade da informação, iniciada com a popularização da internet na década de 80, e radicalizada com o desenvolvimento da computação sem fio, pervasiva e ubíqua, a partir da popularização dos telefones celulares, das redes de acesso à internet sem fio (“Wi-Fi” e “Wi-Max”) e das redes caseiras de proximidade com a tecnologia “bluetooth”. Trata-se de transformações nas práticas sociais, na vivencia do espaço urbano e na forma de produzir e consumir informação. (LEMOS, p. 1- 2)

A partir desta explicação, podemos inferir que a revolução, na verdade,

não está relacionada somente aos avanços tecnológicos, mas sim, em sua

utilização de forma massiva, ou como ele a denomina: pervasiva e ubíqua. Isso

só é possível em razão dos aparelhos celulares munidos de internet, pois a

mobilidade trouxe a utilização frequente. Para Santaella (2010), aprendizagem

ubíqua remete-se à processos de aprendizagem abertos, ou seja, processos

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espontâneos, assistemáticos e mesmo caóticos, atualizados ao sabor das

circunstâncias e de curiosidades contingentes e que são possíveis porque o

acesso à informação é livre e contínuo a qualquer hora do dia e da noite, esses

processos são permitidos por dispositivos móveis. O que, de fato, ocasionou

uma mudança comportamental e cultural, mas que está longe de substituir a

educação formal, a informal e a não formal, na realidade, para a autora, são

métodos que se complementam.

A utilização das tecnologias e da internet de forma massiva e móvel

pode ser explicada, também, pelo comportamento de consumo. De acordo com

Lemos (2005), o celular e a televisão (TV digital), são vistos como formas de

inclusão digital, pois já existem países, como o Brasil, em que há mais linhas

telefônicas do que pessoas, ou seja, uma adesão crescente às tecnologias que

criam uma nova dinâmica social, uma realidade em que as pessoas estão

constantemente conectadas.

Santaella (2003) explica que a cibercultura, assim como outros tipos de

cultura, é proveniente de criaturas humanas e que não há separação entre a

forma de cultura e o ser humano. As culturas são seres humanos e moldam

nossa sensibilidade e nossa mente com a convivência. As tecnologias digitais,

em especial, são tecnologias autoevolutivas e estão cada vez mais inteligentes,

substituindo tarefas do dia a dia, como agenda, comunicação interpessoal e

outras. Esse novo estilo de vida gera dúvidas em relação ao comportamento

humano diante deste cenário, mas a autora afirma que, de acordo com as

pesquisas na área da computação, que a tendência é que as máquinas fiquem

parecidas com o ser humano e não o contrário.

A rápida evolução do computador comparada com aquela de tecnologias anteriores, quando contrastada com a ausência de evolução na forma humana, levou o teórico e artista da realidade virtual Myron Krueger a prever que a interface última entre o computador e as pessoas estará voltada para o corpo humano e os sentidos humanos. (SANTAELLA, 2003, p. 31).

Neste contexto, podemos inferir uma mudança real no cotidiano das

pessoas por interferência das tecnologias, o que, consequentemente, se

estende ao campo acadêmico, nas maneiras de se relacionar e em outras

esferas do comportamento humano. O uso e acesso às novas tecnologias

aumentam a cada dia e nesse cenário que caminha para a democratização de

Page 22: O uso de tecnologias digitais por estudantes universitários

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aparelhos e ferramentas tecnológicas, além do uso cotidiano e para fins de

entretenimento e trabalho, as possibilidades acadêmicas também se ampliam e

possibilitam mudanças.

