o sertão pede socorro
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O Sertão pede socorro
Em todo canto que se olhaJá não se enxerga mais o verde da esperança,Apenas o cinza da realidade,Nua e crua.
O sertão padece, carece de chuvas,De sonhos e também de soluções.O sol castiga, instiga a terra a ser dura,Cruel e mortal com quem lhe quer bem...
Como é grande, rude, amargo esse meu sertão!Ao mesmo tempo pequeno, frágil, carenteE dependente de coisas que em outros lugaresSão tão fartos...
Ah, se chovesse BEM este ano para plantar feijão,Mandioca, milho e capim para criação!Esse ano vai ser de lascar, a barragem tá secando,O gado tá morrendo, o pasto tá acabando...Senhor manda chuva, senão o bicho vai pegar!
O sertão pede socorro.E seu grito ecoa esquecido, abafado,Ignorado pela imensidão de preconceito e descriminação.E essa seca histórica que perdura, maltrata, assusta, preocupa...?
Até quando!Até quando, meu Deus?!
Mas...
Apesar de tudo ainda há risos!Apesar de tudo ainda há São João!Apesar de tudo esse povo é feliz!Apesar de tudo sou mais sertão!!
Leandro Flores