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O que é Radiação Ultravioleta (R-UV)?

A radiação solar mais conhecida é a faixa do visível. No entanto, outras duas faixas muito importantes são as do ultravioleta (UV) e do infravermelho (IV). A faixa do ultravioleta é mais energética que a luz (tem menor comprimento de onda) e por isso penetra mais profundamente na pele, causando queimaduras quando se fica muito tempo exposto à radiação solar.

A radiação ultravioleta é subdividida em 03 intervalos: UV-C (entre 100 e 280 nm), UV-B (entre 280 e 320 nm) e a UV-A (entre 320 e 400 nm), conforme mostrado na Tabela 01:

Radiação Intervalo

Espectral (nm) Característica

UV-C 100 – 280 Completamente absorvida pelo oxigênio (O2) e ozônio (O3) estratosférico e, portanto, não atinge a superfície terrestre. É utilizada na esterilização de água e materiais cirúrgicos.

UV-B 280 – 320

Fortemente absorvida pela camada de ozônio (O3) da atmosfera terrestre. É prejudicial à saúde humana, podendo causar queimaduras e, a longo prazo, pode dar origem a um câncer de pele.

UV-A 320 – 400

Chega normalmente à superfície terrestre, não sendo absorvida eficientemente por nenhum dos constituintes atmosféricos, entre eles o O3 estratosférico. É importante para sintetizar a vitamina D no organismo. Porém, o excesso de exposição pode causar queimaduras e, a longo prazo, causa o envelhecimento precoce.

Tabela 01: Intervalo Espectral da R-UV. Fonte: http://satelite.cptec.inpe.br/uv/R-UV.html.

Pode-se dizer que o Sol emite energia em, praticamente, todos os comprimentos de onda do espectro eletromagnético (Figura 01) permeados pelas diversas linhas de absorção, distribuídos da seguinte maneira:

� 44% dessa energia emitida está concentrada entre 400 e 700 nm, denominada espectro visível de energia;

� 7% dessa energia se concentra entre 100 e 400 nm, denominada radiação ultravioleta;

� 37% se concentra entre 700 e 1500 nm, denominada radiação infravermelha próxima;

� 11% concentrada acima de 1500 nm é denominada infravermelha;

� 1% da radiação emitida concentra-se acima da região infravermelho, como sendo, microondas e ondas de rádio e, abaixo da região ultravioleta, como raios X e raios gama.

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Figura 01: Ilustração esquemática do espectro eletromagnético. Fonte: http://satelite.cptec.inpe.br/uv/img/espectro_eletromag.jpg.

O que é Índice Ultravioleta (IUV)?

O Índice Ultravioleta (IUV) é uma medida da intensidade da radiação ultravioleta (UV), incidente sobre a superfície da Terra e relevante aos efeitos sobre a pele humana. O IUV representa o valor máximo diário da radiação ultravioleta, isto é, no período referente ao meio-dia solar, o horário de máxima intensidade de radiação solar.

Como a cobertura de nuvens é algo muito dinâmico e variável, o IUV é sempre apresentado para uma condição de céu claro. Isto é, para ausência de nuvens que, na maioria dos casos, representa a máxima intensidade de radiação. Este Índice é apresentado como um número inteiro. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o IUV é agrupado conforme sua intensidade e o tempo de exposição ao sol, conforme mostra a Tabela 02.

Categoria Índice Ultravioleta (IUV)

Baixo < 2

Moderado 3 a 5

Alto 6 a 7

Muito Alto 8 a 10

Extremo > 11

Tabela 02: Classificação do IUV. Fonte: http://satelite.cptec.inpe.br/uv/O_que_e_IUV.html

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Relação entre a Radiação Ultravioleta e a Saúde

A Tabela 03 apresenta as referências dos Índices Ultravioletas (IUV) com suas categorias de intensidades, de acordo com recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Estas informações serão úteis para sua proteção, bem como, os efeitos da radiação UV sobre a saúde humana.