2.1. TDIC NO CONTEXTO EDUCACIONAL

Castells (1999) explica que a habilidade ou falta dela diante das

tecnologias, em especial das que são estrategicamente decisivas em cada

período histórico traça o destino de uma sociedade. A existência de tecnologia

ou sua ausência está relacionada à capacidade de transformação da

sociedade. Ou seja, a maneira como lidamos com as mudanças transforma

nosso cotidiano. Seu uso pode ser determinante se utilizado estrategicamente

para possibilitar experiências diferenciadas no processo de ensino e de

aprendizagem. Uma pesquisa qualitativa realizada com 162 alunos do 3º

período do curso de Administração de duas faculdades de Manaus apontou

que a utilização de TICs no processo de ensino aprendizagem reduziu o

desempenho acadêmico dos estudantes investigados.

A forma de utilização dessas tecnologias da informação e comunicação no processo de ensino e aprendizagem está focada na tecnologia como objetivo fim e não como um meio para o desenvolvimento do processo, dessa forma, o uso dessas TICs está desestimulando a leitura, a busca de informações e a pesquisa científica tão importantes para a produção de conhecimento. (NASCIMENTO, 2011. P.46)

Uma pesquisa denominada Juventude Conectada, realizada pela

Fundação Telefônica Vivo em parceria com o Ibope, Instituto Paulo Montenegro

e a Escola do Futuro da USP, divulgada em agosto de 2014, ouviu 1440 jovens

de 16 a 24 anos que fazem uso regular da internet em todas as regiões do

Brasil. O resultado aponta que 38% dos jovens acreditam que no futuro, o

professor passará a ser um orientador/tutor dos estudos, não apenas um

transmissor de conhecimento. Além disso, 47% responderam que um bom

professor é aquele que sabe utilizar a internet e os recursos tecnológicos para

auxiliar no aprendizado dos alunos.

Tendo em vista a percepção dos estudantes diante das tecnologias, os

pontos favoráveis e desfavoráveis são basicamente que: se por um lado, o

Page 23: O uso de tecnologias digitais por estudantes universitários

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estudante tem acesso às mais diversas informações e conteúdos a nível global,

por outro lado, essa quantidade de informação, se mal utilizada, pode se tornar

pouco útil e a pesquisa, um processo moroso e prejudicial ao ritmo de ensino.

Coll, Monereo et. al (2010) explicam que os estudos de

acompanhamento e avaliação realizados até agora mostram que em geral, as

expectativas e os discursos sobre o uso das tecnologias nas salas de aula

estão sensivelmente afastados da realidade. Mesmo porque, alguns locais

dispõem de infraestrutura e acesso à internet banda larga, enquanto em outros

locais a carência de recursos é enorme.

Ainda de acordo com os mesmos autores, uma pesquisa realizada com

responsáveis e técnicos das administrações educacionais, representantes das

associações de professores, administradores de escolas e professorado,

mostrou que os quatro grupos apresentaram uma atitude positiva diante da

incorporação da internet na sala de aula; a realidade do uso da internet não

corresponde à atitude positiva e ao potencial da internet para o ensino e

aprendizagem; o uso mais frequente da internet é para aumentar o acesso à

informação, mas não empregam as possibilidades oferecidas para a

colaboração e difusão de informação.

[...] as três razões assinaladas com mais frequência para explicar o uso escasso e restrito das possibilidade que, segundo esses mesmos coletivos, a internet oferece são: uma infraestrutura de apoio limitada, dificuldades para incluir a internet no currículo escolar e falta de um desenvolvimento profissional adequado do professorado. (COLL, et all, 2010, p. 71)

A pesquisa Juventude Conectada também apontou que 24% afirmam

que na internet tem muita informação, o que dificulta a seleção dos conteúdos.

Outros 33% acreditam que a internet muitas vezes atrapalha, pois as redes

sociais e entretenimento distraem o aluno, ou seja, se a utilização não é

focada, o estudante pode se distrair ou com a quantidade de informações

disponíveis ou com as redes sociais e outros canais de entretenimento e não

alcançar o objetivo proposto na aula.

