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O que é ser igreja, à luz da Carta aos Efésios COMENTÁRIOS ADICIONAIS à lu os O qu da z r igreja aos Efé ue é se Carta a B ÍBLICAS LIÇÕES 2º TRIMESTRE • 2013 • Nº 303 REVISTA PARA ESTUDOS NAS ESCOLAS BÍBLICAS

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O que é ser igreja, à luz da Carta aos Efésios

COMENTÁRIOS ADICIONAIS

, à luz da Carta aos Efésios

O que é da Carta aos Efésios

, à luz ser igrejada Carta aos Efésios

O que é ser igrejada Carta aos Efésios

BÍBLICASLIÇÕES

2º TRIMESTRE • 2013 • Nº 303

REV ISTA PARA ESTUDOS NAS ESCOLAS B ÍBL ICAS

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2 Comentários Adicionais – 2º Trimestre de 2013

16 DE ABRIL DE 2013

• Autoria paulina 1: “A opinião tradicional é que Efésios é uma autêntica carta paulina, mas

na época atual isso é amplamente negado. Que Paulo escreveu a carta tem apoio em argumentos em argumentos como os seguintes: 1) A carta diz ter sido escrito por Paulo, não somente na introdução (1.1), mas também no corpo da carta (3.1). Afirmava-se que deve-se considerar que qualquer carta da antiguidade foi escrita pelo autor que ela menciona, a menos que haja fortes indícios em contrário.” (Carson, D. A. Introdução ao Novo Testamento. Tradução: Márcio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova, 1997, p.336).

• Autoria paulina 2: “2) Desde os tempos a carta antigos a carta teve ampla circulação, e não

parece, que sua autenticidade tenha sido posta em dúvida. 3) Há abundância de características paulinas. 4) Efésios é mais um desdobramento do que uma cópia de trechos de Colossenses [alguns estudiosos afirmam que é cópia]. Pode haver vocabulário semelhantes, mas também existem diferenças inte-ressantes. 5) (...) ao contrário do que alguns pensam afirmam, parece que a prática de escrever cartas no nome de outra pessoa não era tão disseminada na igreja primitiva. 6) Os paralelos mais próximos de muitos dos temas de Efésios encontram-se nas epístolas paulinas (...) [salvação pela graça, obras da lei e etc...]. 7) Paulo estava preso quando escreveu a carta (3:1; 4:1), o que se coaduna bem com essa afirmação. Muitos estudiosos contemporâneos não se deixam, porém, convencer por essas considerações.” (Idem, pp.336-7).

• Remetente 1: “1. Paulo, apóstolo. Ele se intitula de ‘apóstolo de Jesus Cristo’; pois a

todos quantos foi concedido o ministério da reconciliação, sua função é a de embaixador de Cristo. A palavra apóstolo de fato implica algo mais; pois não é todo ministro do evangelho (...) [como em Ef 4:11] que de fato é apóstolo. Ele adiciona pela vontade de Deus. Porquanto nenhum homem deve tomar

Participar da comunidade local

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essa honra para si [Hb 5.4], senão que deve esperar pela vocação divina, pois Deus é o único que pode legitimar os ministros.” (CALVINO, João. Gálatas, Efésios e Colossenses: Série Comentários Bíblicos: João Calvino. Tradução: Valter Graciano Martins. São José dos Campos: Fiel, 2010, pp.207-8).

• Remetente 2: “O autor desta epístola foi um homem cujo nome hebraico era Saulo, e

cujo nome latino era Paulus (aqui, no original, aparece helenizado: Paulos). Ele não é meramente um indivíduo qualquer, isolado, que, ao conceber algo em sua mente, deseja logo dar-lhe expressão. Não, é ele, e quer que os efé-sios saibam que ele é um apóstolo de Cristo Jesus (...).” (HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: exposição dos livros de Efésios e Filipenses. 2 ed. Tradução: Valter Graciano Martins. São Paulo: Cultura Cristã, 2005, p.84).

• Um sermão-carta:Sob muitos aspectos, Efésios parece mais um sermão – e em algumas par-

tes mais uma oração ou uma vigorosa doxologia – do que uma carta escrita para atender alguma necessidade especial de determinada igreja ou grupo de igrejas. Parece um sermão sobre o mais excelente e mais amplo de todos os temas para o cristão – o eterno propósito de Deus, o qual Ele está cumprin-do por meio de Seu Filho Jesus Cristo e vem executando na Igreja e através dela.” (FOULKES, Francis. Efésios: introdução e comentário. 2 ed. Tradução: Márcio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1986, p.13).

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4 Comentários Adicionais – 2º Trimestre de 2013

213 DE ABRIL DE 2013

• Lugares celestiais: “Quando ele diz lugares celestiais, pouco importa se antepomos regiões

ou benefícios. Ele simplesmente desejava expressar a superioridade daquela graça que nos é concedida através de Cristo; que sua felicidade não está nes-te mundo, e sim no céu e na vida eterna. A religião cristã, sem dúvida, como somos ensinados em outra parte [1Tm 4.8], contém promessas não só relati-vas à vida futura, mas também à vida presente; seu alvo, porém, é a felicidade espiritual, já que o reino de Cristo é espiritual.” (CALVINO, João. Gálatas, Efé-sios e Colossenses: Série Comentários Bíblicos: João Calvino. Tradução: Valter Graciano Martins. São José dos Campos: Fiel, 2010, pp.209-10).

• Posicionamento cristão:Mediante o uso da expressão “EM CRISTO”, que ocorre 34 vezes em Efé-

sios, Paulo discorre sobre a solidariedade que existe entre os crentes, coleti-vamente, e o Senhor ressuscitado e exaltado. Os vocábulos composto com o prefixo syn (‘com’) também ajudam a exprimir esse conceito, especialmente em Efésios 2.5,6: ele nos vivificou com Cristo, e nos fez assentar com Cristo.” (REID, Daniel G. Dicionário teológico do Novo Testamento. Tradução: Márcio L. redondo e Fabiano Medeiros. São Paulo: Vida Nova, 2012, p.432).