Tabela 03: Tabela de referência para o IUV. Fonte: http://img0.cptec.inpe.br/~rgrafico/icones_principais/uv/maior/uv_11.gif

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Efeitos da Radiação Ultravioleta sobre a Pele

A pele humana quando exposta à radiação UV pode apresentar reações que se classificam como agudas (imediatas) ou crônicas (a longo prazo).

• As reações agudas, como queimaduras, bronzeamento e produção de vitamina D, se desenvolvem e desaparecem rapidamente;

• As reações crônicas, como fotoenvelhecimento e câncer de pele, têm aparecimento gradual e de longa duração.

A diferença entre estas reações se deve, principalmente, ao histórico de exposição da pessoa e a diferentes comprimentos de onda da radiação UV, uma vez que a Radiação UV-B é cerca de 1000 vezes mais “agressiva” do que a Radiação UV-A. Essa diferença faz com que esta última tenha uma contribuição de somente 15 a 20% na quantidade de energia responsável pela queimadura.

Além do tempo de exposição, o fenótipo (conjunto de características físicas, morfológicas e fisiológicas de um organismo) é outro fator que influencia o aparecimento de queimaduras solares. Indivíduos com a pele mais clara têm maior facilidade para desenvolver um processo eritematoso do que indivíduos morenos ou negros. A cor dos olhos, cor dos cabelos e a presença de sardas também são fatores importantes na determinação da susceptibilidade de um indivíduo às queimaduras solares.

A Tabela 04 apresenta um resumo da influência da reação do sol nos diferentes tipos de pele:

Tipo de Pele

Reações da Pele à Radiação Solar Exemplos

I Queima-se facilmente e de maneira severa (queimadura dolorosa); nunca se bronzeia; a pele sempre se descasca.

Pele muito clara, olhos azuis, sardas, cabelos loiros ou ruivos; a pele não-exposta é branca.

II Geralmente se queima facilmente e de maneira severa (queimadura dolorosa); bronzeamento inexistente ou muito fraco; a pele também descasca.

Pele clara, olhos claros ou castanhos, sardas, cabelos loiros ou ruivos; a pele não-exposta é branca.

III Queima-se moderadamente e apresenta bronzeamento médio.

Média dos caucasianos; a pele não-exposta é branca.

IV Mínima queimadura, bronzeia-se facilmente e acima da média em cada exposição; geralmente exibe reações de IPD (immediate pigment darkening).

Pessoas com a pele branca ou morena, cabelos e olhos castanhos escuros (mediterrâneos, mongolóides, orientais, hispânicos, etc.); a pele não-exposta é branca ou morena.

V Raramente se queima, bronzeia-se facilmente e substancialmente; sempre exibe IPD.

Mulatos e mestiços.

VI Nunca queima e se bronzeia abundantemente; sempre exibe IPD

Negros; a pele não exposta é negra.

Tabela 04: Tipos de pele e reações ao sol (adaptado de Diffey, 1991). Fonte: http://satelite.cptec.inpe.br/uv/R-UV_e_pele.html

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Efeitos da Radiação Ultravioleta sobre os Olhos

Do mesmo modo que a radiação ultravioleta pode causar danos à pele humana, ela também pode ocasionar ou intensificar problemas e doenças nos olhos. De um modo geral, a exposição excessiva a qualquer tipo de radiação pode levar a algum tipo de prejuízo à saúde dos olhos.

A Tabela 05 apresenta um resumo sobre esses possíveis problemas:

Espectro Tecido afetado Local de absorção Tipo de dano

UV-C/UV-B Córnea Epitélio Fotoquímico: fotoqueratite e

opacidades na córnea

UV-B/UV-A Cristalino Núcleo Fotoquímico: Catarata

Visível Retina Epitélio pigmentário

Hemoglobina Pigmento macular

Térmico: Diminuição da visão Hemorragia intraocular

Alterações na percepção de cores

IV-A Retina

Cristalino Epitélio pigmentário

Epitélio Térmico: diminuição da visão

Catarata

IV-B Córnea Epitélio Opacidades

IV-C Córnea Epitélio Queimaduras superficiais

Tabela 05: Efeitos da radiação solar sobre o olho humano (adaptado de Vergaz, 2001). Fonte: http://satelite.cptec.inpe.br/uv/R-UV_e_olho.html.

