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Trabalho de Comunicação na Web Livro: O que é virtual? (Pierre Lévy) Capítulo 7: A virtualização da inteligência e a construção do sujeito Capítulo 8: A virtualização da inteligência e a construção do objeto Grupo: Ana Flávia Ribeiro Cinthia Borges Edenilton Santos Lana Oliveira Mirella Abreu

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Trabalho de Comunicação na Web. Livro: O que é virtual? (Pierre Lévy) Capítulo 7: A virtualização da inteligência e a construção do sujeito. Capítulo 8: A virtualização da inteligência e a construção do objeto. Grupo: Ana Flávia Ribeiro, Cinthia Borges, Edenilton Santos, Lana Oliveira, Mirella Abreu, Patrícia Oliveira, Paulo Eduardo Roriz, Weena Pötter. (5º período de jornalismo matutino da PUC Goiás - 2012-1)

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Page 1: O que é virtual? (Pierre Lévy)  (Capitúlos 7 e 8)

Trabalho de Comunicação na Web

Livro: O que é virtual? (Pierre Lévy)

Capítulo 7: A virtualização da inteligência e a construção do

sujeito

Capítulo 8: A virtualização da inteligência e a construção do

objeto

Grupo:

Ana Flávia RibeiroCinthia Borges

Edenilton SantosLana OliveiraMirella Abreu

Patrícia OliveiraPaulo Eduardo Roriz

Weena Pötter

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A Virtualização da Inteligência e a Constituição do Sujeito

Capítulo 7

■ Os seres humanos jamais pensam sozinhos ou sem ferramentas. As instituições, as línguas, os sistemas de signos, as técnicas de comunicação, de representação de registro informam profundamente nossas atividades cognitivas.

■ A inteligência coletiva é uma inteligência distribuída em toda parte, continuamente valorizada e sinergizada em tempo real.

■ O objeto chave da inteligência coletiva, suporte por excelência da virtualidade, opõe-se à coisa “real” como a seu duplo tenaz e perverso.

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Capítulo 7

A Inteligência Coletiva na Inteligência Pessoal: Linguagens, Técnicas, Instituições

■ “Inteligência” = aptidões cognitivas a saber, capacidade de perceber, de lembrar, de aprender, de imaginar e de raciocinar.

■ Conhecimentos, valores e ferramentas transmitidos pela cultura constituem o contexto nutritivo, o caldo intelectual e moral a partir do qual os pensamentos individuais se desenvolvem, tecem suas pequenas variações e produzem às vezes inovações importantes.

■ É impossível exercermos nossa inteligência independente da línguas, linguagens e sistemas de signos que herdamos através da cultura e que milhares ou milhões de outras pessoas utilizam conosco.

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Capítulo 7

A Inteligência Coletiva na Inteligência Pessoal: Linguagens, Técnicas, Instituições

■ As instituições sócias, leis, regras e costumes que regem nossos relacionamentos, influem de modo determinante sobre o curso de nossos pensamentos.

■ A dimensão social da inteligência está intimamente ligada às linguagens, às técnicas e às instituições, notoriamente diferentes conforme os lugares e as épocas.

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Capítulo 7 Economias Cognitivas

■ O coletivo humano é o palco de uma economia cognitiva, por exemplo. A economia cognitiva está ligada também as representações e as interações entre as pessoas através de meios tecnológicos. Essa ligação dá direito a todos de se comunicarem, porém os assuntos não possuem a mesma atenção, como no gatekeeper, por exemplo.

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Capítulo 7 Máquinas Darwinianas 

■ O cérebro está em constante aprendizado, logo segundo a teoria darwiniana, ele é o modelo de evolução biológica e aprendizagem individual. Porém a informação que é captada por ele é absorvida de alguma forma e pode ser desenvolvida. Portanto o individuo pode fazer parte do meio sendo a favor, como a maioria, como a máquina darwiniana que os de maior interesse esperam, ou ele pode ser contra o meio.

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Capítulo 7 As Quatro Dimensões da Afetividade

■ Embora o fato de ser um sistema darwiniano seja uma condição necessária para ser um espírito, não é, em nossa opinião, uma condição suficiente.

■ É a intencionalidade ou no fato de se referir a entidades exteriores ao espírito que estará o problema, como nos debates a favor ou contra a inteligência dos computadores? Não, pois as máquinas darwinianas de modo algum funcionam em circuito fechado, são por definição acopladas a um ambiente. Sua natureza é traduzir o outro em si ou aplicar em sua própria organização a história de suas relações com seu ambiente. ■ A experiência subjetiva, a dimensão da interioridade da sensação e a afetividade.

