o salmão da nascente vermelha

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KH-47-02-260-PT-C O salmão da nascente vermelha Comissão Europeia 14 16

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historia sobre os animais em extincão, publicada pela Direcção Geral do Ambiente e que vai ser colocada no blogue da biblioteca para ser usada pelos alunos

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Page 1: O salmão da nascente vermelha

KH

-47-02-260-PT-C

O salmãoda nascente vermelha

Comissão Europeia

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Page 2: O salmão da nascente vermelha

A presente publicação foi realizada pela DG Ambiente.É editada em todas as línguas oficiais da União Europeia: alemão, dinamarquês, espanhol,finlandês, francês, grego, inglês, italiano, neerlandês, português e sueco.

Encontra-se igualmente disponível no sítio Internet dedicado aos jovens e ao ambienteda DG Ambiente: http://europa.eu.int/comm/environment/youth/index_pt.html

Texto: Benoît CoppéeIllustrações: Nicolas ViotRealização técnica: Qwentès

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Chove. Mil relâmpagos agitam o céu. Lila, a raposa,atravessa a planície a toda a velocidade. Procuraum refúgio. Lá na quinta, claro, poderá abrigar-se !Lila corre. Lila salta por cima do rio. Nesse momento,ouve uma vozinha.

- Socorro…

Encontram-se disponíveis numerosas outras informações sobre a União Europeia na redeInternet, via servidor Europa (http://europa.eu.int)

Uma ficha bibliográfica figura no fim desta publicação

Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, 2003

ISBN 92-894-4546-7

© Comunidades Europeias, 2003Reprodução autorizada mediante indicação da fonte

Printed in Belgium

IMPRESSO EM PAPEL RECICLADO

Europe Direct é um serviço que o/a ajuda a encontrarrespostas às suas perguntas sobre a União Europeia

Um novo número verde único:

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Lila aterra na outra margem. Encharcada de águada chuva, volta para trás.

- Alguém precisa de ajuda ? pergunta a raposa.

- Socorro…

Lila avista uma sombra. É a sombra de um pássaro.Tem umas patas enormes e um bico pontiagudo.Lila fica muito impressionada.

- Socorro ! Socorro ! O salmão precisa de ajuda !grita a garça.

No rio, um enorme salmão sufoca. Tem os olhostristes. Dir-se-ia que vai… Não, não é possível !Lila salta para junto da garça.

- O que aconteceu ? pergunta Lila inquieta.

- Socorro ! Suplica o salmão. Outros salmões…estão escondidos… ali... mais além… ah…no rio… na Nascente Vermelha… Eu vinha…procurar ajuda… ah…

Lila fixa o salmão nos olhos.

- Nós vamos salvar-te ! Tenho um amigoque tratará de ti ! Chama-se Toninho.

- Toninho ? pergunta a garça.

- Sim. Toninho. Vive nas margens do rio.Para aquele lado. Arranca-me uns pêlos !ordena Lila à garça.

- Hein ?

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- ARRANCA-ME UNS PÊLOS ! grita Lila. A seguir,vais levá-los ao Toninho. Além. Mora na quintacasa da Cidade Merlim. Vai perceber que estouem apuros. Despacha-te, garça ! Por favor ! Senãoo salmão vai… Oh ! Despacha-te !

A garça espeta o bico nos pêlos de Lila. Enquantoum relâmpago rasga o céu, bum ! a garça arrancatrês pêlos a Lila. Craque !

- Agora voa ! Voa até à Cidade Merlim !E traz o Toninho ! grita Lila.

A garça levanta voo. Passa no meio dos trovões.Um outro relâmpago rasga a noite. Não ! Não éum relâmpago. São os faróis de um automóvel.O automóvel pára ao pé do rio. Lila esconde-se.Saem três homens do carro.

- Isto é uma catástrofe ! grita o primeiro homem.

- Ainda é possível fazer qualquer coisa ! gritao segundo.

- Rápido ! afirma o terceiro.

O primeiro homem tira um telemóvel do bolso.Fala. Lila não ouve o que ele diz. Os homensvoltam a entrar no carro, que se precipitaa alta velocidade na noite.Lila está enregelada.

