o sistema muscular (1)

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O SISTEMA MUSCULAR: OS MOTORES DO CORPO Objetivos: -Descrever os três tipos de tecido muscular: liso, esquelético e cardíaco. -Discutir as funções do músculo esquelético. -Descrever a macroestrutura do músculo esquelético. -Discutir os três tipos de ações musculares: concentrica, excêntrica e isométrica. - Descrever os papéis que os músculos podem assumir. -Discutir os fatores que influenciam a força desenvolvida durante a atividade muscular. -Entender o relacionamento entre produção de força e velocidade de contração do músculo.

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Page 1: O sistema muscular (1)

O SISTEMA MUSCULAR: OS MOTORES DO CORPO

Objetivos:

-Descrever os três tipos de tecido muscular: liso, esquelético e cardíaco.

-Discutir as funções do músculo esquelético.

-Descrever a macroestrutura do músculo esquelético.

-Discutir os três tipos de ações musculares: concentrica, excêntrica e isométrica.

- Descrever os papéis que os músculos podem assumir.

-Discutir os fatores que influenciam a força desenvolvida durante a atividade muscular.

-Entender o relacionamento entre produção de força e velocidade de contração do músculo.

Page 2: O sistema muscular (1)

Propriedades dos músculos:

Elasticidade ------------------- Distensão

Contratilidade ----------------- Contração (Isotônica, Isométrica e Isocinética)

Tonicidade -------------------- Tônus

“Os músculos são os motores que permitem as alavancas do esqueleto moverem-se ou mudar de posição”.

O SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO

Page 3: O sistema muscular (1)

TIPOS DE MÚSCULOS

Tecido Muscular Estriados ou Esquelético

- Responsáveis pelos movimentos voluntários;

Tecido Muscular Liso ou Visceral

- Pertence à vida de nutrição (digestão, excreção, etc); involuntários;

Músculo Cardíaco ou Miocárdio

- Vermelho e estriado, porém, involuntário.

Page 4: O sistema muscular (1)

ESTRUTURA DO SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO

- Movimento e a manutenção da postura;

- Produção de calor;

- Proteção e a alteração da pressão para auxiliar a circulação;

- Absorventes de choques para proteger o corpo.

I - FUNÇÕES DO MÚSCULO ESTRIADO OU ESQUELÉTICO

Page 5: O sistema muscular (1)

II - MICROESTRURA DOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS

O tecido muscular não é constituído apenas por FIBRAS MUSCULARES. Há também o TECIDO CONJUNTIVO que as envolve e se prolongam, formando os TENDÕES ou

APONEUROSES que fixam o músculo a um osso.

Page 6: O sistema muscular (1)

“O SARCÔMERO É A UNIDADE CONTRÁTIL BÁSICA DO MÚSCULO”.

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CONSTITUIÇÃO HISTOLÓGICA DA FIBRA MUSCULAR

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COMPONENTES DO MÚSCULO

COMPONENTES ELÁSTICOS:

São aqueles que retornam a sua forma original após o relaxamento. Ex:

Miofilamentos e o tecido conjuntivo.

• COMPONENTES PLÁSTICOS:

• São aqueles que não retornam à forma original cessada a contração, se não

houver influência externa. Ex:

Mitocôndrias (30-35% volume muscular),

Retículo Sarcoplasmático

Sistema Tubular (5% do volume muscular)

“PELA MANHÃ, QUANDO NOS ESPREGUIÇAMOS, HÁ UMA DEFORMAÇÃO DOS

COMPONENTES PLÁSTICOS DOS MÚSCULOS”.

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FORMA DOS MÚSCULOS

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O ARRANJO DAS FIBRAS EM UM MÚSCULO

FUSIFORME= bíceps, reto abdominal, sartório.

UNIPENADOS = semimembranoso

BIPENADOS = reto femoral

MULTIPENADOS = deltóide

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IV - AÇÃO MUSCULAR

TIPO DE AÇÃO FUNÇÃO FORÇA EXTERNA TRABALHO

OPOSTA EXTERNO

CONCÊNTRICA Aceleração Menor Positivo

EXCÊNTRICA Desaceleração Maior Negativo

ISOMÉTRICA Fixação Igual Nulo

RASC & BURKE, 1977

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V – CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS

a) AGONISTA = É o músculo responsável pela ação ação muscular desejada.

