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Page 1: o SEMESTRE DE FISIOTERAPIA SOBRE INSERÇÕES E … · 05.09.2012  · muscular englobando as inserções, e ao conteúdo de sistema ósseo abrangendo os acidentes ósseos. A análise

ANÁLISE QUALITATIVA DO APRENDIZADO DOS ALUNOS DO 2o

E 4o SEMESTRE DE FISIOTERAPIA SOBRE INSERÇÕES E

MOVIMENTOS MUSCULARES ATRAVÉS DE MONTAGEM DE

ESQUELETO E PINTURA DAS INSERÇÕES MUSCULARES NOS

OSSOS

PRZYBYSZ, C. H1

1 Docente da Faculdade de Apucarana Anatomia e Histologia Humana da FAP –

Faculdade de Apucarana; Professor das disciplinas de Anatomia Humana,

Neuroanatomia e Neuropsicologia.

RESUMO

O estudo da anatomia utiliza atlas, cadáveres e ossos humanos, englobando teoria e visualização de peças anatômicas, dificultando em partes o aprendizado. Pesquisou-se e aplicou-se um método experimental de ensino aprendizado realizando a montagem de esqueleto e pintura das inserções musculares pelos alunos. Os mesmos responderão um questionário teórico-prático, avaliando e comparando o aprendizado individual sobre inserções musculares e acidentes ósseos entre os dois métodos de ensino.

Palavras-chave: Anatomia, Ensino-aprendizagem, Inserções musculares

ABSTRACT

The study utilizes atlas of anatomy, human corpses and bones, encompassing theory and visualization of anatomical parts, hindering learning in parts. We searched and applied an experimental method of teaching learning performing assembly and painting of skeleton muscular attachments by students. The same answer a theoretical and practical questionnaire evaluating and comparing individual learning about muscle insertions and bone accidents between the two teaching methods. Keywords: Anatomy, Learning-teaching, muscle inserts

INTRODUÇÃO

Tradicionalmente, o estudante da área de saúde dispõe de três diferentes

meios de estudo individuais da anatomia: livros texto, átlas e cadáveres, além de

ossos humanos (INFANTOSI; KLEMT, 2000. P. 22).

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Segundo fornaziero; Gil, (2003. P. 142) a tecnologia evoluiu muito sendo

necessária uma adaptação desta no aprendizado de anatomia humana,

estimulando o conhecimento científico. Este avanço da tecnologia já está

acessível em grande parte das instituições do Brasil e torna-se cada dia mais

presente no cotidiano dos alunos e sendo assim, o processo ensino-

aprendizagem torna-se facilitado. Dentre as tecnologias destaca-se a audiovisual

e recursos materiais que podem ser utilizados no ensino da anatomia humana.

A prática em laboratórios de anatomia é ministrada utilizando o

aprendizado teórico obtido pelo aluno e utilização de peças anatômicas, sendo

fundamental para um bom aprendizado do conteúdo. Porém, este método de

ensino ainda é tradicional, dificultando em partes o aprendizado pelo aluno.

Os alunos de fisioterapia especificamente necessitam ter um conhecimento

profundo da anatomia humana, principalmente do sistema esquelético e muscular

englobando as inserções musculares e seus movimentos, para que o futuro

profissional possa estar apto a atuar na prevenção e reabilitação de possíveis

problemas ósseos, articulares e musculares. Para isso, é necessário que o aluno

visualize tanto os ossos, músculos quanto suas inserções, o que muitas vezes é

impossível pela falta de materiais de estudo.

Neste sentido, o presente trabalho realizará uma técnica não muito

empregada pelo professor e sim mais pelo técnico de laboratório, que consiste em

montagem de esqueleto humano pelo próprio aluno e posterior pintura das

inserções musculares nos ossos, o que pode facilitar o aprendizado e

memorização da anatomia muscular e óssea.

O presente trabalho tem o objetivo de pesquisar e aplicar com os alunos

um método de ensino aprendizado diferente dos mais utilizados que são a

visualização e estudo teórico do sistema muscular e ósseo, colocando o aluno em

contato direto com os mesmos, e assim, possibilitar um melhor aprendizado e

rendimento acerca das inserções e movimentos musculares, os quais são

fundamentais para o profissional de fisioterapia.

2 REFERÊNCIAIS TEÓRICO-METODOLÓGICOS

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As aulas práticas no laboratório não são apenas uma forma de constatar a

teoria explicada na sala de aula pelo professor, buscando através do manuseio de

instrumentos, de discussões e análise de um problema, que o aluno tente explicar

o que aconteceu da maneira que mais lhe faça sentido, mas levando em

consideração a forma como se faz ciência. A consequência disso é que o aluno

além de compreender fatos do cotidiano, pode adquirir novos conhecimentos

relacionados à ciência, e não só entrar em contato com uma forma concreta de

manipulação de instrumentos (LEITE; SILVA; VAZ, 2012. p. 12).

É percebido que o ensino de anatomia humana, apesar da tecnologia e

evolução dos métodos didáticos, não apresenta grandes mudanças (ODA;

CASTILHO; CASTRO, 2009. p. 67).