Observa-se na Tabela 05 que a faixa do espectro de radiação está dividida em: UV-C (abaixo de 280 nm), UV-B (entre 280 e 320 nm), UV-A (entre 320 e 400 nm), Visível (entre 400 e 750 nm), IV-A (entre 780 e 1400 nm), IV-B (entre 1400 e 3000 nm) e IV-C (entre 3000 e 10000 nm), onde UV: Ultravioleta e IV: Infravermelho.

Ressalta-se que quanto menor o comprimento de onda da radiação, maior o dano causado à estrutura ocular. Por esta razão, as radiações UV são mais nocivas do que a luz nos comprimentos de onda visível e IV. Um outro fator que diferencia os danos causados pela radiação UV é que sua percepção não é imediata. Dessa forma, enquanto a radiação IV se manifesta na forma de calor e a luz visível pode ser vista a radiação UV não provoca nenhuma reação que desperte algum dos sentidos do ser humano.

Da mesma forma que a pele humana, os olhos podem ser mais ou menos sensíveis às radiações. De acordo com a cor, cuidados, idade e condições de saúde do indivíduo, essa sensibilidade tende a ser maior ou menor.

O cristalino desempenha um papel importante na proteção às radiações UV e, cirurgias que eliminam esse elemento da estrutura ocular, como a cirurgia de catarata, por exemplo, modificam bruscamente essa condição de proteção e a implantação de lentes protetoras faz-se necessária. Bebês e crianças correm maiores riscos de sofrerem danos oculares devido à maior transparência do cristalino. Nos adultos esse risco é minimizado, pois o cristalino tende naturalmente a se tornar mais opaco com a idade e, assim, absorver maior quantidade de radiação.

As inflamações da córnea e da conjuntiva são seqüelas diretas da radiação UV-B. Os sintomas de ambas as enfermidades caracterizam-se por dor, lacrimação, sensação de corpo estranho, fotofobia e possível avermelhamento das pálpebras. As lesões nas pálpebras são as que têm demonstrado relação mais direta com a exposição à luz solar, principalmente na

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identificação de lesões malignas. A radiação UV-A é apontada como responsável pelo desenvolvimento de cataratas.

Os danos causados à vista podem ser divididos em dois tipos distintos de acordo com a forma de exposição:

• Curtas exposições a intensas quantidades de radiação;

• Longas exposições a baixas intensidades de radiação.

No primeiro caso o elemento que mais sofre é a córnea, as manifestações são agudas e surgem após um período de latência. No outro caso, mais comum nos ambientes de trabalho, o cristalino e a retina são os mais atingidos. Em ambos os casos a manifestação pode se tornar um processo crônico, mesmo que seja decorrente de um processo agudo. Ainda que não haja uma determinação exata da susceptibilidade do olho à radiação, é certo que doses elevadas produzem foto conjuntivite (inflamação da conjuntiva) e fotoqueratite (inflamação da córnea). Porém, exposições prolongadas, mesmo a baixas intensidades, podem também produzir cataratas, pterígio ou alguns tipos de carcinomas, que podem ser irreversíveis ou exigir uma intervenção cirúrgica.

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Protetores Solares

Filtros solares são cremes, óleos ou loções aplicadas à pele que visam protege-la contra a ação da radiação UV. Existem dois tipos de filtros solares:

• Os filtros químicos (protetores solares) são aqueles que absorvem a radiação UV antes que ela penetre nas camadas da pele;

• Os filtros físicos (bloqueadores solares) são aqueles que refletem e espalham esse tipo de radiação.