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Capítulo 7 As Quatro Dimensões da Afetividade

■ Distinção entre afetividade e a consciência. À afetividade, pode ser confusa, inconsciente, múltipla, heterogênea, ela constitui uma dimensão necessária do psiquismo e talvez até sua essência. Sem afetividade, o sistema considerado retorna à instabilidade, à dispersão ontológica do simples mecanismo. Já a consciência é o produto da seleção da linearização e da manifestação parcial de uma afetividade à qual ela necessita tudo.

■ Um psiquismo integral, portanto capaz de afeto, pode ser analisado segundo quatro dimensões complementares:

1 - Uma tipologia;2 - Uma semiótica;3 - Uma axiologia;4 - Uma energética.

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Capítulo 7 As Quatro Dimensões da Afetividade

■ O funcionamento psíquico é paralelo e distribuído em vez de sequencial e linear.

■ Um afeto ou uma emoção pode de ser definidos como um processo ou um acontecimento psíquico. Um afeto é a modificação do espírito, sendo um diferencial de vida psíquica.

■ É compatível com a abordagem darwiniana, uma vez que as configurações do espaço psíquico abstrato dessas quatro dimensões são sempre modificadas por contribuições “exteriores”e redistribuídas pelas dinâmicas do próprio meio psíquico.

■ O psiquismo constitui uma interioridade. ■ Os signos e as mensagens circulam e povoam

o espaço, assim ambos remetem à atualização da conectividade.

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Capítulo 7 As Quatro Dimensões da Afetividade

■ Os valores determinam entre si e formam sistemas.■ A energia que irriga o espirito não abandona um lugar senão para ocupar outro.■ A unidade do psiquismo é a de uma multiplicidade fervilhante e sua interioridade “afetiva” não é em absoluto um fechamento. Os psiquismos também são máquinas darwinianas.■ O modelo do psiquismo pode se aplicar a um texto, um filme, uma mensagem ou uma obra qualquer. No caso de uma mensagem complexa, temos:

→ Uma coleção de signos ou de componentes da mensagem.→ Conexão, remissão, ecos, entre as partes da mensagem.→ Uma distribuição de valores positivos ou negativos sobre elementos, zona de ligação, bem como um valor que emerge do conjunto.

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Capítulo 7 As Quatro Dimensões da Afetividade

→ Em fim, uma energia diferentemente investida em certas ligações, em certos valores: “linhas de força”.

■ A mensagem é ela mesma um agente afetivo para o espírito de quem a interpreta. ■ O espírito jamais pode apreender algo que não se transforme.■ O mundo humano é um campo problemático, uma configuração dinâmica, um imenso hipertexto em contaste transformação, atravessado de tensões, cinzento e pouco investido em certas zonas, intensamente investido e luxuosamente detalhando em outras.

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Capítulo 7 As Quatro Dimensões da Afetividade

■ O universo físico é um caso particular do mundo subjetivo que o cerca, o impregna e o sustenta. O sujeito não é outra coisa se não seu mundo.■ O sujeito é um mundo banhado de sentimentos e emoções.■ A imagem que acabamos de traçar da inteligência viva ou do psiquismo é a do virtual.■ Como se atualiza esse virtual? Através dos afetos.Sendo assim os afetos designam os atos psíquicos. A qualidade do afeto depende do meio mental que lhe dá sentido e que ele contribui para determinar. Também depende do meio ambiente, ou seja, do meio exterior que não interrompe o oferecimento de novos objetos.

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Capítulo 7 Sociedades Pensantes

■ Compreende-se melhor, agora, por que a inteligência é atravessada de uma dimensão coletiva: é porque não são apenas as linguagens, os artefatos e as instituições sociais que pensam dentro de nós, mas o conjunto do mundo humano, com suas linhas de desejo, suas polaridades afetivas, suas máquinas mentais híbridas, suas paisagens de sentido forradas de imagens.

■ Agir sobre o meio mesmo de um modo que se poderia pretender puramente técnico, material ou físico, equivale a construir o mundo comum que pensa diferente dentro de cada um de nós, equivale a secretar indiretamente qualidade subjetiva e trabalhar no afeto.

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Capítulo 7 Sociedades Pensantes

■ Compreendemos assim por que coletivos humanos podem ser ditos inteligentes. Porque o psiquismo é, por definição, coletivo: trata-se de uma multidão de signos-agentes em interação, carregados de valores, investidos com sua energia redes móveis e paisagens mutáveis.

■ Os coletivos humanos são espécies de megapsiquismo, não apenas por serem percebidos e efetivamente acomodar-se por pessoas, mas porque podem ser adequadamente modelados pro uma topologia, uma semiótica, uma axiologia e uma energética mutuamente imanente.

