o que é a ciência

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Ecologia de Populações Prof. Dr. Harold Gordon Fowler [email protected]

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Problemas na ciencia

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Page 1: O que é a ciência

Ecologia de Populações

Prof. Dr. Harold Gordon Fowler [email protected]

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Promessa e Perigo – O Golem

O Golem é uma criatura mitológica. É um humanoide construído de argila e água pelo Homem, com encantações e maldições. É poderoso, e fica um pouco mais poderoso a cada dia. Segue ordens de trabalhar e proteger você dos inimigos. Porém é desajeitado e perigoso. Sem controle, o Golem pode destruir seu dono …”

O que é a Ciência?

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Os Cientistas “Os cientistas são pessoas de temperamentos dissimilares fazendo coisas diferentes de formas diferentes. Dentre os cientistas existem coletores, classificadores, e faxineiros compulsivos; muitos são detetives por temperamento e alguns são exploradores; alguns sã artistas e outros são artesões. Existem cientistas poetas e cientistas filósofos, e até alguns poucos místicos."

Peter Medawar, Pluto's Republic

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Hening Brand (c.1630-1692) era um comerciante alemão que descobriu o fósforo em. Estando na falência, tentou descobrir a Rocha do filósofo para converter prata em ouro. Ele experimentou com a urina humana até obter uma substancia branca brilhante. Mas não divulgou seu descobrimento e somente em 1680 Robert Boyle redescobriu o elemento e divulgou publicamente.

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Thomas Kuhn e a Historia da Ciência

Thomas Samuel Kuhn (1922-1996) ficou como um dos filósofos mais influencias da ciência do século vinte, talvez o maior. Seu livro, The Structure of Scientific Revolutions é um dos livros acadêmicos mais citados. A contribuição de Kuhn a filosofia da ciência demarcou uma quebra com as doutrinas positivistas e inaugurou um estilo novo da filosofia da ciência que aproximou a historia da ciência. A interpretação de Kuhn do desenvolvimento da ciência é que a ciência passa por períodos de crescimento estável quebrado por revoluções científicas, e a ‘tese de incomensurabilidade’, Essa tese afirma que as teorias de períodos diferentes sofrem de tipos de impossibilidade de comparação. Para Kuhn os paradigmas competidores são incomensuráveis, porque examinam o mundo de formas muito diferentes.

Stanford Encyclopedia of Philosophy

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Paul Feyerabend Feyerabend, atuando como provocação as pretensões científicas, afirmou que não existe um método científico. Ele considerou que a ciência era uma atividade arcaica na qual qualquer coisa funciona. Porem, essas ideias não se ligam porque não existe um único método que distingue a ciência de outras formas de indagação racional, mas ainda assim existem uma variedade de critérios que são distintos de outras formas de indagação, como a astrologia ou alquimia: escopo exploratório, poder de previsão, a potencial da repetição experimental, e a consistência com outras teorias bem estabelecidas.. Feyerabend não imaginou que sua frase que a “ciência e o mito de grife", que ele usou como provocação se tornaria em ortodoxia, pelo menos nas Ciências Humanas.

Thomas Kuhn e Paul Feyerabend eram os precursores do pós-modernismo ao questionar o raciocínio científico. Mas, Kuhn era mas real e ele afirmou que ainda após uma revolução, pelo menos uma parte da ciência ‘normal’ fica, e que a ciência oferece o melhor exemplo de conhecimento profundo. É difícil imaginar o crescimento do conhecimento científico de uma forma distinta do realista, não importe os ataques sofridos.

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Epistemologia do Pós-modernismo

Todo conhecimento, inclusive o científico, e construído socialmente. A ciência é meramente uma estória entre tantas. O mundo que conhecemos foi criado pelos discursos humanos, fornecendo não a verdade mai os ‘efeitos da verdade’ o que podem ou não ser pragmaticamente uteis. Dessa visão epistemológica um texto científico tem o mesmo status de um texto literário. O pós-modernismo é um movimento artístico, arquitetônico, cultural e filosófico, sque originou como uma reação ao modernismo. O modernismo se considera como a culminação da procura racional de conhecimento, ética e estética. O pós-modernismo questiona a autoridade dessas ideais, as vezes chamadas de meta-narrações, que são minadas pela fragmentação, consumerismo, e desconstrução. Jean-François Lyotard descreveu o pós-modernismo como uma "incredulidade ao caminho da meta-narrações" (Lyotard, 1984). O pós-modernismo ataca as ideias de universais monolíticos e estimula perspectivas fracionadas, fluidas e múltiplas com influencias fortes das ideias da Sociologia do conhecimento.