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Nesse mesmo instante, a garça chega a CidadeMerlim. Conta as casas. Uma, duas, três, quatroe cinco ! É a casa do Toninho ! A garça espreita pelajanela. Sim, Toninho está lá dentro, a dormir.A garça bate com o bico no vidro. Toninho avista-a.Abre a janela. A garça entrega-lhe os pêlos de Lila.

- Oh ! Isto são pêlos de… ! Lila corre perigo ?pergunta Toninho.

- Não ! responde a garça. Mas precisa de ti !Para salvar os salmões ! Segue-me !

Toninho enfia um casaco. Salta pela janela.A garça sobrevoa o rio. Toninho vai empoleiradonas suas costas.

- Pronto, grita a garça ! É ali ! Ao pé da quinta !

- Lila ! grita Toninho. LILA !

Lila ouve a voz de Toninho. Um enorme alívio invade-lhe a alma. Os olhos da raposa começam a brilhar dealegria. Lila volta-se para o salmão.

- O Toninho chegou ! Em breve serás salvo !

A garça pousou. Encharcado, transido, Toninho correpara Lila. Toninho e Lila abraçam-se. Como é bonitoo reencontro de dois amigos ! Muito rapidamente,Lila aponta para o salmão.

- O salmão está doente, Toninho ! Se calhar o rioestá poluído…

- Que desgraça ! afirma Toninho inquieto. É precisoproteger o salmão desta catástrofe ! Seria boaideia pôr o salmão num... num balde de águada chuva.

- Há um balde no pátio da quinta ! responde Lila.

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Toninho corre para a quinta. Pega no balde elevanta-o. Com dificuldade, transporta e coloca obalde mesmo ao lado do salmão. As pequenasmãos de Toninho envolvem o salmão delicadamente.Pronto, o salmão está a salvo, pelo menos poruns tempos.

- Continuamos a precisar de ajuda ! diz Toninho.

Toninho arrasta o balde até à quinta. Ufa, é pesado !Toninho bate à porta. Alguém abre. É uma velhinha.

- Oh, o que fazes tu aí fora, rapaz, a esta hora ?pergunta a senhora.

- É preciso dar o alerta ! A água do rio está poluída !O salmão está doente ! É preciso tratá-lo !

- Mas que salmão, rapaz ?

- O salmão que está no balde, ali !

A velhinha agarra num guarda-chuva e aproxima-sedo balde. Toninho fala muito depressa.

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- É preciso arranjar um refúgio seguro para osalmão. Podemos metê-lo na sua banheira ?

- Banheira ? exclama a senhora. Mas... Eu não tenhoágua corrente aqui na minha quinta... Lavo-mecom água da minha nascente... Não tenhobanheira...

- O quê ? Não tem banheira ?

- Pois não, rapaz ! Nem torneiras !

- Quando eu for grande, venho instalar-lhe umatorneira, diz Toninho !

- Não preciso ! Eu cá arranjo-me muito bem assim...

- Não, não e não ! diz Toninho. Quando a senhorafor muito, muito velha, precisará de uma torneira !É que, se calhar, já não conseguirá ir até à suanascente.

- Isso é boa ideia… Vou ter muita sorte, poisdisseram-me que muita gente no mundo nãotem água ao pé de casa... Há crianças como tu,Toninho, que têm de andar quilómetros para irembuscá-la…

- Minha senhora, rápido, precisamos de ajuda !repete Toninho.

- Ah, é verdade… Já ia esquecendo… diz a velhinha.

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A velhinha olha para o balde e para o salmão.

- Bom ! Vamos transportar o salmão paraa minha cozinha e vamos metê-lo numagrande panela...

- Numa grande panela ? repete Toninho inquieto.

- Acalma-te, rapaz, não vamos cozinhá-lo !Vamos dar-lhe água muito pura.Água da minha nascente.

A velhinha agarra no balde e o grupo em pesosegue-a. É um cortejo que dá nas vistas.Oh, a chuva parou ! As nuvens desaparecem.A lua está resplandecente. Chegam todos à cozinha.A velhinha enche de água uma enorme panela.

- Não vou deitar demasiada água na panela.Apenas o necessário. Porque a água nãoé inesgotável.

- É verdade… a água não se fabrica nem se inventa,responde Toninho. Aliás, sempre que lavo osdentes tenho o cuidado de fechar a torneira.É que o meu pai e a minha mãe disseram-meque a água é preciosa, como... ouro.