Além destes dois contrapontos, outros argumentos podem reforçar

ambas teses de que a internet auxilia ou não no processo de ensino e de

aprendizagem. De acordo com Cecílio e Rosa (2010), no cenário atual, o maior

Page 24: O uso de tecnologias digitais por estudantes universitários

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desafio dos professores é compreender seu papel como figura auxiliadora da

aprendizagem e entender as tecnologias digitais e a inserção delas no

processo de ensino e aprendizagem e não apenas como fonte de informação,

já que a realidade aponta que muitos professores ainda não dominam as

tecnologias como ferramentas pedagógicas potenciais na prática educacional

com os alunos. Poucos professores conhecem suas potencialidades educativas

para se transformar em recurso de ensino, pois, geralmente as utilizam como

instrumento de busca, de uso individual. Diante disso, pouco se utilizará de tais

potencialidades em sala de aula e também não instigará o aluno a entender as

possibilidades de aprendizagem que as ferramentas oferecem.

Neste contexto ameaçador, em que o professor precisa se reposicionar,

é preciso a consciência de que a forte presença das tecnologias digitais não

excluem ou substituem o professor em sala de aula, uma vez que as

tecnologias não são, necessariamente, uma ferramenta que garante a eficácia

quando se trata de comunicação.

Porém, incorporar as tecnologias na escola supõe uma determinação pedagógica global, e não só uma ação técnica. Sua inclusão tem de convergir para as particularidades de cada escola, para que possam, de fato, beneficiar a comunidade escolar sem aprofundar ainda mais as diferenças econômicas e sociais, em especial entre as escolas públicas e particulares. Essa determinação se torna ainda mais relevante caso se considere que o uso das TICs em sala de aula ainda desafia alguns professores que se sentem inseguros para conciliar conteúdos acadêmicos com instrumentos e ambientes multimídia que não dominam plenamente. (CECÍLIO, ROSA, 2010, P.121)

Os desafios, como Cecílio e Rosa (2010) apontam, vão além da

intenção, domínio e conhecimento por parte dos professores. É preciso

compreender e entender as possibilidades que as tecnologias possibilitam para

usufruir dos benefícios de maneira a estimular o uso acadêmico nos

estudantes, que já utilizam a internet para diversas tarefas. É preciso, também,

a clareza de que a internet e as tecnologias digitais não são uma revolução na

aprendizagem, elas ampliam as possibilidades, mas não garantem um

processo cem por cento eficaz, ou seja, elas não são a solução para os

problemas educacionais, mas podem ser boas alternativas para estimular o

processo de ensino aprendizagem. Além disso, tecnologias sem domínio e

conhecimento não têm utilidades e não atingem objetivos.

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26

2 ANÁLISE SOBRE O COMPORTAMENTO DO ESTUDANTE E SUA RELAÇÃO COM AS TECNOLOGIAS DIGITAIS

Para compreender e responder aos objetivos desta pesquisa, um

questionário com oito questões foi aplicado e respondido por 95 estudantes,

dentre eles, 51 de graduação, 30 de pós-graduação em nível de especialização

e 14 de mestrado. Foram selecionados estudantes que estão em grupos

acadêmicos e fazem uso da rede social Facebook de qualquer parte do Brasil.

A rede social foi escolhida para a disseminação da pesquisa no ambiente on-

line. O questionário composto de oito questões fechadas recebeu respostas

durante 10 dias, entre os dias 16 e 26 de julho de 2014.

A primeira pergunta do questionário foi: “Qual das tecnologias abaixo

você mais utiliza no dia a dia?”. Esta questão tinha como objetivo identificar a

tecnologia mais utilizada pelos estudantes universitários e verificar a coerência

dos aparelhos em relação ao principal uso. As respostas foram:

Gráfico 1 – Tecnologia que mais utiliza no dia a dia

As respostas apresentam como destaque o celular e notebook, com 46%

e 33% das respostas respectivamente. De acordo com a pesquisa anual sobre

o uso da tecnologia da informação divulgada pela Fundação Getúlio Vargas em

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27

abril de 2014, no Brasil, a proporção de linhas telefônicas é equivalente a 158%

da população, sendo que a média mundial é de 115%. Ou seja, o Brasil possui

mais linhas e aparelhos telefônicos do que pessoas, o que nos permite concluir

que, há uma probabilidade de muitas pessoas possuírem um ou mais

aparelhos celulares. A estimativa é de que em 2016, o número de

computadores seja equivalente à população.

