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Edição 162 | Ano XXIII | www.aborlccf.org.br Páginas azuis: A preocupação da ABORL-CCF com a saúde auditiva no Brasil. A deputada federal Carmem Zanotto detalha a revisão do texto legal O sucesso do maior e mais internacional encontro da OTORRINOLARINGOLOGIA NO BRASIL Conquistas ABORL-CCF lança Campanha de antibióticos, terceira edição do tratado de ot orrinolaringologia e revisão de Consenso de rinites Conduta médica • as operadoras de planos de saúde e o descredenciamento unilateral e arbitrário

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Edição 162 | Ano XXIII | www.aborlccf.org.br

Páginas azuis: A preocupação da ABORL-CCF com a saúde auditiva no Brasil. A deputada federal Carmem Zanotto detalha a revisão do texto legal

O sucesso do maior e mais internacional encontro da

OTORRInOLARInGOLOGIAnO BRAsIL

Conquistas• ABOrL-CCF lança Campanha de antibióticos, terceira edição do tratado de otorrinolaringologia e revisão de Consenso de rinites

Conduta médica• as operadoras de planos de saúde e o descredenciamento unilateral e arbitrário

Realização

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SAVE THEDATE

www.aborlccf.org.br

Olá, meus amigos!Como registro histórico e documental, e pensando na-

queles que não estiveram presentes, nesta última edição do ano, faremos um breve resumo de nosso congresso. Plena-mente exitoso! As diversas atividades realizadas confirmaram a importância desses encontros, como momentos oportunos para democratizar conhecimentos e experiências e, também, para alicerçar a construção de uma nova postura profissional exigida pela sociedade atual – mais humana e solidária.

O congresso terminou, mas não colocou um ponto fi-nal nas ações de nossa gestão. Até o final do ano, nossa di-retoria e comitês realizaram um esforço concentrado para estruturar ou consolidar projetos que julgamos fundamen-tais para a formação e atuação de nossos profissionais e especialistas, apresentados a seguir.

Planejamento estratégico: amplamente discutido em diversas instâncias de nossa área e considerado um instru-mento de gestão imprescindível como norte para o futuro de nossa associação. Totalmente alinhados, Diretoria Exe-cutiva e Comitê de Planejamento Estratégico, planejamos as três primeiras etapas (diagnóstico, planejamento e plano de ações), para que as novas diretorias que nos sucederem iniciem sua implementação.

Projeto Graduação: também precisamos conhecer e acompanhar o ensino de Otorrinolaringologia nas facul-dades de Medicina do Brasil. Após uma proposição inicial de Dr. Godofredo Campos Borges, compartilhada por vá-rios sócios, constituímos uma comissão específica que deve propor a criação de um currículo mínimo, prático e teó-rico, a ser utilizado na graduação em todas as faculdades.

Termo de consentimento: de extrema relevância, con-forme o I Forum Médico Jurídico. Disciplina a relação mé-dico-paciente, com segurança formal para ambos. Também constituímos uma comissão com a finalidade de revisar os termos de ciência e consentimento da entidade de acordo

com os princípios ético-legais que norteiam essa relação. As-sim que estiverem prontos estarão disponíveis no site.

Departamento de Base do Crânio: com o auxílio e o incentivo dos associados Dr. Fabrizio Romano e Dr. Joel Lavinski, criamos o Departamento de Base do Crânio, que terá como presidente Dr. Ubirajara Sennes. Durante nosso congresso, vários membros se reuniram pela primeira vez e definiram metas. Confira tudo nesta edição.

Por fim, tudo o que fizemos ao longo de 2017 tem como objetivos honrar o trabalho e cultivar as sementes deixadas por todos os que nos antecederam, ao mesmo tempo se-meando outras novas, para que floresçam no caminho dos que nos sucederão. Aproveitando, só podemos desejar mui-to sucesso e sorte a nosso amigo e próximo presidente, Dr. Marcio Abrahão. Temos certeza de que ele e sua diretoria continuarão nesta linha de força de trabalho intenso, en-grandecendo ainda mais nossa querida Associação.

Fizemos questão de, no primeiro editorial deste ano, colocar uma foto dos últimos três presidentes com quem tive a alegria de trabalhar. Agora, coloco a foto com os próximos três, na certeza de que esse molde é importante, interessante e nos fortalece. Este é um momento especial de despedida, de agradecimentos e de muita alegria por termos tido a honra de representá-los nesse ano de 2017.

Em nome dos membros de nossa diretoria, dos comitês, das academias, dos departamentos, das comissões e de todos os funcionários, gostaria de agradecer aos nossos associados, par-ceiros e colaboradores pela confiança e pela oportunidade de convivência, realizações e, sobretudo, pela amizade. Muitíssimo obrigada a todos. Continuem colaborando com a ABORL--CCF, para que nossa especialidade cresça cada vez mais!

A todos, um feliz 2018, com bastante força e esperança para continuarmos juntos, porque juntos somos mais que a soma de todos nós.

Dra. Wilma Anselmo LimaPresidente da ABORL-CCF

Mensagem da

PresidenteWilma terezinha Anselmo Lima

diretoria 2017PresidenteDra. Wilma Anselmo Lima - Ribeirão Preto (SP)Primeiro Vice-Presidente Dr. Márcio Abrahão - São Paulo (SP)Segundo Vice-Presidente Dr. Luiz Ubirajara Sennes - São Paulo (SP)Diretor-SecretárioDr. Edwin Tamashiro - Ribeirão Preto (SP) Diretora-Tesoureira Dra. Eulalia Sakano - Campinas (SP)Diretor-Secretário AdjuntoDr. Edson Ibrahim Mitre - São Paulo (SP)

Diretor Tesoureiro AdjuntoDr. Leonardo Haddad - São Paulo (SP)

AssessoresDr. Eduardo Landini Dolci - São Paulo (SP)Dr. Márcio Fortini - Belo Horizonte (MG)Dr. Geraldo Druck Sant’Anna - Porto Alegre (RS)

PRESIDENTES DOS COMITÊSComitê de Eventos e CursosDra. Thais Knoll Ribeiro - São Paulo (SP)

Comitê de ComunicaçãoDr. Allex Ogawa - Londrina (PR)

Comitê de Educação Médica Continuada

Dr. Thiago Freire Pinto Bezerra - Recife (PE)

Comitê de Ética e Disciplina

Dr. Marcelo Miguel Hueb - Uberaba (MG)

Comitê de Residência e Treinamento

Dr. Eduardo Macoto Kosugi - São Paulo (SP)

Comitê de Título de Especialista

Dr. Fernando Danelon Leonhardt - São Paulo (SP)

Comitê de Defesa Profissional

Dr. Bruno Almeida A. Rossini - São Paulo (SP)

Dr. Márcio Abrahão, Dra. Wilma Anselmo Lima, Dr. Luiz Ubirajara Sennes e Dr. Geraldo Druck.

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ção ABORL-CCF

Carta ao leitor

Páginas azuis: saúde auditiva: uma das prioridades da ABOrL-CCF

Combined: iii Combined meeting

Conquistas: ABOrL-CCF realiza três lançamentos importantes durante o 47º Congresso brasileiro de otorrinolaringologia

Conduta médica: operadoras de planos de saúde

gestão e carreira: reajuste na tabela do sus

saiba mais: ABOrL-CCF cria o departamento de base de Crânio

Capa: o sucesso do maior e mais internacional encontro da otorrinolaringologia no brasil

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novidade: Conheça o otorrinojá

Vox news

O que diz a lei: remuneração médica

Qualidade de vida: medicina e esporte se complementam

ABOrL-CCF em ação: Pensando no futuro: planejamento estratégico

educação médica continuada: Caso clínico – otoneurologia

Fique por dentro

HumOrL

VoX otorrino

Presidente:wilma anselmo Lima

Comitê de Comunicações: alexandre beraldo ordones

allex itar ogawa Fabrizio ricci romanogustavo Polacow Korn

ingrid Helena Lopes de oliveiramarco antonio dos a. Corvo maria dantas C. L. godoy

renata dutra moricz ricardo Landini Lutaif dolci

Assistente de Comunicação da ABORL-CCF:

aline Pereira Cabral

editora-chefe:gabriela rezende

Revisão: Leonardo de Paula

Reportagem: allan borba, bárbara mello, bruno

bernardino, Clara magalhães, gabriela rezende e renato

gutierrez

Fotos: divulgação, arquivo pessoal,

Fotocongresso e gabriela rezende

diagramação:douglas almeida, monica mendes e

tatiana Couto

Produção:doC Content

Fone: (21) 2425-8878

Periodicidade:bimestral

Tiragem:6.500 exemplares

Os artigos assinados são de inteira respon-sabilidade dos autores e não refl etem, ne-cessariamente, a opinião da ABORL-CCF.

Espaço do leitor

sugestões de pauta, críticas ou elogios? Fale conosco:[email protected]

(11) 95266-1614

EXPE

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L-C

CF CArtA AO

LeitOrAllex Ogawa

Um novo ano para a Otorrinolaringologia

Presidente do Comitê de Comunicações

O último editorial do ano é sempre de agradecimentos. Dentro da Comunicação, gostaria de agradecer a todos os membros pelo es-forço e comprometimento, aos prestadores de serviço pelo exce-

lente trabalho e aos presidentes do comitê que me antecederam, Edílson Zancanella e João Vianney, pelas valiosas dicas. As formas de se comunicar mudam rapidamente, as informações chegam e vão e precisamos aproveitar cada pequena oportunidade para trazê-las aos nossos associados. Para 2018, desejo ao Dr. Marco Antonio Corvo, que estará a frente do Comitê de Co-municação, muito sucesso!

Parabenizar todos os comitês, departamentos e comissões pela dedicação e grandes feitos! Somos uma grande família, a família ABORL-CCF. Foram muitas conquistas! Um congresso internacionalizado, novo tratado, novos consensos, modifi cações na Classifi cação Brasileira Hierarquizada de Pro-cedimentos Médicos (CBHPM), atualização dos termos de consentimento, premiação aos primeiros colocados da prova de título de especialista, portal da Educação Médica Continuada, o aplicativo permanente e tantas outras grandes conquistas que sempre publicamos na VOX.

Agradeço a oportunidade e todo o apoio dado pelos professores Domin-gos e Wilma. Foi uma honra muito grande ter trabalhado em suas gestões. Junto-me a outros milhares de otorrinos que são fãs de vocês dois! Muito sucesso aos futuros presidentes da ABORL-CCF, Marcio, Bira e Geraldo!

Por último, mas não menos importante, quero agradecer a todos os otorrinos que estiveram presentes no Combined Meeting e no 47º CBO, que participaram do Curso de Foniatria e Sono e da Campanha da Voz e que encaminharam suas críticas e sugestões para a VOX. A todos os ou-tros, deixo meu convite para participarem de alguma forma das ações da ABORL-CCF, pois a colaboração de cada um é muito importante.

Feliz Natal e um feliz Ano Novo para toda família ABORL-CCF!

VOX Otorrino | 5

Páginas azuis

Por Gabriela Rezende

A deputada federal Carmem Zanotto conta um pouco sobre seu encontro com a ABORL-CCF e a revisão do texto legal

Saúde auditiva: uma das prioridades da ABORL-CCF

Diante de pressupostos estipulados na lei magna, a Constituição Federal de 1988, o portador de deficiência auditiva deverá ser amparado por meio de lei, tendo acesso às ações em saúde auditiva em toda a esfera nacional e em todos os níveis de atenção: básica, média e alta complexidades. Tal

direito é amparado pelo Ministério da Saúde (MS), que formalizou o acesso de pessoas com essa deficiên-cia ao atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no ano de 2004, instituindo a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva (PNASA), pela portaria GM/MS nº 2.073, de 2004.

Por meio da revisão desse texto legal, a deputada Carmem Zanotto (PPS/SC), em conjunto com a Comissão Legislativa da ABORL-CCF, pretende analisar a PNASA e identificar oportunidades de ampliar os benefícios trazidos com sua vigência para contribuir com a qualidade de vida de seus beneficiários, sob os princípios e diretrizes do SUS. O encontro se deu em uma audiência pública e, durante o 47º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, em Florianópolis (SC), foi realizada a entrega desse documento revisado à deputada.

6 | VOX Otorrino

VOX: Em qual momento surgiu o interesse pe-las questões específicas do direito à Saúde e da qualidade de vida dos deficientes auditivos?