• Hino Primitivo: “Originalmente, [Ef]1:3-14 era um hino trinitário entoado pela igreja pri-

mitiva em louvor ao Pai, que escolheu os cristãos, ao Filho, que os remiu, e ao Espírito Santo, que os selou. A celebração de todas as pessoas da Trindade deve continuar a ter um papel importante em nosso culto nos dias de hoje.” (ADEYEMO, Tokunboh (Ed.). Comentário bíblico africano. Tradução: Heloísa Martins et al. São Paulo: Mundo Cristão, 2010, p.1462).

• O que é adoção?: “Há duas formas de entendermos esse ato. Em primeiro lugar, adoção é

Desfrutar de bênçãos espirituais

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um ato amoroso. No sentido mais comum, adotar significa que uma pessoa que pertence a uma família é desejada por outra e inserida. Com relação a nós, Deus não é diferente, pois a Bíblia [que com grande amor o Pai nos adotou, 1 Jo 3:1) (...). Em segundo lugar, adoção é um ato legal. De acordo com a lei, numa certa ocasião, o adotado era formalmente apresentado e re-conhecido, diante da sociedade, e passava a desfrutar de todos os privilégios de filho legítimo (...) Rm 8:17 (...). Adoção é um ato por meio do qual Deus nos faz membros de sua família.” (O Doutrinal. 10 ed. São Paulo: GEVC, 2012, pp.81,82).

• A presença do Espírito: “A presença do Espírito na vida da pessoa aparece como imediata à sal-

vação e é apresentada através de duas imagens. A de selo e a de garantia ou penhor. O selo era sinal de autoridade, autenticidade ou de propriedade. Quando um governante queria que um decreto fosse cumprindo, ou que não se tocasse em algo seu, colocava seu selo. A garantia ou penhor, era parte do preço de uma compra, uma espécie de sinal antes do pagamento total. Por isso, a presença do Espírito na comunidade e na vida das pessoas era a marca da propriedade de Deus (herança) e uma antecipação, uma parcela da herança da comunidade.” (MONTEIRO, Marcos Adoniram Lemos. Efésios. Curitiba e Belo Horizonte: Encontrão Editora e Missão Editora, 1994, p.27).

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6 Comentários Adicionais – 2º Trimestre de 2013

20 DE ABRIL DE 2013

3• Quem é o Espírito Santo: “O Espírito Santo é espírito de sabedoria e de revelação (Ef 1:17b), pois

revela aos fiéis a mente de Deus. O Espírito Santo é completamente diferente dos espíritos adorados nas religiões tradicionais. É uma Pessoa, e não apenas uma força ou influência. Não pode ser manipulado nem apaziguado como os espíritos das religiões tradicionais. É santo e não pode ser associado a nada profano ou demoníaco. Ajuda-nos a conhecer a Deus de modo mui mais profundo (Ef 1:17c). Sem sua revelação e sabedoria, nosso conhecimento do caráter de Deus e daquilo que ele faz por nós seria superficial e fraco.” (ADEYEMO, Tokunboh (Ed.). Comentário bíblico africano. Tradução: Heloísa Martins et al. São Paulo: Mundo Cristão, 2010, p.1464).

• Iluminação especial: “Quando Cristo veio, Sua presença foi descrita em termos de alvorecer de

um novo dia, de jorrar a luz de Deus (Mt 4:16...). Fora dEle, ou em atitude de rejeição a Ele, os olhos do coração dos homens estão fechados, e eles próprios estão nas trevas do pecado, ignorância e desespero (Ef 5:8...); mas aqueles que O receberam em suas vidas têm os olhos iluminados, portanto, estão capacitados a ver (Mt 13:16; At 26:18; Hb 6:4; 10:32).” (FOULKES, Francis. Efésios: introdução e comentário. 2 ed. Tradução: Marcio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1986, p.52).

• Submissão a Cristo: “[todos os poderes estão sujeitos a Jesus]: (...) sejam eles principados (que

podemos pensar como todos os tipos de governo, federal, estadual ou mu-nicipal), sejam eles autoridades (que podemos pensar como todo tipo de or-ganização governamental que tenha impacto sobre a nossa vida), sejam eles poderes (que podemos pensar como todo tipo de corporações financeiras,

Existir para a glória de Deus

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que determinam ir e vir pela face da terra, ditando preços e prioridades), sejam eles domínios (que podemos pensar como formados por todos os tipos de sistemas de educação, comunicação, ideologia e lazer), sejam eles nomes (que podemos pensar como todos aqueles indivíduos que, pela força ou pela sedução, controlam nossa vida.” (AZEVEDO, Israel Belo de. Gente cansada de igreja. São Paulo: Hagnos, 2010, p.51).

• Cabeça e Corpo: “A metáfora cabeça/corpo, quando interpretada como significado que o

corpo enche ou completa a cabeça, resultando numa unidade orgânica, para que o corpo leve a bom termo a vontade e o propósito da cabeça, faz bom sentido. Cristo usa a igreja na realização de seu plano no governo do mundo e na salvação dos pecadores.” (HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: exposição dos livros de Efésios e Filipenses. 2 ed. Tradução: Val-ter Graciano Martins. São Paulo: Cultura Cristã, 2005, p.126).

• Cristo, o Cabeça da Igreja: “(...) ele foi feito a Cabeça da Igreja para que pudesse assumir a admi-

nistração de todas as coisas. Não obstante, o apóstolo tem em mente que não foi um mero título que o designara Cabeça da Igreja, e sim que lhe fora confirmado o pleno comando e governo do universo. A metáfora da Cabeça denota a mais elevada autoridade. Pois já que Cristo é o único a ser chamado Cabeça, todos os outros, sejam anjos ou homens, são forçosamente postos em seu devido lugar como membros. (...).” (CALVINO, João. Gálatas, Efé-sios e Colossenses: Série Comentários Bíblicos: João Calvino. Tradução: Valter Graciano Martins. São José dos Campos: Fiel, 2010, pp.230-231).