Portanto, a utilização não se deve apenas à preferência por determinado

dispositivo, mas também, pela quantidade de aparelhos disponíveis, pois o

valor médio de um smartphone é consideravelmente menor que o valor médio

de um notebook ou computador atualmente. Além disso, é importante

considerar que o celular, por ser um dispositivo móvel, que acompanha a

pessoa durante todo o dia, ao possuir tecnologia de acesso à internet, torna a

utilização mais prática e consequentemente, mais frequente.

A segunda questão era “Qual a importância da internet em sua vida?”.

Esta tinha como objetivo identificar o grau de relevância da internet para os

estudantes universitários de maneira que pudéssemos identificar uma

dependência ou insignificância da rede na vida destes estudantes.

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Gráfico 2 – Importância da internet em sua vida

De acordo com as respostas, 56% dos pesquisados classificam a

internet como uma ferramenta extremamente importante em suas vidas, 33%

como muito importante e 11% classificam como importante. Ao considerar que

não foram obtidas respostas que classificam a internet como nada importante,

ou pouco importante, podemos identificar uma dependência, seja psicológica

ou funcional da internet. Ou seja, 100% das respostas reconhecem a

importância, em maior ou menor grau, da internet em suas vidas.

Dentre os dos 56% que responderam que a internet é extremamente

importante, podemos inferir que, provavelmente, as pessoas deste grupo não

se imaginam sem a internet e que estas já estão inseridas em suas vidas assim

como outras tecnologias, enquanto os demais avaliam a internet como uma

ferramenta importante, mas não de forma dependente.

De acordo com a reportagem da Revista IstoÉ4, de setembro de 2013,

estima-se que 10% dos brasileiros são viciados em internet. Ainda de acordo

com a reportagem, segundo pesquisa da Navegg5, empresa de análises de

audiências on-line, o Brasil registrou um recorde de 105 milhões de pessoas

conectadas no primeiro trimestre de 2013. Números e constatações

compatíveis com o resultado desta pesquisa.

A terceira questão era “Qual a principal utilidade da internet para você?”,

esta tinha como objetivo identificar a principal utilização da internet pelos

estudantes universitários. Das respostas obtidas, 40% utilizam a internet,

principalmente, para o trabalho. Seguido por entretenimento, conteúdo

acadêmico e relacionamento. As respostas referentes ao conteúdo acadêmico

não estão relacionadas a um maior grau de escolaridade, dentre as respostas,

50% representam estudantes de graduação, 25% estudantes de pós-

graduação e 25% estudantes de mestrado.

4 Reportagem disponível em: http://www.istoe.com.br/reportagens/326665_VITIMAS+DA+DEPENDENCIA+DIGITAL . Acesso em outubro de 2014. 5 A Navegg é a primeira empresa brasileira totalmente dedicada à segmentação de audiência online.

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Gráfico 3 – Principal utilidade da internet

Dados da Serasa Experian6 apontam que o brasileiro passa mais tempo

no Youtube, Twitter e Facebook do que internautas do Reino Unido e dos EUA.

Das respostas obtidas, 40% afirmam utilizar a internet, principalmente, e não

exclusivamente, para trabalho, enquanto os demais, utilizam para

relacionamento, entretenimento e conteúdo acadêmico. Isso nos indica que

mesmo que o maior índice de respostas esteja relacionado à trabalho e que

21% utilizem a internet principalmente para fins acadêmicos, o entretenimento

e relacionamento representam uma quantia considerável maior que em outros

países, onde eles devem considerar a internet mais importante para outros fins.