Carmem Zanotto: Eu tive a chance de, como secre-tária municipal de Saúde e depois secretária estadual, trabalhar a Política Nacional de Saúde Auditiva. E ago-ra, na Câmara Federal, eu atuo nas comissões da Pessoa Idosa, da Pessoa com Deficiência e da Seguridade Social e Família. Minha mãe, então com 92 anos, começou a apresentar perda auditiva. Diante disso, eu fui buscar informações de como estava o andamento da Política Nacional de Saúde Auditiva e descobri que, em meu es-tado (Santa Catarina), a fila de espera para conseguir o tratamento adequado chega a ser de até seis anos.

VOX: Como a senhora vê a situação atual de nosso país em relação ao direito constitucional à Saúde? Acha que há medidas que podem ser to-madas no Legislativo para melhorar a qualidade de vida das pessoas com problemas auditivos?

CZ: Como em Santa Catarina, cuja aplicação de recur-sos para a saúde é maior que os 12% da legislação, a si-tuação era essa, eu fiquei muito preocupada e fui buscar mais informações de outros estados brasileiros e percebi a real complexidade da situação. Para as pessoas que têm uma melhor condição financeira e que, assim como eu, podem adquirir o aparelho por conta própria, o proble-ma se resolve em um curto espaço de tempo. Mas como fica a qualidade de vida de um idoso que tem perda au-ditiva e começa a ficar excluído da sociedade e do meio familiar? Como fica a situação do trabalhador que tam-bém teve essa perda auditiva e precisa do aparelho para desenvolver suas atividades profissionais? Uma questão

muito mais complexa envolve nossas crianças, para as quais o prazo de reabilitação é de, no máximo, até os 4 anos de idade, mas que não recebem dos serviços pú-blicos de saúde o tratamento adequado e os aparelhos necessários para sua reabilitação.

VOX: E de quem partiu a ideia de entrar em contato com a ABOrL-CCF para discutir essas questões? Qual foi a impressão da senhora nes-se contato inicial? O que ficou decidido?

CZ: Percebendo a complexidade do assunto em nosso país, fizemos uma audiência pública com a ABORL--CCF. Nós indicamos a associação como uma das participantes para essa audiência pública, que teve a característica particular de reunir três comissões par-ticipando em conjunto: a do Idoso, a de Seguridade Social e Família e a da Pessoa com Deficiência. Nes-se encontro, debatemos mais sobre as necessidades das pessoas com perda auditiva no Brasil, inclusive a dificuldade de acesso aos implantes cocleares. Com isso, decidimos revisar a portaria n° 2.073 de 2004 (PNASA), que foi inicialmente criada com o intuito de propor a organização de uma rede hierarquizada, regionalizada e integrada entre atenção básica e de mé-dia e alta complexidades, garantindo, assim, diagnós-tico, reabilitação auditiva, promoção e proteção, bem como acesso à terapia fonoaudiológica para adultos e crianças. Nós percebemos que os serviços precisam ser reabilitados para a garantia da prestação dessa assis-tência. Então, a partir dessa audiência pública, que foi muito produtiva, os profissionais que representavam a ABORL-CCF se dispuseram a preparar e nos ajudar na melhoria do texto legal da portaria.

“Nesse encontro, debatemos mais sobre as

necessidades das pessoas com perda auditiva no Brasil, inclusive

a dificuldade de acesso aos implantes cocleares. Com isso, decidimos revisar a portaria n°

2.073 de 2004 (PNASA)”

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Deputada Carmem Zanotto no encontro com a Comissão Legislativa da ABORL-CCF

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Páginas azuis

VOX: Como surgiu o convite para que a senhora participasse do congresso? Qual foi o principal objetivo de sua vinda?

CZ: A Comissão Legislativa da ABORL-CCF, por meio de seu presidente, Dr. Eduardo Baptistella, e do diretor, Dr. Fayez Bahmad Jr, fez contato com a Comissão da Pes-soa com Deficiência. Eu sou do estado de Santa Catarina e coincidiu de o Congresso Brasileiro de Otorrinolarin-gologia e Cirurgia Cérvico-Facial estar acontecendo na capital, Florianópolis. Então, após os contatos, eu saí de Lages, minha cidade, para participar do evento. Eu agra-deço o convite e aproveito para parabenizar a organização pelo evento, que congrega os tantos especialistas da área. O debate científico enriquece a todos e quem ganha com esse crescimento é sempre o paciente, seja do Sistema Único de Saúde (SUS), de planos de saúde ou privado.

VOX: E, agora, quais medidas serão tomadas? Quais planos vão ser colocados em prática?

CZ: Recebendo essa proposta de alteração do texto legal, nós vamos nos reunir com a consultoria técnica da Câmara Federal e apresentar o texto, assegurando à entidade, na justificativa do projeto de lei, que vamos destacar sua elaboração por especialistas. É muito im-portante, para um parlamentar, reconhecer de onde vie-ram as sugestões para a melhoria do texto legal, e termos

a participação da ABORL-CCF, que é quem está na ponta do sistema, compreendendo e avaliando as difi-culdades de nossas crianças desde o teste feito nas ma-ternidades – conhecido como teste da orelhinha – até a protetização de um paciente com implante coclear é algo muito valioso. São eles que conhecem as barreiras que essa população enfrenta para ter acesso não só aos exames, mas, em especial, a todo o processo de reabilita-ção e aos equipamentos.

VOX: Resumindo, o que a senhora, juntamente com a ABOrL-CCF e a AMB, pretende alcançar em prol da saúde auditiva no Brasil?

CZ: Nós queremos garantir a redução do tempo de es-pera para a reabilitação dos pacientes que apresentam necessidades, não só com equipamentos para a melhoria das questões auditivas, mas pensando em diferentes ne-cessidades, como os indivíduos submetidos a uma tra-queostomia e que não encontram disponível, no SUS, a traqueia eletrônica, que lhes facilitaria a comunicação. Gostaria de ressaltar o interesse da ABORL-CCF na iniciativa. Não é comum, depois de uma audiência pú-blica, quando a gente demanda a busca da melhoria da legislação, receber com tanta rapidez, dos especialistas, a proposta de melhoria do texto legal. Nesse caso, eu a recebi em apenas sessenta dias!

Nós queremos garantir a redução do tempo de espera para a reabilitação dos pacientes,

pensando em diferentes necessidades”

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8 | VOX Otorrino

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iii Combined meetingA terceira edição do evento acontecerá junto com o Four Otology

Por Clara Magalhães

Repetindo o sucesso do ano passado, o III Combined Meeting já tem data marca-da para acontecer: entre os dias 25 e 27

de maio de 2018. Nesta edição, o evento vai ocorrer em conjunto com o congresso da So-ciedade Brasileira de Otologia, o Four Otology, tendo a participação de três subseções: o Depar-tamento de Otologia, o Departamento de Oto-neurologia e o Departamento de Foniatria.

Além da data, já existem local e hora con-firmados: os otorrinolaringologistas irão des-frutar da estrutura do Amcham Brasil, que fica localizado na rua da Paz, 1.431, bairro Chácara Santo Antônio, na Zona Sul de São Paulo. Em seus dois primeiros dias, o Combined Meeting acontecerá em período integral, com previsão de início às 8h e encerramento às 18h. Entretanto, o último dia tem programação reduzida, com duração de meio período.

O presidente da Sociedade Brasileira de Otologia (SBO), Dr. José Ricardo Testa, acre-dita que o encontro será um sucesso e espera poder contar com a presença de muito colegas otorrinos. “Em 2018, o terceiro Combined Me-eting acontecerá junto com nosso Congresso, o Four Otology. Nós, da SBO, acreditamos que vai ser um excelente evento, com a participação de convidados internacionais”, ressalta.

Conforme Dr. José Ricardo, a pretensão é que, no período da ma-nhã, a programação conte com uma grande parte prá-tica, incluindo cursos hands-on. “Todos os participantes, desde os menos experientes até os otorrinolaringologistas com mais tempo na pro-fissão, vão poder treinar, na prática, o conhecimento adquirido nas aulas teóricas”, informa.

As inscrições com desconto já es-tão abertas e podem ser feitas pelo link: <http://www.aborlccf.org.br/cursos/eventos_detalhes.asp?cod=212>.

ProgramaçãoSobre a programação, informamos que a gra-de preliminar do evento será divulgada no mês de janeiro e estará disponível no site da Associação.

Valores e prazos das inscrições:

Médico associado quite ABORL-CCF 2018

Residente / Especializando / Acadêmico - associado quite ABORL-CCF 2018

Médico / Residente / Especializando / Acadêmico - associado não quite ABORL-CCF 2018

Médico associado remido

Até 04/11/2017Prazo expirado

R$375

Até 04/11/2017Prazo expirado

R$120

Até 04/11/2017Prazo expirado

R$690

Até 17/05/2018

Isento

Até 28/02/2018

R$450

Até 28/02/2018

R$150

Até 28/02/2018

R$865

Até 17/05/2018

R$520

Até 17/05/2018

R$165

Até 17/05/2018

R$950

Gabriela Rezende

Regulamento no site.

VOX Otorrino | 9

Conquistas

Campanha de Antibióticos, 3ª edição do Tratado de Otorrinolaringologia e Consenso de Rinites coroaram o evento nacional mais importante da especialidade

ABORL-CCF realiza três lançamentos importantes durante o

47º Congresso Brasileiro de

Otorrinolaringologia

Por Allan Borba

O Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia, que, para sua 47ª edição, teve a bela ilha de Florianópolis como pano de fundo, tem um histórico de trazer con-

teúdo científico vasto para os especialistas ao longo dos anos. Em 2017, a organização conseguiu unir esse histórico de suces-so com a apresentação de três documentos importantes para a especialidade e para a área da Saúde, em geral: a Campanha de Antibióticos, a 3ª edição do Tratado de Otorrinolaringologia e uma atualização do Consenso de Rinites.

10 | VOX Otorrino

Atualização do Consenso de RinitesCinco anos se passaram desde que a última versão do

Consenso de Rinites foi lançada, sendo necessário atuali-zar o conteúdo. Para essa tarefa foram convocados mem-bros de três entidades médicas: Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Associação Brasileira de Alergologia e Imunologia (Asbai) e a ABORL-CCF. Cada instituição destinou oito associados para compor uma força-tarefa que revisaria, atualizaria e ampliaria o documento em relação ao anterior.

Conforme Dr. Dirceu Solé, diretor científico da Asbai e um dos idealizadores do projeto, o Consenso está bem completo. “Novos medicamentos, novas asso-ciações, novas armas do ponto de vista do controle do paciente, avaliação de qualidade de vida e novas técnicas laboratoriais que vieram nos últimos dez anos estão con-templadas nesse Consenso”, resumiu.

A diretora tesoureira da ABORL-CCF, Dra. Eulália Sakano, destacou a origem revisionista do Consenso, que passou a levar em consideração aspectos que não eram cobertos anteriormente, como medicina complementar e alternativa, esportes, as relações entre rinite e asma, prevenção e tratamento. Dra. Eulália também ressaltou

a importância dessa nova versão. “O desenvolvimento de algoritmos que indiquem com precisão o que deve e pode ser feito diante de um caso de rinite é de extrema importância para o otorrinolaringologista, melhorando a qualidade do tratamento e conduta de uma doença frequente em nosso meio”, analisa.

O Consenso foi lançado oficialmente na sexta-feira, 3 de novembro, um dia após o anúncio. Os presentes no congresso, porém, receberam um exemplar da versão integral. Uma versão simplificada foi disponibilizada no Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, contendo ape-nas uma atualização sobre rinite alérgica. A produção do consenso contou com o patrocínio dos laboratórios MEDA, Glenmark, Sanofi e EMS.

Apoiadores

Atualização do Consenso de Rinites já disponíveis no site da ABORL-CCF

VOX Otorrino | 11

Conquistas

Campanha de AntibióticosMesmo que não haja números precisos a respeito do

uso de antibióticos, adequadamente ou não, para o tra-tamento de infecções das vias aéreas superiores (ivas), a utilização indiscriminada desses medicamentos é bem conhecida pela comunidade médica. Conforme Dr. Otavio Piltcher, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) e um dos idealizadores da Campanha de Antibióticos, as estimativas, segundo as quais cinco a cada dez pacientes são medicados desne-cessariamente, são preocupantes. “Sabemos que os pro-cessos inflamatórios contabilizam mais da metade das justificativas para o emprego desses medicamentos em humanos e que, exceto nos países escandinavos, um per-centual alarmante de indivíduos recebem tais fármacos sem precisar deles”, alerta.