■“Um imenso jogo afetivo produz a vida social”. (Pág. 109)

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Capítulo 7 Sociedades Pensantes

■ Um papel de seleção e de apresentação sequencial desempenhado pela consciência nas pessoas é cumprido de um jeito e de outro nas coletividades por estruturas políticas, religiosas ou midiáticas que habitam em troca os sujeitos individuais.

■ A inteligência é factual, se reproduzindo de maneira comparável em diferentes escalas de grandeza: macro sociedades, psiquismo transindividuais de pequenos grupos, indivíduos, módulos infra individuais, agenciamentos transversais entre módulos infra individuais de pessoas diferentes.

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Capítulo 7 Sociedades Pensantes

■ Cada nó ou zona do hipercórtex coletivo contém por sua vez um psiquismo vivo, uma espécie de hipertexto dinâmico atravessado de tensões e de energias tingidas de qualidades afetivas, animadas de tropismo, agitadas de conflitos.

■ Há uma qualidade difundida em diversos graus em todos os tipos de espíritos, mas que as sociedades humanas. Exemplos: a de refletir o todo do espírito coletivo, cada vez diferentemente, em cada uma de suas partes. Os sistemas inteligentes são “holográficos” e os grupos humanos são os mais holográficos dos sistemas inteligentes.

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Capítulo 7 Coletivos Humanos e

Sociedade de Insetos

■ A primeira diferença entre a inteligência coletiva e a sociedade de insetos, é que a primeira pensa dentro de nós, ao passo que a formiga é uma parte quase opaca, um elo inconsciente do formigueiro inteligente.

■ Podemos usufruir inteligentemente da inteligência coletiva, que aumenta e modifica nossa própria inteligência. Contemos ou refletimos parcialmente, cada um à sua maneira, a inteligência do grupo.

■ Já a formiga tem uma pequeníssima visão da inteligência social, não obtendo dela um acréscimo mental. Ela é apenas obediente beneficiária, participa somente às cegas dessa inteligência.

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Capítulo 7 Coletivos Humanos e

Sociedade de Insetos

■ Uma mulher ou um homem é capaz de aprender, imaginar, de inventar e de fazer evoluir as linguagens, as técnicas, as relações sociais que vigoram em seu ambiente, o que uma formiga – estritamente submetida em uma programação genética – dificilmente é capaz de fazer.

■ Entre os insetos, somente a sociedade pode resolver problemas originais. Já entre os humanos, os indivíduos são em geral mais inventivos que certos grupos, tais como as multidões ou as burocracias rígidas.

■ O estatuto do indivíduo num e noutro tipo de sociedade cristaliza e resume o conjunto das diferenças que os opõem.

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Capítulo 7 Coletivos Humanos e

Sociedade de Insetos

■ Os indivíduos humanos contribuem para a vida da inteligência coletiva que os ilumina em troca, ao passo que a formiga obedece cegamente ao papel que lhe dita sua casta no seio de um vasto mecanismo inconsciente que a ultrapassa absolutamente.

■ O progresso humano rumo à constituição de novas formas de inteligência coletiva se opõe radicalmente ao pólo do formigueiro.

■ Esse progresso deve aprofundar a abertura da consciência individual ao funcionamento da inteligência social e melhorar a integração e a valorização das singularidades criadoras que os indivíduos formam nos processos cognitivos e afetivos da inteligência coletiva.

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Capítulo 7 A Objetivação do Contexto Partilhado

■ As tecnologias intelectuais e os dispositivos de comunicação conhecem neste fim do século XX mutações massivas e radicais

■ Como um dos principais efeitos da transformação em curso, aparece um novo dispositivo de comunicação no seio de coletividades desterritorializadas muito vastas que chamaremos “comunicação todos-todos”.

■ Com efeito, o ciberespaço em via de constituição autoriza uma comunicação não mediática em grande escala que representa um avanço decisivo rumo a formas novas e mais evoluídas de inteligência coletiva.

■ Os meios de comunicação clássicos instauram uma separação nítida entre centros emissores e receptores passivos isolados uns dos outros.

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Capítulo 7 A Objetivação do Contexto Partilhado

■ O telefone autoriza uma comunicação recíproca, mas não permite visão global do que se passa no conjunto da rede nem a construção de um texto comum.

■ No ciberespaço, cada um é potencialmente emissor e receptor num espaço qualitativamente diferenciado, não fixo, disposto pelos participantes, explorável.