Um dado coerente com o resultado obtido pela pesquisa realizada pelo

IBGE em 2005 sobre o acesso à internet e posse de telefone móvel celular

para uso pessoal7, que aponta que os dois locais em que as pessoas mais

acessam a internet são, em primeiro, a própria residência, e em segundo lugar,

o local de trabalho. Na própria residência, podemos inferir que utilizam para

relacionamento, entretenimento e pesquisa acadêmica, que juntos, somam a

maioria que faz uso da internet em casa.

6 Banco de dados de crédito de consumidores, empresas e grupos econômicos. 7 Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/acessoainternet/comentarios.pdf . Acesso em outubro de 2014.

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A partir da pergunta sobre a principal utilização da internet, o grau de

escolaridade foi avaliado nas respostas obtidas no item pesquisa acadêmica

para identificar se a principal utilidade da internet estava diretamente ligada ao

grau de escolaridade. Dentre as respostas, 50% representam estudantes de

graduação, 25% estudantes de pós-graduação e 25% estudantes de mestrado.

Gráfico 4 – Utilização acadêmica x grau de escolaridade

A partir deste gráfico, podemos inferir que o principal uso não está ligado ao

grau de escolaridade, porém, proporcionalmente ao total de entrevistados,

podemos conferir na tabela a seguir que as vinte pessoas responderam que a

principal uso da internet é para fins acadêmicos correspondem a: 35% dos

estudantes de mestrado ou mestres que responderam a pesquisa; 20% dos

alunos de graduação e 17% dos alunos pós-graduação. Ou seja, dentre a

amostra, os que mais utilizam a internet para pesquisas acadêmicas são

mestres, graduados e pós-graduados, respectivamente.

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31

Tabela 1 – Amostragem x principal uso da internet

A quinta questão era: Quando você utiliza a internet para pesquisas

acadêmicas, qual fonte você mais utiliza? O objetivo era identificar o tipo de

navegação e a relação com a internet durante a pesquisa acadêmica. Entre as

respostas obtidas, 62% utilizam o Google acadêmico como principal fonte para

pesquisas acadêmicas. Seguido por banco de teses e dissertações e outros.

A partir destes dados, podemos observar uma clara preferência pelo

Google em relação às demais ferramentas de busca. Isso se deve,

principalmente, à prévia utilização do Google, que é o site mais acessado no

Brasil, segundo aplicativo Alexa8, que mede a audiência e ranking dos sites.

O uso de bancos de teses e dissertações é a segunda fonte mais

utilizada e seu uso não está relacionado ao grau de escolaridade, pois as

respostas variam entre estudantes de graduação, mestrado e doutorado. Os

demais itens, também não apresentam relação com o grau de escolaridade, o

que indica uma preferência dominante do Google em detrimento das demais

fontes de busca.

Por outro lado, é importante ressaltar o conhecimento e utilização das

demais ferramentas, bem como de outras não nomeadas como sugestão de

resposta, como o banco de teses e dissertação da Capes, Scielo, Portal de

Periódicos da Capes IBICT, Repositórios de universidades nacionais e

internacionais, entre tantos outros cujo acesso é menos habitual.

8 Disponível em: http://www.infomoney.com.br/minhas-financas/gadgets/noticia/2961393/sites-mais-acessados-brasil-segundo-site-alexa . Acesso em Outubro de 2014.

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Gráfico 5 – Principal fonte de pesquisas acadêmicas

A sexta questão era “Com que frequência você fica conectado à

internet?“ Esta tinha como objetivo identificar o tempo que os estudantes

permanecem conectados e comparar com a pergunta seguinte, sobre o tempo

on-line que se dedicam às pesquisas acadêmicas. As respostas indicam que a

maioria dos internautas passa de 5 a 7 horas (35%) e 8 horas ou mais (35%)

conectados à internet diariamente. Estes representam 35% cada, seguidos por

27% que permanecem conectados de 2 a 4 horas e 3% que utilizam a internet

até uma hora por dia.