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8 Comentários Adicionais – 2º Trimestre de 2013

27 DE ABRIL DE 2013

4• Graça, misericórdia e salvação: “A misericórdia se compadece. A graça perdoa. Ela, porém, faz ainda mais

que isso. Ela salva completamente, libertando os homens da maior desgraça (a condenação eterna), e outorgando-lhes as mais seletas bênção (...). ser salvo pela graça é o oposto de ser salvo pelos méritos humanos, os méritos que supostamente provêm da bondade inerente ou do esforço extremo do homem (cf. 2.8,9). A expressão indica claramente que o solo da nossa sal-vação está em Deus e não em nós.” (HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: exposição dos livros de Efésios e Filipenses. 2 ed. Tradução: Valter Graciano Martins. São Paulo: Cultura Cristã, 2005, p.140).

• Entranhas divinas: “A palavra misericórdia descreve um movimento do interior da pessoa em

um sentimento de ternura e uma atitude de fidelidade para com outra pes-soa. O judeu focalizava as contrações do rim como o movimento da miseri-córdia. Quando essa misericórdia referia-se a Deus ganhava aplicações mais específicas, porque o mover do íntimo, das entranhas, dos rins de Deus se fazia prioritariamente na direção dos oprimidos, os pobres; dos desvalidos, os órfãos e as viúvas; dos discriminados, as mulheres, as crianças e os estran-geiros; e dos marginalizados, os pecadores.” (MONTEIRO, Marcos Adoniram Lemos. Efésios. Curitiba e Belo Horizonte: Encontrão Editora e Missão Edito-ra, 1994, p.41).

• Poemas de Deus 1: “Lembre que a mensagem principal de Efésios 2 não é evangelística. O

objetivo de Paulo não era dizer-lhes como serem salvos, e sim lembrar-lhes como haviam sido salvos, para pudessem ver como a graça deve operar na vida dos redimidos. A frase ‘somos feitura dele’ é a chave de toda esta passa-gem. A palavra grega traduzida por ‘feitura’ é poiema, da qual temos a nossa palavra poema. Desde a eternidade passada, Deus nos designou para sermos

Viver a salvação pela graça

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iguais à imagem de seu Filho (Rm 8.29).” (MACARTHUR, John. O Evangelho Segundo os Apóstolos. Tradução: Ana Paula Eusébio Pereira. São José dos Campos: Fiel, 2011, p.89).

• Poemas de Deus 2: “Todos nós ainda somos imperfeitos, obras de arte não concluídas, que

estão sendo trabalhadas cuidadosamente pelo Mestre divino. Ele ainda não terminou sua obra em nós, e seu trabalho não cessará até que nos tenha transformado na perfeita semelhança de seu Filho (1 Jo 3.2). a energia que Ele usa para realizar sua obra é a graça. Às vezes, o processo é lento e árduo; às vezes, é imediatamente triunfante. Em ambos os casos, ‘Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus’ (Fp 1.6).” (Idem, p.90).

• As boas obras: “A nova vida de comunhão com Deus deve ser criação divina e não obra

humana. Não obstante, a qualidade essencial da nova vida é boas obras. A preposição aqui (para, no grego epi) mostra que o significado é muito mais profundo do que o dizer meramente que as boas obras eram o propósito da nova vida, ou que os homens foram redimidos a fim de serem um povo ‘zeloso de boas obras’ (Tt 2:14; Cl 1:10); significa que as boas obras ‘fazem parte’ da nova vida ‘como uma condição inalienável’ (...).” (FOULKES, Francis. Efésios: introdução e comentário. 2 ed. Tradução: Marcio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1986, p.66).

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10 Comentários Adicionais – 2º Trimestre de 2013

4 DE MAIO DE 2013

5• Pagãos e gentios: “(...) [Paulo] começa por mostrar [Ef 4:11] qual era a condição dos gentios no

passado, conclamando-os a lembrança (lembrai-vos), para, dessa forma, serem movidos ao amor e à gratidão. (...) os gregos desdenhavam os que viviam fora de suas cidades, chamando-os ethne (pagãos), assim também faziam os judeus em sua maneira superficial e pouco espiritual (na carne) de pensar, pois em vez de considerarem as outras nações como aquelas com quem deveriam ter com-partilhado seu conhecimento de Deus (Gn 12:3; Is 42:1, 6; 49:6), simplesmente se referiam a elas desdenhosamente como gentios (ethne).” (FOULKES, Francis. Efésios: introdução e comentário. 2 ed. Tradução: Marcio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1986, p.67).

• O desprezo dos gentios: “O desprezo que os judeus sentiam pelos gentios era tão grande tornava

que não era lícito a um judeu assistir a uma mulher gentia dar à luz. O casa-mento de um judeu com uma gentia correspondia à morte dele, e, imedia-tamente, celebrava-se o ritual de enterro do moço ou da moça. Entrar numa casa gentia tornava um judeu impuro e o deixava inapto para participar do culto público.” (LOPES, Hernandes Dias. Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo. São Paulo: Hagnos, 2009, p.62).

• Igreja mista: “Ora, foi precisamente em Éfeso e seus arredores que judeus e gentios acei-

taram a Cristo, passando a viver juntos em amor e união, passando a construir uma igreja ecumênica. Era uma igreja florescente, de onde, como de um cen-tro, muitas outras congregações foram fundadas (At 19.10; cf. At 1.11; 2.1-7). Esta foi uma das razões por que Paulo, ainda que prisioneiro, se alegrava mui-tíssimo e glorificava a seu Deus.” (HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: exposição dos livros de Efésios e Filipenses. 2 ed. Tradução: Valter Graciano Martins. São Paulo: Cultura Cristã, 2005, p.153).

