o som que vem da rua

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Page 1: O som que vem da rua

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6 • CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, segunda-feira, 4 de julho de 2016 • Diversão&Arte

ESTAÇÃOCENTRAL DOMETRÔ» Em frente ao Conjunto NacionalEstação Galeria dos EstadosEm frente ao PátioBrasilTodas as quadras do Setor Comercial SulPassagem entre o Park Shoppinge CarrefourEstação Praça do Relógio Em frente ao Taguatinga Shopping

Melhores locais para tocar

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Mudança nas telinhasDoctor who está caminhando para a 10ª temporada,

quemarca o fim da Era de StevenMoffat, no comandoda clássica série britânica, mas não é sem algunsarrependimentos que o showrunner entrega o cargo.Em entrevista para a Doctor whomagazine, o produtorcomentou que ele não ficou exatamente satisfeito com asétima temporada, alegando que foi um ano exaustivopara ele e que houve alguns equívocos: “A carga detrabalho era insana. Eu não estava lidando bem. Não foiculpa de ninguém, sóminha. A décima temporada dasérie, que estreia em 2017, é a última comMoffat nocomando, e depois Chris Chibnall assume o posto. Nesteano, a BBC exibe apenas o episódio especial de natal.

Das telinhas para as telonasApróxima novela da Rede Record, A terra prometida,

que estreia amanhã deve seguir os mesmos passos daantecessora,Os dezmandamentos, e virar filme. O anúnciofoi feito pelo diretor de dramaturgia da emissora, AndersonSouza. Vale lembrar queOs dezmandamentos— o filmequebrou recordes de bilheteria, se tornando o longabrasileiro commaior número de ingressos vendidos nahistória. Prometendomostrar várias cenas de batalhas, anovela terá inspirações em Game of thrones. Inclusive, apersonagem de Cristiana Oliveira é descrita como umaespécie de Melisandre (Carice Van Houten) brasileira.

Produção nacionalPorta dos fundos— Contrato vitalício acabou de chegar aos

cinemas, mas já podemos ter certeza de que veremos Fábio Porchat(ffoottoo) em, nomínimo, mais duas produções nos próximos anos. Oator revelou que está preparando duas novascomédias, sendo que o primeiro filme temtítulo provisório deO palestrante e serádirigido por Júlia Rezende, com início dasfilmagensmarcado para janeiro de 2017.“Será quase uma comédia românticasobre não estar satisfeito com a vida, e oque se pode fazer com isso”, disse o ator.O segundo projeto é intituladoMelhoresamigas e contará a história de doisamigos que conseguem achar um jeitode sobreviver trabalhando como dragqueens. Ainda sem definir a direção e oator que viverá o amigo de Porchat, o filmeserá produzido apenas em janeiro de 2018.

Ainda em tempo!Judi Dench, grande dama do teatro

e do cinema britânicos, acaba de fazersua primeira tatuagem, aos 81 anos deidade. A própria atriz confirmou anovidade em entrevista ao jornalbritânicoMetro. Ela, inclusive, já haviarevelado antes o desejo de fazer a suaprimeira peça de arte corporal quando

estivessemais velha. AoMetro, Judi revelou que a tatuagem, com osdizeres “carpe diem” no pulso, foi um presente da sua filha, Finty,justamente paramarcar a sua passagem de idade. “Esse é omeulema: aproveite o dia. Finty me deu pelomeu 81º aniversário—ela é ótima com surpresas”, contou Dench.

Ficção nas telonasMais novidades em Círculo de fogo 2.

Com roteiro de Derek Connolly (Jurassicworld— Omundo dos dinossauros) edireção de Steven S. DeKnight(Demolidor), a ficção científica terá JohnBoyega (ffoottoo) como o filho de StackerPentecost, personagem de Idris Elba noprimeiro longa, e poderá contar tambémcom Scott Eastwood em um papel de destaque. O herdeiro de Clintestá namira da Legendaty Pictures para coestrelar a sequência, quetem estreia agendada para 23 de fevereiro de 2018 nos EUA.

MÚSICA

Osomquevemdarua

Os músicos que se apre-sentam nas ruas da cida-de muitas vezes são vis-tos com um certo pre-

conceito, tipo “se está na rua, nãodeve ser tão bom”. Engano. Cadavez mais esses instrumentistas seesmeram em entregar ao públicoum trabalho sofisticado e de ex-trema qualidade — afinal, se nãoagradar ao passante, não recebepelo serviço. Quem também osvê como artistas mambembes,desorganizados, competidores,etc, pode esquecer... Eles sãodisciplinados, cooperativos eunidos. Prova disso é o grupocriado pelos músicos nas redessociais para trocar ideias, suges-tões e dicas sobre os espaços pú-blicos mais “lucrativos”.