De acordo com as respostas obtidas, podemos identificar que os

estudantes passam muitas horas do dia conectados, o que reafirma a

dependência da internet e a preferência por aparelhos móveis, para que a

conectividade acompanhe o dia a dia. Estes 35% que passam 8 horas ou mais

conectados, é o grupo que mais provavelmente também se utiliza do celular

como ferramenta de acesso à internet, pois pode representar até metade do dia

que o estudante passa acordado, considerando uma rotina de 8 horas diárias

de sono.

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Gráfico 6 – Frequência com que utiliza a internet

A questão seguinte era “Das horas que passa navegando na internet,

quanto tempo se dedica a fazer pesquisas acadêmicas?” Esta tinha como

objetivo identificar o tempo que os estudantes se dedicam às pesquisas

acadêmicas em relação ao tempo que realmente estão conectados. A maioria,

59% utiliza menos de uma hora por dia para se dedicar às pesquisas

acadêmicas, enquanto 35% utiliza de 2 a 3 horas por dia, 4% utiliza 6 horas ou

mais e 2% de 4 a 5 horas por dia.

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Gráfico 7 – Tempo que utiliza a internet para pesquisas acadêmicas

A quantidade de horas também está coerente com a quantidade de

pessoas que afirmam utilizar a internet, principalmente, para trabalho. Mesmo

que se dediquem às pesquisas acadêmicas, o tempo dedicado a isso é

escasso se comparado ao tempo que de fato, estão conectados.

Anteriormente, a pesquisa identificou que 21% dos entrevistados utilizam a

internet, principalmente, para pesquisas acadêmicas, o que também está

coerente com o gráfico a seguir, que mostra que, mais de 21% dos

entrevistados respondeu que se dedica mais de 2 horas por dia para acessar

conteúdos acadêmicos, e mais de 21% dos entrevistados também afirmam

utilizar a internet de 2 a 4 horas por dia, o que está em conformidade com os

dados apresentados no gráfico. Como podemos observar no próximo gráfico, a dedicação acadêmica

não está relacionada à maior quantidade de tempo conectada à internet. A

seguir, o gráfico apresenta a porcentagem das pessoas que passam 8 horas ou

mais conectadas diariamente. A maioria, no entanto, dedica-se menos de uma

Page 35: O uso de tecnologias digitais por estudantes universitários

35

hora por dia às pesquisas acadêmicas. Foram obtidas apenas quatro respostas

de pessoas que utilizam 6 horas ou mais para pesquisas acadêmicas e todas

estão entre as pessoas que utilizam a internet 8 horas ou mais por dia e

representam 12% deste grupo e 4% de todas as respostas.

Gráfico 8 – Tempo diário x dedicação acadêmica

Este gráfico, assim como os anteriores, reafirma a coerência nas

respostas obtidas. Todas as respostas das pessoas que dizem permanecer 6

horas ou mais conectadas se dedicando às pesquisas acadêmicas

correspondem às pessoas que passam 8 horas ou mais na internet e que a

utilizam principalmente para pesquisar.

A última pergunta é assim elaborada: Como você classifica a

importância da internet para seu aprendizado acadêmico? O objetivo era

identificar o ponto de vista do estudante diante da relação internet e

aprendizagem. Não foram obtidas respostas que considerassem a internet

nada importante para a aprendizagem. Apenas 1% respondeu que a internet é

pouco importante para a aprendizagem, enquanto 39% considera muito

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importante e 43% considera a internet extremamente importante para o

aprendizado acadêmico. Embora 59% dos entrevistados utilizem menos de

uma hora por dia para fazer pesquisas acadêmicas, ou seja, a maioria das

respostas obtidas, estes mesmos estudantes consideram a internet como uma

ferramenta importante para a aprendizagem.

