o surgimento do samba

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Historia do Samba

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O surgimento do samba

O surgimento do sambaDa sala de jantar sala de visitas

INTRODUOO uso da sncope na msica brasileira 1) Presena marcante na msica popular brasileira;2) Conceito criado por tericos da msica erudita ocidentalEfeito de ruptura que se produz no discurso musical quando a regularidade da acentuao quebrada pelo deslocamento do acento rtmico esperados. Verbete Syncope, do Dictionnaire de la musique, de Marc Honneger.Uso da sncope: ocorrncia percebida como desvio da ordem normal do discurso musicalQuebra da regularidade/execuo fora de lugarRitmo sincopado contraposto ao ritmo regular Andrade MuricySncope seria a exceo regraMsica Brasileira: caso paradoxal onde a exceo a regraSncope: conceito criado para atender as necessidades da msica erudita ocidental

Resenha de Mieczyslaw Kolinski publicada em 1960, no Livro Studies in African Music, de A. M. Jones faz consideraes sobre o conceito de sncope;Existncia de dois nveis de estruturao do ritmo musical: o da mtrica e o do ritmo propriamente dito;Mtrica a infra-estrutura permanente sobre a qual a superestrutura rtmica tece suas variaes

Kolinski: cometricidade e contrametricidadeMetricidade: a medida pela qual um determinado ritmo se aproxima mais ou menos da sua mtrica subjacenteMsica Popular Brasileira: frases rtmicas totalmente inusitadas para os padres clssicos ocidentaisA. M. Jones: A rtmica ocidental divisiva, pois se baseia na diviso de uma dada durao em valores iguais. J a rtmica africana aditiva, pois atinge uma dada durao atravs da soma de unidades menores que se agrupam e formam novas unidades. Nossa teoria musical clssica prev dois tipos de compassos, os simples e os compostos. Nos compassos simples, as unidades de tempo so binrias. Por exemplo, nos compassos 2/4, 3/4 e 4/4, as unidades de tempo so as semnimas, que, dividindo-se sempre por dois, sero equivalentes a duas colcheias ou quatro semicolcheias etc. Por outro lado, nos compassos compostos, como o 6/8 ou o 9/8, as unidades de tempo so ternrias e so representadas por semnimas pontuadas. Mas o fato que no h compassos que misturem de modo sistemtico agrupamentos de duas e de trs pulsaes, como semnimas e semnimas pontuadas. precisamente esta mistura que vai desempenhar um papel muito importante nas msicas da frica subsaariana.Carlos SandroniSimha Arom: existe na msica africana um importante grupo de frmulas rtmicas em que a mistura de agrupamentos binrios e ternrios dava sempre origem a perodos rtmicos pares:

IMPARIDADE RTMICA (Simha Arom)Sequncia 3+3+23+2+3+2+23+2+2+3+2+2+23+2+2+2+3+2+2+2+2Nketia time-lines (linhas-guia)

frica negra palmas, instrumentos de percusso de timbre agudo e penetranteMetrnomo (orientador sonoro)Linhas-guia frmulas assimtricasOstinato estrito / ostinato variadoPrincpio da Subdiviso decomposio de valores menores 3+3+2 (2+1)+(2+1)+2 / (1+2)+(1+2)+2Figuras rtmicas do tipo descrito acima, embora possam eventualmente ocorrer na msica erudita ocidental em particular na chamada msica contempornea -, s o fazem a ttulo de excees e so consideradas de execuo difcil. Na msica da frica Negra, ao contrrio, elas pertencem por assim dizer ao senso comum musical, frequentando inclusive o repertrio rtmico das crianas. Mas o que mais nos interessa mais diretamente constatar que, neste ponto, o Brasil est muito mais perto da frica do que da Europa.Carlos Sandroni

Da Bahia ao Rio...Quimbundo semba umbigadaAngola/Congo/ LuandaBatuques (danas africanas) at o incio do sculo XXXX samba uso mais geral1870 - uso da palavra no Rio de JaneiroAtribuio ao NorteSamba nasceu l na Bahia...Percurso progressivo para sua nacionalizao

Da Sala de Jantar Sala de VisitasSeg metade sc. XIX acentua-se o fluxo migratrio do Nordeste para o Sudeste Parte do contingente de migrados: negros baianos livresComunidade baiana no bairro da Sade (centro do Rio de Janeiro)tias baianas laos de solidariedadeTia Amlia e tia Perciliana, mes de Donga e de Joo da BaianaTia Hilria Batista de Almeida tia CiataHABITUS DA CASA DA TIA CIATANascida em Salvador em 1854 / chega no Rio de Janeiro em 1876 / casou-se com Joo Batista da SilvaLugar mtico de origem do samba cariocaNoitadas musicais/festas de candomblFabricava e vendia docesFestas: baile na sala de visita, samba de partido-alto nos fundos e batucada no terreiro (Joo da Baiana)/ O samba era danado na sala de jantar e o baile era na sala de visitas...no fundo tambm tinha batucada (Donga)

Biombos CulturaisEspaos na casa: sala de visitas, sala de jantar e terreiro (quintal)Biombos Culturais: filtro que restringe e seleciona o acessoNo interditava, mas marcava uma fronteira que (sob certas condies) era transpassada constantementeMediaes culturais / ambiguidadeO Samba seria assim uma tradio inventada por negros, ciganos, baianos, cariocas, intelectuais, polticos, folcloristas, compositores eruditos, franceses, milionrios, poetas...este podia estar interessado na construo da nacionalidade brasileira...O samba surgiria como fruto do dilogo entre estes grupos heterogneos que, cada um com seus propsitos e sua maneira, criam ao mesmo tempo a noo de uma msica nacional. O Samba, como estilo musical, vai sendo criado concomitantemente com sua nacionalizao. Hermano ViannaMarco Inicial

Pelo Telefone, lanado em 1916, por Donga

Desde quando o Samba Samba?Dois tipos:Mais antigo: Donga, Tia Ciata, Joo da Baiana, Sinh, Caninha, Pixinguinha e outros...Mais recente: associado a um bairro do Rio de Janeiro, Estcio de S Ismael Silva, Nilton Bastos, Bide, Cartola e outros...F I MSANDRONI, Carlos. Feitio Decente: Transformaes do samba no Rio de Janeiro (1917-1933). Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 200120