Ex. Flexão do do cotovelo = bíceps braquial, Braquial e Braquiorradial

b) ANTAGONISTA = Tem efeito contrário do agonista, freia o movimento no retorno a posição

inicial.

Ex: Flexão do tronco: Agonista = mm do abdômem Antagonista = mm eretores da espinha

c) SINERGISTA = Músculos que exercem a mesma função; Auxiliam na produção da ação

desejada de um músculo agonista.

d) ESTABILIZADOR, FIXADOR OU SUSTENTADOR = Estabiliza uma articulação para outro

músculo (agonista) realizar o movimento. Referem-se a músculos isometricamente ativos

para manter o membro movendo-se, quando o músculo de referência se contrai.

e) NEUTRALIZADOR = Cria um torque para opor uma ação indesejada de um outro músculo;

Impedem que outros músculos, senão os desejados, executem a ação.

Page 13: O sistema muscular (1)

VI – MECÂNICA DE CONTRAÇÃO

“A ação responsável pela contração do músculo ocorre dentro do sarcômero, com as pontes cruzadas dos filamentos de miosina, puxam, soltam e reconectam-se aos locais

específicos no filamento de actina”.

Page 14: O sistema muscular (1)

SISTEMA NERVOSO E CONTROLE DA ATIVIDADE MUSCULAR

UNIDADE MOTORA = UNIDADE BÁSICA NEUROMUSCULAR

250 milhões de fibras musculares para 420 mil nervos motores.

OLHO = 1 motoneurônio enerva 10 fibras musculares

QUADRÍCEPS = 1 motoneurônio enerva 150 fibras musculares

Page 15: O sistema muscular (1)

“ Séries repetidas de estímulo recebido do

neurônio motor resultam em séries repetidas

de respostas bruscas da fibra muscular, se o

tempo entre cada estímulo sucessivo é longo

o suficiente”.

O CONTROLE MOTOR

“Um estímulo simples do neurônio motor resulta em brusca resposta da fibra”.

Page 16: O sistema muscular (1)

TÉTANO

“Resulta de uma freqüência rápida (tempo menor entre cada estímulo), existindo

ainda tensão na fibra quando ocorrer o próximo estímulo. Um estímulo continuado

manterá a tensão no músculo alta até que ocorra a fadiga”.

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VII – A FORÇA DE CONTRAÇÃO MUSCULAR

A força máxima que um músculo é capaz de desenvolver depende de vários fatores relacionados ao seu estado.”

WEINECK, 1991.

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ÁREA DA SEÇÃO TRANSVERSAL FISIOLÓGICA

“O aumento do número de sarcômeros em paralelo à fibra muscular,

aumenta o número de miofibrilas e, conseqüentemente a força

muscular”.

“A área de seção transversal fisiológica do músculo ativo dará uma indicação

da força de tração máxima que um músculo é capaz de produzir, mas é

dependente do comprimento do músculo durante a contração”.

COMPRIMENTO MUSCULAR

Page 19: O sistema muscular (1)

“O pré-estiramento muscular, em até 15-25% de seu comprimento, cria condições ideais

para a realização de uma contração eficaz, alcançando altos índices de força.

O alongamento demasiado do músculo (mais de 30-35%) provoca uma redução na força em

função do afastamento entre os miofilamentos de actina e miosina, dificultando a formação da ligação

actomiosínica.

Page 20: O sistema muscular (1)

VELOCIDADE DO ENCURTAMENTO

““Um músculo que se contrai excêntrica ou isometricamente é capaz de

produzir mais força que um músculo que se contrai concentricamente”.

“ A capacidade do músculo de gerar tensão é inversamente proporcional a sua velocidade de contração.

Page 21: O sistema muscular (1)

PRÉ-ALONGAMENTO

“ Quanto menor o tempo entre o alongamento do músculo e a contração concêntrica subseqüente, maior a força de contração”.