Desfazer muros e construir pontes

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• Gentios e judeus de mãos dadas: “A polêmico sobre a admissão dos gentios na comunidade cristã não inte-

ressa ao autor de Ef. Ele não considera a conversão dos gentios um meio de provocar ciúme em Israel de modo que, um dia, todo o Israel fosse restaurado à sua posição legítima (Rm 11...). No lugar desta esperança em uma restau-ração futura de Israel, em Ef se encontram os judeus e os gentios juntos, reconciliados ‘ambos com Deus em um só corpo, por meio da cruz’ (2,16), tornando-se ‘um só ser humano novo’ (2,15), porque agora foi ‘derrubado o muro da separação’ (2,14).” (BROWN, Raymond E. (org.) et al. Novo Comen-tário Bíblico São Jerônimo: Novo Testamento e artigos sistemáticos. Tradução: Celso Eronides Fernandes. Santo André: Academia Cristã. São Paulo: Paulus, 2011, p.619).

• Evangelho reconciliador: “O evangelho da paz e reconciliação foi pregado tanto aos gentios que

estavam longe quanto aos judeus que estavam perto (2:17). Os dois grupos precisavam ouvir a mensagem. Os judeus tiveram o privilégio de ouvir Jesus pregá-la, enquanto os gentios a receberam por intermédio dos apóstolo de Cristo. Mais uma vez, vemos as três pessoas da Trindade operando juntas para reconciliar judeus e gentios uns com os outros e com Deus: a obra ex-piatória de Cristo possibilitou a reconciliação, e o Espírito Santo nos dá aces-so ao Pai (2:18).” (ADEYEMO, Tokunboh (Ed.). Comentário bíblico africano. Tradução: Heloísa Martins et al. São Paulo: Mundo Cristão, 2010, p.1466).

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12 Comentários Adicionais – 2º Trimestre de 2013

11 DE MAIO DE 2013

6• Inclusão: “Através da revelação ele veio verificar que judeus e gentios podem ago-

ra permanecer juntos como povo de Deus. São co-herdeiros, participam da mesma herança nas riquezas celestiais de Deus (...). São membros do mesmo corpo. No grego é usada uma só palavra para expressar esta verdade (sin-soma); tal palavra é desconhecida da literatura que antecedeu o apóstolo, e talvez tenha sido criada por ele mesmo para expressar esta verdade, de que os gentios são incorporados com os judeus no Corpo único de Cristo (2:16).” (FOULKES, Francis. Efésios: introdução e comentário. 2 ed. Tradução: Marcio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1986, pp.79-80).

• Mistério: “(...) John Stott (...) diz que no Cristianismo não existem ‘mistérios’ esoté-

ricos reservados para uma elite espiritual. Ao contrário, os ‘mistérios’ cristãos são verdades que embora estejam além da compreensão humana, foram re-velados por Deus e, portanto, agora, pertencem abertamente a toda a igreja. Mais abertamente, mysterion é uma verdade que esteve oculta ao conheci-mento ou entendimento dos homens, mas que agora, foi desvendada pela revelação de Deus.” (LOPES, Hernandes Dias. Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo. São Paulo: Hagnos, 2009, pp.75-76).

• Santos apóstolos: “O livro de Atos dos apóstolos registra como o Espírito fez a revelação

desta verdade a Pedro, e já relembramos como Gálatas conta a maneira pela qual foi feita a revelação a Paulo. Tal como vimos, a frase santos apóstolos não deve ser considerada estranha, ou sinal de orgulho, pelo fato de ter sido escrita por um apóstolo. Santo (hagios...) não tem, no Novo Testamento, o mesmo sentido em português; e sem qualquer vanglória Paulo repetidamen-te chama a sim mesmo de apóstolo.” (FOULKES, Francis. Efésios: introdução

Engajar-se no projeto de Deus

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e comentário. 2 ed. Tradução: Marcio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1986, p.79).

• Revelação compartilhada: Para que não fosse acusado de arrogância ao alegar conhecer o que ne-

nhum dos patriarcas, dos profetas ou dos (...) reis havia conhecido, o após-tolo lhes recorda, antes de tudo, que ele compartilhava desse conhecimento com os outros e que vivia na companhia de doutores que lideravam a Igreja; e em segundo lugar, que tal conhecimento era um dom do Espírito Santo, que este tem o direito de conhecê-lo a quem lhe apraz.” (CALVINO, João. Gálatas, Efésios e Colossenses: Série Comentários Bíblicos: João Calvino. Tra-dução: Valter Graciano Martins. São José dos Campos: Fiel, 2010, p.267).

• Indigno: “Paulo nem sequer se considera digno do chamado para ser servo de

Deus. Antes, vê-se como alguém insignificante que Deus chamou de forma extraordinária para ter o privilégio de pregar o evangelho de Cristo (3:8a). O chamado de Deus, o reconhecimento humilde da graça divina e a bênção do poder de Deus são pré-requisitos para servir a Cristo.” (ADEYEMO, Tokunboh (Ed.). Comentário bíblico africano. Tradução: Heloísa Martins et al. São Paulo: Mundo Cristão, 2010, p.1468).

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14 Comentários Adicionais – 2º Trimestre de 2013

18 DE MAIO DE 2013

7• Credo de profundidade: “Juntamente com todos os cristãos da Terra, estou vivo. Anseio agradar

o Pai, ser semelhante a Cristo e ouvir e seguir o Espírito Santo. Sinto-me en-volvido na vida da Trindade, empolgado pela mesma energia que vibra em cada um deles. Quando essas paixões que há em mim encontram as mesmas paixões que há em você, vivenciamos a comunidade espiritual. E avançamos, lenta mas seguramente, na nossa jornada rumo a Deus.” (CRABB, Larry. O lugar mais seguro da Terra. São Paulo: Mundo Cristão, 2000, p.154).