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A Pegada de Sokal Era uma das muitas contribuições a esse debate sobre se a ciência era meramente uma prática social que produzia narrações e mitos com uma validez igual aos mitos do Homem pré-científico..

Entre 1970 a 2000 um cluster de ideias antirracionais ganhou destaque entre os sociólogos acadêmicas nos Estados Unidos, Inglaterra e França. Essas ideais eram chamados como Descostrucionismo, Sociologia do Conhecimento científico , Construtivismo Social, ou Estudos da Ciência e Tecnologia. O termo geral desses movimentos era pós-modernismo. O ramo da sociologia conhecido como a Sociologia do Conhecimento Científico tinha como meta de demonstrar que os descobrimentos científicos não representaram a realidade, mas eram produtos da ideologia dos grupos dominantes da sociedade. Ou seja toda forma de pós-modernismo era anticientífica, antifilosófica e antirracional. A procura de verdades era rejeitada porque o mundo natural era vista como bão existente na construção de conhecimento científico.

Anticiência e Pós-modernismo

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Vejo paralelos entre as mudanças de moda na música e a matemática. Na música, os estilos modernos de jazz e rock ficaram de modo antes do que os estilos matemáticos de caos e a teoria de complexidade, Jazz e rock eram detestados pelos músicos clássicos, mas agora são mais acessíveis do que a música clássica para um público maior. Jazz e rock já não são considerados como modas temporárias, igual que a teoria de caos e complexidade. Porém, a música e matemática clássicas ainda estão vivas. Mozart e Euler vivem. Ao mudar a moda de novo, o mecânico quântico e analise rigorosa voltarão ao estilo.'' Resenha do Freeman Dyson (1996) no American Mathematical Monthly do livro Nature's Numbers de autoria de Ian Stewart (Basic Books, 1995)

O dito que todo que o Homem faz é 'cultural‘ ... Sanciona a ideia de que cada crítico cultural pode analisar ainda as construções mais complexas da arte e da ciência. ... É esquisito escutar os argumentos sobre a natureza da matemática de pessoas que não sabem o que é um número complexo'' Norman Levitt, (1996) "The flight From Science and Reason," New York Academy of Science.

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As ideais velhas somem lentamente porque são mais do que formas e categorias lógicas abstratas. Mas essas ideais são costumes, e formam predisposições profundas de aversão e preferência. Ainda mas, persiste a convicção histórica que demonstra que seria uma alucinação achar que as perguntas formadas pela mente do Homem podem ser respondidas em forma de alternativas apresentadas pelas perguntas. Mas de fato o progresso intelectual geralmente ocorre pelo abandono das perguntas junto com ambas alternativas porque existe a premissa de que o abandono resultante de sua vitalidade diminuída e mudança de interesse urgente. Não resolvemos essas, mas aprendemos viver com elas. As perguntas velhas são resolvidas ao desaparecer, e evaporaram quando as perguntas novas correspondem a mudança de atitudes de formulação e preferência. Sem dúvida, existe uma dissolução do pensamento contemporâneo das perguntas velhas, e o maior causa é os métodos, intenções e problemas novos da revolução científico que atingiu seu clímax no " Origem das Espécies." `` John Dewey, em The Influence of Darwin on Philosophy, 1910.