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A - Fibras Vermelhas Tipo 1

Alto teor de mioglobina possibilita uma ação muscular regular, contraem-se lentamente com elevada resistência à fadiga.

B - Fibras Brancas Tipo 2

De contração rápida, têm tempos de contração mais reduzidos fadigando-se mais rapidamente.

FREQUÊNCIA DE ESTIMULAÇÃO

Músculos lentos = 10 Hz

Músculos rápidos 50 Hz

HETEROGENEIDADE DAS FIBRAS MUSCULARES

Page 23: O sistema muscular (1)

TIPO DE UNIDADE MOTORA

FISIOLÓGICA(FUNCIONAL)

MOTONEURÔNIO INERVADOR

TONALIDADE HISTOLÓGICA 

A Contração muito rápida

Muita forçaAlta fatigabilidadeGlicolítica rápida

FÁSICOBranca IIB

B Contração rápidaForça moderada

Resistente à fadigaGlicolítica lenta

Branca IIA

C Contração lentaBaixa tensão

Resistente à fadigaOxidativa

TÔNICOVermelha I

TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES

FÁSICO

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“É possível se aplicar ao músculo quatro modos de trabalho, os quais correspondem

a diferentes resultados, relacionados ao desenvolvimento em comprimento do ventre

e dos tendões do músculo interessado” (LAPIERRE, 1982).

1. CONTRAÇÃO COMPLETA E ESTIRAMENTO COMPLETO (CURSO TOTAL)

2. CONTRAÇÃO INCOMPLETA E ESTIRAMENTO COMPLETO (CURSO EXTERNO)

3. CONTRAÇÃO COMPLETA, ESTIRAMENTO INCOMPLETO (CURSO INTERNO)

4. CONTRAÇÃO INCOMPLETA, ESTIRAMENTO INCOMPLETO

Page 26: O sistema muscular (1)

1. Conceitos de força

  A capacidade de vencer, suportar ou atenuar uma resistência mediante a atividade muscular (PLATONOV & BULATOVA, 2003).

CLASIFICAÇÃO E TIPOS DE FORÇA

2. Tipos de força muscular

1.Força máxima ou pura = capacidade máxima do indivíduo em uma contração voluntária

máxima.

2. Força-velocidade ou explosiva = capacidade do sistema neuro-muscular em mobilizar o

potencial funcional para manifestar elevados níveis de força no menor período de tempo

possível.

3. Força-resistência ou resistência muscular = capacidade de manter índices de força

relativamente altos durante o maior período de tempo possível.

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EFEITOS DO TREINAMENTO DE FORÇA

A adaptação do organismo ao treinamento de força está relacionada às transformações ocorridas:

Músculos = hipertrofia e aumento da densidade dos elementos contráteis dentro a célula

muscular;.

Sistema. Nervoso = ramificação dos motoneurônios e no aumento das células nos gânglios;

Freqüência dos impulsos, melhor capacidade funcional ou coordenação inter e

intramuscular.

Tecido ósseo = aumento da densidade óssea, sua maior elasticidade, e hipertrofia das

saliências ósseas de inserção nos tendões.

Reservas energéticas =Reservas de fosfagênios – ATP e CP, de glicogênio muscular e

hepático, eficácia da circulação sanguínea periférica,

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REFLEXOS DE PROTEÇÃO MUSCULAR

O músculo é protegido de lesões por dois tipos de células nervosas : o FUSO

NEUROMUSCULAR e o FUSO NEURO-TENDINOSO. Se as células musculares

forem alongadas, os fusos neuromusculares também são alongados. Se o

músculo for alongado demais, essas células enviam para o sistema nervoso

central um sinal de que o músculo está passando dos seus limites.

Rapidamente, o SNC desencadeia um sinal que faz com que o músculo seja

contraído, precavendo assim uma distensão muscular. Esse fenômeno é

denominado de REFLEXO MIOTÁTICO. Já os fusos neuro tendinosos funcionam

ao contrário dos neuromusculares. Eles informam ao SNC a real tensão exercida

pelos músculos. Se a tensão for excessiva, é enviado um impulso do fuso neuro

tendinso ao SNC e outro de volta ao músculo. Esse impulso tem a função

inibitória e faz com que o músculo se relaxe, diminuindo a tensão.