No entanto, as aulas teóricas e práticas poderiam ser abordadas de forma

a se completarem. A partir do conhecimento do organismo humano, o professor

conseguirá conduzir os acadêmicos a compreenderem e a elaborarem

questionamentos diretos e objetivos do seu cotidiano. Associando os elementos

teóricos, as compreensões das próprias experiências e proporcionando aos

alunos a construção do conhecimento, a partir de seus significativos pessoais, as

aulas de anatomia seriam realmente integrativas (PEREIRA, 2003. p.1532).

No ensino específico do sistema ósseo e muscular, enfatizando as

inserções musculares, movimentos musculares e acidentes ósseos, o aluno se

depara com um laboratório contendo ossos isolados, esqueleto humano montado

geralmente sem marcações das inserções musculares e músculos em membros

separados normalmente dissecados de maneira impossibilitando a visualização

de todas as inserções e até mesmo no cadáver como um todo. Alguns

laboratórios de anatomia possuem esqueletos sintéticos confeccionados por

empresas do ramo de materiais da área da saúde, porém, este produto possui um

valor alto e nem sempre estará acessível a universidades e faculdades.

Levando em consideração que o aluno se depare com um esqueleto

sinalizando todas as inserções musculares, ainda assim encontrará dificuldade no

aprendizado, como é visto na maior parte das instituições de ensino.

Desta maneira, se o professor disponibilizasse ao aluno a oportunidade de

ele mesmo montar um esqueleto e pintar as inserções musculares,

possivelmente, este apresentaria um rendimento maior na disciplina, levando em

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consideração dois pontos principais: 1- a falta e dificuldade de obtenção de ossos

humanos pelos laboratórios de ensino junto a cemitérios; 2- a capacidade

individual de cada aluno frente à disciplina em questão.

A pesquisa foi realizada com 2 grupos, sendo cada grupo composto por 10

alunos do curso de fisioterapia, sendo o grupo 1 composto por 10 alunos do 4

semestre, e o grupo 2 formado por 10 alunos do 2 semestre.

Para a montagem dos esqueletos, foram realizadas 3 (três) etapas por

cada grupo: na primeira etapa realizou-se a seleção dos ossos do acervo

laboratório de anatomia humana da faculdade FAP – Faculdade de Apucarana

identificando-os e colocando-os na posição correta diferenciando direito de

esquerdo; na segunda etapa realizaram-se furos nos ossos para a passagem de

arames para a montagem; na terceira etapa iniciou-se e ainda em andamento a

montagem dos ossos com auxílio de arames, parafusos e cola Araldite, além de

feltro que serviu como cartilagens costais e discos intervertebrais.

Após a montagem dos esqueletos, cada grupo pintou as inserções

musculares correspondentes aos músculos de tronco, membro superior, membro

inferior, cabeça e pescoço, utilizando tintas de cor azul para origem e vermelho

para inserção (Fig. 01).

Figura 01. Cabeça óssea, coluna vertebral, costelas e osso do quadril esquerdo pintado as inserções musculares. (Azul – origem; Vermelho – inserção).

Posteriormente os alunos responderão um questionário contendo 20

questões teórico-prática, tendo valor de 0 a 10,0 que avaliará o rendimento

individual tanto teórico quanto prático correspondente ao conteúdo de sistema

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muscular englobando as inserções, e ao conteúdo de sistema ósseo abrangendo

os acidentes ósseos.

A análise dos resultados obtidos transcorrerá da seguinte forma: as notas

de cada aluno do grupo 1 e 2 serão comparadas com as notas que os mesmos

obtiveram quando estudaram anatomia no método tradicional. Desta forma

poderá se observar se o aluno atingiu um maior aprendizado com metodologia

aplicada.

REFERÊNCIAS

INFANTOSI, A. F. C.; KLEMT, A. Visualização 3d da dissecção crânio humano: a

surface method for visualising the 3d dissection of the human skull. Revista Brasileira de

Engenharia Biomédica. v. 16, n. 1, 2000, p. 21-37.

FORNAZIERO, C. C.; GIL, C. R. R. Novas tecnologias aplicadas ao ensino de anatomia

humana. Ver. Bra. de Educ. Méd. Rio de Janeiro, v.27, nº 2, maio/ago. p.141-146. 2003.

LEITE, A. C. S.; SILVA, P.A.B.; VAZ, A.C.R. A importância das aulas práticas para

alunos jovens e adultos: uma abordagem investigativa sobre a percepção dos alunos

do PROEF II. p. 1-16. Disponível em:<

http://www.portal.fae.ufmg.br/seer/index.php/ensaio/article/viewFile/98/147>. Acesso em:

09/05/2012.

ODA, J. Y.; CASTILHO, M. A. S.; CASTRO, S. L. O ensino da anatomia

humana e sua relevância para o curso de enfermagem. EDUCERE -

Revista da Educação, Umuarama, v. 9, n. 1, p. 65-80, jan./jun. 2009.

PEREIRA, A. L. F. Pedagogical approaches and educational practices in health sciences.

Cad. Saúde Pública, v. 19, n. 5, p. 1527-1534, sept./ oct. 2003.