• Pensando na oração: “Paulo utiliza as mesmas palavras com que principiou o capítulo 3, por esta

causa, e então, profere a oração ali iniciada. Agora porém, sua prece possui uma renovada força à luz do que ele acabou de dizer. Paulo não é apenas levado a orar pelo pensamento da grandeza da graça de Cristo que dá vida àqueles que estavam mortos em pecados (...) mas também pela contempla-ção do propósito maravilhoso de Deus como um todo, a que ele tem sido conduzido a expressar mais pessoal e profundamente.” (FOULKES, Francis. Efésios: introdução e comentário. 2 ed. Tradução: Marcio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1986, p.84).

• Oração reflexiva: “A reflexão do apóstolo sobre o ministério maravilhoso da igualdade dos

cristãos judeus e gentios em Cristo leva-o a orar para que recebam força e poder por meio do Espírito Santo (...). Sua postura (de joelhos) enquanto ora é sinal de grande reverência, submissão e adoração, pois os judeus costuma-vam orar em pé (3:14). Paulo se ajoelha diante do Pai”, indicação de que o relacionamento íntimo com Deus se baseia na confiança (...).” (ADEYEMO, Tokunboh (Ed.). Comentário bíblico africano. Tradução: Heloísa Martins et al. São Paulo: Mundo Cristão, 2010, p.1468).

Recusar a superficialidade

da fé

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• Pedido profundo: “Assim como Abraão foi convidado a olhar para o céu e contar as estre-

las, a fim de que entendesse que era impossível enumerá-las; e assim como hoje somos instados, por meio de um hino, a contar nossas muitas bênçãos, e a enumerá-las uma a uma a fim de que seu número incontável aumente nossa gratidão e espanto, assim também o apóstolo ora para que os leitores possam concentrar-se tão intensamente e de maneira tão exaustiva na imen-sidade e glória do amor de Cristo, que cheguem à compreensão de que este amor sempre excede o conhecimento.” (HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: exposição dos livros de Efésios e Filipenses. 2 ed. Tradu-ção: Valter Graciano Martins. São Paulo: Cultura Cristã, 2005, p.206).

• Além do que pedimos: “Deve-se observar a expressão: muito mais abundantemente, além daqui-

lo que pedimos ou pensamos, para que na fé genuína não haja nenhum te-mor excessivo. Pois quanto mais numerosas forem as bênçãos que esperamos de Deus, muito mais ainda sua infinita liberalidade excederá sempre a todos os nossos desejos e pensamentos. Diz ainda: a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus – ou seja, em virtude de a misericórdia divina ser derramada so-bre os gentios através dele.” (CALVINO, João. Gálatas, Efésios e Colossenses: Série Comentários Bíblicos: João Calvino. Tradução: Valter Graciano Martins. São José dos Campos: Fiel, 2010, pp.282-3).

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16 Comentários Adicionais – 2º Trimestre de 2013

25 DE MAIO DE 2013

8• Unidade trinitária: “A unidade dos cristãos tem como base a Trindade. O Espírito Santo é

quem chama tanto judeus como gentios para construir somente um corpo, a igreja, e lhes dá a mesma esperança em Cristo (Ef 4:4; cf. 1:13-14). Cristo é o Cabeça da igreja, seu único Senhor e Mestre, e os cristãos unidos por sua fé nele (4:5). (...) nossa unidade e coesão são arraigadas na soberania de Deus, o único Criador de todo o universo e, portanto, aquele que tem autoridade absoluta sobre toda criação (4:6).” (ADEYEMO, Tokunboh (Ed.). Comentário bíblico africano. Tradução: Heloísa Martins et al. São Paulo: Mundo Cristão, 2010, p.1469).

• Apóstolos: ‘(...) apostolê’ (...). É a capacitação do Espírito para iniciar e supervi-

sionar o desenvolvimento de igrejas ou ministérios com uma autoridade espontaneamente aceita e reconhecida. O apóstolo (homem ou mulher) tem uma visão ampla, não apenas limitada, à igreja local. Sua liderança não depende de nenhum ofício. A posição de apóstolos dada aos primeiros discípulos era única e, pela sua característica, não existe mais. No entanto, o papel desempenhado por eles continua evidente até os dias de hoje em combinação com os outros dons (e ofícios), sem o uso do título ‘apóstolo’.” (AZEVEDO, Israel Belo de. Gente cansada de igreja. São Paulo: Hagnos, 2010, pp.105-6).

• Profetas: “Os profetas não apenas faziam previsões do futuro, mas proclamavam a

palavra de Deus. É neste sentido que devemos entender o dom de ‘profeta’. Não temos mais, em nossos dias, o ministério profético, conforme apresenta-do no Antigo Testamento e, em alguns casos, no Novo Testamento; por isso ninguém deve ter este título hoje. Acreditamos que a pessoa que tem este dom de ‘profeta’ recebeu uma capacitação divina para expor a palavra de

Lutar pela unidade do corpo

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Deus à igreja num grau incomum, mediante a atuação do Espírito Santo, e sua principal motivação está voltada à vida espiritual e pureza da igreja.” (O Doutrinal. 10 ed. São Paulo: GEVC, 2012, p.119).

• Equipando os santos: “A palavra que Paulo escolheu para referir-se ao preparo e engajamento

dos membros na obra foi katartismos, do verbo katartizo. É traduzido por equipar, aperfeiçoar, e capacitar, com o significado básico de tornar algo útil, capacitar alguém a cumprir a função para a qual foi criado, ser o que deve ser. Aplicando esta figura à igreja, diríamos que os obreiros que servem no desenvolvimento das capacidades dos membros são técnicos, treinando seus irmãos para servir. (MULHOLLAND, Dewey. Teologia da Igreja: uma igreja segundo os propósitos de Deus. São Paulo: Shedd Publicações, 2004, p.96).