O projeto começou a dar seus primeiros passos du-rante um grupo de trabalho sobre antibióticos para ri-nossinusites agudas organizado pela Academia Brasileira de Rinologia. No encontro, foi redigido um texto que resumia a indignação dos presentes com a aparente inca-pacidade dos especialistas em agir para mudar o cenário atual do uso de antibióticos. De acordo com Piltcher, a presidente da ABORL-CCF, Dra. Wilma Anselmo, também teve um papel importante para que o proje-to tivesse continuidade. “O texto encontrou na pessoa de nossa presidente o entendimento de que a entidade tinha a obrigação de não só contribuir para modificar dessa situação, mas de encontrar caminhos genuínos e fortes para essa mudança”, relata.

Com a ideia em estágio embrionário, representantes das academias de Rinologia, Otologia e Otorrinolarin-gologia Pediátrica foram chamados para uma reunião presencial durante o Combined Meeting, em São Paulo. Lá, foram debatidas formas de concretizar o projeto e de-finidas suas etapas e seu cronograma. “O primeiro passo seria a proposição de um consenso atual e o mais prático possível, com participação de todos e coordenado por Dr. Edwin Tamashiro e por mim. Em um segundo momento seriam definidas campanhas leigas e para os profissionais de saúde, no sentido de mudarmos conceitos fundamen-tais sobre como vemos as bactérias e os vírus, os riscos palpáveis (efeitos adversos) e invisíveis (resistência bacte-riana), custos, entre outros, para facilitarmos essa espera-da mudança de atitude frente às ivas”, completa.

O último passo seria o planejamento de aulas jun-to a Pediatria, Medicina de Família, Clínica Médica e, até mesmo, nas Ligas Acadêmicas de Medicina, vi-sando atingir a formação de futuros médicos no país, sejam eles especialistas ou generalistas. “Acredito que a

atualização do médico generalista, incluindo essa que envolve a mudança de um paradigma do uso de an-tibióticos, deve, muitas vezes, começar pela ação dos médicos especialistas”, opina Dr. Edwin Tamashiro, secretário geral da ABORL-CCF.

A campanha foi apresentada aos médicos durante o 47º CBO, evento organizado pela ABORL-CCF que aconteceu entre os dias 1º e 4 de novembro no Centro de Convenções de Florianópolis, em Santa Catarina. Segundo Tamashiro, o texto foi bem recebido pelos pre-sentes. “Recebemos um bom feedback dos congressistas, que consideram essas ações extremamente necessárias, o que nos motiva a seguir adiante no projeto”, conta.

Terceira edição do Tratado de Otorrinolaringologia

A edição de número 158 da Revista Vox Otorrino, lançada no mês de março de 2017, informou que a ter-ceira edição do Tratado de Otorrinolaringologia estava sendo preparada. Agora, passado o Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia (CBO), o documento está ofi-cialmente lançado, trazendo uma versão mais objetiva e prática para as mãos dos otorrinos brasileiros.

Além dos 185 capítulos atualizados e outros que foram totalmente reestruturados, a grande novidade da última versão é sua publicação digital. “Esse formato possibilitou a incorporação de vídeos clínicos e cirúrgi-cos, enriquecendo primorosamente seu conteúdo”, ce-lebra a editora-chefe do BJORL, Dra. Shirley Pignatari. Segundo a especialista, a velocidade atual no desenvolvi-mento de pesquisas e novos meios diagnósticos motivou a produção de um tratado que permitisse atualização constante, objetivo facilitado pelo formato em e-book.

O trabalho em grupo foi fundamental para a reali-zação de mais um Tratado. A versão necessitava de capí-tulos atualizados e revisados, sem contar os novos, que precisavam ser produzidos em tempo recorde para que o documento fosse lançado no CBO. “Em um período de menos de um ano, conseguimos dar o pontapé inicial, graças à colaboração incansável de todos os integrantes do Departamento do BJORL, do grupo de publicações da Elsevier e, principalmente, dos autores dos capítulos, que corresponderam totalmente à solicitação de revisar e atualizar os capítulos, alguns com a tarefa de escrever capítulos novos em um curtíssimo espaço de tempo”, relata Dra. Shirley.

12 | VOX Otorrino

Lançamento da Campanha de Antibióticos: 1. Dr. Otavio Piltcher; 2. Dra. Wilma Anselmo e Dr. Marcio Abrahão; 3. Congressis-tas no estande da ABORL-CCF durante o lançamento.

Lançamento da terceira edição do Tratado de Otorrinolaringologia: 4. O livro físico da nova edição do Tratado; 5. Dra. Wilma Anselmo autografando o livro que foi sorteado; 6. Dra. Wilma Anselmo e Dra. Shirley Pignatari com o ganhador do sorteio.

Atualização do Consenso de Rinites: 7. Dra. Eulália Sakano; 8. Equipe responsável pela atualização do Consenso.

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Conduta médiCa

Por Departamento Jurídico da ABORL-CCF

Descredenciamento unilateral e arbitrário

Inúmeros são os cuidados jurídicos que o médico deve ter com a carreira profissional, em aspectos como a relação médico-paciente, o registro do tí-

tulo de especialista, a publicidade médica, o prontuá-rio médico, o termo de ciência e consentimento e, não menos importante, sua relação com as operadoras de planos de saúde.

Por isso, o Departamento Jurídico pretende abordar aqui o descredenciamento unilateral e arbitrário por parte das operadoras de planos de saúde.

Nota-se que a lei nº 13.003/2017 e as resoluções nor-mativas nº 363 e 364/2014 são as normativas que regula-mentam e tornam obrigatória a existência de um contrato escrito entre as operadoras e seus prestadores de serviços, o qual deve estabelecer, com clareza, as condições para sua execução, direitos, obrigações e responsabilidades das partes, incluindo, obrigatoriamente, as que determinem: objeto; natureza e descrição dos serviços; valores; perio-dicidade e reajustes; prazos; pagamentos; penalidade;

Operadoras de

PLAnOs de sAúde

vigência, prorrogação, renovação e rescisão. Porém, antes de abordar o tema em análise, é importante destacar a própria formação de todo cenário histórico.

Desde o ano de 1923, o Estado tenta organizar e conceituar a existência de mecanismos ligados à assis-tência médica, que passaram do Inamps, nos anos 1970, às cooperativas médicas nos anos seguintes e chegaram a seu auge nas legislações existentes, em que figura, atu-almente, a lei que regulariza a contratualização, vigendo desde 24/12/2014, que alterou significativamente os ar-tigos 17 e 18 da lei 9.656, ao introduzir o artigo 17-A, já que, por esse novo artigo, as operadoras de plano de seguro privados de assistência à saúde passaram a ter dis-ciplinas hígidas, oxigenando o imbricado cenário de di-ficuldades existente nessa lei e suas sucessivas alterações criadas por meio de Medidas Provisórias, em que pese terem sido nitidamente fruto do esforço estatal para or-ganizar esse ambiente em que se arvoram as operadoras de planos de saúde.

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Atenção!No que tange à lei nº13.003/2014 (Lei da Contra-

tualização), pode haver o descredenciamento, desde

que mediante decisão motivada e justa, garantindo

ao médico o direito de defesa e do contraditório no

âmbito da operadora. Esse entendimento é corrobo-

rado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), por

meio da Resolução CFM nº 1616/2001, modifi cada

pela Resolução CFM nº 1852/2008:

Art. 1º É vedado o desligamento de médico vinculado

por referenciamento, credenciamento ou associação

à Operadora de Plano de Saúde, exceto por decisão

motivada e justa, garantindo-se ao médico o direito

de defesa e do contraditório no âmbito da operadora.

saiba!A Lei dos Planos de Saúde veda, naturalmente,

comportamentos tido como abusivos, como situa-

ções que impliquem restrições, imposições e preju-

ízos aos usuários, que, além das sanções previstas

na recente Lei da Contratualização, já era acomoda-

da na Lei dos Planos de Saúde no comando do ar-

tigo 29, parágrafo segundo, inciso II, com aplicação

de altíssima multa pecuniária.

Contudo, uma das principais queixas dos médi-cos é o descredenciamento unilateral, contrariando o direito da ampla defesa, o contraditório e, princi-palmente, a chance de continuar o atendimento ao paciente. Já o paciente, por sua vez, é surpreendido pela notícia de que aquele profi ssional médico não faz mais parte da rede de credenciados. Salienta-se que por determinação legal o paciente – consumidor – deve ser informado do desligamento de seu médico, para que possa procurar por outro profi ssional para dar continuidade do tratamento.

Quando a consulta ao Departamento Jurídico é sobre descredenciamento sem o rigor da Lei, recomendamos que o profi ssional médico notifi que extrajudicialmente a operadora de plano de saúde para que tempestivamen-te responda a justifi cativa apresentada para o descreden-ciamento. A notifi cação extrajudicial tem por fi nalidade obter a manutenção do contrato existente entre a ope-radora de plano de saúde e prestador de serviço, sob pena de denúncia do contrato e de suas incompletudes à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Caso o associado opte pelo envio da notifi cação ex-trajudicial, sugerimos que o faça mediante orientação de um advogado, podendo o associado adimplente uti-lizar o Programa de Extensão Jurídica, que é um dos benefícios oferecido pela ABORL-CCF. O Departa-mento Jurídico da ABORL-CCF é o responsável por esse programa, contando com advogados especializados para atendimento. Você pode acioná-los pelos e-mails: [email protected]; [email protected].

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gestão e Carreira

ABORL-CCF estuda valorização de procedimentos otorrinolaringológicos no Sistema Único de Saúde

na tabela do SUSREAJUSTE

Por Bruno Bernardino

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Mesmo tendo divulgado que não haveria valoriza-ção de especialidades médicas neste ano, o Mi-

nistério da Saúde reajustou a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) relativa aos valores pagos para a realiza-ção de procedimentos oftalmológicos. Com a portaria, houve atualização de valores de até 70%, e inúmeros procedimentos foram viabilizados.

A ABORL-CCF tem feito um trabalho de valoriza-ção de seus procedimentos (mais especifi camente: ade-noamigdalectomia e amigdalectomia), tanto via SUS quanto por meio da Classifi cação Brasileira Hierarqui-zada de Procedimentos Médicos (CBHPM), mas há quase oito anos não há reajustes nos procedimentos otorrinolaringológicos pelo SUS. “A Otorrinolarin-gologia brasileira é um exemplo de excelência técnica para o mundo inteiro. É indiscutível a importância de nossa atividade para a melhoria da qualidade de vida do ser humano. Esse aumento provocaria a valorização de nossa especialidade. Muitos hospitais públicos ou particulares não valorizam os procedimentos otorri-nolaringológicos devido à baixa remuneração e nossa especialidade, muitas vezes, é desconsiderada frente às outras”, argumenta Dr. Fayez Bahmad Jr., editor asso-ciado de Otologia do BJORL.

Por serem procedimentos realizados em crianças, sua valorização seria uma economia para o SUS, pois “operar uma criança é menos dispendioso que manter várias consultas e exames ao longo de anos, que pode-riam ser facilmente evitados com cirurgia”, explica Dr. Eduardo Baptistella, presidente da Comissão Legislativa da ABORL-CCF.

A associação está realizando um levantamento de custo-benefício dos procedimentos mencionados com a ajuda de uma empresa de consultoria especia-lizada, responsável pela construção da análise de pro-jeções fi nanceiras. Com a iniciativa, a ABORL-CCF deseja comprovar ao Ministério da Saúde a economia para os cofres públicos resultante da valorização da especialidade.

VOX Otorrino | 17

gestão e Carreira

Comissão Legislativa tem participação na tentativa de reajuste

Com o objetivo principal de “criar novos projetos de lei que possam beneficiar a Otorrinolaringologia e aos pacientes que sofrem de doenças de ouvido, nariz e garganta”, conforme Dr. Bruno Rossini, presidente do Comitê de Defesa Profissional da ABORL-CCF, a Comissão Legislativa vai atuar na defesa do reajuste dos procedimentos otorrinolaringológicos.

É o que explica o presidente da Comissão, Dr. Eduardo Baptistella: “Temos trabalhado para seguir o mesmo caminho trilhado pela Oftalmologia. Acredita-mos na parceria entre as especialidades, pois todos so-mos médicos e nossa união pode ajudar a conquistar

“A Otorrinolaringologia brasileira é um exemplo de excelência técnica para o

mundo inteiro. É indiscutível a importância de nossa atividade para a melhoria

da qualidade de vida do ser humano. Esse aumento provocaria a valorização

de nossa especialidade”

Dr. Fayez Bahmad Jr.

Acesse a página do Diário Oficial da União do dia 17 de novembro de 2017, com a atualização da tabela do SUS para oftalmologistas:

benefícios para as duas especialidades. Temos nos apro-ximado da Oftalmologia por meio do contato com seu assessor administrativo e estamos trabalhando no intui-to de criar uma justificativa para o aumento salutar dos procedimentos realizados (a princípio adenoidectomia e amigdalectomia, mas, futuramente, queremos incluir todos os procedimentos). Para isso, contratamos um profissional administrativo externo para realizar um le-vantamento que vai ser posteriormente apresentado ao Ministério da Saúde”, defende.