Do ponto de vista fisiológico, os filtros solares químicos agem como a melanina, absorvendo a radiação UV. Além disso, este tipo de proteção não interfere na produção de vitamina D e, geralmente, são resistentes à água. Alguns cremes oferecem proteção somente contra a radiação UV-B. Por isso, é recomendável a utilização dos filtros que protejam tanto contra a radiação UV-B como também para a radiação UV-A, evitando assim o envelhecimento precoce e o aparecimento de rugas e manchas prematuras.

Fator de Proteção Solar (FPS)

O Fator de Proteção Solar (FPS) é uma mediada de laboratório que indica a efetividade do filtro solar. Ou seja, ele mostra, principalmente, a relação entre o tempo que a pessoa pode se expor à luz solar usando filtro antes de se queimar e o tempo que ela pode ficar exposta à luz solar sem se queimar. Por exemplo, uma pessoa que se queimaria depois de 12 minutos no sol deve se queimar 2 horas (120 minutos) se protegida com um filtro solar de FPS 10 (10 vezes mais proteção). Na prática, a proteção de um filtro solar depende de fatores como:

• O tipo de pele (cor) do usuário;

• A quantidade que é aplicada e a freqüência de reaplicação;

• Atividades que o usuário faz (por exemplo: nadar é uma atividade que aumenta a perda do filtro solar da pele);

• Quantidade de filtro solar que a pele absorve.

Os dermatologistas fazem recomendações importantes para evitar, como:

• Nunca use preparados caseiros e muito menos produtos sem FPS e sem rótulos ou vencidos;

• Passe o protetor em porções generosas, no mínimo 30 minutos antes de se expor ao Sol. Desse modo, passar o produto só após chegar à praia pode ser suficiente para causar sérias queimaduras;

• Reaplique o protetor a cada duas horas. Se o mesmo não for prova d'água, reaplique a cada entrada no mar ou se o suor for intenso;

• Ao voltar para casa tome um banho e passe um creme hidratante;

• Se houver vermelhidão ou aparecimento de bolhas, consulte um dermatologista.

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Veja na Tabela 06 o que é verdadeiro e o que é falso em relação a se broncear

Falso Verdadeiro

O bronzeado é saudável. O bronzeado é resultado de uma defesa do organismo contra os danos da radiação ultravioleta.

O bronzeado protege do Sol.

Um bronzeado intenso sobre uma pele branca oferece uma proteção limitada, aproximadamente equivalente a um protetor solar de FPS 4.

Não é possível se queimar num dia nublado.

Mais de 80% da radiação solar UV pode atravessar uma cobertura de nuvens. Algumas situações de nevoeiro podem incrementar a quantidade de radiação.

A pele não se queima se estivermos dentro da água.

A água oferece proteção mínima à radiação UV, e a reflexão nessas superfícies podem aumentar a exposição.

Durante o inverno a exposição ao sol não é perigosa.

A radiação solar UV é menos intensa no inverno. No entanto, em regiões tropicais e sub-tropicais, como o Brasil, essa diminuição não é tão intensa. Atenção particular deve ser dada para o começo da primavera, quando as temperaturas são baixas, mas o sol já é intenso.

Protetores solares podem nos proteger em exposições solares muito longas.

O protetor solar NÃO deve ser usado para aumentar o tempo de exposição, mas sim para aumentar a proteção durante a exposição.

Se você fizer pausas durante um banho de sol, não há possibilidade de ocorrer queimaduras.

A exposição à radiação UV é cumulativa durante o dia. Dessa forma, as pausas não contribuem para evitar queimaduras se o período de exposição ao Sol for longo.

Se você não sente os raios quentes do sol, então você não irá se queimar.

A queimadura solar é causada pela radiação UV que não pode ser sentida ou vista. A sensação de aquecimento é causada pela radiação infravermelha e não pela radiação UV.

Tabela 06: Mostra informações sobre o bronzeamento. Fonte: http://satelite.cptec.inpe.br/uv/Falso_verdadeiro.html

Importante: A elaboração desse informativo sobre Radiação Ultravioleta (R-UV) contou com informações disponíveis no site do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE) no seguinte portal de internet http://www.cptec.inpe.br.