o que é o transe hipnótico

Upload: bruna-coutinho

Post on 03-Jun-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/12/2019 o Que o Transe Hipntico

    1/2

    O QUE TRANSE HIPNTICODra. Dolores Rodriguez Barreiro

    Descrio: Parece-me ser o transe hipntico to somente um estado diferente de funcionamento do crebro, que no sono mas to natural quanto. Afinal estamos em transe hipntico uma boa parte do tempo, embora nopercebamos: quando estamos dirigindo, lendo, trabalhando, ou seja em um estado de concentrao profunda, com amemria ampliada, momento em que as mudanas de comportamento e alteraes biolgicas ocorrem de formanatural, sempre com a permisso e aceitao da pessoa... (Dolores Rodriguez Barreiro)

    "A aflio sofrida pelo corpo, a alma enxerga muito bem com os olhos cerrados". (Hipcrates)

    Parece-me ser o transe hipntico to somente um estado diferente de funcionamento do crebro, que no sonomas to natural quanto. Afinal estamos em transe hipntico uma boa parte do tempo, embora no percebamos:quando estamos dirigindo, lendo, trabalhando, ou seja em um estado de concentrao profunda, com a memriaampliada, momento em que as mudanas de comportamento e alteraes biolgicas ocorrem de forma natural,sempre com a permisso e aceitao da pessoa... (Dolores Rodriguez Barreiro)

    ...ou como refere o Dr. Antonio Carlos de Moraes Passos: Hipnose um estreitamento de conscincia, geralmenteprovocado artificialmente, que se parece com o sono, porm dele se distingue fisiologicamente, e existem dois tiposde transe hipntico: ativo ou alerta onde a pessoa responde rapidamente e o tipo passivo ou letrgico cujorelaxamento muscular predomina, a pessoa entra em tal estado de flacidez que tem dificuldade para levantar umbrao ou falar. Os dicionrios Aurlio e Michaelis coincidem na definio de transe como situ ao angustiosa ou

    difcil, momento crtico, transes religiosos at transe hipntico. A histria da hipnose confunde-se com a do homem,uma vez que utilizada desde os primrdios das civilizaes, com provas arqueolgicos desse perodo ondeaparecem figuras de mdicos fazendo intervenes cirrgicas de grande porte para a poca e essas representaesdos mdicos, induzindo ao transe hipntico, emitiam sinais mgicos ou saam raios dos olhos, e dessa forma asdoena s eram tratadas. descrito um tratamento nos papiros de Ebers, um dos mais antigos relatos de cura atravsda hipnose.

    A magia atribuda hipnose est diretamente ligada a forma como era praticada seja por cantos rtmicos, batidasmontonas de tambores, mantras teraputicos, toque real- o rei toca o rei cura( Carlos V rei da Frana, o sbio). NaIdade Mdia pessoas foram mortas ou perseguidas por fazerem uso da Hipnose, eram consideradas bruxas ousatanistas. De qualquer forma mesmo sendo chamadas de curandeirismo, cerimnias religiosas o fato que tinhacomo ponto essencial o foco central da ateno, um dos fatores responsveis por 95% da induo ao transe

    hipntico. Uma boa parte da histria contribuiu para essa falsa identidade mstica; essa viso mgica da hipnose vaidando lugar a pesquisas mais srias, cientficas em que o seu conceito vai sendo alterado. Por volta de 1777, FranzAnton Mesmer desenvolve a teoria do magnetismo animal(mesmerismo) fluidos magnticos atravs do baquet, queinduz ao estado hipntico (transe);

    Marqus de Puysegur que magnetizava objetos, inclusive um olmo nos quais o paciente entrava em transe ao toc-los. Esse transe era chamado de sonambulismo, no qual as pessoas no mais entravam em crise e sim em um estadocalmo de relaxamento; Abade Faria que em 1814 sugere que os fenmenos que ocorriam com Mesmer no eramcausados pelo magnetismo animal e sim pela sugesto. Em 1842 a palavra mesmerismo renomeada neuro-hipnotismo, depois para hipnotismo por James Braid. A corruptela de hipnotismo gerou a palavra hipnose, utilizadaat hoje. Algumas de suas contribuies persistem atualmente como sendo a hipnose uma poderosa ferramenta e quedeve ser limitada aos profissionais da sade (mdicos e dentistas, posteriormente os psiclogos); que embora ahipnose fosse capaz de tratar e curar vrias doenas no era uma panacia e sim mais um instrumento disponvel ao

    mdico assim como os medicamentos, condutas e tudo mais. Com exceo de Mesmer, o mais conhecido o Dr.James Esdaile, que realizou mais cirurgias sob hipnoanestesia que qualquer outro mdico, mesmo at a presente data.Sua primeira operao sob hipnose foi no dia 4 de abril de 1845, em um hindu condenado priso que tinha duplahidrocele, no hospital de Hooghly. Fez milhares de cirurgias sem dor e mais de 300 grandes cirurgias sob hipnose.Mais ou menos nessa poca foi introduzido o clorofrmio e em seguida ter como anestsicos.