Gráfico 9 – Importância da internet para a aprendizagem

Estes resultados apontam uma relação proveitosa da internet para o

processo de aprendizagem sob o ponto de vista dos estudantes, que cada vez

mais estão conectados, dependentes em diversos níveis da internet e seus

recursos para suas atividades pessoais e sua rotina.

Today’s students need highly personalized coaching, mentoring, and other supports tailored to their individual needs and goals. Technology holds huge promise for making this kind of personalization possible by enabling colleges to effectively target the most costly and most important aspect of any education – the interactions with instructors and advisors. (GREENSTEIN, 2013)

Page 37: O uso de tecnologias digitais por estudantes universitários

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De acordo com Dan Greenstein, do blog Inside Higher Education9, os

estudantes precisam de uma orientação personalizada para atingirem seus

objetivos. A tecnologia é um grande passo para tornar isso possível, pois

permite às universidades uma maneira de atingir as metas com baixo custo e

de maneira abrangente, promovendo mais interação entre o estudante e o

professor. Essa visão aponta a internet como um facilitador para o ensino, uma

forma de atender o estudante de acordo com as suas necessidades, com suas

características individuais para potencializar a aprendizagem on-line, tirando

proveito das suas características e da frequência com que as pessoas já

utilizam a internet. Para os estudantes, a oportunidade de poder aprender e ter

acesso a uma infinidade de conteúdos é significativa e reconhecida por eles,

mesmo que não seja de fato utilizada.

9 https://www.insidehighered.com/

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2.1 CONCLUSÃO

A partir dos resultados obtidos, podemos inferir que os estudantes

universitários percebem a internet como uma ferramenta extremamente útil,

tanto para as tarefas diárias, quanto para auxiliar a aprendizagem. A principal

utilidade da internet para 40% destes estudantes é relacionada a trabalho,

seguida por entretenimento, pesquisas acadêmicas e relacionamento, o que

nos permite concluir que a maioria, ou seja, 60% utilizam a internet em casa.

Os resultados respondem aos objetivos desta pesquisa que eram: identificar a

percepção dos alunos universitários sobre as tecnologias digitais de informação

e comunicação; entender para que fins os estudantes universitários utilizam as

TDICs10 e identificar a sua utilização pelos estudantes universitários.

Diante dos resultados, faz-se extremamente pertinente o

questionamento sobre a atual utilização das tecnologias por estes estudantes e

como os professores poderiam utilizar a internet para transformar

eficientemente o potencial das tecnologias digitais; transformando

entretenimento em aprendizagem.

O papel do professor como líder e guia é essencial e pode ser o maior influenciador de como efetivamente os alunos aprendem em ambientes online. De acordo com StudyMode, 65% da população é composta de aprendizes visuais. Quando professores compartilham vídeos gravados pessoalmente, demonstrando conceitos complexos em ação, como um processo químico ou circuito elétrico, a gravação atrai naturalmente a este público... Alguns dos sites mais populares de educação online, tais como a Khan Academy, fazem uso de vídeos para tornar a aprendizagem mais envolvente. (HORIZON REPORT 201411)

Os estudantes universitários, que em sua maioria, são jovens,

habituados e familiarizados com as tecnologias digitais, precisam de orientação

para utilizar e tirar proveito acadêmico das ferramentas disponíveis. Ao

identificar que o Google é a principal ferramenta de busca para pesquisas

acadêmicas, podemos inferir que há a possibilidade de um desconhecimento

das outras ferramentas, das bibliotecas e repositórios on-line e banco de teses

e dissertações, locais com ricos materiais acadêmicos, os quais podem

subsidiar pesquisas e aprendizagem. 10 TDICS – Tecnologias digitais de informação e comunicação. 11 Disponível em: http://cdn.nmc.org/media/2014-nmc-horizon-report-he-PT.pdf Acesso em novembro de 2014.

