o setor dos cruzeiros em portugal

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análise Cruzeiros em Portugal 28 ponto T U R I S M O Segundo o relatório da ECC de 2011, Portugal foi o sexto destino europeu mais visitado por passageiros de cruzeiros. O País foi visitado por mais de um milhão de passageiros europeus. Ainda há muito trabalho para fazer O Setor dos Cruzeiros em Portugal

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O Setor dos Cruzeiros em Portugal, na 1ª edição da Ponto Turismo

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Page 1: O Setor dos Cruzeiros em Portugal

análise Cruzeiros em Portugal28 pontoT U R I S M O

Segundo o relatório da ECC de 2011, Portugal foi o sexto destino europeu mais visitado por passageiros de cruzeiros. O País foi visitado por mais de um milhão de passageiros europeus.

Ainda há muito trabalho para fazer

O Setor dos Cruzeiros em Portugal

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Page 2: O Setor dos Cruzeiros em Portugal

Cruzeiros em Portugal análise 29pontoT U R I S M O

É necessário trabalhar para ter condições marítimas para aumentar o tráfego de cruzeiros.

Diariamente somos inundados por palavras negativas nos jornais e televisões nacionais. Todos os dias ouvimos dizer que os tempos estão difíceis e assistimos a uma sociedade

que enfrenta demasiadas dificuldades… No entanto, acredito que é principalmente nestas alturas que deve-mos olhar para o que de mais positivo existe no nosso país, levantar a cabeça e explorar, analisar e investir no que parece continuar a dar provas de crescimento. De acordo com dados do Conselho de Cruzeiros Euro-peu (ECC), a indústria de cruzeiros europeia continua a crescer apesar do arrefecimento económico global. A contribuição total da indústria alcançou um novo re-corde de 36,7 mil milhões em 2011, acima dos 35,2 mil milhões em 2010.A Europa é também um dos principais destinos para os cruzeiros de passageiros. Cerca de 5,6 milhões de passageiros embarcaram num cruzeiro a partir de um porto europeu no ano passado, um aumento de 7,1% em relação a 2010. A indústria gerou 315 mil postos de trabalho, acima dos 308 mil registados no ano an-terior.São números de facto impressionantes e que nos le-vam a pensar que o número de pessoas que escolhem os cruzeiros para passar as suas férias continua e vai continuar a aumentar. Por isso mesmo, Portugal, que é o 12.º país europeu com mais impacto direto da in-dústria dos cruzeiros, 195 milhões de euros em 2011, deve continuar a apostar no setor e em receber cada vez mais e melhor os cruzeiristas. Estes são excelentes prescritores do nosso país…as nossas cidades que rece-bem diariamente cruzeiristas de todo o mundo, devem ter a capacidade de surpreender, seduzir e desafiar a voltar novamente, para conhecer profundamente cada rua, cada cidade, a gastronomia, a história e a cultura deste país. Segundo o relatório da ECC de 2011, Portugal foi o sex-to destino europeu mais visitado por passageiros de cruzeiros. O nosso país foi visitado por 3,8% do total de passageiros europeus de cruzeiros, tendo o número de passageiros europeus que passaram pelos portos por-tugueses somado 1,069 milhões.Para conseguirmos que estes números continuem a surpreender, é necessário tornar os portos portugueses num verdadeiro destino. É necessário trabalhar para ter condições marítimas para aumentar o tráfego, melho-rar as infra-estruturas e criar parcerias estratégicas que permitam ao nosso país crescer e receber cada vez mais e maiores navios em todos os seus portos de escala. É necessário também aproveitar o potencial do continen-te e das ilhas da Madeira e dos Açores.

Mais uma vez, os portugueses têm de se virar para o mar e têm de ter a capacidade de trabalhar bem este recurso. O momento não é de descobertas, mas sim, de deixar descobrir Portugal, criar uma dinâmica empre-sarial que permita receber bem os turistas que chegam a bordo dos navios, proporcionando-lhes experiências singulares, que deixem latente o desejo de voltar. Os números e factos apresentados nas linhas anterio-res são realmente motivo de contentamento para to-dos os intervenientes no setor dos cruzeiros, mas não podem ser motivo para descurar os níveis de serviço. Pelo contrário, é necessário continuar a investir no fu-turo do setor. O presente e o futuro são promissores, mas devemos elevar ainda mais a nossa fasquia de exi-gência e combater os pontos fracos.Julgo ser importante realçar o forte e meritório inves-timento realizado nos portos portugueses nos últimos anos. Todas as infraestruturas portuárias nacionais de-vem possuir uma qualidade inatacável e todos os es-forços futuros devem ser feitos de modo a estabelecer os portos nacionais como grandes “homeports” (portos base). Este é um investimento com retorno. Tornando estes portos em principais pontos de embarque e desembar-que, em verdadeiros destinos, vamos produzir um im-pacto significativo na indústria de turismo em Portugal. Depois de descobrirem todas as atrações que Portugal tem para oferecer a partir de navios de cruzeiro, os visi-tantes vão voltar, como geralmente sempre fazem. Assim, afirmo que os tempos difíceis não podem ser sinónimo de estagnação. Temos, sem dúvida, de apro-veitar a onda positiva que tem vindo a envolver os cru-zeiros a nível europeu e fazer apostas cruciais no nosso país para promover a economia do mar, que desde tão cedo foi explorada pelos nossos antepassados. n

Eduardo Cabrita Diretor Geral da MSC Cruzeiros em Portugal

Ainda há muito trabalho para fazer

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