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Após o Pós-modernismo o Realismo Crítico

O pós-modernismo morreu? Roger Caldwell examinou as evidencias e avalia seu sucessor: O Realismo Crítico. Durante as últimas duas décadas do século vinte, o paradigma cultural dominante não era o pós-modernismo, mas um paradigma novo para o milênio novo, O pós-modernismo está morto, mas foi substituído pela era do realismo crítico. Pelo menos forma a promessa de José López e Garry Potter, os propagandistas do movimento novo (após editar uma coletânea de ensaios:After Postmodernism - An Introduction to Critical Realism, Continuum in 2001). O pós-modernismo e o realismo crítico têm muito em comum na visão geral da ciência, as ciências sociais e a arte visando a política de emancipação. Com certeza, a visão do mundo do realismo crítico é muito diferente da visão do pós-modernismo. Existe um único mundo de novo, mas existe mais do que um salto irracional de uma filosofia a outra. O realismo crítico coa aceitação de que o projeto do pós-modernismo tem muitos problemas.

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Ondas Gravitacionais

Quando uma carga sofre uma aceleração ocorre uma emissão de ondas eletromagnéticas que propagam no espaço a velocidade de luz e se revelam pela produção da aceleração de outras cargas ou quando um corpo com massa sofre uma aceleração, ocorre a emissão de ondas gravitacionais. Essas ondas se propagam a velocidade da luz e também causam uma aceleração de suas massas com respeito a outras massas. Ao fim do século passado, foi possível fazer a previsão teórica das ondas eletromagnéticas (Maxwell, 1864), experimentos no laboratório (Hertz, 1887) e finalmente seu uso prático na comunicação por rádio (Marconi, 1896). Passaram mais de 80 anos desde a previsão teórica das ondas gravitacionais (Einstein, 1916) e apesar dos desenvolvimentos tecnológicos enormes durante as últimas décadas, mais ainda não há uma evidencia direta de sua existência.

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Ondas Gravitacionais

Uma onda gravitacional que passa pelo Sol perde somente uma parte de 10E-16 de sua energia. Em contraste, os neutrinos, que são as partículas com uma interação mais fraca com a matéria, perderia uma parte de 10E-7 de sua energia passando pelo Sol: uma quantidade equivalente a um mil milhões maior do que é perdida pela onda gravitacional. Por essa razão, o teste experimental de sua existência procura a detecção dos eventos astrofísicos catastróficos, nos quais uma quantidade grande de energia pode ser emitida pelas ondas gravitacionais. Exemplos típicos os processos de emissão são as explosões das supernovas, a formação de buracos negros e a colisão de sólidos celestiais. Os primeiros experimentos visando a detecção das ondas gravitacionais pelo físico americano J. Weber na década de 1960. Ele construiu uma serie de antenas gravitacionais e registrou a presencia de sinais que ele aribiu as pulsas gravitacionais. O experimento empregou barras cilíndricas, uns poucos toneladas de massa, a temperatura do ar e cujas vibrações eram detectadas por cerâmica piezelétrica; O experimento foi replicado por outros grupos que não confirmam os resultados.

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Ondas Gravitacionais A pesar desses fracassos, na década outros grupos começaram pesquisas usando tecnologias novas sabendo que, se as fontes das ondas gravitacionais eram previstas pela teoria da Relatividade Geral, levará décadas para obter sua detecção. Os grupos de pesquisa das universidades de Roma, Stanford e Louisiana pesquisam usando antenas criogênicas, que operam a temperaturas extremamente baixas, grupos das universidades de Glasgow, MIT e Max Planck pesquisam com interferômetros a laser. Os interferômetros têm a capacidade de medir as ondas gravitacionais induzidas de distorção sobre uma frequência ampla (estimada de variar de 10 ou 100 Hz até 5 kHz), e as barras medem os componentes de Fourier da onda gravitacional a frequência de resposta ao redor da barra, geralmente próxima a 1 ou 2 kHz.

Atualmente existem grupos de pesquisa que desenvolvem antenas cirogenicas em: USA, Japão, Austrália, China, Rússia e Italia. Existem outros grupos usando interferômetros de laser: MIT-Caltech, Pisa-Orsay e Max Planck-Glasgow , alem australia.