• Todos por todos: “O que é feito para os santos, é para a edificação do corpo de Cristo. A

Igreja vai sendo construída e aumentada e seus membros são edificados, à medida que cada membro usa seus dons individuais segundo o que o Se-nhor da Igreja ordena, e, desta forma, cada crente desempenha um serviço espiritual para com seus companheiros no Corpo e para com o Cabeça.” (FOULKES, Francis. Efésios: introdução e comentário. 2 ed. Tradução: Mar-cio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1986, p.100).

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18 Comentários Adicionais – 2º Trimestre de 2013

1 DE JUNHO DE 2013

9• Coração de pedra: “No começo, a pessoa sente vergonha ao pecar. Depois, perde o pudor,

o temor e o horror. Peca sem remorso nem pesar. A consciência petrifica-se. Há uma lenda que retrata bem esse processo da petrificação. Essa lenda fala da dependência do álcool. Conta a lenda que o álcool é uma composição formada pelo sangue do pavão, do leão, do macaco e do porco. Quando o homem começa a beber sente-se bonito, atraente como o pavão. Depois, sente-se forte e valente como um leão. Em seguida, começa a fazer mesuras como um macaco. Mas, no fim, chafurda na lama como um porco.” (LOPES, Hernandes Dias. Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo. São Paulo: Hagnos, 2009, pp.117-8).

• Sociedade corrompida: “Uma série de frases devastadoras descreve agora a verdadeira natureza

daquela velha maneira de viver. É verdade que havia algumas nobres figuras no mundo antigo da Grécia e Roma em que Paulo vivia, mas a literatura clás-sica à medida que lança luz sobre a vida das massas indica que a descrição do apóstolo não era incorreta. Havia uma decadência mental, espiritual e moral naquela sociedade.” (FOULKES, Francis. Efésios: introdução e comentário. 2 ed. Tradução: Marcio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cris-tão, 1986, pp.104-5).

• Roupas velhas e roupas novas: “Vos despojeis do velho homem... e vos revistais do novo homem

(Ef 4.22, 24). É comum na literatura grega a ilustração de despir e vestir roupas, e também é frequentemente encontrada nas Escrituras. Aqui está outro lembrete de que existe tanto um potencial antigo quanto um novo potencial na personalidade do crente. Deus nos deu um novo ser. É nossa responsabilidade decidir vestir esse novo ser e viver de acordo com suas

Abandonar a velha vida

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motivações.” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário histórico-cultural do Novo Testamento. 3 ed. Tradução: Degmar Ribas Júnior. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p.426).

• Aprendendo a Cristo: “É importante notar que Paulo fala de aprender com Cristo, e não sobre

Cristo (4.20). Aprender com Cristo representa ter um estreito relacionamento com ele. Uma pessoa pode aprender sobre Cristo e não ser salva. Posso aprender sobre Rui Barbosa porque tenho livros sobre sua vida, mas jamais posso aprender a Rui Barbosa, porque ele está morto. Jesus Cristo está vivo. Portanto, posso aprender com Cristo. (LOPES, Hernandes Dias. Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo. São Paulo: Hagnos, 2009, p.120).

• A “Pessoa” do Espírito Santo: “O verbo grego original usado demonstra que o Espírito Santo é uma pes-

soa, não meramente uma energia, sentimento ou influência, porquanto so-mente uma pessoa pode ser ‘entristecida’. São nossas palavras e atitudes (Ef 4.29,31) que podem alegrar ou entristecer o Espírito de Deus que vive em nós, por causa de Cristo, como garantia eterna (selo) de que somos novas criações (...).” (BÍBLIA Sagrada King James Atualizada: Edição de Estudo. São Paulo: Abba Press, 2007, p.453).

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20 Comentários Adicionais – 2º Trimestre de 2013

8 DE JUNHO DE 2013

10• Imitando Deus (Ef 5:1-2): “O amor deve caracterizar o progresso diário do cristão ao longo da es-

trada da vida. Realmente este versículo resume toda a seção, e põe de lado todas as negativas com seu único mandamento positivo. Há um exemplo perfeito, mesmo na carne humana, que foi dado e que pode servir de cópia. Amor respondendo ao amor, amor motivado pelo amor, amor tornado possí-vel pelo amor inicial de Cristo, é um dos grandes temas da literatura joanina (Jo 13:34; 1 Jo 4:10, etc.); mas Paulo também o tem.” (FOULKES, Francis. Efésios: introdução e comentário. 2 ed. Tradução: Márcio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1986, p.115).

• Seguindo Cristo: “A verdadeira comunhão cristã se baseia no exemplo de Cristo, de modo

que devemos procurar imitar o comportamento do Mestre. Em vez de se amar-gurar, ele nos perdoou pelo mal que fizemos (Ef 4:32). Sua bondade, com-paixão e amor o levaram a sacrificar-se por outros (5:2). Devemos seguir seu exemplo da mesma forma que uma criança pequena retribui o amor de seus pais ao imitá-los (5:1).” (ADEYEMO, Tokunboh (Ed.). Comentário bíblico africa-no. Tradução: Heloísa Martins et al. São Paulo: Mundo Cristão, 2010, p.1470).

• Uma oferta agradável a Deus: “(...) a morte de Cristo foi o grande sacrifício da expiação: ‘...em oferta

e sacrifício a Deus”; uma oferta ou mesmo um sacrifício – um sacrifício pro-piciatório, para expiar nossa culpa, que tinha sido prefigurada nas ofertas e sacrifícios legais; e isso “...em cheiro suave”. Alguns observam que nunca se deveria dizer que as ofertas pelo pecado eram um cheiro suave; mas le-mos isso a respeito do “...Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. (HENRY, Mattew. Comentário bíblico: Novo Testamento: Atos a Apocalipse. Tradução: Luis Aron, Valdemar Kroker e Haroldo Janzen. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, CPAD, 2008, p.536).