    Chegamos, pois, hipnose moderna cujo pai o Dr. Ambroise-Auguste Liebeault que concluiu e publicou que todosos fenmenos do hipnotismo so subjetivos. Vendeu uma nica cpia do seu livro que foi para o Dr. Bernheim, que aprincpio achou que Liebeault era um charlato e posteriormente se tornou seu amigo e aluno; Charcot, Freud, JosefBreuer e outros tericos tambm fizeram uso da hipnose.

    Utilizada para a retirada de sintomas e com o a chegada da anestesia qumica e da psicanlise, a hipnose entra em umperodo de ostracismo e ressurge durante a primeira Guerra Mundial (1914 a 1918) e segunda Guerra Mundial(1938-

    1945) reacendendo o valor prtico e cientfico da hipnoanalgesia em jovens feridos ou nos campos de concentraoonde os anestsicos eram utilizados somente para grandes intervenes cirrgicas. As pessoas eram colocadas emtranse hipntico tanto para alvio de suas dores como para cirurgias. Novas pesquisas foram feitas ratificando o valorda tcnica hipntica no alvio das tenses, anestesia e conforto emocional, firmando-se definitivamente na prticamdica e em Psicoterapia como mais uma ferramenta objetivando tratar os casos de neuroses de guerra.

  • 8/12/2019 o Que o Transe Hipntico

    2/2

    Alguns autores so precisos no que refere ao transe hipntico e a escala de profundidade. Liebeault divide o transehipntico em 5 fases ou nveis, Bernheim em 9 e Davies e Husban , apresentam uma escala com trinta nveis e suascaractersticas correspondentes, Lecron e Bordeaux apresenta uma escala considerada como a mais completa, dividemo estado hipntico em seis fases e suas respectivas mudanas fisiolgicas espontneas que se produzemnaturalmente durante o transe e a maioria dos autores a dividem 3 fases: superficial, mdia e profunda.

    A escala de profundidade hipntica de Jos Torres Nory, utilizada at a presente data, se distribui, em uma primeirasesso em 5 etapas e 14 passos:

    No hipnotizveis.................5%1 Etapa hipnoidal 95%2 Etapa leve 85%3 Etapa mdia 60%4 Etapa profunda 15%5 Etapa sonamblica 10%

    Carl Ransom Rogers no final de sua vida, passa a demonstrar interesse pela dimenso espiritual do homem, suaintegrao numa globalidade que o transcende e que se insere numa harmonia global do universo. Conscientizou- seda importncia da dimenso da "presena" na terapia, que ele associa a uma forma de comunicao transpessoal naqual a intuio tem um papel importante. Apresenta-a como um novo campo a explorar no mbito da sua abordageme no domnio daquilo que se poderia chamar, talvez, os estados alterados de conscincia. Publicado na Revista de

    Estudos Rogerianos "A Pessoa como Centro" N. 3 Maio 1999

    Embora Rogers (1.987) no tenha trabalhado com hipnose, a sua teoria coincide com a mesma uma vez que totalmente voltada para a fora, dinmica, aceitao e recursos naturais(sabedoria, criatividade, compreenso,intuio) inerentes pessoa, sendo um deles a intuio que nada mais que o maestro da orquestra que dirigenosso intelecto, corpo, emoes e instintos para criarem uma s melodia cujo objetivo o bem estar fsico eemocional ( objetivo da hipnose) e que segue os mesmos pilares bsicos : capacidade de ouvir, aceitao, congrunciae permisso.

    Dessa maneira a hipnose ocorre de forma natural, respeitando o ritmo e o tempo da pessoa, onde o hipnoterapeuta um facilitador ou acompanhante do cliente em sua viagem ao interior de si mesmo. O estado de permissividade dapessoa (diretamente ligado aceitao e empatia na relao psico/cliente) conduz ao relaxamento, portanto

    hipnose.A pessoa permite-se: tenso inicial; relaxamento no seu tempo e profundidade em que expressa livremente seussentimentos mais profundos, aceitos e respeitados pelo hipnoterapeuta e encontra, dentro de si, as ferramentas deresoluo de seus conflitos. A hipnose natural, a pessoa se permite a desconstruo e reconstruo de um self maisfortalecido e saudvel, frente a descoberta de suas capacidades internas.

    * * * F I M * * *