■ O ciberespaço oferece instrumentos de construção cooperativa de um contexto comum em grupos numerosos e geograficamente dispersos. Se trata de uma interação no seio de uma situação que cada um contribui para modificar ou estabilizar significações, um processo de reconhecimento mútuo dos indivíduos e dos grupos através da comunicação.

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Capítulo 7 A Objetivação do Contexto Partilhado

■ Essa objetivação dinâmica de um contexto coletivo é um operador de inteligência coletiva, uma espécie de ligação viva que funciona como uma memória, ou consciência comum.

■ Encontra-se ainda as paisagens de significações partilhadas nas árvores de conhecimentos, mercados livres de uma nova economia do saber, que oferecem a cada participante de uma coletividade uma visão sintética da variedade das competências de seu grupo e lhe permitem reconhecer sob forma de imagem sua identidade em espaços do saber.

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Capítulo 7 O córtex de Antropia

■ O progresso das técnicas de comunicação e de registro ampliou o alcance do compartilhamento;

■ Hipertextualidade entre o estoque de informação;

■ A memória coletiva interage no ciberespaço;

■ Softwares aumentam capacidades de navegação na informação;

■ A programação cooperativa do software ilustra a “produção de si” da inteligência coletiva;

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Capítulo 7 O córtex de Antropia

■ A nova inteligência coletiva evidencia a importância da reflexão das inteligências individuais;

■ Inteligência coletiva -> coletivo inteligente

■ Diferentes concepções do virtual;

■ Nostalgia do real datado X virtual ameaçador;

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Capítulo 8 A Virtualização da Inteligência e a

Constituição do Objeto

O problema da inteligência coletiva

■ Grupos são mais inteligentes do que as pessoas que o compõem?

■ Numa multidão as inteligências tendem a se dividir;

■ Mundo cultural próximo a coletivos inteligentes;

■ O Ideal da inteligência coletiva: reconhecer a DIVERSIDADE;

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Capítulo 8 O Estádio

■ A grande questão é: como passar da inteligência coletiva, que é inerente à condição de humanidade, aos coletivos inteligentes, que otimizam recursos intelectuais imediatamente?■ É algo que requer mais do que boa vontade para se conseguir.■ Para exemplificar a questão, utilizamos um estádio de futebol.

→ Torcedores da mesma equipe gritam quase todos juntos. Atos individuais não se distinguem. O indivíduo é afogado na massa dos torcedores. A inteligência dessa massa é notoriamente pequena se levarmos em conta a capacidade de aprendizagem, imaginação e raciocínio.

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Capítulo 8 O Estádio

→ Já no campo de futebol, cada jogador efetua ações nitidamente distintas das dos outros. Todas as ações visam a coordenação e tentam se responder. Os atos dos jogadores intervêm e orientam o curso da partida.→ Os espectadores não podem agir sobre o espetáculo que os reúne. No campo é o contrário. Aos jogadores, somente detestar o time não é suficiente. É preciso estudá-lo, adivinhá-lo e prevê-lo para se ganhar a partida. →Os espectadores têm necessidade de jogadores enquanto que as equipes não têm necessidade de torcedores.→A bola é o objeto catalisador de inteligência coletiva.

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Capítulo 8 Presas, Territórios , Chefes e Sujeitos

■ Os mamíferos superiores não possuem objetos. A caça e o território não possuem essa característica porque aquela logo é devorada e esse funciona como modo de identificação exclusiva. ■ Nos demais animais, as relações de dominância são dadas através de comportamentos e diferenças anatômicas. Sujeito dominante e sujeito submisso também não são objetos. ■ O homem fundou a sociedade civil quando tirou uma porção do universo física e declarou pela primeira vez: isto é um objeto. ■ O papel do objeto é passar de mão em mão, de sujeito a sujeito .■ A relação do homem com o objeto resulta de uma virtualização das relações de predação, de dominância e de ocupação exclusiva.

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Capítulo 8 Ferramenta, Narrativa, Cadáveres

■ Os jogos virtuais são na maioria das vezes simulações de combate, de predação. de dominação ou de relações sexuais que põem os corpos diretamente em contato sem passar por um intermediário objetivo.

■ A ferramenta, o material ou o artefato que passam de mão em mão durante os trabalhos coletivos; as narrativas imemoriais que se se transmitem e são transformadas de boca a ouvido e de geração a geração, cada elo da corrente escutando a contando por sua vez; o cadáver durante e após os ritos funerários.  ■ O objeto é reconhecido através de seu poder de destruição das relações sociais e de indução da inteligência coletiva.