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A Regressão do Pesquisador Harry Collins, tem muito criticas sobre os resultados e evidencias experimentais, e desenvolve o argumento da "regressão do pesquisador“. O que os cientistas afirmam ser resultados corretas são obtidos com equipamento experimental que funciona adequadamente. Porém, um aparelho experimental bom é simples como um equipamento que fornece os resultados corretos. Collins argumenta que não existem critérios formais para afirmar se um aparelho experimento funciona de forma correta. Ele argumenta que a calibração de um aparelho experimental usando um sinal substituto não pode fornecer uma razão independente para considerar que um aparelho seja confiável. Segundo Collins a regressão é resolvida pela negociação dentro da comunidade científica apropriada, um processo controlado por fatores de careira, os interesses sociais e cognitivos dos cientistas, e a utilidade percebida de pesquisa futura, em vez de critérios epistemológicos, ou juízo racional. Collins conclua que sua tese levanta questões sérias sobre as evidencias experimentais e seu uso na avaliação das hipóteses e teorias científicas. Se não tem saída dessa armadilha, ele está certo!

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A Regressão do Pesquisador De um lado, Collins argumenta que a decisão sobre os resultados experimentais conflitantes não pode ser baseada na metodologia ou epistemologia. Ele afirma que os seis experimentos negativos não eram replicas e por isso não impressionaram. De outro lado, o aparelho de Weber, precisamente porque os experimentos usaram aparelhos novos de tipos diferentes para detectar um fenômeno ainda não observado, não pode ser sujeito as técnicas normas de calibração. Os resultados apresentados pelos críticos de Weber são numerosos e ainda foram avaliados em detalhe. Os grupos trocaram dados e programas de analise e confirmaram seus resultados. Os críticos também examinaram se seu procedimento de analise, o uso de um algoritmo linear, podia explicar o fracasso de observar os resultados relatados por Weber. Os críticos usaram o procedimento preferido de Weber, um algoritmo não linear, para analisar seus dados, e ainda assim não encontrara um efeito. Também calibraram seus aparelhos experimentais pela inserção de pulsos acústicos de energia conhecida para detectar o sinal. Weber e os críticos de sua analise de seu procedimento experimental não podiam detectar os pulsos de calibração.

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A Regressão do Pesquisador Os resultados dos críticos eram mais credíveis do que os resultados de Weber. Eles avaliaram seus resultados pela confirmação independente, incluindo o compartilhamento de dados e os programas de analise. Também eliminaram uma fonte de erro plausível, a possibilidade de que os pulsos sejam mais longos do esperado. Além disso, analisaram seus resultados usando o algoritmo não linear e pela procura explícita de pulsos longos. Também calibraram seus aparelhos pela injeção de pulsos de energia conhecido e observando o resultado. Acredito que a comunidade científica fez um julgamento razoável e rejeitou os resultados de Weber e aceitou os de seus críticos. Mas, não usou regras formais. Se registramos quatro erros em vez de três, os resultados carecem de credibilidade; ou se existem cinco, mais não seis, resultados conflitantes sua pesquisa ainda é credível e o procedimento era razoável. A comunidade científica tende rejeitar os dados que conflitam com os compromissos do grupo e, ao contrário, ajusta as técnicas experimentais para afinar os fenômenos consistentes com esses compromissos. O ênfase na utilidade futura e compromissos existentes fica evidente. Esses dois critérios não necessariamente se complementam. Existem episódios na historia da ciência na qual mais oportunidade para pesquisa futura provem da queda da teoria existente.

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Conclusão de Golem Trevor Pinch, Professor de Ciência e Tecnologia e Professor de Sociologia da Universidade de Cornell e seu colega, Harry Collins, Professor de Sociologia da Universidade de Cardiff estudaram as descrições contemporâneas de alguns experimentos históricos. Eles argumentam que os resultados não conformam a visão moderna da experimentação. Collins e Pinch argumentam que a história demonstra que a ciência não é e uma atividade pura de lógica elevada, mas uma forma da experiência humana que está sujeita as mesmas limitações das outras áreas da experiência. A perda da representação da verdade absoluta não implica que a ciência e os mitos são sistemas de raciocínio comensuráveis, porque não são. Os mitos são conservadores fortes e profundos. A ciência é da natureza progressiva. Por isso, o progresso científico precisa ser analisado com cuidado e com críticos, o que implica o uso da ética.