A Comissão é formada por membros da Defesa Pro-fissional, da Diretoria Executiva, do Departamento de Otoneurologia, das Academias e do Departamento Ju-rídico e atuará em Brasília, com objetivo de lutar pelos direitos dos associados.

“Temos trabalhado para seguir o mesmo caminho trilhado pela Oftalmologia.

Acreditamos na parceria entre as especialidades, pois todos somos médicos

e nossa união pode ajudar a conquistar benefícios para as duas especia-

lidades. Temos nos aproximado da Oftalmologia por meio do contato com

seu assessor administrativo e estamos trabalhando no intuito de criar uma

justificativa para o aumento salutar dos procedimentos realizados”

Dr. Eduardo Baptistella

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saiba mais

Novo departamento irá atuar nos âmbitos da educação médica e da defesa profissional

Por Allan Borba

Atendendo às fortes demandas de Otorrinolarin-gologistas de todo o país, por causa do cresci-mento exponencial da área e dos interessados

em atuar nela, a ABORL-CCF criou, durante o 47º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia, o Depar-tamento de Base de Crânio. A ideia é trazer inovações e melhorias tanto na área de ensino quanto na parte de defesa profissional.

Conforme Dr. Fabrizio Romano, secretário da área de Base Anterior do departamento, foi a percepção da neces-sidade que motivou a iniciativa da associação. “A cirurgia de base de crânio já é uma realidade dentro da Otorrino há muito tempo, englobando desde o tratamento das le-sões de base lateral pelos otologistas às lesões de base an-terior pelos rinologistas. Porém, mais recentemente, vem se popularizando”, conta.

Quanto à educação médica, o novo departamento vai promover cursos, aulas em congressos, workshops e outros projetos para especialistas que se interessarem pela área. A facilitação da cobrança junto a convênios, a autorização de cirurgias e materiais e a divulgação nos meios leigos e profissionais da competência do otorri-nolaringologista para tratar esse tipo de doenças fazem parte da pauta do departamento. “Além de trabalhar fortemente na defesa profissional e junto aos convênios, queremos organizar o 1º Curso de Cirurgia de Base de Crânio da ABORL-CCF. Também planejamos mapear os colegas de todo o Brasil que atuem ou tenham inte-resse nessa área”, afirma Romano.

Para Dr. Joel Lavinsky, secretário da área de Base La-teral do departamento, a importância da nova adição vai além da defesa dos médicos que estão ingressando na área. “Essa iniciativa faz crescer ainda mais o respaldo para o otorrinolaringologista que já atua como cirurgião de base de crânio e para aqueles que estão iniciando nesse campo, ajudando a qualificar, cada vez mais, nosso papel nessa área de fronteira da Otorrinolaringologia”, resume.

Membros do departamentoCoordenador: Luiz Ubirajara Sennes

Base Anterior

Secretário: Fabrizio Ricci Romano

Membros:Camila Degen MeottiGustavo NogueiraLeonardo BalsalobreMaria Júlia Abrão Issa

Consultores:Aldo Cassol StammAlexandre Felippu NetoGeraldo Druck Sant´AnnaMarcio Nakanishi*

Base Lateral

Secretário: Joel Lavinsky

Membros:João Paulo ValenteMarcos FrançaRonaldo Nunes ToledoPaulo Roberto Lazzarini

Consultores:Ricardo Ferreira BentoOswaldo Laércio Mendonça CruzRubens Vuono de Brito Neto**

*Presidente da Academia Brasileira de Rinologia

**Presidente da Sociedade Brasileira de Otologia

“A cirurgia de base de crânio já é uma realidade dentro da

Otorrino há muito tempo, englobando desde o tratamento das lesões de

base lateral pelos otologistas às lesões de base anterior pelos rinologistas. Porém, mais recentemente, vem se

popularizando”Dr. Fabrizio Romano

ABOrL-CCF cria o departamento de base de Crânio

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Entre os dias 1 e 4 de novembro, Florianópolis foi palco do maior evento de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico--Facial do Brasil. Apesar de toda a beleza da ilha, os quase

3.200 inscritos lotaram os auditórios e salas, participando ativamente de toda a programação e superando as expectativas da Associação e da comissão organizadora. Para o presidente de honra do 47º CBO, Dr. Fábio Zanini, foram dias muito enriquecedores. “Programação científi ca de qualidade e uma excelente oportunidade de atualização, com a numerosa participação internacional proporcionando conhe-cimento de ponta dentro da especialidade”, resume.

O sucesso do maior e mais internacional encontro da

OTORRInOLARInGOLOGIAnO BRAsILO 47º CBO faz história com grande participação internacional e uma

programação repleta de acontecimentos inéditos

Por Gabriela Rezende

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números do Congresso• 21 países

• 3.200 inscritos

• 115 convidados internacionais, sendo 48 palestrantes

• 505 palestrantes nacionais

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A importância do Congresso para os especialis-tas brasileiros é inegável, e, conforme a presidente da ABORL-CCF, Dra. Wilma Anselmo, isso é explicado por dois grandes motivos. Primeiro: o CBO é o maior evento científico da Otorrinolaringologia brasileira. “O Congresso oferece a melhor oportunidade para forma-ção continuada, aperfeiçoamento e conhecimento de novos conteúdos, técnicas e tecnologias que, atualmen-te, sobressaem no mundo e em nossa área”, explica.

Já a segunda razão trata das relações interpessoais: a oportunidade de conversar diretamente com professores e profissionais experientes, de rever velhos amigos e fazer novos. Para Dr. Fábio, além de tudo isso, o evento esti-mula a Otorrinolaringologia local. “Eu acredito na vo-cação do evento de trazer para a região em que acontece um aumento do interesse dos especialistas locais. Isso facilita a busca por atualização para os otorrinos que não estão em grandes centros de referência da especialidade, permitindo ao médico o acesso às novas tecnologias e inovações em geral na área de atuação dele”, ressalta.

De acordo com Dra. Wilma, a 47ª edição do Con-gresso trouxe aos participantes diversas novidades, todas elas exitosas. “Eu destacaria a transmissão de ci-rurgias ao vivo, o 1º Encontro Internacional das Mu-lheres Otorrino e o 1º Encontro das Ligas de Otorrino,

a realização do 1º Forum Latino-americano, a sala es-pecífica para o aprendizado da Otorrino Geriátrica e, por fim, o uso do aplicativo para esclarecer dúvidas durante as aulas”, listou.

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Primeiras impressões

“Acho que as cirurgias ao vivo devem ser mantidas nos próximos congressos. Foi tudo muito bem feito, bem gravado – as imagens com alta qualidade. É interessante a gente ver, na prática, a experiência de grandes professores e poder comparar com o que fazemos no dia a dia. Então, torna-se uma aula muito mais prática e didática, permitindo que nos espelhemos no que foi feito. Foi, realmente, uma excelente iniciativa”.

Dr. Luís Felipe Murad

“Destaco a qualidade de imagem, realmente muito boa, dando a impressão de estarmos no centro cirúrgico. O pessoal que estava fazendo a edição das imagens, também, com uma destreza e uma qualidade muito grande. Para nós médi-cos, quanto mais informação melhor, então, ter uma aula dessas, em que a gente conhece a teoria, facilita, na prática, o raciocínio e ajuda a escla-recer nossas ideias, além de uma aplicabilidade muito melhor em nosso dia a dia”.

Dr. Carlos Martins

“A iniciativa da ABORL-CCF foi fantástica. Po-der assistir a cirurgias tão importantes para nós, otorrinolaringologistas, ao vivo foi muito im-portante, tanto para quem ainda não conhece os procedimentos quanto para quem, assim como eu, já tem prática, poder aprimorar os conheci-mentos. É muito mais fácil manter a atenção na aula vendo desse jeito – a vida como ela é”.

Dr. Marcos Rodrigues

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Transmissão de cirurgias ao vivoUma unanimidade muito bem planejada antes, bem

realizada e percebida durante e confirmada após o even-to foram as cirurgias realizadas e transmitidas em tempo real para os participantes do Congresso. Foram transmi-tidos seis procedimentos, como sonoendoscopia, micro-cirurgia de laringe e endoscopia das vias aéreas, nos dias 3 e 4 de novembro.

A iniciativa foi, sem dúvida, um marco na realização do Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Ci-rurgia Cérvico-Facial. “Em meu ponto de vista, esse foi o diferencial do evento. Além de transmitidas ao vivo

para centenas de especialistas, os procedimentos foram discutidos ali mesmo – as dúvidas que surgiram no mo-mento das cirurgias puderam ser sanadas de imediato por meio do aplicativo da ABORL-CCF usado no Con-gresso e até diretamente por vídeo”, avalia Dra. Wilma.

Mas para que tudo saísse em perfeita ordem, foi pre-ciso organizar toda a estrutura por trás das cirurgias: au-torizações legais, protocolos de segurança, acordos com hospital, transporte, transmissão via satélite e seleção de pacientes. “Tivemos muito trabalho aqui na comissão, e, apesar de não estar à frente de tudo, eu, como presi-dente local, estive sempre verificando essas ações”, res-salta Dr. Fábio.

1. Transmissão de cirurgias ao vivo; 2. Hall de entrada do evento; 3. Apresentação dos e-posters

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1º encontro Internacional das Mulheres Otorrinolaringologistas

Presidente da Associação Brasileira de Mulheres Médicas (ABMM), Dra. Fátima Regina Abreu Alves foi quem inspirou e auxiliou Dra. Wilma a organizar o I Encontro Internacional das Mulheres Otorrinos, que aconteceu durante o 47º CBO. Além de reunir mulheres de força no cenário da Otorrinolaringologia brasileira, o encontro ofereceu uma palestra sobre em-preendedorismo feminino, com a presença da advogada Cárlei Nunes Dellinghausen.

Conforme Dra. Fátima, o encontro foi inspirado pelo costume de a Academia Americana de Otorri-nolaringologia reunir as especialistas de vários países, geralmente em um almoço. “Então, Dra. Wilma e eu percebemos que trazer essa proposta às mulheres da Otorrino brasileira poderia oferecer um aprendizado e, também, a possibilidade de evoluirmos, de entendermos quem somos e para onde nós vamos”, relata.

Na oportunidade, a presidente da ABMM salientou algumas personagens e inspirações femininas dentro da Medicina e apresentou informações relevantes sobre o tema. De acordo com a última Demografia Médica (2015), entre os médicos com 29 anos ou menos, as mulheres já são maioria (56,2%). De 30 a 35 anos, já são quase metade, chegando a 49,9% do total. “O ano de 2011 marcou essa mudança, quando os registros chegaram a 52,6% de mulheres e 47,4% de homens. A partir daí o ingresso de mulheres foi sempre crescente. Esse aumento pode ser considerado uma feminização e rejuvenescimento da classe”, revela.

Para a especialista Dra. Berenice Dias Ramos foi uma alegria participar do encontro, pois muitas das mulhe-res ali presentes sempre foram modelos, mesmo as mais jovens, que também são inspirações para a Otorrinola-ringologia. “A maioria dessas mulheres que temos como verdadeiros modelos de vida têm sucesso não apenas em suas carreiras, mas alcançaram grande êxito pessoal, e isso é algo que admiro muito. Administrar a vida profissional e a pessoal com tanta destreza não é fácil”, declara.

Para Dra. Wilma, o encontro foi um sucesso que merece continuar tendo apoio da associação. “Foi uma iniciativa positiva e deve se manter em congressos futu-ros. Nossa preocupação é preparar jovens líderes para as-sumir cargos importantes e dar continuidade aos nossos trabalhos”, enfatiza.

Mulheres na ABOrL-CCF

Investigando os números da Otorrino-

laringologia, mais especificamente na

ABOrL-CCF, dos mais de 6.500 asso-

ciados, 3.153 são mulheres, 2.088 delas

quites no ano de 2017. Um dado inte-

ressante é a idade da associada mais

longeva: 88 anos.

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IV Congresso da Academia Ibero-Americara de Otorrinolaringologia

Acontecendo em paralelo ao 47º CBO, o Congresso da Academia Ibero-Americana de Otorrinolaringologia trouxe, segundo o presidente dessa instituição, Dr. Agrí-cio Crespo, uma oportunidade ímpar, aos especialistas brasileiros, de trocar experiências com os colegas de ou-tros países, que, assim como o Brasil, são ilhas de exce-lência na especialidade. “Argentina, Chile e México são exemplos dessa excelência, e se falarmos nos países da Península Ibérica, a Espanha e Portugal tem sido, tradi-cionalmente, uma fonte de treinamento para os especia-listas brasileiros. Em minha opinião, esse evento foi uma grande oportunidade de aproximação e, mais que isso, de botar em prática um desejo antigo da ABORL-CCF, o de internacionalização”, afirma.