Andar como filhos da luz

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• Essência luminosa: “Antigamente, os efésios não só andavam às apalpadelas nas trevas, mas

eram parte das trevas, sendo contribuintes para as trevas do pecado. Hoje, pela graça, eles são participantes da luz. Cristo é a luz e ele cria os filhos da luz (Jo 8.12; 1 Jo 1.7). Possuir luz ou estar na luz também indica a plena graça de Deus para viver de modo santo. Jesus falou sobre o cristão ter todo o corpo luminoso, não tendo em si parte alguma em trevas (Lc 11.34-36).” (TAYLOR, Willard H. et al. Comentário bíblico Beacon: volume 9. 3.ed. Tradu-ção: Luis Aron de Macedo. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.176).

• Vivendo de maneira certa: “Remindo (exagorazomenoi ‘comprando’) não transmite a ideia de pagar

o preço determinado, mas significa ‘aproveitando ao máximo’. Tempo (kai-ros) ‘denota uma época crítica, uma oportunidade especial, que logo passa’. A tradução (...) [melhor] (...) seria ‘aproveitando ao máximo as oportunida-des’ (...). O serviço a Deus acha-se por trás do pensamento apostólico. Não devemos deixar escapulir de nossas mãos a oportunidade preciosa de teste-munhar de Cristo, porquanto os dias são maus.” (TAYLOR, Willard H. et al. Comentário bíblico Beacon: volume 9. 3.ed. Tradução: Luis Aron de Macedo. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.178).

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22 Comentários Adicionais – 2º Trimestre de 2013

15 DE JUNHO DE 2013

11• Sujeição uns aos outros: “Existe uma submissão mútua em que os cristãos devem uns aos outros,

dispondo-se a levar a carga uns dos outros, não se colocando acima dos outros, nem dominando os outros e impondo leis aos outros. Paulo era um exemplo dessa verdadeira conduta cristã, porque se fez tudo para todos. Devemos estar prontos para todas as obrigações das respectivas posições que Deus outorgou a nós neste mundo.” (HENRY, Mattew. Comentário bíblico: Novo Testamento: Atos a Apocalipse. Tradução: Luis Aron, Valdemar Kroker e Haroldo Janzen. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, CPAD, 2008, p.600).

• Sujeição entre marido e mulher 1: “O fato de haver uma divisão de assunto entre os versículos 21 e 22 faz

com que se perca a fluência natural do texto escrito. (...) em Efésios, ime-diatamente antes de falar sobre a submissão da mulher, Paulo afirma: “Su-jeitem-se uns aos outros” (Ef 5.21). Ora, “uns aos outros” significa que os maridos devem sujeitar-se às suas esposas da mesma forma que elas, aos maridos. Infelizmente, em uma parte significativa das igrejas cristãs, existe dificuldade em lidar com a questão do funcionamento dos papéis na relação conjugal”. (Disponível em: <http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/329/maridos-sejam-sujeitos-as-suas-mulheres> acesso em: 18/02/2013).

• Sujeição entre marido e mulher 2: “A relação entre homem e mulher, de acordo com René Padilla,1 passa

por três momentos distintos ao longo da história. O primeiro é o da perfeita harmonia na criação, em que homem e mulher se veem como iguais e com-plementários: “Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne” (Gn 2.23). O segundo é o da distorção causada pela queda, em que o pecado causa uma hierarquização e uma crise relacional: “E o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará” (Gn 3.16). O terceiro é o da restauração da intenção perfeita de Deus em Cristo, em que: “Não pode haver judeu nem

Cultivar relaciona-mentos santos

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grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo” (Gl 3.28) (...)”(Idem).

• Relação entre pais e filhos 1: “Quando Paulo escreveu essa carta aos efésios, estava em vigência no

Império Romano o regime do pater postestas. O pai tinha o direito absolu-to sobre o filho: podia casá-lo, divorciá-lo, escravizá-lo, vendê-lo, rejeitá-lo, prendê-lo e até mesmo matá-lo. Hoje, vivemos o outro extremo. O ano de 1960 irrompeu com os hippies, um movimento de contracultura. Os jovens revoltaram-se contra toda a autoridade dos pais e rebelaram-se contra toda sorte de autoridade institucional.” (LOPES, Hernandes Dias. Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo. São Paulo: Hagnos, 2009, p.161).

• Relação entre pais e filhos 2: “Honrar [aos pais] é mais que obedecer (Ex 20.12; Dt 5.16). os filhos não

deve prestar só obediência aos pais, mas também devotar amor, respeito, e cuidado a eles. William Hendriksen, nessa mesma linha de pensamento, aborda seis atitudes dos pais que provocam ira nos filhos: 1) excesso de proteção; 2) favoritismo; 3) desestímulo; 4) [não perceber o crescimento do filho] (...); 5) negligência; e 6) palavras ásperas e crueldade física.” (Idem, p.165).

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24 Comentários Adicionais – 2º Trimestre de 2013

1222 DE JUNHO DE 2013

• Batalha: “Os cristãos devem batalhar contra aqueles que, debaixo da autoridade do

próprio diabo, possuem tal poder no mundo e, em consequência, mantêm os homens nas trevas. São as forças espirituais do mal, e o cristão está envolvido num conflito que não é físico, mas espiritual, contra elas. De fato. Como suas próprias vidas são descritas como elevadas acima deste mundo material para os ‘lugares celestial’ onde vivem ‘em Cristo’ (Ef 2:6), assim também lá ocorre o seu conflito espiritual, e são suas posses espirituais que lá estão (1:3) que os poderes do mal tentam roubar-lhes.” (FOULKES, Francis. Efésios: introdução e comentário. 2 ed. Tradução: Márcio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1986, pp.142-143).