Desde 2015, cerca de 25 artis-tas de rua de Brasília e 180 simpa-tizantes e patrocinadores convi-vem no WhatsApp. Luciano De-lucci, 41 anos, é saxofonista e suamúsica é uma velha conhecidados frequentadores das estaçõesdo metrô. Entendendo a dificul-dade do trabalho dos artistas nasruas, foi dele a iniciativa de criarum grupo na plataforma de tro-cas de mensagens para unir osmúsicos que se apresentam nasruas da capital. “Os artistas emgeral são vistos como uma classebastante desunida e acredito quepodemos nos ajudar. Por minhaexperiência nas ruas, percebi queexistiam muitas pessoas compe-tindo por espaço e muita concor-rência desleal nas ruas. Foi dissoque surgiu a ideia de criar o gru-po”, conta. E a ideia funcionou...

No aplicativo, aproveitam paramarcar estudos e aperfeiçoar otrabalho. “Unidos, pretendemostambém que as pessoas possam

InstrumentistasqueseapresentamemespaçospúblicosdeBrasíliaseunememplataformadigitalpara trocarexperiênciasedicassobrequais locaissãomais “lucrativos”

se valorizar. Que aprendam a gos-tar do que fazem e que saibam ovalor do trabalho diário. Ainda so-fremos preconceito, algumas ve-zes somos até confundidos compedintes ou moradores de rua, oque não tem nada a ver com oque fazemos. Acredito que as pes-soas de grandes cidades, inclusiveem outros países, estão mais ha-bituadas aos artistas de rua doque aqui. Por isso, valorizam maiso artista”, conta Delucci.

Renda familiarUm dos administradores do

grupo, Rafael Oliveira, 26 anos,toca violino e violoncelo em lo-cais públicos há dois anos, dizque a experiência de contatoscom outros colegas mudou aforma de encarar seu própriotrabalho. “Comecei a trabalharnas ruas para complementar arenda familiar em um momen-to de necessidade. A amizade

com os companheiros me fezenxergar a importância e todahistória que existe por trás dotrabalho”, conta.

Outro integrante do grupode artistas é o saxofonista Lu-cas Luciano, 20 anos, que seapresenta há dois anos nas ruasbrasilienses. “Sempre tive fascí-nio pelos músicos norte-ameri-canos, que também se apresen-tam na rua, a qual eu considerocomo o maior palco do mundo,pois não há distinções. Um dia,tive a brilhante ideia de ir tocarno metrô, porque tinha muitacuriosidade de saber como era,e, chegando lá, me surpreendicom a quantidade de músicosextremamente experientes ebons por excelência que tive ahonra de conhecer e aprendermuito”, conta.

Membro do grupo desde 2015,quandofoicriado,eleacreditaqueomaisinteressantedauniãoéapossi-bilidade de maior interação entre osinstrumentistas. Quanto ao precon-ceito, Lucas acredita que todos osartistas de rua podem sofrer discri-minação,mas,nofim,oretornoquerecebem é compensador.“Todos ossorrisos, o carinho das pessoas etambémacontribuiçãovoluntáriaeespontânea que recebemos já nosdizemtudo”,conta.

JustinTallis/AFP

BBC/Divulgação

Andrew Cowie/AFP

CleibyTrevisa

n/Divulgação

MunirChatack/Divulgação

Um disco para venderPelo contato que consegui-

ram por meio do grupo, os ar-tistas começaram a realizarreuniões físicas quinzenais noTeatro Dulcina, no Conic. Des-ses encontros, surgiu a ideia decriar um projeto para gravaçãode um disco com os musicis-tas. “A ideia é gravar um CD sócom músicas de domínio pú-blico totalmente feito pelos

que fazem música nas ruas deBrasília. Cada disco teria a ca-pa personalizada para cada umdos músicos e serviria tantopara vendas como para usarcomo cartão de visita no traba-lho”, conta Delucci.

O projeto espera patrocíniospara sair do papel, já que a cri-se que assola o país tambématingiu em cheio os musicistas

nos últimos meses. “O rendi-mento vem caindo muito des-de o fim do ano passado, aca-bamos tendo que trabalhar

dobrado ou triplicado paraconseguir os mesmos ganhosque tínhamos anteriormente”,lamenta Luciano.

“Os artistas emgeral são vistos comoumaclasse bastante desunida ,mas podemos nos ajudar”, diz o saxofonista LucianoDelucci

Saxofonista Lucas Luciano (E) se apresenta nas ruas, às vezes ao lado do colega chilenoAlejandroCabeza

RafaelOliveira: a amizade ajudou a perceber a importância do trabalho

Marco

Gomes/Divu

lgação

Lucas Luciano/Divulgação

Ed Alves/CB/D.A Press