Para Dr. Agrício, ao realizar o evento, a associação deu um passo em direção ao desejo de ser sem frontei-ras: estiveram presentes mais de 20 países e 149 parti-cipantes estrangeiros, mostrando, assim, a importância da Otorrinolaringologia brasileira. Contudo, o especia-lista acredita haver um paradoxo nessa questão. “Geral-mente, o Brasil leva a maior delegação aos eventos no exterior, já nossos congressos não recebem a visita dos especialistas estrangeiros. Nosso país precisa se abrir a essa oportunidade”, argumenta.

O destaque da programação ficou por conta do 1º Fórum Ibero-latino-americano, com a participação dos representantes dos principais países componentes da Academia Ibero-Americana. Foram discutidas questões ligadas à formação médica, como os aspectos demográ-ficos, à proporção de otorrinos por habitantes e à dis-tribuição nesses países. “Nós somos 8 mil otorrinos no Brasil, embora nem todos membros da ABORL-CCF; nenhum outro país participante chega perto disso. Per-cebemos, assim, que o Brasil tem que ocupar uma posi-ção de protagonismo”, ressalta.

Para Dr. Agrício, o evento foi um sucesso, mas é possível fazer ainda mais com todo o potencial da asso-ciação e da Otorrinolaringologia brasileira. “Eu acredito que a ABORL-CCF precisa construir um mailing inter-nacional para a divulgação ampla do seu evento. Se nós tivemos 150 participantes internacionais, poderemos ter 500”, opina.

novidade!A novidade trazida pela quarta edição

do Congresso foi a mistura da progra-

mação internacional – conduzida pelos

portugueses, espanhóis e latinos – com

a nacional. “Anteriormente, reserváva-

mos salas especiais para essas situ-

ações, e a experiência nova foi muito

interessante, pois promoveu a verdadei-

ra integração. Nas mesas redondas, nas

conferências e nos painéis os profissio-

nais estiveram totalmente integrados”,

explica Dr. Agrício Crespo.

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I encontro das Ligas Acadêmicas de Medicina

As ligas acadêmicas têm ganhado cada vez mais es-paço no cotidiano do estudante de Medicina e no con-texto da formação médica, proporcionando atividades extracurriculares relacionadas às especialidades. Seguin-do essa tendência, aconteceu, durante o 47º CBO, o I Encontro das Ligas de Otorrino, com os estudantes de graduação testemunhando a história de suas fundações e recebendo orientações de professores sobre como e por-que optar pela especialidade.

Para Eduardo de Araújo Silva, acadêmico de Me-dicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e presidente da Liga de Otorrino UFRGS, ter um olhar especial para o público acadêmico é uma missão nobre que pode ser abraçada por uma sociedade de classe profissional, com o objetivo de gerar profis-sionais cada vez melhores. “Entrei em contato com a diretoria da ABORL-CCF, propondo a realização do I Encontro Nacional das Ligas de Otorrinolaringolo-gia, na ocasião do 47º CBO. Apesar de considerar-me um visionário, não esperava que tal proposta fosse tão prontamente recebida. Fui surpreendido com um e--mail da Prof. Dra. Wilma Anselmo Lima, apoiando, de forma entusiástica e integral, esse projeto, junta-mente com os demais membros da diretoria. Imedia-tamente, ela colocou-me em contato com Dr. Diderot Parreira, secretário do Comitê de Educação Conti-nuada, que, por coincidência, havia assumido, este ano, a inédita liderança da organização das Ligas de

e mais:

OtOrrrinO geriAtriAEm 2016, na gestão de Dr. Domingos Tsuji, a diretoria da ABOrL-CCF fundou o depar-

tamento de Otorrrino Geriatria, sendo presidente Dr. Herton Coifman. Conforme a atual

presidente da associação, Dra. Wilma Anselmo, desde então, ele e toda a equipe têm tra-

balhado para o engrandecimento e o avanço dos estudos nessa área. “O departamento

está trabalhando na produção de um livro e nos pediu uma participação no Congresso.

Conseguimos organizar, na programação do CBO, uma sala específica para eles, com

temas diversos e muito interessantes. Foi um sucesso”, comemora Dra. Wilma.

Otorrinolaringologia do Brasil, algo implantado na gestão de 2017, e foi um grande motivador e um dos responsáveis pelo sucesso deste projeto”, conta.

Foram apenas alguns meses muito intensos de pre-paração, conversas on-line e discussões, nas quais Dra. Wilma, mesmo em meio à correria da organização do Congresso e de suas atribuições na associação, participou ativamente. “Juntamente com Dr. Diderot, Dr. Thiago Bezerra, presidente do Comitê de Educação Continu-ada, e a acadêmica Eduarda Rollemberg – na ocasião presidente da Liga de Otorrino do DF – organizamos toda a logística e programação desse evento”, completa. Dos 187 acadêmicos inscritos no 47º CBO, quase 50 compareceram ao evento. Segundo Eduardo, apesar da modesta participação, foi dado o primeiro passo para transformar o Encontro em algo que poderá virar tra-dição nos próximos Congressos. Para Dra. Wilma, o resultado foi positivo. “Foram momentos emocionantes de troca de experiências entre alunos iniciantes e pro-fessores com muita vivencia na especialidade”, resume.

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HOMenAgeAdOs

Por dra. Wilma:

ABOrL-CCF:

Por dr. Fábio Zanini:

dr. Marcos Antonio de Melo Costa

(Maceió/AL)

dra. shirley Pignatari

(São Paulo) - BJORL

dr. Cláudio Correia de Vicenzi

(Florianópolis/SC)

dr. Perboyre Lacerda sampaio

(São Paulo)

dr. reginaldoFujita

(São Paulo) - Revisor

renato Batista10 anos de trabalho na

ABOrL-CCF

dra. Luiza Hayashi endo

(Campinas/SP)

dr. neyPenteado

(São Paulo) - Revisor

dr. syriaco Atherino Kotzias

(Florianópolis/SC)

dr. roberto eustaquio s. guimaraes

(Belo Horizonte/MG)

Durante a cerimônia de abertura do 47º CBO houve um momento de muita emoção: uma ho-menagem da ABORL-CCF a figuras importantes da Otorrinolaringologia. Dra. Wilma agradeceu, em nome da associação, aos especialistas home-nageados. “Foram escolhidos nomes que se de-dicaram à ABORL-CCF, profissionais que, com muito empenho, deixaram um enorme legado para a ORL brasileira”, justifica.

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Por Clara Magalhães

novidade

Quando falamos de marcação de consultas ou bus-ca de médicos, a ligação telefônica é o principal mediador da relação médico-paciente, fazendo

com que muitos pacientes sofram com a demora para se consultar. Atualmente, estão surgindo novas tecnologias que estão mudando essa realidade, gradativamente.

É justamente com o objetivo de melhorar essa questão, que, em Fortaleza, foi desenvolvido um novo aplicativo, o OtorrinoJá. Nele, o paciente pode buscar e marcar consul-tas de forma imediata ou agendar, por meio de um serviço de geolocalização, com resposta em tempo real, tendo aces-so a vários otorrinos. A Cooperativa de Otorrinolaringo-logia do Estado do Ceará (Coolece) adotou esse aplicativo para seus cooperados, reunindo 173 profissionais.

Como a especialidade de Otorrinolaringologia de-manda certa necessidade de atendimento rápido – por motivos como dor e desconforto, que precisam ser ali-viados rapidamente – a procura de um médico pelo apli-cativo promete concorrer com emergências de grandes hospitais, já que tem capacidade competitiva garantida, por sua praticidade e rapidez.

O otorrino Dr. Roberto Alencar, de Fortaleza, acre-dita que o objetivo do aplicativo é inovador. “É uma forma rápida e fácil de conseguir uma consulta de emer-gência, para evitar os pronto atendimentos, e favorecer os médicos otorrinos nos consultórios que tiverem ho-rários disponíveis. Pode, ainda, ser uma ferramenta para otorrinos que desejarem unir-se em torno de um projeto de credenciamento de convênios, ou mesmo de facilitar

consultas de custo mais aces-sível, como as populares”, opina.

Como funciona o aplicativo:Na função “Consulta Já”, com apenas dois clicks,

o paciente consegue acionar médicos em um raio de 20km. Os especialistas dessa região recebem um chama-do, e aqueles que estiverem em consultório, com horá-rio ocioso, podem aceitar aquela consulta. Em seguida, o paciente recebe uma notificação e escolhe o otorrino de melhor conveniência para ele. Dessa forma, somente aquele que foi escolhido confirma a consulta.

Quando o usuário quiser agendar uma consulta, ele escolhe o raio de distância que achar conveniente e re-pete o mesmo processo anterior.

Com essa tecnologia disponível, várias sociedades pelo Brasil, ou grupos de otorrinos, podem utilizar essa ferramenta para negociar com os planos de saúde, já que podem gerenciar, pelo próprio aplicativo, se querem adicionar ou não alguns deles.

Dessa forma, o OtorrinoJá pode fomentar políticas de credenciamento, sem a necessidade de uma coope-rativa de trabalho, pois a finalidade da cooperativa, de agregar profissionais, no intuito de negociar valores com os planos de saúde, pode ser alcançada com esse recurso.

O OtorrinoJá está disponível para download gratui-to por meio do serviço de distribuição digital de apli-cativos, disponível nas versões para Android ou IOS.

O aplicativo de marcações de consulta rápido e prático

Conheça o OtOrrinOjá

Divulgação

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VOX neWs

Por Bruno Bernardino

vox news

A atual Diretoria da ABORL-CCF decidiu criar uma Comissão para Verificação do Ensino de Otorrinolarin-gologia nas faculdades de Medicina. “Temos, em nosso país, quase 350 faculdades e a qualidade do ensino está ruim. Existem universidades em que nossa especialidade conta apenas com aulas teóricas e os alunos não

têm contato com pacientes. A prevalência de patologias otorrinolaringológicas em pronto atendimento é muito alta, e essa formação deficitária acarreta dificuldade no diagnóstico e tratamento dos pacientes”, explica o coordenador da comissão, Dr. Godofredo Borges.

O Ministério da Educação e Cultura (MEC) está revendo as Diretrizes Curriculares da Medicina para a formação de um médico generalista. “Nas grandes áreas da Medicina, a descrição das atividades acontece de maneira mais clara, o que não ocorre nas especialidades. Por isso, acreditamos que esse é o momento ideal para a ABORL-CCF discutir o assunto, propondo um currículo mínimo de Otorrinolaringologia”, salienta Dr. Godofredo.

Para isso, a comissão vai enviar um questionário a todos os serviços credenciados pela ABORL-CCF que estejam vinculados a uma faculdade de Medicina. O objetivo é analisar o número de docentes envolvidos, em qual período a Otorrinolaringologia é inserida e quais são a metodologia de ensino utilizada, os cenários envolvidos e o modo de avaliação dos alunos. As respostas serão analisadas e discutidas pela comissão, que, posteriormente, deve realizar um fórum de debates sobre o assunto. “A intenção é propor um currículo mínimo de ensino da Otorrinolaringologia, em que os alunos possam aprender a realizar um exame otorrinolaringológico básico, fazer o diagnóstico e o tratamento das patologias mais prevalentes e saber quando se deve encaminhar o paciente para uma avaliação com o otorrinola-ringologista. A comissão fará um relatório final que será enviado ao MEC e às faculdades para que as sugestões sejam postas em prática”, resume o especialista.

Inicialmente, a comissão será composta por: Dr. Edwin Tamashiro, Dr. Giuliano Enrico, Dr. Godofredo Borges, Dr. José Dolci, Dr. José Jarjura Jorge Junior, Dr. Thiago Bezerra e Dra. Wilma Anselmo. Os interessados podem enviar sugestões que serão analisadas pela comissão.