Page 30: O sistema muscular (1)

A intensidade da contração pode ser controlada de duas maneiras:

1. Variando o número de unidades motoras de um músculo;

2. Variando a freqüência da descarga excitatória nervosa.

1. MOTONEURÔNIOS FÁSICOS

- Permitem uma alta velocidade de condução

2. MOTONEURÔNIOS TÔNICOS

- São mais finos e com menor velocidade de contração.

LEI DO TUDO OU NADA = A intensidade da contração muscular não é dependente da força do estímulo da mesma.

Page 31: O sistema muscular (1)

MECANISMOS ENERGÉTICOS

1) REPOUSO:

- A demanda de energia é de 1 MET (Multiples of the Resting Energy Requeriments)

que equivale a 3,5 ml/kg/min ou 1 Kcal/kg/h

- 2/3 do ATP provém das gorduras

- 1/3 da glicose

- Via metabólica dominante = AERÓBIA

- Consumo de O2 = ±3,5 ml/kg/min

- Nível de lactato sangüíneo = 10 mg/100ml

Page 32: O sistema muscular (1)

2) AÇÃO MUSCULAR DE CURTA DURAÇÃO (até 3 minutos)

- A glicose é o combustível predominante

- Via predominante ATP-CP e GLICÓLISE ANAERÓBIA

- As gorduras são usadas em menor proporção.

- No início do exercício o principal nutriente é o carboidrato, enquanto que,

lá pelo final do exercício as gorduras passam a assumir o papel principal.

- Essa mudança no combustível ocorre gradualmente, a medida que os

depósitos de glicogênio muscular e hepático são reduzidos.

- A principal fonte de ATP provém da via AERÓBIA, quando cessa a glicólise

anaeróbia e o steady state é atingido.

3) AÇÃO MUSCULARPROLONGADA (> 5 minutos)

Page 33: O sistema muscular (1)

CONCENTRAÇÃO DE ENERGIA NO MÚSCULO

Concentração Energia Total mmol/gr (peso corporal 75kg m. úmido peso muscular 20 kg)

ATP 5 4 kJ ou 1 kcal

CP 17 15 kJ ou 3,6 Kcal

GLICOGÊNIO 80 4.600 kJ ou 1.100 Kcal

GORDURA - 300.000 kJ ou 75.000 Kcal

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FLUXO SANGUÍNEO REGIONAL

O sangue chega aos músculos através das ARTÉRIAS que se dividem em

REDES CAPILARES no tecido conectivo que cerca as fibras musculares; Durante o

esforço, os capilares abrem-se, permitindo uma maior irrigação sanguínea e durante

o repouso permanecem fechados.

A quantidade de sangue requerida pelos m.m. esqueléticos dependerá do

nível de atividade. Durante um esforço máximo haverá um requerimento 100 vezes

maior de sangue local em em relação à situação de repouso.

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OS MÚSCULOS E OS EFEITOS DO TREINAMENTO

1. Aumento do número de miofibrilas por fibra muscular.

2. Acréscimo na quantidade total de proteínas, especialmente nos filamentos de miosina.

3. Maior densidade capilar por fibra muscular.

4. Melhoria nos tecidos conectivo, tendinoso e ligamentoso.

5. Reações bioquímicas que conduzem ao aumento do ATP, CP, glicogênio, mitocôndrias e várias enzimas.

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VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM

1. Caracterize os diferentes tipos de musculatura do corpo humano.

2. Identifique os componentes estruturais da musculatura esquelética.

3. Explique as propriedades funcionais dos músculos esqueléticos.

4. O que é uma unidade motora?

5. Classifique a contração muscular com base nas suas características funcionais?

6. Cite e diferencie os tipos de fibras musculares.

7. Qual a via energética e o tipo de nutriente metabolizado durante:

7.1 – Repouso

7.2 – Exercício de curta duração

7.3 – Exercícios prolongados

8. Cite os efeitos do treinamento no nível neuro-muscular.

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EXERCÍCIOS