- Oh ! grita a velhinha. O salmão… o salmão…deixou de se mexer !

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Toninho, Lila e a garça arregalam os olhos,assustados.

- NÃO É POSSÍVEL ! grita Toninho.

- NÃO ! grita Lila.

A garça, mais calma, apoia a ponta do bico napele do salmão e mordisca uma barbatana do peixe.

- Hein ? O que se passa ? pergunta o salmão.Dói-me tanto a barriga…

Bum ! Bum ! Bum ! Oh ! O que é? Alguém está a baterà porta. Pelos olhos da velhinha perpassa uma certapreocupação. Pelos vidros da janela, luzes laranja eazuis chegam dentro de casa. É a luz rotativa deum veículo. A velhinha abre a porta. Três homensvestidos de branco entram na cozinha. Um delestem um ar muito simpático. Usa óculos e umasgrandes botas.

- Minha senhora ! Nós somos os responsáveis pelaqualidade da água. Vimos preveni-la de um perigo !Alguém deve ter deitado produtos perigosos norio que ameaçam chegar à água da sua nascentee provocar-lhe dores de barriga.

- É por isso que o salmão está doente !grita Toninho. Venham depressa !

Toninho empurra o homem até ao salmão. Acocorado,o homem olha para Toninho.

- Foste tu, rapaz, que trouxeste este salmãoaté aqui ? pergunta o homem.

- Sim, senhor…

- Penso que lhe salvaste a vida…

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De repente, o salmão olha para o homem.

- Ainda há outros salmões… ali… mais além… ah…no rio… no sítio onde as crianças costumamtomar banho… na Nascente Vermelha…

O homem endireita-se. Dá ordens com um ar severo.

- Minha senhora, por agora não beba mais águada sua nascente ! Temos de a analisar o maisrapidamente possível ! Simples precaução ! Max,há água potável no nosso carro ! Mete o salmãona água e oferece alguns litros a esta senhora !Jonas, tu segues já para a Nascente Vermelha !Temos de salvar todos os outros salmões do rio.

O homem quer agradecer a Toninho.

- Chiu ! sussurra a velhinha. Ele está a dormir…

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O sol nasceu. Toninho acordou. Está feliz. O salmãoque ele socorreu esta noite está curado. Foi possívelsalvar todos os outros salmões. Um grupo dehomens e mulheres já está a limpar o rio. Toninhoaproxima-se deles.

- Quando poderemos tomar banho no rio outra vez ?pergunta Toninho.

- Calma, rapaz ! responde o homem. Não vai ser já.É preciso limpá-lo e despoluí-lo ! Isso leva tempo !Calma... Sempre com pressa, hein ? Mas se tu nosajudares...

- Ajudar-vos ? pergunta Toninho.

- Estou com uma certa fome ! diz o homem a sorrir.

Toninho compreende. Precipita-se para a padariada Cidade Merlim e pede vinte fatias de pão barradascom chocolate e vinte sumos de fruta: «É para ostrabalhadores do rio !» exclama. «É a minha maneirade os ajudar !».

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Do alto da colina, Lila contempla a Cidade Merlim.Avista Toninho de longe. O seu amigo corre carregadode fatias de pão e de sumos de fruta. Não é fáciltransportar tudo aquilo. Lila está orgulhosa de terum amigo como o Toninho. Porque sem o Toninhoos salmões estariam todos... Oh ! Lila prefere nempensar nisso. A raposa fecha devagarinho aspálpebras sobre os seus olhos castanhos e pensaapenas: «Obrigada, Toninho, por nos protegeres».Um lindo raio de sol atravessa o céu. A garça, longede todos, diverte-se a debicar a barbatana do salmão.

- Hi, hi… Pára, diz o salmão, fazes-me cócegas !

Comissão Europeia

O SALMÃO DA NASCENTE VERMELHA

Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias

2003 — 20 p. — 16,2 x 22,9 cm

ISBN 92-894-4546-7

A presente publicação encontra-se disponível a título gratuito, até esgotamento das existências,no seguinte endereço:Comissão EuropeiaDirecção-Geral AmbienteCentro de Informação (BU9 – 0/11)B-1049 BruxelasFax: 32-2 299 61 98E-mail: [email protected]