COMissãO PArA VeriFiCAr O ensinO dA OtOrrinOLAringOLOgiA BrAsiLeirA é CriAdA

Divulgação

Dr. Godofredo Borges

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ABOrL-CCF CriA COMissãO PArA reVisAr Os terMOs de COnsentiMentOs disPOniBiLiZAdOs nO site dA

AssOCiAçãO

Para que os otorrinolaringologistas tenham maior segurança em sua prática médica, as seguintes medidas são destacáveis: é importante buscar

um bom preparo técnico, ter tempo adequado para a consulta e trabalhar em um local com boa infraestrutu-ra. É essencial que o preenchimento do prontuário seja feito com atenção, contendo as informações relevantes, de forma legível. Além disso, é preciso ter sempre em mente a importância da relação médico-paciente, re-dobrando a atenção ao paciente ao deparar-se com um resultado inesperado. Por fim, mas não menos impor-tante, o termo de consentimento informado, livre e es-clarecido, deve ser usado rotineiramente.

O termo de consentimento é um documento que explica a cirurgia ou quaisquer procedimentos a que o paciente será submetido e define as possíveis complicações. Esse documento é de fundamental im-portância, como explica Dr. Bruno Rossini: “Ao apli-carmos esse termo, buscamos respeitar a dignidade humana e a autonomia privada do paciente, deixando claro por quais procedimentos ele terá que passar. Ao ler, entender e assinar esse termo, o paciente expressa, formalmente, que entendeu as explicações passadas e aprovou a conduta decidida. Além disso, o termo tem um papel fundamental de proteção do médico, no caso de ocorrer uma demanda judicial após o tra-tamento ter sido realizado”.

O termo deve ser entregue ao paciente o quanto an-tes, de preferência no momento da indicação do pro-cedimento. É recomendado que a documentação seja enviada também por e-mail, e que o recebimento desta seja confirmado pelo paciente. O termo deve esclarecer devidamente sobre o procedimento escolhido, para, en-tão, ser devolvido assinado pelo paciente, já com todas as dúvidas sanadas.

Recentemente, foi publicada no site da ABORL--CCF uma aula que esclarece, justamente, sobre a im-portância do termo de consentimento. A Associação também aborda a questão em eventos, como foi feito no Fórum de Direito Médico Profissional. “Caso ainda reste alguma dúvida sobre a importância do documento, nosso departamento jurídico está à disposição para saná--la”, informa Dr. Bruno.

A ABORL-CCF oferece 11 termos já confeccio-nados, contemplando as principais cirurgias realizadas pela especialidade. Esses modelos podem ser acessados e baixados pelos associados que estão quites com a anui-dade. Segundo Dr. Bruno, os termos são de alta quali-dade, mas, para torná-los ainda melhores, a Comissão de Revisão dos Termos de Ciência e Consentimento da ABORL-CCF está sendo criada, com o objetivo de revisá-los e adequá-los à prática médica contemporânea. Com o apoio da presidente, Dra. Wilma Anselmo, a comissão criada terá representantes das Academias, da Defesa Profissional e do Departamento Jurídico, para que as melhorias sejam discutidas e implementadas, conforme a lista específica a seguir.

MembrosBruno Rossini

Alexandre Guimarães

Casimiro Junqueira

Eduardo Baptistella

Wilma Teresinha A. Lima

Tatiana Bragança de Azevedo Della Giustina

Marcelo Miguel Hueb – Representante Comitê de Ética e Disciplina

Vinicius Ribas – Representante da ABOPe

Alexandre Wady Debes Felippu (Filho) – Representante da ABR

Fernando Balsalobre – Representante da SBO

Luciana Miwa – Representante da ABLV

José Eduardo Lutaif Dolci – Representante da ABCPF

Consultores Jurídicos Vania Rosa Moraes

Carlos Michaelis Jr.

Secretário Virgilio Batista do Prado

PresidentePaulo Saraceni

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o que diz a Lei

Remuneração

Saiba mais sobre os aspectos jurídicos que envolvem honorários médicos e salários

Por Departamento Jurídico da ABORL-CCF

Honorários médicos é um dos temas que pro-voca frequente discussão entre sociedades de especialidade médica, Associação Médica Bra-

sileira (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM), Ministério da Saúde (MS), Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Sindicato dos Médicos e Federação Nacional dos Médicos (Fenam) na busca da remunera-ção justa e adequada para os profi ssionais médicos, nos âmbitos público e privado. Portanto, a Revista VOX Otorrino traz este artigo com a intensão de tratar dos aspectos jurídicos desse tema.

No âmbito do Departamento Jurídico da ABORL--CCF, as dúvidas apresentadas pelos associados são de várias naturezas, e uma delas chama a atenção: qual é a diferença entre honorários médicos e salários? Embora muitas pessoas entendam os dois itens como uma coisa só, o Departamento Jurídico pretende esclarecer que, sim, há diferença entre esses dois tipos de cobrança do serviço profi ssional médico.

Ao falar em remuneração é necessário destacar a re-solução CFM nº 1931/2009 – Código de Ética Médi-ca – que estabelece os princípios norteadores da pratica médica, como o direito de o profi ssional médico ser re-munerado de forma justa, para exercer a Medicina com honra e dignidade.

O profi ssional médico pode ser remunerado por meio de:

- Honorários, que são a retribuição devi-da ao profi ssional médico que exerce sua profi ssão de forma liberal e autônoma.

- salário, que é a contraprestação ajus-tada pelo empregador ao empregado em decorrência do trabalho realizado sob regime de subordinação, ou seja, com vínculo empregatício, regulado pela Con-solidação das Leis do Trabalho – CLT nos artigos 457 a 467.

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Vale destacar que é vedado ao médico:

- Cobrar honorários por atendimentos não prestados;

- Deixar de ajustar previamente o custo dos procedimentos;

- Subordinar os honorários ao resultado e/ou cura;

- Cobrar honorários de paciente assistido em instituição pública ou receber remuneração desse indivíduo como complemento de salário ou de honorários;

- Praticar dupla cobrança por ato médico realizado.

Nota-se que, independentemente da natureza dos serviços executados pelo médico, a Medicina não pode ser exercida como comércio, tampouco ser o trabalho médico explorado por terceiros com objetivos de lucro, fi nalidade política ou religiosa.

Os honorários, provenientes do trabalho liberal e au-tônomo, podem ser arbitrados pelo profi ssional médico e cobrados do paciente durante ou após à pratica do ato médico que gerou à cobrança. Já o salário deve ser pago pelo empregador no quinto dia útil subsequente ao mês trabalhado, em moeda corrente do país, sob pena de ser considerando como não realizado.

Os planos e operadoras devem cumprir as de-terminações da lei sob pena de sofrerem as sanções impostadas pela ANS, o órgão que regulamenta e fi s-caliza as operadoras de planos de saúde. Mas, como proceder se o paciente não efetuar o pagamento dos honorários médicos arbitrados/pactuados para o ato médico praticado? Ou se o empregador não efetuar o pagamento do salário no prazo legal? Ou se a opera-dora de plano de saúde não cumprir com as determi-nações da lei nº 13.003/2014?

O Departamento Jurídico recomenda:

• Se a natureza da cobrança for honorários médi-cos – adoção de medida extrajudicial, com envio de notifi cação ao paciente e/ou responsável ou operadora de saúde para que efetue o pagamen-to no prazo arbitrado. Não havendo êxito, a co-brança dos honorários poderá ser feita, por meio judicial, observando os preceitos éticos e de sigilo profi ssional. Prescreve em cinco anos a pretensão de cobrança de honorários médicos;• Se a natureza da cobrança for salário e seus re-fl exos, o remédio jurídico é o ingresso de recla-mação trabalhista.

O Departamento Jurídico da ABORL-CCF é o responsável pelo Programa de Extensão Jurídica ao As-sociado, contando com advogados especializados para atendimento, e pode ser acionado pelos e-mails: [email protected] e [email protected].

Por fi m, seja qual for a natureza da remuneração, sejam honorários ou salário, o profi ssional médico deve ser remunerado de forma digna e adequada. Por isso, as sociedades de especialidade médica, juntamente com órgãos que regulamentam a Medicina, têm lutado dia-riamente para a busca da dignidade da remuneração profi ssional.

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quaLidade de vida

MediCinA e esPOrte Se CoMPleMentaM

Conheça um pouco sobre o triatlo e o envolvimento do Dr. Rafael com esse esporte

Por Clara Magalhães

Nascido em São Paulo, o otorrinolaringologista Rafael Ramos descobriu o interesse pela Medi-cina quando ainda estava no Colegial – achava,

então, que a profi ssão seria um bom desafi o e lhe permiti-ria conhecer e ajudar muitas pessoas. Foi só bem mais tar-de, em 2007, que a corrida entrou na vida do especialista.

No começo, Rafael voltou-se para a natação e, lá, nas piscinas, acabou conhecendo algumas pessoas que praticavam corrida. O especialista decidiu experimen-tar a modalidade e, no início, não se identifi cou muito, mas logo foi melhorando e tomando gosto pela prática. “Além de correr, pratico natação e ciclismo. Gosto mui-to de participar de provas de triatlo”, relata.

Quanto aos benefícios trazidos pelo esporte, Dr. Rafael conta que fi cou com mais disposição para as

TriatloO triatlo é um esporte que se originou da junção de outros três: natação, ciclismo e corrida. Atualmente, é possível dizer que ele ganhou bastante popularidade aqui no Brasil. Se, antigamente, ninguém nem ima-ginava o que era o triatlo, hoje, certas pro-vas são até televisionadas.

Fonte: Brasil Escola

Arquivo pessoal

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Uma prova marcanteEm 2017, Dr. Rafael participou de uma corrida muito marcante, na qual espera-va alcançar um bom resultado, mas as coisas saíram um pouco do planejado. Após sofrer um acidente, o otorrino fi-cou impossibilitado de se preparar da maneira que gostaria. Somou-se a isso uma doença na semana da prova. “Cru-zar a linha de chegada nesse dia foi muito emocionante”, define.

atividades do dia, uma forma física melhor e uma preo-cupação maior consigo mesmo, com o corpo e a saúde. Na hora da corrida, o otorrino é bem prático. “Treino muito e procuro conhecer bem as provas de que partici-po. Não tenho um ritual muito especifico, apenas chego e corro”, afirma.

Ante as vitórias e as derrotas, Dr. Rafael acredita que devemos aprender a sempre tirar algo de positivo, mes-mo quando o resultado não é o esperado. “É óbvio que a vitória causa uma euforia tremenda, uma sensação de invencibilidade, e a derrota, ao contrário, te deixa impo-tente, acuado, mas creio que as duas situações são muito importantes”, analisa.

esporte contagianteA esposa do otorrino também pratica o esporte. Se-

gundo o especialista, Ananda teria começado a se aven-turar nas corridas por influência dele e os dois gostam de praticar e competir juntos. “Ela costuma participar de provas com distâncias menores, então, tentamos achar provas que agradem aos dois. Mesmo quando não participamos da mesma prova, sempre estamos juntos apoiando e torcendo um pelo outro”, conta.

De acordo com o médico, quando os colegas de profissão que conhecem e praticam corrida des-cobrem a paixão dele pelo esporte, logo o chamam para treinar ou participar de alguma prova em con-junto. “Já os colegas que não correm acham que eu sou maluco! Não falo muito sobre o assunto com os

pacientes, mas, em geral, os que acabam descobrindo acham legal”, declara.

Dr. Rafael não pretende deixar de trabalhar como médico e nem parar com a prática do esporte. O dese-jo é manter ambas as atividades na rotina, por quanto tempo aguentar – e torce para que seja para sempre. “A corrida e a carreira médica se completam. Ambos ne-cessitam de disciplina, conhecimento e, sobretudo, de dedicação”, define.

Como um incentivo para as pessoas que sentem vontade de iniciar no esporte, mas não têm cora-gem, o otorrino explica que o segredo é nunca de-sistir. “Por mais que seja difícil, vale muito a pena! É ótimo para desestressar e esquecer um pouco dos problemas”, resume.

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aborL-CCF em ação

Pensando no futuro: planejamento estratégico

Por Allan Borba

Presidentes passam, mas uma sociedade médica, principalmente uma com o porte da ABORL-CCF, continua sua trajetória. Um gestor, muitas vezes, acaba imprimindo uma marca por causa de suas experiências e visões

pessoais, mas um modelo de gestão é fundamental para que a essência não se perca. Essa mentalidade acompa-nha a direção da entidade desde 2015, quando o pensamento em melhorar a gestão administrativa começou a traduzir-se em realidade. “Minha ideia era aprimorar os processos administrativos, de forma que tivéssemos cada vez mais controle sobre as ações e pudéssemos avaliar nossos resultados para ajustá-los, se necessário. Para tanto, necessitávamos de ferramentas especializadas”, conta o assessor da instituição, Dr. Geraldo Druck.