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Capítulo 8 O Dinheiro e o Capital

■ A moeda no sistema capitalista constitui um dos objetos mais eficazes, pois o jogo econômico de desfaria se cada pessoa guardasse seu dinheiro. O dinheiro não pode ser marcado com sua identidade ou com seus atos. A moeda não possui função econômica positiva exceto pela sua circulação. Ela veta e regula as relações econômicas, e contrária a lógica, pois não é apropriável e devido a sua circulação nos obriga a participar da inteligência coletiva domercado capitalista.

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Capítulo 8 O Dinheiro e o Capital

■ O dinheiro trás consigo o poder e a dominação e também forças sociais que não respeitam nenhuma hierarquia instituída. O dinheiro para o melhor e o pior e trás para si os meios de transporte e de comunicação.

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Capítulo 8

Comunidade Científica e seus Objetivos

■ A comunidade científica é outro exemplo de coletivo inteligente, onde o objeto é por eles mesmos estudado. A inventividade científica consiste em fazer surgir verdadeiros objetos, isto é, vetores de comunidades inteligentes, capazes de interessar outros grupos que irão colocar em circulação, enriquecer, transformar e até mesmo fazer proliferar o objeto inicial, transformando assim sua identidade na comunidade. O jogo cientifico está submetido a coerções econômicas,sociais, políticas, particulamente sob o aspecto dos "meios" necessários e dos "apoios" antecipados ou afetivos.

■ A comunidade científica não constitui verdades absolutas, os abjetos das ciências são imanentes aos procedimentos técnicos que os constróem, aos coletivos que os fazem circular.

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Capítulo 8 O Ciberespaço como Objeto

■ A extensão do ciberespaço representa o último dos grandes surgimentos da inteligência coletiva.■ Trata-se de um objeto comum, dinâmico, construído, ou pelo menos alimentado, por todos os que utilizam.■ Ele faz uma ligação por ser ao mesmo tempo o objeto comum de seus produtores e seus exploradores.■ Não é apenas um território, mas sim um lugar de objetos comuns.■ Um dos orgulhos da comunidade que fez crescer a Net é ter inventado uma maneira inédita de fazer sociedade inteligentemente.■ A questão não é portanto banir o comércio da internet, mas preservar uma maneira original de constituir coletivos inteligentes, diferente daquela que o mercado capitalista induz.

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Capítulo 8 O Ciberespaço como Objeto

■ Por outro lado, ciberespaço é compatível o dinheiro, ele inclusive faz crescer a força virtualizante e a velocidade de circulação dos objetos monetários e científicos.■ De todo o reino animal, é o homem que pratica em mais alto grau o imperialismo territorial, a caça impiedosa e implacável de dominação. Mas é também no homem que esse tipo de relacionamento são momentaneamente suspensos graças a relação com o ciberespaço.■ A tecnociência, o dinheiro e o ciberespaço fazem do homem um caçador, mas os grandes objetos contemporâneos só lhes confere esses poderes forçando-o a submeter-se à experiência propriamente humana da renúncia à presa, da deserção do poder e do abandono da propriedade.

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Capítulo 8 O que é um Objeto

■ Esse objeto deve ser o mesmo para todos.■ Ele circula, física e metaforicamente, entre os membros do grupo. Encontra-se nas mãos de todos.■ O objeto permite não apenas levar o todo até o indivíduo mas também implicar o indivíduo no todo.■ O objeto só se mantém ao ser mantido por todos e o grupo só se constitui ao fazer circular o objeto.■ O objeto sustenta o virtual.■ Pode se contar a história da humanidade como uma sucessão de aparecimento de objetos. Então, todo novo tipo de objeto induz um estilo particular de inteligência coletiva e toda mudança social consequente implica uma invenção do objeto.■ A objetividade na escala humana do mundo só surgirá se for mantida por todos, se circular entre as nações e fizer a humanidade crescer em cultura.

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Capítulo 8 O Objeto / O Humano

■ O objeto vem completar e unificar as três virtualizações da relação com os seres, da relação com os signos, da relação com as coisas.■ A virtualização da violência não passa apenas pelo contrato mas também pelo objeto, que induz ligações sociais não violentas porque escapam à predação, à apropriação exclusiva e à dominância.■ Por outro lado, a virtualização do aqui e agora operada pela linguagem estende o tempo e o espaço para além da imediatez sensorial.■ Tal é a questão da linguagem: a existência de um mundo objetivo que liga os indivíduos e constitui os sujeitos.■ A técnica virtualiza a ação e as funções orgânicas.■ O objeto é constitutivo do humano como sujeito social, cognitivo e prático.

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Referência bibliográfica:

■ LEVY, Pierre; O Que é o Virtual, (1996) São Paulo, Editora 34