• A carta da paz: “À Primeira vista, o pensamento de guerra é inadequado nesta epístola

[Efésios]. Até agora o apóstolo falou sobre coisas que eliminam divergências e produzem unidade e paz. A bênção do evangelho é que ele acaba com a hostilidade entre os homens e os une numa comunidade de paz (2.14-22). Cristo é quem trouxe a paz por meio da cruz. (...) [No capítulo 5.22-6.9] (...), o principal objetivo do apóstolo é dar fim à rivalidade e promover o de-senvolvimento cristão nas relações domésticas dentro da comunidade cristã primitiva.” (TAYLOR, Willard H. et al. Comentário bíblico Beacon: volume 9. 3 ed. Tradução: Luis Aron de Macedo. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.193).

• A carta da guerra: “Não obstante, esta repentina mudança de ‘cenário pacífico’ [em Efésios]

da comunidade cristã para o ‘campo de batalha’, onde forças do mal são descritas como sendo um ataque violento das forças do mal contra o cristão, não é sem justificativa. Esta mudança súbita de cena tem sua explicação. O apóstolo está lidando ‘com o invisível tanto com o perceptível’. As forças que ameaçam os cristãos ao prosseguirem pelo caminho na vida originam-se

Saber que há uma guerra

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não só do contexto humano, mas também a um mundo natural, tornando comum serem atacados por forças espiritualmente más.” (Idem).

• Armadura: “Os cristãos não sabem quando e onde se dará o próximo ataque, de

modo que devem colocar a armadura antes de a batalha começar (Ef 6:13). Desse, modo poderão resistir e se manter alertas, destemidos e decididos. Uma vez que a batalha é violenta, precisam perseverar e não podem recuar. Paulo usa o equipamento de um soldado romano para descrever a prote-ção (armadura) e a arma ofensiva que Deus proveu.” (ADEYEMO, Tokunboh (Ed.). Comentário bíblico africano. Tradução: Heloísa Martins et al. São Paulo: Mundo Cristão, 2010, p.1473).

• Prontidão: “(...) tomemos cuidado de não inferir que os cristãos são vistos aqui como

que recostados, por assim dizer, esperando no refúgio de sua fortaleza o ataque de Satanás. O ‘estar em pé’ de que Paulo (vs. 11 e 14) não é como o de um muro de alvenaria que espera, por assim dizer, passivamente (...). Os soldados aqui referidos são descritos como que vestidos para a batalha e lançando-se à luta. São vistos, às vezes, se defendendo e às vezes atacando.” (Idem, p.324).

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26 Comentários Adicionais – 2º Trimestre de 2013

1329 DE JUNHO DE 2013

• Uma situação tempestuosa: “Era noite. Depois de uma assombrosa tempestade, Jesus chaga a um

lugar deserto, íngreme e cheio de cavernas. Ele desembarca num cemitério, onde havia corpos expostos, alguns deles já em decomposição. O lugar em si já colocava medo nos mais corajosos. Desse lugar sombrio, sai um homem louco, desvairado, possesso, nu, ferindo-se com pedras, um espectro huma-no, um aborto vivo, uma escória da sociedade.” (LOPES, Hernandes Dias. Marcos: o evangelho dos milagres. São Paulo: Hagnos, 2006, pp.253-254).

• O episódio nos evangelhos: “Esse relato sucede ao da calmaria da tempestade em cada um dos Evangelhos

Sinóticos. Em cada um deles, ele é parte de uma série de eventos que demostram a ilimitada extensão dos poderes de Jesus. Essa sequência, bem como os detalhes do episódio em que os demônios foram expulsos e entraram em uma manada de porcos, deixa claro que cada autor está descrevendo o mesmo incidente.” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 3 ed. Tradução: Degmar Ribas Júnior. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p.104).

• Os sepulcros: “Quanto aos sepulcros, devemos pensar em grandes cavernas naturais

ou em entradas cavadas em rochas calcárias. Nos nichos ficavam os ossos dos mortos. Somente os mais pobres, que não podiam ter mais escrúpulos com nada, abrigavam-se ali (Jó 30.6), ou os pagãos que [supostamente] in-vocavam os mortos (Is 65.4) e, é claro, os que eram possessos de espíritos imundos (...).” (POHL, Adolf. O Evangelho de Marcos: Comentário Esperança. Tradução: Hans Udo Fuchs. Brasília: Esperança, 1998, p.181).

• A superioridade de Jesus: “Talvez o elemento mais surpreendente desta história seja a transforma-

ção da atitude demonstrada pelos demônios. Quando os encontramos eles

Quando os cativos são libertos

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parecem ter um controle total sobre o homem que, possuído, aterrorizava os espectadores. Quando Jesus aparece, no entanto, clamam bem alto mencio-nado sua identidade: ‘que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo?’ (Mc 5.7). imediatamente, eles se transformam de tiranos dominadores em suplicantes que rastejam perante Jesus, implorando para não serem ator-mentados.” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 3ª ed. Tradução: Degmar Ribas Júnior. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p.104).

• A incredulidade do povo: “Jesus deveria ir embora dali [Gerasa ou Gadara], e quanto mais rápido,

melhor. ‘E entraram a rogar-lhe que se retirasse da terra deles’. Essa informa-ção é registrada pelos três evangelistas, e é essencial para o entendimento da lição assinada nessa ocasião. Aqueles homens estavam com medo de Je-sus. Além disso, eles estavam muito ressentidos. Afinal de contas, não havia sido ele quem os havia destituído de suas propriedades, perturbando a sua maneira familiar de vida? As pessoas estão desejosas de ouvir a história de Jesus e se amor... desde que as implicações do evangelho para a vida e con-duta diária não sejam enfatizadas (Mt 18.23-35...).” (HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: exposição do Evangelho de Marcos. Tradu-ção: Elias Dantas. São Paulo: Cultura Cristã, 2003, pp.254-5).

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