Uma empresa de consultoria foi contratada para orientar na implementação da norma ISO 9001, versão 2015, garantindo para a entidade o status de primeira sociedade médica a conseguir a certifi cação. “A sequência lógica, tendo a ‘casa arrumada’, era podermos planejar nossas ações em um espaço de tempo mais dilatado, de três, cinco ou mais anos”, relata o assessor. Em 2017, nasceu a ideia de realizar um planejamento estratégico, com o aval da pre-sidente, Dra. Wilma Anselmo. Mais uma vez, a ABORL-CCF quis contar com um especialista, e Helton Haddad, sócio consultor da Share Marketing Group (SMG), foi o escolhido, por sua vasta experiência, principalmente com entidades similares à ABORL-CCF.

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Segundo Haddad, o planejamento estratégico é uma teoria e uma prática consolidada de gestão empresarial em uso, há décadas, pelas mais variadas empresas, com-pondo um conjunto de ferramentas integradas entre si, que vem sendo atualizadas e modernizadas para os desafios atuais. No caso da ABORL-CCF, foram neces-sárias certas adaptações na elaboração do projeto, para adequá-lo à realidade da associação.

O planejamentoTudo começa com uma palavra bastante conhecida

pelos médicos: diagnóstico. Foi realizada uma análise da associação para revelar seu ambiente interno, sua estru-tura, seus pontos fracos e fortes e seus objetivos. “Aqui, conceitos muito importantes podem ser norteadores da análise, como a ‘visão’, o que se pretende como objetivo de longo prazo para a organização, e a “missão”, a razão de ser da organização”, destaca Haddad.

O mercado de atuação também foi observado com atenção, visando usar as forças da ABORL-CCF de acor-do com o que o cenário externo pede. As conclusões foram utilizadas para traçar estratégias para o biênio 2018-2019, tudo isso calcado em um plano de ação detalhado e com a participação de toda a equipe da associação.

Um comitê formado pelos ex-presidentes recebeu, du-rante o 47º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringolo-gia, as ações iniciais, o cronograma de planejamento, o plano de ação e a continuidade do processo para serem aprovados. Haddad afirma que isso faz parte da proposta de seguir as melhores práticas do planejamento estratégico, garantindo que o plano seja eficiente e permita à ABORL--CCF seguir na mesma direção integradamente.

estabilidadeTodo esse processo foi feito pensando em garantir que

os cenários políticos ou econômicos influenciem menos no desenvolvimento da associação, e que a entidade se

mantenha estável independentemente desses fatores. Nesse objetivo, conforme Dr. Geraldo, assim como o projeto de implementação da ISO 9001, o planejamen-to estratégico deve incorporar-se ao DNA da instituição. “Para tanto, é necessário o entendimento e engajamento de todas as instâncias da ABORL-CCF – diretoria exe-cutiva, conselho administrativo-fiscal, colaboradores, co-mitês, comissões e associados. Já temos esse compromisso por parte de todos estes grupos”, define.

Para garantir a continuidade do processo, estão em desenvolvimento planos de ação para serem colocados em prática pelas próximas diretorias e haverá uma consultoria para implementação e revisões necessárias. “A ABORL--CCF segue com sua visão de ser uma sociedade médica modelo, também por meio de suas inovações na gestão administrativa e estratégica”, completa o assessor.

O que é a ISO 9001?A ISO 9001 é uma norma de padronização internacional que pode ser implementada por qualquer organização, independentemente de sua área de atividade. Tem por objetivo a melhora na gestão da entidade que a implanta e pode ser aplicada em conjunto com outras normas, como normas de saúde ocupacional e de meio ambiente.

Segundo o diretor executivo da ABORL-CCF, Carlos Roberto, a implementação da ISO 9001/2015 conso-lidou o mapeamento dos processos da associação, que passaram a ser monitorados periodicamente com objetivos, metas e reuniões anuais de análise. “Com os processos mapeados, a celeridade nas transições e a continuidade dos processos ficaram mais acessíveis e de melhor compreensão, sem perder a qualida-de e o timing das ações”, ressalta.

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eduCação médiCa Continuada

Dr. Bernardo Faria Ramos | Doutor em Otorrinolaringologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e professor adjunto de Otorrinolaringologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)Dr. Francisco Carlos Zuma e Maia | Especialista em Otorrinolaringologia e Otoneurologia em Strasbourg (França); mestre e doutor pela Uni-versidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) e coordenador do Departamento de Otoneurologia da ABORL-CCF

C a s o C l í n i C o

otoneurologia

Identificação: paciente de 57 anos, sexo feminino, fun-cionária pública.HdA: iniciou queixa de tontura rotatória com a mudan-ça de posição na cama ao acordar, associada a náuse-as e vômitos. Refere que, durante as atividades diárias, procurava evitar à movimentação cefálica para evitar os sintomas neurovegetativos.História pregressa: paciente referiu diagnóstico de en-xaqueca sem tratamento medicamentoso, com crises de cefaleias características eventuais, sobretudo após priva-ção de sono.exame físico: com paciente sentada, observou-se nis-tagmo horizontal para direita com uso de vídeo fren-zel. Os demais parâmetros da movimentação ocular estavam dentro dos limites da normalidade. Durante os testes posicionais, na posição sentada, observou-se nistagmo horizontal para direita que reverteu de direção com a inclinação da cabeça para frente até 60º (Bow) e se intensificou com a inclinação da cabeça para trás em 30º (Lean). À mudança de posição sentada para supina, observou-se nistagmo horizontal para direita. No teste de guinada da cabeça em posição supina (Head roll test) obser-vou-se nistagmo horizontal apogeotrópico com mínima latência, duração de mais de um minuto e intensidade maior ao girar a cabeça para esquerda. Quando realizada a manobra terapêutica de Zuma, foi visibilizado nistagmo horizontal apogeotrópico mantendo-se nas posições 1 e 2 e nistagmo horizontal geotrópico na posição 3. Hipótese diagnostica: vertigem postural paroxística benigna (VPPB) apogeotrópica do canal semicircular lateral direito. discussão: de acordo com a literatura, a VPPB é uma das etiologias mais comuns de tontura com incidência mais alta nos pacientes com enxaqueca e doença de Ménière. A VPPB de canal semicircular lateral responde por 15% a 25% das ocorrências dessa patologia e a variante apogeotrópica, por 25% dos casos em que esse canal semicircular está acome-tido. Os sintomas, durante a deambulação, geralmente são

mais intensos nos casos de VPPB de canal lateral, quan-do comparados aos do canal posterior, em decorrência da orientação do canal em relação ao plano horizontal.

O nistagmo apresentado pela paciente no exame de cabeceira pode ser confundido com nistagmo espontâneo. Como o canal lateral tem orientação de 30º relacionada ao plano horizontal pode desencadear nistagmo de mudança de direção, definido como nistagmo pseudoespontâneo. Na variante apogeotrópica, esse nistagmo tem, por caracte-rística, bater para o lado afetado, aumentando de intensi-dade com a inclinação da cabeça para trás e revertendo de direção com a inclinação para frente. Na mudança de posi-ção sentada para supina, os otólitos se deslocam em direção à ampola, já que o braço anterior do canal lateral direito é curvado para o lado esquerdo, resultando em corrente en-dolinfática ampulípeta, e causam nistagmo, batendo para direita. No teste de guinada da cabeça em posição supina, o nistagmo bate com mais intensidade em direção à orelha afetada, de acordo com a segunda lei de Ewald. Dessa for-ma, na variante apogeotrópica, o lado afetado é aquele no qual o nistagmo é menos intenso.Tratamento: em 2016, Zuma publicou um artigo na Au-diology Research, no qual descreveu uma nova proposta terapêutica e demonstrou resultados promissores com a realização de apenas uma manobra. A manobra inicia-se com o paciente em posição sentada seguida de decúbito lateral para o lado afetado de maneira rápida (posição 1). Na posição 2, a cabeça do paciente é rodada 90º para cima e na posição 3 a cabeça é rodada mais 90º para o lado são. Finalmente, pede-se ao paciente que incline a cabeça para baixo, em direção ao tórax (posição 4) e retor-ne à posição sentada (posição 5). O paciente permanece três minutos em cada uma das posições apresentadas.

Referências1) Asprella Libonati G. Vertigem Posicional Paroxistica Benigna. In: Zuma e Maia FC, Mangabeira Albernaz PL, Carmona S. Otoneurologia Atual. 1 ed. Rio de Ja-neiro: Revinter; 2014.

2) Zuma e Maia FC. New Treatment Strategy for Apogeotropic Horizontal Canal Benign Paroxysmal Positional Vertigo.Audiol Res. 2016 Nov 24;6(2):163.

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EMC na VOX Otor�inoA seção dedicada à Educação Médica Continuada em nossa revista abriu espaço para a Estomatologia. Abaixo, alguns dos temas tratados durante o ano:

• Tórus mandibular• Doenças vesicobolhosas

Notas da EMCO comitê de Educação Médica Continuada da ABORL-CCF conclui o ano de 2017 com grandes conquistas.

Curso UP! – At�alização de A a Z• Mais de 700 inscritos;• Conteúdo completo;• 110 aulas.

Dr. Otor�ino2017 foi o ano de continuidade do Dr. Otorrino, personagem criado pela ABORL-CCF para informar a população de modo mais didático sobre doenças otorrinolaringológicas. Sua aparência é uma ho-menagem ao Dr. Luc Louis Maurice Weckx, presidente da ABORL-CCF de 1999 a 2002 e fundador da Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica (ABOPe). Weckx faleceu em 2012.

• Conclusão do curso UP! e início do Curso UP! Gestão, voltado para a gestão de consultórios;

• EMC na VOX Otorrino trazendo casos clínicos focados na Otoneurologia;

• Lançamento ofi cial do app Tele5;

• UP! Start, curso de introdução voltado para médicos residentes;

• Realização do TEDxOtorrino.

• Lesões brancas em mucosa oral• Doenças sistêmicas com manifestação oral (lupus eritematoso, esclerodermia etc.)

OrlTubeColocamos no ar o OrlTube, um portal de compartilhamento de vídeo, de acesso exclusivo para os associados da ABORL-CCF. O ambiente permite a apresentação de técnicas e táticas cirúr-gicas, demonstração de exames clínicos e complementares e manobras terapêuticas, entre outros conteúdos.

Por�al da EMCCriamos o portal Educação Médica Continuada, um site que reúne todo o conteúdo e o conhecimento disseminados pela ABORL-CCF em um só lugar, facilitando o acesso e a busca. O associado tem acesso a arquivos e links importantes para a formação médica.

Tele5O aplicativo Tele5 foi desenvolvido e liberado para testes. O projeto da ABORL-CCF visa aperfeiçoar a formação de médicos da atenção básica à Saúde em temas relevantes da Otorrinolaringologia. O app traz doze aulas sobre os temas mais importantes da especialidade. É um curso constituído de aulas curtas, com duração de cinco minutos, acompanhadas de um material de apoio com quatro páginas.

Mais em 2018...

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Fique Por dentro

Desafios para a formação eDucacional De

Deficientes auDitivos no Brasil

Como a redação do Enem deste ano abriu uma discussão pouco debatida no país

Por Bruno Bernardino

A redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2017 teve como tema Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil. A prova

apresentou quatro textos motivadores diferentes. Um deles incluiu dados sobre o número de alunos surdos na educação básica entre 2010 e 2016. Outro texto apre-sentou um trecho da Constituição Federal que afirmava que todos têm direito à educação. O terceiro mostrou aos candidatos uma lei de 2002 que determinou a ele-vação da Língua Brasileira de Sinais (Libras) a segunda língua oficial brasileira.

Um quarto aspecto da questão veio em forma de um anúncio do Ministério Público do Trabalho (MPT) que, segundo o site do MPT, foi publicado em 2010 e afir-mava que os surdos seguem excluídos por causa do pre-conceito, ainda que tenham uma formação educacional básica necessária para entrar no mercado de trabalho.

Para o otologista Dr. Ricardo Dourado, o assunto é muito relevante. “Um tema como esse é de extrema im-portância, pois dá visibilidade para um assunto até então desconhecido para a maioria dos brasileiros, que nunca tiveram contato com pessoas com deficiência auditiva. Como a prova do Enem possui abrangência nacional e, atualmente, é a principal forma de ingresso nas univer-sidades brasileiras, esse fato fez com que o assunto fosse discutido e debatido não só nas escolas, mas também em programas televisivos, aumentando a informação da população, em geral, sobre o tema e levantando ideias de como pode ser mais bem tratado”, avalia.

números e dadosAtualmente, são relatados um a três casos de surdez

neonatal a cada mil nascidos vivos. Em pacientes pro-venientes de Unidades de Terapia Intensiva neonatais, a frequência aumenta bastante, atingindo de 1% a 5% dos bebês. Outros trabalhos revelam que a grande maioria dessas crianças são filhos de pais sem deficiência auditiva, ou seja, vêm de famílias sem experiência em lidar com a questão. “Assim, vemos que essa é uma doença frequente.