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Neste universo cheio de informações, a navegação é descontínua e com

informações demasiadas e excessivas, o que pode fazer com que o estudante

perca o foco de uma pesquisa acadêmica, por exemplo, enquanto navega.

Esse tipo de situação é comum, pois a internet possibilita várias situações ao

mesmo tempo, fazendo com que o estudante tenha uma experiência

simultânea na internet e ainda pela linguagem hipertextual que possibilita.

Inicialmente, isso pode parecer um problema para transformar o entretenimento

em aprendizagem, mas uma pesquisa realizada por Galvão et al (2014), com

jovens entre 11 e 35 anos, denominado como um grupo “Geração Internet”,

pois cresceram com o convívio da ferramenta, aponta que:

Os jovens da GI querem estar envolvidos em tudo e o tempo todo, desejam absorver e compartilhar tudo aquilo que é de interesse próprio. Estão conectados com o mundo todo a partir de qualquer lugar e em qualquer hora, nos mais variados segmentos: sociais, acadêmicos, econômicos ou profissionais. Pela pesquisa, comprovou-se que essa geração apresenta a habilidade descrita por Prensky (2001) de processar mais de uma atividade por vez e realizar múltiplas tarefas, eles estão acostumados com a dinâmica e rapidez do hipertexto, com uma biblioteca disponível em seus notebooks e com a interação síncrona das mensagens instantâneas. (GALVÃO, GROSSI, et al, 2014. P. 20)

A partir desta citação, podemos concluir que os estudantes possuem a

habilidade de realizar diversas tarefas ao mesmo tempo e conseguir um bom

resultado com este tipo de utilização, pois estão acostumados com a internet e

sua velocidade. O uso massivo das tecnologias digitais, ocasiona uma

mudança no comportamento das pessoas, o que, consequentemente, afeta a

maneira como se relacionam, como aprendem e como fazem uso das

ferramentas.

As novas possibilidades de criação coletiva distribuída, aprendizagem cooperativa e colaboração em rede oferecidas pelo ciberespaço colocam novamente em questão o funcionamento das instituições e os modos habituais de divisão do trabalho, tanto nas empresas como nas escolas. Como manter as práticas pedagógicas atualizadas com esses novos processos de transação de conhecimento? Não se trata aqui de usar as tecnologias a qualquer custo, mas sim de acompanhar consciente e deliberadamente uma mudança de civilização que questiona profundamente as formas institucionais, as mentalidades e a cultura dos sistemas educacionais tradicionais e sobretudo os papéis de professor e de aluno. (LÉVY, p. 172)

O uso massivo das tecnologias digitais está modificando cada vez mais

o comportamento e a quantidade que os estudantes passam conectados,

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tornando-os cada vez mais dependentes da interação. Os estudantes

universitários reconhecem a significância da internet para pesquisas

acadêmicas, sua amplitude e a infinidade de conteúdos que podem ser

acessados facilmente, mas como Lévy explica, não basta utilizar a tecnologia

por usar, mas sim, com um propósito definido, tanto por parte do professor,

quanto do aluno.

Dessa maneira, faz-se, importante uma reflexão sobre as melhores

formas de utilizar e obter proveito acadêmico das tecnologias digitais e do

acesso livre que a internet proporciona, uma vez que o uso das tecnologias e

da internet é crescente e irreversível. Cabe ao estudante utilizar e se valer das

potencialidades acadêmicas das tecnologias digitais de maneira positiva, pois

já possui uma relação de quase dependência da internet para tarefas diárias,

relacionamento, entretenimento e considera a internet como uma ferramenta

importante para a aprendizagem, só falta aprender a tirar proveito acadêmico

de tudo isso.

Page 41: O uso de tecnologias digitais por estudantes universitários

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE

1. QUESTIONÁRIO

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Fonte: Elaborado pela autora.