Porém, com os tratamentos certos aplicados na época cor-reta e garantidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), os resultados são muito bons, trazendo a pessoa reabilitada para as escolas tradicionais, sem limitações e podendo ser totalmente incluída na sociedade. Discutirmos isso aber-tamente é importante, pois saber da existência da doença aumenta a chance de que os pais procurem auxílio precocemente, favorecendo uma reabilitação plena”, explica.

O ensino brasileiroé inclusivo?

Atualmente, há uma tentativa de tornar o ensino mais inclusivo, à medida que se propõe que os alunos com certas deficiências frequentem salas de aula con-vencionais, auxiliados por tutores e/ou tra-dutores. Quando se pensa a questão dos deficientes auditivos profundos e reabili-tados em Libras, é preciso que haja pro-fissionais fluentes na língua de sinais nas salas de aula. “É importante que o aluno e seus familiares tenham acesso a cen-tros de treinamentos em Libras. Quanto aos pacientes reabilitados com próteses auditivas e implante coclear, é importante que disponham do sistema de frequência modulada (FM), pelo qual o professor uti-liza um microfone portátil e sem fio para comunicar-se diretamente com o aparelho auditivo, diminuindo a interferência de ruí-dos externos e melhorando a compreensão da criança. Teoricamente, tanto o sistema FM quanto o tradutor em Libras são garan-tidos pelo Estado”, informa Dr. Ricardo.

Divulgação

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mec responDe ofício enviaDo pela ABOrL-CCF notificanDo

instituição De ensino por propaganDa enganosa

Por Renato Gutierrez

Em maio de 2016, a ABORL-CCF encaminhou uma notificação à Comissão de Residência Médica do Ministério da Educação e Cultura

(CNRM/MEC), com o objetivo de levar ao conheci-mento daquele Conselho a realização de um curso de pós-graduação em Otorrinolaringologia. Na oportuni-dade, a ABORL-CCF alertou a Comissão de que a ins-tituição de ensino que oferecia o curso utilizava meios de comunicação para divulgá-lo, ressaltando a seguinte informação: “Curso de Pós-Graduação Lato Sensu, em nível de especialização, devidamente reconhecido pelo Ministério da Educação e em conformidade com a Lei”. Porém, não foram identificados nos registros da ABORL-CCF, tampouco do MEC, o credenciamento ou reconhecimento do referido curso pela instituição que o oferecia.

De acordo com o Departamento Jurídico da ABORL--CCF, são considerados válidos apenas os serviços de re-sidência médica em Otorrinolaringologia reconhecidos pela CNRM/MEC e os de especialização credenciados pela Associação. A forma com que a instituição divulga-va as informações a respeito dos cursos semi-residência poderia indicar aos participantes que, ao final do curso, estariam habilitados a prestar o Exame de Suficiência para obtenção do título de especialista pela ABORL-CCF ou que, sendo reconhecido pelo MEC, seria conferido o tí-tulo de especialista pelo MEC. O ofício enviado às auto-ridades destaca, também, a disseminação de cursos sem a chancela e a vistoria regular do MEC, o que compromete a qualidade da formação e dos serviços prestados, colo-cando em risco a saúde dos pacientes.

Em 20 de outubro de 2017, o MEC respondeu ao ofício afirmando que, em consulta aos dados constantes no sistema, foi possível localizar o grupo educacional, que se encontra em descredenciamento por medida de supervisão e suspensão de ingresso nos cursos de espe-cialização lato sensu.

Ainda, segundo o documento encaminhado pelo MEC, os procedimentos de supervisão da Secretaria de

Regulação e Supervisão da Educação Superior apuraram indícios de irregularidades nas condições de oferta de cursos originalmente estabelecidas nos atos autorizati-vos proferidos pelo Poder Público, bem como deficiên-cias no padrão de qualidade.

Assim, a instituição foi objeto de instauração de processo administrativo com vistas à aplicação das seguintes penalidades e medidas cautelares admi-nistrativas: desativação do curso de Administração e descredenciamento da instituição; aplicação de me-dida cautelar administrativa de interrupção imediata da oferta de quaisquer cursos de graduação e de pós--graduação, sob quaisquer designações, voltados para a certificação ou diplomação no âmbito da educação superior; e suspensão de novos ingressos de alunos em quaisquer cursos voltados para a certificação ou diplo-mação em cursos de graduação ou pós-graduação, sob quaisquer designações, entre outras medidas.

“Na gestão presidida por Dr. Domingos Tsuji, fomos alertados, via Comitê de Defesa Profissional, que estava sendo lançado um curso de pós-graduação em Otorri-nolaringologia, a ser realizado em um final de semana, e que, segundo os organizadores, traria capacitação ao médico clínico geral para atender na área. Assim, solici-tamos ao Departamento Jurídico da ABORL-CCF que enviasse pedido ao MEC para que o tal curso não fosse autorizado, uma vez que se tratava de propaganda enga-nosa. O MEC realizou, então, uma sindicância e fechou o curso, além de colocá-lo sub judice administrativo. A resposta chegou agora, após mais de um ano, mostrando que nós, da Defesa Profissional da ABORL-CCF, auxi-liados pelo Departamento Jurídico, continuamos nossa busca incessante por defender a especialidade e trazer uma resposta ao nosso associado. Tal notificação repre-senta a preocupação dos mais de 5.200 associados que primam pela qualidade do ensino, do serviço prestado e, principalmente, do atendimento ao paciente”, afirma Dr. Eduardo Baptistella, presidente do Comitê de Defe-sa Profissional da ABORL-CCF.

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HumorL

operando o colegaOs cuidados no transoperatório requerem, como todos sabemos, uma atenção especial. Ou,

pelo menos, dão essa impressão. Se o paciente é colega ou mantém alguma relação com o cirurgião, essa sensação é ainda mais aparente.

Um conhecido colega nosso, que transita pelo 1º andar dedicado à especialidade em um hos-pital, preparava-se para operar um amigo comum, dele e de um dos anestesistas da instituição em que trabalhavam.

Na véspera, o centro cirúrgico em verdadeira ebulição, uma das circulantes abriu a porta e, em um tom ligeiramente mais elevado que o habitual, chamou pelo anestesista:

- Dr. Joaquim, telefone para o senhor.Com os celulares devidamente resguardados, o interfone ficava próximo da Secretaria e, logicamen-

te, distante das salas cirúrgicas.Deslocando-se para o corredor, o anestesista foi até lá e travou o seguinte diálogo com o paciente/

colega, que iria ser operado na manhã seguinte:- Olá, Joaquim! Bom dia! Você sabe que amanhã vou me operar e será você quem vai fazer a

anestesia, correto?- Claro, pode ficar tranquilo!, respondeu o anestesista. - Já está tudo preparado. Mais alguma coisa?- Sim, na verdade, o mais importante. Gostaria que, amanhã, você não fizesse isto.- Isto o quê?, indagou o anestesista. - Não estou entendendo.- Isso que você está fazendo agora. Eu gostaria que você não atendesse aos telefonemas e ficasse o

tempo todo na sala cuidando de mim.

José Seligman/J.A. Patrocínio

42 | VOX Otorrino

CALENDÁRIO DE CURSOS E CONGRESSOS DA ABORL-CCF - 2018

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Programação Preliminar, sujeita a alterações.

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ESPECIALIDADE / CURSO DATA COORDENADORES LOCAL / FORMATO

PÚBLICO-ALVO OBJETIVO

Educação Médica ContinuadaTED x Otorrino

19/01/2018 Dr. Domingos Tsuji Dr. Thiago Bezerra | Comitê de EMC

Sede ABORL-CCFTeórico / Online e Presencial

Médicos ORL | Médicos de Outras Especialidadades | Residentes e Fellows | Acadêmicos

Grandes nomes da ORL compartilham idéias, experiências de vida e visões que vão além da especialidade, seguindo o modelo TED.com

Defesa Profi ssionalOrientação de Carreira

Janeiro a Dezembro/2018

Dr. Bruno Rossini OnlineOnline / Aulas Gravadas

Médicos ORL | Médicos de Outras Especialidadades | Residentes e Fellows | Acadêmicos

Promover educação e orientação nas diversas áreas da gestão, de forma a maximizar as potencialidades dos profi ssionais ORL, auxiliando-os na conquista do sucesso profi ssional

Educação Médica ContinuadaUP! - ORL de A a Z

Janeiro a Dezembro/2018

Comitê de EMC OnlineOnline / Aulas Gravadas

Médicos ORL | Residentes e Fellows | Acadêmicos em ORL UP! - Sequência do Up! com aula mas específi cas das áreas

Educação Médica ContinuadaUP! Gestão de Consultório

Fevereiro a Maio/2018

Dra. Wilma Anselmo-LimaDr. Thiago Bezerra | Comitê de EMC

Plataforma EMCOnline / Aulas Gravadas

Médicos ORL’s e Residentes Capacitar os associados a melhorarem as condições de gestão do consultório, abordando temas importantes como: Planejamento Financeiro, Custo fi xo e variável, divulgação, etc

Educação Médica ContinuadaUP! Start – Curso de Introdução à ORL para Residentes

26/2/2018 e 02/03/2018 Dra. Wilma Anselmo-LimaDr. Thiago BezerraComitê de EMC

Plataforma EMC / Sistema Webex / Sede ABORL-CCFTeórico-Prático / Online e Presencial

Residentes e Fellows Curso de introdução à Residência Médica em ORL para todo o Brasil em formado EAD.

OtoneurlogiaVPPB e Exame de Cabeceira do Paciente com Vertigem

24/03/2018 Dr. Francisco Carlos Zuma e MaiaDr. Renato Cal

Sede ABORL-CCFTeórico - Prático

Médicos ORL | Médicos de Outras Especialidades Difundir na teoria e na prática os conceitos básicos da Otoneurologia Atual

Prova de Título de Especialista em Otorrinolaringologia

25/03/2018 Comitê Título de Especialista Centro de Convenções Frei Caneca, Rua Frei Caneca, 569 – São Paulo/SP

Médico ORL Exame de Sufi ciência para Obtenção do Título de Especialista em Otorrinolaringologia 2018

Medicina do SonoMedicina do Sono - 11a Edição

Março a Dezembro/2018

Dr. Edilson ZancanellaDr. Fabio Lorenzetti

04 fi nais semana presenciais (março, junho, setembro, dezembroSistema Webex - Aulas OnlineOnline e Presencial

Médicos ORL | Médicos de Outras Especialidadades | Residentes e Fellows

Introdução à Medicina do Sono

FoniatriaV Curso Extensivo de Foniatria

Maio a Outubro/2018

Dra. Berenice Dias RamosDra. Mariana Lopes FáveroDra. Sulene Pirana

Sede ABORL-CCFTeórico

Médicos ORL Ensinar, discutir, divulgar e aprofundar os conhecimentos na área de atuação em Foniatria

III Combined Meeting 25 a 27 de Maio/2018

Dra. Berenice Dias RamosDr. Francisco Zuma e MaiaDr. José Ricardo TestaDr. Márcio Salmito Dr. Rubens de Brito Neto

São Paulo / SPTeórico-Prático – Hands-On

Médicos ORLs | Médicos de Outras Especialidades | Residentes e Fellows | Acadêmicos

Trazer os principais nomes de cada sub-especialidade e suas contribuições no universo acadêmico e profi ssional.

FoniatriaProva de Foniatria

27 de Maio/2018

Departamento de Foniatria São PauloProva do Departamento de Foniatria

Médicos Otorrinolaringologistas Exame de Sufi ciência para Obtenção do Certifi cado de Àrea de Atuação em Foniatria

48º CBO 31 de Outubro a 03 de Novembro de 2018

Dr. Márcio Abrahão Dr. Marcos França

João Pessoa – PBTeórico-Prático Curso de dissecção ao vivo nariz e Base anterior do Crânio

Médicos ORLs | Médicos de Outras Especialidades |Residentes e Fellows | Acadêmicos

Trazer apresentações de alto nível, mas, principalmente, o que há de novo no dia-a-dia da ORL no Mundo.

www.aborlccf.org.br

www.aborlccf.org.br

Aulas com Hands-On e uma programação trazendo o que há de mais novo nestas especialidades

25 a 27 de maio de 2018

São Paulo / SP

OtologiaOtoneurologiaFoniatria

Four

20

18

20

18

20

18

20

18

Otology

FONIATRIA

Não percam!!!

Em 2018 teremos

OTOLOGIA

OTONEUROLOGIA